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Maria Joana Jussubo Muianga

Infraestruturas como Factor determinante para o Desenvolvimento


do Turismo em Macaneta - Maputo, 2017 – 2018.

Universidade São Tomás de Moçambique

Maputo - 2021

I
Maria Joana Jussubo Muianga

Infraestruturas como Fator determinante para o Desenvolvimento do Turismo em Macaneta -


Maputo, 2017 – 2018.

Dissertação para a obtenção do grau


dee Licenciatura em Gestão de
Empresas Turisticas. sob supervisão do
Msc. Leonel Matsumane

Universidade São Tomás de Moçambique

Maputo - 2021

II
Declaração de Honra

Declaro por minha honra que esta Monografia, no presente momento, submeto a Universidade São
Tomas de Moçambique, em cumprimento dos requisitos para a obtenção do grau de licenciatura em
Gestão de Empresas Turisticas, nunca foi apresentada para a obtenção de qualquer outro grau
académico e que, o mesmo constitui resultado da minha investigação, tendo indicado na pesquisa as
fontes bibliográficas utilizadas por mim, para este efeito.

A Candidata

-------------------------------------------

Maria Joana Jussubo Muianga

III
DEDICATÓRIA

Dedico a minha dissertação aos meus pais, Ruben Lourenço Muianga e Elisa Justino
Hassamo Jussubo, que com muito amor incentivo e esforço deram o melhor de si para que me
tornasse licenciada, o meu muito obrigada pela atenção, força, dedicação, compreensão que
sempre me deram desde o princípio.

Palavras não são suficientes para mostrar a eles o quão sou grata, pelo belo trabalho que
fizeram para que me tornasse essa pessoa que sou hoje, com carácter, personalidade única,
determinada, que de forma honesta luta e procura alcançar os seus objectivos, e hoje graças a
esses ensinamentos aqui estou! obrigada meu Rei onde quer que estejas sei que estas
orgulhoso de mim e a si minha Rainha muito obrigada.

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AGRADECIMENTOS

A DEUS

Em primeiro lugar agradecer a Deus, por me ter abençoado com saúde, sabedoria e força,
pois sem ele não teria chegado ate aqui.

À FAMÍLIA

Aos meus pais Ruben Lourenco Muianga e Elisa Justio Hassamo Jussubo, obrigada por tudo.

AO SUPERVISOR

Ao Msc. Leonel Matsumane o meu muito obrigado por ter aceite ser o meu supervisor, em
especial pela disponibilidade, confiança, apoio e dedicação durante esta caminhada.

Ao dr. Benisio Machungo obrigado pela ajuda e suporte durante a realização do presente
trabalho.

5
6
RESUMO
A presente Monografia subordinada ao tema “Infraestruturas como Factor determinante para
o Desenvolvimento do Turismo em Macaneta - Maputo, 2017 – 2018, tem com objectivos:

Apresentar o contributo das infraestruturas no desenvolvimento do turismo em Macaneta;


Identificar as infraestruturas básicas e de apoio cruciais para o desenvolvimento do turismo
na região de Macaneta; Dizer a importância das infraestruturas em Macaneta para a
promoção do turismo e desenvolvimento local. As principais metodologias utilizadas pelo
estudo foram a pesquisa e análise documental para a caracterização da área de estudo,
população e suas actividades económicas; inquérito por questionário, constituído por
questões de resposta fechada dirigido aos residentes de Macaneta, tratado por análise
estatística. Como resultado deste estudo, notou-se que as infraestruturas induzem o
desenvolvimento do turismo e produz benefícios diversos para o meio local, concluindo-se
desta forma que as infraestruturas promovem o turismo em Macaneta e as mesmas surgem
como catalisadoras do desenvolvimento local, valorizando os elementos que o distinguem
para a conservação dos hábitos e meio local. Porém, há que referir, também, alguns aspectos
que se posicionam como obstáculos ao desenvolvimento do turismo, pelo que se apresentam,
no estudo, um conjunto de recomendações.

Palávras-chave: Infraestruturas,Turismo, Desenvolvimento, Desenvolvimento Local.

7
ABSTRACT

The present Dissertation on the theme “Infrastructures as a determining factor for the
Development of Tourism in Macaneta - Maputo, 2017 - 2018, with the following objectives:
To present the contribution of infrastructures to the development of tourism in Macaneta;
Identify the basic and supportive infrastructure crucial for the development of tourism in the
Macaneta region; Mentioned the importance of infrastructure in Macaneta for the promotion
of tourism and local development. The main methodologies used by the study were
documentary research and analysis for the characterization of the study area, population and
its economic activities; questionnaire survey, consisting of closed-answer questions addressed
to Macaneta residents, treated by statistical analysis. As a result of this study, it was noted
that the infrastructures are very important for the development of tourism and produce
diverse benefits for the local environment, concluding in this way that the infrastructures
promote tourism in Macaneta and they appear as catalysts of local development, valuing the
elements that distinguish it and contribute to the conservation of local habits and
environment. However, it is also necessary to mention some aspects that stand as obstacles to
the development of tourism, so a number of recommendations are presented in the study.

Key words: Infrastructure, Tourism, Development, Local Development.

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ÍNDICE

Índice de Gráficos................................................................................................................10

Índice de Figuras..................................................................................................................11

Índice de Tabelas..................................................................................................................11

Lista de abreviaturas............................................................................................................12

CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO...........................................................................................13

1.1. Introdução.....................................................................................................................13

1.4. Apresentação do Tema do Trabalho.............................................................................14

1.5. Problema de Pesquisa....................................................................................................15

1.6. Objectivos da Pesquisa..................................................................................................15

1.7. Geral..............................................................................................................................15

1.8. Específicos....................................................................................................................16

1.9. Justificativa...................................................................................................................16

1.10. Hipóteses...................................................................................................................17

2.2. Viajante, Visitante, Turista e Excursionista......................................................................22

2.3. Recursos Turísticos...........................................................................................................24

2.4. Oferta Turística.................................................................................................................25

2.5. Infraestrutura básica..........................................................................................................26

2.5.1. Sistema de Fornecimento de Água.................................................................................28

2.5.2. Sistema de Distribuição de Energia Elétrica..................................................................28

2.5.3. Sistema de Comunicações..............................................................................................29

2.5.4. Saneamento Básico........................................................................................................29

2.5.5. Sistema de Transporte....................................................................................................29

2.5.6. Sistema de Saúde............................................................................................................29

2.5.7. Sistema Educacional (Capacitação de Recursos Humanos)..........................................30

9
2.6. Infraestrutura de apoio......................................................................................................30

2.7. Sistema Turístico (SISTUR).............................................................................................30

2.8. Turismo e Participação Comunitária.................................................................................31

2.9. Turismo e Desenvolvimento Local...................................................................................33

CAPÍTULO III: APRESENTAÇÃO DO CAMPO EMPIRICO.............................................37

CAPITOLO IV - METODOLOGIA....................................................................................43

4.1. Classificação da Pesquisa..................................................................................................43

4.2. Quanto a abordagem do problema....................................................................................43

4.3. Quanto a Abordagem dos objectivos................................................................................43

4.4. Quanto aos procedimentos técnicos..................................................................................44

4.5. População e Amostra.........................................................................................................44

4.5.1. População.......................................................................................................................44

4.5.2. Amostra..........................................................................................................................45

4.5.3. Analise e tratamento de dados........................................................................................45

4.5.4. Instrumentos de Recolha de dados.................................................................................45

Capítulo V - APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DE RESULTADOS..............................47

5.1 Caracterização dos Inquiridos...............................................................................47

Conclusão.................................................................................................................................74

10
11
Índice de Gráficos

Gráfico 1: Sexo........................................................................................................................49
Gráfico 2: Idade........................................................................................................................49
Gráfico 3:Nível Académico.....................................................................................................50
Gráfico 4:Profissão...................................................................................................................51
Gráfico 5:Tempo de Residência...............................................................................................52
Gráfico 6: Envolvimento no Turismo......................................................................................53
Gráfico 7:Tipo de envolvimento..............................................................................................54
Gráfico 8: Opinião Sobre o desenvolvimento Turismo...........................................................55
Gráfico 9: Relevância das infraestruturas para o desenvolvimento do turismo.......................56
Gráfico 10: Actividades mais praticadas em Macaneta..........................................................57
Gráfico 11: Importância da infraestrutura para o Turismo......................................................58
Gráfico 12: Relação do turismo e a implementação de infraestruturas...................................59
Gráfico 13: Infraestruturas relevantes para o turismo..............................................................60
Gráfico 14: Contributo da comunidade para conservação.......................................................61
Gráfico 15: Infraestruturas Necessárias...................................................................................62
Gráfico 16: Criação de Emprego..............................................................................................63
Gráfico 17: Bens e serviços......................................................................................................64
Gráfico 18: Alteração de comportamento e modo de vida da comunidade.............................65
Gráfico 19: Promove o acesso a educação...............................................................................66
Gráfico 20: Processo migratório dos animais selvagens..........................................................67
Gráfico 21: Aumento de investimento.....................................................................................68
Gráfico 22: Turismo e Conservação da Paisagem...................................................................69
Gráfico 23: Turismo e residuos solidos...................................................................................70
Gráfico 24: Degradação do ambiente natural...........................................................................71
Gráfico 25: Oportunidade de Negócios....................................................................................72
Gráfico 26: Ordenamento do Território e Qualidade do Ambiente.........................................73
Gráfico 27: Envolvimento da comunidade..............................................................................74
Gráfico 28: Envolvimento da Comunidade no Planeamento...................................................75
Gráfico 29: Autoridades locais e a gestão de infraestruturas de suporte.................................76

12
Índice de Figuras

Figura 1: Excerto da árvore do domínio do Turismo...............................................................23


Figura 2: Sistema Turístico......................................................................................................31
Figura 3: Mapa da localidade...................................................................................................38
Figura 4:Praia de Macaneta......................................................................................................40
Figura 5: Cova do Tubarão......................................................................................................42
Figura 6: Tan' Biki...................................................................................................................42
Figura 7: Canoagem.................................................................................................................43
Figura 8: Turismo de sol e praia..............................................................................................44

Índice de Tabelas
Tabela 1: Áreas Prioritárias para o Investimento em Turismo................................................37
Tabela 2: Distribuição populacional........................................................................................40

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Lista de abreviaturas

AIEST - Associação Internacional dos Peritos Científicos do Turismo

CST - Conta Satélite do Turismo

DPECULTURs - As Direções Provinciais da Cultura e Turismo

EDM – Eletricidade de Moçambique

EPC – Escola Primara Completa

INE - Instituto Nacional de Estatística

MITUR – Ministério do Turismo

MAE – Ministério da Administração Estatal

MEC – Ministério da Educação

MICULTUR - Ministério da Cultura e Turismo

OMT – Organização Mundial do Turismo

ONU – Organização das Nações Unidas

PARP - Plano de Redução da Pobreza

PEDTM ll - Plano Estratégico para o Desenvolvimento de Turismo em Moçambique

PDG - Plano de Desenvolvimento da Governação

14
CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO

1.1. Introdução
O desenvolvimento do turismo no município remete-nos a questões de infraestrutura local,
regional e de apoio ao turismo, fundamentais para ele se desenvolver de forma saudável tanto
para os turistas quanto para a população local. As ações apontadas poderão trazer benefícios
não apenas para a preservação da localidade receptora, mas também para um atendimento
eficiente aos turistas, com base num diagnóstico local da actual existência de infraestrutura
em cada potencialidade turística do município (OMT)

Com isso, podem-se aperfeiçoar os equipamentos existentes e instigar as lideranças


municipais para buscarem melhorar cada potencial turístico, levando-se em conta que o
turismo deve ser planeado para os impactos sociais e ambientais serem os menores possíveis.

O Posto Administrativo de macaneta e uma zona turística com potencial, por apresentar
lindas praias e boa comodidade. No entanto, ate há pouco tempo era difícil chegar ao local
por ser de difícil acesso. Com a construção da ponte sobre o rio Incomáti, em 2016, a
população esta satisfeita, mas refere que persistem alguns problemas como, as vias de acesso,
a construção de unidades sanitárias, escolas de ensino secundário e transportes.

A estrada que parte da ponte para as praias de Macaneta é terra plena e encontra-se em mau
estado, o que dificulta a circulação de viaturas sobretudo em dias chuvosos. E com a
construção da ponte aumentou o caso de roubo de gado bovino e resíduos sólidos espalhados
nas praias e vias publica. O Ex Ministro da Cultura e Turismo, Silva Dunduro, defende a
necessidade de se planificar a localidade de Macaneta que com a nova dinâmica, novas
infraestruturas turísticas nascem de forma acelerada a cada dia com vista a acompanhar o
plano de desenvolvimento e gestão sustentável e harmonioso do destino turístico de
Macaneta.

Podendo assim identificar que tipo de negocio se faz, quem faz e como faz para evitar
sobrecargas de determinadas áreas que possam conflituar com o almejado desenvolvimento
sustentável e harmonioso Não obstante o otimismo, há desafios por superar, nomeadamente a
ausência de um plano de desenvolvimento urbano para Macaneta, a necessidade de criação de
infraestruturas básicas de apoio, a necessidade de melhorar a manutenção das vias de acesso,

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a fraca qualidade de energia elétrica, a fraca distribuição de água potável, a necessidade de se
ordenar melhor o mercado informal.

O Turismo em Moçambique tem vindo a registar um crescimento acentuado se tiver em conta


o crescente número de chegadas de turistas e de investimentos para o sector no país (OMT).

O presente trabalho pretende analisa as Infraestruturas como fator determinante para


o Desenvolvimento do Turismo em Macaneta. Para a materialização desta pesquisa foram
utilizados, essencialmente, metodologias de pesquisa a revisão bibliográfica, a pesquisa
documental, o trabalho de campo (questionário e observação) e o método estatístico.

1.2. Delimitação Espacial

A presente pesquisa decorreu na Localidade de Macaneta por ser um local de referência que
agrega valores turísticos de grande potencial que transmite a identidade e cultura da
comunidade local.

