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A Escola do Recife

Elaborado pelo professor


Ernandes Reis. Baseado no
pensamento de vários autores.
Resumos do conteúdo
• Primeiro resumo = do slide 4 ao 14.

• Segundo resumo = do slide 15 ao 24.

• Terceiro resumo = do slide 31 ao 45.

• Quarto resumo = do slide 46 ao 53.


Orientações
• Cada resumo deve ter no mínimo 15
linhas e no máximo 20 linhas.
• Não dever transcrever frases do texto.
• O resumo tem que ser original.
• Os textos apresentados não deve conter
rasuras.
Inrodução
Período extremamente agitado do
pensamento filosófico.
Para alguns pensadores o momento mais
original do pensamento filosófico.
O positivismo como doutrina oficial.
O culturalismo filosófico.
A Escola do Recife
A Escola do Recife foi uma manifestação
típica dos anos iniciais do Brasil como
nação independente. Sua temática estava
voltada para uma tentativa de
compreender o homem para além do
paradigma positivista reinante, mostrando
que o homem possui enraizamento na
cultura, o que o torna um fenômeno
irredutível às ciências positivas.
Continuação
Na concepção de todos esses autores, falar
do homem desvinculado de sua cultura é
nada falar. A cultura é o local onde o
homem procura a significação de sua
existência, onde ele nasce e se realiza no
mundo. Se existe um a priori a guiar o
homem, em sua relação com o mundo
natural e com a sociedade, este é a
própria cultura, não a biologia.
Continuação
A escola do Recife, embora não contendo “coesão
doutrinária”, foi um momento importante de
inflexão do positivismo como pensamento único
no Brasil do século XIX. A perspectiva
culturalista desenvolvida nesta escola lançou
raízes até o século XX. Com efeito, podemos
encontrar uma continuidade entre pensadores
tão heterogêneos como Tobias Barreto e Silvio
Romero, até chegarmos a Miguel Reale.
O culturalismo na Escola do
Recife
As análises que feitas sobre o movimento
denominado Escola do Recife, tem sempre uma
mesma interpretação, trata-se de uma
movimento se “coesão doutrinária”, porém
recentemente, com o desenvolvimento do
culturalismo jurídico, as versões têm mudado,
pois se acredita que o culturalismo foi a base
teórica do pensamento da Escola do Recife.
Miguel Reale é um dos que defende tal idéia.
culturalismo jurídico
Muito embora o termo culturalismo seja quase tão
antigo como a palavra cultura, e objetive
expressar uma teoria que estuda a formação e
o processo de refinamento de uma determinada
sociedade, em decorrência de sua démarche
histórica e social, a expressão culturalismo
jurídico, pode-se dizer, apareceu pela primeira
vez no Brasil, na Escola do Recife, em
decorrência do pensamento expresso nas obras
de Tobias Barreto (1839-1889).
Continuação
É provável que, para inaugurar entre nós
essa teoria do Direito e da justiça, Tobias
Barreto tenha se inspirado na obra de
Kant, o qual, ao referir-se à cultura dizia
que “A produção, em um ser racional, da
capacidade de escolher os próprios fins
em geral e, conseqüentemente, de ser
livre, deve-se à cultura.” (01) (KANT,
1976, 83).
continuação
O Culturalismo jurídico de Tobias, representou
uma superação do jusnaturalismo de sua
época e também do positivismo jurídico.
Visto por essa ótica, tal culturalismo assumiu
a dimensão de uma teoria jurídica crítica,
pois rompeu com a compreensão meramente
normativista do Direito, ao mesmo tempo em
que se opôs também ao liberalismo jurídico-
político que era, em seu tempo, a bandeira
vigente na Europa.
Continuação
Nesse sentido, o culturalismo jurídico de Tobias
Barreto pode ser considerado a primeira teoria
jus-filosófica original produzida pelo
pensamento jurídico brasileiro.
Em função desse pensamento costuma se dizer
que, somente a partir da Escola do Recife é
que se pode falar de filosofia no Brasil, pois
em se tratando de originalidade, teria
começado a partir desse momento.
Continuação: O Direito
"E preciso bater cem vezes e cem vezes
repetir: o direito não é um filho do céu, é
simplesmente um fenômeno histórico, um
produto cultural da humanidade. Serpes
nisi comederit non fit draco, a serpente
que não devora a serpente não se faz
dragão; a força que não vence a força não
se faz direito; o direito é a força que matou
a própria força...” (BARRETO, 1878, 444)
Continuação
“Assim como o ius naturale dos romanos
não teve outra melhor missão, senão a de
ser um direito de escravos, da mesma
forma o direito natural dos modernos
nunca foi mais do que um direito dos
oprimidos, um desabafo, um pis-aller dos
precitos e mal aventurados.”
(BARRETO, 1966, 197)
Continuação
“o conjunto das condições existenciais e
evolucionais da sociedade coativamente
asseguradas.”(08) (BARRETO, 1878, 353)
A Cultura
Segundo Antonio Paim: Para o pensador
sergipano, a cultura é “a antítese da natureza,
no sentido de que ela importa uma mudança do
natural, no sentido de fazê-lo belo e bom.”
Designa-se pelo nome geral de natureza: “o
estado originário das coisas, o estado em que
elas se acham depois do seu nascimento,
enquanto uma força estranha, a força espiritual
do homem, com sua inteligência e vontade, não
influi sobre elas e não as modifica”.
Continuação
A particularidade do mundo da cultura
consiste no fato de que se subordina à
idéia de finalidade, escapando a todo
esquema que se proponha resolvê-lo em
termos de causas eficientes.
A natureza, pode ser apontada como a fonte
última de toda imoralidade e não foi
certamente inspirando-se nela que o
homem criou a cultura.
Continuação
O processo da cultura geral deve consistir precisamente
em gastar, em desbastar, por assim dizer, o homem
da natureza, adaptando-o à Sociedade.
Nessa luta por erigir algo de independente da natureza,
o homem criou a sociedade, “que é o grande aparato
da cultura humana”, e deixa-se afigurar: “sob a
imagem de uma teia intensa de relações sinérgicas e
antagônicas; é um sistema de regras, é uma rede de
normas, que não se limitam ao mundo da ação,
chegam até os domínios do pensamento”.
Continuação

