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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS

CENTRO DE TECNOLOGIA
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

MOAB HENRIQUE GUIMARÃES CAMARA

ANÁLISE DAS MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS DA PONTE SOBRE A


LAGOA MANGUABA NO MUNINCÍPIO DE MARECHAL DEODORO - AL

MACEI
Ó 2022
MOAB HENRIQUE GUIMARÃES CAMARA

ANÁLISE DAS MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS DA PONTE SOBRE A


LAGOA MANGUABA NO MUNINCÍPIO DE MARECHAL DEODORO - AL

Plano de Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado ao colegiado do curso de Engenharia
Civil da Universidade Federal de Alagoas, como
parte dos requisitos para obtenção do título de
Bacharel em Engenharia Civil.

Orientadora: Profa. Dra. Karoline A. Melo Moraes

MACEI
Ó 2022
Folha de Assinaturas

AUTOR: MOAB HENRIQUE GUIMARÃES CAMARA

ANÁLISE DAS MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS DA PONTE SOBRE A


LAGOA MANGUABA (MASSAGUEIRA)

PLANO DE TRABALHO PARA TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

ASSINATURAS:

Moab Henrique Guimarães Camara (Autor)

Prof. ª Karoline Alves de Melo Moraes (Orientadora)


SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.................................................................................................................6

2. OBJETIVOS......................................................................................................................7

2.1. Objetivo Geral.............................................................................................................7


2.2. ObjetivoS Específicos.................................................................................................7

3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA........................................................................................7

3.1. Pontes em Concreto Armado......................................................................................7

3.1.1 Classificação das Pontes....................................................................................8

3.1.2 Forças Externas nas Pontes................................................................................9

3.1.3 Forças Móveis....................................................................................................11

3.1.4 Elementos Básicos de Uma Ponte......................................................................13

3.2 Patologias em Estruturas de Concreto Armado..........................................................16

3.2.1 Vida Útil, Durabilidade e Desempenho de Uma Estrutura................................17

3.2.2 Patologias Oriundas de Esforços Mecânicos.....................................................18

3.2.3 Patologias Oriundas de Agentes Químicos........................................................19

3.2.4 Patologias Oriundas de Agentes Biológicos......................................................21

3.2.5 Patologias Oriundas de Falhas Construtivas (causas intrínsecas) .....................21

3.3 Patologias em Pontes de Concreto Armado................................................................25

3.3.1 Um Breve Resumo sobre as Principais Patologias............................................25

4. METODOLOGIA...........................................................................................................28

4.1. Revisão Bibliográfica................................................................................................28


4.2. Caracterização do Objeto de Estudo.........................................................................28
4.3. Registro Fotográfico (Parcial) ..................................................................................29
4.4. Inspeções e Ensaios...................................................................................................29
4.4.1 Tipos de Inspeção............................................................................................29
4.4.2 Critérios de Classificação das OAE.................................................................30

5. CRONOGRAMA............................................................................................................31
REFERÊNCIAS......................................................................................................................32
6

1 INTRODUÇÃO

Atualmente, maceió é uma das cidades mais visadas para o turismo, durante todo o
período anual, tanto em baixa quanto em alta temporada. Além disso, o mercado financeiro
da cidade é dependente diretamente do modal rodoviário. Maceió é uma cidade que
historicamente está vinculada à cultura de canavieira, desde a época da colonização do Brasil.
Segundo um levantamente realizado pelo ComexStat em 2021 (referencia), outros produtos
que são comercializados na capital alagoana são: Derivados halogenados dos hidrocarbonetos,
máquinas para limpeza, açúcares de cana, beterraba, resíduos da extração do óleo de soja,
além de outros produtos não menos importantes, como os produtos da pecuária, agricultura e
derivados do petróleo. Dentro desse contexto, é possível observar a dependência direta da
conomia da cidade com o modal rodovário.
O munincípio de Marechal Deodoro, local onde se encontra a ponte estudada neste
trabalho, está localizado adjascente à Maceió, tornando-se uma das rotas de transporte para a
cidade para o transporte seja em função do turismo ou do comércio, de toda a região sul do
estado de Alagoas e demais áreas advindas. Outro ponto importante de se observar é que
Marechal Deodoro possui também um mercado próprio, onde está situada a Usina Sumaúma,
responsável pela moagem de cerca de 6.200 toneladas por dia, produzindo açúcares do Tipo
VHP, cristal e álcool anidro, hidratado e refinado. A cidade possui também o Polo Multifabril
Industrial José Aprígio Vilela, o qual conta com diversas indústrias da cadeia produtiva da
química e do plástico (CPQP) e se expande atualmente na cadeia produtiva da cerâmica
(CPC) e na área tecnológica, com produção de cabos de fibra óptica. Com isso, é possível
determinar que a ponte sobre a lagoa manguaba possui uma grande importância para o
comércio local.
As pontes e viadutos fazem parte do grupo das Obras de Arte Especiais (OAE), as
quais têm como objetivo a transposição de um obstáculo para estabelecer a continuidade de
uma via de qualquer natureza. Tais obstáculos podem ser: rios, braços de mar, vales
profundos, outras vias, etc. (MARCHETTI). Em relação aos aspectos estruturais, as pontes
podem ser subdivididas em: superestrutura, mesoestrutura e infraestrutura.
As Pontes em Concreto Armado estão sujeitas às diversas ações que ocasionam o seu
envelhecimento e deterioração, comprometendo a sua estrutura e funcionalidade. Dessa
forma, surgem as patologias, seja elas vinculadas às estruturas de concreto armado ou (se for
o caso) às estruturas metálicas. Posteriormente serão discutidos quais e como ocorrem tais
patologias, além da forma de solucioná-las. De forma geral, as patologias podem ter diversas
7

causas, podendo elas serem: agentes mecânicos, agentes químicos ou agentes biológicos.
(referência - Patologias e inspeção de pontes em concreto armado: Estudo de caso da ponte
Governador Magalhães Pinto).

