A Historicidade dos Direitos ALTAVILA, Jayme de. Origem dos Direitos e dos Povos. 9 ed. São Paulo: Ícone Editora, 2001, p. 9-16. • A rigor, não há que se falar em "História do Direito", com um caráter universalizante. • Adotando-se uma perspectiva sócio-antropológica e mesmo historiográfica, o que encontramos são tradições culturais particulares que informam práticas rituais de resolução de conflitos. Sejam estas, formais ou informais, codificadas ou não, escritas ou não. Ou seja, se para a tradição européia continental, a história do Direito Romano, e suas instituições, têm relativa importância, esta importância é mínima para a tradição anglo- americana e quase nenhuma para os povos de tradição islâmica. • A Historicidade dos Direitos:
• A consciência jurídica do mundo é como uma árvore ciclópica
e milenária, de cujos galhos nodosos rebentam os densos ramos e deles florescem os direitos. • Árvore que desafia o queimor e o frio, isto é, supera fases diversas e se adapta às transformações. • Esses direitos constitiuiam suas épocas e foram, ao seu tempo, interpretáveis e equitativos (senso de equilibrio e justiça) • A lei é como a máquina, oxida, se deteriora e emperra, até ser substituída por outra. • A necessidade e o fato social são fatores que modificam os sistemas de vida e a economia dos povos, renovando os direitos. • Durkhein reconhece a importancia da sociedade na instituição dos direitos e na plenitude das liberdades. Atribui ao indivíduo a responsabilidade que lhe compete pelas transformações sociais. • Os direitos sempre refletiram suas épocas. Ou seja, os que elaboraram os direitos dos povos, nada mais fizeram do que retratar os fenômenos sociais. Neste sentido, o homem não terá mais direito do que o correspondente ao desenvolvimento social em que vive. A lei, reflexo do Direito é uma expressão biológica da sociedade e a filosofia é um tecido de ideias. • Desde que o homem sentiu a existência do direito, começou a converter em leis as necessidades sociais, deixando para trás a era da força física. • Entretanto, a palavra oral não bastava para justificar seus atos. Buscou-se, então, a lei escrita, capaz de legitimar os princípios do Direito. • Em Roma, por exemplo, o Direito perde o caráter teológico e se difunde para o mundo. • Em suma, os Direitos dos povos equivalem precisamente ao seu tempo e se explicam no espaço de sua gestação. Foram, ainda que hoje nos pareçam absurdos, baluartes para muitas gerações. Manifestação em defesa dos Royalties