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FACULDADE DO MARANHÃO

CURSO DE ENGENHÁRIA CÍVIL

HENILTON GOIABEIRA FERRO

DIAGNOSTICO, RECUPERAÇÃO E PLANO PREVENTIVO DE MANIFESTAÇÕES


PATOLÓGICAS EM PONTES DE CONCRETO ARMADO

São Luís
2023
HENILTON GOIABEIRA FERRO

DIAGNOSTICO, RECUPERAÇÃO E PLANO PREVENTIVO DE MANIFESTAÇÕES


PATOLÓGICAS EM PONTES DE CONCRETO ARMADO

Artigo apresentado ao Curso de


Engenharia Civil da Faculdade do
Maranhão como requisito parcial para
obtenção de bacharel em Engenharia Civil.

Aprovada em:_____/_____/_____

BANCA EXAMINADORA

_____________________________________________________________
Prof. André Luís R. Mathias (Orientador)
Especialista em Engenharia Ambiental, Sanitária e Produção e Mestre em
Aeroespacial
Faculdade do Maranhão

_____________________________________________________________
1º Examinador (a)

_____________________________________________________________
2º Examinador (a)
Ferro, Henilton Goiabeira.

Diagnóstico, recuperação e plano preventivo de manifestações


patológicas em pontes de concreto armado/Henilton Goiabeira Ferro – São
Luís – MA, 2023.

21 f. il.
Impresso por computador (fotocópia).
Orientador: Prof. André Matias.

TCC (Graduação em Engenharia Civil) – Curso de Engenharia Civil,


Faculdade do Maranhão, 2023.

1. Pontes. 2. Inspeção. 3. Prevenção. 4. Plano de manutenção. I Título.

CDU: 624.012.45

Catalogação na fonte elaborada pelo bibliotecário


Luis Eduardo Lima Rêgo - CRB 13-977
DIAGNOSTICO, RECUPERAÇÃO E PLANO PREVENTIVO DE MANIFESTAÇÕES
PATOLÓGICAS EM PONTES DE CONCRETO ARMADO1

HENILTON GOIABEIRA FERRO2


ANDRÉ LUÍS R. MATHIAS3
RESUMO

Patologia das construções é a ciência que procura, de forma sistêmica, estudar os defeitos
incidentes nos materiais construtivos, componentes e elementos ou na edificação como um
todo, buscando diagnosticar as origens e compreender os mecanismos de deflagração e de
evolução do processo patológico, além das suas formas de manifestação. Por outro lado, os
problemas nem sempre são identificados de forma imediata e interpretados de modo legível
e evidente, em alguns casos, é necessário adotar processos e sequências de inspeções das
construções. Esse artigo busca estabelecer um programa para prevenção das ocorrências de
manifestações patológicas em pontes de concreto armadas, que envolva uma série de etapas
e procedimentos destinados a identificar, avaliar e prevenir os problemas que possam surgir
ao longo da vida dessas estruturas. Essas etapas envolvem um processo abrangente de
inspeção, avaliação, planejamento, reparo e plano de manutenção com o objetivo de garantir
a integridade estrutural e a durabilidade das pontes ao longo de sua vida útil. A analise
adotada varia de acordo com a natureza e a gravidade das manifestações patológicas,
exigindo a colaboração de engenheiros civis, técnicos especializados em concreto e outros
profissionais, tendo como foco garantir a segurança pública e a longevidade de estruturas
fundamentais para mobilidade e a segurança dos usuários.

Palavras-chave: Pontes; Diagnostico; Manifestações Patológicas; Inspeção; Prevenção;


Plano de Manutenção.

