Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
ABSTRACT: The present paper intents do show the contribution of the urban regeneration
for the promotion of residential quality. The main challenges that contemporaneous society
face are discussed. Secondly, the evolution of the residential quality is analysed. Finally,
some objectives for urban regeneration processes are presented and contributes to achieve
them are put forward.
KEYWORDS: urban regeneration, residential quality
INTRODUÇÃO
As cidades fazem-se e vivem das confluências entre as dinâmicas demográficas e as
configurações morfológicas dos territórios. Para além do grau de autonomia intrínseca que
estas dinâmicas e configurações comportam e da permeabilidade que manifestam à
influência de factores económicos, demográficos, sociais e políticos, é sobretudo da sua
confluência que se prefiguram a qualidade e sustentabilidade dos territórios bem como o
bem-estar e qualidade de vida que estes territórios são susceptíveis de proporcionar.
A progressiva perda de população, envelhecimento e bipolarização social de algumas
cidades obriga a equacionar as vantagens e as ameaças que se configuram à manutenção da
sua centralidade e atractividade.
As cidades fazem-se com e de gente que têm necessidades e expectativas. Na formalização
das suas escolhas os habitantes confrontam-se com os constrangimentos e oportunidades
que os territórios lhes proporcionam. Estes constrangimentos e oportunidades apresentam-
se em vários domínios de decisão, mas uma das relações mais estruturantes na formalização
de qualquer escolha de fixação é a relação estabelecida entre o habitar, o trabalhar e o
comutar. Nos últimos anos, esta relação tem ganho tanto em flexibilidade das fronteiras
territoriais como em dinâmica e precariedade com que as pessoas se fixam aos lugares.
As cidades com as suas dinâmicas e processos de uso e ocupação dos territórios, acumulam
história, mas também ambições e inovações. Nem sempre esta coabitação entre história e
inovação é pacífica e, apesar de o poder parecer, nem sempre se rege por vagas sucessivas
do que é “novo” a sobrepor-se ao que é “velho”. As mudanças do "velho" para o "novo"
fazem-se no tempo e materializam-se nos espaços, com as vontades e as escolhas dos seus
actores, que sendo múltiplos, as vão negociando através das suas práticas e em função das
oportunidades e constrangimentos com que se confrontam.
A coexistência de espaços “antigos” e “novos” nas cidades e as constantes mudanças
exigem que se pense o território urbano numa óptica de regeneração urbana. Enquanto
espaços de diversidade as cidades regulam-se e regeneram-se em função da pluralidade de
soluções com que conseguem responder à maior pluralidade de escolhas que se vão
fazendo sentir como necessárias e urgentes, em quantidade e grau de qualidade.
Na presente comunicação discutiremos alguns aspectos estruturantes para uma abordagem
da regeneração urbana como resposta aos desafios que se colocam às sociedades urbanas
contemporâneas e aos desafios que se colocam à promoção da qualidade residencial.
Concluiremos com alguns contributos para a abordagem da regeneração urbana na resposta
a esses mesmos desafios.
Valores societais
A consolidação do paradigma ambiental na forma como se pretende pensar e viver os
espaços locais e globais com que as sociedades se confrontam, tem apresentado como
incontornáveis, na exigência de sustentabilidade dos seus modelos de desenvolvimento,
princípios como os de conciliação entre:
i) Ecologia e Coesão socio-territorial – em que o incentivo à promoção de
sustentabilidade e qualidade - quer na relação a estabelecer entre o Homem e os
contextos naturais e tecnológicos, quer na relação entre as diversas plataformas em que
esta relação se materializa (do local ao global) - apela a uma mundividência
multidimensional e integrada na sua capacidade de leitura e intervenção sobre a
complexidade;
ii) Liberdades individuais e exercício de cidadania – onde o incentivo à promoção e
liberdade de escolha retoma o sentido da solidariedade no tempo (sustentabilidade das
opções) e exige o alargamento do exercício de poderes, nomeadamente através do
“empowerment” da sociedade civil e da participação social.
Fase 2 – Adequação
A segunda fase corresponde à introdução do conceito geral
da qualidade, segundo o qual a qualidade é entendida como
a adequação entre as características do produto e as Moradores
necessidades dos seus utilizadores. De acordo com este
conceito geral, a qualidade residencial pode ser definida
como a adequação das características de uma habitação às Habitação
necessidades usuais dos seus moradores.
A aplicação deste conceito motivou alguma investigação
sobre as necessidades dos moradores e a definição de um conjunto de exigências de
concepção e construção. A investigação centrou-se na eficiência do fogo e das suas
diferentes tipologias.
O principal objectivo subjacente a esta abordagem era proporcionar, num curto período de
tempo, uma habitação de custo acessível a cada família. A solução baseava-se em
habitações mínimas e em novos edifícios.
Os fazedores da cidade
A cidade e os territórios fazem-se com a participação directa e indirecta de uma
multiplicidade de actores. Nas cidades existe normalmente um predomínio claro das
actividades dos actores privados sobre os actores públicos. Os actores privados tomam
quotidianamente decisões com influências directas e estruturantes na configuração
ecológica dos territórios. Numa lógica de regeneração urbana, a optimização dos potenciais
destes sistemas de acção colectiva configura-se não apenas como uma necessidade, mas
sobretudo como uma urgência em termos de garantias de sustentabilidade e
operacionalidade da própria acção pública.