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UNIVERSIDADE METODISTA DE ANGOLA

Faculdade de Ciências Jurídicas e Sociais

Programa de Pós-Graduação em Economia, Ordenamento


do Território e Desenvolvimento Regional.

ESTRATÉGIAS PARA CRESCIMENTO DAS


ACTIVIDADES TURÍSTICAS NO MUNICÍPIO DE
CACUACO EM LUANDA NOS ANOS 2009-2011

MANUEL FERNANDO MÁRIO

LUANDA, 2024
ESTRATÉGIAS PARA CRESCIMENT0 DAS ACTIVIDADES
TURÍSTICAS NO MUNICÍPIO DE CACUACO EM LUANDA
NOS ANOS (2009-2011)

Dissertação apresentada ao programa de Pós-


Graduação da Faculdade de Ciências Jurídicas e
Sociais da Universidade Metodista de Angola
para obtenção do Título de Mestre em Economia,
Ordenamento do Território e Desenvolvimento
Regional.

Orientador: Prof Doutor Inácio Luís Neto.

LUANDA, 2024
FICHA CATALOGRÁFICA

Autor(a): MANUEL FERNANDO MÁRIO 2023. ESTRATÉGIAS PARA


CRESCIMENT0 DAS ACTIVIDADES TURÍSTICAS NO MUNICÍPIO DE
CACUACO EM LUANDA NOS ANOS (2009-2011).
Universidade Metodista de Angola
Total de Páginas: 111
Orientador: Prof. Doutor Inácio Luís Neto
Dissertação em Economia, Ordenamento do Território e Desenvolvimento Regional
na Universidade Metodista de Angola
Luanda, 2023
Área:

Linha de pesquisa – Estado, Modos de Produção e Sociedade

iii
DEDICATÓRIA

Dedico essa Dissertação aos meus filhos, Vitória Mário,


Isabel Mário, Guilhermina Mário, Maria Mário,
Virgínia Mário, Fernando Mário I, Joaquina Mário, Ana
Mário, Fernando Mário II, Luísa Mário e minha esposa
Josefa Gomes, com muito amor e carinho.

iv
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus por me dar forças para suportar os meus dias e
iluminar sempre os meus caminhos.

Ao Professor Doutor Inácio Luís Neto, muito obrigado pelo tempo


disponibilizado, pela clarividência, dedicação e empenho que demonstrou para comigo
ao longo da elaboração desta Dissertação. Não há palavras suficientes para falar sobre a
importância da orientação e contribuições que me foram dadas.

Agradeço a todos os professores do Curso de Mestrado, em especial aos do


Departamento de Economia, Ordenamento do Território e Desenvolvimento Regional,
pois forneceram subsídios tão importantes na minha vida académica.

Aos meus pais Fernando Mário (em memória) e Guilhermina Moreira, pura razão
da minha existência. Aos Professores DoutoresTiagoCaungo, Osmilde Miranda, António
Goma, António Bindanda, Manuel Neto, Paulo Beaumont e José Jordão, o meu
agradecimento por estarem sempre preocupados com o destino do curso. O meu muito
obrigado.

À Universidade Metodista de Angola, pelo apoio à formação e a atribuição da


bolsa interna.

À Repartição fiscal de Cacuaco, pelo fornecimento de dados relativos às receitas


fiscais arrecadadas pelo Estado no subsector de alimentação.

Ao Gabinete Provincial da Cultura, Turismo, Juventude e Desportos de Luanda e


a todos os Estabelecimentos Hoteleiros e Similares que me forneceram os dados da
pesquisa, o meu muito obrigado.

Aos malogrados Doutor Moisés Dos Santos e aos Irmãos Roberto Abílio
Cambango, Dinis Capemba Zage, o meu especial agradecimento.

Para os meus inesquecíveis colegas Tukayana Macedo, João Cabral, José


Muetunda Silvério Sardinha e em especial o meu Director José Bartolomeu da Cunha em
poder ajudar-me ao longo do curso, o muito obrigado.

Para os meus amigos Nicolau Pascoal (Xavito), Bento Dos Santos, Manuel Bunga
e Hilário Buba, pela cumplicidade.

v
EPÍGRAFE

―Se não investirmos de forma séria na educação,


saúde, agricultura, infraestruturas rodoviárias,
energias renováveis, investigação científica e
Turismo, dificilmente trilharemos o caminho do
desenvolvimento.‖

Ndjizas Sabino

vi
RESUMO
Estratégia é forma de orientar, tomar decisões numa, Empresa, Instituição pública /privada,
militar, definindo objectivos, procurando oportunidades, ameaças visando obter recursos
garantindo resultados, identificando vantagens competitivas no mercado em que actua .A
Dissertação aborda Estratégias para crescimento das actividades Turísticas no Município de
Cacuaco em Luanda , 2009- 2011, Identifica Similaridade de Desenvolvimento de alguns
Destinos Turísticos estudados na pesquisa , destacando recursos para atrair visitantes ,
preservação, modernização . Tem como objectivo geral Estudar Estratégias para crescimento
das actividades turísticas; objectivos específicos, caracterizar actividades turísticas do
Município de Cacuaco em Luanda, Traçar Estratégias do Município de Cacuaco para
crescimento das actividades turísticas em Luanda nos anos 2009-2011.O estudo foi realizado
no âmbito da obtenção Grau de Mestre em Economia, Ordenamento do Território e
Desenvolvimento Regional. Eescolhido por ser uma área pouco explorada, atendendo melhoria
de vida das populações do Município. Fiz parte sendo professor do Curso de Turismo, Gestão
Hoteleira e Animação da UMA, visto ser especialista na área. A pesquisa utilizada é descritiva,
Dados secundários, terciários, apoiada na bibliográfica, documental, Métodos Indutivo,
Dedutivo, Estatístico. Análise Quali-Quantitativa, descrevendo desenvolvimento
socioeconómico do Município, população, quantificando Estabelecimentos Hoteleiros /
Similares de Luanda, comparação por gráficos, quadros, tabelas, Amostra não-probabilística
por Conveniência, sendo indivíduos com conhecimento do assunto. Procedeu-se a elaboração
de cartas às instituições voltadas ao turismo, aplicação do inquérito, consulta bibliográfica,
online, Observação directa/ Indirecta como técnicas. Os dados foram interpretados à explicação,
análise obtidos do inquérito, consultas bibliográficas, online, a partir das análises integradas.
Obtivemos perfil histórico a partir dos autóctones. Realizou-se análises SWOTT dos Recursos
Turísticos Naturais, Religiosos, Eventos de Desporto, visando identificar pontos fortes, fracos,
ameaças, oportunidades para Desenvolvimento Sustentável.As Estratégias para crescimento
das actividades turísticas no Município Cacuaco em Luanda, 2009-2011 são desconhecidas,
dificultando, optimização, destinação dos esforços, recursos financeiros, não financeiros
eficientemente.

Palavras-chave: Estratégias; Crescimento; Actividades Turísticas; Cacuaco.

vii
ABSTRACT
Strategy is a way of guiding, making decisions in a Company, public/private institution,
military, defining objectives, looking for opportunities, threats in order to obtain resources,
guaranteeing results, identifying competitive advantages in the market in which it operates. The
Dissertation addresses Strategies for the growth of Tourism activities in the Municipality of
Cacuaco in Luanda, 2009-2011, Identifies Similarities in the Development of some Tourist
Destinations studied in the research, highlighting resources to attract visitors, preservation,
modernization. Its general objective is to study strategies for the growth of tourist activities;
specific objectives, characterize tourist activities in the Municipality of Cacuaco in Luanda,
Outline Strategies for the Municipality of Cacuaco for the growth of tourist activities in Luanda
in the years 2009-2011. The study was carried out within the scope of obtaining a Master's
Degree in Economics, Spatial Planning and Regional development. It was chosen because it is
a little explored area, improving the lives of the population of the Municipality. I took part as a
Professor of the Tourism, Hotel Management and Animation Course at UMA, as I am a
specialist in the area. The research used is descriptive, secondary, tertiary data, supported by
bibliographic, documentary, Inductive, Deductive, Statistical Methods. Quali-Quantitative
Analysis, describing the socioeconomic development of the Municipality, population,
quantifying Hotel / Similar Establishments in Luanda, comparison using graphs, charts, tables,
Non-probabilistic Sample by Convenience, being individuals with knowledge of the subject.
Letters were drawn up to institutions focused on tourism, the survey was carried out,
bibliographical consultation, online, direct/indirect observation as techniques. The data were
interpreted through explanation, analysis obtained from the survey, bibliographic consultations,
online, based on integrated analyses. We obtained a historical profile from the natives. SWOTT
analyzes of Natural and Religious Tourist Resources and Sports Events were carried out, aiming
to identify strengths, weaknesses, threats, opportunities for Sustainable Development.
Strategies for the growth of tourist activities in the Cacuaco Municipality in Luanda, 2009-2011
are unknown, making it difficult, optimization, allocation of efforts, financial and non-financial
resources efficiently.
Keywords: Strategies; Growth; Tourist Activities; Cacuaco.

viii
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Classificação dos Produtos Turísticos.............................................................. 36
Figura 2: Ciclo de vida do produto. ................................................................................. 38
Figura 3: Ciclo de vida do produto: opções na fase de saturação. ...................................40
Figura 4: Ciclo de vida de um Destino Turístico............................................................. 48
Figura 5: Modelo de abordagem da balança turística ...................................................... 51
Figura 6: Principais intervenientes na indústria Turística ............................................... 57
Figura 7: Canal Tradicional de Distribuição. ..................................................................59
Figura 8: Reformulação do Canal de Distribuição: Venda Directa. ................................ 60
Figura 9: Casas de adobe no Bairro Caop-Velha. ........................................................... 73
Figura 10: Panorâmica da Sede de Cacuaco. ...................................................................74

ix
LISTA DE QUADROS
Quadro 1: Factores de Competitividade ..........................................................................29
Quadro 2: Produtos do Turismo ...................................................................................... 36
Quadro 3: O Sector Turismo e suas Actividades. ............................................................ 54
Quadro 4: Exemplos de Necessidades de Informação Turística .....................................58
Quadro 5: Os Quatro grandes sistemas de Distribuição Global. .....................................59
Quadro 6: Mão -de -obra empregue nos anos 2010-2011 comparada com à Geral de
Luanda ............................................................................................................................. 77
Quadro 7: Matriz SWOT- Recursos Turísticos naturais.................................................. 79
Quadro 8: Matriz SWOT-Recursos Turísticos Culturais................................................. 79
Quadro 9: Matriz SWOT-Recursos Turísticos Religiosos. .............................................80
Quadro 10: Eventos de Desporto. .................................................................................... 81
Quadro 11: Calendário de Eventos do Município de Cacuaco. .......................................81
Quadro 12: Caracterização das variáveis do Estudo........................................................ 91
Quadro 13: Inquérito por questionário ao Director Municipal da Cultura e Turismo de
Cacuaco. .......................................................................................................................... 93
Quadro 14: Confirmação e/ou rejeição de Hipóteses ...................................................... 94

x
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Consumo turístico do Reino Unido. ................................................................ 37
Tabela 2: Rede Hoteleira do Município de Cacuaco-2010..............................................77
Tabela 3: Capacidade instalada no Municipio de Cacuaco-2011. ...................................77
Tabela 4: Análise comparativa do crescimento dos Estabelecimentos Hoteleiros e
Similares dos Municípios de Luanda, 2010-2011. .......................................................... 82
Tabela 5: Análise Comparativa do Crescimento dos Estabelecimentos Hoteleiros e
Similares do Município de Cacuaco em relação à Rede geral de Luanda, 2010-2011. ..83
Tabela 6: Rede geral de Luanda (em síntese) ..................................................................83
Tabela 7: Capacidade instalada no Municipio de Cacuaco em relação à rede geral de
Luanda-2010 .................................................................................................................... 83
Tabela 8: Receitas arrecadadas pelo Estado no Município de Cacuaco nos anos 2009-
2011. ................................................................................................................................ 84

xi
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1: Estabelecimentos Hoteleiros e Similares dosMunicipios da Província de
Luanda-2010. ................................................................................................................... 82
Gráfico 2: Receitas arrecadadas pelo Estado no Município de Cacuaco, provenientes da
Actividade Turística ........................................................................................................85

xii
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AAVOTA–Associação das Agências de Viagens e Operadores Turísticos de Angola


ADHA–Associação dos Directores de Hotéis de Angola
AGUITA–Associação dos Guias Turísticos deAngola
AHORESIA–Associação de Hotéis Restaurantes e Similares de Angola
ATA– África Travel Associativo
CAN–Campeonato Africano das Nações
CAOP-Companhia Africana Ocidental Portuguesa.
CATV- Centro de Aconselhamento e Testagem Voluntária.
CCE-Comércio de Componentes Electrónicos.
CITA– Centro de Informação turística de Angola
COVID-19– Doença infecciosa causada pelo vírus SARS-CoV-2
CTP- Computer To Plate.
CPLP–Comunidade dos Países de Língua Portuguesa
CST-Conta Satélite doTurismo
D.C– Depois de Cristo
DINATUR–Direcção Nacional doTurismo
EN–Estrada Nacional
ENE-Empresa Nacional de Electricidade.
HORECA- Hotéis, Restaurantes e Catering
INE- Instituto Nacional de Estatística
HRA– Associação dos Hotéis e Resorts de Angola
IATA-Associação Internacional das Transportadoras Aéreas.
IMGK-Instituto Médio de Gestão do Kicolo.
INFOTUR- Instituto de Fomento Turístico
IRT–Inventário dos Recursos Turísticos
ISKA-Instituto Superior Kangonjo de Angola
LDA–Limitada
MINCI–Ministério do Comércio Interno
MINHOTUR–Ministério da Hotelaria e Turismo
OCDE- Organização para Cooperação e Desenvolvimento Económico.
ODS – Objectivos de Desenvolvimento Sustentável
OMT- Organização Mundial do Turismo
ONT- Organizações Nacionais de Turismo.
PAV- Programa Alargado de Vacinação.
xiii
PDT- Plano Director do Turismo
PIB– Produto Interno Bruto
PNUD–Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
PPP – Parceria Público-Privada
UEE – Unidade Económica Estatal
UE-União Europeia.
RMEC-Repartição Municipal da Educação de Cacuaco.
SADC– Comunidade de Desenvolvimento da África Austral.
UMA- Universidade Metodista de Angola
UNESCO– Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura.
UNWTO– Organização Mundial do Turismo, órgão especializado das Nações Unidas
UPRA– Universidade Privada de Angola
SPA- Serviçode Atendimento Personalizado. (Saúde Pela Água).
SECT-Secretaria de Estado do Comércio e Turismo.
SÉC.-Século.
SIDA- Sindroma de Imunodeficiência Adquirida.
TCUL – Transportes Colectivos Urbanos de Luanda.
VIH-Vírus de Imunodeficiência Adquirida.
WTTC– Conselho Mundial de Viagens e Turismo.
SRC- Sistema de Reserva por Computador.
SDG- Sistema de Distribuição Global.