2 OBJETIVOS

Os objetivos do presente trabalho possuem dois âmbitos diferentes, sendo eles gerais e
específicos.

2.1 Objetivo Geral

Realizar um estudo de caso identificando as manifestações patológicas presentes na


estrura da ponte de concreto armado e prontendido, sobre a lagoa Manguaba (ponte da
massagueira), localizada no munincípio de Marechal Deodoro, Litoral Norte de Alagoas.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

i) Identificar as manifestações patológicas sobre a Ponte da Lagoa de Roteiro,


embasando-se em fundamentação teórica sobre o assunto;
ii) Indicar as possíveis causas das manifestações patológicas existente na ponte
em estudo.

3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Para a realiazção do estudo das patologias em uma ponte de concreto armado, é


necessário primeiramente uma revisão bibliográfica sobre os principais temas envolvidos
neste assundo. A revisão bibliográfica foi-se dividida em três estapas principais: estudo das
pontes em concreto armado, estudo das patologias em construções em concreto armado e por
fim, as patologias em pontes de concreto armado.

3.1 Pontes em Concreto Armado

“Denomina-se Ponte a obra desnignada a permitir a transposição de obstáculos à


continuidade de uma via de comunicação qualquer. Os obstáculos podem ser: rios, braços de
8

mar, vales profundos, outras vias etc.”(MERCHATTI)


Como já comentado ateriormente, as pontes podem ser subdivididas em três
estruturuas principais, sendo elas: Superestrutura, Mesoestrutura e Infraestrutura.
A superestrutura é a parte da ponte destinada a vencer os obstáculos, sendo dividida
em estrutura principal e secundária. A mesoestrutura é o conjunto de elementos estruturais,
geralmente localizados na porção média da estrutura de uma ponte, que são responsáveis pela
transmissão dos esforços da superestrutura para a infraestrutura. Geralmente é composta por
pilares, aparelhos de apoio e encontros. A infraestrutura é o conjunto de elementos estruturais
que são responsáveis pela transmissão de esforço da mesoestrutura para o solo, geralmente
sendo composta por elementos de fundação como sapatas ou estacas (MARCHETTI).

3.1.1 Classificação das Pontes

Segundo MARCHETTI (2017, p.3), as pontes podem ser classificadas quanto a


diversos parâmetros, sendo eles:

I.Segundo a extensão total do vão:


 Vãos de até dois metros, são considerados como bueiros;
 Vãos entre dois e dez metros, são considerados pontilhões;
 Vãos maiores que dez metros, são consideradas pontes.

II.Segundo a durabilidade

 Pontes permanentes: São aquelas que são construídas com pretensão definitiva,
de forma a permanecer até que deixe de exercer as suas funções primordiais, segundo projeto;
 Pontes provisórias: São pontes construídas com pretensão temporária, ou seja,
sua duração possuirá um tempo limitado. Geralmente esse tipo de ponte é utilizada com
intensão de um desvio do fluxo ou como uma versão provisória até o final da execução da
ponte permanente;
 Pontes desmontáveis: São pontes construídas com as mesmas pretensões da
ponte provisória, diferindo apenas que esse tipo de ponte pode ser reaproveitada para outros
momentos.
9

III.Segundo a natureza do tráfego:

 Pontes rodoviárias – destinada ao tráfego de veículos;


 Pontes para pedestres – destinada ao tráfego de pessoas (passarela);
 Pontes aqueduto – destinada para suportar aquedutos;
 Pontes ferroviárias – destinada para o tráfego de veículos ferroviários, como
locomotivas, veículos de operações com passageiros, etc;
 Pontes canal – destinada para o tráfego de embarcações;
 Pontes aeroviárias – destinada para o tráfego de aeronaves (taxiways);
Imagem 1: Ponte aeroviária na cidade Schkeuditz.

Fonte: CASAVOGUE, 2013


 Pontes mistas – destinada para o tráfego de dois ou mais modais diferentes;

IV.Segundo o desenvolvimento planimétrico

 Pontes retas: ortogonais, esconsas;


 Pontes curvas: apresentando uma variação angular durante seu comprimento
longitudinal.

V.Segundo o desenvolvimento altimétrico (considerando o eixo da ponte em plano


vertical)

 Pontes horizontais ou em nível;


 Pontes em rampa, retilíneas ou curvilíneas.
10

VI.Segundo o sistema estrutural da superestrutura

 Pontes em viga;
 Pontes em pórtico;
 Pontes em arco;
 Pontes Pênseis;
 Pontes Atirantadas.

VII.Segundo o material da superestrutura

 Pontes de madeira;
 Pontes de alvenaria;
 Pontes de cocnreto armado;
 Pontes de concreto protendido;
 Pontes de aço.

VIII.Segundo a posição do tabuleiro

 Tabuleiro superior;
 Tabuleiro intermediário;
 Tabuleiro inferior.

IX.Segundo a mobilidade dos tramos

 Ponte em basculante de pequeno vão;


 Ponte levadiça.

X.Segundo o tipo estático da superestrutura

 Isostáticas;
 Hiperstáticas.
11

XI.Segundo o tipo construtivo da superestrutura


 In loco;
 Pré-moldada.

