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PORTUGUÊS

Bom dia, o tema que nos foi escolhido foi a Corrida de Cavalos.
Em 1º lugar, queríamos referir onde na estrutura global da obra se encontra
este tópico, pertence ao cap. X.
Para contextualizar, antes de iniciarmos o trabalho com a corrida dos cavalos,
queremos dizer breviamente o que se passou antes de alcançarmos o
capitulo X; Carlos forma-se em Medicina, abre um consultório, mas tem
pouco sucesso (apesar de todo o luxo). Uma mulher desperta o seu interesse
Este deseja conhecê-la. Mais tarde, Carlos é informado que a filha daquela
mulher está doente e vai a casa dela tratar da filha e passa a conhecer Maria
Eduarda.

Desse modo o episódio das corridas às quais Carlos assiste é com o objetivo
de rever Maria Eduarda, o contacto com a alta sociedade lisboeta , o olhar
crítico de Carlos perante a sociedade e denunciar o cosmopolitismo postiço
da sociedade.

O capítulo X começa com o fim do encontro de Carlos com Gouvarinho e


revela que Carlos já se sente farto desta: “E nessa tarde, como não havia
ainda outro esconderijo, tinham abrigado os seus amores dentro daquela
tipóia de praça. Mas Carlos vinha de lá enervado, amolecido, sentindo já na
alma os primeiros bocejos da saciedade. Havia três semanas apenas que
aqueles braços perfumados de verbena se tinham atirado ao seu pescoço – e
agora, pelo passeio de S.Pedro de Alcântara, sob o ligeiros chuvisco que
batia as folhagens da alameda, ele ia pensando como se poderia
desembaraçar da sua tenacidade, do seu ardor, do seu peso…”. Página-

Para iniciar a corrida dos cavalos começamos pela:


Descrição do Hipódromo
O hipódromo está situado numa colina e é um local com condições precárias
entre as quais: a tribuna real forrada de um baetão vermelho de mesa de
repartição; as tribunas públicas com o feitio de traves mal pregadas, mal
pintadas e com fendas; o recinto da tribuna fechado por um revestimento de
madeira.
As pessoas que estavam presentes no hipódromo eram bastante
desorganizadas e não sabiam ocupar os seus próprios lugares «havia uma
fila de senhoras quase todas de escuro encostadas ao rebordo…»
Carlos vai ao hipódromo com a esperança de ver Maria Eduarda e tal não
ocorre, o que o deixa desiludido. A corrida decorre a um domingo, e acaba
por encontrar uma antiga amiga que apresenta-lhe o dono do cavalo mais
propício a ganhar. No entanto, a condessa Gouvarinho aparece e incomoda
Carlos com a sua depravação em oferecer-lhe uma noite com ele.

As corridas
1ª corrida: a do 1º prêmio dos produtos
Na primeira corrida não existiram apostas, e também não existia interesse
nenhum, todos os homens fumavam e apreciavam as mulheres que estavam
a observar a corrida. Esta corrida termina sem se saber quem a ganhou e
acaba por acontecer momentos de afronta por causa de um engano o que
origina vários insultos e pancadaria.

2ª corrida: Grande Prêmio Nacional


Nesta corrida estão inscritos 4 cavalos em que o favorito da comunidade é o
Rabino mas Carlos decide apostar em Vladimiro, um cavalo que demonstrava
ser inquieto, foco de entretenimento. Enquanto os outros espectadores
apostam contra ele e ridicularizam ,o cavalo em que Carlos apostou
conseguiu ganhar a corrida , o que lhe permite vencer a poule.

3ª Corrida: Premio de El-Rei


Esta é uma corrida onde nada de particular acontece, apenas um cavalo
atravessa a meta e só depois de ter passado muito tempo é que outro cavalo
cansado com ar de abatido, enfraquecido chega mas entretanto o outro
cavalo já tinha vencido a corrida.

4ª Corrida: Na última corrida, o interesse e a indiferença perante as corridas


era notório. Só à saída do hipódromo, sucede-se outra confusão envolvendo
violência.

Objetivo e Funcionalidade do episódio


Neste episódio, o autor critica e caricatura uma sociedade que apoia a
organização das corridas devido ao seu desejo de imitar o estrangeiro. Porém
como em Portugal não havia tal costume nem hábito de realização de tais
eventos, em vez de um grande acontecimento social, assistimos a um grande
fiasco, a mais uma manifestação do gosto pela aparência e pelo postiço,
Questões sociais Retratadas
A sociedade burguesa lisboeta queria que Lisboa estivesse dentro dos
padrões em relação às demais capitais europeias, por isso submetem-se
pelas corridas de cavalos em vez das touradas, algo característico de Lisboa.

O hipódromo (recinto onde se realizam as corridas de cavalos) mais parecia


um arraial, as pessoas não sabiam como se comportar, as senhoras traziam
vestidos de ir à missa, o buffet era horrível, e no final da primeira corrida
houve até uma cena de pancadaria.
A sociedade lisboeta encontrava-se atrasada em relação aos outros países e
faltava-lhe carácter. era uma cidade sem originalidade, convencida de que
apenas o que era de fora era chique, sem orgulho nacional, com necessidade
de copiar o estrangeiro

Desejo de Imitar o Estrangeiro


A sociedade da época achava-se chique e achava que só o que vinha do
estrangeiro é que era bom o que levava a quererem imitar países como
Inglaterra e França.
Mas afonso da maia reprova constantemente este ato “”
Na discussão entre Afonso e Damaso, Damaso retrata a mentalidade que
pretende desvalorizar as tradições portuguesas elevando as tradições do
estrangeiro. No entanto , o hipódromo não tem o requinte e a elegância
necessária “ baetão vermelho…”. O ridículo do evento emerge quando os
participantes utilizam expressões como “ high life, gentleman” para se
sentirem chiques.

Mentalidade Provinciana
Toda a alta sociedade, incluindo o rei, revelou atitudes provincianas, não só
pelo mau gosto na decoração do hipódromo, na pobre selecção da música e
da organização , mas também pelos comportamentos e pela apresentação.
Ao contrário de um ambiente festivo e elegante simultaneamente
descontraído e casual característico das corridas, as pessoas foram vestidas
de forma exagerada e mostravam-se entediadas. Ainda assim apesar de
tentarem manter uma boa imagem , o espírito portugues vem ao de cima - a
falta de educação quando há discordo e a situação evolui para atos de
violência
Visão Caricatural da sociedade Feminina
A mesma situação para as mulheres quando não usam a vestimenta
adequada tornando vergonhoso o evento e por vezes colocarem os
participantes envergonhados pela sua presença.
Também critica a falta de vontade das mulheres que nem comunicar umas
com as outras faziam só para obedecer às regras de etiqueta.

Actualidade da intenção critica


Estado do nosso ensino:
Quando Craft diz que o ensino neste país devia ser como lá fora: gratuito e
obrigatório, está a referir-se aquela época. Mas, nos dias de hoje, também
estamos atrasados nesse aspecto. Tanto nos métodos atrasados de ensino,
como na preparação no secundário e até nas universidades.
Adultério:
A Gouvarinho representa, aqui, o adultério. Podemos aplicar esta realidade
ao presente, vendo os inúmeros casos de traição que ocorrem nos nossos
dias.
O que é nacional não é bom:
Ainda nos dias de hoje, não ligamos ao que é nosso e pensamos que o que é
bom tem de vir de fora e não damos valor a muitas coisas boas no nosso
país; deixando escapar, assim, inúmeros talentos e oportunidades de nos
afirmarmos

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