xiv
ÍNDICE

DEDICATÓRIA ...............................................................................................................iv

AGRADECIMENTOS ......................................................................................................v

EPÍGRAFE .......................................................................................................................vi

RESUMO ....................................................................................................................... vii

ABSTRACT .................................................................................................................. viii

LISTA DE FIGURAS ......................................................................................................ix

LISTA DE QUADROS .....................................................................................................x

LISTA DE TABELAS......................................................................................................xi

LISTA DE GRÁFICOS .................................................................................................. xii

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ................................................................... xiii

CAPÍTULO I - ASPECTOS INTRODUTÓRIOS. ........................................................... 1

1.1- Antecedentes do problema ......................................................................................... 3

1.2 - Formulação do problema ........................................................................................... 5

1.3 - Perguntas Específicas: ............................................................................................... 5

1.4- Hipóteses da pesquisa.................................................................................................5

1.5- Objecto de Estudo ......................................................................................................6

1.6- Justificativa................................................................................................................. 6

CAPÍTULO II- MARCO TEÓRICO ................................................................................8

2.1- Definição de Termos e Conceitos ..............................................................................8

2.2 Evolução histórica do turismo ................................................................................... 11

2.3. Conceito de turistas e figuras afins. ..........................................................................13

2.4. Antecedentes históricos do Turismo em Angola. ..................................................... 14

2.5- Conceitos de Estratégia. ........................................................................................... 17

2.5.1-Significado de Estratégia ........................................................................................ 17

2.5.2-Origem do termo Estratégia ................................................................................... 18


15
xvi
2.6- Estratégias para Crescimento das Actividades Turísticas ........................................20

2.6.1- Estratégias de Desenvolvimento de Destinos........................................................ 21

2.6.2- Estratégias para a Preservação de Patrimónios ..................................................... 22

2.6.3- Estratégias para Modernização da Infraestrutura Turística ...................................22

2.6.4- Estratégias de Diversificação da Oferta Turística ................................................. 22

2.6.5- Impacto das Estratégias de Diversificação nas Actividades Turísticas em Luanda23

2.6.6- Estratégias de Competitividade e Inovação ........................................................... 23

2.6.7- Estratégias de Crises e Resiliência ........................................................................24

2.4.8- Estratégias para Desenvolvimento de Produtos Turísticos. ..................................25

2.6.9- Estratégias para a Sustentabilidade do Turismo .................................................... 26

2.7 - Importância da Estratégia ........................................................................................ 27

2.8- Factores Económicos que Impulsionam a Competitividade ....................................27

2.9 - Factores Sociais e Culturais que Enriquecem a Competitividade ........................... 28

2.10 - Efeitos Resultantes dos Investimentos Turísticos ................................................. 29

2.11 - Fontes de Crescimento de uma Actividade ........................................................... 30

2.12- Identificação das Actividades Turísticas. ............................................................... 33

2.12.1 Produtos Turísticos ............................................................................................... 34

2.12.2 Especificidades do Turismo.................................................................................. 41

2.12.3- Destinos Turísticos .............................................................................................. 43

2.13 - Crescimento do Turismo no Mundo......................................................................52

2.14 - O Sector Turismo e suas Actividades....................................................................54

2.15 - A Oferta Turística: Noção. .................................................................................... 54

2.16- A Procura Turística: Noção e Formação da Procura Turística ............................... 55

2.17- Tecnologias de Informação em Turismo e Hotelaria .............................................56

2.17.1- Sistemas de Distribuição Global. ........................................................................58

2.18 - Factores de Inibição da Actividade Turística. Constrangimentos e Dificuldades.61

16
xvii
CAPÍTULO III - ENQUADRAMENTO METODOLÓGICO E CARACTERIZAÇÃO

DO TERRITÓRIO EM ESTUDO ................................................................................... 69

3.1-Breve História do Município de Cacuaco. ................................................................ 69

3.2-Caracterização Socioeconómica do Município de Cacuaco......................................70

3.3-Mercados formais e Informais do município de Cacuaco .........................................73

3.4-Caracterizaçao das Actividades Turísticas do Município de Cacuaco ...................... 74

3.5-Principais vias de comunicação: ............................................................................... 74

3.6-Principais Localidades: ............................................................................................. 75

3.7 - Caracterização do Município de Cacuaco: .............................................................. 75

3.8-Estruturas Administrativas. ....................................................................................... 76

3.9-Actividade Turística no Município de Cacuaco 2010-201 ........................................77

3.10-Análise dos Lugares Turísticos do Município de Cacuaco. ....................................78

3.11-Motivações das Viagens Turísticas no Município de Cacuaco. .............................. 79

3.12-Análise SWOTdos Recursos Turísticos do Município de Cacuaco. ....................... 79

3.13-Análise Comparativa do Crescimento dos Estabelecimentos Hoteleiros e Similares


do Município de Cacuaco em relação à Rede geral de Luanda, 2010-2011.................... 83

3.14-Rede Geral de Luanda (em síntese) .........................................................................83

3.15-Capacidade instalada no Municipio de Cacuaco em relação à rede geral de Luanda-


2010 .................................................................................................................................83

3.16-Importância do Crescimento das Actividades Turísticas no Municípiode Cacuaco. 83

3.17-Turismo como Fonte de Receitas no Município (2009-2011) ................................ 84

3.18-Factores de Desenvolvimento das Actividades Turísticas do Município................ 85

3.19-Estratégias a Adoptar para o Relançamento do Turismo no Município.................. 86

3.20-População e Amostra ............................................................................................... 89

3.21- Procedimentos: .......................................................................................................89

3.22-Critérios de Inclusão e exclusão: .............................................................................90

3.23- Variáveis em Estudo: ............................................................................................. 90

17
xviii
3.24- Dificuldades Encontradas:...................................................................................... 91
3.25- Questões Éticas ......................................................................................................91
CAPÍTULO IV – APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E DISCUSSÃO DE RESULTADOS92
4.1-Apresentação de resultados: ...................................................................................... 92

4.2-Análise dos dados recolhidos através do inquérito por questionario. ....................... 95

CAPÍTULO V – CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ...........................................97


5.1 Conclusões ................................................................................................................. 97

5.2 Recomendações .........................................................................................................99

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..........................................................................101

Apêndices ...................................................................................................................... 105

Anexos ........................................................................................................................... 111

18
xix
CAPÍTULO I - ASPECTOS INTRODUTÓRIOS.INTRODUÇÃO

INTRODUÇÃO
A Dissertação a que nos propusemos estruturar e compô-la para ser defendida na
Universidade Metodista de Angola assenta no tema ―Estratégias para Crescimento das
Actividades Turísticas no Município de Cacuaco em Luanda nos anos 2009-2011‖. O
Turismo é uma actividade marcante e relevante nas sociedades pós-industriais, um
fenómeno económico, político, social e cultural dos mais expressivos que se originou e
se desenvolveu com o capitalismo. Nas últimas décadas, as Actividades Turísticas têm
adquirido maior relevância entre as actividades económicas desenvolvidas no mundo.
Evidências apontando o Turismo como grande gerador de riquezas e empregos,
envolvendo as mais diferentes profissões num mundo de recursos naturais escassos e
com alta taxa de desemprego, é natural que muitos países, principalmente aqueles em
desenvolvimento, o vejam como fonte de divisas prioritárias no direccionamento dos
investimentos e na saída económica nacional. A sua importância vem sendo reconhecida
tanto pelos países desenvolvidos como pelos que ainda estão em via de
desenvolvimento. Estes últimos apostam que o incremento dasactividades pode alçá-los
ao primeiro mundo, em consequências das vantagens económicas que lhes são
atribuídas, notadamente quanto à geração de emprego e à captação de divisas.
De facto, o Turismo tem estimulado emprego e investimento e tem modificado o
usoda terra e a estrutura económica das áreas Destino, ao mesmo tempo em que a nível
global, efectua uma contribuição positiva para a balança de pagamentos dos países.
Além disso, o Turismo gera Actividades indirectas que atingem os mais variados
sectores da economia, desde a indústria até a agricultura, no entanto estão localizadas no
sector terciário.A harmonia entre mar e Colinas proporciona cenários que fascinam por
suas belezas ao mesmo tempo tão diferentes e tão próximas.O Município de Cacuaco
possui um belíssimo e ensolarado litoral, com uma reduzida estrutura hoteleira e de
serviço.Sua população é a mais heterogênea possível, proveniente de diferentes pontos
do país , pertencendo às diferentes etnias que o país possui a partir da expansão urbana
de Luanda - de 1950 a 1980 principalmente abrigando (juntamente com Cazenga) a leva
populacional do êxodo rural e dos Refugiados de guerra que trouxe migrantes vindos de
outras zonas de Angola.
Quando entramos na região de Cacuaco encontramos o famoso Monumento
histórico de Quifangondo definidor da independência Angolana ocorrida em novembro
de 1975, em Quifangondo, um dos Bairros do Distrito Urbano da Vila Sede de
19
Cacuaco.O Município de Cacuaco tem um clima tropical e seco,visto encontrar-se
próximo de Luanda que é uma região árida, porém o clima da região também é
influenciado pela proximidade do mar pela corrente fria de Benguela, não sendo
demasiado quente mas sim húmido nas fazendas e sítios desta região desenvolve-se
também a agricultura, que tem atraído significativos contingentes Turísticos,
transformando numa nova opção para o desenvolvimento de um Turismo sustentável em
terras de Cacuaco, proporcionando a disseminação da educação ambiental e a
preservação dos ecossistemas da região.
Este extraordinário potencial Turístico pode ser realmente aproveitado,
representando uma das mais importantes Actividades económicas do Municipio,
podendo nos próximos anos alcançar níveis maiores, em virtude dos substanciais
investimentos realizados pela iniciativa privada e poder público, no sentido de ampliar a
rede de transportes, hospedagem e serviços turísticos, de modo a proporcionar um maior
conforto e opções de lazer ao Turista nacional e estrangeiro.
Por sua vez, os efeitos dos desenvolvimentos tecnológicos na área das
comunicações, que permitem conectar quase todos os pontos do mundo a custos cada
vez mais reduzidos, não conseguem anular os efeitos da galopante globalização no
aumento das viagens por motivos profissionais.
De facto, é previsível que o comércio externo mundial continue a registar taxas
de crescimento substancialmente mais elevadas do que o produto mundial e que o
investimento externo adquira uma maior expressão.
Desde que garantidas as condições de segurança, quer para a viagem quer para o
período de permanência no Destino, os fluxos Turísticos continuarão a aumentar a taxas
não inferiores ao do crescimento da economia mundial.
É sempre oportuno que em 2010 o número de chegadas de Turistas às fronteiras
internacionais, a Organização Mundial do Turismo previu atingir a cifra de um bilião,
40 vezes mais do que o valor registado em 1950
O Conteúdo da Dissertação está estruturado em 5 (cinco) partes que
correspondem os respectivos capítulos:
No primeiro capítulo faz-se um enquadramento ao tema e sua respectiva
justificação, bem como a formulação do problema e os objectivos da pesquisa.
O segundo capítulo aborda o marco teórico, onde procurou-se fazer um
enquadramento teórico sobre o tema em estudo, recorrendo aos teóricos para suporte das

20
abordagens necessárias retiradas em livros, artigos, sites e Monografias relacionadas
com o assunto em estudo.
O terceiro capítulo faz uma breve história sobre o território em estudo, sua
caracterização administrativa e socioeconómica, actividades turísticas com realce em
Luanda, empregos gerados e receitas arrecadadas pelo Turismo no Município.Nele
também aborda o enquadramento metodológico da pesquisa, os métodos utilizados,
técnicas e instrumentos de recolha de dados, População e Amostra, procedimentos de
análise de dados utilizados e variáveis fundamentais do tema em estudo (Dependente e
Independente.).
No quarto capítulo apresentação, análise e discussão dos resultados faz-se a
apresentação das Estratégias estudadas, as respostas sobre o questionário dirigido à
Entidade competente sobre o Turismo no Município, a análise das actividades turísticas
no Município e a confirmação das hipóteses da pesquisa.
No quinto capítulo faz-se as conclusões das informações obtidas e resultados
apurados na pesquisa e por fim, as recomendações para as Entidades competentes.

1.1- Antecedentes do problema:


As inovações operadas nos meios de transporte, particularmente na aviação, num
ambiente institucional favorável, contribuíram para o desenvolvimento do Turismo
internacional e, por conseguinte, do Turismo de massa, pois em viagens de longa
distância, o avião de grande porte substituiu o navio na preferência dos passageiros. Por
outro lado, a conversão de aeronaves militares para voos fretados. As inovações
tecnológicas subsequentes, como a introdução do propulsor à jacto, garantiram uma
redução contínua nos preços dos trasnportes. (Bezerra, 2006).

A franquia dos outros empreedimentos que prosperaram ao longo das últimas


décadas faziam parte do segmento de hospedagem. O aumento do Turismo deu origem à
constituição de cadeias hoteleiras que comumente adoptaram as Estratégias de
internacionalização de suas unidades e de criação do sistema de franquia de suas marcas.
A primeira cadeia a estabelecer o regime de franquia de sua marca é a Hilton Hotéis
corporation em 1965 por meio de Hilton internacional (Gazeta mercantil ,1999).

21
Essas empresas multinacionais tinham o propósito de firmar um padrão de serviços
para ―seduzir‖ os viajantes, oferecendo-lhes promessas de confortos extensivas a todos
os hotéis associados à rede, independentemente dos Destinos Turisticos nos quais
operassem.

A franquia de marcas permitiu o surgimento de um novo negócio, as operadoras


hoteleiras, que no mais das vezes especializaram-se nos serviços de administração de
hotéis, prescindindo da propriedade dos estabelecimentos vinculados à sua rede de
operação. Grandes redes hoteleiras também criaram divisões voltadas para operar hotéis
de terceiros.

O exame da evolução das empresas turísticas revela a organização desses negócios


em moldes empresariais típicos do sector. Contudo, para entender o papel dos Governos,
em diversos países foram implementados planos para favorecer sua expansão.

As políticas de desenvolvimento do Turismo também se valeram da concessão de


incentivos fiscais ao sector. A América Latina usou em larga escala esse mecanismo de
favorecimento sectorial e, embora o mesmo fosse comumente dirigido ao sector hoteleiro,
países como Argentina e Panamá contemplaram outras actividades que merecem ser
destacadas. Na Argentina receberam incentivos fiscais o ensino no campo da hotelaria,
acividades de organização de congressos no país e o transporte Turístico doméstico.