3.1.2 Forças Externas nas Pontes

As pontes estão sujeitas a diferentes tipos de ações externas, que são considerados,
para modelo de cálculo, como cargas permanentes. Em geral, tais cargas são consideras como
o peso específico de cada elemento fixado à estrutura, como guarda-corpos, postes,
pavimentação, vigas, pilares etc (MERCHATTI, 2008, p.21).
Os carregamentos permanentes podem ser dividos quanto à sua linha de ação, sendo
eles distribuídos ou concentrados. Para determinação dos carregamentos distribuídos, segundo
MERCHATTI (2008, p.21), é necessária a adoção de um volume relativo ao comprimento
unitário do elemento, como por exemplo o concreto armado utilizado para a formação de uma
viga. Já para o cálculo dos carregamentos devidos a cargas concentradas, o cálculo é mais
simples, necessitando apenas do peso específico do material e seu volume total.

3.1.3 Forças Móveis

As forças móveis, também conhecidas como cargas móveis, são fundamentalmente


ocasionadas devido à variações de carregamentos devido à movimentação de componentes
sobre a superestrutura da ponte, ou seja, a passagem de pessoas ou veículos, seja ele um
veículo relativamente leve (como por exemplo um carro pequeno) ou até mesmo um veículo
pesado como um bitrem de nove eixos, onde o seu peso bruto total pode chegar a 75
toneladas.

3.1.3.1 Carga Móvel Rodoviária

Segundo a NBR 7188:2013, para o cálculo da carga móvel, são considerados os


seguintes fatores:
A carga P, em quilonewtons, é a carga estática concentrada aplicada no nível
do pavimento, com valor característico e sem qualquer majoração. A carga
p, em quilonewtons por metro quadrado, é a carga uniformemente
distribuída, aplicada no nível do pavimento, com valor característico e sem
qualquer majoração. A carga concentrada Q, em quilonewtons, e a carga
distribuída q, em quilonewtons por metro quadrado, são os valores da carga
12

móvel aplicados no nível do pavimento, iguais aos valores característicos


ponderados pelos coefi cientes de impacto vertical (CIV), do número de
faixas (CNF) e de impacto adicional (CIA) abaixo defi nidos: Q =
P*CIV*CNF*CIA ; q = p*CIV*CNF*CIA.

A norma utiliza para o cálculo da carga móvel o novo padrão TB-450: “A carga móvel
rodoviária padrão TB-450 é defi nida por um veículo tipo de 450 kN, com seis rodas, P = 75
kN, três eixos de carga afastados entre si em 1,5 m, com área de ocupação de 18,0 m²,
circundada por uma carga uniformemente distribuída constante p = 5 kN/m²” (NBR 7188,
2013, p.3).
Figura 2: Disposição de cargas estáticas

Fonte: NBR 7188:2013

3.1.3.2 Carga Móvel nos Passeios

Para o dimensionamento dos passeios a NBR 7188 (2013, p.4) determina que: “Nos
passeios para pedestres das pontes e viadutos, adotar carga uniformemente distribuída de 3
kN/m² na posição mais desfavorável concomitante com a carga móvel rodoviária, para verifi
cações e dimensionamentos dos diversos elementos estruturais, assim como para verifi cações
globais”. Além disso, o elemento estrutural principal do passeio é dimensionado para
sustentar cargas de até 5KN/m².

3.1.3.3 Forças Horizontais


13

Segundo a NBR 7188 (2013, p. 6) as forças horizontais possuem diversos tipos de


origens, sendo eles:
i) Frenagem e aceleração: São forças que surgem a partir da necessidade do condutor do
veículo de regular a velocidade em função do que está ocorrendo no tabuleiro. Para
fins de projeto, o cálculo dessa parcela é realizado pensando na situação mais
desfavorável e adotando também um coedificente do número de faixas, possibilitando
a redução de margens de erro de cálculo.
ii) Força Centrífuga: “Toda vez que um corpo descreve uma curva, sua velocidade
vetorial varia em direção. Para que isso ocorra, pelo princípio fundamental da
dinâmica, as forças que atuam no corpo devem garantir a aceleração centrípeta”
(RAMALHO, 2007, p. 255). Dessa forma, pode-se entender que, quando um carro
entra em uma trajetória circular horizontal, haverá uma força horizontal resultante
sobre a pista durante o movimento.
iii) Ações Exponenciais: “As ações excepcionais (colisões) sobre os diversos elementos
estruturais e sobre a obra, de uma forma global, exigem verifi cações somente no
estado-limite último e de estabilidade global de forma isolada” (NBR 7188, 2013, p.
6). As principais forças excepcionais citadas pela norma são: colisão em pilares;
colisão ao nível do tabuleiro; meio fio; dispositivo de contenção, dispositivo de
contenção tipo cortina e guarda-Corpo

3.1.3.4 Ações do Vento

A força do vento sobre a estrutura proporciona uma ação transversal. Para fins de
cálculo, segundo a NBR 6123 (1998): “o vento atua sobre determinada estrutura através de
uma velocidade característica, calculada por meio da velocidade básica do vento, de um fator
topográfico, de um fator estatístico e de um fator que abrange a rugosidade do terreno,
dimensões da edificação e altura sobre o terreno.”

3.1.4 Elementos Básicos de Uma Ponte

As pontes, como já comentado anteriormente, são subdividas quanto suas funções em


três tipos: Superestrutura, Mesoestrutura e Infraestrutura. Neste tópico, haverá o
desmembramento de cada elemento em cada tipo estrutural. No exemplo a seguir da imagem
3, trata-se de uma ponte em vigas de aço, pilares de cocnreto armado e protendido, de tráfego
14

rodoviário com tabuleiro superior.


