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FICHAMENTO DA OBRA
SANTOS
2022
1. A produção dos novos espaços urbanos
A criação de novos espaços urbanos internacionais possuí uma premissa de
prometer aos moradores uma possível renovação da vida local, melhorando
infraestrutura e alta tecnologia. Aplicando uma arquitetura incrivelmente estética.
“Nasce uma arquitetura do espetáculo para encenar lugares públicos, uma
teatralização da vida pública.”, disse Goffman. Porém, estes espaços são
controlados pelo poder político e corporativo, transformando lugares que
possuíam, inicialmente, a premissa de integrar os cidadãos, agora se tornam
espaços semipúblicos, resultando no pagamento do público pelos serviços que
usufruem.
A intenção de criar novos lugares urbanos tem como estratégia atrair
investimentos internacionais para o local que sofre essa transformação
cinematográfica, e consequentemente para a cidade. Desconsideram o antigo
habitante e a identidade local.
Esse processo ocorre independente da geografia, ocorrendo também em
outras cidades pelo globo. A autora cita revitalizações no centro histórico do Porto
como exemplos: Pelourinho, em Salvador; São Francisco, na Califórnia; Harbor
Place, em Baltimore; South Street Seaport em Nova Iorque, Maremagnum em
Barcelona; e Puerto Madero, em Buenos Aires. São espaços degradados que
possuem um grande potencial urbano, revitalizando também o mercado
imobiliário desses locais.
Nesse tópico, a autora explica como a cidade hoje em dia tende a ser
“vendida” esquecendo do fato que ao fazer isso, a própria cidade é anunciada junto
com a sua imagem. Denominou isso de city marketing: quando a visibilidade das
obras, obtém-se um produto atrelado a ´cidade-modelo´. É um instrumento gigante
de política urbana, visto que está tudo marcado pela circulação e consumo de
novos “produtos urbanos”.
A denominada “arquitetura do espetáculo” se põe ligada a frente da noção
popular de cultura e lazer. Já na cidade-mercadoria, a cultura é uma ferramenta de
valorização do solo, movimentando essas áreas com a proposta de criar espaços
públicos, mas que de público não tem nada.
Esses equipamentos de cultura e revitalizações urbanas podem ser
denominadas por o que David Harvey chama de “empresariamento urbano”, como
por exemplo ocorreu em Barcelona, onde a vila olímpica “Nova Icária” se
transformou em um bairro seleto da cidade.
3. A inflação do Patrimônio histórico edificado