Já o Panamá definiu um amplo conjunto de medidas, desde a isenção de impostos


alfandegários para importação de veículos até a aceitação de títulos-Certificados de
Empleo al Turismo (CET) para pagamentos de impostos. (OMT 1999).

O Egipto recebeu financiamento para construir infraestrutura turística necessária à


atracção de grandes cadeias internacionais para operar Resortes na costa do mar
vermelho.

No que concerne ao Município de Cacuaco, não há políticas do Estado


direccionadas ao Turismo, o que afecta o desenvolvimento das Actividades Turísticas.

Em termos de transporte, Cacuaco apenas possui uma operadora (Transmaia) que


opera da cidade de Luanda para o interior do país.

No âmbito das suas preocupações económicas e socioculturais dificilmente a


viagem é associada apenas a ideia de passeio, estando subjacente a visita às pessoas

22
próximas ou por negócios, com excepção às deslocações em grupos, ligadas às
instituições de ensino, Igrejas e outras. (Castro, 2019 pág 245).

1.2 - Formulação do problema


Diante do contexto acima exposto, colocamos a seguinte Questão Científica:

 Quais as Estratégias para crescimento das actividades turisticas no


Município de Cacuaco em Luanda nos anos 2009-2011?

Objectivo Geral: Estudar as Estratégias para crescimento das actividades turísticas no


Município de Cacuaco, em Luanda nos anos 2009-2011

1.3 - Perguntas Específicas:


 Quais as potencialidades Turísticas do Município de Cacuaco para Crescimento
das Actividades Turísticas em Luanda nos anos 2009-2011?

 Quais as características das Actividades Turísticas do Município de Cacuaco para


o seu Crescimento em Luanda nos anos 2009-2011?

 Quaisforam as Estratégias traçadas pelo Município de Cacuaco para Crescimento


das Actividades Turísticas em Luanda nos anos 2009-2011?

Objectivos Específícos:

 Identificar as potencialidades Turísticas do Município de Cacuaco para


crescimento das actividades turísticas em Luanda nos anos 2009- 2011.
 Caracterizar as actividades turísticas do Município de Cacuaco para o seu
crescimento em Luanda nos anos 2009-2011.
 Traçar as Estratégias do Município de Cacuaco para crescimento das actividades
turísticas em Luanda nos anos 2009-2011.

1.4- Hipóteses da pesquisa:

Em resposta ao problema apresentado na pesquisa, apresentaremos as seguintes


Hipóteses:

H1- A Reabilitação e/ou construção das Infraestruturas Turísticas do Município de


Cacuaco contribuiu no Crescimento dasActividadesTurísticas em Luanda nos anos 2009-
2011.

H2- No contexto Socioeconómico, a reabilitação e/ou construção das Infraestruturas


Turísticas do Município de Cacuaco contribuiu para a formação da renda familiar e para
o Crescimento da economia de Angola.

23
H3- As potencialidades Turísticas do Município de Cacuaco são subaproveitadas.

1.5- Objecto de Estudo:


O estudo tem como foco as Estratégias para Crescimento das Actividades Turísticas no
Município de Cacuaco em Luanda nos anos 2009-2011.Estudou-se as Estratégias para
crescimento das actividades turísticas no Município de Cacuaco em Luanda nos anos
2009- 2011, identificou-se as suas Potencialidades turísticas;

Caracterizou-se asActividadesTurísticasepor último Traçou-se as Estratégias parao seu


crescimento em Luanda nos anos em estudo.

1.6- Justificativa:

O estudo em questão foi realizado no âmbito da obtenção do Grau de Mestre em


Economia, Ordenamento do Território e Desenvolvimento Regional. Este tema foi
escolhido por ser uma área pouco explorada na realidade Angolana, diferente de outras
realidades, pois ofenómenoturístico tem gerado inúmeras discussões e tornando-se
motivo de muitas análises, atendendo a importância que representa o crescimento das
actividades turísticas na Economia Nacional, o enorme grau de Especulação e a não
Transparência no que tange a gestão da Coisa pública.

Do ponto de vista da ciência procurou-se dar respostas às Estratégias a utilizar para


Crescimento das actividades turisticas no Município de Cacuaco em Luanda.Oestudo
possibilitará aos acadêmicos obterem conhecimentos sobre as Estratégias utilizadas no
Município de Cacuaco para crescimento das actividades turísticas em Luanda nos anos
2009-2011,visando impulsionar suas melhorias tendo em conta as deficiências
constatadas nos anos em estudo.Outrossim, permitirá a obtenção de conhecimentos sobre
as Potencialidades Turísticas e a caracterização das Actividades Turísticas do Município
de Cacuaco.Como sabemos, o Turismo contribui para o crescimento económico de um
lugar, além da construção de novos territórios, tem propiciado o Crescimento económico,
ainda que restruturado de valores, costumes e hábitos da sociedade local constituindo-se
numa nova opção económica responsável pela geração de empregos directos e indirectos.
Um dos factores que nos chamou atenção foi o nível de vida da população sobretudo da
Caop-Velha vivendoemcondições precárias, com dificuldades muito acrescidas,
observando longas distâncias que a população percorre a procura de serviços básicos
como escolas, hospitais, entre outros. As condições habitacionais são ainda visíveis as
construções tradicionais, destacando-se as construções de casas feitas de capim, todas

24
elas, pau e capim, casas feitas de adobes, cobertas de chapa ou capim predominantemente
a norte do Município.

Como Investigador do sector Turismo, surge o pensamento de informar por


intermédio deste trabalho, a construção e / ou requalificação de Estabelecimentos
Hoteleiros e Similares e Infraestruturas de apoio ao Turismo visando a criação de
empregos para a população local e a satisfação das suas necessidades. A construção e/ou
requalificação deEstabelecimentos Hoteleiros e Similares acarreta o crescimento
dasactividades turísticas dando maior importância socioeconómica, financeira, histórica
e cultural e para atracção de potenciais investidores no sector.Estudos desta natureza
geram uma preocupação para a Administração Municipal de Cacuaco como representante
do Estado Angolano no Município e um sentimento de pertença por parte da sua
população e que o mesmo pode servir para identificação doseu desenvolvimento.

Todavia, é possível crer que esse estudo traga uma nova consciência sobre as
actividades turísticas em relação à outros Municípios da província de Luanda e que possa
também servir de apoio para futuras Investigações.

25
CAPÍTULO II- MARCO TEÓRICO

2.1- Definição de Termos e Conceitos

Não podemos falar do turismo sem que saibamos a origem etimológica e


consequentemente o seu significado. ―Turismo‖, que deriva de ―tour‖, oriundo do latim
―tornare‖ e do grego ―tornus‖, tendo como significado ―giro‖ ou ―círculo‖. Assim,
podemos entender que o turismo consiste no acto de partir e posteriormente regressar ao
ponto inicial, onde o realizador deste giro é denominado Turista.

Ao falarmos de turismo, o que nos vem à mente em primeiro lugar, são pessoas
que se deslocam para passear, ver amigos ou parentes, tirar férias e divertir-se. ―Elas
podem usar seu tempo de lazer a praticar desportos, tomar banho de praia, conversar,
cantar, caminhar, passear, ler ou simplesmente aproveitar o ambiente‖ (GOELDNER,
RITCHIE & McINTOSH, 2002, P. 23). Antes de apresentar as definições dadas por
pesquisadores da área do turismo, iremos considerar os significados obtidos através da
consulta à alguns dicionários.

De acordo com o dicionário Integral – Língua Portuguesa (2012, p 1475), turismo


significa ―gosto pelas viagens; tudo que se relaciona com os serviços organizados de
viagens de recreio num pais, viagem ou excursão de recreio ou instrução a locais que
despertam o interesse; conjunto de actividades profissionais relacionadas com o
transporte, alojamento e assistência a turistas‖. Desta feita, com base neste conceito,
percebe-se a complexidade do turismo. O conceito não traz a ideia de uma simples viagem
de diversão. Acrescenta também os serviços que tornam uma viagem em verdadeiro
turismo. Tal como é o caso dos serviços ligados à transportes, alojamento e as
assistências a Turistas. O dicionário Michaelis conceitua o turismo como, Conjunto de
serviços públicos ou privados voltados para a promoção e organização da actividade
turística que incluem, entre outros, a selecção e a classificação de locais e áreas de
interesse turístico, a criação e implantação de roteiros e rotas turísticas, o planeamento, a
organização e o controle de estabelecimentos, instituições e prestadores de serviços
ligados a essa actividade. Sendo que este conceito é ainda mais abrangente que o
apresentado pelo dicionário Integral, pois traz duas figuras dinamizadoras do turismo em
determinado território, o estado e os particulares. De salientar também a ideia de serviços
organizados que os dois conceitos apresentam. Pressupõe dizer que a organização dos
serviços turísticos é importante para que se verifique desenvolvimento turístico num dado
território.

26
Ainda sobre o conceito de turismo, segundo Andrade (2006, p. 32), nos finais do
século XIX e no princípio do século XX surgiu um número significativo de descrições e
conceitos com o objectivo de explicitar a realidade intrínseca do fenómeno turístico. Dada
complexidade do tema, e também das várias contradições de conceitos recém-formulados,
apresentaremos o parecer de diferentes pesquisadores acerca da definição de Turismo, de
ressaltar que os primeiros trabalhos publicados com maior impacto sobre o assunto datam
do período entre as duas grandes guerras mundiais, 1919 – 1938, quando se destacou
autores como Schwinck, Bormann, Morgenroth e Glucksmann, da conhecida Escola de
Berlim.

É de referir que a primeira definição de turismo surgiu em 1911, quando o


economista austríaco Hermann von Schullern zu Schattenhofen escrevia que "turismo é
o conceito que compreende todos os processos, especialmente os económicos, que se
manifestam na chegada, na permanência e na saída do Turista de um determinado
município, país ou estado (Barreto, 2003, p 9). Nota-se claramente que esta abordagem
foi feita de maneira particular à economia.

Á economia, justifica por ser a primeira disciplina a dar maior ênfase ao turismo.
De lembrar ainda que a relação que se estabelece entre a economia e o turismo é bastante
remota.

A italiana Michele Troisi (1942) e o suíço Walter Hunziker (1942) diferem em


seu conceito turístico, visto que ela defende tratar-se de viagens em sua essência, quando
ele defende tratar-se de fenômenos e relações a partir da permanência do indivíduo em
localidade diferente de sua residência e sem motivação por actividade lucrativa. Arrillaga,
(1976), considerava o turismo como ―o conjunto de deslocamentos voluntários e
temporais determinados por causas alheias ao lucro; conjunto de bens, serviços e
organização que determinam e tornam possíveis estes deslocamentos e as relações e
factos que entre aqueles e os viajantes têm lugar.‖ Arrilaga apresenta em sua definição a
existência de uma relação entre o local visitado e o Turista. Apesar de existir diferença
entre os conceitos apresentados, todos eles têm um elemento comum que é a deslocação
de um lugar para outro, com montagem de residência temporária num determinado local.

Actualmente a definição mais utilizada e aceite nos dias de hoje é o da OMT –


Organização Mundial do Turismo (1994), sendo que para esta entidade ―o turismo
compreende as actividades que realizam as pessoas durante suas viagens e estadas em
lugares diferentes do seu entorno habitual, por um período consecutivo inferior a um ano,
27
com finalidade de lazer, negócios ou outras‖. Tal definição é a mais utilizada actualmente,
dada a necessidade de uma conceiptuação única que viabilize o estudo, onde são
consideradas as actividades desenvolvidas pelo indivíduo estando este em localidade
distinta de sua localidade, além de deixar claro que o turismo ocorre ainda dentro de um
período determinado com finalidade de lazer, negócios ou outras coisas.

Para Barretto (1991, pp. 47-48), ―o turismo é essencialmente movimento de


pessoas e atendimento às suas necessidades, assim como às necessidades das outras
pessoas que viajam. O turismo é o fenómeno de interacção entre o Turista e o núcleo
receptor e de todas as actividades decorrentes dessa interacção‖. Percebe-se aqui, que
segundo Barreto, para que haja turismo é necessário existir mobilidade de pessoas que
viajam de um lugar para o outro, e destas viagens resultam em interacção com a
comunidade receptora do viajante.

Para Beni (1998) "é o estudo do homem longe de seu local de residência, da
indústria que satisfaz suas necessidades, e dos impactos que ambos, ele e a indústria,
geram sobre os ambientes físicos, económicos e socioculturais da área receptora‖ no
entendimento de Beni, o deslocamento do Turista para outra localidade tem sobre aquela
localidade efeitos sobre vários sectores daquela comunidade, quer seja no âmbito
económico bem como cultural.

Santos (2010) traz no seu conceito a ideia de turismo como sendo um conjunto de
serviços, serviços estes que devem englobar infraestruturas capazes de atender as
necessidades de quem procura estes serviços

Turismo compreende um sistema de serviços com finalidade única e exclusiva de


planeamento, promoção e excursão de viagem. Mas é preciso que se tenha infraestrutura
adequada para atender ao desejo e/ou necessidade da pessoa que adquiriu o serviço, a
saber: a recepção, hospedagem, consumo e atendimento às pessoas e/ou grupos oriundos
de suas localidades residenciais. Santos (2010)

Para Banducci Jr & Barreto (2001),"O turismo, numa abordagem Stricto Sensu, é
um tipo específico de deslocamento praticado por um tipo específico de viajante, que é o
Turista" apesar de curto, este conceito traz a figura Turista que é o centro do turismo.
Estes dois autores também consideram o turismo como um fenómeno social dado que
implica o deslocamento de grandes contingentes de pessoas que passam a ser habitantes
temporários de locais nos quais não residem.

28
Portanto nesta secção fez-se abordagem relativamente o conceito de turismo.
Onde pode-se observar que o turismo está associado a deslocação de um lugar para outro,
com o fim recreativo. Na medida que esta deslocação não é permanente. Pois a entidade
que rege o turismo a nível mundial (OMT), no seu conceito destaca que a deslocação é
por um período consecutivo inferior a um ano. Desta feita, na secção a seguir veremos a
evolução do turismo ao longo do tempo, começando das peregrinações na idade média
até a figura de Thomas Cook.

2.2 Evolução histórica do turismo


Theobald (2002), afirma que durante todo percurso da história, as pessoas têm viajado
por diversos motivos, sejam eles transacções comerciais, económicas, religiosas, guerras,
migrações, ou por diversos outros motivos de igual importância. Acrescenta que na
história das viagens destacaram-se alguns factores, aceites como padrão e marcos
histórico no desenvolvimento do fenómeno, dentre eles são destacados três:

 As peregrinações durante a Idade Média;


 O Grand Tour;
 A figura de Thomas Cook.