Imagem 3: Esquema ilustrativo da composição de uma ponte.

Fonte: El Debs e Takeya (2009)

3.1.4.1 Elementos da Superestrutura

Como visto anteriormente, no tópico 3.1.1, as pontes quanto ao seu sistema estrutural
da superestrutura, podem ser classificadas como: em viga, em pórtico, em arco, pênseis ou
atirantadas. Neste tópico, será explorado o modelo estrutural das pontes em vigas. “As pontes
em viga constituem sistemas estruturais compostas por vigas longarinas com ou sem
transversinas servindo como suporte para lajes que irão receber os carregamentos
diretamente”
Sendo assim, pode-se citar os elementos principais da superestrutura:
i) Estrado: É a parte da estrutura que serve de apoio imediato aos elementos com função
viária.
ii) Elementos Estruturais: Laje do tabuleiro de rodagem e Vigamento;
iii) Elementos Utilitários: Pista de rolamento, passeios, barreiras de proteção, guarda-
corpo, juntas, dispositivos de drenagem, dispositivos de iluminação, tubulações para
utilidade pública, placas de transição, etc.
15

Imagem 4: Seção transversal da superestrutura de uma ponte.

Fonte: DNIT, 2004.

3.1.4.2 Elementos da Mesoestrutura

A mesoestrutura é a parte estrutural da ponte que possui a função de transmissão das


cargas da superestrutura para infraestrutura (fundações). Os principais elementos da
mesoestrutura são, segundo (referência) são:
i) Encontros: Os encontros possuem a função de realizar a transição entre uma OAE e a
rodovia de ligamento, os quais possuem função de contenção e estabilização dos
aterros de acesso.
Imagem 5: Encontro típico em pontes.

Fonte: Adaptada de El Debs e Takeya (2009).


ii) Cortinas: As cortinas possuem a finalidade de retenção parcial do aterro de acesso,
além de proporcionar um enrijecimento transversal.
iii) Alas: As alas são elementos laminárias que atuam juntamente com as cortinas,
16

proporcionando uma contenção lateral dos aterros de acesso.


iv) Proteção dos taludes: A proteção dos taludes são previstas em projeto e devem ter no
mínimo três vezes a altura do aterro de acesso.
v) Pilares: Os pilares são os elementos da ponte que possuem a função de transmitir os
carregamentos verticais para a infraestrutura.
vi) Aparelhos de Apoio: Os aparelhos de são dispositivos introduzidos entre a
superestrutura e a mesoestrutura que fazem a transição entre eles. Tais aparelhos são
aplicados nas ligações entre a superestrutura e os pilares, ou elementos de fundação.
Em geral, não apresentam restrições cinemáticas em todos os sentidos.

3.1.4.3 Elementos da Infraestrutura

Pfeil (1979) comenta sobre a função e a composição da infraestrutura básica de uma


ponte:
A infraestrutura ou fundação é a parte da ponte constituída por elementos
que se apoiam no terreno de implantação (rocha ou solo), recebendo as
cargas ou os esforços da mesoestrutura e transmitindo-os para o terreno.
Constituem a infraestrutura os blocos, sapatas, estacas, tubulões, etc., bem
como outros elementos de ligação entre si ou entre estes e a mesoestrutura,
como os blocos de cabeça de estacas e as vigas de enrijecimento de blocos.

3.2 Patologias em Estruturas de Concreto Armado

Patologia é um ramo da ciência advindo da medicina, que estuda alterações


morfológicas e fisiológicas dos estados de saúde. Quando dentro do contexto da construção
civil, é o estudo das diversas formas de apresentação de disfuncionalidades de uma parte de
uma estrutura. As manifestações patológicas surgem por diversos fatores, podendo serem
originadas por erros de projeto, erros de execução de um projeto, escolhas indevidas de algum
tipo de material para um certo procedimento, exposições à agentes químicos, físicos, etc.
Dentro deste tópico, serão apresentados as principais manifestações patológicas, desde suas
causas às suas soluçoes.
Em geral, as patologias afetam três propriedades em uma estrutura, que são a vida útil,
a durabilidade e o desempenho. Além de danos estéticos para o sistema estrutural em questão,
os principais efeitos da patologia em um sistema estrutural é o comprometimento capacidade
17

de resistência, podendo ocasionar, em estruturas com altos indices de patologia, o colapso


parcial ou total.

3.2.1 Vida Útil, Durabilidade e Desempenho de Uma Estrutura

A vida útil de uma estrutura em cocnreto armado é o período ao qual tal estrutura
continuia apresentado suas propriedades físicas e químicas dentro de das delimitações
mínimas paa atenderem sua função estrutural (NBR ABNT 6118, 2004, p. 15). Juntamente
com esse conceito, Sichieri et al. (2004, p. 4) comenta que “um material atingiu o fim da sua
vida útil quando as suas propriedades, sob dadas condições de uso, deterioram a um tal ponto
que a continuação de uso desse material é considerado como insegura ou antieconômica”.
A durabilidade da estrutura está diretamente ligada à vida útil e requer uma
cooperação dos envolvidos nas etapas de projeto, construção e utilização, além de inspeções e
manutenções futuras.
O desempenho de uma estrutura está diretamente ligado à ela atender seus parâmetros
de resistência de projeto. Tal estrutura, com o passar do tempo e com a influência dos agentes
externos que causam seu deterioramente, está sujeita ao processo de perda de desempenho. A
NBR 15575-1 (2010, p. 39) mostra um gráfico como exemplo para o caso e uma estrutura de
um edifício habitacional de até cinco pavimentos:
Imagem 6: Vida útil de projetos versus manutenções em uma estrutura habitacional de concreto
armado de até cinco pavimentos.

