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Note_3, 22 Apr 2023

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O pós- modernismo cultiva um conceito de tecido Urbano como algo
necessariamente fragmentado, um palimpSesto de formas passadas
superpostas umas às outras e uma colagem de usos correntes, muitos dos
quais podem ser efêmeros. o projeto Urbano pós-modernista TEM O Desejo
somente ser sensível às tradições vernáculas as histórias locais aos
desejos necessidades e fantasias particulares, gerando formas
arquitetônicas especializadas, e até altamente sob medida que podem
variar dos espaços íntimos e personalizados ao esplendor do espetáculo,
passando pela monumentalidade tradicional. Isso pode Florescer pelo
recurso a um notável atletismo de estilos arquitetônicos.
Enquanto os modernistas vêm o espaço como algo a ser moldado para
propósitos sociais e portanto, sempre subserviente a construção de um
projeto social os pós-modern ou vem como coisa independente e autônoma a
ser moldada segundo objetivos e princípios estéticos que não tem
necessariamente nenhuma relação com Algum objetivo social abrangente
salvo, consecução da intemporalidade e da beleza desinteressada como fins
em si mesmas.
É útil considerar o sentido dessa mudança por uma variedade de razões
para começar cliente construído constitui um elemento de um complexo de
experiência Urbana que há muito é Cadinho Vital para que se forjarem nova
sensibilidades culturais. Carência de uma cidade e o modo como os seus
espaços se organizam formam uma base material a partir da Qual é possível
pensar variar e realizar uma gama de possíveis Sensações e práticas
sociais .
A arquitetura e o projeto Urbano tem sido foco de um considerável debate
polêmico sobre as maneiras pelas quais os juízOS estéticos podem ou devem
ser incorporados a uma forma espacialmente fixada e com Que efeitos na
vida diária. Página 70
Para kRIER o planejamento Urbano modernista trabalha quase sempre com o
zoneamento monofuncional a pobreza simbólica da arquitetura e da paisagem
Urbana atuais é resultado expressão diretos da monotonia funcionalista
legislada pelas práticas de zoneamento funcional. A riqueza simbólica de
formas urbanas tradicionais baseadas na proximidade no diálogo da maior
variedade possível, e portanto na expressão da verdadeira variedade,
enseada pela articulação significativa e honesta de espaços públicos do
tecido Urbano e do Horizonte. Conforme KRIER os pós-modern busca uma
restauração e recreação dos valores urbanos clássicos tradicionais.
Significa quero a restauração de um tecido Urbano mais antigo e a sua
reabilitação para novos usos, cartão de novos espaços que exprimam as
visões tradicionais como todo o avanço que as tecnologias e materiais
modernos permitem.
Página os problemas políticos, e sociais enfrentados pelos países
capitalistas avançados na esteira da segunda guerra mundial eram tão
amplos quanto graves. A paz e a prosperidade internacionais tinham de ser
construídas de alguma maneira a partir de algum programa que a tendência
é as aspirações de povos que tinham dado maciçamente suas vidas e
energias numa luta geralmente descrita como luta por um mundo mais seguro
por um mundo melhor por um mundo por um futuro melhor.

Para se manter a democráticas e capitalistas as políticas do pós-guerrA


tinham de tratar de questões do Pleno emprego da social estar e das
amplas oportunidades de construção de um futuro melhor havia em toda
parte a tendência é considerada a experiência de produção e planejamento
de massa da época da guerra um meio de lançar um vasto programa de
reconstrução e reorganização.
A reconstrução, a reformulação e renovação do tecido Urbano se tornaram
ingredientes essencial desse projeto. Foi neste contexto que as ideias do
CIAM, de Le Corbusier, de Mies van der Rohe, de Frank Loyd Wright e
outros puderam ter aceitação que tiveram, menos como a forca
controladoras ideias sobre a producáo do que como quadro teórico e
justificativa para aquilo que engenheiros, políticos, construtores e
empreendedores tinham passado a fazer por pura necessidade social,
econômica e politica.