1.3. Delimitação Temporal

O estudo irá centrar-se no horizonte temporal 2017- 2018. Este horizonte temporal foi
definido considerando que no ciclo de governação passado, o turismo ganhou uma dinâmica
diferente na medida em que esta, se juntou com sector cultural, ganhando assim maior
visibilidade como produto turístico em Moçambique. limitando-se ao estudo do turismo na
dinamização socioeconómica de Macaneta, assim como a verificação dos benefícios que esta
actividade gera para a comunidade local.

1.4. Apresentação do Tema do Trabalho


O presente trabalho é de caracter académico, surge como pré-requisito para a obtenção do
grau de licenciatura em Gestão de empresas turisticas na Universidade São Tomas de
Moçambique, e aborda uma temática recente e de bastante interesse para a sociedade na
medida em que irá contribuir para a valorização da infraestrutura como um atractivo para
visitantes e como um vector que contribui para o desenvolvimento socioeconómico de
Macaneta.

1.5. Problema de Pesquisa


Nos últimos tempos tem se verificado um aumento de visitantes em Macaneta o que tem
incrementado o desenvolvimento da actividade turística, facto este que pode estar aliado ao

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desenvolvimento e aparecimento de novas infraestruturas, como por exemplo a ponte que
tornou as viagens mais flexíveis e rápidas fazendo com que o destino seja mais acessível a
todos, evitando longas filas e demoras que se verificavam na travessia do rio Incomáti para
outra margem que da acesso a Macaneta, as vias de acesso ( estradas ) em construção que
permitem a movimentação da população local no seu dia a dia, a construção do Mercado
comunitário que evita com que os turistas se desloquem a Marracuene para faz as suas
compras e possibilita a venda de produtos locais tornando a comercialização organizada e os
Resorts e Hotéis implantados na Orla marítima que gera atração turística.

Supõe-se que esse destino conseguia receber pouco mais de 100 mil turistas por ano (de
acordo com estimativas dos empresários locais), mesmo com todas as questões relacionadas
com a transitabilidade, acredita-se que hoje o número quase tenha triplicado, visto que os
lugares de atracão de turistas é o que mais abunda na pequena localidade, entre os que estão
em funcionamento ou os que ainda estão em fase de projeto.

Deste modo supõe-se que a implementação das bases (infra-estrutura básica), bem como o
desenvolvimento de infra-estruturas pode estar contribuindo para o aumento da procura para
Macaneta como destino para a prática do turismo. De acordo com Beni (2002) afirma que a
infraestrutura “consiste na rede viária e de transportes, no sistema de telecomunicações, de
distribuição de energia, de água, de captação de esgotos e outros, sem os quais nenhuma
classe de consumidor disporia dos serviços públicos básicos”.

É em meio a esta situação que se desenvolveu como problema de pesquisa o seguinte:

De que forma as infraestruturas contribuem para o desenvolvimento do turismo em


Macaneta?

1.6. Objetivos da Pesquisa


Para a materializar a questão de partida, o estudo desenvolveu objectivos que no processo de
elaboração da presente pesquisa, devem ser respondidos. Os referidos objectivos desdobram-
se em gerais e específicos como a baixo se apresenta.

1.7. Geral
 Perceber de que formas as infraestruturas podem contribuir para o desenvolvimento
do Turismo em Macaneta.

17
1.8. Específicos

 Apresentar o contributo das infraestruturas no desenvolvimento do turismo em


Macaneta;

 Identificar as infraestruturas básicas e de apoio cruciais para o desenvolvimento do


turismo na região de Macaneta;

 Falar da importância das infraestruturas em Macaneta para a promoção do turismo e


desenvolvimento local
 Avaliar a participação comunitária para o desenvolvimento e conservação das
infraestruturas em Macaneta.

1.9. Justificativa
A escolha do tema surge com a necessidade de compreender a fundo a temática de estudo, no
sentido de perceber melhor o impacto da ponte no desenvolvimento socioeconómico desta
região sendo que a infraestrutura representa um acréscimo e grande contributo na forma
como os visitantes e residentes chegam a Macaneta bem como na transação de bens e
divulgação dos serviços oferecidos, proporcionam melhores condições em termos de
organização , planificação e estruturação das infraestruturas básicas necessárias . É
importante salientar que o turismo gera benefícios económicos e sociais que ajudam a
impulsionar a economia de um destino, sendo uma fonte de renda importante para muitos
países. Por outro lado, também gera impactos negativos, que afectam directamente os
recursos naturais e culturais, e cada sociedade deve tomar a melhor decisão para garantir o
bem-estar e a qualidade de vida de seus cidadãos. Pois há opções complexas envolvidas, nas
quais, actualmente devem ser levados em conta, os impactos de uma obra; idealmente, os
impactos económicos, socioculturais e ambientais.

Espera se que quando o desenvolvimento da infraestrutura é realizado com uma visão


claramente turística, ele desempenha um papel amplamente social que beneficia não só a
população local, melhorando sua qualidade de vida. Nesse contexto, a “acessibilidade” é um
especto em que nossa infraestrutura básica, bem como os preços apresentam falhas, as quais
obviamente também se veem reflectidas no sector turístico. Por isso, é importante considerar
a infraestrutura em todos os âmbitos para gerar mais oportunidades e mais benefícios para os
turistas e a sociedade como um todo.

18
A localidade de Macaneta foi escolhida como área de estudo pelo simples facto de ser um dos
pontos de referência do país com mais impactos positivos quando se trata de lazer a nível de
Maputo, e dispõe de diversos recursos para o desenvolvimento desta mesma régiao. Podendo
tornar-se num destino no topo, com maior excelência devido ao fluxo de entradas e saídas de
visitantes.

Assim o presente estudo irá despertar o impacto, consequências do nível decisório sobre o
papel que as infraestruturas, pode desempenhar para mudar ou desenvolver o meio local,
através da conciliação dos outros sectores, produzindo desta forma benefícios locais.

1.10. Hipóteses
H1: O desenvolvimento de infraestruturas em Macaneta contribui positivamente para o
desenvolvimento do turismo.

H2: O desenvolvimento de infraestruturas em Macaneta não contribui para o


desenvolvimento do turismo.

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CAPÍTULO II: REFERENCIAL TEÓRICO

Contextualização é a definição ou ação de estabelecer um contexto para determinada coisa,


normalmente com o objetivo de explicar os motivos ou características de uma situação.

Segundo MEC, 1998, Contextualização é a forma pela qual o professor pode dar sentido ao
conteúdo específico de sua área e integrá-lo às demais disciplinas do currículo escolar. O
tratamento contextualizado do conhecimento é o recurso que a escola tem para retirar o aluno
da condição de espectador passivo e, dessa forma, estimulá-lo “a fazer” e “a recriar” através
da invenção ou reconstrução de contextos que o levam à compreensão do conteúdo
específico.

É importante para que haja um correcto entendimento sobre certo assunto, visto que são
apresentadas, neste caso, as circunstâncias que ajudam a formar uma compreensão total a
respeito de um tema e não de modo fragmentado.

2.1. Turismo

O conceito de turismo pode ser definido como “a atividade ou as atividades económicas


decorrentes das deslocações e permanências dos visitantes.” (Cunha, 2009), no entanto
analisando esta definição ao pormenor torna-se demasiado vaga e de contornos ilimitados.

Vários autores procuraram definir esta actividade complexa e multissectorial, tentando


abranger todos os aspectos que a envolvem. A gradual maturidade da indústria do turismo e a
crescente consciência nos círculos académicos a cercado âmbito e implicações do turismo
tornam necessários estudos especializados acerca do tema (Leiper, 1979).

Para o presente trabalho será usada a definição proposta pelo autor Ignarra (2003) denota, de
forma inequívoca, o carácter multifacetado desta actividade: “O turismo é uma combinação
de atividades, serviços e indústrias que se relacionam com a realização de uma viagem:
transportes, alojamento, serviços de alimentação, lojas, espetáculos, instalações para
atividades diversas e outros serviços receptivos disponíveis para indivíduos ou grupos que
viajam para fora de casa. O turismo engloba todos os prestadores de serviços para os
visitantes ou para os relacionados com eles” (Ignarra, 2003).

O turismo é um fenómeno difícil de descrever e não há uma definição universalmente aceite


(Mill & Morrison, 2002), portanto o conceito de turismo apresenta interpretações diversas e

20
uma variedade de definições e descrições. O conceito de turismo sofreu grandes alterações ao
longo dos tempos, tendo surgido pela primeira vez em 1910 com o autor austríaco Herman
Von Schullern Schrattenhoffen. No entanto, foram os professores Valter Hunziker e Kurt
Krapf, em 1942, que estabeleceram a definição mais elaborada, considerando o turismo como
o conjunto das relações e fenómenos originados pela deslocação e permanência de pessoas
fora do seu local habitual de residência, desde que estas deslocações e permanências não
sejam utilizadas para o exercício de uma atividade lucrativa principal.

Actualmente é possível encontrar dois tipos de definição do turismo conforme os objetivos


visados. Se por um lado, pode encarar-se o turismo sob um ponto de vista conceptual, sendo
nesse caso o objetivo é encontrar uma definição capaz de fornecer um instrumento teórico
que permita identificar as características essenciais do turismo e distingui-lo das restantes
atividades, e, por outro lado, um ponto de vista técnico de forma a permitir obter informações
para fins estatísticos e legislativos (Theobald, 1998).

Do ponto de vista conceptual, os autores Mathieson e Wall (1990) propuseram uma definição
mais esclarecedora considerando o turismo como “o movimento temporário de pessoas para
destinos fora dos seus locais normais de trabalho e de residência, as atividades desenvolvidas
durante a sua permanência nesses destinos e as facilidades criadas para satisfazer as suas
necessidades”.

Segundo esta definição o turismo é considerado como uma vasta e variada atividade que
engloba as deslocações das pessoas e de todas as relações que estabelecem nos locais
visitados, tal como os serviços desenvolvidos para responder às suas necessidades. É um
conceito que abrange em simultâneo a oferta e a procura turística (Cunha, 2009).

Do ponto de vista técnico, pode ser referenciada a definição da OMT – Organização Mundial
do Turismo, que considera o turismo como “o conjunto de atividades desenvolvidas por
pessoas durante as viagens e estadas em locais situados fora do seu ambiente habitual por um
período consecutivo que não ultrapasse um ano, por motivos de lazer, negócios e outros”.

A Conferência sobre Viagens e Estatísticas de Turismo (Conferência de Otawa) organizada


pelas Nações Unidas (ONU), pela Organização Mundial de Turismo (OMT) e pelo Governo
do Canadá, em 1991, teve como finalidade debater os sistemas de estatísticas a fim de adotar
uma série de recomendações internacionais sobre a análise e a apresentação de estatísticas de
turismo. Como resultado desse fórum de debates criou-se uma comissão (Comissão de
Estatísticas das Nações Unidas) que, em 1993, aprovou uma série de definições e

21
classificações recomendáveis, que foram também ratificadas por seu Conselho Económico e
Social. Essas definições oficialmente adotadas pela ONU e publicadas pela OMT (1995)
pretendem unificar critérios e estabelecer um sistema coerente de estatísticas turísticas que
permita:

 Promover a elaboração de estatísticas turísticas mais representativas, facilitando maior


compatibilidade entre os dados nacionais e os internacionais.
 Proporcionar dados turísticos mais confiáveis e diretos aos profissionais do sector,
governos, etc. para melhorar seus conhecimentos sobre os produtos ou serviços
turísticos e as condições do mercado e para que possam, consequentemente, atuar.
 Oferecer uma conexão entre oferta e demanda turística.
 Permitir a valorização mais justa da contribuição do turismo aos fluxos comerciais e
internacionais.

O turismo como matéria de estudos universitários começou a interessar no período


compreendido entre as duas grandes guerras mundiais (1919 – 1938), durante o qual
economistas europeus começaram a publicar os primeiros trabalhos. Em 1942, os professores
da Universidade de Berna, W. Hunziker e K. Krapf, definiam o turismo como a soma dos
fenómenos e de relações que surgem das viagens e das estâncias dos não residentes, desde
que não estejam ligados a uma residência permanente nem a uma atividade remunerada.

Posteriormente definiu-se o turismo como “Os deslocamentos curtos e temporais das pessoas
para destinos fora do lugar de residência e de trabalho e as atividades empreendidas durante a
estada nesses destinos” (Burkart e Medlik, 1981).

Nessa definição, os conceitos como “deslocamentos fora do lugar de residência e de trabalho”


introduzem já a conotação de viagem e férias/lazer, em contraposição à “residência” e ao
“trabalho”, mas, simultaneamente não abrange os conceitos modernos de turismo, como são
as viagens por motivo de negócios, com ou sem complementos de lazer, ou as férias em
segundas residências. Para Mathienson e Wall (1982), o turismo é o movimento provisório
das pessoas, por períodos inferiores a um ano, para destinos fora do lugar de residência e de
trabalho, as atividades empreendidas durante a estada e a facilidade que são criadas para
satisfazer as necessidades dos turistas. Estes autores destacam o carácter temporário da
atividade turística ao introduzir o termo período inferior a um ano, mas também introduzem
uma importante perspetiva da oferta quando mencionam as facilidades criadas e introduzem

22
na definição o fundamento de toda atividade turística: a satisfação das necessidades dos
turistas/clientes.

Finalmente há que se destacar a definição que foi adotada pela OMT (1994) que salienta que
“o turismo compreende as atividades que realizam as pessoas durante suas viagens e estadas
em lugares diferentes do seu entorno habitual, por um período consecutivo inferior a um ano,
com finalidade de lazer, negócios ou outras”.

A OMT (1995) esclarece que o entorno habitual de uma pessoa consiste em certa área que
circunda sua residência mais todos aqueles lugares que visita frequentemente. Trata-se de
uma definição ampla e flexível que concretiza as características mais importantes do turismo.

São elas:

 Introdução dos possíveis elementos motivadores de viagem: lazer, negócios ou outros.