Fonte: ABNT NBR 15575-1, 2010, p. 39


Souza e Ripper (1998), também comenta comenta sobre a perda de desempenho de
18

uma estrutura:
Cada material ou componente reage de uma forma particular aos agentes de
deterioração a que é submetido, sendo a forma de deterioração e a sua
velocidade função da natureza do material ou componente e das condições
de exposição aos agentes de deterioração. A análise da deterioração
possibilita o julgamento de um produto (estrutura ou material), podendo-se
admitir que seja considerado satisfatório quando ficar caracterizada uma
relação positiva entre seu custo inicial, sua curva característica de
deterioração, sua vida útil e seu custo de reposição ou recuperação.

3.2.2 Patologias Oriundas de Esforços Mecânicos

As principais patologias causadas por esforços mecânicos são as fissurações, sejam


elas por esforços de flexão, esmagamento, flexocompressão, cisalhamento, torção, tração ou
choques por veículos.
Os diversos tipos de fissuras apresentam-se de acordo com a natureza do esforço
solicitante gerador. As fissuras ocasionadas por flexão surgem geralmente de locais de
maiores solicitações, ou seja, no meio do vão ou no apoio (figuta 6). As fissuras ocasionadas
pela força cortante são fissuras paralelas à direção vertical do elemento em questão (figura 7).
As fissuras ocasionadas por cisalhamento ocorrem nos apoios e apresentam-se diagonalmente
à face da estrutura, próximas ao apoio (figura 8). As fissuras ocasionadas por torção abrangem
toda a face do elemento (figura 9). Segue exemplos ilustrativos:

Figura 7: Exemplo de fissurações ocasionados por flexão de momentos negativos e positivos,


respectivamente.

Fonte: ENGEVISTA, V. 21, n.2, p.288-302, Maio 2019.

Figura 8: Exemplo de fissurações ocasionadas por esmagamento, com ou sem confinamento,


respectivamente.
19

Fonte: ENGEVISTA, V. 21, n.2, p.288-302, Maio 2019.

Figura 9: Exemplo de fissurações ocasionadas por cisalhamento.

Fonte: ENGEVISTA, V. 21, n.2, p.288-302, Maio 2019.

Figura 10: Exemlo de fissurações ocasionadas por torção.

Fonte: ENGEVISTA, V. 21, n.2, p.288-302, Maio 2019.

3.2.3 Patologias Oriundas de Agentes Químicos

As patologias provindas de agentes químicos em estruturas de concreto armado são


geralmente ocasionadas por reações na superfície do concreto, como ataques de sulfatos e
cloretos, carbonatação, corrosão e lixiviação.

3.2.3.1 Ataques de Sulfatos

Os sulfatos, quando em contato com a pasta hidratada de cimento, ocasionam uma


reaçaõ de expansão, proporcionando uma desintegração do mesmo. Os principais sulfatos que
20

causam essas reações são os sulfatos de sódio, de cálcio e de magnésio.

3.2.3.2 Carbonatação

A carbonatação consiste na diminuição da alcalinidade do cimento, em


função da reação do hidróxido de cálcio com compostos do meio,
produzindo principalmente sais de cálcio. Esse processo se mostra altamente
prejudicial às estruturas de concreto, pois determina uma fragilidade no
cimento e também expõe as armaduras ao contato com o meio. (MENDES et
al, 2010, p. 8)
O concreto, por ser um material com uma certa porosidade, proporciona a entrada de gases
presentes na atmosfera em sua estrutura, como o anidro carbônico e o gás carbônico. Esses
gasestendem a comibarem-se com as bases do cimento hidratado, reduzindo o PH e proporcionando
um início da corrosão das armaduras. Esse fenômeno inicia-se na superfície do cocnreto e tende a
penetrar a estrutura.

3.2.3.3 Corrosão

A corrosão está ligada à fissurações que eventualmente podem surgir na superfície de


uma estrutura de concreto armado. A NBR 6118 (2004) comenta sobre o risco da corrosão
devido às fissurações: “O risco e a evolução da corrosão do aço na região das fissuras de
flexão transversais à armadura principal dependem essencialmente da qualidade e da
espessura do concreto de cobrimento da armadura.” A corrosão pode ocorrer tanto no
concreto quanto em sua armadura.

3.2.3.3.1 Corrosão do Concreto

As reaçõs que causam corrosão no concreto são de natureza apenas química, podendo
ser originadas pelos processos de lixiviação, reação iônica ou por expansão.
A Lixiviação é o processo de dissolução e arrasto do hidróxido de cálcio e outros
compostos hidratados, com a formação de estalactites e estalagmites na superfície do
concreto. É imporntante enteder que o hidróxido de cálcio presente no concreto possui a
função de promover a propriedade de coesão no concreto, dessa forma, como o arrasto dessas
partículas, a coesão da superfície atacada está comprometida.
Substâncias iônicas como os íons de magnésio, amônio, cloro e nitrato são os
21

principais tipos de íons que atacam o cocnreto, devido à reações químicas com as substâncias
presentes no cimento.
Por último, como já comentado no tópico 3.2.3.1, as reações devido aos ataques de
sulfatos promovem também o ataque a estrutura do concreto, devido as reações dos sulfatos
com os compostos do cimento.

