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Letras em dia, Português, 11.

º ano

Testes por sequência • Teste 4

Sequência 4 • Eça de Queirós, Os Maias

Grupo I
Apresenta as tuas respostas de forma bem estruturada.

Parte A
Lê o texto. Se necessário, consulta as notas.

Pedro da Maia amava! Era um amor à Romeu, vindo de repente numa troca de olhares fatal e
deslumbradora, uma dessas paixões que assaltam uma existência, a assolam como um furacão,
arrancando a vontade, a razão, os respeitos humanos e empurrando-os de roldão aos abismos.
Numa tarde, estando no Marrare1, vira parar defronte, à porta de Madame Levaillant, uma
5 caleche azul onde vinha um velho de chapéu branco, e uma senhora loira, embrulhada num xale
de Caxemira.
O velho, baixote e reforçado, de barba muito grisalha talhada por baixo do queixo, uma face
tisnada2 de antigo embarcadiço e o ar goche 3, desceu todo encostado ao trintanário4 como se um
reumatismo o tolhesse, entrou arrastando a perna o portal da modista; e ela voltando devagar a
1
0 cabeça olhou um momento o Marrare.
Sob as rosinhas que ornavam o seu chapéu preto, os cabelos loiros, de um ouro fulvo,
ondeavam de leve sobre a testa curta e clássica: os olhos maravilhosos iluminavam-na toda; a
friagem fazia-lhe mais pálida a carnação de mármore: e com o seu perfil grave de estátua, o
modelado nobre dos ombros e dos braços que o xale cingia – pareceu a Pedro nesse instante
1
5
alguma coisa de imortal e superior à Terra.
Não a conhecia. Mas um rapaz alto, macilento5, de bigodes negros, vestido de negro, que
fumava encostado à outra ombreira, numa pose de tédio – vendo o violento interesse de Pedro,
o olhar aceso e perturbado com que seguia a caleche trotando Chiado acima, veio tomar-lhe o
braço, murmurou-lhe junto à face na sua voz grossa e lenta:
2
– Queres que te diga o nome, meu Pedro? O nome, as origens, as datas e os feitos
0
principais? E pagas ao teu amigo Alencar, ao teu sequioso Alencar, uma garrafa de champanhe?
Veio o champanhe. E o Alencar, depois de passar os dedos magros pelos anéis da cabeleira
e pelas pontas do bigode, começou, todo recostado e dando um puxão aos punhos:
– Por uma dourada tarde de outono…
2
– André – gritou Pedro ao criado, martelando o mármore da mesa –, retira o champanhe!
5
O Alencar bradou, imitando o ator Epifânio:
– O quê! Sem saciar a avidez do meu lábio?…
Pois bem, o champanhe ficaria: mas o amigo Alencar, esquecendo que era o poeta das
Vozes de Aurora, explicaria aquela gente da caleche azul numa linguagem cristã e prática!…
3
– Aí vai, meu Pedro, aí vai!
0
Havia dois anos, justamente quando Pedro perdera a mamã, aquele velho, o papá Monforte,
uma manhã rompera subitamente pelas ruas e pela sociedade de Lisboa naquela mesma
caleche com essa bela filha ao seu lado. Ninguém os conhecia. Tinham alugado a Arroios um
primeiro andar no palacete dos Vargas; e a rapariga principiou a aparecer em S. Carlos, fazendo
3 uma impressão – uma impressão de causar aneurismas 6, dizia o Alencar! Quando ela
5
atravessava o

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Testes por sequência • Teste 4

salão, os ombros vergavam-se no deslumbramento de auréola 7 que vinha daquela magnífica


criatura, arrastando com um passo de deusa a sua cauda de corte, sempre decotada como em
noites de gala, e, apesar de solteira, resplandecente de joias. O papá nunca lhe dava o braço:
seguia atrás, entalado numa grande gravata branca de mordomo, parecendo mais tisnado e
4 mais embarcadiço na claridade loira que saía da filha, encolhido e quase apavorado, trazendo
0 nas mãos o óculo, o libreto, um saco de bombons, o leque e o seu próprio guarda-chuva. Mas
era no camarote, quando a luz caía sobre o seu colo ebúrneo 8 e as suas tranças de ouro, que
ela oferecia verdadeiramente a encarnação de um ideal da Renascença, um modelo de
Ticiano9…