 Nota temporária do período por um ano, período realmente amplo, máximo se
comparado com o tempo normal de duração dos vistos de viagem para turismo dados
pelos governos – três meses – ou com a periodicidade prevista por algumas
legislações para delimitar o que se considera habitual – seis meses.
 Delimitação da atividade desenvolvida antes e durante o período de estada.
 Localização da atividade turística como a atividade realizada “fora de seu entorno
habitual”.

O autor jafari (1977) defende o “turismo como o estudo do homem longe do seu habitat, e da
indústria que responde às suas necessidades, e dos impactos que ambos, ele e a indústria têm
no meio de acolhimento sob o ponto de vista sociocultural, económico e físico”. Ou seja, para
este autor, o turismo envolve diversas dimensões e elementos. Por sua vez, Sharpley (2002)
refere que é preferível apresentar uma definição abrangente e holística do fenómeno, ou seja,
apresentar o turismo como um sistema. Deste modo, um dos sistemas de turismo diz respeito
ao modelo sugerido por Leiper em 1979 e atualizado, posteriormente, em 2004.

Analisando as diversas definições de turismo, conclui-se que esta atividade implica:

 A realização da atividade por parte dos visitantes que saem fora do seu ambiente e
habitual, com exclusão da rotina normal de trabalho e das práticas sociais;
 A viagem e, normalmente, algum meio de transporte para o destino;

23
 O destino, que é o espaço de concentração das facilidades que suportam aquelas
atividades.

O conceito de turismo pode ser estudado de diversas perspetivas e disciplinas, dada a


complexidade das relações entre os elementos que o formam, assim existe ainda um debate
aberto para chegar a um conceito único e padrão que reflita uma definição universal.

2.2. Viajante, Visitante, Turista e Excursionista


O termo turista, nome dado ao utente da atividade turística, remonta ao século XVIII e está
associado ao Grand Tour, que tinha como paragens obrigatórias do itinerário as cidades de
Paris, Roma, Florença e outras cidades europeias, centros de arte e cultura na época. O
mercado emissor que caracterizava esta viagem era então composto por membros de famílias
ricas inglesas, por estudantes, diplomatas e intelectuais, que se passaram a designar por
touristes, termo derivado de tour. Graças à evolução do sector do turismo e do seu
alargamento a outros mercados emissores, o termo aplica-se, hoje em dia, a todos os utentes
da atividade turística, independentemente dos fatores económicos, sociais e culturais que os
caracterizam e do tipo de viagem realizada (Moreira, 2010).

 Viajante – aquele que viaja, isto é, aquele que gosta de explorar e conhecer novos
lugares, dento ou fora do pais. Ele tem o prazer de caminhar em direção ao novo,
deseja conhecer novas culturas e novos povos.

 Visitante – pessoa que se desloca temporariamente para fora da sua área, ou seja, para
lugar diferente de onde mora. Que passa por alguns lugares sem a intenção de la
permanecer, com tempo inferior a 12 meses.

 Turista – individuo ou grupo de indivíduos que se deslocam do seu lugar de origem


(moradia) para realizar viagem superior a 24h e inferior a 12 meses, usufruindo das
infra-estruturas do local visitado, sem fixa residência ou renda, motivados por
situações diversas (lazer, eventos, actividades culturais, esportivas, etc).

 Excursionista – todo individuo que em seu tempo de viagem permanece um tempo


inferior a 24 horas fora do local em que reside, mas sem pernoitar, com a finalidade
de recreio, exporte, saúde, motivos familiares, estudos, peregrinação religiosa ou
negócio.

Estas recomendações têm por objetivo a adoção de uma linguagem comum, em matéria de
estatísticas do turismo, que facilite a sua comparabilidade à escala internacional.

24
A OMT começou a desenvolver o quadro conceptual destinado a elaborar a Conta Satélite do
Turismo (CST) (OMT, 1999), a qual constitui “um instrumento de normalização
internacional de conceitos e de classificação, que permite fazer comparações válidas entre
dois países ou entre grupos de países” (OMT, 1999).

A CST inclui uma lista das atividades e dos produtos característicos do turismo e serve de
norma internacional para a compilação de informação económica relativa ao turismo (OMT,
1999). Ao elaborar a árvore de domínio, respeitou-se a hierarquia do sistema estatístico do
turismo proposta pela ONU e pela OMT (UN e WTO, 1994; WTO, 1995), tendo-se
considerado “visitante” como o conceito básico da procura turística, tal como evidencia o
seguinte excerto da árvore de domínio:

Figura 1: Excerto da árvore do domínio do Turismo

Fonte: Moreira (2010)

2.3. Recursos Turísticos


Para Ignarra (2003) os recursos turísticos constituem-se nos atrativos turísticos que formam a
matéria-prima do “produto turístico”. As atracões turísticas podem ser classificadas em
naturais e culturais. Outros autores, afirmam existir uma terceira categoria de atracões que
são as artificiais. Serão as atracões feitas pelo homem, porém sem conceito de bem cultural.
O turismo vive dos recursos de que dispõe, pois hoje o novo turista procura não só
entretenimento, mas também formação através do lazer, enriquecendo os seus
conhecimentos, assimilando o que aquilo que visita tem para lhe transmitir.

Os recursos turísticos constituem o conjunto de recursos postos à disposição da atividade


turística, por exemplo uma estrada, um hotel, uma galeria de arte, os modos de vida e a

25
própria hospitalidade das pessoas são recursos que podem concorrer para a criação de um
produto turístico.

Segundo Bull (1995), estes podem dividir-se em dois tipos, os recursos livres ou banais e os
recursos escassos, sendo que os livres são os que existem em abundância que não é
necessário usar qualquer tipo de mecanismo para os distribuir pelos utilizadores e os escassos
são aqueles em que o seu escoamento é limitado. O turismo é frequentemente desenvolvido
com base em recursos livres, onde se incluem os recursos culturais, com uma sobreposição de
recursos escassos públicos e privados, que definem e filtram os públicos entre a
democratização e a elitização. A esta combinação de recursos chamamos produto turístico.

Um produto turístico é algo que se encontra no mercado como produto vendável. Deste
modo, um destino, por si só, não será um produto turístico, capaz de responder à procura, se
não tiver acessos, alojamento, infraestruturas de apoio, para além daquele que é o seu recurso
mais importante: a atracão turística. Todavia, um destino turístico é também um concentrado
de produtos turísticos que, através das suas características, determinam a capacidade de
atracão turística do destino.

Foster (1991) enumera os seguintes recursos como necessários para o desenvolvimento de um


produto turístico:

 Localização e fatores geográficos como a paisagem, o clima, o espaço disponível, os


acessos e o transporte;
 O alojamento existente e o que poderá ser criado;
 Os aspetos históricos e os eventos (recursos culturais);
 Outros recursos construídos pelo homem, como salas de espetáculo ou galerias de
arte;
 O pessoal ao serviço.

Já Mill e Morrison (1984), referem também a hospitalidade como um recurso essencial para a
criação de um produto turístico, sendo que esta hospitalidade deve ser entendida tanto ao
nível do ato profissional do técnico de turismo, como ao nível da boa aceitação da presença
dos turistas por parte das populações autóctones.

Leno Cerro (1992), esta avaliação realiza-se através de uma série de fatores que se agrupam
em duas grandes categorias: fatores internos, sendo estes graus de utilização do recurso e

26
características intrínsecas, e fatores externos, sendo esta acessibilidade, proximidade a
centros emissores, especificidade do recurso e importância do recurso.

2.4. Oferta Turística


Segundo Ruschmann (2004) a oferta turística de uma localidade, é constituída da soma dos
produtos e serviços adquiridos ou consumidos pelo turista durante a sua estadia em um
destino turístico. Esses produtos e serviços são oferecidos por uma gama de produtores e
fornecedores diferentes que, apesar de atuarem de forma individual, são entendidos pelo
turista, como um todo que integra a experiência vivencial da viagem. Por isso, o planeamento
da oferta turística de núcleos recetores deve considerar o desempenho isolado de cada um,
integrado a um objetivo geral, e cooperado - voltado para qualidade total dos produtos e
serviços oferecidos.

A autora agrupa os bens e serviços em duas categorias:

 As atracões que são os recursos naturais, socioculturais e tecnológicos, também


chamados de oferta diferencial, porque a sua diversidade depende do grau de
atratividade. Mercadologicamente são responsáveis pela escolha do turista por um
destino em detrimento de outro.
 Os equipamentos e serviços (ou “facilidades”), que correspondem aos alojamentos,
serviços de alimentação, de entretenimento, de transporte para a localidade e dentro
dela, responsáveis pelo maior ou menor tempo de permanência do turista, de acordo
com a qualidade e preço. Também são chamados elementos de oferta técnica,
considerada específica, quando se relaciona aos serviços eminentemente turísticos, e
geral, quando seus componentes atendem à população como um todo e correspondem
aos equipamentos da infraestrutura do local.

Para Cunha (1997) oferta turística “é o conjunto dos fatores naturais, equipamentos, bens e
serviços que provoquem a deslocação de visitantes, satisfaçam as suas necessidades de
deslocação e de permanência e sejam exigidos por estas necessidades”. Ignarra (2003) por
sua vez define oferta turística como um conjunto de elementos que conformam o produto
turístico, os quais, isoladamente, possuem pouco valor turístico (ou nenhum) ou têm utilidade
para outras atividades que não o próprio turismo. Esta é composta por um conjunto de
elementos que podem ser divididos em alguns grupos: atrativos turísticos, serviços turísticos,
serviços públicos, infraestrutura básica, gestão, imagem da marca e preço.

27
Nestas três abordagens esta patente que a oferta turística é um conjunto composto por
elementos naturais e artificiais que o homem aproveita para atrair e depois satisfazer a
demanda turística. Salientar que os atrativos (naturais e culturais), equipamentos (básicos e
específicos) e serviços (turísticos, públicos, dentre outros) mostram-se como elementos
indispensáveis na constituição da base da oferta turística de um destino turístico.

2.5. Infraestrutura básica


Para Ruschamann (2004) ao abordar sobre a oferta turística define infraestrutura geral
(básica) como sendo aquela que constituiu base adequada de funcionamento para atender as
necessidades básicas tanto dos turistas como da população receptora. Abrange os serviços de
abastecimento de água, eletricidade, combustíveis, coleta de lixo, tratamento de esgotos e
ainda os serviços médicos de urgência ou especializados.

Ignarra (2003) entende infraestrutura básica como uma pré-condição para o desenvolvimento
turístico. Esta engloba os acessos, saneamento, energia, comunicações, vias urbanas de
circulação, abastecimento de gás, controle de poluição e capacitação de recursos humanos. A
existência de infraestrutura básica numa localidade pode em grande medida aumentar o grau
de motivação e interesse por parte dos turistas e investidores no sector do turismo. Uma
infraestrutura, que atenda da melhor forma as necessidades da comunidade local e da corrente
turística, representa um dos elementos determinantes na eleição do destino.

Outra forma de classificação de infraestrutura básica é dada por Beni (2002) ao afirmar que a
mesma “consiste na rede viária e de transportes, no sistema de telecomunicações, de
distribuição de energia, de água, de captação de esgotos e outros, sem os quais nenhuma
classe de consumidor disporia dos serviços públicos básicos”. Como se pode observar em
todas abordagens destes autores sobre a infraestrutura existem muitos pontos semelhanças e
poucas diferenças.

De modo geral, podemos dizer que a infraestrutura é o conjunto de elementos que estimula o
desenvolvimento socioeconômico de uma região.
Suas quatro áreas macro influenciam no deslocamento de pessoas e mercadorias e também no
processo produtivo do local, o que resulta no crescimento económico. São eles:
Saneamento: aqui, podemos incluir a coleta de lixo, o fornecimento de água tratada, a coleta
e o tratamento do esgoto doméstico e industrial, além da limpeza de vias públicas. Esses
serviços são fundamentais para a prevenção de doenças e o aumento da qualidade de vida e
bem-estar da população

28
Transporte: o investimento em mobilidade urbana e na construção de estradas, aeroportos,
ferrovias, hidrovias e portos é fundamental para o desenvolvimento econômico, uma vez que
repercute no deslocamento de pessoas e mercadorias
Energia: esse é um dos principais serviços de infraestrutura, tanto a geração quanto a
distribuição dela, visto que a energia é importante para o abastecimento de residências,
empresas e indústrias, além de propriedades do campo e veículos
Telecomunicação: é essencial para a troca de informações entre pessoas e empresas de
diversas localizações, ou seja, para a realização de negócios. Isso pode ser feito através de
celular, telefone fixo, internet, rádio e outros meios.
Para que o país tenha uma economia mais produtiva e inovadora, é preciso atuar em duas
frentes:
1. Superação das deficiências que comprometem a produtividade (como a má qualidade da
educação e o alto valor de tributos).
2. Desenvolvimento de competências, focado no aumento da capacidade de inovação.

Tipos de infraestrutura podem ser:

 Infraestrutura (engenharia) — conjunto de elementos que suportam uma estrutura de


construção civil.

 Infraestrutura urbana — conjunto de serviços básicos indispensáveis a cidade.

 Infraestrutura (economia) — conjunto de elementos que possibilitam a produção de


bens e serviços

 Framework — conjunto de elementos tecnológicos que possibilitam o tráfego de


informações.

2.5.1. Sistema de Fornecimento de Água


A água é um bem indispensável para a sobrevivência humana. Este facto é reforçado por Beni
(2002) quando afirma que o ser humano necessita de água de boa qualidade e em quantidade
suficiente para as suas necessidades, não só para a proteção à saúde, como para seu
desenvolvimento económico, social e cultural. A implantação ou expansão dos serviços de
abastecimento de água traz como consequência uma rápida e sensível melhoria na saúde e nas
condições de vida de uma comunidade, principalmente pelo controle e prevenção de doenças,
promoção de hábitos de higiene, desenvolvimento de desporto e atividades recreativas e
ainda aperfeiçoamento da limpeza pública. Melhoram também o conforto e a segurança

29
coletiva, com a instalação de equipamentos de combate a incêndio e outros. Segundo Beni
(2002, p.129) “o padrão que se deseja atingir é o abastecimento de 80% da população urbana
com água tratada, na proporção de 250 litros diários por habitante”.