Reale observa que, na obra de Silvio


Romero, o conceito de cultura deixa de
ser um problema filosófico. Ao autor da
História da Literatura Brasileira não
parece adequada nenhuma contraposição
entre natureza e cultura
culturalismo sociológico
Trata-se aqui da inflexão que Silvio Romero
realizou no culturalismo de Tobias Barreto.
Este pretendia estimular uma inquirição de
índole filosófica acerca do homem, a fim de
tomar essa análise independente dos limites
estreitos fixados pelo cientificismo.
Semelhante direcionamento conduzia
inevitavelmente à descoberta da magnitude
do problema moral, cuja especificidade era
recusada.
Continuação
O caminho empreendido por Tobias Barreto levou-o
a proclamar que, no seio da cultura, o direito é o
fio vermelho e a moral o fio de ouro, explicitando
que, ao erigi-los, os homens não se inspiram na
natureza.
Em contrapartida, Silvio Romero imaginou a
possibilidade de uma investigação da cultura
segundo pressupostos científicos. Acreditava que,
partindo dos fatos, chegar-seia a uma visão
totalizante, razão pela qual recomendava que o
método se aplicasse à cultura brasileira.
Continuação
O programa que estabelece tem a máxima
amplitude e desdobra-se desta forma: “Seria
preciso estudar acuradamente, sob múltiplos
aspectos, cada um dos povos que entraram
na formação do Brasil atual; dividir o país em
zonas; em cada zona analisar uma a uma
todas as classes da população e um a um
todos os ramos da indústria, todos os
elementos da educação, as tendências
especiais, os costumes,
Continuação
o modo de viver das famílias de diversas
categorias, condições de vizinhança, de
patronagem, de grupos, de partidos; apreciar
especialmente o viver das populações, vilas
e cidades, as condições do operariado em
cada uma delas, os recursos dos patrões, e
cem outros problemas, dos quais, nesta
parte da América, à retórica politicante dos
partidos nunca ocorreu cogitar” (O Brasil
Social, Rio de Janeiro, 1907).
Continuação