QUEIRÓS, Eça de, 2016. Os Maias. Porto: Porto Editora (pp. 23-25)

1. Marrare: café localizado no Chiado, que, no século XIX, teve grande importância social, política e literária;
2. tisnada: enegrecida;
3. goche: forma aportuguesada da palavra francesa «gauche»; desajeitado;
4. trintanário: criado que se sentava ao lado do cocheiro nas carruagens;
5. macilento: magro e pálido;
6. aneurismas: dilatações anormais, localizadas, de artérias;
7. auréola: círculo luminoso que rodeia a imagem de Cristo, da Virgem, dos anjos e dos santos;
8. ebúrneo: semelhante ao marfim na cor e na lisura;
9. Ticiano: pintor italiano da Renascença.

1. Localiza o excerto na globalidade da obra, salientando a sua ligação ao título e/ou ao subtítulo do
romance.

2. Refere dois dos efeitos que a visão da «senhora loira» (l. 5) provoca em Pedro da Maia, tendo em
conta o primeiro parágrafo do excerto transcrito.

3. Interpreta o comportamento de Alencar, ao aperceber-se do «violento interesse de Pedro» (l. 17).

4. Explicita a impressão causada pelo «papá Monforte» (l. 31), com base no último parágrafo do texto.

Parte B

Lê o texto. Se necessário, consulta as notas.

Chegara ao fim da Rua do Alecrim quando viu o conde de Steinbroken, que se dirigia ao
Aterro, a pé, seguido da sua vitória a passo. Era a segunda vez que o diplomata fazia exercício
depois do seu desgraçado ataque de entranhas. Mas não tinha já vestígios da doença: vinha
todo rosado e loiro, muito sólido na sua sobrecasaca, e com uma bela rosa de chá na botoeira.
Declarou mesmo a Carlos que estava «más forrte». [...]
5
Depois, travando do braço a Carlos, aludiu comovido ao oferecimento de Afonso da Maia, que
pusera à sua disposição Santa Olávia, para ele se restabelecer nesses ares fortes e limpos do
Douro. Oh! esse convite tocara-o au plus profond de son coeur1. Mas, infelizmente, Santa Olávia
era longe, tão longe!… Tinha de se contentar com Sintra, donde podia vir todas as semanas,
1 uma, duas vezes, vigiar a Legação. C’était ennuyeux, mais2… A Europa estava num desses
0
momentos de crise, em que homens de Estado, diplomatas, não podiam afastar-se, gozar as
menores férias. Precisavam estar ali, na brecha, observando, informando… [...]