2.5.2. Sistema de Distribuição de Energia Elétrica


A existência de uma rede eficaz de energia tem-se mostrado um elemento essencial para
permitir o desenvolvimento de determinada região visto que esta garante a redução dos custos
de produção e permite uma maior segurança dos equipamentos sociais, tráfego noturno dos
veículos e das pessoas nos passeios públicos e pontos de encontro das pessoas. Para Beni
(2002), os padrões desejáveis de suprimento de energia são para fins industriais e
empresariais na zona urbana, especialmente na área mais adequada à instalação de indústrias;
para fins rurais em toda a região de alta densidade demográfica; iluminação em todas as ruas
com mais de 50% dos lotes ocupados, das vias comerciais e de grande tráfego, e das vias de
acesso aos equipamentos sociais.

2.5.3. Sistema de Comunicações


Para Beni (2002), a comunicação possibilita às populações residentes e flutuantes (como por
exemplo turistas) um rápido contacto com os serviços de saúde e de segurança pública em
caso de necessidade. O indicador de eficiência compreende o número de telefones por 100
habitantes; tempo de espera nas ligações para as localidades mais chamadas; frequência de
interrupções nos circuitos urbanos e interurbanos; existência ou não de agência postal e
telegráfica; percentagem da população servida por entrega domiciliar de correspondência.

2.5.4. Saneamento Básico


Beni (2002) entende saneamento básico como sendo “o controlo de todos os fatores do meio
físico ocupado pelo homem, que exercem ou podem exercer efeito deletério sobre seu bem-
estar físico, mental ou social”.

A má qualidade de apresentação de um destino pode até certo ponto repelir a demanda e


investimentos visto que ninguém se sente atraído por lugares imundos para os visitar.
Salientar que a inexistência de saneamento básico pode originar problemas de saúde (doenças
como a cólera por exemplo) aos visitantes e aos residentes de determinado destino turístico.
Constituem elementos do saneamento básico o tratamento de lixo, a rede de esgotos e de
valas de drenagem e ainda a existência de balneários públicos.

30
2.5.5. Sistema de Transporte
Para Beni (2002), o sistema de transporte é de vital importância para o desenvolvimento
económico visto que promove a expansão e o desenvolvimento do Turismo.

A meta é proporcionar à população local e flutuante condições de deslocamento rápido,


seguro, económico e eficiente, particularmente para os equipamentos sociais e de trabalho.
Salientar que o sistema de transporte é constituído pelos transportes terrestres, aéreos e
marítimos.

2.5.6. Sistema de Saúde


De acordo com Beni (2002), a existência de unidades sanitárias num destino turístico mostra-
se de estrema importância pelo facto de a atividade turística por vezes revelar-se perigosa
para o turista/visitante, isto é, devido a certos tipos de atividades praticadas no turismo como
por exemplo é o caso do mergulho, onde o turista poderá necessitar de um atendimento
rápido e eficaz aquando de um afogamento por exemplo.

2.5.7. Sistema Educacional (Capacitação de Recursos Humanos)


Segundo Ignarra (2003), o turismo é uma atividade socioeconómica de prestação de serviços
que tem nos recursos humanos o seu principal elemento. O bom atendimento ao turista é o
principal fator de avaliação do produto e existem localidades com enorme potencial turístico
que não conseguem elevar seu desenvolvimento pela ausência de investimentos em
capacitação de recursos humanos. Este facto demonstra que há necessidade de se formarem
profissionais de turismo em todas as especialidades (rececionistas, motoristas, gestores,
planeadores, etc.) para permitir uma prestação de serviços com qualidade.

2.6. Infraestrutura de apoio


Na ótica de Lage e Milone (2000) a infraestrutura de apoio é constituída pelo conjunto de
obras e instalações de estrutura física de base, desenvolvido para responder aos serviços
básicos da comunidade, mas acabam beneficiando indiretamente a atividade turística.

De Rose (2002:51) e Ignarra (2003:68) partilham da mesma abordagem, porém, usam uma


outra terminologia, considerando equipamentos de apoio de “serviços públicos”, que são
todos os serviços colocados a disposição das comunidades para suprirem as suas necessidades
básicas e que respondem esporadicamente as necessidades e desejos do turista.

Em alguns momentos confunde-se equipamentos turísticos com equipamentos de apoio, por


isso, Barreto (2003) enfatiza que, para definir se um determinado equipamento é turístico ou

31
não, o critério deve ser o da utilização, isto é, por exemplo a rede gastronómica de um destino
pode ser equipamento turístico ou equipamento de apoio, se atende
turistas esporadicamente será um equipamento de apoio e se atende frequentemente turistas
será um equipamento turístico.

2.7. Sistema Turístico (SISTUR)


Beni (2001.p.23) defende sistema como sendo um conjunto de procedimentos, doutrinas,
ideias ou princípios logicamente ordenados e coesos com intenção de descrever, explicar ou
dirigir o funcionamento de um todo.

Todavia, Morrison (2002, p.3) em clara contradição com Burkat e Medlik (1981) cit. Hall
(2003, p.41), considera “turismo” como uma indústria de maior extensão, preferindo usar o
termo “sistema” termo mais abrangente, do que o termo “indústria” para designar o turismo
como uma atividade que se interliga a outras atividades e que se complementam em serviços
para atingir um objetivo comum constituindo-se em sistemas de turismo. A abordagem do
sistema de turismo está baseada em teorias gerais sobre sistemas do biólogo Ludwingvon
Bertalanfly que definiu “sistema” como um conjunto de elementos estabelecidos em
interligação entre si e com o ambiente Morisson 2006 (pag.7).

Figura 2: Sistema Turístico

Fonte: Leiper, 2004

Este modelo evidenciado agrega uma abordagem multidisciplinar e interdisciplinar do


fenómeno turístico, ao mesmo tempo que evidencia que todos os elementos do sistema estão

32
interrelacionados. Para Leiper (1979) “o sistema abrange a viagem discricionária e a estadia
temporária de pessoas fora do seu lugar habitual de residência por uma ou mais noites,
excetuando-se as viagens feitas com a principal intenção de obter uma remuneração.

Os elementos do sistema são turistas, regiões emissoras, regiões de trânsito, regiões de


destino e a indústria turística.

Estes cinco elementos possuem conexões espaciais e funcionais. Com as características de


um sistema aberto, a organização destes cinco elementos opera em ambientes mais amplos:
físico, cultural, social, económico, político, tecnológico com os quais interage” (Leiper,
1979).

2.8. Turismo e Participação Comunitária


O planeamento participativo, como o próprio nome sugere, é a forma de planejar em que há
participação de mais de um agente envolvido na atividade que se planeja. No caso do
turismo, planeamento participativo é que aquele que busca equilibrar os interesses dos três
principais atores envolvidos diretamente na atividade turística, que são o poder público, a
iniciativa privada e a comunidade local.

Segundo Barretto (2005), Planejar turismo significa planejar para todos os envolvidos no
fenómeno: os que realizam turismo (os turistas)- que são pessoas que muitas vezes sonharam
a vida inteira com essa viagem-, os empresários que a comercializam, os que atendem às
diversas instalações no local, como os funcionários desses estabelecimentos, sem esquecer os
moradores locais que não estão ligados à atividade turística, mas que compartilham o espaço
físico e social com os visitantes e o próprio espaço físico, que tem uma capacidade limitada.

Concordando com a perspetiva de Barretto (2005) e sendo o turismo uma atividade que
essencialmente faz uso do espaço para desenvolver-se, inserir a comunidade local dos
destinos turísticos no planeamento da atividade se tornou uma das premissas básicas para se
desenvolver o turismo com bases sustentáveis. Essa linha de pensamento se fundamenta no
pressuposto de que a atividade turística tende a ocasionar mais benefícios quando a
comunidade tem seus interesses contemplados no desenvolvimento da atividade. Nesse
sentido, os autores Cabral e Cyrillo (2008) pontuam como elemento importante o facto de
que “os moradores locais tenham um olhar participativo no processo de desenvolvimento da
atividade junto ao órgão público, dando assim seu parecer no que tange às influências que os
turistas e o turismo em si podem trazer para o núcleo recetor”.

33
No meio académico, tem-se notado uma pequena tendência dos pesquisadores em abordar o
fenómeno turístico através do viés social, ou seja, busca-se o entendimento de como a
comunidade local interpreta e participa do turismo em sua localidade. Apesar da realização de
alguns estudos académicos sobre planeamento participativo, na realidade pouco é posto em
prática. São incipientes os casos de turismo realizado por meio do planeamento part icipativo.

De acordo com Dias (2013), “O importante para ser assimilado é que os encontros pessoais
entre turistas e residentes envolvem um contacto humano direto, que pode ser positivo,
negativo ou simplesmente superficial, indiferente para ambos os lados”. Dessa forma, se o
morador local não estiver satisfeito com o rumo que a atividade turística segue no seu
destino, ele pode se sentir desconfortável para rececionar o visitante, podendo assim surgir
um conflito.

A participação comunitária envolve diferentes pontos de vista e interesses, haja vista dentro
de uma mesma comunidade existirem grupos distintos. De acordo com Krippendorf (2009),
existem quatro grupos de autóctones (termo usado para se referir aos moradores locais de um
destino turístico). O primeiro grupo é composto por aquelas pessoas que têm contacto direto
com os turistas (trabalhadores do sector hoteleiro, guias de turismo etc.). Eles dependem
da atividade turística e para eles o turismo é bem-vindo porque gera trabalho e traz retorno
financeiro.
O segundo grupo é formado por proprietários de empresas turísticas ou indústria local, que
não possuem contacto direto com os visitantes. Estes veem o turismo somente pelo olhar
comercial e económico.

O terceiro grupo é composto pelos moradores que têm contacto direto e frequente com os
visitantes, mas que o turismo não representa papel principal em sua renda. Pode-se citar como
exemplo as pessoas que moram próximas a atrativos que compõem roteiros turísticos.

O quarto e último grupo é formado por pessoas que não possuem contacto com os visitantes.
Elas não participam do desenvolvimento da atividade em suas localidades e, por isso, são
indiferentes ao turismo. Tendo em vista a dicotomia de interesses na própria comunidade,
bem como no sector público e privado, e que “cada um desses grupos tem perceções
diferentes e participa de maneiras diferentes da construção do espaço turístico, pois eles têm
atitudes e condutas diferentes” (Xavier, 2007), torna-se fundamental analisar a perceção de
cada um de acordo com seu papel desempenhado na comunidade e no turismo.

34
2.9. Turismo e Desenvolvimento Local
O termo “desenvolvimento” está ligado ao planeamento e a realizações futuras. Começou a
ser usado principalmente após o fim da Segunda Guerra Mundial com o intuito de separar os
países que possuem mais riquezas daqueles não possuem tanta. Desse modo, os primeiros
eram considerados países desenvolvidos, enquanto os segundos eram considerados em
desenvolvimento ou não desenvolvidos (Oliveira, 2002).

Vale salientar que essa lógica perdura até os dias atuais. Ao contrário do que pensa o senso
comum, desenvolvimento não é apenas sinónimo de crescimento económico, ou seja, geração
de emprego e renda. Ele também engloba, entre outros fatores, a qualidade de vida, o bem-
estar da sociedade e um meio ambiente ecologicamente equilibrado (Oliveira, 2002).

Nesse sentido Oliveira (2002) ressalta que, o desenvolvimento nada mais é que o crescimento
– incrementos positivos no produto e na renda – transformado para satisfazer as mais
diversificadas necessidades do ser humano, tais como: saúde, educação, habitação, transporte,
alimentação, lazer, dentre outras.

No turismo não é diferente. Krippendorf (2009) afirma que “outro argumento que, em geral, é
apresentado como prioritário, é o efeito benéfico do turismo sobre o padrão dos empregos e
salários. A justificativa do desenvolvimento da atividade turística constantemente está
baseada nos pilares de geração de emprego, o que consequentemente tende a ocasionar
melhorias na qualidade de vida das pessoas que conseguem se inserir nesse processo.

esse contexto, Azevedo (2014) declara que o desenvolvimento deve estar entrelaçado às
melhorias sociais e às liberdades, contemplando principalmente a qualidade de vida dos
indivíduos e o seu bem-estar. Buscando a promoção de melhorias no que diz respeito ao bem-
estar de comunidades, surge como alternativa o desenvolvimento local que busca em
primeiro lugar proporcionar benefícios para comunidade local, sendo esses de ordem
económica, social e também ambiental.

Busca-se melhorar a qualidade de vida da população em termos de saúde e educação, bem


como gerar emprego e renda no intuito de contribuir para redução de desigualdades sociais.

Sobre isso Xavier (2007) destaca que, comumente, há também a expectativa do aumento da
oferta de empregos e consequentemente, aumento de renda das pessoas, além de melhorias na
qualidade de vida da população local.

35
Porém, é frequente os casos onde o turismo se desenvolve de maneira desorganizada, sem
planeamento. Tendo em vista que o meio em que o turismo se desenvolve e as expectativas
da comunidade local acerca do desenvolvimento da atividade, Mariani (2012) enfatiza que
“no desenvolvimento do turismo não basta ter o enfoque do governo e da iniciativa privada,
mas tanto quanto, o olhar dos primeiros, é indispensável à visão da comunidade local face ao
processo de planeamento e implantação”. A atividade turística, se bem planejada, pode gerar
benefícios para a comunidade local, seja por meio de:

i) ampliação de infraestrutura básica (estradas, saneamento, postos de saúde etc.) ou

ii) da inserção dos moradores locais no trade turístico, pela abertura de pequenos
empreendimentos turísticos, como pousadas, campings, restaurantes, lanchonetes,
passeios guiados, produção e venda de artesanato, entre outras.

