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História de Alagoas
Sumário
História de Alagoas ................................................................................. 1
Período Pré-Colombiano ...................................................................... 1
Colonização .......................................................................................... 3
Os Engenhos......................................................................................... 4
Terra Prometida ................................................................................... 6
As Vilas ................................................................................................. 7
Palmares – Grito de liberdade ........................................................... 10
Calabar – Herói ou Traidor? ............................................................... 13
Rumo à Independência ...................................................................... 15
A Traição que deu Certo..................................................................... 16
A Província de Alagoas ....................................................................... 18
Maceió, capital de Alagoas ................................................................ 20
Guerras e Guerrilhas .......................................................................... 21
Os Pioneiros e a Industrialização em Alagoas .................................... 24
A Era Vargas ....................................................................................... 27
Período Pré-Colombiano
Quando o Brasil foi descoberto, a terra que constitui hoje o Estado de
Alagoas, era um mundo de mata virgem, onde viviam índios nativos.
Rios perenes, muito peixe, frutas, animais soltos. Enfim, a flora e a
fauna exuberantes, enchiam os olhos dos portugueses que foram
chegando para iniciar o processo de colonização.
A grande quantidade de lagoas em seu litoral, fez com que os
colonizadores batizassem logo a região de Alagoas. Elas continuam
embelezando a paisagem típica do Estado, se constituindo em pontos
de atração turística e ainda em sustento de milhares de alagoanos, que
tiram dela, o peixe e o sururu, molusco típico, consumido não só pelos
pobres, mas presente na mesa dos ricos, da classe média e dos bares e
restaurantes.
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Colonização
A primeira expedição ao Sul da Capitania de Pernambuco, foi
conduzida pelo próprio donatário, Duarte Coelho, que saiu do Recife
beirando o litoral até chegar a foz do rio São Francisco. De lá, rio acima,
deparou-se com um local privilegiado pela natureza, com o rio cheio de
pedras. Edificou um forte e deu origem a povoação de Penedo.
Duarte Coelho, segundo os historiadores, era dotado de muita
capacidade administrativa e devotado a causa do governo português.
Suas cartas ao Rei Dom João III, eram verdadeiros relatos sobre a
riqueza da capitania, suas paisagens e os índios. Fundou Olinda, fez
aliança com os índios e iniciou o plantio da cana-de-açúcar, dando
origem aos primeiros engenhos.
Mas toda essa extensão de terras, entre o Litoral e o Sertão precisava
ser colonizada. Aí surge a figura de um alemão: Cristhovan Lintz, depois
aportuguesado para Cristovão Lins. Ele vivia em Portugal, onde casou-
se com Adriana de Hollanda, filha do holandês Arnault de Hollanda e
da portuguesa Brites Mendes de Vasconcellos Hollanda. O casal
desembarcou no Recife, na primeira metade do século do
descobrimento (XVI) e ganhou uma imensa sesmaria, compreendendo
o Cabo de Santo Agostinho até o vale do rio Manguaba.
O segundo colonizador foi o português Antonio de Barros Pimentel,
casado com Maria de Hollanda Barros Pimentel, irmã da mulher de
Cristovão Lins. Ele chegou ao porto da Barra Grande (Maragogi), ainda
com a roupa que usava na Corte, em Lisboa. Era um nobre,
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Os Engenhos
A História de Alagoas é a história pela posse da terra. Doadas as
sesmarias, os novos proprietários procuraram logo fazer a derrubada
das matas e plantar cana-de-açúcar, surgindo os engenhos banguês
que sustentaram a economia alagoana durante quatro séculos, até
serem substituídos pelas usinas.
Os primeiros engenhos surgiram nos vales dos rios Manguaba,
Camaragibe e Santo Antônio, na região Norte de Alagoas. A terra fértil,
logo adaptou-se a essa nova atividade. E, assim, começa a formar-se a
chamada aristocracia açucareira, com as grandes famílias dominando a
economia.