ABSTRACT

Construction pathology is the science that seeks, in a systemic way, to study defects in
construction materials, components and elements or in the building as a whole, seeking to
diagnose the origins and understand the mechanisms of triggering and evolution of the
pathological process, in addition to the their forms of manifestation. On the other hand,
problems are not always identified immediately and interpreted in a legible and evident way;
in some cases, it is necessary to adopt processes and sequences of construction inspections.
This article seeks to establish a program to prevent the occurrence of pathological
manifestations in reinforced concrete bridges, which involves a series of steps and procedures
designed to identify, evaluate and prevent problems that may arise throughout the life of these
structures. These steps involve a comprehensive process of inspection, assessment, planning,
repair and maintenance plan with the aim of ensuring the structural integrity and durability of
bridges throughout their useful life. The analysis adopted varies according to the nature and
severity of the pathological manifestations, requiring the collaboration of civil engineers,

1 Artigo científico apresentado ao Curso de Engenharia Civil da Faculdade do Maranhão para obtenção
parcial do grau de bacharel em Engenharia Civil.
2 Graduanda do Curso de Engenharia Civil da Faculdade do Maranhão. E-mail:
henilton.ferro@gmail.com
3
Professor Orientador e Especialista em Engenharia Ambiental, Sanitária e Produção e Mestre em
Aeroespacial da Faculdade do Maranhão.
2

technicians specialized in concrete and other professionals, with a focus on ensuring public
safety and the longevity of structures fundamental to mobility and safety of people. users.

Keywords: Bridges; Diagnosis; Pathological Manifestations; Inspection; Prevention;


Maintenance plan.

1 INTRODUÇÃO

As pontes desempenham um papel fundamental na conectividade e no


desenvolvimento das regiões em todo o mundo, são estruturas que permitem a
travessia de rios, vales e obstáculos naturais, facilitando o tráfego de pessoas,
veículos e mercadorias. A sua importância vai além de sua função prática de fornecer
passagens seguras, são símbolos de progresso, unindo comunidades e possibilitando
o crescimento econômico, o turismo e o comércio. Além disso, as pontes muitas vezes
têm significado histórico e cultural, tornando-se marcos emblemáticos e pontos de
referência nas cidades e regiões em que estão localizadas.
O concreto armado é um material amplamente utilizado na construção de
pontes devido à sua resistência, durabilidade e especificidades, sendo uma
combinação de concreto e barras de aço, conhecidas como armaduras. O concreto
fornece resistência à tração, enquanto o aço oferece resistência à tração. Essa
combinação torna o concreto armado ideal para suportar cargas e tensões em pontes
seja ela de viga, em arco, com laje ou pórtico.
É de extrema importância o estudo das manifestações patológicas em
construções para melhorar a qualidade dos processos construtivos e a durabilidade
das edificações, assim como a habitabilidade. Para evitar o surgimento de problemas,
é necessário realizar um estudo detalhado das causas, compreender o fenômeno e
tomar decisões adequadas para definir condutas e planos de ação contra esses
problemas (NAZARIO; ZANCAN, 2011).
Para garantir a preservação adequada das pontes de concreto armado e
prevenir o surgimento de Manifestações Patológicas, é necessário implementar
práticas de manutenção preventiva e corretiva. Isso inclui inspeção regular, reparos
de pequenos danos, reforço quando necessário e substituição de componentes
desgastados. Além disso, é importante considerar o ambiente em que a ponte está
localizada, pois fatores como a exposição a elementos naturais, tráfego pesado e
cargas cíclicas podem desgastar a estrutura ao longo do tempo.
3

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 O Problema Patológico

Em geral, todas as construções possuem uma vida útil, mas certos critérios
podem acelerar ou retardar esse processo. Estudos indicam que três requisitos
fundamentais são necessários para garantir uma construção de qualidade e evitar
problemas futuros: um projeto sólido, execução adequada e reparos quando
necessário ao longo do tempo. A ausência ou falha em qualquer um desses requisitos
pode resultar em uma série de problemas na construção, conhecidos como
manifestação patológica.
De acordo com Oliveira (2013), a patologia, no contexto da engenharia,
abrange a análise dos sintomas, mecanismos, causas e origens dos defeitos em
construções civis. Em outras palavras, é o estudo dos diferentes componentes
necessários para diagnosticar e compreender os problemas que afetam as estruturas,
com o objetivo de encontrar soluções e garantir a durabilidade e segurança das
edificações.
Conforme Ferreira e Lobão, (2018), as manifestações patológicas referem-se
a problemas e defeitos que podem ocorrer em estruturas construídas. Isso inclui
fissuras, deslocamentos, trincas, corrosão, deterioração do concreto e outros sinais
visíveis de danos. Essas manifestações podem ser causadas por uma variedade de
fatores, como erros de projeto, falhas na construção, envelhecimento ou exposição a
condições ambientais adversas. O monitoramento e a correção adequada das
manifestações patológicas são essenciais para garantir a segurança e a vida útil das
estruturas.