Em meio a tantas minúcias destaca a


circunstância de que a família é “a
questão das questões”, constituindo a
base de tudo na sociedade humana.
Continuação
Tal é o culturalismo sociológico, que teve o
mérito de facultar diversos estudos e
levantamentos sistemáticos sobre a cultura
brasileira, efetivados por Silvio Romero, Artur
Orlando e alguns outros. Graças a isto,
tomou-se uma das formas pelas quais se
preservou o legado da Escola do Recife, ao
lado da interpretação do direito vinculada ao
seu nome, que continuou sendo estudada
nas diversas faculdades.
Os pensadores da Escola do
Recife
O nome da ao momento não condiz muito
com a realidade do seu desenvolvimento,
pois as discussões sobre as diversas
temáticas não ocorrem dentro de uma
escola, mas foi desenvolvida através de
artigos e livros publicados sobre as
contendas.
A principal discussão se travou entre Sylvio
Romero e Tobias Barreto
Continuação
Principais personagens Outros
Sylvio Romero Graça Aranha
Tobias Barreto João Vieira
José Hygino
Artur Orlando
Karl Koseritz
Clóvis Beviláqua Aprígio Guimarães
Tito Lívio de Gastro Marcolino Franco
Fausto Cardoso Oliveira Fausto
Gumersindo Bessa Faelante da Câmara
Almachio Diniz
Prado Sampaio
Leovingildo Filgueiras
Souza Bandeira Laurindo Leão
Raimundo Teixeira Mendes

Nasceu em 05 de janeiro de 1855 na cidade de Caxias


Maranhão e faleceu em 1927.

Foi um filósofo e matemático brasileiro

Órfão de pai cresceu sobre influencia católica da mãe


estudou no Rio de Janeiro em um colégio jesuíta e
depois no colégio Pedro II onde se interessou por
matemática e filosofia positivista.

Defensor das idéias republicanas ingressou na Escola


Nacional de Engenharia vindo a concluir o curso
somente em Paris.Na capital francesa fundou o
Primeiro templo da religião da humanidade, na casa
em que morreu Clotilde Vaux, esposa e August Comte.
CORRENTE FILOSÓFICA

Teixeira Mendes aderiu ao Positivismo de Augusto Comte em sua versão


religiosa e a princípio não aceitou o Sistema de Política Positiva. Mas foi
Convencido pelo amigo Miguel Lemos da correção da obra religiosa de Comte.
Partindo daí começou uma importante carreira apostólica e política no Brasil.
Participando na defesa da abolição da escravatura e da proclamação da
República.

PRINCIPAIS OBRAS
Publicou vários livros:

A propósito da liberdade dos cultos (1888)


A política positivista e o regulamento das escolas dos exércitos (1890),
A Comemoração cívica de Benjamin Constant e a liberdade religiosa
(1892)
A liberdade espiritual e a organização do trabalho (1902)
A diplomacia e a regeneração social (1908)
TEORIAS DEFENDIDAS

O Positivismo influenciou o meio cultural mais popular do Brasil, mas


essa corrente de pensamento também se faz presente em nosso maior
símbolo Pátrio a Bandeira Nacional.

Ela é inspirada na bandeira do Império, desenhada pelo


pintor francês Jean Baptiste Debret, com a esfera azul-celeste e
a divisa positivista "Ordem e Progresso" no lugar da coroa
imperial, deve-se a Benjamim Constant que o sugeriu a
Raimundo T. Mendes. A expressão foi extraída da fórmula
máxima do Positivismo: "O amor por princípio, a ordem por
base, o progresso por fim", que se decompõe em duas divisas
usuais - Uma moral, 'Viver para outrém' altruísmo - termo criado
por Comte), ou seja, por o interesse alheio acima de seu próprio
interesse, e outra estética, 'Ordem e Progresso', ou seja, cada
coisa em seu devido lugar para a perfeita orientação ética da
vida social.
TEORIA

Adepto da teoria de Augusto Comte fundou junto com


Miguel Lemos a Sociedade e a Igreja Positivista do Brasil.
Essa Igreja tinha como finalidade formar crentes e modificar
opinião por meio de intervenções oportunas nos negócios
públicos.
Sylvio Romero