Barbosa, (2005), argumenta que as peregrinações na era medieval estavam distantes


do conceito de viagem por lazer, já que o peregrino não escolhia o itinerário nem a
durabilidade de seu périplo. Ele estava totalmente exposto às dificuldades pelo caminho
a ser percorrido. As viagens tinham um cunho mais religioso pelo norte de Europa, norte
de África e Médio Oriente.

Segundo Barreto (2001), outro importante marco nessa evolução das peregrinações
religiosas ao longo da Idade Média deu-se no século IX, quando foi descoberta o túmulo
de Santiago de Compostela. A partir de então, iniciaram-se as primeiras excursões pagas
registadas pela história, excursões estas que contavam com líderes de equipas que
conheciam os principais pontos do caminho, organizavam o grupo e estipulavam as regras
de horário, alimentação e orações. Sendo que três séculos mais tarde (no século XII), um
monge chamado Aymeric Picaud, organizou um roteiro completo de viagem indicando o
caminho a partir da França até ao túmulo de Santiago de Compostela, sendo esse
documento, conhecido como o primeiro guia turístico impresso da história. De acordo
com Ignarra (2003), nesse mesmo período os reis católicos europeus organizavam
expedições religiosas e militar rumo a Jerusalém, o objectivo dos mesmos era o de libertar

29
Jerusalém do domínio muçulmano. Essas expedições eram denominadas de cruzadas.
(Idem)

Segundo a abordagem de vários autores, o turismo como conhecemos hoje começa


com o Grand Tour no século XVII, de onde provém a palavra ―Turismo‖. Antes dessas
grandes viagens, fala-se essencialmente de deslocações cujas motivações e frequência
eram diferentes das que estão associadas actualmente ao turismo. Segundo Acerenza
(2013, p45), o Grand Tour era uma viagem motivada pela aprendizagem e aquisição de
cultura quando jovens da nobreza e da classe média inglesa abastada passaram a visitar
outros países do continente europeu, por vários meses, para completar sua educação e
ganhar experiência pessoal. Para este autor, estas viagens inserem-se no contexto da
Renascença Italiana, que ajudou a divulgá-la, impulsionando o impacto pelas viagens
organizadas e periódicas.

―Neste período, os jovens filhos dos aristocratas deixavam as ilhas britânicas e


viajavam para o continente europeu a fim de obter conhecimentos sobre cultura, artes,
política e regras de trato social. Quando voltavam à Inglaterra eram direccionados para
exercer cargos no governo e carreiras diplomáticas. Havia dois circuitos principais: o Petit
Tour que correspondia a Paris e sudoeste da França, e o Grand Tour, que abrangia mais
às regiões de França, e depois passou a expandir-se para Roma, Florença, Amsterdam,
Madrid e outros centros políticos e culturais da Europa‖ (Barreto, 2001, p80).

O autor acrescenta que esta prática, também começou a ser adoptada por nobres de outros
países e por esta razão surgiram no século XIX com maior frequência as expressões
Touring e Tourisme para denominar o Grand Tour, que podia durar até dois ou três anos
e era realizado na companhia de servos e de um tutor de confiança da família. Assim, os
termos turismo e Turista denominavam, respectivamente, as viagens e os jovens dos
países europeus filhos de nobres, e em alguns casos os comerciantes ricos, que se
deslocavam com o objectivo de aprimorar sua educação e estabelecerem contactos
políticos, comerciais e diplomáticos nas cidades europeias mais importantes.

Com a extensão das viagens a outras camadas da sociedade, fruto da revolução


industrial e do surgimento do comboio como o primeiro meio de transporte, aparece o
turismo organizado na Europa. Thomas Cook iniciava-se como operador turístico em
1841, alugando comboios para determinados locais, e também como agente de viagem,
visto que vendia directamente ao público os produtos que organizava. No outro lado do
atlântico, nos EUA, Henry Wells começava a sua actividade como transportador e, mais
30
tarde, como organizador de viagens para comercializar. Thomas Cook em 1867
incentivava o voucher de hotel e, em 1891, a American Express criava o Traveler´s
cheque. A partir daí aumentaram os números de viagens, a distância entre os locais, assim
como a venda em grandes quantidades. Algumas de suas ideias foram copiadas e
ampliaram-se os números de ofertas por outros operadores. (Rabahy, 2003, p 2).

Com o crescimento da indústria e da produção, bem como as várias invenções no


século seguinte criaram as condições para um crescimento maior das viagens e do
turismo. Entretanto, o surgimento das duas guerras mundiais na primeira metade do
século XX interrompeu esse crescimento.

2.3. Conceito de turistas e figuras afins.


A Ignarra (2013) diz que ―os viajantes são consumidores de serviços turísticos,
quaisquer que sejam as motivações. Entretanto, de acordo com a OMT, esses
consumidores podem ser classificados em turistas, excursionistas e visitantes‖ o autor
prossegue dizendo que turista, na conceituação tradicional é aquele que viaja com
objectivo de recreação. A Organização da Nações Unidas (ONU) em 1954 definiu turista
como: Toda pessoa, sem distinção de raça, sexo, língua e religião, que ingresse no
território de uma localidade diversa daquela em que tem residência habitual e nele
permanece pelo prazo mínimo de 24 horas e máximo de 6 meses, no transcorrer de um
período de 12 meses, com finalidade de turismo, recreio, desporto, saúde, motivos
familiares, estudos, peregrinações religiosas ou negócios, mas sem propósito de
migração.

Para diferenciar Turista de Excursionista, Ignarra (2013) diz que ―Quando o


visitante não pernoita em uma localidade turística, ele é tido como Excursionista. Assim,
aquele que viaja e permanece menos de 24 horas em local que não seja o de sua residência
fixa ou habitual, com as mesmas finalidades que caracterizam os Turistas, mas sem neste
passar uma noite, é considerado Excursionista‖, Segundo Militão (2006), Turista é todo
visitante que passa pelo menos uma noite no local visitado, quer seja em alojamento
colectivo ou particular, e Excursionista é todo visitante que não pernoita no local visitado.

31
2.4. Antecedentes históricos do Turismo em Angola.

Segundo Ramos (2016), o Turismo em Angola, na qualidade de "província


ultramarina", era somente uma reminiscência e apêndice do Turismo realizado e
promovido em Portugal, que servia apenas como receptor do vasto movimento que se
registava na Europa particularmente em Portugal. O movimento amplo que se fazia sentir
na época e o crescimento económico desempenhado pelo sector do Turismo, originou a
criação das primeiras instituições públicas do ramo em Portugal e posteriormente, muito
mais tarde nas Províncias do Ultramar particularmente em Angola, reflectindo assim o
interesse do Estado no cumprimento do seu papel de orientação e controlo do sector da
economia.

Os Órgãos Centrais do Turismo estavam sedeados em Portugal Continental,


especificamente em Lisboa (Ministério da Cultura e Turismo).

Em Angola, tal como nas restantes ex-Províncias Ultramarinas, somente em Março


do ano de 1959 foi institucionalizado o mais antigo antecessor do Ministério da Cultura
e Turismo, o " (C.I.T.A.)", através do Decreto-Lei n.° 42194/1959, de 30 de Novembro.
Este Centro foi o órgão público ao qual, desde a sua constituição, estavam adstritas as
atribuições e competências no domínio do Turismo, de promover e favorecer a sua
expansão mediante a elaboração de planos gerais e que coordenava a conjugação dos
esforços das Entidades públicas e privadas locais bem como de toda
actividadedirectamente relacionada com o Turismo, até no limiar da independência de
Angola em 1975 (Ministério da Cultura e Turismo). Na sequência da proclamação da
independência de Angola e a sua constituição em República Popular no ano de 1975, é
constituído o primeiro Governo do Estado Angolano, no qual é instituído a "(S.E.C.T.)",
que a partir de então personifica a Administração Turística Angolana, a par de outros
sectores da actividade socioeconómica (Ministério da Cultura e Turismo).

Face à situação de abandono por parte dos portugueses deixando mais de 90% das
unidades Hoteleiras e Ssimilares do país, as mesmas foram intervencionadas com base no
Decreto-Lei n.º 128/75, de 7 de Outubro, em que se criou paralelamente o Centro de
Controlo e Gestão dos Estabelecimentos da Hotelaria, Restaurantes e Similares da
Província de Luanda. Naquele período priorizou-se a actividade comercial, sendo que a
Secretaria de Estado do Comércio e Turismo empenhou-se fundamentalmente na
reorganização e reestruturação do Sector do Comércio que se encontrava completamente

32
desarticulada ou quase inexistente, sem operadores oficiais para atender as carências da
população em bens alimentares e outros bens de primeira necessidade (Ministério da
Cultura e Turismo).

Assiste-se, no entanto, nos dois anos subsequentes à independência nacional, a uma


utilização irracional e consequente degradação das infraestruturas hoteleiras, restaurantes
e similares, bem como das unidades complementares. O Governo Angolano, com vista a
pôr cobro a tal situação, promulgou o Decreto n.º 42/77, de 3 de Junho, que cria o MINCI
e aprova o seu Estatuto Orgânico, onde se insere a Direção Nacional do Turismo e
Hotelaria. A partir do ano 1978 o órgão reitor do Turismo iniciou o processo de criação
de empresas hoteleiras de âmbito provincial totalizando no ano de 1983, 19 empresas do
género, denominadas EMPROTEL.

Em Luanda foi criada a ANGOTEL – UEE, de âmbito local, a qual foi atribuída a
tutela dos hotéis Trópico, Panorama", Turismo, Costa do Sol, Alameda, Continental e
Globo (Ministério da Cultura e Turismo), sendo que hoje, apenas dois estão em pleno
funcionamento, nomeadamente os Hotéis Trópico e o Continental.

Posteriormente foi alargado o âmbito da sua competência, que deixou de ser de


âmbito local e passou a ser de âmbito nacional, abrangendo no conjunto da sua rede os
hotéis Almirante e Excelsior na provincia do Huambo, Congresso na província de
Cabinda, Grande Hotel da Huíla na província da Huíla, Pousada de Kalandula na
provincia de Malange e Hotel Mombaka na provincia de Benguela (Ministério da Cultura
e Turismo).

No ano de 1988, em consequência da evolução socioeconómica interna provocada


pelo Programa de Saneamento Económico e Financeiro, assim como pelos contactos
iniciados pelos dirigentes do Ministério do Comércio com o Secretariado Geral da
Organização Mundial do Turismo, a Administração Nacional do Turismo sai da letargia
e inicia a estruturação do sector (Ministério da Cultura e Turismo). A criação da
ANGOTUR, LDA no ano de 1988, a primeira empresa Angolana de Turismo e a
negociação com o Bureau do programa.das Nações Unidas para o Desenvolvimento, com
vista a integrar a República de Angola no Projecto Regional sobre o Desenvolvimento do
Turismo na África Austral e Oriental e o processo de adesão de Angola à OMT
(Ministério da Cultura e Turismo), são prova da nova dinâmica então encetada.

33
Angola aderiu à OMT - Organização Mundial do Turismo - na 8ª Assembleia Geral
realizada em Paris no ano de 1989, trazendo assim vantagens palpáveis que ajudaram a
desenvolver o clima propício que se gerou com a assinatura dos acordos de paz, no ano
de 1992.

O benefício imediato traduziu-se na implementação do Projecto "Reforço


Institucional do Estado Angolano no domínio do Turismo", financiado pelo PNUD,
executado pela OMT, e consubstanciado na Reestruturação da DINATUR na criação de
um sistema de recolha, tratamento, análise e publicação de estatística do Turismo; na
criação de um serviço estatístico informatizado na DINATUR; na elaboração de
propostas de legislação turística e na capacitação dos recursos humanos (Ministério da
Cultura e Turismo).

Essa fase de organização, estruturação e de afirmação da Administração Turística


Nacional atinge o apogeu com a criação, em Julho do ano de 1996, do Ministério da
Hotelaria e Turismo que tinha a responsabilidade de licenciar, orientar, disciplinar,
fiscalizar e apoiar a política do Governo referente ao sector e colocar o Turismo Angolano
a par dos países que possuem potencialidades turísticas tais como Angola, sobretudo no
que se refere aos países do continente africano.A necessidade de dar cumprimento aos
ditames da Política Nacional do Turismo e da Estratégia Sectorial da Hotelaria e Turismo,
aprovadas pelas Resoluções n.ºs 7/97 e 9/97, ambas de 27 de Junho, do Conselho de
Ministros e ainda, a necessidade de melhor implementar esses dois instrumentos no
dominio do fomento turistico e acompanhar a dinâmica do seu desenvolvimento, o
MINHOTUR fez aprovar, pelo Conselho de Ministros, a criação do INFOTUR

No III Conselho Consultivo do MINHOTUR, realizado nos dias 26, 27 e 28 de


Março de 2008, foi aprovado o Projecto de diploma que cria o Fundo do Fomento e o
ante-projecto do diploma que institui o Imposto do Turismo (Ministério da Cultura e
Turismo), sendo que tais diplomas não passaram de projectos.O Ministério da Hotelaria
e Turismo, hoje, Ministério da Cultura e Turismo, no exercício da sua actividade, após
trabalho de sensibilização junto dos operadores do sector, tem contado com a parceria
activa de associações profissionais privadas do sector, tais como: a AHORESIA, a
AAVOTA, a AGUITA, ADHA e a mais recentemente constituída, no dia 25 de Setembro
de 2015 a AHRA.

No domínio do intercâmbio internacional por força da crença, perseverança e


dinâmica dos titulares das diversas instituições que ao longo dos quarenta e oito anos de
34
independência nacional, tutelaram a Administração do Turismo Nacional em cada fase
da vida socioeconómica do País, Angola é hoje membro da OMT-Organização Mundial
do Turismo, da RETOSA, que é uma Instituição da SADC" que rege a Actividade na
região austral do continente, da ATA-ÁFRICA TravelAssociation e da CPLP. Angola é
ainda integrante da Área Transfronteiriça KAVANGO ZAMBEZE em parceria com o
Botswana, Namíbia, Zâmbia e Zimbabwe.

2.5- Conceitos de Estratégia.

Segundo Marcondes, (2023) a Estratégia é um conceito fundamental em qualquer


empreendimento ou organização. Ela é responsável por definir a direcção que uma
pessoa, equipe ou organização deve seguir, com base nas suas metas e objectivos de longo
prazo. Uma estratégia bem definida pode ser a diferença entre o sucesso e o fracasso.