2.2 Patologia e Manifestações Patológicas em Pontes de Concreto Armado

As manifestações patológicas em pontes de concreto armadas são problemas


ou deteriorações que podem afetar a integridade estrutural e funcional das pontes.
Estas declarações resultam de vários fatores, incluindo a idade da estrutura,
condições ambientais podem ser adversas, projeto inadequado, qualidade do material
e manutenção insuficiente.
4

Resistência do concreto às intempéries está diretamente relacionada à


relação água/cimento (a/c) presente no material. Quanto menor for essa relação, ou
seja, quanto menos água for utilizada em relação à quantidade de cimento, menor
será a porosidade do concreto. Isso é importante porque a porosidade influencia
diretamente na capacidade do concreto de resistir a fatores externos, como mudanças
de temperatura, umidade e agentes agressores.
Existem duas fontes de patologias no concreto: causas intrínsecas e causas
extrínsecas. As causas intrínsecas são resultantes da deterioração direta da estrutura
e têm origem nos materiais constituintes da estrutura.

2.2.1 Fissuras

As fissuras e trincas são observadas no concreto devido à sua baixa


resistência à tração, e essas aberturas podem apresentar variadas dimensões. Essa
manifestação está associada a diferentes causas, tais como o uso inadequado de
materiais, danos físicos causados pela temperatura e danos químicos resultantes de
substâncias presentes no ambiente. Esses efeitos podem evoluir a ponto de provocar
deslocamentos e, em casos extremos, o colapso da estrutura, dependendo do
tamanho das fissuras. (DNIT, 2010; CAVALCANTI, FONSECA, MONTEIRO, 2016).

Tabela 01: Dimensões das aberturas.

Fonte: Thomaz
(1998).

2.2.2 Infiltrações

Souto (2015) destaca que, mesmo com uma boa relação a/c (água/cimento),
o concreto armado não é totalmente impermeável. O fenômeno de entrada excessiva
de água nos poros do concreto é conhecido como infiltração. Quanto mais poroso
estiver o concreto, maior será a facilidade com que ocorrerá essa entrada excessiva
5

de água. Além disso, fissuras ou juntas de dilatação também podem criar caminhos
para a água se infiltrar no concreto e alcançar a armadura presente nele.

2.2.3 Carbonatação do Concreto

De acordo com Souza e Ripper (1998), o agente responsável pela


carbonatação é o dióxido de carbono, que tem o efeito de reduzir o pH do concreto e
desativar a proteção do aço presente nele. O pH é fundamental para manter o aço
passivo e protegido dentro do concreto armado. Quando ocorre a desativação do aço,
inicia-se o processo de corrosão, causando uma variedade de danos, como fissuras
no concreto, descolamento do cobrimento do aço, redução da seção transversal da
armadura e perda da aderência entre o aço e o concreto
Conforme Kulakowski (2002) A corrosão das armaduras é causada por dois
agentes principais: íons cloretos, que alteram a película passivadora, e carbonatação,
que reduz a alcalinidade do concreto e a estabilidade da película passivadora.

2.2.4 Corrosão da Armadura

A corrosão da armadura é um dos principais temas quando se trata de


manifestações patológicas, e está relacionada diretamente a diversos fatores. Esses
fatores incluem ambientes agressivos, porosidade elevada, alta capilaridade, falta de
cobrimento adequado e fissuração acentuada, conforme apontado por Sartorti (2008).
O maior perigo da corrosão reside na redução da área de aço, que em
estágios avançados pode levar à ruína total da estrutura, conforme apontado por
Souza e Ripper (1998). Uma maneira simples de prevenir o processo de corrosão da
armadura é seguir as recomendações estabelecidas nas normas, como garantir o
cobrimento adequado da armadura.

