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Direito nas sociedades primitivas

Havilah Sousa Santos


Elzir0a dos Santos Matos

Resumo

Este trabalho apresenta os elementos que constituem as descrições, quando e


como surgiu o direito, como foi seu desenvolvimento. Discutirá certamente
sobre cada povo e cada organização social que disponhava-sede um
sistema jurídico que traduz a especialidade de um grau de evolução
e complexidade. Falar, portanto,de um direito arcaico ou primitivo implica ter
presente não só uma diferenciação da pré-história e da história do direito,
como, sobretudo, nos horizontes de diversas civilizações, precisar o surgimento
dos primeiros textos jurídicos com o aparecimento da escrita.

Palavras chave: Surgimento do direito, sociedades primitivas, aparecimento da


escrita.

1. Introdução

Para compreender o direito na história, é necessário observar a evolução das


sociedade e o que ela foi ao longo do tempo. A Sociedade é o agrupamento de
pessoas reunidas em função de interesses comuns. As sociedades tidas como
primitivas, ou por alguns chamadas de arcaicas, são aquelas que existiram
antes da escrita, e cujos interesses são mais simples do que os existentes nas
sociedades que surgiram após o desenvolvimento da escrita.

A dificuldade de se impor uma causa primeira e única para explicar as origens


do direito arcaico deve-se em muito ao amplo quadro de hipóteses possíveis e
proposições explicativas distintas. O direito arcaico pode ser interpretado a
partir da compreensão do tipo de sociedade que o gerou. Se a sociedade pré-
histórica fundamenta-se no princípio do parentesco, nada mais natural do que
considerar que a base geradora do jurídico encontra-se primeiramente, nos
laços de consanguinidade, nas práticas de convívio familiar de um mesmo.

Então, pode-se perceber que o direito está presente sim nas sociedades
primitivas ou arcaicas. Apesar de sabermos que onde há sociedade, há o
direito, não há explicações científicas corretas e respostas conclusivas sobre a
origem de grande parte das instituições jurídicas do direito pré-histórico.
2. Desenvolvimento

Num tempo em que inexistia legislações escritas, códigosformais, as práticas


primárias de controle são transmitidas oralmente, marcadas por
revelaçõessagradas e divinas. Distintivamente da ênfase atribuída à família
feita por FusteldeCoulanges, H. Summer Maine entende que esse caráter
religioso do direito arcaico, imbuídode sançõesrigorosas e repressoras,
permitiria que os sacerdotes-legisladores acabassem por ser os primeiros
intérpretes e executores das leis. O receio da vingança dos deuses,
pelodesrespeito aos seus ditames, fazia com que o direito fosse respeitado
religiosamente, Daíque, em sua maioria, os legisladores antigos
(reis sacerdotes)anunciaram ter recebido as suasleis do deus da cidade. De
qualquer forma, o ilícito se confundia com a quebra da tradição ecom a infração
ao que a divindade havia proclamado. Há quase 7 mil anos surgem os
primeiros vestígios da escrita, esboçando-se, finalmente, o início do período
histórico. O raciocínio é simples: mais e mais pessoas em um espaço fixo e
reduzido resultam, potencialmente, em um incremento nos conflitos. Para
piorar, a produção de alimentos leva a novas técnicas de armazenagem,
permitindo o estoque de grãos por períodos maiores. Alguns grupos assumem
o controle desses estoques e outros grupos são escravizados e forçados ao
trabalho, gerando desigualdades sociais significativas.Os grupos criam aldeias
que viram cidades, logo surgindo também os primeiros estados, com a
finalidade primordial de manter o controle social. Nesse momento, o direito
adquire papel fundamental, estabelecendo regras que reconhecem a
propriedade privada, consagrando as diferenças sociais, regulam os contratos
e permitem a sucessão de bens.Os governantes de algumas cidades
expandem seus domínios, conquistando outras e formando as primeiras
grandes civilizações de que se tem notícia. Nos impérios, as regras jurídicas
delimitam os direitos dos conquistados e, principalmente, seus deveres, como o
pagamento de tributos.

- Civilização Egípcia desenvolve-se enormemente, prolongando-se por todo o


rio Nilo e adjacências. Sabemos que seu direito, superando a fase pré-
histórica, começa a proteger os indivíduos, suas famílias e seus bens,
perdendo o caráter de coletivista.Encontramos textos egípcios de contratos,
testamentos, decisões jurídicas e inúmeros atos administrativos. Muitos desses
documentos fazem referências a leis, mas não conhecemos, até o momento,
nenhuma preservada.

-Mesopotâmia, considerada o berço das civilizações, vamos descobrir os


primeiros textos legais preservados. Muitos assumem o formato de códigos,
como é o caso de leis sumérias, acadianas, hititas, assírias e babilônicas. São
compostos por uns 30 artigos que indicam caminhos de julgamento aos juízes
e também revelam um caráter individualista.
Em 1901 descobrimos a mais famosa dessas leis, o Código de Hamurabi.
Elaborado há quase 2000 anos, está escrito, na íntegra, em pedras que se
espalhavam pelo território babilônico. Além disso, alguns de seus 282 artigos
foram reproduzidos em pedaços de argila, também preservados.Esse
documento revela um direito privado bastante desenvolvido, reconhecendo,
além da propriedade privada e dos contratos, instrumentos complexos como
títulos de crédito e empréstimo de dinheiro.