No mundo dos negócios a Estratégia é crucial para manter-se competitivo num


mercado em constante mudança. As empresas que possuem uma estratégia clara e bem
definida estão mais propensas a alcançar seus objectivos e superar seus concorrentes. Por
isso a importância da estratégia é inegáve.

Estratégia é um modo de agir criado, a ser implementado para alcançar um objectivo


específico. É um processo contínuo e dinâmico que envolve a análise do ambiente interno
e externo, identificação de oportunidades e ameaças, definição dos objectivos e metas,
escolha das melhores alternativas e alocação dos recursos necessários para alcançar os
resultados desejados.

Uma Estratégia eficaz deve levar em consideração as vantagens competitivas da


organização, o posicionamento no mercado, a avaliação de riscos e oportunidades, além
de ser flexível e adaptável a mudanças no ambiente de negócios.

2.5.1-Significado de Estratégia

Estratégia é um termo que tem origem no grego strategia, que significa ―arte do
general‖, ela é utilizada para designar um conjunto de acções e planos coordenados e
integrados, desenvolvidos para atingir objectivos específicos. Em outras palavras,
Estratégia é a definição de um plano de acção que visa alcançar um determinado
resultado.

A estratégia é amplamente utilizada em diversos contextos, no desporto, nas


operações militares, etc.

35
Em cada um dos contextos, a estratégia pode ter objectivos diferentes, mas sua
essência é sempre a mesma: planeare coordenar acções para alcançar um objectivo
específico.

Para ser eficaz, a estratégia deve ser flexível e adaptável, pois as condições externas
podem mudar rápidamente. Além disso, é importante que ela seja baseada numa análise
profunda do ambiente em que será implementada e nas capacidades e recursos
disponíveis.

2.5.2-Origem do termo Estratégia

O termo ―Estratégia‖ tem origem no grego antigo, especificamente na palavra


Strategas‖, que significa ―general‖. Na Grécia antiga, o Strategas era o comandante
militar responsável por planear e executar as estratégias em batalhas.

Com o tempo, o termo passou a ser utilizado em outras áreas, como na política e
nos negócios e ganhou uma conotação mais extensa. Actualmente, a estratégia é vista
como um processo fundamental para a tomada de decisões em diversas áreas, incluindo
a gestão empresarial, governamental, militar e outros campos em que seja necessário
planear acções para alcançar determinados objectivos

Existem vários conceitos de Estratégia abordados por diferentes autores:

Para Porter (1991) estratégia é criar uma posição exclusiva e valiosa, envolvendo um
diferente conjunto de actividades. Ela está preocupada com objectivos de longo prazo e os
meios para alcançá-los, que afectam o sistema como um todo.

Oliveira (2003) define estratégia como ―… um caminho, ou maneira, ou acção


formulada e adequada para alcançar, preferencialmente, de maneira diferenciada, os desafios
e objectivos estabelecidos, no melhor posicionamento da empresa perante seu ambiente‖.

Ferreira (1986) define estratégia como ―Arte de aplicar os meios disponíveis com
vista à consecução de objectivos específicos‖, ou ―Arte de explorar condições favoráveis
com o fim de alcançar objectivos específicos‖.

Para Mintzberb & Quinn (2001), Estratégia é o padrão ou plano que integra as
principais metas, políticas e sequência de acções de uma organização num todo coerente.
Uma estratégia bem formulada ajuda a ordenar e alocar os recursos de uma organização para
uma postura singular e viável, com bases em suas competências internas e relativas,

36
mudanças no ambiente antecipadas e providências contingentes realizadas por oponentes
inteligentes.

Para Mário (2023), a Estratégia é uma forma de orientar e tomar decisões numa
organização, empresa, instituição pública ou privada ou uma unidade militar, etc para
definir objectivos específicos e metas procurando as melhores oportunidades e ameaças
no meio externo e interno visando obter recursos de forma eficiente e eficaz para atingir
resultados, podendo identificar vantagens competitivas e organizá-las para obter melhor
posição no mercado ou no sector em que actua.

Segundo Silva (2020), quando se fala de Estratégia é importante explicar que


existem vários tipos de Estratégias. Os principais tipos são:

Manutenção: normalmente ocorre quando a empresa identifica ameaças a sua


sobrevivência e, assim os gestores definirem as acçõesnecessárias para continuar no
mercadoe manter sua posição. As estratégias de manutenção visam fortalecer os pontos
fortes ao mesmo tempo em que procuram minimizar os pontos fracos. Dessa forma, a
estratégia de manutenção é uma postura defensiva. O objectivo é preparar a empresa para
enfrentar possíveis dificuldades num futuro próximo que pode ser a perda de mercado
pela entrada de um concorrente forte, crise económica ou outra ameaça.

Investimento; as Estratégias de Investimento visam, principalmente, a utilização


dos seus reccursos financeiros de forma planeada para evitar fralhas no projecto e,
consequentemente, prejuízos para a empresa. Desta forma, estas estratégias têm como
objectivo conhecer o mercado, os concorrentes e os clientes para identificar qual o sector
deve receber o investimento para que a empresa se diferencie e se destaque.

Mesmo podendo ser para diferentes fins, a estratégia como um todo mobiliza os
diversos recursos, tanto tangíveis (bens, direitos e obrigações) quanto intangíveis (pessoas
/capital intelectual) de uma empresa em prol de um objectivo específico a longo prazo.
Logo, a natureza da estratégia é o longo prazo. O que não é medido não é gerenciado
(Kaplan e Norton, 2016). Para gerenciar a execução da estratégia através das metas,
define-se indicadores de desempenho para o acompanharde forma organizada e eficaz a
evolução destas metas.

Crescimento: são estratégias voltadas para aumento dos lucros das vendas ou da
participação de mercado, aumentandoo valor da empresa. Isso significa que existem
situações favoráveis no mercado que podem transformar em oportunidades.
37
Nesse cenário, a empresa busca lançar novos produtos e aumentar o volume de
vendas. Algumas acções referentes às Estratégias de crescimento são:

Marketing: exerce papel fundamental nas estratégias de crescimento das empresas.


Ele é o responsável por construir a imagem da empresa e fazer com que a marca ocupe
lugar de destaque na mente (e no coração) do público ao qual ela se direcciona.

Inovação: melhoria, aprimoramento, desenvolvimento de produtos já existentesou


lançamentos de novos produtos e serviços.

Jointventure: duas empresas se unem para produzir um produto e conseguir, juntas,


entrar num novo mercado. Normalmente uma das empresas entra no negócio com o
capital e a outracom a tecnologia necessária.

Expansão: a empresa busca ampliar uma participação no mercado. Seja por


lançamento de produtos ou por acções de marketing.

Internacionalização: a empresa estende suas operações para fora do seu país de


origem.

O Egipto recebeu financiamento para construir infraestrutura turística necessária à


atracção de grandes cadeias internacionais para operar Resortes na costa do mar
vermelho.

2.6- Estratégias para Crescimento das Actividades Turísticas

O termo "Estratégia" é fundamental no contexto do Turismo, pois desempenha um


papel crucial na criação, promoção e desenvolvimento de Destinos turísticos bem-
sucedidos. A correlação entre Estratégias e Turismo é profunda e multifacetada, uma vez
que o Turismo envolve a gestão de recursos, a atractividade de Destinos e a satisfação
dos Turistas. (Porter, 1998).

A Estratégia serve para optimizar os esforços e recursos direccionando-os


assertivamente ao objectivo pretendido. Além do mais, essa organização funciona como
um agente motivador, pois faz com que o indivíduo veja que suas acções estão realmente
contribuindo para o alcance da sua meta. Na implementação de uma Estratégia é destinar
recursos de maneira eficiente (financeiros, custo de mão-de-obra), quanto não financeiros
(tempo para implementar a Estratégia).

38
No contexto do Turismo, as Estratégias referem-se ao planeamento e à
implementação de acções coordenadas com o objectivo de atingir metas específicas
relacionadas ao desenvolvimento e à gestão de Destinos, empresas e produtos turísticos.
Tais metas podem incluir o aumento do número de visitantes, a promoção da cultura local,
a diversificação da oferta turística, o desenvolvimento sustentável e o aumento da receita.
As Estratégias são orientações que auxiliam os diversos stakeholders do Turismo a tomar
decisões informadas e alocar recursos de forma eficiente. A elaboração e implementação
de Estratégias eficazes desempenham um papel essencial na dinâmica do
desenvolvimento. (Hall &Lew, 2009) O Turismo, sendo uma indústria multifacetada e
competitiva, requer uma abordagem cuidadosamente planeada para atrair e satisfazer os
Turistas, bem como promover o crescimento económico. O Turismo é uma força motriz
vital para a economia de muitos países e regiões em todo o mundo. Como um sector que
abrange hospitalidade, transporte, entretenimento e muitos outros aspectos, o Turismo
cria empregos, gera receita e estimula o investimento em infraestrutura. No entanto, para
que o potencial do turismo seja plenamente realizado, é crucial que as estratégias
adequadas sejam aplicadas.

O cerne das Estratégias de Turismo reside na compreensão das demandas e


preferências dos Turistas, bem como na capacidade de adaptar as ofertas de um Destino
de acordo com essas necessidades. Isso envolve segmentação de mercado, criação de
produtos turísticos atraentes e a utilização eficaz de ferramentas de marketing. A
segmentação de mercado, por exemplo, permite que os Destinos personalizem suas
ofertas para atender a diferentes tipos de Turistas, desde viajantes de negócios até amantes
da natureza e entusiastas da cultura. Além disso, as Estratégias de Turismo também
incorporam a noção de Sustentabilidade (Sharpley, 2002). O Turismo responsável e
ambientalmente consciente não apenas preserva os recursos naturais e culturais, mas
também aumenta a atractividade de um Destino a longo prazo, à medida que os viajantes
valorizam cada vez mais experiências autênticas e ecologicamente sustentáveis.

2.6.1- Estratégias de Desenvolvimento de Destinos

Conforme discutido por Ritchie & Crouch (2003), a identificação das características
únicas de um destino, como recursos naturais, culturais e históricos, é o primeiro passo
para atrair visitantes. Posteriormente, a criação de planos e acções coordenadas é
necessária para acomodar esses visitantes. Por exemplo, um Destino pode adoptar uma

39
estratégia de preservação do seu património cultural enquanto investe na modernização
da infraestrutura turística.

2.6.2- Estratégias para a Preservação de Patrimónios

A preservação do património cultural e natural desempenha um papel vital no


desenvolvimento de Destinos Turísticos sustentáveis. A implementação de planos de
gestão sustentável, como limitar o acesso em áreas sensíveis e estabelecer regulamentos
para visitantes, é essencial para a conservação de recursos culturais e naturais (Hall
&Lew, 2009). Além disso, a educação e a sensibilização, como mencionado por
McKercher & Du Cros (2002), são ferramentas importantes para promover práticas
responsáveis entre Turistas, residentes e stakeholders locais. No entanto, esses recursos
podem ser frágeis e vulneráveis aos impactos do Turismo descontrolado e à degradação
ambiental.

2.6.3- Estratégias para Modernização da Infraestrutura Turística

O fluxo crescente de visitantes em Destinos turísticos cria a necessidade constante


de modernizar a infraestrutura para garantir acomodações adequadas, mobilidade
eficiente e experiências de qualidade para os Turistas. Como destacado por Cooper
(2008), melhorias em aeroportos, rodovias e transporte público acessível são estratégias-
chave nesse sentido. Além disso, a modernização das acomodações, como hotéis e
alojamentos alternativos, é necessária para acomodar Turistas de diferentes faixas de
preço

2.6.4- Estratégias de Diversificação da Oferta Turística

Estratégias de diversificação são cruciais para a criação de uma ampla gama de


produtos e experiências turísticas que atendam a diferentes segmentos de mercado.
Weaver (2006) destaca a importância de oferecer uma ampla gama de produtos e
experiências para atender a diferentes segmentos de mercado, incluindo Turismo de
aventura, Turismo cultural e Turismo de saúde e bem-estar.

Isso ajuda a reduzir a sazonalidade e a aumentar a atractividade ao longo do ano. A


diversificação pode incluir o desenvolvimento de Actividades de aventura, eventos
culturais e oportunidades de ecoturismo, enriquecendo a experiência dos visitantes no
Município.

A diversificação das ofertas turísticas desempenha um papel crucial no crescimento


das Actividades turísticas. Ao oferecer uma gama diversificada de experiências, é
40
possível atrair uma ampla variedade de Turistas, desde aqueles interessados em cultura e
história até os que buscam aventura e natureza. A diversificação também ajuda a reduzir
a dependência de segmentos de mercado específicos, tornando o Destino mais resistente
a flutuações económicas e sazonais. Ofertas variadas podem incentivar os Turistas a
passar mais tempo na localidade, explorando diferentes atracções e Actividades.

2.6.5- Impacto das Estratégias de Diversificação nas Actividades Turísticas


em Luanda

A diversificação das ofertas turísticas em Luanda terá um impacto significativo e


positivo nas actividades turísticas como um todo. Como destacado no artigo "Acelerar o
Turismo em Angola‖ – CEDESA, Angola está gradualmente diversificando sua
economia, escolhendo o Turismo como uma das principais prioridades da acção
estruturante da política económica. A diversificação tornou-se a palavra-chave do
desenvolvimento, e Angola reconhece seu enorme potencial turístico.

Conforme discutido no artigo do Jornal de Angola "O Turismo é o ‗petróleo verde‘


para a diversificação da economia nacional", o Turismo interno em Angola está
mostrando sinais positivos em termos de movimentação dos residentes no país, assim
como do turismo receptor. O potencial turístico do país abrange todas as províncias,
compondo uma oferta diversificada. Da Costa (2020), destaca como o Turismo é um
vector privilegiado para a redução da pobreza e para o crescimento. Isso enfatiza ainda
mais a importância da diversificação das ofertas turísticas em Luanda. O que por sua vez
resultará num aumento do número de Turistas que escolhem a cidade como destino.

A diversificação das ofertas turísticas incentivará os visitantes a explorar mais a


cidade, não apenas visitando as atracções tradicionais, mas também participando de
actividades de aventura, eventos culturais e experiências de ecoturismo. Isso levará a um
prolongamento do tempo de permanência dos Turistas em Luanda, o que é benéfico para
a economia local.

2.6.6- Estratégias de Competitividade e Inovação

As estratégias de competitividade e inovação, conforme discutido por Dwyer e Kim


(2003), visam destacar um destino em um mercado global altamente competitivo. A
inovação na oferta de produtos e serviços, juntamente com melhorias na infraestrutura e
qualidade dos serviços turísticos, são componentes-chave dessas estratégias. Têm como
objectivo garantir que um Destino Turístico se destaque num mercado global competitivo.