2.2.5 Degradação do Concreto

Quando o concreto perde sua capacidade de aglutinação, ocorre a sua


desagregação, levando à perda da coesão do material. Isso leva à separação física
do próprio concreto em frações, resultando na perda da capacidade resistente da
estrutura na área desagregada (SOUZA; RIPER, 1998).
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A literatura aborda diversos fatores que podem causar essa manifestação


patológica. Entre eles, estão a fissuração, movimentação das formas, corrosão do
concreto, ataques biológicos e calcinação, que consiste na perda de resistência e
alteração de cor do concreto. Esses fatores podem comprometer a integridade
estrutural do concreto, levando à desagregação e, consequentemente, à perda de
capacidade resistente da estrutura afetada. (SOUZA; RIPER, 1998; AGUIAR, et. al.,
SILVA; 2016).

Figura 01: Fases da instalação do processo de corrosão em uma barra de armadura


SOUZA & RIPPER, 2005]

Fonte: SOUZA e RIPPER, (2005).

2.2.6 Drenagem

A drenagem em pontes é essencial para evitar danos estruturais causados


pela água. É importante projetar e implementar sistemas eficientes de drenagem,
incluindo canaletas, ralos e bueiros, para direcionar a água adequadamente e evitar
acúmulo e infiltração.
Isso contribui para a durabilidade e segurança das pontes. Segundo
Vasconcelos (2018) o objetivo da drenagem em pontes é garantir a rápida remoção
das águas pluviais do tabuleiro, evitando acidentes de tráfego e as consequências
prejudiciais de sua acumulação. Os efeitos causados pela água podem ser
devastadores tanto para o tráfego que passa pela ponte quanto para sua integridade
estrutural.

2.2.7 Tráfego

O tráfego de veículos desempenha um papel crucial no projeto de pavimentos


e na compreensão de como eles se comportam ao longo do tempo. É um dos fatores
mais importantes a serem considerados no projeto de um pavimento, uma vez que as
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cargas veiculares estão diretamente ligadas aos danos causados aos pavimentos.
Portanto, é essencial levar em conta o tráfego de forma precisa, considerando as
condições atuais e reais. Isso é fundamental para garantir um projeto adequado e
prever o comportamento do pavimento ao longo de sua vida útil (FONTINELE, 2011).

2.2.8 Inspeção em Obras de Arte Especiais

A inspeção de estruturas de concreto, conforme a NBR 9452 (ABNT, 2019),


envolve procedimentos técnicos e especializados para coletar dados e formular
diagnósticos e prognósticos da estrutura, com objetivo de garantir ou restaurar os
requisitos de segurança estrutural, funcionalidade e durabilidade.
Para isto, a NBR 9452 considera quatro tipos de inspeção, são elas: cadastral
(após a conclusão da obra), rotineira (em intervalo de um a dois anos), especial
(Realizada por um engenheiro especialista para avaliar melhor danos observados na
inspeção rotineira) e extraordinária (após ocorrência de danos estruturais repentinos).
A Tabela 1 apresentada abaixo exibe as proporções das diferentes causas
das manifestações patológicas encontradas em uma construção.

Tabela 01- Patologias nas etapas de


processo de construção.

Fonte: Helene, (1997)

Conforme Arivabene (2015), mesmo que o processo de concepção de uma


estrutura tenha sido realizado com qualidade adequada, podem surgir problemas
patológicos decorrentes do uso inadequado ou da falta de um programa de
manutenção adequado. Esses problemas podem ter origem no desconhecimento
técnico, na falta de competência ou em dificuldades econômicas.
Na tabela 2, elaborada por Machado (2002), são listadas as principais
manifestações patológicas, em ordem crescente de ocorrência estatística.
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Tabela 02: Incidência de Manifestações


Patológicas.

Fonte: Machado (2002)

3 METODOLOGIA

Inicialmente foi realizada uma pesquisa bibliográfica sobre os tipos de pontes,


bem como sua extrema importância cultural e socioeconômica, consultados em livros,
artigos, dissertações e teses normas, com o objetivo de conhecer também as
principais características e propriedades desse sistema construtivo, bem como as
particularidades do mesmo, as manifestações patológicas, como também o motivo
pelo qual elas se manifestam.