Em contexto amplo, Hanai (2012) aborda que a concepção de desenvolvimento local


acontece quando o elemento humano ocupa lugar central no processo e as pessoas envolvidas
são beneficiadas em seus territórios. Em contexto específico do turismo ele afirma que este se
relaciona a perspetiva de desenvolvimento local quando objetiva propiciar melhorias nos
espaços e para as pessoas que inseridas no ambiente onde as atividades turísticas são
desenvolvidas.

2.9.1. Turismo em Moçambique

Moçambique é famoso por oferecer uma combinação entre o turismo de sol e praia com o
safári. Muitos turistas procuram as águas do Oceano Índico para mergulhar em lugares como
Pemba, Tofo, Macaneta ou Ponta de Ouro.

Moçambique é dotado de uma variedade de sistemas ecológicos que são ricos em espécies
endémicos, com elevado potencial para o desenvolvimento do ecoturismo devido a existência
de áreas de conservação por todo país. O seu invejável conjunto diversificado de recursos
naturais com níveis de conservação digno de realce na região austral da África pode
promover o desenvolvimento de uma indústria de turismo baseada na natureza. Este país
concentra ainda um conjunto de belezas cénicas com paisagens terrestres e marinhas de valor
excecional, tornando-se ideal para desenvolvimento de várias atividades turísticas com
destaque para observação de animais de grande porte, pássaros, pesca desportiva, mergulho,
canoagem, trilhas ecológicas e ainda apreciação de manifestações culturais das comunidades
locais.

36
Sendo assim, o Programa do Governo para o quinquénio de (1995 – 1999) definiu o turismo
como um sector para maximizar a entrada de divisas e geração de emprego, e promover uma
maior participação do empresariado nacional em empreendimentos turísticos. (MITUR,
2006). Uma das consequências desta perspetiva foi a elaboração da Política do Turismo
aprovada pelo governo através da Resolução nº.14/2003, de 14 de abril. Ela identifica os
princípios gerais, os objetivos do turismo e as estratégias que consistem numa série de
diretrizes cuja finalidade é orientar a implementação das ações com vista o alcance dos
objetivos e princípios estabelecidos na política, através de medidas estratégias essenciais tais
como:

 O reconhecimento do sector privado como força motriz do desenvolvimento da


indústria;
 Formação e profissionalização dos recursos humanos como forma de aumentar a
qualidade do turismo;
 Promoção do envolvimento efetivo da comunidade nos planos de desenvolvimento,
entre outros.

Esta política tem a particularidade de defender um turismo sustentável e responsável, o


respeito pelos valores culturais criando um envolvimento das estruturas distritais e das
comunidades locais.

O outro aspeto importante é o reconhecimento do valor das áreas de conservação do


desenvolvimento do sector e a ênfase colocada no papel que o sector do turismo pode ter no
alívio à pobreza e no desenvolvimento de novas linhas de produto na perspetiva dos vários
segmentos do mercado.

Porque uma estratégia de turismo?

O objectivo geral do presente plano estratégico para o desenvolvimento do turismo (PEDT ll)
é de fornecer ao ministério da cultura e turismo (MICULTUR) um plano e estratégia de
implementação para o desenvolvimento da área do turismo como vector fundamental para o
rápido crescimento económico e a geração de emprego durante o período de 2016 a 2025, em
apoio ao plano de redução da pobreza (PARP) do governo.

Mas especificamente, os objectivos são de promover a Indústria do Turismo a partir dos


níveis que se atingiram ate 2013, designadamente:

37
Incrementar o número de turistas e receitas com vista a promover o crescimento económico e
o PIB per capital;

Diversificar as atrações e serviços turísticos do pais afim de acomodar um maior número de


viajantes sem reduzir a sustentabilidade e a qualidade ambiental dos destinos turísticos;

Estabelecer firmemente a marca Moçambique como o destino mais atrativo para uma
experiência autêntica de sol e praia e da natureza africanas, complementadas por uma gama
de opções de atrativos relacionados com a vida selvagem, aventura, cultura e muito mais;

Maximizar a geração de emprego e usar o turismo como uma ferramenta para o


desenvolvimento de recursos humanos.

Porque um plano estratégico?

Para orientar o crescimento do sector

Quadro político e regulador

Nos últimos dez anos foi alcançado um progresso significativo a nível de formulação de
políticas e regulamentação. A politica do turismo e estratégia de implementação aprovado em
2003 estabelece seis objectivos gerais, nomeadamente: a) elevação e Moçambique em destino

38
turístico de classe mundial, b) criação de emprego, c) desenvolvimento do turismo
sustentável, d) a conservação da biodiversidade, e) preservação dos valores e orgulho
culturais, e f) melhorar a qualidade de vida dos Moçambicanos são destacadas catorze áreas
de intervenção prioritária, traduzidas numa vasta gama de 125 directivas estratégicas
especificas

Unidade de coordenação

MICULTUR, DPCULTURs, DPC


PEDTM ll – CORDENACAO responsável pela
unidade de E
avaliação dos
monitoria de IMPLEMENTAC
planos do
implementação AO
ministério

Áreas Prioritárias de Investimento e de Desenvolvimento do Turismo versus Sítios


(valor histórico cultural)

Implementação do PEDTM ll

39
A implementação e feita com base num plano de acção que periodiza as acções em

3 grupos: A, B, C, com: Responsabilidades, Resultados chaves, Indicadores e Custos.

Prioridade Acções Insc ritas Realizadas

= Acções imediatas, criticas e 10 realizadas


prioritárias para se atingir as
A 18 Acções 08 parcialmente
metas
realizadas/em
curso

= Acções que devem ser Em processo de


realizadas nos primeiros 3 avaliação
24 Acções
anos para se atingir os
B objetivos

= Acções que devem ser Em processo de


realizacas ao longo do ciclo avaliação
C 21 Acções
do projeto

Implementação do PEDTM ll – recomendadas intervenções católicas para a implementação


da fase 1 (consolidação) do PEDTM ll.

Projeto católico 1 – portfólio de projetos de desenvolvimento: projectos especiais e


infraestruturas: a área do resort wimbe beach, a marginal de vilankulo, o Maputo”rambla”.

Projeto católico 2 - campanha de gestão de imagem de Moçambique

Projeto católico 3 –projeto de capacitação do sector publico.

Projeto católico 4 – campanha de turismo domestico “maninguenice”.

Projeto católico 5 – estabelecer uma agência de Turismo em Maputo.

Mecanismos Institucionais de Implementação

As direcções provinciais da cultura e turismo (DPECULTURs) e Instituições subordinadas e


tuteladas tem um papel fundamental na execução dos planos;

40
Deve haver iteração regular com as DPECULTURs, avaliando as acções que são da sua
directa responsabilidade, constantes dos planos estratégicos;

Recomenda se que os projectos provinciais e nacionais conjuntos emanados planos e que


sejam de interesse nacional sejam harmonizados entre o ministério e os governos provinciais
anualmente. Ambas partes devem se comprometer na execução de tais projectos.

Mecanismos institucionais de implementação e monitoria

A nível de responsabilidades verificar quais as acções que envolvem outros sectores


/ministérios chave, e interagir com essas instituições com vista a aferir o ponto de situação de
respetivas acções.

41
CAPÍTULO III: APRESENTAÇÃO DO CAMPO EMPIRICO

3.1. Características do Local de Estudo

Apresentado o corpo teórico que irá orientar o estudo, passamos a apresentar as


características do território que serve de base de incidência do estudo, a localidade de
Macaneta.

Figura 3: Mapa da localidade

Fonte: INE (Instituto Nacional de Estatística)

42
A Localidade de Macaneta, situa-se a 6km da sede do Distrito de Marracuene, onde é
banhada pelo rio Incomáti, a Este pelo Oceano Indico, a Sul pela Ponte de Macaneta e a
Norte pela Localidade de Taula.

Tem uma população de 5.604 habitantes, segundo censo populacional de 2017, dos quais
2.761 homens e 2.843 mulheres.

Macaneta forma a península de Marracuene e é constituída por uma estreita faixa de terreno
arenoso, estendendo-se numa direção norte-sul com aproximadamente 12km de
comprimento, 2km de largura, e uma altitude 65 metros, forma a barreira entre o estuário do
rio Incomáti e o canal de Moçambique (MAE, 2005).

A praia de Macaneta é magnifica e longa com 33,8 km junta ao Oceano Indico, razão pela
qual foi considerada um destino turístico muito popular, e favorito para férias durante o
tempo colonial, e numa curta viagem ate ao sul da ilha na ponta de Macaneta, encontra-se um
velho navio naufragado e também se pode vislumbrar a ilha de Xefina (MAE, 2005).

Figura 4:Praia de Macaneta

Fonte: Autor

3.1.1. Distribuição populacional e Recursos Existentes

3.1.1.1. Distribuição populacional

Segundo o conselho administrativo da localidade de Macaneta, a população residente esta


dividida em 6 bairros nomeadamente:

43
Tabela 1: Distribuição populacional

BAIRRO NÚMERO DE NÚMERO DE POPULACAO


CASAS AGREGADOS RESIDENTE
Macaneta 1 136 133 579
Hobjana 200 180 800
Mbuva 187 179 714
Macaneta 2 688 721 3269
Xefina 62 62 104
Mbenguele 36 38 138
TOTAL 1309 1313 5604

3.1.1.2. Recursos Existentes

Macaneta dispõe de vários recursos, dentre eles existem recursos de atracão turística bem
como os recursos de apoio para suprir as necessidades básicas da população da localidade
(Recursos Habitacionais e Recursos de Turismo) e é em meio desta que se fazem sentir as
infraestruturas locais que visam contribuir ou impulsionar no desenvolvimento
socioeconómico do turismo em Macaneta.

3.1.1.3. Recursos Habitacionais

A localidade de Macaneta dispõe de um Posto Policial, um Centro de Saúde, um EDM que se


encontram logo na entrada de Macaneta no bairro de Macaneta II e de 6 escolas onde 2 são
EPC uma no bairro de Macaneta II e outra no bairro de Mbuva, 3 são EP1 uma em Macaneta
I, Benguele e Hodjuana, e por fim 1 Secundaria privada no bairro de Mbuva.

3.1.1.4. Recursos de Turismo

A localidade de Macaneta dispõe de vários recursos turísticos ponte que liga o distrito de
Marracuene a localidade de Macaneta, logo apos o perímetro urbano e possível verificar a
feira informal de pequenos agricultores, em sua maioria mulheres que comercializam os
produtos de suas machambas, de seguida temos a praia de Macaneta onde pude observar a

44
pratica da atividade de pesca da região, feita pelos pescadores para o comercio local e do
distrito de Marracuene, em meio desta foi possível perceber que há um grande crescimento
no numero de hotéis e pousadas na região, e grande parte dos donos são estrangeiros de
nacionalidade sul-africana.

Importacia das infraestruturas e tipos de infraestruturas que a localidade oferece:

Infraestrutura e essencial para o desenvolvimento socioeconomico de um pais. Dela


dependem as empresas para que desenvolvam os seus negócios corretamente, caso isso não
aconteca, consequentemente afeta na falta de empregos, na inflação sobre (lei da oferta e
procura) e todas as operações comercias são prejudicadas. Por isso e fundamental que todos
os quatro elementos das infraestruturas caminhem juntos: saneamento, transporte, energia e
telecomunicação.

O turismo é de praia e sol, a nível da praia de Macaneta temos registrado 37 estabelecimentos


comerciais em que se destaca as estâncias turísticas, hotéis, lojas e pousadas.

Nas estâncias turísticas temos algumas feitas de caniço e palha, como também temos
construção de quartos definitivos, até o momento o máximo que tem é um hotel quatro
estrelas. Entre eles destacam-se:

Jays Beach Lodge; Surise Lodge Macaneta, Macaneta Resort, Macaneta Holiday Resort;
Lugar do Mar; Tan’n Biki, Cova do Tubarão, Lodge Quinta do Lourenço e Pisane Lodge.

Figura 5: Cova do Tubarão

Fonte: Autor

Figura 6: Tan' Biki

45
Fonte: Autor

3.1.2. As Principais Atividades Turísticas

Dentre as principais atividades praticadas em Macaneta destacam-se: Pesca Desportiva,


Observação de macacos, Turismo de Sol e Praia, caminhadas, lazer, paisagem, Desportos
Aquáticos, vendas de artesanato, venda de produtos de agricultura, pratica do hipismo, pratica
de canoagem e caiaque.

Figura 7: Canoagem

46
Fonte: Autor

Figura 8: Turismo de sol e praia

Fonte: Autor

3.1.3. Governação local.

De acordo com a PDG (Plano de Desenvolvimento da Governação Local), enfatiza a


descentralização, e reforça a capacidade local de planificação e gestão das políticas públicas
através duma maior interação com a população, permitindo um desenvolvimento sustentável,
através duma integração entre o Estado e as populações, estas que se transformam no ponto
de partida e de chegada da Acão governativa, contribuindo para a redução da pobreza e
integração de todos os sectores de desenvolvimento social, económico e institucional de
modo a se alcançar um desenvolvimento integrado, através do aproveitamento racional dos
recursos existentes na localidade. De modo aos pontos seguintes:

 Permitir uma planificação operacional mais consistente;

 Promover o desenvolvimento sustentável e equilibrado da localidade;

 Permitir planeamento e implementação de Infraestruturas;

 Facilitar a interação entre a população e os investidores, de modo a incentivar o


empreendedorismo e gerar emprego;

 Reduzir os níveis de pobreza e promover a educação

 Melhorar a prestação dos serviços públicos ao cidadão.

47
CAPITOLO IV - METODOLOGIA

4.1. Classificação da Pesquisa


No presente capítulo apresentam-se os métodos de pesquisa utilizados para a realização deste
estudo. Com efeito, apresenta-se a amostra, e os instrumentos metodológicos utilizados para
realizar todas as etapas investigativas que irão compor esta pesquisa.

Desta forma, importa destacar que, o presente estudo possui um carácter misto pelo facto de
combinar abordagens de natureza quantitativa e qualitativa.

4.2. Quanto a abordagem do problema


O presente estudo possui um carácter misto pelo facto de combinar abordagens de natureza
quantitativa.