Por outro lado, ainda é bastante marcado pelas crenças religiosas, revelando


uma imperfeita separação entre o direito e a religião. São comuns os casos de
ordálios, ou julgamentos feitos pelos deuses. Uma pessoa suspeita de um
crime, por exemplo, seria arremessada no rio (que era considerado um deus)
para ser julgada; se sobrevivesse, seria considerada inocente.Um grande
marco do código é a Lei do Talião, conhecida como “olho por olho, dente por
dente”. Vejamos alguns exemplos: 196. Se alguém furou o olho de um homem
livre, será furado seu olho; 197. Se alguém partiu o osso de um homem livre,
será partido seu osso.Embora possa parecer cruel, a Lei do Talião consiste em
um avanço do ponto de vista jurídico: pela primeira vez é estabelecida uma
proporção entre o dano e a pena. Assim, a pena deve ter a mesma dimensão
do dano causado, não podendo ser maior ou menor, sob pena de injustiça.Nos
casos dos citados artigos 196 e 197, por exemplo, antes do Talião, se uma
pessoa furasse o olho ou quebrasse um osso de outra, poderia vir a ser
condenada à morte. Ora, sua pena seria desproporcional em vista do dano
causado. No Código de Hamurabi, busca-se essa equivalência.

O direito, surgido na pré-história, adquire novos contornos neste início da


história.

3. Pesquisa bibliográfica

Autor

Antonio Carlos Wolkmer, nascido em São Leopoldo, no estado de Rio


Grande Do Sul, no dia 05 de abril de 1952, de família de origem pobre. Suas
principais obras foram:

 Constitucionalismo e Direitos Sociais no Brasil (São Paulo: Acadêmica,


1989)
 Elementos para uma Critica do Estado (Porto Alegre: Sergio A.
Fabris,1990)
 O terceiro Mundo e a Nova Ordem Internacional ( 2. Ed. São Paulo:
Atica, 1994)
 Ideologia, Estado e Direito (4. Ed. São e: Revista dos tribunais, 2003)
 Sintese de uma Historia das Ideias Juridicas. Da antiguidade Clássica à
Modernidade ( 2. Ed. Florianopolis: Fundação Boiteux, 2008)
 Introdução ao Pensamento jurídico Critico (8. Ed. São Paulo: Saraiva,
2012)
 Pluralismo Jurídico- Fundamentos de uma Nova Cultura no Direito (4.
Ed. São Paulo: Saraiva, 2015)
 Historia do Direito no Brasil (8. Ed. Rio de Janeiro: Forense, 2015)

Numa Denis Fustel de Coulanges , nascida em Paris em18


de março de 1830, morreu em Massyo (12 de setembro de 1889), é um
historiadorfrancês . Suas principais obras:

 A cidade antiga , Paris, Durand, 1864. Em 1866, a 2 e  edição foi publicada


pela Hachette em 1878 a 7 ª  edição revista e ampliada.
 História das instituições políticas da antiga França. Primeira parte. O
Império Romano, os alemães, a realeza merovíngia . Paris, Hachette, 1875.
Uma segunda edição "revisada, corrigida e aumentada" apareceu em 1877.
Reimpresso em vários volumes em História das antigas instituições
francesas , Paris, Hachette, 1901-1914. Os seis volumes da História das
Instituições Políticas da França Antiga foram reeditados em 1964 em
Bruxelas pela livraria Cultura e Civilização.
 Pesquisa sobre alguns problemas históricos , Paris, Hachette,
1885. 2 ª  edição, em 1894. 4 ª  edição em 1923.
 Franco Monarquia , Paris, Hachette, 1888. 6 ª  edição em 1930.
 O Alleu e área rural durante o período merovíngia , Paris, Hachette,
1889. 5 ª  edição em 1931.

4. Citações

 “Diante das transformações da sociedade contemporânea, da crise das grandes narrativas


defundamentação e das mudanças dos paradgnas científicos, atualmente adquire relevância,
redefinir as tradicionais relações entre o Direito e a Historia.”
WOLKMER, ANTÔNIO

5. Conclusão

Resta, no final, levantar alguns questionamentos críticos sobre interpretaçõeselaboradas


por antropólogos acerca das origens do direito em sociedades primitivas.Certamente
uma primeira ponderação, respaldada nos elementos trazidos pelaetimologia jurídica
atual, aponta para a fragilidade das teses evolucionistas que dão conta deque o direito
primitivo passou por uma longa progressão constituída pela comunhão degrupos, pelo
matriarcado, patriarcado, clã e tribo, Tal evolução sistemática é, no dizer
de JohnGilissen, por demais simplista e sobejamente lógicas para ser correta. Não há
comprovaçõescientíficas de que a legalidade acompanhou e refletiu os diversos estágios
das
sociedades primitivas de acordo com a premissa evolucionista. Não existe certeza se o 
matriarcadorealmente ocorreu e se foi, posteriormente, sucedido pelo patriarcado.
Referências

-WOLKMER, Fundamentos de história do Direito


-PRIMEIRAS CIVILIZAÇÕES E O DIREITO
http://introducaoaodireito.info/wp/?tag=surgimento-do-direito

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