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Partiu-se para a coleta de dados, feita em forma de levantamento quantitativo


e qualitativo sobre a estrutura da ponte, observando o tipo de materiais utilizados em
outras manutenções, as normas vigentes na época, a idade da construção, as
condições de uso, as dimensões, sistema estrutural na qual está apoiada e possíveis
registros de problemas anteriores.
Logo após, foi realizado uma inspeção visual da mesoestrutura,
superestrutura e infraestrutura da ponte, buscando identificar possíveis sinais de
manifestações patologias estruturais, como trincas, fissuras, deformações,
deslocamentos, entre outros e a partir dessas informações propor, com informações
técnicas e diagnósticos, o desenvolvimento de um plano de manutenção periódico de
combate as manifestações patológicas identificadas nas ponte de concreto armado da
cidade de São Luís sobre o Rio Bacanga.
9

4.1 Ponte Govenador José Sarney

Inaugurada em 1969 pelo governador José Sarney, cujo o projeto inicial


possuía apenas 2 vias, uma para cada sentido, no entanto, com o decorrer dos anos
surgiu a necessidade de se ampliar uma de suas vias, além disso, se anexou uma
pista de passeio junto a ponte.
No dia 31 de maio no ano de 2022, a ponte foi interditada devido a parte da
estrutura (aproximadamente 2 metros) da passarela de passageiros e cíclicas entrar
em colapso, devido ao momento gerado pelo poste e tubos metálicos utilizados na
sustentação de uma decoração realizada pelo governo do estado. Após o ocorrido se
fez uma Inspeção extraordinária, conforme NBR 9452 (ABNT, 2016) e DNIT 010
(2004).

Figura 02: Ponte Gov. José Sarney Figura 03: Ponte Gov. José
Sarney

Fonte: Próprio autor. Fonte: Próprio autor.

4.1.2 Manifestações Patológicas apresentadas na Ponte Governador José Sarney

Após visita in loco acompanhado do Engenheiro Civil Eduardo Maranhão,


Mestre em Patologia e responsável técnico da obra, foi possível observar diversas
manifestações patológicas presentes na ponte, bem como o processo de recuperação
e reforço estrutural em execução.
Assim, vejamos as figuras 04, 05 e 06 a seguir:
10

Figura 04: Corrosão Figura 05: Degradação do Figura 06: Infiltração


Concreto

Fonte: Próprio autor. Fonte: Próprio autor. Fonte: Próprio autor.

Nas imagens acima, é abordada a condição deteriorada da estrutura da ponte


Governador José Sarney, que está sofrendo corrosão do aço e degradação do
concreto tanto na superestrutura quanto na mesoestrutura, assim como fissuras
provenientes do elevado nível de trafego. Essas fissuras estão também contribuindo
para a carbonatação do concreto que por sua vez aumenta a corrosão na armadura
que está afetando diversos componentes da ponte, incluindo vigas secundárias e
primárias, pilares, elementos de apoio e tabuleiros. Além disso, na imagem 04 é
possível observar que o cobrimento e a bitola do aço utilizado na construção da
passarela em balanço, bem como sua espessura estão fora dos padrões exigidos pela
norma NBR 6118 (2014), que nos orienta para um cobrimento de laje com 4,5cm, para
pilares e vigas 5cm, e uma espessura mínima total da laje de 20cm.
A causa desses problemas é atribuída a vários fatores. Primeiramente,
existem infiltrações nos pontos de drenagem e juntas de dilatação e aumento no fluxo
de veículos que fragilizaram o concreto, como também o cobrimento e aço utilizados
são inadequados para a estrutura. Por fim, a manutenção inadequada realizada
anteriormente é mencionada como um fator agravante.

4.1.3 Drenagem na Ponte Governador José Sarney

A drenagem é um dos fatores essenciais para evitar manifestações


patológicas, principalmente quanto as pontes, e isto foi um dos causadores de
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acúmulos de águas e infiltrações apresentadas na estrutura, gerando problemas ainda


maiores quanto a armadura e a resistência do concreto.

Figura 07: Infiltração – Drenagem Figura 08: Sem tubulação de


entupida Drenagem

Fonte: Próprio autor. Fonte: Próprio autor.