Creswell (2003) sustenta que a abordagem mista se caracteriza pela coleta e análise de dados
qualitativos e quantitativos para estudar um fenómeno num único trabalho de pesquisa. Trata-
se de um estudo descritivo que pretende, a partir da observação e da análise objetiva, chamar
à consciência as autoridades locais sobre a importância do turismo no desenvolvimento local.

Pesquisa quantitativa - tudo é quantificável, Isso significa traduzir opiniões e números em


informações utilizadas para a sua classificação e posterior análise.

O estudo é desenvolvido com base na pesquisa Quanitativa pois pretende-se estudar o


fenómeno de perto com o objetivo de perceber, de que forma as infraestruturas podem
contribuir para o desenvolvimento do turismo, levando-se em conta aspetos tidos como
relevantes, como as opiniões, o contacto direto e comentários do público entrevistado.

4.3. Quanto a Abordagem dos objetivos


O presente estudo possui um carácter misto pelo facto de combinar a pesquisa exploratória e
a pesquisa descritiva.

Pesquisa exploratória - proporciona maior familiaridade com um problema, envolve


levantamento bibliográfico, entrevistas com pessoas que tiveram experiências práticas com o
problema, além da análise de exemplos. Assumindo, em geral, a forma de pesquisas
bibliográficas e estudos de caso.

O estudo será exploratório a medida em que será feito o levantamento de experiências do


público-alvo da pesquisa, assim como dos aspetos tidos como relevantes por estes, buscando-
se uma interação direta com o entrevistado.
48
Pesquisa descritiva – consiste em descrever as características de certa população, assim,
estabelecendo relações entre variáveis, o que envolve técnicas de coleta de
dados padronizados, como questionários e técnicas de observação no geral, assume a forma
de levantamento.

O estudo será descritivo a medida em que será feito o levantamento das características do
publico alvo, assim como dos aspetos tidos como relevantes para técnicas de observação,
buscando-se uma inteiração direta com as entidades locais podendo fornecer dados
padronizados referentes a população local.

4.4. Quanto aos procedimentos técnicos


Para a presente pesquisa foram usados os seguintes procedimentos técnicos: pesquisa de
campo, que se caracteriza pelas investigações realizadas por meio da coleta de dados junto às
pessoas, somando à pesquisa bibliográfica e/ou documental. Para tanto, depende da junção de
recursos de diferentes tipos de pesquisa, como por exemplo, a pesquisa Ex-post-facto,
pesquisa-ação, pesquisa participante, entre outras.

A pesquisa de levantamento é utilizado em estudos exploratórios e descritivos, podendo ser


de dois tipos:

1. de uma amostra;

2. de uma população (censo).

Desta forma, a coleta de dados se realiza através de questionários ou entrevistas. Este


procedimento consiste

Por isso, de acordo com Gil (2007, p. 52) os estudos descritivos são os que mais se adéquam
aos levantamentos. Exemplos são os estudos de opiniões e atitudes.

4.5. População e Amostra

4.5.1. População
A pesquisa foi realizada na localidade de Macaneta, assim, para o presente estudo, foi
assumido a população de 5604 indivíduos dos quais são compostos pelos residentes da
Localidade de Macaneta, distrito de Marracuene, sem distinção da sua nacionalidade, raça ou
religião.

49
Gil (2003), afirmam que a população é o conjunto de indivíduos, casos ou observações onde
se quer estudar o fenómeno.

4.5.2. Amostra
Como amostra para o estudo, numa base de amostragem não probabilística por conveniência,
foram assumidos para o estudo 2% da população existente. Esta técnica consiste em
selecionar uma amostra da população que seja acessível. Ou seja, os indivíduos empregados
nessa pesquisa são selecionados porque eles estão prontamente disponíveis, não porque eles
foram selecionados por meio de um critério estatístico.

De acordo com Marconi e Lakatos (2003), a amostra é uma parcela convenientemente


selecionada do universo (população); é um subconjunto do universo.

A amostra será de 112 indivíduos, dos quais são compostos por: residentes da localidade de
Macaneta e Visitantes.

4.5.3. Analise e tratamento de dados


Para a analise e tratamento de dados obtidos através dos questionários recorreu-se a analise
estatística descritiva procurando sumariar e descrever os padrões de resposta mais relevantes
face aos dados existentes, por forma a compreender a realidade em estudo e a analise com
apoio no programa estatístico Excel para o âmbito quantitativo. E procedeu-se à interpretação
dos dados numéricos através da criação de gráficos, assim como, pelo cálculo da média,
mediana, desvio-padrão e qui quadrado para testar a relação entre variáveis dependentes e
independentes.

Para tratamento da informação recorreu-se à Análise de Conteúdo no âmbito qualitativo, por


consideramos esta técnica melhor adequada aos objetivos definidos e por permitir organizar
as informações, obtidas através da entrevista, possibilitando agrupar, categorizar e interpretar
o conteúdo das mensagens e dele extrair algum significado para a investigação

4.5.4. Instrumentos de Recolha de dados


Para a recolha de dados que irão sustentar o estudo, usou-se a análise exploratória e
descritiva.

Serão usados os seguintes instrumentos: o questionário constituído por perguntas de resposta


fechada.

50
a) Questionário

O questionário será aplicado no período de pico para o turismo Janeiro e fevereiro.

Estes serão aplicados em alguns dias da semana e no final de semana, tanto no período da
manhã quanto da tarde, porém não em dias consecutivos para perceber a dinâmica da região.

O questionário será destinado aos Visitantes e Moradores locais com idade igual ou superior
a 18 anos, no qual serão feitas perguntas (fechadas) e eles responderam sem influência
externa.

De acordo com Marconi e Lakatos (2003), questionário é um instrumento de coleta de dados,


constituído por uma série ordenada de perguntas, que devem ser respondidas por escrito e
sem a presença do entrevistador.

51
Capítulo V - APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DE RESULTADOS
Neste capítulo apresentam-se e descrevem-se os resultados obtidos, bem como se procede à
análise e discussão dos dados mais relevantes. Num primeiro ponto, denominado “Perspetiva
da População de Macaneta” apresentam-se os dados obtidos através do inquérito por
questionário e num segundo ponto denominado’’ Opinião sobre as Infraestruturas e
desenvolvimento do Turismo na localidade de Macaneta, apresentam-se os dados obtidos
através da entrevista semiestruturada dirigida ao responsável das atividades económicas no
distrito de Marracuene.

Para a leitura dos dados recolhidos no âmbito do inquérito realizado à população residente,
foi feita a codificação do questionário no programa informático SPSS.

5.1 Caracterização dos Inquiridos


Neste ponto será feita a caracterização dos participantes – amostra constituída por 100
inquiridos, conforme referido no procedimento metodológico, sendo que estiveram dispostas
29 pessoas - de acordo com os seguintes dados sociodemográficos: sexo; idade; habilitações
académicas; grupo profissional; tempo de residência em Macaneta

5.1.1. Sexo

No que respeita a variante Sexo, de acordo com o estudo feito na localidade de Macaneta, foi
possível apurar o seguinte resultado: 41.38% (correspondente a 12 pessoas) são do sexo
masculino enquanto 58.62% (correspondente a 17 pessoas) são do sexo feminino, que totaliza
29 casos que correspondem a 100%, deste modo verifica-se que o sexo predominante é o
feminino como se pode apurar no gráfico abaixo representado:

52
Gráfico 1: Sexo

Fonte: Autor

5.1.2. Idade

No que concerne à idade apuramos os seguintes dados, que 65.52% tem idade entre 18 a 28
anos, 13.79% com idades entre 29 e 39 anos, 10.34% tem idades entre os 40 e 50 anos.
10.34% Possuem idades acima de 62 anos de idade; deste modo verifica-se que a maior parte
da população desta região é composta pelos jovens que tem a maior percentagem e de
seguida a faixa dos 29-39, como se pode apurar no gráfico abaixo representado:

Gráfico 2: Idade

Fonte: Autor

53
5.1.3. Nivel Acadêmico

No que diz respeito às habilitações literárias do total de casos inquiridos, foi possível notar
que 24.14% não possuem nenhum nível de escolaridade; 41.38% têm o ensino primário,
34.48% com o ensino secundário. O que totaliza a 29 inquiridos que correspondem a 100%.

Portanto a maior parte da população desta região frequenta o nível primário e tem
dificuldades em aderir ao ensino secundário, e boa parte permanecem sem nenhum nível de
escolaridade. como se pode apurar no gráfico abaixo representado:

Gráfico 3:Nível Académico

Fonte: Autor

5.1.4. Grupo Profissional

Na caracterização geral dos inquiridos, foi analisado o grupo profissional, notou-se que
24.14% são estudantes; 27.59 % são trabalhadores de pesca e agricultura; destaca-se ainda
para os 31.3% correspondem aos desempregados, e por fim outros com 17.24%.

Ainda nesta questão, nota-se que o nível de escolaridade influencia no fator profissional,
como se pode notar no gráfico anterior. O nível de desemprego tem relação com o nível
académico dos inqueridos neste estudo como se pode conferir no gráfico que consta para a
questão em análise:

54
Gráfico 4:Profissão

Fonte: Autor

5.1.5. Tempo de residência em Macaneta

Para finalizar a caracterização geral dos inquiridos, o estudo assumiu o tempo de residência
no concelho. Assim, do universo de pessoas inquiridas destacam-se pessoas com mais de 10
anos de residência em Macaneta, com uma percentagem de cerca de 93.1% que corresponde a
27 inquiridos. Em segundo lugar com cerca de 6.9% que corresponde a 2 inquiridos, figuram
indivíduos que residem em Macaneta num período entre 6 a 10 anos, conforme o gráfico
representado a seguir:

Gráfico 5:Tempo de Residência

55
Fonte: Autor
5.2. Opinião sobre as Infraestruturas e o Turismo em Macaneta
O estudo considera o envolvimento pessoal no turismo como especto que pode de certa forma
influenciar a opinião que se pode ter relativamente as infraestruturas e o turismo em
Macaneta por parte dos inquiridos.

Ainda no âmbito da recolha de dados para o suporte do estudo, o segundo subgrupo visava
fazer a recolha da opinião dos entrevistados sobre as Infraestruturas no desenvolvimento do
Turismo na localidade de Macaneta, baseado nas diferentes questões colocadas que a seguir
se apresentam:

5.2.1. Envolvimento Pessoal no Sector do Turismo


Assim, do total de inquiridos destacam-se 21 casos correspondentes a 72.4% que declararam
não ter qualquer tipo de envolvimento no sector do turismo. Este facto é interessante para o
estudo na medida em que julgamos que uma parte significativa das respostas não terá
nenhuma base de influência que possa impedir que os inquiridos deem a sua opinião sem
influência do envolvimento e convivência direta com o turismo e por outro lado temos 8
casos correspondentes a 27.6% que declaram ter envolvimento no sector, como confere no
gráfico a seguir:

Gráfico 6: Envolvimento no Turismo

56
Fonte: Autor

5.2.2. Tipo de Envolvimento

Na linha do envolvimento no turismo, o estudo procurou saber dos inquiridos se tinham


algum emprego no sector do turismo, que é também para apurar se haverá algum tipo de
influência nas respostas em função do envolvimento ou não no sector do turismo. Assim,
relativamente à presente questão uma minoria de 10.3% que corresponde a 3 inquiridos,
considerou que tem envolvimento no sector de alojamento, atualmente 17.2% correspondente
a 5 inquiridos tem envolvimento na área de restauração, a maioria com 72.4% correspondente
a 21 inquiridos tem envolvimento em outras áreas (agricultura e pesca), conforme se pode
apurar do gráfico que fazemos constar abaixo:

Gráfico 7:Tipo de envolvimento

57
Fonte: Autor

5.2.3. Opiniao sobre o desenvolvimento turismo em Macaneta

No seguimento do levantamento de dados sobre o desenvolvimento do turismo em Macaneta,


a pesquisa procurou saber de forma geral a opinião dos residentes sobre o estágio do
desenvolvimento do Turismo em Macaneta. Assim, do universo inquirido, 6.9% corresponde
a 2 casos, considera muito mau, e 27.6% corresponde a 8 casos, considera mau.

Maior percentagem foi para os que consideram muito bom o estágio do desenvolvimento do
turismo com 44.8% correspondente a 13 inquiridos, e 20.7% correspondente a 6 inquiridos,
considera bom. Como se pode apurar no gráfico que fazemos constar abaixo:

Gráfico 8: Opinião Sobre o desenvolvimento Turismo

58
Fonte: Autor

5.2.4. As infraestruturas são relevantes para o desenvolvimento do turismo em


Macaneta

Dentre varias opinioes verificou-se que a maior parte da populacao local, com 75.9% que
corresponde a 22 inquiridos, considera que as infraestruturas são sim relevantes para o
desenvolvimento do turismo em Macaneta, e a menor parte com 24.1% que corresponde a 7
inquiridos discorda do mesmo, conforme mostra o grafico abaixo:

Gráfico 9: Relevância das infraestruturas para o desenvolvimento do turismo

Fonte: Autor

5.2.5. Actividades praticadas em Macaneta

59
Dentre varias actividades que o turismo propociona aos turistas em Macaneta, segundo a
opiniao dos locais foi visto que os turistas fazem mais caminhadas com uma percentagem de
40.0% que correspondem a 34 inquiridos, de seguinda destacou-se a pratica de desportos
aquaticos com 29.4% que corresponde a 25 inquiridos, a pesca desportiva com 15.3%, e
menoria destacou pratica de outras actividades com 12.9% com 11 inquiridos, conforme
mostra o grafico abaixo:

Gráfico 10: Atividades mais praticadas em Macaneta

Fonte: Autor

5.2.6. Importância da Infraestrutura para o Desenvolvimento do Turismo em Macaneta

Na mesma sequência, o estudo procurou saber dos residentes o grau de importância que
atribuíam as infraestruturas para o desenvolvimento de Macaneta. A este propósito as opções
de resposta colocadas variavam de nada importante para muito importante, sendo que a maior
parte com 55.2% equivalente a 16 inquiridos respondeu que a infraestrutura assume um
papel importante para o desenvolvimento de Macaneta, enquanto 20.7% equivalente a 6
inquiridos, considera nem pouco e nem muito importante a importância das infraestruturas, e
por fim a menor parte com 24.1% equivalente a 7 inquiridos, considera a infraestrutura
pouco importante para o desenvolvimento de Macaneta. conforme ilustra os dados no gráfico
abaixo:

60
Gráfico 11: Importância da infraestrutura para o Turismo

Fonte: Autor

5.2.7. O desenvolvimento do Turismo está relacionado com a implementação de


infraestruturas

No âmbito da análise da opinião dos residentes locais sobre as infraestruturas na localidade


como dinamizador do desenvolvimento, o estudo procurou, numa base previamente definida,
buscar a opinião dos residentes sobre as infraestruturas básicas que consideram ter ganho
maior dinâmica com a prática do Turismo.