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Mas Carlos não escutava, nem sorria já. Do fim do Aterro aproximava-se, caminhando
depressa, uma senhora – que ele reconheceu logo, por esse andar que lhe parecia de uma
1
deusa pisando a Terra, pela cadelinha cor de prata que lhe trotava junto às saias, e por aquele
5 corpo maravilhoso onde vibrava, sob linhas ricas de mármore antigo, uma graça quente,
ondeante e nervosa. Vinha toda vestida de escuro, numa toilette de serge3 muito simples que era
como o complemento natural da sua pessoa, colando-se bem sobre ela, dando-lhe, na sua
correção, um ar casto e forte; trazia na mão um guarda-sol inglês, apertado e fino como uma
cana; e toda ela, adiantando-se assim no luminoso da tarde, tinha, naquele cais triste de cidade
2
0 antiquada, um destaque estrangeiro, como o requinte raro de civilizações superiores. Nenhum
véu, nessa tarde, lhe assombreava o rosto. Mas Carlos não pôde detalhar-lhe as feições; apenas
de entre o esplendor ebúrneo4 da carnação, sentiu o negro profundo de dois olhos que se
fixaram nos seus. Insensivelmente deu um passo para a seguir. Ao seu lado Steinbroken, sem
ver nada, estava achando Bismarck assustador. À maneira que ela se afastava, parecia-lhe
2
5 maior, mais bela: e aquela imagem falsa e literária de uma deusa marchando pela Terra prendia-
se-lhe à imaginação. Steinbroken ficara aterrado com o discurso do chanceler no Reichstag…
Sim, era bem uma deusa. Sob o chapéu, numa forma de trança enrolada, aparecia o tom do seu
cabelo castanho, quase louro à luz; a cadelinha trotava ao lado, com as orelhas direitas.
– Evidentemente – disse Carlos – Bismarck é inquietador…
3
0 QUEIRÓS, Eça de, 2016. Os Maias. Porto: Porto Editora (pp. 210-211)

1. au plus profond de son coeur: no mais fundo do seu coração;


2. C’était ennuyeux, mais: era aborrecido, mas...
3. toilette de serge: fato de sarja;
4. ebúrneo: semelhante ao marfim na cor e na lisura.

5. Estabelece uma aproximação entre os encontros narrados nos excertos de Os Maias – textos da
Parte A e da Parte B –, considerando as características das mulheres vislumbradas e respetivos
efeitos.

6. Nos excertos transcritos, é possível identificar características do estilo de Eça de Queirós.


No texto da Parte A, na descrição dos Monforte (ll. 7-15) e de Alencar (ll. 16-17), salienta-se o
______.
No texto da Parte B, exemplifica-se o recurso ao discurso indireto livre, na passagem ______.

(A) uso expressivo do adjetivo ... das linhas 3 a 5


(B) uso expressivo do adjetivo ... das linhas 8 a 12
(C) uso expressivo do advérbio ... das linhas 3 a 15
(D) uso expressivo do advérbio ... das linhas 8 a 12

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Parte C
7. Escreve uma breve exposição sobre a diversificação da intriga amorosa em Os Maias.
A tua exposição deve incluir:
– uma introdução ao tema;
– um desenvolvimento no qual compares duas das intrigas amorosas da obra, explicitando pelo
menos dois aspetos em que se assemelham ou em que contrastam;
– uma conclusão adequada ao desenvolvimento do tema.

Grupo II
Nas respostas aos itens de escolha múltipla, seleciona a opção correta.

Lê o texto. Se necessário, consulta as notas.

Ponto culminante da nossa historiografia, Portugal Contemporâneo teve um


complemento na ficção com Os Maias, a obra-prima de Eça, surgida apenas sete anos
depois. Romance, sim. Mas também um misto de ficção com reportagem detalhada da
Lisboa oitocentista e uma reflexão sobre a mediocridade das elites portuguesas, em
impiedosa caricatura do rotativismo monárquico.
5
Surgem aqui figuras-tipo da alta-roda lisboeta da época, num tempo em que o País
cabia todo «entre a Arcada [Terreiro do Paço] e São Bento», em fascinante paralelo com
os nossos dias. E encontramos expressões que podiam ter sido pronunciadas neste mês
concreto em que vivemos. «A bancarrota é tão certa, as coisas estão tão dispostas para
10
ela, que seria mesmo fácil a qualquer, em dois ou três anos, fazer falir o País», observa o
banqueiro Jacob Cohen, como quem faz uma elementar operação aritmética. [...]
Ninguém escapa ileso ao minucioso sarcasmo d’Os Maias. Nem políticos, nem
financeiros, nem aristocratas, nem jornalistas, nem escritores – um desfile de gente venal 1
15 e falhada, incapaz de libertar o País de males atávicos 2. Por incompetência, por dolo3, por
desinteresse, por manifesta impreparação. [...]
Eça, enquanto diplomata, viveu longos anos longe do País. Os Maias foram, neste
contexto, a obra de um estrangeirado – alguém capaz de mirar sem réstia de compaixão o
20 chão que o gerou. Mas com um sentimento misto de nojo e nostalgia, como revela em
carta a Ramalho Ortigão endereçada de Havana em julho de 1873: «O exílio importa a
glorificação da pátria. Estar longe é um grande telescópio para as virtudes da terra onde se
vestiu a primeira camisa. Assim eu, de Portugal, esqueci o mau – e constantemente penso
25 nas belas estradas do Minho, nas aldeolas brancas e frias – e frias! –, no bom vinho verde
que eleva a alma, nos castanheiros cheios de pássaros, que se curvam e roçam por cima
do alpendre do ferrador...»
Era já o Eça futuro, o de A Cidade e as Serras – romance póstumo, inigualável
declaração de amor ao país rural, imune à corrupção citadina – a esboçar-se nestas linhas
epistolares. Mas foi a vertente negativa que mais prevaleceu no imaginário queirosiano
[...].