Percebe-se que a drenagem da ponte também está fora dos padrões exigidos
pela NBR 7187 (2003) que indica tubulação de 100mm para drenagem da via e 50mm
para a área de passeio, no entanto, a ponte possui uma tubulação 50mm tanto para
drenagem da área de passeio quanto da via, além disso os tubos também estão sem
inclinação, muitos pontos estão sem tubos e a grande maioria infiltração em seu
entorno e entupidos.

4.1.4 Reparo e Reforço em Execução na Ponte Governador José Sarney

Estão sendo realizadas até o presente momento obras de reforço e reparo


estrutural quanto aos tabuleiros, pilares, vigas secundarias e primarias e de toda área
de passeio da ponte José Sarney pela empresa EDRO Engenharia Ltda.
Nesse parâmetro, vejamos as figuras 09 e 10 a seguir:
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Figura 09: Substituição da Armadura de viga. Figura 10: Substituição de Mureta

Fonte: Próprio autor. Fonte: Próprio autor.

Devido ao elevado nível de corrosão encontrado em algumas vigas, pilares e


na laje, foi necessário a substituição de toda armadura danificada, onde primeiramente
foi feito uma limpeza superficial da matéria orgânica presente no concreto com
hidrojato de alta pressão de 250 ba, para então dar início ao apicoamento do concreto
com o intuito de identificar o estado em que se encontrava a armadura de cada
elemento, em seguida a substituição da armadura para então iniciar aplicação de tinta
impermeabilizante a base cimentícia na ferragem, montagem das formas para
preenchimento de brita com Argamassa polimérica.

Figura 11: Resina Figura 12: Argamassa Figura 13: Apicoamento


Epóxi. Polimérica

Fonte: Próprio autor. Fonte: Próprio autor. Fonte: Próprio autor.


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Por fim, é aplicado uma resina epóxi na superfície da estrutura, que é um


revestimento de alto desempenho de elevada resistência química e mecânica, na qual
a mesma tem capacidade de resistir a uma compressão de 50 MPa e uma tração
maior que 1,5 MPa.

4.1.5 Concreto Projetado Ponte Governador José Sarney

Com o intuito de ganhar agilidade e a homogeneidade maior do concreto, a


empresa EDRO engenharia decidiu pela utilização de um e maquinário que faz
concreto projetado por via seca, na qual o mesmo foi criado no período da segunda
guerra mundial, para construções de trincheiras de guerra. Este maquinário tem um
auxílio de um compressor para deslocar o concreto até a área trabalhada com
precisão e rapidez, onde somente no final do percurso irá se misturar com a água.

Figura 14: Maquinário para concreto Figura 15: Compressor


projetado.

Fonte: Próprio autor. Fonte: Próprio autor.

4.2 Ponte Bandeira Tribuzzi

A Ponte Bandeira Tribuzzi foi inaugurada em 1980 e é uma das principais vias
de acesso da cidade de São Luís. Ela foi projetada para suportar um grande fluxo de
veículos que foi aumentando ao longo dos anos na cidade. Em 2004 essa ponte
passou por algumas obras de recuperação e manutenção devido ao desgaste natural
e à ação do tempo, ela passou por uma importante reforma, com a substituição de
partes danificadas e reforço na estrutura. Posteriormente, em 2019, foram realizadas
obras de recapeamento asfáltico na ponte, melhorando a qualidade do pavimento e
proporcionando maior conforto para os usuários. No ano de 2023 está sendo feitas
14

algumas recuperações da rede elétrica que passa pela ponte, com substituições das
placas danificadas do piso de passeio.

Figura 15: Ponte Bandeira Figura 16: Ponte Bandeira


Tribuzzi Tribuzzi

Fonte: Próprio auto. Fonte: Próprio autor.