41
Isso pode envolver inovação na oferta de produtos e serviços, bem como a melhoria da
infraestrutura e da qualidade dos serviços Turísticos.

2.6.7- Estratégias de Crises e Resiliência

Estratégias de crises e resiliência são essenciais para lidar com situações de crise,
como pandemias. De acordo com Faulkner e Russell (2000), a criação de planos de
contingência e a diversificação das fontes de receita são medidas importantes para
garantir a resiliência do sector turístico.

Para entender a importância das estratégias de Turismo, é fundamental reconhecer


a dinâmica em constante evolução desse sector. O Turismo não é estático; está sujeito a
tendências emergentes, avanços tecnológicos e mudanças nas preferências dos viajantes.
Como resultado, as Estratégias de Turismo devem ser flexíveis e adaptáveis.

A competitividade é uma característica intrínseca do Turismo global. Destinos ao


redor do mundo competem pelo mesmo grupo de Turistas em busca de experiências
únicas. Nesse contexto, as estratégias de marketing desempenham um papel crucial.
Através da promoção eficaz, seja pormeio de campanhas publicitárias, presença online
ou mídias sociais, os Destinos podem se destacar e atrair a atenção dos viajantes (Kotler,
1998).

O desenvolvimento de produtos turísticos específicos é outra faceta importante das


estratégias de Turismo. Isso envolve a criação de itinerários atraentes, pacotes turísticos
personalizados e a oferta de experiências únicas que cativam os visitantes (Buhalis, 2000).
Essas estratégias não apenas aumentam o tempo de permanência dos Turistas, mas
também incentivam o gasto em Actividades locais, contribuindo assim para o crescimento
econômico.

Um factor crítico que não pode ser negligenciado nas estratégias de Turismo é a
acessibilidade. Investimentos em infraestruturas de apoio ao Turismo modernos e
sistemas de transporte eficientes, desempenham um papel vital na atractividade de um
Destino.

A competitividade entre os Destinos turísticos é um factor que exige atenção


constante (Dwyer& Kim, 2003). O mercado global do Turismo é altamente disputado,
com Destinos competindo para atrair visitantes. As Estratégias de marketing,
especialmente aquelas voltadas para a promoção internacional, são fundamentais para
destacar um Destino no cenário global.
42
O desenvolvimento de produtos turísticos específicos é outra abordagem essencial.
Isso envolve a criação de experiências únicas e personalizadas que atendam aos desejos
e interesses dos Turistas. A diversificação das ofertas, que abrange desde Turismo cultural
até Turismo de aventura, permite que os Destinos atendam a uma ampla gama de
públicos, ajudando a combater a sazonalidade e a manter fluxos de receita ao longo do
ano.

Além disso, a acessibilidade, um pilar central das Estratégias de Turismo, não pode
ser subestimada (Weaver, 2006). O investimento em infraestrutura de transporte eficiente
e seguro é fundamental para garantir que os Turistas possam chegar fácilmente ao Destino
e se movimentar com conforto durante a estadia. Estratégias responsáveis que consideram
o impacto ambiental e social são cruciais para garantir a preservação dos recursos naturais
e culturais, bem como a atractividade a longo prazo do Destino.

2.4.8- Estratégias para Desenvolvimento de Produtos Turísticos.

O desenvolvimento de produtos turísticos é uma estratégia essencial para atrair e


cativar turistas em qualquer destino, incluindo Angola. Esta abordagem permite que os
destinos turísticos criem experiências que atendam às necessidades e desejos de diversos
grupos de visitantes. A segmentação de mercado é um passo fundamental antes de criar
produtos turísticos. Isso envolve a segmentação de Turistas com base em factores como
interesses, faixa etária, origem geográfica e propósitos da viagem (Benjamin, 2016). No
contexto angolano, isso pode incluir segmentos como Turismo de natureza, cultural, de
aventura e de negócios. A identificação de recursos e atracções é o próximo passo
(Moreira, 2014).

Angola é abençoada com uma riqueza de recursos naturais, culturais e históricos,


desde as belas praias do litoral atlântico até os parques nacionais do interior e as tradições
culturais das suas diversas etnias.

Com base na segmentação de mercado e nas atrações identificadas, os itinerários e


roteiros são criados. Isso envolve a seleção e organização de atividades, locais de visita e
experiências que proporcionem uma narrativa coerente e envolvente aos turistas.
(Benjamin, 2016). Em suma, o desenvolvimento de produtos turísticos em Angola não
apenas tornará o país mais atraente para os visitantes, mas também terá um impacto
econômico, social e cultural positivo. Esta estratégia impulsionará o crescimento

43
sustentável das atividades turísticas e promoverá o desenvolvimento econômico local, ao
mesmo tempo em que conserva e destaca o rico patrimônio cultural e natural de Angola.

2.6.9- Estratégias para a Sustentabilidade do Turismo

A sustentabilidade no Turismo é um tema crucial na indústria actual, pois envolve


a responsabilidade ambiental, social e cultural na gestão das actividades turísticas. O
ecoturismo responsável é uma abordagem que promove a preservação do meio ambiente
natural enquanto permite que os visitantes desfrutem de experiências únicas na natureza.
As estratégias incluem a criação de trilhas sustentáveis, a limitação de acesso em áreas
sensíveis e a educação ambiental para turistas. (Verdugo & Mavela, 2010).

A gestão eficaz de resíduos é fundamental para a sustentabilidade no turismo.


Estratégias incluem a implementação de programas de reciclagem, a redução do uso de
plásticos descartáveis e a sensibilização dos turistas sobre a importância de reduzir o
desperdício. A promoção da cultura local é essencial para a sustentabilidade cultural no
turismo. Estratégias envolvem a realização de festivais culturais, o apoio a artesãos locais
e a promoção da culinária tradicional, permitindo que os Turistas conheçam e respeitem
a cultura dos destinos que visitam (Ezequias, 2020).A educação ambiental é uma
estratégia-chave para garantir que os Turistas compreendam os impactos de suas acções.
Isso inclui a sensibilização sobre a conservação da vida selvagem, a importância de não
perturbar os ecossistemas e a preservação do patrimônio cultural. Promover o
desenvolvimento econômico e social das comunidades locais é uma estratégia que
contribui para a sustentabilidade.

Isso pode ser alcançado através da criação de oportunidades de emprego, apoio a


pequenos negócios locais e investimento em infraestrutura comunitária (Ezequias, 2020).

A preservação do patrimônio cultural e natural é uma estratégia-chave. Isso envolve


a restauração de monumentos históricos, a protecção de sítios arqueológicos e a
implementação de medidas para garantir que os locais de valor cultural e natural sejam
mantidos para as gerações futuras. As estratégias de sustentabilidade no turismo
desempenham um papel fundamental na preservação ambiental e cultural dos destinos
turísticos em todo o mundo. Ao adoptar essas práticas responsáveis, os destinos podem
oferecer experiências turísticas de alta qualidade enquanto protegem seus recursos
naturais e culturais para as gerações futuras (Verdugo & Mavela, 2010).

44
A sustentabilidade no turismo não é apenas uma abordagem ética, mas também uma
estratégia inteligente para garantir o crescimento a longo prazo da indústria do turismo.
Um turismo sustentável deve fazer um uso adequado dos recursos ambientais, respeitar a
autenticidade sociocultural das comunidades e assegurar que as actividades económicas
sejam viáveis no longo prazo. Requer ainda a participação informada dos stakeholders,
a monitorização constante dos seus impactes, mantendo um elevado nível de satisfação
dos Turistas (Ezequias, 2020).Em 2015, as Nações Unidas aprovaram a Agenda 2030,
constituída por 17 Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

O Turismo tem contribuído directa e indirectamente para todos os ODS, tendo sido
incluído sobretudo nos Objectivos 8 (crescimento económico sustentável), 12 (consumo
e produção sustentáveis) e 14 (uso sustentável dos oceanos e recursos marinhos). A nível
europeu, foi apresentado o Pacto Ecológico Europeu que visa transformar a União
Europeia numa economia moderna, mais eficiente e competitiva quanto ao
aproveitamento de recursos(Ezequias, 2020).

2.7 - Importância da Estratégia

Segundo Marcondes (2023), a Estratégia serve para optimizar os esforços e


recursos direccionando-os assertivamente ao objectivo pretendido. Além do mais, essa
organização funciona como um agente motivador, pois faz com que o indivíduo veja que
suas acções estão realmente contribuindo para o alcance da sua meta. Na implementação
de uma Estratégia é destinar recursos de maneira eficiente (financeiros, custo de mão-de-
obra), quanto não financeiros (tempo para implementar a Estratégia).

2.8- Factores Económicos que Impulsionam a Competitividade:

Infraestrutura e Conectividade

A infraestrutura turística desempenha um papel fundamental na competitividade.


isso inclui a qualidade e acessibilidade dos aeroportos, estradas, hotéis e outras
instalações turísticas. Melhorias na infraestrutura de transporte, como a expansão e
modernização de aeroportos internacionais, contribuem para facilitar a chegada de
Turistas (Miezi, 2017).Além disso, a conectividade aérea com outros Destinos globais
desempenha um papel vital na atracção de Turistas internacionais.

45
 Serviços e Hospitalidade

A qualidade dos serviços oferecidos aos Turistas é outro factor-chave. Isso inclui a
hospitalidade da população local, a qualidade do serviço em hotéis e restaurantes, bem
como a capacidade de lidar com necessidades específicas dos visitantes.Investir em
treinamento e capacitação da força de trabalho do sector de Turismo é fundamental para
garantir que os Turistas tenham experiências memoráveis (PRODESI, 2020).

 Custo e Acessibilidade

Os preços praticados, desde acomodações até refeições e Actividades,


desempenham um papel na atractividade do Destino. Oferecer opções acessíveis,
juntamente com alternativas de luxo, é uma estratégia eficaz para atrair diferentes
segmentos de Turistas.

A política de preços deve ser equilibrada para garantir que o Destino seja
competitivo em comparação com outros países da região.

2.9 - Factores Sociais e Culturais que Enriquecem a Competitividade:


 Cultura e Património

A riqueza da cultura e patrimônio são recursos valiosos para atrair Turistas


interessados em explorar a história, tradições e artes do país. Isso inclui festivais culturais,
museus, sítios históricos e a oportunidade de interagir com as comunidades locais para
uma autêntica experiência cultural.

 Diversidade Geográfica

A diversidade geográfica é um factor de atracção para Turistas interessados em


aventuras na natureza e observação de vida selvagem. Um país que oferece uma variedade
surpreendente de paisagens, desde praias intocadas ao longo da costa atlântica até
planícies, montanhas e parques naturais no interior pode possuir um potencial turístico
maior. (Ezequias, 2020).

 Segurança e Estabilidade

A estabilidade política e a segurança são pré-requisitos fundamentais para atrair


Turistas internacionais. É importante destacar que os factores econômicos e sociais estão
interligados. Por exemplo, investimentos na infraestrutura turística não apenas melhoram
a acessibilidade, mas também podem criar empregos e oportunidades económicas para as

46
comunidades locais. Além disso, a preservação do património cultural e ambiental não
apenas atrai Turistas, mas também contribui para a identidade e qualidade de vida das
populações locais. (Abrantes, 2012).

Quadro 1: Factores de Competitividade

Fonte: (Cunha 2013a)

2.10 - Efeitos Resultantes dos Investimentos Turísticos

Segundo Cunha (2013a), os investimentos constituem uma variável estratégica do


desenvolvimento económico na medida em que não há acréscimo da riqueza e do
emprego sem investimentos, quer sejam públicos ou privados. Em virtude das
construções, equipamentos, infraestruturas, meios de transporte, etc., necessários à
produção de bens e serviços turísticos, que exigem elevados investimentos, o turismo
contribui para elevar a taxa de investimento, ou seja, para aumentar a formação bruta de
capital fixo.

Na avaliação dos investimentos turísticos há que ter em consideração que alguns


deles apresentam diferenças em relação aos realizados noutros setores, o que lhes concede
um carácter específico (Bull. 1995):

47
a) Uma boa parte dos investimentos turísticos não é realizada por razões comerciais,
mas antes por razões de carácter social, educativo, cultural ou ambiental, como os
investimentos em centros de informação, parques nacionais ou protecção do ambiente,
recuperação e protecção do património cultural;

b) Frequentemente, os investimentos turisticos são compartilhados com outros


sectores, como no caso dos centros desportivos ou de convenções em relação aos quais o
Turismo se comporta como um ―inquilino‖;

c) Alguns investimentos turísticos são efectuados com vista à realização de


acontecimentos de curta duração, como os festivais e acontecimentos desportivos, que
poste riormente deixam de ter utilização turistica ficando disponiveis para utilização pelas
populações locais;

d) Um certo número de investimentos realizados no Turismo deve-se a razões


relacionadas com o modo de vida. parques desportivos, piscinas, cinemas, etc.

Além destas diferenças que colocam problemas de avaliação, a análise dos efeitos
económicos dos investimentos turisticos e dificultada pela imprecisão dos limites do
sector turistico pela dificuldade em imputar ao Turismo o valor de certos investimentos
que, embora por ele requeridos, se destinam à satisfação de necessidades próprias da
população local: abastecimiento de água, saneamento, comunicações, transportes e
muitos outros.

2.11 - Fontes de Crescimento de uma Actividade.

Segundo Freitas (2019), a base do Crescimento de uma actividade é constituída por


aumento na força de trabalho, aumentono estoque de capital, melhoria na qualidade de
mão-de-obra, melhoria tecnológica e na eficiência organizacional.

Capital humano: valor ganho de renda potencial incorporado nos indivíduos e inclui
habilidade inerente à pessoa, o talento, a educação e as habilidades adquiridas.

Capital físico: maquinaria e equipamentos sofisticados, que são abundantes em


países pobres. A razão da variação de produto nacional e a variação da capacidade
produtiva resulta na relação produto-capital que envolve o capital físico no processo de
desenvolvimento económico.

48
Tecnologia: força motora principal do Crescimento económico. Históricamente o
desenvolvimento tecnológico proporciona um aumento da produtividade do trabalho,
tornando-se fundamental para o Crescimento económico.

Segundo Cunha (2013 b), a actividade turística enquadra-se num dos sectores da
economia, podendo gerar crescimento no aumento a longo prazo da capacidade de um
país oferecer à população, bens económicos cada vez mais diversificados, baseando esta
capacidade crescente numa tecnologia avançada nos ajustes institucionais e ideológicos
que esta exige. O Turismo emergiu como uma das indústrias mais dinâmicas e
impactantes do mundo, desempenhando um papel significativo nas economias globais.
Examinar as tendências e dados estatísticos relacionados ao crescimento dasactividades
turísticas em nível global é fundamental para compreender a importância desse sector em
constante evolução.