Silvio Vasconcelos da
Silveira Ramos Romero
nasceu na Vila do Lagarto,
21 de abril de 1851,
Sergipe e morreu em 18 de
junho de 1914, no Rio de
Janeiro.
Continuação
Cursou a Faculdade de Direito do
Recife,colaborou como crítico literário em
vários periódicos pernambucanos e cariocas.
Foi deputado provincial em Sergipe. Em
1879 foi para o Rio de Janeiro, onde lecionou
filosofia no Colégio Pedro II. Foi um dos
membros-fundadores da Academia Brasileira
de Letras, ocupou a cadeira de nº 17,
colocando como patrono Hipólito da Costa.
Obras
Cantos do fim do século, poesia (1878); A filosofia no Brasil, ensaio (1878); Interpretação
filosófica dos fatos históricos, tese (1880); Introdução à história da literatura brasileira
(1882); O naturalismo em literatura (1882); Últimos harpejos, poesia (1883); Estudos de
literatura contemporânea (1885); Contos populares do Brasil (1885); Estudos sobre a
poesia popular do Brasil (1888); Etnografia brasileira (1888); História da literatura
brasileira, 2 vols. (1888; 2a ed. 1902; 3a ed. 1943, organização e prefácio de Nélson
Romero, 5 vols.); A filosofia e o ensino secundário (1889); A história do Brasil ensinada
pela biografia de seus heróis, didática (1890); Parlamentarismo e presidencialismo na
República Cartas ao conselheiro Rui Barbosa (1893); Ensaios de Filosofia do Direito
(1895); Machado de Assis (1897); Novos estudos de literatura contemporânea (1898);
Ensaios de sociologia e literatura (1901); Martins Pena (1901); Parnaso sergipano, 2
vols.: 1500-1900 e 1899-1904 (1904); Evolução do lirismo brasileiro (1905); Evolução da
literatura brasileira (1905); Compêndio de história da literatura brasileira, em colaboração
com João Ribeiro (1906); Discurso recebendo Euclides da Cunha na ABL (1907);
Zeverissimações ineptas da crítica (1909); Da crítica e sua exata definição (1909);
Provocações e debates (1910); Quadro sintético da evolução dos gêneros na literatura
brasileira (1911); Minhas contradições, com prefácio de Almáquio Dinis (1914); Trechos
escolhidos, seleção e prefácio de Nelson Romero (Nossos clássicos, 25; 1959); Sílvio
Romero: teoria, crítica e história literária, com introdução de Antônio Cândido (1978).
CORRENTE FILOSÓFICA

Sílvio Romero inspirava-se num


positivismo spencerismo, (Spencer
procurou aplicar as leis da evolução
a todos os níveis da atividade
humana. Spencer é considerado o
"pai" do Darwinismo social).
Continuação

Defensor da corrente positivista


evolucionista, a primeira a se
desenvolver no Brasil, Sylvio Romero
considerava que não se podia mais
admitir a contraposição entre ciências
da natureza e ciências do homem.
Continuação

Em vários escritos seus, Sylvio Romero


deixou clara a inspiração do seu método
na sociologia de Pierre-Guillaume-
Frédéric Le Play, que consistia: na busca
da identifcação da análise dos fenômenos
sociais, as leis que garantem a paz das
sociedades.
PRINCIPAL PONTO DEFENDIDO

Grande foi a repercussão que teve, na


sociologia brasileira, a adoção do
método monográfico lepleyano e a
crítica efetivada por Sílvio Romero ao
monocausalismo em ciências sociais.
Poder-se-ia afirmar, sem exagero, que o
pensador sergipano constituiu-se no
precursor da sociologia brasileira.
Continuação
Tanto Sílvio Romero quanto Le-Play,
de outro lado, caem na tentação de
pretender encontrar, por trás dos
fenômenos, sociais ou não,
rigorosamente observados, leis
gerais que pautam a evolução das
sociedades.
Continuação
Mas, não há dúvida de que Sílvio Romero
deitou as bases da metodologia monográfica,
que utilizaria posteriormente um dos grandes
vultos do culturalismo sociológico brasileiro
deste século, Oliveira Vianna, quem, de outro
lado, abriu-se ao estudo dos valores ao
analisar, nas suas monografias sociológicas,
a problemática dos “complexos culturais”.
TEORIAS DEFENDIDAS
Embora pertencessem a universos
intelectuais diferentes, pois Le-Play era um
típico representante do conservadorismo
católico francês, ao passo que Sílvio Romero
inspirava-se num positivismo temperado pelo
spencerismo, sem que o iluminasse a
perspectiva católica, o certo é que o
sociólogo francês deitou as bases do método
monográfico que o brasileiro assumiu nas
suas pesquisas sociais.
Continuação
Entendendo o corpo social como um grande
organismo, Le-Play considerava que as leis
gerais do mesmo deveriam já estar escritas nas
suas células. Daí por que ele achava que se
deveriam primeiro analisar as idéias, costumes
e instituições da vida privada, que se
encontravam presentes, com anterioridade
ontológica, na família. Nisso consistia,
basicamente, o método monográfico.
Entendendo a filosofia à maneira
positivista, como classificação das
ciências, e a história à maneira
spenceriana, como apreensão do
processo evolutivo do espírito humano,
Romero classificou as ciências em
quatro grandes grupos:
Divisão
 a) Propedêuticas (Lógica —ou formas do
mundo subjetivo— e Matemática —ou
formas do mundo objetivo—);

