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UNIVERSIDADE SANTA CECÍLIA

RACHEL RIZZI MORENO

174888

FICHAMENTO DA OBRA

“A CIDADE ESPETÁCULO: EFEITO DA GLOBALIZAÇÃO”

DE IZABELA NAVES COELHO TEOBALTO

HISTÓRIA E TEORIA DO URBANISMO CONTEMPORÂNEO

SANTOS

2022
1. A produção dos novos espaços urbanos
A criação de novos espaços urbanos internacionais possuí uma premissa de
prometer aos moradores uma possível renovação da vida local, melhorando
infraestrutura e alta tecnologia. Aplicando uma arquitetura incrivelmente estética.
“Nasce uma arquitetura do espetáculo para encenar lugares públicos, uma
teatralização da vida pública.”, disse Goffman. Porém, estes espaços são
controlados pelo poder político e corporativo, transformando lugares que
possuíam, inicialmente, a premissa de integrar os cidadãos, agora se tornam
espaços semipúblicos, resultando no pagamento do público pelos serviços que
usufruem.
A intenção de criar novos lugares urbanos tem como estratégia atrair
investimentos internacionais para o local que sofre essa transformação
cinematográfica, e consequentemente para a cidade. Desconsideram o antigo
habitante e a identidade local.
Esse processo ocorre independente da geografia, ocorrendo também em
outras cidades pelo globo. A autora cita revitalizações no centro histórico do Porto
como exemplos: Pelourinho, em Salvador; São Francisco, na Califórnia; Harbor
Place, em Baltimore; South Street Seaport em Nova Iorque, Maremagnum em
Barcelona; e Puerto Madero, em Buenos Aires. São espaços degradados que
possuem um grande potencial urbano, revitalizando também o mercado
imobiliário desses locais.

2. A transformação das cidades-modelo em cidades-mercadoria

Nesse tópico, a autora explica como a cidade hoje em dia tende a ser
“vendida” esquecendo do fato que ao fazer isso, a própria cidade é anunciada junto
com a sua imagem. Denominou isso de city marketing: quando a visibilidade das
obras, obtém-se um produto atrelado a ´cidade-modelo´. É um instrumento gigante
de política urbana, visto que está tudo marcado pela circulação e consumo de
novos “produtos urbanos”.
A denominada “arquitetura do espetáculo” se põe ligada a frente da noção
popular de cultura e lazer. Já na cidade-mercadoria, a cultura é uma ferramenta de
valorização do solo, movimentando essas áreas com a proposta de criar espaços
públicos, mas que de público não tem nada.
Esses equipamentos de cultura e revitalizações urbanas podem ser
denominadas por o que David Harvey chama de “empresariamento urbano”, como
por exemplo ocorreu em Barcelona, onde a vila olímpica “Nova Icária” se
transformou em um bairro seleto da cidade.
3. A inflação do Patrimônio histórico edificado

A economia local de cada cidade vem sendo renovada com a revalorização


do patrimônio histórico. Porém, nem sempre essas reformas dos centros históricos
estão de acordo com as normas patrimoniais. Esse processo de maquiagem desses
centros causa um enobrecimento dessas áreas, criando novas centralidades apenas
ao adequar ao simbolismo do local.
Novas centralidades têm como premissa espaços capazes de convergir
diversos grupos sociais, reunindo novos serviços, comércio e lazer, geralmente
voltados para as classes sociais mais altas da população. Essa categoria representa
daus características: uma de mercado e uma simbólica. Apta para se adaptar ao
moderno, e ao consumo local.
As justificativas atuais para as revitalizações e planejamentos estratégicos,
tem como premissa transformar o espaço em um ambiente comercial, mas
também, para criar novas formas de ocupar o espaço e prestações de serviço. A
autora destaca que a preservação de centros e arquiteturas históricas é sempre de
grande importância para a cidade. Mas o que está em jogo seria a intenção dessas
intervenções. Se utilizam desses processos para visar apenas o lucro, ou se a
intenção é melhorar a qualidade de vida das cidades, direcionando essa melhoria
para todas as classes sociais. Destaca ainda, que as grandes obras de valor histórico
e estético não se encontram mais protegidas pela política preservacionista, mas
sim estão expostas e direcionadas aos interesses imobiliários.

4. A Uniformização das identidades locais

Os processos e projetos de urbanização das cidades usam uma linha de


raciocínio movida pelos imperativos do mercado, consequência da
concorrência das cidades. Esses fatores possibilitam que a expansão do
processo de globalização ultrapasse a esfera econômica, influenciando de
forma direta na produção do espaço e agindo diretamente da legitimação
de novas políticas urbanas. Os espaços públicos anteriormente destinados
ás trocas de sociabilidade passam à condição de representação de um
espaço artificial, desvinculado dos residentes e usuários, visto que
constituído de uma só vez, sem considerar as tradições e as identidades
locais.

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