O escritor Manoel Diegues Júnior, em seu livro O Banguê das Alagoas,
faz um relato apaixonado dessa atividade que iniciou o processo de
desenvolvimento sócio-econômico e cultural da Comarca, Capitania e
Província de Alagoas. Mostra os costumes e tradições, a religiosidade,
o domínio político, o folclore saído dos engenhos, enfim, um estudo de
sociologia rural, que deveria ser lido por todos aqueles que realmente
se interessam pela História desse povo bom, trabalhador, honesto e
hospitaleiro, que é o alagoano.
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Terra Prometida
A fertilidade da terra que depois transformou-se em Capitania,
Província e Estado de Alagoas, atraía muita gente. E, com o avanço da
invasão de outros povos europeus ao Brasil, logo esse pedaço da então
Capitania de Pernambuco, ficou muito visado.
Primeiro foram os franceses, que chegaram para explorar o pau-brasil.
Não passaram muito tempo, mas deixaram uma marca: a construção
do primeiro porto, que ficou conhecido como Porto dos Franceses,
aproveitado depois como único porto da região, para o transporte do
açúcar em demanda a Portugal. E foram quase três séculos com esse
local contribuindo decisivamente com o progresso de Alagoas, até o
surgimento do Porto de Jaraguá. Hoje, ainda existe um resquício
aquela época: a carcaça de um navio francês, que, quando a maré está
baixa, fica bem visível. E esse curto período vivido pelos invasores,
imortalizou-se na História e está com o nome na “boca do povo”. É a
praia do Francês, a mais badalada do litoral alagoano, conhecida no
país e no mundo, como uma das mais bonitas do Brasil. Pertence ao
município de Marechal Deodoro, distante poucos quilômetros da
capital.
Mas a fase mais duradoura dessas invasões, foi mesmo a dos
holandeses, que transformaram a Capitania de Pernambuco no Brasil
Holandês. E muito contribuíram para o seu desenvolvimento, embora
Alagoas não tenha experimentado essa fase de apogeu, que restringia-
se mais ao Recife e Olinda. Por aqui, foi mais destruição, como ocorreu
com a Vila de Santa Maria Madalena da Lagoa do Sul (atual Marechal
Deodoro), completamente incendiada pelos holandeses, que ainda
tentaram fazer o mesmo em Santa Luzia do Norte, não conseguindo,
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As Vilas
Quando o primeiro donatário da Capitania de Pernambuco, Duarte
Coelho visitou o Sul do seu domínio, deslumbrou-se com a região do
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de um bonito visual para toda a zona da Mata. É uma das mais altas
serras do Estado.
Rumo à Independência
O progresso do Sul da Capitania de Pernambuco conhecido como
Alagoas, fez com que sua população fosse logo desejando a
independência. Mas nada era fácil. No início da segunda década do
século XVIII, foi criada a Comarca de Alagoas, sob a jurisdição da
Capitania de Pernambuco, e nomeado o primeiro Ouvidor Geral: José
da Cunha Soares.
Por não existir cursos jurídicos no Brasil, esse cargo era destinado a
quem fosse mais letrado, com espírito de liderança. Transformava-se
em comandante da Justiça, da Política e da Economia. E no período de
mais de um século, entre 1711 a 1817 (ano da sua emancipação
política), Alagoas teve 17 ouvidores-gerais.
Foi exatamente na segunda metade do século XVIII, que surge Maceió,
de um engenho de açúcar denominado Massayó. A palavra é de origem
indígena, significando terra alagadiça, que deu origem ao riacho com o
mesmo nome. O engenho, de propriedade de Apolinário Fernandes
Padilha, localizava-se na atual Praça Dom Pedro II, com o engenho
propriamente dito, a casa de purgar, a senzala, a casa grande e a
capelinha em louvor a São Gonçalo, que ficava no meio do morro do
Jacutinga (Ladeira da Catedral). Durou poucos anos. Ficou em fogo
morto e o povoado foi crescendo. Surgiram novos moradores, que logo
foram construindo suas casas e formando um arruado. Em 5 de
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E essa opção pela vila ao invés da capital, fez com que várias
autoridades protestassem. Os de Alagoas (Marechal Deodoro) não
aceitavam sob hipótese alguma, a instalação de repartições públicas na
vila de Maceió, enquanto o próprio governador e várias outras
personalidades políticas, econômicas e culturais, preferiam mesmo que
os principais órgãos públicos fossem instalados em Maceió, por ser
mais desenvolvida que a capital, possuir um movimentado porto e toda
a infra-estrutura de uma capital. E assim foi feito.