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Testes por sequência • Teste 4

Tanto Portugal Contemporâneo como Os Maias surgiram num contexto de profunda


crise financeira nacional. [...]
30 O desastre financeiro acentuou as interrogações dos intelectuais em torno da
identidade nacional no século XIX, iniciado com as invasões napoleónicas e encerrado
com o humilhante ultimato britânico que desfez o sonho do «Mapa Cor de Rosa»,
interditando a expansão territorial portuguesa em África. E deixou um rasto de pessimismo
prolongado no século seguinte pelos motivos mais diversos.

CORREIA, Pedro, 2021. «Pessimismo». Ler, n.º 159, primavera 2021 (pp. 67-68)

1. venal: que se vende, que se deixa corromper ou subornar;


2. atávicos: enraizados;
3. dolo: má-fé, engano.

1. No primeiro parágrafo do texto, o autor sugere


(A) a inadequação da classificação de Os Maias como romance.
(B) o hibridismo, em termos de género, de Os Maias.
(C) o predomínio da vertente historiográfica em Os Maias.
(D) a pluralidade de temas contemplados em Os Maias.

2. A citação de Os Maias, usada no segundo parágrafo


(A) exemplifica a atualidade do romance queirosiano.
(B) confirma o carácter venal das personagens da obra.
(C) ilustra a responsabilidade política na crise financeira do final do século XIX.
(D) comprova a diferença entre o universo ficcional e a realidade portuguesa.

3. Através da metáfora do «grande telescópio» (l. 20), Eça de Queirós


(A) exalta o desenvolvimento do país-natal durante o seu período de exílio.
(B) salienta a sua perspetiva crítica face a Portugal.
(C) explora a relação entre o afastamento da pátria e a sua análise crítica.
(D) evidencia a falta de compaixão perante os males e a estagnação do seu país de origem.

4. Com o uso do travessão, na linha 17 e nas linhas 25-26, o autor


(A) destaca uma explicação e introduz uma conclusão, respetivamente.
(B) introduz uma conclusão e marca uma mudança de assunto.
(C) demarca uma conclusão e assinala uma citação, respetivamente.
(D) assinala uma explicação, em ambos os casos.

5. Todas as orações abaixo transcritas são adjetivas relativas, exceto a oração


(A) «em que vivemos» (l. 9).
(B) «que seria mesmo fácil a qualquer, em dois ou três anos, fazer falir o País» (ll. 9-10).
(C) «que o gerou» (l. 18).
(D) «onde se vestiu a primeira camisa» (ll. 20-21).

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Testes por sequência • Teste 4

6. Indica a função sintática das expressões:


a. «do rotativismo monárquico» (l. 5);
b. «de libertar o país de males atávicos» (l. 14).