 b) Naturalística (Mecânica, Física,


Astronomia ou Física Celeste, Geogenia
—Geologia, Mineralogia e Geografia—,
Química, Biologia e Psicologia);
Continuação
 c) Transição (Antropologia, Etnografia e
Lingüística) e
 d) Socialística (Indústria ou Ciências das
Indústrias ou Economia Política —, Arte e
Ciência das Artes —ou Estética—, Religião e
Ciência das Religiões —ou Crítica Religiosa,
Direito e Ciência do Direito —ou Jurisprudência
—, Política —ou Ciência da Política e da
Administração do Estado— e Moral e Ciência da
Moral —ou Ética—) [Romero, 1969:515].
O pensamento de Romero caracteriza-se
sobretudo pela aplicação de conceitos do
determinismo social, destacava-se assim, em
seu processo analítico,o valor dos fatores
naturais e sociais (clima,solo,raça), em
detrimento dos valores estéticos.
Tobias Barreto de Menezes
Vida e obra
Tobias Barreto de Meneses nasceu na vila
sergipana de Campos em 7 de junho de 1839,
falecendo em Recife em 26 de junho de 1889.
Em 1861 ingressou no seminário, desistindo de
imediato da carreira eclesiástica. Prestou
concurso para Latim e Filosofia no ginásio
pernambucano, mas não conseguiu o êxito
esperado. Leitor voraz das idéias filosóficas e
científicas de seu tempo, foi muito influenciado
por autores evolucionistas como Ernest Haeckel
(1834-1919). Apaixonado pela cultura alemã,
estudou com afinco esse idioma.
Continuação
De caráter polêmico e contestador, usou toda a
sua cultura pessoal para atacar a metafísica
tradicional no seu escrito Tomás de Aquino e
principalmente no seu panfleto anticristão
Teologia e Teodicéia não são ciências.
Bacharelou-se em Direito, tendo sido eleito
deputado provincial de Pernambuco na
legislatura de 1879 a 1880. Não conseguiu
firmar-se na política. Tobias Barreto é o patrono
da Cadeira nº. 38 da Academia Brasileira de
Letras.
Continuação
Dentre as obras de caráter filosófico
destacam-se: Ensaios de Filosofia e
Crítica (1875); Estudos alemães (1879);
Polêmicas (1901); Discursos (1887).
Existe uma edição de suas obras
completas editada pelo Instituto Nacional
do Livro (INL) no ano de 1963.
Continuação
Tobias Barreto, um dos luminares da Escola
do Recife, tentou em sua atividade
filosófica superar a dicotomia entre
espiritualismo e positivismo, inserindo um
terceiro elemento no debate filosófico: a
perspectiva culturalista dentro da
perspectiva neokantiana.
Continuação
Pensava que o criticismo kantiano não se
resumia a um ponto de vista
epistemológico, mas que também levava
em consideração uma perspectiva
transcendental, de ordenamento da ação
humana. Sob essa perspectiva a cultura
passa a ser entendida como um a priori do
homem, em sua relação com a natureza.
Continuação
As regras, as leis e as normas sociais não se
limitam a traçar a ação do homem no mundo,
mas também revelam regras, leis e normas de
seu pensamento. Todas as ações humanas são
determinadas transcendentalmente pela cultura.
Inexiste um direito natural, já que inexiste uma
moral natural, uma gramática natural ou
equivalentes. Todas essas esferas de atuação
humana são determinadas culturalmente.
Continuação
Sob tal perspectiva decorrem as seguintes
conclusões: o homem não pode ser
determinado biologicamente como querem os
positivistas, já que nossa consciência não é
fruto do meio, mas ordenadora desse mesmo
meio. O homem não é determinado
sobrenaturalmente por Deus, já que é fruto de
seu próprio esforço transcendental. Tobias
Barreto foi um dos iniciadores de um movimento
filosófico de larga escala no século XX no Brasil,
o culturalismo.

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