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José Afonso
11ºG - Português - Cristina Parrado
Pedro Ribeiro, Carolina Vieira, Henrique Elisiário, Gonçalo Cunha, Fabio Alves
- O Largo de Belém onde umas tasca de madeira foi armada na véspera o que
demonstra a improvisação do evento, a monotonia tristeza e silêncio, pode ser
evidenciada com a pasmaceira (um trabalhador com o filho ao colo e a mulher) e o
desinteresse no evento (ninguém compra o programa das corridas nem fazem
apostas); o trintanário que fora comprar o bilhete de Craft demora pois o bilheteiro
não tem troco de uma libra, Craft aproxima-se para tentar resolver o problema e é
insultado; as pessoas, principalmente as senhoras, vestem-se com roupa de ir a
missa, inapropriados para este tipo de evento; como traços realistas temos a
descrição do calor, do colorido, dos sons e dos costumes de uma cidade estagnada.
CAROLINA
- Chegando ao Hipódromo que é situado numa colina, sob a aragem vinda do rio que
provoca uma sensação de frescura e paz; os espectadores do evento estavam
apinhados devido às precárias condições das tribunas e espaço envolvente:
A tribuna real estava forrada de uma baetão vermelho de mesa de repartição; as
tribunas públicas com o feitio de traves mal pregadas - o hipódromo parecia um
palanque de arraial - mal pintadas e com fendas; o recinto da tribuna fechado por
um tapume de madeira.
As pessoas não sabiam ocupar os seus lugares «… havia uma fila de senhoras quase
todas de escuro encostadas ao rebordo, outras espalhadas pelos degraus; e o resto
das bancadas permanecia deserto e desconsolado...»
As corridas
Os dois cavalos que estavam a correr estavam na verdade a passear num galope
sereno e os assistentes não sabem quem ganhou e, mal a corrida termina, regressam
ao silêncio, à lassidão e ao desapontamento; É nesta corrida que fica ainda mais
evidente o desinteresse pela corrida quer pela ausência de apostas quer pela atitude
dos espectadores que se viram de costas para a pista enquanto fumam e ficam a
contemplar as mulheres.
O provincialismo dos homens é evidente quando ficam parados e embasbacados a
admirar Clifford; É demonstrada também a falta de respeito para com a autoridade
do rei.
A corrida termina com uma cena de insultos e pancadaria por causa de uma burla: a
falsa civilização e requinte social é quebrado deixando emergir o provincianismo,
incultura e grosseria e a inadequação do ambiente cosmopolita das corridas à
vivência social portuguesa «Isto é um país que só suporta hortas e arraiais...»;
«Corridas, como muitas outras coisas civilizadas lá de fora, necessitam primeiro de
gente educada.»; «Do que gostamos é de vinhaça, e viola, e bordoada...».
Tudo isto demonstra a diferença entre o ser e o parecer em que se tentava parecer
civilizado sendo na verdade provinciano.
«Aquela corrida insípida, sem cavalos, sem jóqueis, com meia dúzia de pessoas a
bocejar em roda...» → «… tudo aquilo era uma intrujice...» → porque era «… um
divertimento que não estava nos hábitos do país.»
O cavalo que recebe mais atenção é «Rabino», é examinado «com o olho sério,
afetando entender» - entre estes encontra-se Carlos da Maia, este que o admira,
notando o seu peito estreito. Por esta altura já surgem apostas nos quatro cavalos
inscritos, e é «Rabino» quem é favorecido. Carlos da Maia procura divertimento, e
«... para animar mais aquele recanto da tribuna ... » decide apostar em «Vladimiro»,
o potro de peito largo e fundo que se encontra em último lugar. Com sentido toda a
gente começa a apostar contra Carlos, mas são desiludidos quando, contra todas as
expectativas, «Vladimiro» vence «Minhoto», isto permitindo que Carlos vença o
poule e que um mau perder tome conta dos restantes.
Chegando a corrida a um fim, a indiferença reinstala-se ao mesmo tempo que as
pessoas dispersam («Mas uma indiferença, um tédio lento, ia pesando outra vez,
desconsoladoramente...»), a música soava desanimada, os rapazes bocejavam com
um ar exausto e as senhoras teriam retomado a anterior imobilidade.
CUNHA Em suma, neste episódio, o narrador critica e caricatura uma sociedade que
aplaude a organização das corridas na sua ânsia de imitar o que de melhor há «lá fora»,
sobretudo em Paris, modelo de civilização. Porém, como em Portugal não havia a tradição
nem o hábito de realização de tais eventos, em vez de um grande acontecimento mundano,
assistimos a um grande fiasco, a mais uma manifestação do gosto pela aparência e pelo
postiço, em detrimento daquilo que seja autêntica e genuinamente português.
● a Monarquia, pela falta de autoridade que o Rei demonstra, pois a sua presença não
consegue impedir as várias desordens;
● a incivilização;
● a incultura;
● a grosseria;
● o desinteresse;
● o caráter mimético;
● a improvisação;
● o atraso generalizado;
● a «... massa tumultuosa (...) empurrando-se contra as escadas da tribuna real, onde
um ajudante de el-rei, reluzente de agulhetas e em cabelo, olhava
tranquilamente...»;