Neste sentido a Inglaterra por exemplo por meio da mão forte do Estado
tomaram medidas para eliminar habitações Miseráveis e construir casas
hospitais fábricas etc modulares através da adoção dos procedimentos de
planejamento racional e do sistema de construção industrializada que os
Arquitetos modernistas há muito tinha um propósito.

Os Estados Unidos propuseram uma reconstrução Urbana diferente a


deterioração do centro da cidades provocada pela saída de empregos e
pessoas gerou uma forte estratégia de renovação Urbana subsidiada pelo
governo através da demolição e reconstrução de centros urbanos mais
antigos a solução Americana de forma diferente, se apoiava bastante na
produção em massa no sistema de construção industrializada e numa
arrasadora concepção sobre como fazer energia um espaço urbano
racionalizado ligando, de formas individualizadas de transporte através
do uso de infraestruturas fornecidas pelo Estado.

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A cidade arrasadas pela guerra foram reconstruídas rapidamente e
populações foram abrigadas em condições muito melhores do que as do
período entre guerras. Dadas tecnologias disponíveis na época e a
evidentes Caxias de recursos algumas Soluções podem ter se revelado mais
bem sucedidas do que outras. Força geral teve razoável êxito na
reconstituição do tecido Urbano de modo a preservar o pleno emprego,
equipamentos sociais materiais atribuindo para metas de bem-estar social
e de facilitando a preservação de uma ordem social capitalista bastante
ameaçado em 1945.
Os estilos modernistas não foram hegemônicos por razões puramente
ideológicaS se queixariam. A intervenção do estado garantiu os avanços do
bem-estar. Algumas alegações ideológicas eram grandiosas transformações
radicais das paisagens sociais e físicas das cidades capitalistas muitas
vezes tinham pouca relação com elas. Para começar as terras especulativas
e o desenvolvimento de propriedade- obter aluguel pela terra e construir
com lucro rapidamente e com baixos custos - era eram forças dominantes
numa indústria do desenvolvimento e da construção que eram dos principais
setores de acumulação do Capital. Mesmo quando contido por regulamentos
de planejamento ou orientado em torno de investimentos públicos
corporativo ainda tinha muito poder. Que lugar o capital corporativo se
apropriou do estilo modernista para dar continuidade à prática da
construção de monumentos que se levavam cada vez mais no horizonte como
símbolos do Poder corporativo. São parte de uma continua história de
celebração do poder de classe supostamente sacrossando.
Parece que o pós-modernismo procura justamente descobrir maneiras de
exprimir a prática estética da diversidade. Se arquitetura após moderna
tem raízes nas mudanças tecnológicas em primeiro lugar as comunicações
contemporâneas derrubaram as fronteiras usuais do espaço do tempo,
produzindo tanto o novo internacionalismo como fortes diferenciações
internas em cidades sociedades baseadas no lugar, na função e no
interesse social.JENCKS 1984.
As formas urbanas dispersas vê centralizadas e desconcentradas são hoje
muito mais factíveis tecnologicamente do que antes as novas tecnologias
dissolver a necessidade de conjugar a produção em massa com a repetição
em massa, permitindo a produção em massa flexível de produtos quase
personalizados que exprime uma grande variedade de estilos.

HarveY - a condição pós-moderna


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A produção, estruturação e o crescimento da organização espacial são
muito problemáticos e caros, sendo prejudicados pela necessidade de
vastos e investimentos e infraestruturaS físicas que não podem ser
levadas para outro lugar e em infraestrutura sociais que sempre mudam com
lentidão.
O contínuo incentivo para os capitalistas individuais se mudarem para
locais de custos mais baixo ou mais lucrativos também é prejudicado pelos
custos da mudança.
Em consequência, cificação da concorrência e o surgimento de crises
tendem a acelerar o ritmo de reestruturação espacial por intermédio da
desvalorização seletiva e localizada de ativos. A capacidade de
influenciar a produção de espaço é importante meio de aumento do poder
social. Isso significa que quem pode afetar a distribuição espacial de
investimentos em Transportes e comunicações e infraestruturas físicas e
sociais, distribuição territorial de forças administrativas, políticas e
econômicas, pode muitas vezes obter recompensas materiais.