Melo e Póvoas instalou a Junta de Administração e Arrecadação da
Real Fazenda, o Quartel Militar e a Alfândega. Ciumeira geral.
Maceió crescia a olhos vistos. O governador, mandou que fosse
elaborada uma planta urbana, para proporcionar um novo visual a vila.
O traçado das ruas e das praças e os melhoramentos necessários. E
assim surgiram as ruas do Comércio, do Sol, Livramento, Boa Vista,
Moreira Lima, Augusta, Nova, Alegria e as praças Dom Pedro II e
Martírios. O traçado continua o mesmo. Nunca houve alargamento,
mudando apenas a arquitetura das casas.
O governador afastou-se do cargo em fevereiro de 1822, retornando à
Portugal. Criou-se uma junta governativa formada por Antonio José
Ferreira, José de Souza Melo, Nicolau Paes Sarmento, Manoel Duarte e
Antonio de Hollanda Cavalcante, que permaneceu até a independência
do Brasil, quando a Capitania foi transformada em Província.
A Província de Alagoas
Quando da independência do Brasil, Alagoas já esbanjava progresso,
tendo o açúcar, como seu carro-chefe. Dezenas de engenhos
produziam e exportavam através do Porto de Jaraguá. Os governadores
passaram a ser denominados presidentes. E o primeiro deles, nomeado
por Dom Pedro I, foi o pernambucano Nuno Eugênio de Lossio, que
instalou o Conselho de Governo e autorizou as eleições para deputados
e senadores.
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Guerras e Guerrilhas
Alagoas sempre foi palco de conflitos e sua fama de terra violenta
correu o país. No século XIX, surgiram vários desses conflitos. Na briga
pela disputa da capital entre Marechal Deodoro e Maceió, consagrou-
se dois alagoanos: Cansanção de Sinimbu e Tavares Bastos. Surgiu daí a
chamada Guerra dos Lisos e Cabeludos, respectivamente
conservadores e liberais. Era uma espécie de partidos políticos.
Os Lisos, comandados por Tavares Bastos, denunciavam que
Cansanção de Sinimbu queria dominar Alagoas, formando uma
verdadeira oligarquia. O dia 4 de outubro de 1844, foi “um dia de cão”
em Maceió. Os Lisos invadiram Maceió e comandaram um tiroteio no
Centro, que durou duas horas.
Ainda na década de 1840, surgem os temidos irmãos Moraes, que, para
vingar a morte do pai, formaram um bando semelhante ao de Lampião,
espalhando o terror por toda Alagoas. Para alguém morrer, bastava
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A Era Vargas
Quando o Brasil foi sacudido pela Revolução de 1930, levando o
gaúcho Getúlio Vargas ao poder, Alagoas era governada por Álvaro
Paes. A agitação política se restringia mais as grandes cidades. Inicia-se
a fase dos interventores nomeados pelo presidente da República.
Foram nove, em 15 anos da Era Vargas, que exerciam o cargo
obedecendo as decisões do chefe da Nação.
O primeiro desses interventores foi o sergipano Hermílio de Freitas
Melro, que passou um ano no poder, sendo substituído por Luiz de
França Albuquerque, alagoano de Viçosa, seguido do capitão Tasso
Tinoco, Afonso de Carvalho e Temístocles Vieira de Azevedo. As
eleições para deputados são realizadas em 1933, elegendo-se seis
alagoanos: Manoel de Goes Monteiro, Izidro Teixeira de Vasconcelos,
José Afonso Valente de Lima, Antonio de Melo Machado, Armando
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GABARITO
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