4.2.1 Manifestações Patológicas Apresentadas na Ponte Bandeira Tribuzzi

Durante a visita técnica à Ponte Bandeira Tribuzzi, foram identificadas várias


manifestações patológicas que podem afetar a integridade e a durabilidade da
estrutura. Uma das observações feitas foi a degradação do concreto, que pode ser
resultado de vários fatores, como a exposição contínua à umidade e aos agentes
químicos presentes no local. Além disso, a presença de infiltrações em vários pontos
é uma preocupação significativa, elas possivelmente estão ocorrendo devido à falta
de vedação adequada, fissuras no concreto ou falhas na impermeabilização da
estrutura, essa umidade infiltrada pode acelerar o processo de corrosão do aço
presente na ponte, resultando em danos adicionais.

Figura 17: Ponte Bandeira Tribuzzi Figura 18: Ponte Bandeira Tribuzzi

Fonte: Próprio autor. Fonte: Próprio autor.


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A corrosão do aço é um problema comum em estruturas expostas ao ambiente


marinho, como é o caso da Ponte Bandeira Tribuzzi. A exposição contínua à água
salgada e aos elementos corrosivos levam à deterioração das armaduras de aço,
comprometendo a resistência estrutural.
Outro ponto observado foi a falta de drenagem adequada na ponte. A
ausência de um sistema eficiente de drenagem leva ao acúmulo de água nas
superfícies e nas partes internas da estrutura, aumentando o risco de deterioração e
danos estruturais.

Figura 19: Corrosão e Degradação Figura 20: Fissura, corrosão e degradação

Fonte: Próprio autor. Fonte: Próprio autor.

As fissuras encontradas durante a visita também merecem atenção, elas


podem ser causadas por movimentações estruturais, sobrecargas excessivas,
reações químicas ou outros fatores. Elas permitem a entrada de umidade e
substâncias agressivas no interior da estrutura, acelerando o processo de
deterioração.

4.2.2 Drenagem na Ponte na Ponte Bandeira Tribuzzi

Durante a visita técnica realizada na Ponte Bandeira Tribuzzi, foi identificada


uma deficiência na parte de drenagem da estrutura, sendo observado alguns pontos
de alagamento até mesmo no tabuleiro da estrutura. Em regiões com alta
pluviosidade, como São Luís, é ainda mais importante ter um sistema de drenagem
eficiente. A ausência desse sistema adequado pode levar a uma série de problemas,
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como acúmulo de água nas superfícies da ponte pode causar o enfraquecimento do


concreto, resultando em degradação prematura do material. Portanto, é essencial que
na Ponte Bandeira Tribuzzi seja regularizado da forma mais adequada o sistema de
drenagem com a instalação de canaletas, tubos de drenagem e dispositivos de
escoamento, garantindo que a água seja removida de forma eficiente da superfície da
ponte.

4.2.3 Ações de Reparo e Reforço Estrutural na Ponte Bandeira Tribuzzi

Tendo em vista problemas mencionados anteriormente, são necessárias


algumas interversões, a seguir, listo algumas medidas que podem ser adotadas:
1. Para o reparo do concreto degradado é necessário remover as áreas de
concreto deteriorado e executar o ajuste adequado, que pode incluir a
substituição do material e a aplicação de argamassa de reparo.
2. Já em relação as fissuras, elas devem ser tratadas por meio de técnicas de
injeção de resina ou argamassa, com o objetivo de restaurar a integridade
e impedir a penetração de água e agentes agressivos.
3. Para combater a corrosão do aço, é recomendado realizar a limpeza das
armaduras afetadas, aplicar revestimentos anticorrosivos e utilizar
protetores, como pinturas ou sistemas de galvanização.
É importante ressaltar que essas medidas devem ser executadas por
profissionais especializados em engenharia estrutural, seguindo normas técnicas e
diretrizes específicas para garantir a eficácia das intervenções e a segurança da
ponte.

5 PLANO DE MANUTENÇÃO PROPOSTO

O desenvolvimento de um plano de manutenção na prevenção de


manifestações patológicas em pontes de concreto armado é fundamental para garantir
a segurança e a durabilidade dessas estruturas.
Nesse parâmetro segmental e estrutural, abaixo, apresenta-se um plano geral
e preciso, com a possibilidade de ser adaptado de acordo com as necessidades
específicas de cada estrutura.
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5.1 Inspeção Visual Regular

Estabeleça uma programação para inspeções visuais regulares, pelo menos


anualmente, com foco em elementos críticos, como pilares, vigas, lajes e fundações.
Registre as condições indicadas e mantenha um histórico de inspeção para rastrear o
progresso das patologias ao longo do tempo.