7. Classifica a oração introduzida por «quem», na linha 11.

Grupo III
«Carlos espreguiçou-se, sorrindo. Depois olhou para Craft um momento, em silêncio, encolheu os
ombros, e murmurou:
– A gente, Craft, nunca sabe se o que lhe sucede é, em definitivo, bom ou mau.
– Ordinariamente1 é mau – disse o outro friamente, aproximando-se do espelho a retocar com
mais correção o nó da gravata branca.»

QUEIRÓS, Eça de, 2016. Os Maias. Porto: Porto Editora (p. 355)

1. Ordinariamente: Geralmente.

Num texto de opinião bem estruturado, com um mínimo de duzentas e um máximo de trezentas e
cinquenta palavras, defende uma perspetiva pessoal sobre os pontos de vista de Carlos e Craft, na
citação apresentada.
No teu texto:
– explicita, de forma clara e pertinente, o teu ponto de vista, fundamentando-o em dois argumentos,
cada um deles ilustrado com um exemplo significativo;
– utiliza um discurso valorativo (juízo de valor explícito ou implícito).

Observações:
1. Para efeitos de contagem, considera-se uma palavra qualquer sequência delimitada por espaços em branco, mesmo
quando esta integre elementos ligados por hífen (ex.: /dir-se-ia/). Qualquer número conta como uma única palavra,
independentemente do número de algarismos que o constituam (ex.: /2022/).
2. Um desvio dos limites de extensão indicados implica uma desvalorização parcial do texto produzido.

Cotações
Grupo Item
Cotação (em pontos)
1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 104
I
16 16 16 16 16 8 16
1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 56
II
8 8 8 8 8 8 8

III Item único 40


TOTAL 200

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Matriz do Teste 4 • Eça de Queirós, Os Maias

Estrutura e cotação Domínios Aprendizagens Essenciais

Parte A
● Interpretar obras literárias

1. 16 pontos portuguesas produzidas entre


os séculos XVII e XIX:
2. 16 pontos Os Maias, de Eça de Queirós.

3. 16 pontos
Educação
Literária
4. 16 pontos

Parte B

5. 16 pontos

6. 8 pontos
Grupo I
104 pontos Parte C
● Escre
ver
uma
expo
sição
sobr
e um
Escrita tema,
7. 16 pontos respe
itand
o as
marc
as de
géner
o.

1. 8 pontos Leitura
● Ler
Grupo II
56 pontos Gramática em
2. 8 pontos supor
tes
3. 8 pontos varia
dos
4. 8 pontos textos
de
difere
5. 8 pontos
ntes
graus
6. 8 pontos de
compl
7. 8 pontos exida
de do
géner

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Testes por sequência • Teste 4

Estrutura e cotação Domínios Aprendizagens Essenciais

o:
expo
sição
sobr
e um
tema.

● Reco
nhec
er
moda
lidad
es de
repro
duçã
o do
discu
rso.

● Siste
matiz
ar o
conh
ecime
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difere
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funç
ões
sintát
icas.

● Explic
itar o
conh
ecime
nto
gram
atical
relaci
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o
com
a
articul
ação
entre
consti
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se
entre
frase
s

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Estrutura e cotação Domínios Aprendizagens Essenciais

(fras
e
comp
lexa).

● Escre
ver
um
texto
de
opini
Grupo III ão,
Item único 40 pontos Escrita
40 pontos respe
itand
o as
marc
as de
géner
o.

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Testes por sequência • Teste 4