Desta forma temos a maior parte com 34.5% equivalente a 10 inquiridos, considera a
acessibilidade; 20.7% equivalente a 6 inquiridos, considera a comunicação; 24.1%
equivalente a 7 inquiridos, considera a rede de estabelecimento de luz, e por fim 20.7%
equivalente a 6 inquiridos, considera a rede de estabelecimento de água. conforme ilustra os
dados no gráfico abaixo:

Gráfico 12: Relação do turismo e a implementação de infraestruturas

61
Fonte: Autor

5.2.7. Infraestruturas relevantes para o desenvolvimento do turismo

No seguimento do levantamento de dados, procurou-se destacar as infraestruturas que são


complementares no desenvolvimento do turismo e que proporcionam melhorias para a
comunidade local bem como a imagem local. Assim sendo, 13.8% corresponde a 4
inquiridos, considera rede de estabelecimento de água; 13.8% corresponde a 4 inquiridos,
considera rede de estabelecimento de energia; 24.1% corresponde a 7 inquiridos, considera a
comunicação e por fim a maior parte com 48.3% correspondente a 14 inquiridos, considera a
acessibilidade.

Deste modo a que frisar que uma das maiores dificuldades desta localidade e são as vias de
acesso e de seguida a comunicação de acordo com o gráfico anterior e dos dados ilustrados
no gráfico abaixo:

Gráfico 13: Infraestruturas relevantes para o turismo

62
Fonte: Autor

5.2.8. Como a comunidade tem contribuído para a preservação das infraestruturas de


Macaneta.

Procurou-se percebe a fundo se a comunidade tem contribuído de alguma forma para a


conservação das infraestruturas locais e quais não os métodos ou mecanismos usados para o
mesmo propósito. Assim, do total de inquiridos 31% que corresponde a 9 casos, tem
contribuído promovendo a limpeza; 31% que corresponde a 9 casos, tem contribuído em não
abatendo animais e derrubar arvores; e por fim 37.9% que corresponde a 11 casos, tem
contribuindo em não vandalizar.

Gráfico 14: Contributo da comunidade para conservação

63
Fonte: Autor

5.2.9. Infraestruturas Necessarias para a Comunidade e setor turistico de Macaneta

Dentre varias necessidades que a localidade tem, segundo a opiniao dos locais foi visto que
há uma grande necssidade de implementacao de infraestruturas basicas que podem melhorar
muito o fluxo de entradas e saidas dos visitante bem como a convivencia local. Contudo
temos 27.6% que correspondem a 8 inquiridos, optam por Escola secundaria; de seguinda
6.9% que corespondem a 2 inquiridos, que optam por Hospital publico; 20.7% que
corresponde a 6 inquiridos, optam por Mercado ; 34.5% que corresponde a 10 inquiridos,
optam por Estradas alcatroadas; 6.9% que corresponde a 2 inquiridos optam por Bancos e
ATM, e por fim a menoria de 3.4% que corresponde 1 inquirido, que optam por Posto
policial. Conforme mostra o grafico abaixo:

Gráfico 15: Infraestruturas Necessárias

64
Fonte: Autor

5.3. Opinião dos Residentes de Macaneta Relativamente à Vida Social e Cultural, Área
Ambiental e Envolvimento da Comunidade Local

No âmbito da recolha de dados para sustentar o estudo, buscando a perspetiva dos residentes
locais sobre a infraestrutura e turismo como fator do desenvolvimento local, tema central da
presente dissertação, foi recolhida a opinião dos inquiridos relativamente à vida social, área
ambiental assim como o seu envolvimento no desenvolvimento e planeamento do turismo, as
quais passamos a detalhar de forma pormenorizada:

Vida Social e Cultural

5.3.1. Criação de Emprego


No que diz respeito à vida social de Macaneta, o estudo procurou entender dos residentes se
consideravam as infraestruturas e o turismo como uma oportunidade para a criação de postos
de emprego para os residentes locais. A este propósito, 20.7% (6 indivíduos) não concordam
que a infraestrutura e turismo cria oportunidades de emprego para os residentes locais; 31%
que corresponde a 9 inquiridos não concorda nem discorda; 20.7% que corresponde a 6

65
inquiridos, concordam e por fim 27.6% concordam plenamente que a infraestrutura e turismo
criam emprego para os residentes locais, como se pode confrontar no gráfico que se segue:

Gráfico 16: Criação de Emprego

Fonte: Autor

5.3.2. Bens e Serviços utilizados são de Mão-de-obra Local

Colocada esta questão notou-se com base nas respostas dadas que os residentes de Macaneta
consideram que o turismo tem utilizado bens e serviços locais, visto que 13.8% (4 pessoas)
discorda completamente, 13.8% (4 pessoas) discorda, 27.6% (8 pessoas) concorda, 20.7% (6
pessoas) concordam plenamente. Porém há que referenciar que uma percentagem
considerável de inquiridos, correspondente a 24.1% (7 pessoas) conforme o gráfico
representado abaixo, mostrou dúvida em termos de opinião tendo assim considerado que não
concorda nem discorda com a afirmação feita.

66
Gráfico 17: Bens e serviços

Fonte: Autor

5.3.3. Alteração de comportamento e modo de vida da comunidade local

No que diz respeito a alteração dos hábitos, costumes e modo de vida da comunidade, 10.3%
(3 pessoas) discorda, 24.1% (7 pessoas) não concorda e nem discorda, 31% (9 pessoas)
concorda, a maior parte com percentagem considerável de inquiridos, correspondente a
34.5% (10 pessoas) conforme o gráfico representado abaixo concorda plenamente com a
afirmação feita.

67
Gráfico 18: Alteração de comportamento e modo de vida da comunidade

Fonte: Autor

5.3.3. Promove o Acesso a Educação

Na mesma sequência, o estudo procurou saber dos residentes o grau de importância que este
aspecto tem perante a educação e formação profissional dos residentes locais. tendo assim,
51.7% (15 pessoas) discorda completamente, 20.7% (6 pessoas) discorda, 17.2% (5 pessoas)
não concorda e nem discorda, 6.9% (2 pessoas) concorda, 3.4% (1 pessoa) concordam
plenamente com afirmação feita conforme o gráfico representado abaixo:

68
Gráfico 19: Promove o acesso a educação

Fonte: Autor

5.4. Área Ambiental


No que refere-se a perturbação do percurso migratório dos animais na localidade de
Macaneta, os moradores concordam que existe esse fator , assumindo assim que 3.4% (1
inquirido) discorda plenamente, 6.9% (2 inquiridos) discordam, 27.6% (8 inquiridos) não
concordam e nem discordam da afirmação, e a ultima parte com maior percentagem de 62.1%
(18 inquiridos) concordam plenamente haver uma perturbação referente ao processo
migratório dos animais selvagens desta localidade , como se pode ver no gráfico abaixo:

69
Gráfico 20: Processo migratório dos animais selvagens

Fonte: Autor

5.4.1. Aumento de investimento

No que se refere a esta questão, procuramos saber dos residentes da localidade de Macaneta
qual era o nível de investimento na mesma região e qual eram ponto de vista sobre a situação
em questão. De acordo com as respostas fornecidas pelos inquiridos, 31% (9 inquiridos)
discordam com a afirmação, 24.1% (7 inquiridos) não concordam e nem discordam, 34.5%
(10 inquiridos) concordam com a afirmação em questão e por fim 10.3% (3 inquiridos)
concordam plenamente com se pode verificar no gráfico abaixo:

70
Gráfico 21: Aumento de investimento

Fonte: Autor

5.4.2 O Turismo Modifica a Paisagem e a Biodiversidade

Perguntou-se ainda a opinião dos residentes acerca de mudanças que o turismo e as


infraestruturas podem causar na paisagem, e na biodiversidade local. Assim, dando sustento a
questão colocada, 24.1% que corresponde a 7 inquiridos, discorda com a afirmação não apoia
o facto de se afirmar que o turismo tem trazido problema ao meio local. Porém, há que
destacar que a maioria de inquiridos 41.4% (12 inquiridos) concordam que turismo e
infraestruturas tem causado modificações ao meio local. 31% (9 inquiridos) concorda
plenamente co a afirmação e referenciar o facto de uma percentagem menos significativa de
inquiridos, 3.4% (1 inquirido) não concordar nem discordar com o exposto.

71
Gráfico 22: Turismo e Conservação da Paisagem

Fonte: Autor

5.4.3. Turismo e Resiuos solidos

No que diz respeito à gestão de residuos sólidos na Localidade, o estudo procurou entender
até que ponto o turismo tem contribuido para a produção de mais lixo. Assim, em resposta a
esta questão, ha que referir que 24.1% (7 inquiridos) discordam plenamente que haja mais
lixo na localidade por conta do turismo, sendo que 17.2% (5 inquiridos) não concordam e
nem discordam, a maior parte do universo inquirido com 51.7% (15 inquiridos) concordam
haver mais lixo na localidade pela prática da actividade turística e 6.9% (2 inquiridos )
concordam plenamente, conforme fazemos constar do gráfico representado abaixo:

72
Gráfico 23: Turismo e Residuos solidos

Fonte: Autor

5.4.4. Degradação do Ambiente Natural

13.8% (4 inquiridos) discordam plenamente, 13.8% (4 inquiridos) discordam, 13.8% (4


inquiridos) não concordam e nem discordam, e de se destacar de a parte com a percentagem
maior que corresponde a 44.8% referente a 13 inquiridos concordam com a afirmação
havendo sim uma degradação do ambiente natural devido a construção de novas
infraestruturas que vem se notando ao longo do tempo, e ainda tem 13.8% correspondente a 4
inquiridos que concorda plenamente com a afirmação, com se pode verificar no gráfico
abaixo:

73
Gráfico 24: Degradação do ambiente natural

Fonte: Autor

5.5. Envolvimento da Comunidade Local


No âmbito da recolha de informação buscando a perspetiva da comunidade local sobre a
infraestrutura e o turismo como fator do desenvolvimento local, foi definida como última
categoria o envolvimento da comunidade local no planeamento e desenvolvimento de
diversas atividades do sector do turismo.

5.5.1. Oportunidade de Negócio

Assim, procurou-se saber dos residentes locais se havia mais oportunidades de negócio
criadas na localidade devido ao turismo e implementação de infraestruturas, tendo sido
apurado que 44.8% (13 indivíduos) concorda que as oportunidades de negócio têm vindo a
crescer por conta do potencial turístico local. Embora a este número acrescente-se 34.5% (10
inquiridos) de indivíduos que concordam plenamente com a questão colocada, 20.7% (6

74
inquiridos) considerou não concordar e nem discordar que o turismo em Macaneta crie
oportunidades.

Gráfico 25: Oportunidade de Negócios

Fonte: Autor

5.5.2. Melhoria de Qualidade do Ambiente e Ordenamento do Território

Segundo os dados recolhidos quanto a presente afirmação, verificou-se que 10.3% (3


inquiridos) discordam plenamente com a afirmação, 13.8% ( 4 inquiridos) discordam, 17.2%
(5 inquiridos) não concordam e nem discordam, 24.1% ( 7 inquiridos) concordam e a maior
parte com 34.5% que corresponde a 10 inquiridos, concordam plenamente com esta
afirmação mostrando que tem havido sim uma preocupação em melhorar a qualidade do
ambiente e ordenamento do território por causa das infraestruturas como ilustra o gráfico
abaixo:

75
Gráfico 26: Ordenamento do Território Qualidade do Ambiente

Fonte
: Autor

5.5.3. Envolvimento da Comunidade

A comunidade tem se mostrado apta a colaborar com as devidas entidades que promovem o
desenvolvimento local, deste modo 3.4% correspondente a 1 inquirido discorda
completamente co esta afirmação, 10.3% correspondente a 3 casos discorda, importante
referir que um percentagem significativa com 20.7% (6 inquiridos)não concorda e nem
discorda, 24.1% (7 inquiridos) concorda e a percentagem mais elevada com 41.4% que
corresponde a 12 inquiridos, concorda plenamente com esta afirmação como podemos
verificar no gráfico abaixo:

76
Gráfico 27: Envolvimento da comunidade

Fonte: Autor

5.5.4. Planeamento do Turismo a Longo Prazo

De igual forma, no seguimento do levantamento de dados, procurou-se entender a visão dos


residentes em relação à importância do planeamento para a maximização dos benefícios e
minimizar os impactes negativos do turismo. Assim, 10.3% (3) discordam, 44.8% (13
inquiridos) com uma percentagem considerável não concordam e nem discordam com a
questão colocada de que uma atividade de planeamento a longo prazo poderá ser uma mais-
valia para a produção de benefícios e minimização de impactos negativos, 37.9% (11)
concordam conforme dados que constam do gráfico que apresentamos abaixo. Ainda 6.9% (2
inquiridos) concorda plenamente com a constatação apresentada, o que perfaz uma maioria

77
significativa, relevando a importância do papel do planeamento da atividade para a
maximização dos benefícios do turismo.

O planeamento em turismo deve ser encarado como um instrumento determinante para o


desenvolvimento sustentável envolvimento da população local.