De acordo com a Organização Mundial do Turismo (OMT), o número de Turistas


internacionais tem mantido uma trajectória de crescimento consistente nas últimas
décadas. Em 2019, antes da eclosão da pandemia de COVID-19, o mundo registou um
recorde de 1,5 bilhão de chegadas internacionais. Isso evidencia o apelo duradouro das
viagens internacionais. O impacto económico do Turismo é igualmente notável. Em
2019, o sector de viagens e Turismo contribuiu com cerca de 10,4% do Produto Interno
Bruto (PIB) global, gerando uma impressionante receita económica de US$ 9,2 trilhões.
Além disso, o Turismo é uma fonte substancial de empregos, representando
aproximadamente 10% do emprego total no mundo, com cerca de 330 milhões de
empregos directos. Essas tendências não se limitam a um único continente. Embora
diferentes regiões do mundo experimentem taxas de crescimento variadas, antes da
pandemia de COVID-19, a região Ásia-Pacífico estava liderando o crescimento, seguida
pela Europa e pelas Américas. O sector de Turismo também passou por mudanças
significativas no que diz respeito às preferências dos viajantes.

Cada vez mais, os Turistas buscam experiências autênticas e significativas. Isso


levou ao crescimento de nichos de mercado, como o Turismo de experiência, o
ecoturismo, o Turismo de aventura e o Turismo cultural. A pandemia de COVID-19,
entretanto, lançou uma sombra sobre a indústria de viagens. As restrições de viagem e
as preocupações com a saúde pública resultaram em quedas drásticas no número de
chegadas internacionais e na receita do sector em 2020 e 2021. No entanto, muitos
especialistas acreditam que o Turismo se recuperará gradualmente à medida que as

49
restrições forem aliviadas e a confiança dos viajantes for restaurada. A conscientização
sobre questões de saúde e segurança nas viagens aumentou consideravelmente devido à
pandemia.

Os Turistas agora consideram as medidas de saúde e segurança, bem como os


impactos ambientais de suas viagens, ao escolher destinos e empresas de viagens. Outras
tendências em ascensão incluem o turismo de saúde e bem-estar, com turistas buscando
destinos que ofereçam experiências terapêuticas e actividades que promovam o bem-estar
físico e mental. As redes sociais desempenham um papel crucial na inspiração e
planeamento de viagens. As avaliações online e as recomendações de outros viajantes
têm um impactosignificativo nas decisões dos Turistas. No entanto, o crescimento do
Turismo também trouxe desafios. O excesso de turismo, a superlotação e a gestão
inadequada dos recursos naturais e culturais podem ter impactos negativos no ambiente e
na qualidade da experiência do Turista. À medida que a indústria do Turismo avança,
questões de regulamentação e ética se tornam cada vez mais prementes.

O aumento da regulamentação visa abordar preocupações como superlotação,


exploração da força de trabalho e preservação do património cultural. A transformação
digital também é uma tendência importante, com a tecnologia desempenhando um papel
cada vez mais central nas viagens, desde a reserva online até melhorias na experiência do
Turista, como realidade virtual e análise de dados. O Turismo continua a evoluir,
adaptando-se a mudanças sociais, tecnológicas e económicas em todo o mundo. Apesar
dos desafios impostos pela pandemia de COVID-19, o sector de viagens e turismo
permanece resiliente, desempenhando um papel crucial na recuperação económica global.
À medida que o mundo se recupera gradualmente e a confiança dos viajantes é restaurada,
o Turismo deve se reinventar para atender às crescentes preocupações de saúde, segurança
e sustentabilidade. A transformação digital está moldando a forma como as viagens são
planeadas, reservadas e experimentadas. A tecnologia está tornando as viagens mais
acessíveis e personalizadas, ao mesmo tempo que cria oportunidades para inovações
emocionantes, como realidade virtual e inteligência artificial. O Turismo de experiência,
ecoturismo, Turismo de aventura e Turismo cultural estão em ascensão, à medida que os
Turistas buscam experiências únicas e autênticas.

A valorização do património cultural, a conscientização ambiental e o apoio às


comunidades locais também são tendências em crescimento. A regulamentação e a ética
desempenham um papel cada vez mais importante à medida que a indústria do Turismo

50
enfrenta desafios relacionados à superlotação, preservação do património cultural e
exploração da força de trabalho.

A sustentabilidade tornou-se uma consideração fundamental, com Turistas


buscando Destinos e empresas que adoptem práticas responsáveis.No futuro, o Turismo
continuará a ser uma força poderosa na economia global.À medida que os Destinos se
adaptam e inovam para atender às necessidades em evolução dos Turistas, é crucial que
a indústria do Turismo mantenha um equilíbrio entre crescimento económico e
responsabilidade ambiental e social.Somente assim o Turismo poderá desempenhar um
papel positivo no mundo, criando experiências memoráveis para os viajantes e benefícios
sustentáveis para as comunidades locais.

2.12- Identificação das Actividades Turísticas.

Segundo Costaet al (2004), os Pilares enquadradores dasActividades Turística são


o Produto Turístico, as Especificidades do Turismo e o Desenvolvimento dos
Destinos.Em virtude das interdependências e inter-relações que estabelece, o Turismo é
uma Actividade horizontal que influencia e é influenciada pela generalidade das
actividades humanas qualquer que seja a sua natureza. Na maior parte das actividades
humanas encontramos uma relação directa com o Turismo, como também nele
encontramos uma dependência, mais ou menos profunda, com a generalidade das outras
actividades. Poder-se-á dizer que nada lhe é alheio e que tudo tem a ver com ele por se
definir como uma actividade humana total. Por um lado, dificilmente se encontrará outra
actividade na qual o homem se reveja tão completamente como no Turismo e, por outro,
tanto na preparação como na realização das viagens, o homem defronta-se com uma
multiplicidade de necessidades que ultrapassam as do seu quotidiano: tem necessidades
do quotidiano e mais aquelas que levam à realização da viagem ou dela derivam.

Asnecessidades que originam a procura das viagens não são necessidades de comer,
beber, dormir ou vestir, mas sim de outra natureza: evasão, descoberta, novas
experiências ou reencontro. As pessoas não viajam, em geral, para dormir ou comer, mas
por razões derivadas das suas motivações Turísticas, que implicam uma deslocação e
originam a produção de novos bens e serviços. O visitante («Ser Turístico») é unificador
e integrador de um vasto conjunto de necessidades que dão origem a novas Actividades,
a novos fenómenos e a novos comportamentos. À medida que se vai desenvolvendo, vai-
se tornando numa actividade que responde à satisfação de necessidades múltiplas de
ordem intelectual, fisica, psicológica, cultural, social.
51
2.12.1 Produtos Turísticos

Segundo Cunha (2013b) a Oferta Turística e, em particular, alguns dos seus


elementos integrantes, só é objecto de procura quando englobada num produto concreto
criado ou desenvolvido para responder a necessidades concretas, objectivas ou
subjectivas, dos consumidores turísticos. Um hotel, pela sua qualidade, pela fama que
alcançou ou pelo valor histórico ou arquitectónico que possui, pode atrair muitas pessoas
e ser procurado por aquilo que por si só representa, mas a actividade hoteleira, como
componente essencial da Oferta Turística, depende, fundamentalmente, da sua integração
num produto turístico.

Tradicionalmente, a designação de produto era reservada aos bens físicos e, no


passado recente, seria incompreensível falar em produto relativamente ao turismo, mas,
hoje, a designação de produto desligado de conteúdo físico invadiu todos os sectores da
atividade económica mesmo nas áreas cuja produção é intangível ou imaterial, como é o
caso da produção bancária onde se fala em produto referindo-se a um depósito em
numerário ou a uma aplicação financeira. A definição de produto dada por Kotler et al.
(1998) ilustra perfeitamente este sentido que se atribui a «produto», ao defini-lo como
«qualquer coisa que pode ser oferecida num mercado para apreciação, aquisição, uso ou
consumo e que inclui objectos físicos, serviços, personalidades, lugares, organizações ou
ideias».

Na esteira das conclusões a que chegou a Comunidade Europeia após um inquérito


lançado junto dos consumidores turísticos europeus, definiremos produto turístico como
o conjunto dos elementos que, podendo ser comercializado, directa ou indirectamente,
origina deslocações, gerando uma procura. Esta definição está em conformidade com a
apresentada por Medliket al. (1973) segundo os quais «um produto turístico é um
amálgama de elementos tangíveis e intangíveis centrados numa actividade específica num
Destino específico. Compreende e combina as atracçõesactuais e potenciais de um
Destino, as facilidades, a acessibilidade ao Destino, dos quais oTurista compra uma
combinação de actividades e arranjos».

Assim, o produto turístico «sol e mar» é constituído pelo próprio sol, mar e praia, o
alojamento, a animação, os restaurantes, a informação e organização da viagem, os
estabelecimentos comerciais e os serviços diversos. De acordo com esta concepção, os

52
hotéis ou a gastronomia não são um produto turístico, mas sim um dos seus elementos
constitutivos.

A criação e promoção de produtos turísticos correspondem ao reconhecimento da


existência de grupos de pessoas com motivações próprias, que se deslocam por razões
idênticas e possuem idênticas necessidades, ou seja, da existência de segmentos de
mercado diferenciados. Foi o desenvolvimento do marketing que proporcionou este
reconhecimento e induziu à formação de produtos turísticos pela combinação das diversas
componentes da oferta. A cada segmento de mercado corresponde um ou mais produtos
definidos em função das condições específicas de cada país ou região. Não há produtos
turísticos universais, igualmente válidos para cada caso, porque cada país ou região possui
características diferentes que influenciam diferentemente o produto que lhes respeita,
nem os produtos existentes num país podem ser transpostos para outro na sua
totalidade.Há produtos comuns a vários países ou regiões e há produtos que são próprios
de uma região ou país mas as condições locais introduzem diferenciações, por vezes,
decisivas em termos de satisfazerem melhor ou pior as preferências dos consumidores.

Dada a confusão frequente que se estabelece entre produtos turísticos e tipos de turismo,
convém esclarecer que estes resultam de factores psicológicos, sociais, culturais ou
profissionais, intrínsecos aos indivíduos e associados a uma atracção: o desejo de
vivenciar a natureza (fator psicológico) pode ser satisfeito por visitas a parques naturais,
passeios nas montanhas, ou simplesmente viajando para locais rurais (atracções). Pelo
contrário, um produto resulta de um acto produtivo, uma decisão externa ao indivíduo
com o fim de comercialização com objcetivos económicos ou de desenvolvimento. O
objectivo da criação de produtos e serviços é o de garantir o desenvolvimento contínuo
dos negócios e, para as empresas, a manutenção ou aumento das suas margens de lucro.
Para alcançar estes objectivos, quer as organizações públicas quer as empresas
programam o lançamento de produtos segundo cinco princípios: produto certo, no
lugarcerto, no tempo certo, ao preço certo e nas quantidades certas.

A criação e lançamento de produtos ou serviços, em conformidade com estes


princípios, têm, porém, de subordinar-se às necessidades e desejos dos consumidores que
se alteram constantemente defrontando-se, ao mesmo tempo, com as alternativas que a
concorrência vai oferecendo.

A conjugação das alterações das preferências e necessidades dos consumidores com as


forças da concorrência conduz a que os produtos se desenvolvam segundo um ciclo de
53
vida que começa com o seu nascimento, passando pelo seu crescimento até ao seu
desaparecimento (a sua morte), tal como se verifica para os Destinos. Quando um produto
novo é lançado no mercado e é desconhecido pode suscitar retraimento por parte dos
consumidores sendo adquirido por um reduzido número de pessoas. Quando, porém,
começa a ser conhecido e se impõe ao mercado o número de compradores aumenta e as
suas vendas desenvolvem-se. Logo que o número de compradores se aproxima do
máximo potencial as suas vendas atingem também o máximo e começam a declinar
quando surge um novo produto que satisfaça melhor as necessidades dos clientes. O ciclo
de vida de um produto comporta várias fases, iniciando-se com a concepção (fase
embrionária), passando, depois, pela introdução, crescimento, maturidade, saturação e
declínio.

Figura 1: Classificação dos Produtos Turísticos

Produtos:

Todos os bens e serviços da economia

Não específicos
Específicos do Turismo

Características do Turismo Conexos do Turismo

Fonte: Cunha (2013a).

Quadro 2: Produtos do Turismo

Produtos específicos
Produtos não específicos
a. Alojamento
Hotéis e similares
Residências secundárias por conta própria ou gratuitas
Restauração e bebidas
Transporte e passageiros
Transporte ferroviário interurbano
Transporte rodoviário
Transporte por água

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Transporte aéreo
Serviços auxiliares de transporte
Aluguer de equipamentos de transporte
Serviços de manutenção e reparação
Agências de viagens, operadores e guias turísticos
Agências de viagens
Operadores turísticos
Informação turística e guia
Serviços culturais
Artes (espetáculos)
Museus e outros serviços culturais
Recreação e lazer
Serviços desportivos e recreativos
Outros serviços de recreação e lazer
Outros serviços de Turismo
Serviços financeiros
Serviços de aluguer de bens
Outros serviços de Turismo
I.I. Produtos conexos (serviços de transporte, circuito em aeronaves, exploração de autoestradas,
manutenção física e sauna, venda a retalho, serviços de tradução e interpretação, transportes
interurbanos e não urbanos, etc.)
II. Produtos não específicos
Fonte: Conta Satélite do Turismo. OMT, 1999.

Tabela 1: Consumo turístico do Reino Unido.

Produtos característicos Valores


Serviçosde alojamento 56 664
Restaurante, bares e catering 17 982
Transporte de passageiros 21 372
Agências de viagens e operadores turísticos 2 131
Serviços recreativos e culturais 5 277
Produtos conexos 2 323
Produtos não específicos 17 542
Margem de Distribuição 13 085
Total 89 613

Fonte: (Cunha 2013a)

55
Figura 2: Ciclo de vida do produto.

Fonte: (Cunha 2013a)

Na fase embrionária, a descoberta ou criação de um novo produto desenvolve-se


nos planos técnico, conceptual e comercial até que possa ser lançado no mercado sob a
forma de produto novo. As despesas são elevadas, bem como o risco, quer de aceitação
quer do aparecimento de concorrentes, pelo que os lucros são negativos.