3.2.3.3.2 Corrosão do Aço da Armadura do Concreto

A corrosão das armaduras ocorrem quando há o acesso do meio externo ao interior da


estrutura. Em geral, a principal forma de corrosão das armaduras dá-se devido a existência de
fissuras na superfície do concreto, que tendem a aprofundar-se e alcançar a armadura. Para
minimização das possibilidades de corrosão da estrutura, alguns pontos devem ser levados em
consideração: smbientes agressivos, porosidade elevada, alta capilaridade, deficiência no
cobrimento, materiais de construção com problemas e fissuração acentuada.
Além disso, é importante uma atenção especial quanto à corrosão em estruturas de
concreto protendido, uma vez que a norma NBR 6118 (2003) ressalta: “Nas estruturas com
armaduras ativas (concreto protendido) existem também, com menor probabilidade, a
possibilidade de aparecimento de fissuras. Nesse caso as fissuras podem ser mais nocivas,
pois existe a possibilidade de corrosão sob tensão das armaduras.

3.2.4 Patologias Oriundas de Agentes Biológicos

Os principais agentes biológicos que causam patologias nas estruturas de concreto são
os ataques químicos de ácidos, devido ao crescimento de raízes ou de algas que se surgem nas
fissuras, além da ação de fungos ou sulfatos provenientes em locais com ausência sistema de
esgotamento sanitário.

3.2.5 Patologias Oriundas de Falhas Construtivas (causas intrínsecas)

Como comenta Souza e Ripper (1998):


Classificam-se como causas intrínsecasaos processos de deterioração das
estruturas de concreto as que são inerentes às próprias estruturas (entendidas
estas como elementos físicos), ou seja, todas as que têm sua origem nos
materiais e peças estruturais durante as fases de execução e/ou de utilização
22

das obras, por falhas humanas, por questões próprias ao material concreto e
por ações externas, acidentes inclusive.
Figura 11: Causas intrínsecas das manifestações patológicas.

Fonte: SOUZA e RIPPER, 1998

3.2.5.1 Deficiência de Concretagem

A concretagem é uma das etapas mais conhecidas de uma obra e nela, podem surgir
diversos tipos de patologias, quando os procedimentos são executados indevidamente. Dessa
forma, os principais tipos de patologias que surgem devido a falhas na concretagem estão
relacionadas à:
 Falhas no transporte: A concretagem deve ser planejada com antecedência, para
reduzir os riscos de haver atrasos. O concreto, após sair da usiana, se não houver
cuidado com o tempo, irá iniciar o processo de pega, reduzindo a trabalhabilidade.
23

Além disso, se houver grandes intervalos entre o preenchimento das camadas de


concreto, pode ocasionar o surgimento de juntas de concretagem não previstas em
projeto.
 Lançamento: Quando não realizado de maneira adequada pode ocasionar o surgimento
de diversas patologias, como por exemplo o deslocamento de armaduras,
deslocamento de chumbadores embutidos na peça, exsudação quando lançado em
plano inclinado, que por sua vez ocasionará a segregação entre o agregado graúdo e a
nata de cimento ou argamassa.
 Adensamento: Se não houver um adensamento adequado, a peça de concreto pode
apresentar vazios na massa, como os ninhos ou cavidades, além de irregularidades na
superfície, os quais podem proporcionar uma maior facilidade de penetração dos
agentes agressivos.

3.2.5.2 Inadequação de Escoramentos e Fôrmas

A falta de limpeza (ou limpeza inadequada) de uma fôrma, má aplicação (ou ausência)
de desmoldantes, insuficiências de estanqueidade das fôrmas, retirada prematura de fôrma
e/ou escoramento são possíveis potenciais de causa de patologias. Um projeto de uma
estrutura de concreto armado possui sempre as instruções de como deve-se proceder em cada
situação, sendo assim, cabe ao engenheiro responsável pelos procedimentos, instruir de
maneira adequada sua equipe para mitigar os riscos dessas ocorrências.

3.2.5.3 Deficiência nas Aramaduras

As armaduras, como já visto anteriormente possuem um papel fundamental no


desempenho da estrutura, e certos cuidados devem ser lavados em consideração para reduzir
as chances de erros durante a montagem das armaduras da peça estrutural. Segundo Souza e
Ripper (1998), existe uma elevada frequência de erros na instalação adequada da armadura.
Souza e Ripper comenta também os principais tipos de deficiência que podem ocorrer
durante a montagem das armaduras de uma peça estrutural:
i) Má interpretação dos elementos de projeto, podendo haver o posicionamento
inadequado da armadura;
ii) Insuficiência de armaduras, podendo ocasionar uma redução da resistência da
peça estrutural;
24

iii) Mal posicionamento das armaduras, esse tipo de erro em uma peça em balanço
pode ser crítico;
iv) Cobrimento de concreto insuficiente, facilitando o processo de deterioração da
peça.
v) Dobramento das barras sem atendimento aos dispositivos regulamentares;
vi) Deficiência nos sistemas de ancoragem, propiciando o estado de sobretensão;
vii) Deficiência no sistema de emendas;
viii)Má utilização de anticorrosivos nas barras da armadura, reduzindo a aderência
das barras ao concreto.