Gráfico 28: Envolvimento da Comunidade no Planeamento

Fonte: Autor

5.5.5. Autoridades locais e a gestão de infraestruturas de suporte

Reconhecendo o papel do turismo na dinamização de diversas atividades, procurou-se


entender até que ponto a autoridade local tem envolvido a comunidade na gestão das
infraestruturas de suporte com vista no desenvolvimento de Macaneta, contatou-se que a
maior parte com 44.8% (13 inquiridos) discordam plenamente e não concordam que a
comunidade tem tido algum envolvimento na gestão das infraestruturas, 13.8% (4) não
concordam nem discordam da afirmação, 27.6% (8) concordam e 13.8% (4) concordam
plenamente como e ilustrado no gráfico abaixo:

78
Gráfico 29: Autoridades locais e a gestão de infraestruturas de suporte

Fonte: Autor

79
Conclusão
De acordo com os objectivos inicialmente traçados e após apresentados e discutidos os
resultados deste estudo referente à localidade de Macaneta apresentam-se de seguida as
conclusões obtidas:

Macaneta concentra certos valores naturais de capital importância para o turismo, que
potenciam um conjunto de actividades que concorrem para o desenvolvimento daquela
localidade.

Valores que, se devidamente adaptados para o turismo, proporcionam ao visitante um clima


mais agradável, permitindo igualmente a oferta dos residentes na oferta de diversas
actividades.

Constatou-se ainda que algumas infraestruturas como a Ponte, Energia Electrica, rede de
abastecimento de água, comunicação, são aspectos que influenciaram o desenvolvimento
rápido da localidade em termos de surgimento de mais instancias turísticas

Percebe-se também através dos dados recolhidos que a comunidade local está disposta a
aceitar e apoiar o turismo como vector principal do desenvolvimento local de Macaneta de
forma particular. Este processo deve ser combinado com outras actividades de incidência
local que possam motivar a melhoria da qualidade de vida local e retorno aos valores locais
que se estabelecem como atributos de atracção turística.

Verificou-se igualmente no decorrer do estudo que o turismo não tem produzido impactos
negativos visíveis a olho nú em Macaneta (o lixo, a construção desordenadae a rosao),
conforme dados apresentados na presente dissertação. Por outro lado, os dados recolhidos
afirmam que o turismo não provoca problemas sociais na vida dos residentes, facto que deve
ser preservado para assegurar a sustentabilidade do mesmo.

Em suma, os pressupostos apresentados e as especificidades locais a nível de recursos,


permitem afirmar que a dinâmica actual em Macaneta é influenciada pelo aparecimento da
ponte em primeiro lugar e das demais infraestruturas implantadas nos últimos tempos.

80
Referencias Bibliográficas

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2. Beaver, A. (2002). A Dictionary of Travel and Tourism Terminology. New York: CABI
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4. Bull, A. (1995). The Economics of Travel and Tourism, 2nd edition, Longman,
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5. Cunha, L. (1997). Economia e Política do Turismo. Lousã: McGraw – Hill

6. Cunha, L. (2001), Introdução ao Turismo. Lisboa: Verbo.

7. Cunha, L. (2006). Economia e Política do Turismo. Lisboa: Verbo.

8. Cunha, L. (2009). Introdução ao Turismo. Lisboa: Verbo

9. Fosters, D. (1991). Travel and Tourism Management. Hong Kong: Macmillan Education.

10. https://www.economiaemercado.co.mz/artigo/macaneta-ganhou-vida-com-a-ponte.

11. Ignarra, L. (2003). Fundamentos de turismo (2ºed.). São Paulo: Thomson Learning.

12. Jafari, J. (1977). Editor's page. Annals of Tourism Research, 5 (Supplement 1), 6-11.

13. Leiper, N. (1979). The framework of tourism: Towards a definition of tourism, tourist,
and the tourist industry. Annals of Tourism Research, 6(4), 390-407.

14. Leno Cerro, F. (1992). La evaluación del potencial turístico en un proceso de


planificación: el Canal de Castilla. Estudios Turísticos, Madrid, n.116, p. 49-85.

15. Mathieson, A e Wall, G. (1990). Tourism: Economic, Physical and Social Impacts. New
York: John Wiley & Sons.

16. Mill, R., Morrison, A. (1985). The Tourism System - An introductory text, Prentice-Hall,
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17. Mill, R., Morrison, A. (2002). The tourism system. Dubuque: Kendall/ Hunt Publishing
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18. Ministério da Administração Estatal, (2005). Perfis Distritais.

81
19. MINISTERIO DA ADMINISTRAÇÃO ESTATAL. Perfil do Distrito de Marracuene
Província de Maputo. Serie: Perfis Distritais, 2005.

20. MITUR, (2004). Plano Estratégico para o Desenvolvimento de Turismo em Moçambique,


(2004-2013). Maputo.

21. MOÇAMBIQUE. Plano Estratégico para o Desenvolvimento do Turismo em


Moçambique (2016-2025). Maputo, 2015.

22. Moreira, A. C. (s.d.). TERMINOLOGIA E TRADUÇÃO: CRIAÇÃO DE UMA BASE


DEDADOS TERMINOLÓGICA DO TURISMO BASEADA NUM
CORPUSPARALELO PORTUGUÊS INGLÊS. Obtido em 15 de Junho de 2020, de
Universidade de Vigo: http://webs.uvigo.es/sli/arquivos/Tese_Adonay_Moreira.pdf

23. Oliveira, S. (2002). Tratado de Metodologia Cientifica: Projectos de pesquisa, TGI, TCC,
monografias dissertações e teses. São Paulo: Pioneira Thomson Learning.

24. OMT – Organização Mundial do Turismo (1999), Conta Satélite do Turismo (CST),
Quadro Conceptual. Trad. Direcção Geral do Turismo. Madrid: Organização Mundial do
Turismo.

25. OMT – Organización Mundial del Turismo (1998), Introducción al Turismo. Madrid:
Organización Mundial del Turismo.

26. OMT - Organización Mundial del Turismo, (1995). Concepts, Definitions and
Clasifications for Tourism Statistics: a Technical Manual, Madrid.

27. Sharpley, R. (2002). Tourism: a vehicle for development. In Sharpley & Telfer (Eds.),
Aspects of tourism Tourism and development Concepts and issues (pp. 11-34). Clevedon:
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28. Theobald, W. (1998). The meaning, scope and measurement of Travel and Tourism.
Boston: Butterworth-Heinemann.

29. https://pt.scribd.com/presentation/476827127/APRESENTACAO-PEDTII-2016-2025 .

82
ANEXOS

83
Figura das Placas indicativas de hotéis em Macaneta. Autor: MORETTI, E. C., 2014.

Figura Ponte de acesso à praia de Macaneta Autor: MORETTI, E. C., 2016.

84
APENDICES

Apêndice I: As figuras abaixo representa jardim do Resort, a estrada em construção e a vista


da praia de Macaneta respectivamente.

85
Apêndice II: Questionário para população residente

Estimado Senhor (a), o presente questionário tem como objectivo obter informação
relacionada com a analise da infra-estrutura como factor de desenvolvimento do turismo e
tem como caso de estudo a localidade de Macaneta., por razão de ética o seu nome não será
divulgado e as informações por si fornecidas serão apenas para esta pesquisa.
Antecipadamente agradecemos a sua colaboração que poderá nos ser útil.

PARTE 1: DADOS SOCIODEMOGRAFICO

1. Faixa Etária:
Menor de 18 anos ( ) Dos 18 aos 28 ( )

86
Dos 29 aos 39 ( ) Dos 40 aos 50 ( )
Dos 51 aos 61 ( ) Mais de 62 ( )

2. Sexo:
Masculino ( ) Feminino ( )

3. Habilitações literárias:

Ensino Primário ( ) Ensino Secundário ( ) Ensino Superior ( ) Sem instrução


( )

4. Qual a sua situação profissional?

Estudante ( ) Doméstico(a) ( ) Empregado(a) ( )

Reformado(a) ( ) Desempregado (a) ( ) Outros ( )

5. Há quanto tempo vive em Macaneta? (anos)

1) Menos de 1ano ( ) 2) 1 – 5 anos ( ) 3) 6 -10 anos ( )

2) 4) Mais de 10 anos ( )

PARTE 2: QUESTIONARIO

1. Já ouviu falar de infraestrutura?


Sim ( )
Não ( )

2. Você acha que o desenvolvimento do turismo tem contribuído para desenvolvimento da


vida e da comunidade em Macaneta?
Sim ( )
Não ( )

3. As tuas actividades do dia á dia estão ligadas ao turismo?


Sim ( )

87
Não ( )

4. Você considera que a comunidade tem sido benificiada para a conservação das
infraestruturas locais? De que forma?
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________

5. De que forma tem contribuído para o desenvolvimento do turismo?


_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________

6. Sobre a importância das infraestruturas para o desenvolvimento do turismo em Macaneta.


preencha a tabela abaixo utilizando a pontuação de 1 á 5 sendo que 1 significa concordo
totalmente e 5 discorda totalmente.

1 Contribui para criação do emprego

2 Aumento do rendimento dos residentes

Promove o desenvolvimento das actividades económicas


3
locais
Promove oportunidades para a diversificação económica
4
local

Contribui para a diversificação e qualidade dos serviços


5
oferecidos localmente

6 Permite a melhoria das vias de acesso

Permite a melhoria de infra-estruturas locais (ex: escola e


7
outros)

8 Aumento do preço dos produtos básicos

Aumento da poluição (ex: das águas das praias, lagoas e


9
sonora)

88
10 Aumento da caça furtiva

11 Degradação do ambiente natural (ex: praias, flora)

12 Alterações nos solos e no comportamento nas espécies

13 Aumento das vendas de produtos locais (ex: artesanato)

14 Abandono do cultivo dos campos

15 Aumento da pesca ilegal

Alteração dos hábitos, costumes e modos de vida da


16
comunidade

17 Aumento da criminalidade (ex: assaltos, violência)

18 Aumento de doenças endémicas (ex: HIV sida)

19 Aumento de investimentos

20 Reduz os conflitos homem/animal

Estimula o espírito empresarial dos jovens no


21
desenvolvimento de artes e ofícios locais (artesanato)

Promove o acesso à educação e à formação profissional dos


22
residentes na Reserva

23 Promove o envolvimento das comunidades

24 Contribui para o desenvolvimento da agricultura

25 Perturba os percursos migratórios de animais selvagens

89
7. Até que ponto as infraestruturas locas impactam no desenvolvimento socioeconómico da
população local?
Bem ( )
Mal ( )

8. Que tipo de infraestruturas a localidade de Macaneta necessita para o desenvolvimento


de vida da população local

Apêndice III: Questionário para os visitantes/turistas

Estimado Senhor (a), o presente questionário tem como objectivo obter informação
relacionada com a analise da infra-estrutura como factor de desenvolvimento do turismo e
tem como caso de estudo a ponte de Macaneta., por razão de ética o seu nome não será
divulgado e as informações por si fornecidas serão apenas para esta pesquisa.
Antecipadamente agradecemos a sua colaboração que poderá nos ser útil.

PARTE 1: DADOS SOCIODEMOGRAFICO

1. Faixa Etaria:
Menor de 18 anos ( ) Dos 18 aos 28 ( )
Dos 29 aos 39 ( ) Dos 40 aos 50 ( )
Dos 51 aos 61 ( ) Mais de 62 ( )

90
2. Sexo:
Masculino ( ) Feminino ( )

3. Local de proveniência
________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________

4. Habilitações literárias:

Ensino Primário ( ) Ensino Secundário ( )

Ensino Superior ( ) Sem instrução ( )

5. Profissão:
________________________________________________________________________

PARTE 2 QUESTIONARIO

1.Quantas vezes já visitaram Macaneta?

Vezes ( )

2. Com quem está a visitar a Macaneta?

Sozinho ( ) Com a família ( ) Com amigos ( ) Em grupo organizado ( )

3. Qual é o principal motivo da visita a Macaneta:

Assinale com X os itens seguintes.

91
Descanso

Lazer
4. Como é que tomou
Curiosidade
conhecimento
sobre a Estar próximo da natureza existência deste
local?
Conhecer outras culturas
Sugestão de amigos ou
Saúde
familiares ( ) Sugestão de
agências de Religião viagem ( )

Internet ( ) Ter uma experiência que envolve desafios Outros ( )


Quais?
Promover a educação ambiental

Outros

_______________________________________________________________________

5. Qual foi o local de alojamento durante a sua estadia?

Hotel ( ) Guest House ( ) Tenda de campismo ( ) Outros: ( )

Indique __________________________________

6. De forma geral como classifica a Macaneta?

Muito satisfeito ( ) Satisfeito ( ) Menos satisfeito ( )

7. Na vossa percepcao o que são infraestruturas ?


________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________

8. De que forma o desenvolvimento da infraestrutura e turismo tem contribuído para o


desenvolvimento da localidade de Macaneta?

92
9. Como considera que a comunidade local cuida da conservação das infraestruturas em
Macaneta?

Bem ( ) Mal ( )

10. Na sua opinião, qual é o contributo das infraestruturas no desenvolvimento do turismo em


Macaneta ?

___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________

Apêndice IV: Guião de Entrevista para operador turístico

1. Qual é a sua nacionalidade? _________________________________

1.1. Sexo
1) Masculino ( ) 2) Feminino ( )

1.2. Qual é a sua idade?


1)18 - 30 2) 31 - 40 3) 41 - 59 4) > 61

1.3. Qual é a sua profissão? _________________________________

1. Tem desenvolvido alguma accao com vista a preservação das infraestruturas em


macaneta?

Sim ( ) ou Não ( ), se sim apresente apresente as diferentes formas de conservação.

93
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________

2. Que tipo de infraestruturas existem em Macaneta ?

___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________

3. Quais infraestruturas tem se revelado muito preponderantes para o desenvolvimento do


destino e do turismo?
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________

4. De que forma as infraestruturas tem contribuído para o desenvolvimento do turismo?

___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________

94

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