SOCIEDADE E ESPAÇO: A FORMAÇÃO SOCIAL


COMO TEORIA E COMO MÉTODO *
-
BOLETIM PAULISTA DE GEOGRAFIA 54; 81 100, JUNHO 1977
Milton Santos **

p.87-88 Milton Santos -

As diferenças entre lugares são o resultado do arranjo espacial dos modos de


produção particulares. O “ valor” de cada local depende de níveis qualitativos e
quantitativos dos modos de produção e da maneira como eles se combinam. Assim, a
organização local da sociedade e do espaço reproduz a ordem internacional
(SANTOS, 1974:8).
Os modos de produção tornam-se concretos sobre uma base territorial historicamente
determinada. Deste ponto de vista, as formas espaciais seriam uma linguagem dos
modos de produção. Daí,na sua determinação geográfica, serem eles seletivos,
reforçando dessa maneira a especificidade dos lugares.
Os modos de produção tornam-se concretos sobre uma base territorial historicamente
determinada. Deste ponto de vista, as formas espaciais seriam uma linguagem dos modos de
produção. Daí, na sua determinação geográfica, serem eles seletivos, reforçando dessa
maneira a especificidade dos lugares.
A localização dos homens, das atividades e das coisas no espaço explica-se tanto pelas
necessidades “ externas”, aquelas do modo de produção “ puro”, quanto pelas necessidades “
internas”, representadas essencialmente pela estrutura de todas as procuras e a estrutura
das classes, isto é, a formação social propriamente dita.
O modo de produção expressa-se pela luta e por uma interação entre o novo, que domina, e o
velho. O novo procura impor-se por toda parte, porém sem poder realizar isso completamente.
O velho é o modo de produção anterior, mais ou menos penetrado pelas formas sociais e
pelas técnicas que correspondem ao modo de produção novo, mas sempre comandado pelo
modo de produção novo. Daí chamar-se a esse modo de produção “ atual” , em plena
existência, um modo de produção puro: ele não se realiza completamente em parte
alguma. Daí, igualmente, a história espacial ser seletiva (SANTOS,1972). Antes do período
tecnológico atual, vastos segmentos de espaço puderam escapar ao domínio, direto ou
indireto, do modo de produção dominante, ou foram apenas atingidos por feixes de
determinações limitadas.
As relações entre espaço e formação social são de outra ordem, pois elas se fazem num
espaço particular e não num espaço geral, tal como para os modos de produção.
Os modos de produção escrevem a História no tempo, as formações sociais escrevem-na no
espaço.

A realização prática de um dos momentos da produção supõe um local próprio, diferente para
cada processo ou fração do processo; o local torna-se assim, a cada momento histórico,
dotado de uma significação particular. A localização num dado sítio e num dado momento das
frações da totalidade social depende tanto das necessidades concretas de realização da
formação social quanto das características próprias do sítio. O uso produtivo de um segmento
de espaço num momento é, em grande parte, função das condições existentes no
momento t-L De fato, o espaço não é uma simples tela de fundo inerte e neutra.
Cada combinação de formas espaciais e de técnicas correspondentes constitui o atributo
produtivo de um espaço, sua virtualidade e sua limitação. A função da forma espacial
depende da redistribuição, a cada momento histórico, sobre o espaço total da totalidade das
funções que uma formação social é chamada a realizar. Esta redistribuição-relocalização deve
tanto às heranças, notadamente o espaço organizado, como ao atual, ao presente,
representado pela ação do modo de produção ou de um dos seus momentos.
O movimento do espaço, isto é, sua evolução, é ao mesmo tempo um efeito e uma condição
do movimento de uma sociedade global.
Se não podem criar formas novas ou renovar as antigas, as determinações sociais têm que se
adaptar. São as formas que atribuem ao conteúdo novo provável, ainda abstrato, a
possibilidade de tornarse conteúdo novo e real.

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