3.2.5.4 Utilização indevida de Materiais de Construção

A utilização indevida de materiais de construção, segundo Souza e Ripper (1998), é


também um problema que ocorre com mais frequência do que pode-se pensar. Projetos de
estruturas da engenharia são realizados com dimensionamentos em função das cargas
solicitantes da estrutura. O principal elemento utilizado na construção civil é o concreto,
Souza e Ripper (1998) comenta também sobre as tentativas da utilização de materiais que não
são adequados, seja por incompetência ou dolo do responsável. Tais escolhas são visadas para
uma maior margem de economia indevida, porém, em alguns casos essa ação pode ser
considerada um crime, uma vez que caso o material não possua as características necessárias
de projeto, pode ocasionar o desmoronamente e comprometer a vida das pessoas ocupantes.
Alguns exemplos que podem cer citados sobre a utlização indevida de materiais de
construção são:
i) Utilização de concreto com fck inferior ao especificado em projeto;
ii) Utilização de aço com características diferentes da especificada em projeto;
iii) Assentamento das fundações em camadas de solo com capacidade de
resistência inferior à requerida;
iv) Utilização de agregados reativos;
v) Utilização inadequada de aditivos;
vi) Dosagem inadequada do concreto.

3.2.5.5 Controle de Qualidade

O controle de qualidade é uma ramo não só da engenharia, mas de outras áreas


25

também, que tem como seu princípio a realização de atividades de acordo com procedimentos
normativos, a fim de reduzir o máximo possível da possibilidade de ocorrência de erro
humano. É importante comentar, que todos os tópicos anteriores, referentes às patologias
devido erros de construção poderiam ser mitigados a partir de um sistema de controle de
qualidade eficiente.

3.3 Patologias em Pontes de Concreto Armado

Em geral, as patologias que ocorrem nas pontes de concreto armado são das mesmas
natureza das patologias em estruturas de concreto armado. Neste tópico, serão explicitadas as
patologias individuais de pontes em concreto armado.

3.3.1 Um Breve Resumo sobre as Principais Patologias

Souza e Ripper (1998) comenta que a maiora das normas técnicas para estruturas de
cocnreto armado, são elaboradas visando apenas os atendimentos quanto às resistências,
porém, em função da localização de tal estrutura, elas estão sujeitas a ataques devido ações do
ambiente ao qual as mesmas estão envolvidas. Em geral, as patologias surgentes nas pontes de
concreto armado e prontendido, como comentado no tópico anterior, são da mesma natureza
que estruturas de concreto armado em geral. Sendo as principais:
i) Fissuras;
ii) Lixiviação;
iii) Carbonatação;
iv) Reações iônicas;
v) Reações expansivas (ataques de sulfatos);
vi) Corrosão das armaduras;
vii) Reações álcali-agregados ou álcali-dolomita;
viii) Desagregação;
ix) Disgregação;
x) Danos referentes à utilização;
xi) Falhas construtivas.
Além dessas patologias, existe também as ocorrências de patologias nos elementos
específicos de pontes, como:
i) Patologias nos aparelhos de apoio;
26

ii) Patologias nos elementos de contenção;


iii) Patologias no pavimento;
iv) Patologias devido ao mal funcionamento da drenagem;

4 METODOLOGIA

A metodologia do presente trabalho está subdvidida em 5 partes, sendo elas:

4.1 Revisão Bibliográfica

Para poder realizar os estudos necessários, foi-se primeira realizada a revisão


bibliográfica sobre os temas necessários.
Primeiramente, estudou-se os aspectos gerais das pontes, como suas classificações em
função de diversos parâmetros, os tipos de ações ao quais tais estruturas estão sujeitas e por
fim, os elementos constituintes do sistema. Após isso, foi realizado o estudo sobre patologias
em estruturas de concreto armado e seus impactos na estrutura, além do estudo de todas as
possíveis manifestações que podem estar presentes em uma estrutura de concreto armado. Por
fim, com o conhecimento dos temas gerais, foi-se estudado mais profundamente quais os tipos
de patologias potenciais para o caso específico de uma ponte em vigas de concreto armado e
prontendido.

4.2 Caracterização do Objeto de Estudo

O objeto de estudo trata-se do estudo de manifestações patológicas na Ponte sobre a lagoa


Manguaba, localizada no munincípio de Marechal Deodoro. Trata-se de uma ponte em vigas
longarinas de concreto armado e protendido, com tráfego de veículos e de pedestres (misto).
A superestrutura desta ponte é composta por seis vigas longarinas de concreto armado e
prontendido em perfil “T”, transversinas intermediárias para redução de deformações no
tabuleiro, passei para pedestres, pista de rodagem, juntas, postes, guarda roda, guarda corpo e
dispositivos de drenagem.
Sob a superestrutura, encontra-se a mesoestrutura, composta primeiramente por
transversinas em cada lado da ponte que agrupam três das vigas do seu sistema primário, para
possibilitar uma melhor distribuição das cargas sobre dois pilares de concreto armado e
protendido com perfil circular. Durante todo o vão, esse sistema da mesoestrutura se repete
27

por quatro vezes, totalizando assim, oito sistemas tipo H. Além desse sistema estrutural, a
mesoestrutura é composta também por aparelhos de apoio e pelos encontros nas extremidades,
com duas estacas tipo tubulão apoiadas sob uma viga transversal, uma cortina, dois muros de
ala e uma laje de aproximação.
Por fim, a infraestrutura da ponte é composta por um bloco de coroamento, responsável
pela distribuição das cargas verticais resultantes do grupamento dos dois pilares da
mesoestrutura para quatro estacas de concreto armado tipo tubulão. (necessário dados de
projeto para complementar)
Imagem 12: Sistema estrutural da ponte sobre a lagoa Manguaba.