Sugestões de resolução do Teste 4 A, ll. 13-14; «corpo maravilhoso onde vibravam, sob linhas
ricas de mármore antigo, uma graça quente, ondeante e
Grupo I – Parte A nervosa», B, ll. 15-17). A sua presença física prova em
Pedro e Carlos a impressão de estarem perante um ser
(Questionário – itens 2. a 4. – e sugestões de resposta sobrenatural, de natureza divina: «pareceu a Pedro nesse
adaptados de Exame Final Nacional de Literatura Portuguesa,
instante alguma coisa de imortal e superior à Terra.», A, ll.
2020, 1.ª fase, IAVE, e respetivos Critérios de classificação)
14-15; «aquela imagem falsa e literária de uma deusa
1. O excerto corresponde ao momento em que, na intriga
marchando pela Terra prendera-se-lhe à imaginação. [...]
secundária recuperada através da analepse do início do
Sim, era bem uma deusa.», B, ll. 26-27. As semelhanças
romance, Pedro da Maia vê pela primeira vez Maria
entre os dois encontros (assim como com o primeiro
Monforte. Depois dos acontecimentos narrados, Pedro
encontro de Carlos e Maria Eduarda no Hotel Central)
enfrentará o pai, Afonso, para casar com Maria, que, com
adquirem um significado particular, enquanto indício do
a sua fuga posterior, determinará o destino trágico do
desfecho trágico de ambas as relações amorosas.
marido e dos filhos (Carlos e Maria Eduarda).
6. (B)
2. Tendo em conta o primeiro parágrafo do excerto
transcrito, a visão da «senhora loira» (l. 5) provoca em
Pedro da Maia o despertar, à primeira vista, de um Grupo I – Parte C
intenso e fatal sentimento amoroso («um amor à Romeu», 7. Resposta pessoal. Tópicos de resposta: as diferentes
l. 1). Desencadeia nele uma paixão avassaladora e experiências amorosas em Os Maias, de acordo com o
irresistível («uma dessas paixões que assaltam uma temperamento das personagens:
existência», ▪ Pedro da Maia e Maria Monforte – amor romântico e
l. 2), bem como uma atração violenta e irracional fatal (fuga de Maria e suicídio de Pedro);
(«arrancando a vontade, a razão», l. 3). ▪ Carlos da Maia e Maria Eduarda – amor romântico e
trágico (incesto e separação);
3. Ao aperceber-se do «violento interesse de Pedro»
▪ João da Ega e Raquel Cohen – adultério (descoberta e
(l. 17), Alencar aproxima-se, mostrando que estava atento
separação).
à reação do amigo, e espicaça a sua curiosidade,
revelando ter informações sobre a «senhora loira» (l. 5).
Grupo II
Em seguida, propõe uma contrapartida para aquilo que se
dispõe a partilhar («pagas ao teu amigo Alencar [...] uma 1. (B)
garrafa de champanhe?», l. 21). 2. (A)
4. O «papá Monforte» (l. 31) parece ter uma origem social 3. (C)
popular, o que se torna mais evidente quando está na 4. (D)
presença da filha («mais tisnado e mais embarcadiço»,
5. (B)
ll. 39-40), a quem aparenta querer valorizar, reservando
para si um papel mais discreto («O papá nunca lhe dava o 6. a. Complemento do nome.
braço: seguia atrás» – ll. 38-39). Causa a impressão de b. Complemento do adjetivo.
não se sentir confortável com a roupa que usa em
7. Oração subordinada substantiva relativa.
ocasiões que requerem alguma formalidade («entalado
numa grande gravata branca de mordomo», l. 39) e de
não se integrar no ambiente do Teatro de S. Carlos Grupo III
(«encolhido e quase apavorado», l. 40). Resposta pessoal.

Grupo I – Parte B
5. Maria Monforte e Maria Eduarda partilham
características físicas: têm cabelos claros («os cabelos
loiros, de um ouro fulvo»; «as suas tranças de ouro», A, ll.
11 e 42; «o tom do seu cabelo castanho, quase louro», B,
ll. 28-29) e tez clara («carnação de mármore», «colo
ebúrneo», A, ll. 13 e 42; «o esplendor ebúrneo da
carnação», B, ll. 22-23), destacando-se os olhos
«maravilhosos» de Maria Monforte (A, l. 12) e «o negro
profundo» do olhar de Maria Eduarda (B, l. 23). Em
ambas se destaca igualmente a elegância («perfil grave
de estátua, o modelado nobre dos ombros e dos braços»,

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