5.2 Inspeção Estrutural superior

Realizar inspeções estruturais projetadas a cada 3-5 anos, dependendo do


estado da ponte. Utilize técnicas não destrutivas, como ultrassom e tomografia por
ressonância magnética, para avaliar a integridade dos elementos de concreto e da
armadura interna e identifique fissuras, corrosão da armadura, deslocamento de
elementos e outros sinais de desvio.

5.3 Manutenção Preventiva

Programa de manutenção preventiva com base nas instruções das inspeções


estruturais com a realização de reparos imediatos em pequenos danos, como fissuras,
para evitar que se agravem, podendo fazer aplicação de revestimentos de proteção
nas superfícies expostas para minimizar a exposição a agentes corrosivos.

5.4 Tratamento de Corrosão

Implementar medidas de prevenção à corrosão, como aplicação de


revestimentos epóxi, proteção catódica ou sistemas de drenagem eficazes e com o
monitoramento da taxa de corrosão da armadura por meio de densidade
eletroquímica.

5.5 Reparo Estrutural

Planeje e execute reparos estruturais quando necessário, com base nas


instruções das inspeções feitas e utilizando técnicas adequadas, como injeção de
resina, substituição de elementos degradados e reforço estrutural.
18

5.6 Gestão da Drenagem

Garanta que os sistemas de drenagem funcionem corretamente para evitar o


acúmulo de água nas superfícies de concreto que podem prejudicar a estrutura.

5.7 Monitoramento Contínuo

Instalar sistemas de monitoramento contínuo, como sensores de deformação


e fissura, para monitorar o comportamento estrutural da ponte em tempo real com
implementação de um sistema de alerta para identificar rapidamente mudanças
significativas nas condições da estrutura.

5.8 Treinamento e Qualificação da Equipe

Certifique que a equipe responsável pela manutenção e inspeção esteja


devidamente treinada e capacitada para realizar as tarefas de forma eficaz.

5.9 Orçamento e Planejamento Financeiro

Desenvolva um plano de orçamento a longo prazo para garantir recursos


adequados para a manutenção dos reparos necessários.

5.10 Documentação e Relatórios

Mantenha registros detalhados de todas as atividades de inspeção,


manutenção e reparo, produzindo relatórios de estado da estrutura e compartilhe-os
com as autoridades competentes.

5.11 Cumprimento de Normas e Regulamentações

Esteja ciente das normas e regulamentações locais e nacionais que exigem a


manutenção de pontes e garanta o cumprimento delas em todas as etapas do
processo.
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5.12 Plano de Emergência

Desenvolva um plano de emergência que descreva as ações a serem


tomadas em caso de descoberta de problemas graves que coloquem em risco a
segurança da ponte, lembrando que a implementação eficaz deste plano depende de
recursos adequados, coordenação entre as partes envolvidas e um compromisso
contínuo com a segurança e a manutenção preventiva.

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

As ocorrências Patológicas em estruturas de concreto são comuns


principalmente pela ação do tempo e em alguns casos por projeto ou execução
deficientes. Essas estruturas necessitam de manutenção, por isso se faz necessário
que os gestores privados e do poder público desenvolvam planos de manutenção
preventiva, com inspeções periódicas objetivando identificar pequenas avarias e
planejar rápidas intervenções, evitando que pequenos danos se agravem e virem
grandes problemas pela demora na identificação que, na maioria das vezes geram
custos elevados, e com grande risco de ocasionar acidentes com vítimas e perda de
material.
Podemos também citar que nem sempre as manutenções e intervenções
nessas estruturas contratadas, principalmente pelo poder público, são feitas de forma
adequada, em umas das pontes pesquisadas foi observado que os trabalhos
executados não seguiram as normas de execução definidas pela ABNT e DNIT, logo
se agravaram ainda mais as manifestações patológicas, portanto na execução das
manutenções devem ser seguidas as normas à risca, com uma fiscalização rigorosa
por parte do poder público.

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