Fonte: Autor, 2022

4.3 Registro Fotográfico (Parcial)

Alguns registros fotográficos foram realizados de forma a avaliar a possibilidade do


estudo das patologias existentes nessa ponte, porém, um registro fotográfico mais detalhado e
de melhor resolução ainda será realizado para a versão final deste trabalho. Segue os registros:
Imagem 7: Estaca tubulão do encontro, com indícios de exposição de armadura.
28

Fonte: Autor, 2022

Imagem 13: Passeio e viga longarina, com indícios de fissuração, exposição de armadura e presença
de limo.

Fonte: Autor, 2022

Imagem 14: Tubulões com indício de carbonatação com corrosão da armadura.

Fonte: Autor, 2022


29

Imagem 15: Contenção lateral com indício de despencamento.

Fonte: Autor, 2022


Imagem 16: Contenções secundárias rompidas.

Fonte: Autor, 2022

4.4 Inspeções e Ensaios

As inspeções a serem realizadas serão conforme a norma NBR 9452 (2016). Tal norma
delcara quais os tipos de inspeções e os procedimentos que devem ser realizados.

4.4.1 Tipos de Inspeção

Segundo a NBR 9452 (2016), os tipos de inspeções necessários são:


i) Cadastral: Sendo a primeira inspeção realizada, a qual deve ser realizada
imediatamente após a conclusão da construção;
ii) Rotineira: As inspeções rotineiras são inspeções que devem ser realizadas em
30

preazos de até um ano, verificando a evolução de anomalias já observadas em


inspeções anteriores.
iii) Especial: Com uma periodicidade entre cinco a oito anos (caso haja a
posisbilidade de postergar), essa inspeção é responsável por uma análise mais
aprofundada do que as anteriores, com mapeamentos gráficos e quantitativos de
anomalias.
iv) Extraordinária: As inspeções extraordinárias, são realizadas devido a demandas
não programadas. As causas dessas inspeões são em geral, devido a necessidades
de avaliar com mais critério um elemento o qual já foi notificado em inspeções
anteriores. Outras causas para sua ocorreência podem ser também ocorrências de
impactos de veículos ou de eventos da natureza, como sismos, vendavais, etc.

4.4.2 Critérios de Classificação das OAE

“As OAE devem ser classificadas segundo os parâmetros estrutural, funcional e de


durabilidade e a gravidade dos problemas detectados, respeitando as Normas Brasileiras
aplicáveis em cada caso” (NBR 9452, 2016). Os parâmetros estruturais giram em torno do
princípio básico da estrutura atender de forma adequada suas funções de resistência, levando
em conta sua estabilidade e capacidade portante, sob os critérios de estaddos limites últimos e
estados limites de utilização, presentes na NBR 6118. Os parâmetros funcionais, como o
próprio nome sugere, são referentes ao atendimento ou não das funções às quais a estrutura
foi projetada. Por último, os parâmetros de durabilidade estão diretamente associaso à vida
útil de tal estrutura.

4.5 Análise das Manifestações Patológicas

As principais manifestações patológicas presentes na ponte, obtidas através de uma


análise parcial são:
i) Presença de plantas na estrutura de uma das vigas longarinas, o que pode inicar
o processo de biodegradação;
ii) Estruturas de conteções secundárias rompidas;
iii) Presença de lixiviações;
iv) Exposição de armaduras, potencializando a corrosão;
v) Carbonatação nas regiõs dos tubulões que sofrem oscilação de maré;
31

vi) Fissuração em uma das vigas longarinas da estrutura;


vii) Exposição da armadura em um dos tubulões do encontro;
viii) Carbonatação nas vigas transversinas responsáveis por transmitir as
cargas da superestrutura.

5 CRONOGRAMA

TABELA 1: Cronograma previsto dos principais procedimentos.


2022
Etapas Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez. Jan. Fev.
1 x
2  x x x  x x  x  x
3  x
4 x
5  x
6 x
7 x
8 x x
9 x x
10 x
11 x
12 x
13 x
Fonte: Autor, 2022
Onde:
1 – Definição do Tema;
2 – Revisão Bibliográfica;
3 – Entrega do Plano de Trabalho;
4 – Defesa do Plano de Trabalho;
5 – Entrevista com a Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito;
6 – Registro fotográfico completo;
7 – Definição dos Pontos de Inspeção e Ensaios;
8 – Realização das Inspeções e dos Ensaios
9 – Interpretação e análise dos resultados;
10 – Entrega do Relatório Parcial;
11 – Entrega da Monografia;
12 – Defesa da Monografia;
13 – Entrega da versão final da Monografia.
32

REFERÊNCIAS

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https://pt.wikipedia.org/wiki/Marechal_Deodoro_(Alagoas)>. Acesso em: 19 jun. 2022.

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2022. Disponível em: < https://www.fazcomex.com.br/blog/exportacoes-de-maceio/>. Acesso
em: 19 jun. 2022.

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CASAVOGUE, 2013. Disponível em: <
https://casavogue.globo.com/Curiosidades/noticia/2013/02/avioes-atravessam-pontes-sobre-
estrada-na-alemanha.html >. Acesso em: 19 jun. 2022.

CAMPOS, Mateus. MACEIÓ. MUNDO EDUCACAO, 2022. Disponível em: <


https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/maceio.htm>. Acesso em: 19 jun. 2022.

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LOBATO, Raul. “Elementos Componentes da Mesoestrutura”. 2017. PDF. 20 jun. 2022.

LOBATO, Raul. “Elementos Componentes dos Estrados das Pontes”. 2017. PDF. 20 jun.
2022.

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DNIT 010/2004 – PRO: Inspeções em pontes e viadutos de cocnreto armado e protendido.
Disponível em: https://www.gov.br/dnit/pt-br/assuntos/planejamento-e-pesquisa/ipr/
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33

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