A fase de introdução corresponde ao período de penetração no mercado sendo a


fase mais crucial em que a margem entre o sucesso e o fracasso é mínima. O sucesso
dependerá da aceitação do produto e também da política comercial adoptada. Neste
período, as operações caracterizam-se por elevados custos, volume de vendas
relativamente baixo e lucros negativos ou muito reduzidos. Quando a fase de introdução
se ultrapassa com sucesso começa a fase de crescimento, caracterizada pela aceitação do
produto ou serviço pelos consumidores, traduzindo-se pelo crescimento das vendas e dos
lucros. As despesas de promoção mantêm-se elevadas, mas a promoção passa a dar maior
ênfase às motivações de compra selectivas em vez das motivações de carácter primário.
Nesta fase surgem os concorrentes atraídos pelo sucesso do produto lançado. Para a
gestão das empresas este período parece o mais fácil, mas acontece, muitas vezes, que é
justamente nesta fase que começam a manifestar-se erros cujas consequências vão ser
sentidas posteriormente.

Na fase de maturidade as vendas ainda aumentam, mas as taxas de crescimento são


cada vez mais reduzidas entrando num plano de estagnação. A concorrência torna-se
maior e as margens de lucro diminuem. Neste período, muitos produtores vendem o
mesmo produto ou serviço, muitas vezes com introdução de modificações permitidas
pelas novas tecnologias, e tornam-se muito competitivos, especialmente no que respeita
ao preço e as empresas procuram encontrar novas vias para manter as suas quotas de

56
mercado. A saturação surge quando as vendas atingem o máximo e o produto ou o serviço
alcançou o maior grau possível de penetração no mercado. A produção em massa e as
novas tecnologias provocam a redução dos preços, pelo que a produção começa a deixar
de ser viável economicamente.

Muitos produtos mantêm-se na fase de saturação durante anos, mas muitos deles
tornam-se obsoletos dando lugar à inovação de outros produtos que substituem os
anteriores. Dá-se o declínio, em que a procura se reduz rapidamente, as despesas de
publicidade são baixas e inicia-se a fase de prejuízos e os produtos tendem a desaparecer
e, muitas vezes, com eles, as próprias empresas. Nem todos os produtos, porém, têm o
mesmo ciclo de vida. Alguns têm uma fase embrionária muito longa e por vezes não
chegam a ser introduzidos no mercado como é o caso de certos medicamentos para o
cancro, outros têm-na muito curta mas também crescem e morrem rápidamente: caso de
uma discoteca que tem um rápido sucesso mas que passa de moda poucos anos depois.

Há também produtos cujo ciclo de vida é muito longo podendo prolongar a sua
existência por muitas décadas como é o caso dos jeans. Em todos os casos, o ciclo de vida
é um instrumento útil para descrever como nascem e se desenvolvem os produtos,
podendo utilizar-se como um meio para avaliar os efeitos do mercado e da concorrência.

Como em todas as actividades económicas também no Turismo os produtos


evoluem por fases, correspondendo a primeira ao lançamento ou nascimento em que o
produto é criado e lançado no mercado, passando depois por uma fase de crescimento ou
desenvolvimento até atingir a saturação e, a partir daí, o declínio ou mesmo o
desaparecimento.A criação do produto corresponde à inovação que se dá quando o
lançamento de um produto proporciona uma experiência nova e original aos clientes,
incluindo os processos e instrumentos que tornam possíveis esses produtos. Convém aqui
ter presente que, contrariamente a ideias muito generalizadas, a inovação não implica
necessáriamente uma invenção, mas inclui também a combinação de bens/serviços,
métodos de produção, mercados e novas formas de organização.

Para Schumpeter, que introduziu o conceito económico de inovação, podem


identificar-se cinco tipos de inovação:

1. Introdução de um novo produto ou melhoria da qualidade de um existente;

2. Introdução de um novo método de produção;

3. Abertura de um novo mercado;


57
4. Novas fontes de matérias-primas ou de bens manufacturados;

5. Nova forma de organização.

Considerando este conjunto de tipos de inovação, esta pode definir-se como sendo
a introdução de um novo produto ou de uma melhoria significativa nos produtos
existentes, a criação de um novo processo, um novo método de marketing, ou uma
organização ou novas práticas de negócios, organização do local de trabalho, bem como
o estabelecimento de novas relações externas (OCDE, 2005).

No caso do Turismo, a inovação pode ocorrer na melhoria do ambiente, nos modos


de transporte, na gastronomia, nas formas de alojamento, na ocupação dos tempos livres,
na formação profissional, na concepção dos centros de Turismo e em muitos outros
elementos do produto turístico, ou na criação de um produto ou atracção turística, como
aconteceu com o Club Méditerranée, com os parques temáticos em Orlando e,
posteriormente, na Europa, ou com a criação do Museu Guggenheim em Bilbau. Quando
um produto entra na fase de saturação é possível evitar o declínio mediante alterações que
o vivifiquem ou o adaptem às novas exigências do mercado. Dá-se, então, uma inovação
parcial ao alterar-se um ou mais elementos do produto e uma inovação total, ou seja, uma
renovação, quando se alteram, simultaneamente, todos os elementos que o constituem.

A inovação parcial corresponde ao prolongamento da vida do produto enquanto a


renovação corresponde a um novo ciclo na vida do produto que tem efeitos idênticos à
sua fase de introdução anterior. A empresa Phillips, ao substituir a produção do disco
musical tradicional de vinil pelo compacto, introduziu uma renovação que deu lugar a um
novo ciclo de vida do produto.

Figura 3: Ciclo de vida do produto: opções na fase de saturação.

Fonte: (Cunha 2013a)

58
No Turismo encontramos vários exemplos de produtos que atingiram as fases de
maturidade e declínio. No primeiro caso encontram-se vários centros de desporto de
inverno (esqui) que, após alguns anos de crescimento espectacular, começaram a ver as
suas vendas a entrar na fase de estagnação, procurando depois conquistar novos
segmentos de mercado e a diversificação.

No segundo caso encontra-se grande parte das estâncias termais que, após o boom
dos anos 20, não souberam adaptar-se às novas tendências do mercado e às novas
preferências dos consumidores. Pelo contrário, os modernos health resorts encontram-se,
em muitos destinos, na fase de introdução. Avariável produto Turístico a idealizar tem
como Questão Básica a Oferta Turística resumindo-a como conjunto de recursos naturais
e artificiais, equipamentos, bens e serviços que provoquem a deslocação de visitantes,
satisfazendo suas necessidades resultantes da deslocação e permanência e que são
exigidas por estas necessidades. Porém, sua contribuição no crescimento das Actividades
Turísticas nos leva a Conhecer novos lugares, novas culturas, desejode Descanso e Renda
da população receptora.

2.12.2 Especificidades do Turismo.

Morrisson (1996), citado por Costa explica que o Turismo apresenta não só um
conjunto de características comuns aos demais serviços como também um conjunto de
características próprias.

Ao nivel das características comuns destacam-se as seguintes:

 Intangibilidade - a essência do produto turístico é intangível, apenas podendo ser


observada e testada no acto de consumo. A intangibilidade impede que o produto turístico
possa ser testado antes da decisão de compra. Contrariamente ao que pode suceder com a
aquisição de, por exemplo, uma viatura ou uma aparelhagem sonora. Em turismo, testar
implica consumir.
 Produção no local de consumo - o local de produção coincide, espacial e temporalmente,
com o local de consumo, existindo uma forte interacção entre produtor e cliente, o que
dificulta a estandardização. Dado que a produção ocorre na presença do consumidor, em
espaço aberto, nem sempre é possível patenteá-la, nem evitar que a concorrência tenha
conhecimento dos métodos utilizados.
 Não-armazenamento – um espaço não-ocupado (seja alojamento, transportes,
alimentação ou atracções) não pode transitar para o período seguinte. Por sua vez, em

59
cada momento, as vendas estão limitadas pela capacidade de produção instalada para o
período. A capacidade de produção não-utilizada nos períodos de menor procura (época
baixa) não pode ser transferida para os períodos de maior procura (época alta). Em síntese,
perante a impossibilidade de constituir stocks, os níveis de produção têm que acompanhar
as flutuações da procura.

Ao nível das características específicas destacam-se as seguintes:

 Exposição aos serviços reduzida e intensa - muitos serviços são utilizados por
períodos relativamente longos, nomeadamente banca e seguros, enquanto as viagens têm
um horizonte temporal curto e circunstanciado. No entanto, a intensidade da exposição é
muito elevada, estando sujeita a uma permanente avaliação.
 Maior grau de emoção e de irracionalidade no acto da compra-as características
psicográficas do consumidor têm um papel determinante na escolha, sendo impossível a
obtenção de um volume de informação sobre as alternativas existentes que permita uma
tomada de decisão racional (com informação plena).
 Local de consumo distante- especialmente nas viagens internacionais, o local de
consumo está muito distante do domicílio do turista. Caso se trate de uma primeira visita,
o turista tem que confiar nas fontes de informação pois não tem possibilidade de realizar
qualquer tipo de viagem prévia para verificar se se trata do tipo de destino que procura.
 Importâncias dos canais de distribuição – os distribuidores assumem um papel
determinante dado que, muitas vezes, a compra ocorre de forma desconcentrada a
centenas de quilómetros do local de consumo sem que seja possível a presença de
estruturas próprias do produtor. Para além disso, os operadores turísticos, através da
criação de packages com vários serviços (por exemplo: transporte, alojamento,
alimentação, aluguer de viatura e atracções), transformam-se em "produtores".
 Maior dependência de serviços complementares - o acto de viajar exige a
intervenção de diferentes entidades prestadoras de serviços que contribuem para o grau
de satisfação final. Um excelente desempenho do alojamento pode ter um significado
reduzido se os restantes serviços consumidos no destino apresentarem níveis de qualidade
insatisfatórios.
 Muitos desses serviços complementares apresentam um forte grau de
fragmentação, isto é, são muito numerosos os agentes económicos envolvidos o que
dificulta o controlo global da qualidade. Por exemplo, 96% das empresas de alojamento

60
e restauração dos países membros da União Europeia são micro-empresas com um
número inferior a 10 empregados (CCE, 1995).

A contribuição das especificidades da Oferta Turística se resume num conjunto de


características que a tornam de difícil compreensão e de rígida adaptação no mercado,
assumindo a impossibilidade de obter aquilo que se procura, o consumo em determinado
momento e em determinado local e a intervenção do homemem acrescentar valor ao
produto final a consumir pelo Turista.Ela se encontra situada em lugares específicos que
motiva a deslocação de pessoas. O Município de Cacuaco deve ter fontes de informação
turística, assim como as fontes históricas orais.

2.12.3- Destinos Turísticos

A decisão de viagem implica sempre a eleição de um ou mais lugares de visita ou


de permanência: o indivíduo, ao partir do local da sua residência, tem como objectivo
alcançar um lugar, em regra, pré-determinado, onde permanecerá até ao seu regresso e/ou
vários lugares que vai percorrendo, segundo um itinerário, permanecendo neles um
número variável de dias ou apenas algumas horas.Óbviamente, todos os lugares que elege
para visita constituem Destinos, mas nem todos assumem a mesma importância, seja para
o visitante seja para o Turismo.

Alguns são locais de passagem que podem possuir suficientes fatores de atração
para justificarem uma curta visita, mas que não possuem condições de permanência, ao
passo que outros, pelo contrário, são dotados de um amplo conjunto de factores e de
equipamentos que não só produzem uma forte atracção como também justificam e
permitem permanências de duração mais ou menos longa. Os primeiros dão origem a
intervenções simples ou isoladas para proporcionar as condições de visita; os segundos
originam intervenções complexas e permanentes e pressupõem a existência de
organizações que garantam o seu desenvolvimento.

Deste modo podemos observar os Destinos segundo duas ópticas: uma que tem
como objectivo identificar os lugares visitados pelos visitantes e outra cujo objectivo é o
de identificar os espaços territoriais, onde se desenvolve um complexo de inter-relações
que garante a existência de factores de atracção bem como o processo de produção e
consumo com vista a satisfazer necessidades turísticas.

61
De acordo com a primeira óptica, todos os locais aonde se dirigem visitantes são
Destinos independentemente da duração da sua permanência e, segundo a OMT, poderão
classificar-se em:

 Destino Principal - Local ou país onde o visitante permanece mais tempo do que em
qualquer outro;
 Destino a Distância Máxima - Local ou país visitado mais longe da residência;
 Destino Motivante - Local ou país preferido pelo visitante de entre todos aqueles que
visita e que corresponde à principal razão da viagem.

Muitos dos lugares visitados que podem incluir-se nesta tipologia não constituem
os espaços cuja característica é a de neles se estabelecerem, com carácter de permanência,
relações de produção e consumo turísticos com predomínio sobre as demais ou em
proporção significativa destas, e que constituem a base do desenvolvimento turístico de
um país ou de uma região.

Neste sentido, a noção de Destino Turístico é um conceito central, na aproximação


do processo de desenvolvimento turístico, tanto na perspectiva da economia como da
sustentabilidade e da competividade, mas, apesar disso, divergem as interpretações que
dela se fazem e não se conhecem definições

Umas orientam-se num sentido pragmático, mas redutor, outras preocupam-se em


conseguir consensos de carácter estatístico. ParaMcIntoshet al. (1995), um Destino é um
lugar que oferece, pelo menos, 1500 quartos para Turistas, masPizam (2005) considera
que um Destino pode ser geograficamente definido como uma área que pode variar na
sua esfera de acção, em função das percepções dos Turistas.

Por sua vez, a OMT, através do Grupo de Peritos em Gestão de Destinos, abordou,
em 2002, da seguinte forma a noção de «Destino Turístico» (Timón, 2004): «um Destino
Turístico local é um espaço no qual um visitante está pelo menos uma noite. Inclui
serviços de apoio, atracções e recursos turísticos.

Tem fronteiras físicas e administrativas que definem a sua gestão, e imagens e


percepções que definem o seu posicionamento no mercado.

Os Destinos locais incorporam vários agentes entre os quais se inclui a sociedade


local e podem estabelecer redes, que formem destinos maiores». Esta noção, contudo,

62
identifica os Destinos como conjuntos de elementos e relações diferentes das que existiam
antes do aparecimento desses elementos.

Além disso, implica a existência de uma fronteira administrativa que, na maior parte
dos casos, foi estabelecida por razões alheias ao Turismo, e mesmo antes de este se ter
funda as interdependências que entre eles se estabelecem e que dão origem a realidades
desenvolvidas.

A existência de uma fronteira poderá ser útil e prática (por exemplo, aprovação de
projectos), mas, pela sua natureza, "as fronteiras de um Destino não devem ser traçadas
por factores de ordem administrativa" (Barbosa, 2012): esta tem origem em decisões
políticas enquanto as primeiras resultam da existência de recursos que originam
deslocações das quais derivam interdependências e interrelações que constituem um
sistema.

Para o Turismo, a noção de Destino mais relevante pelas suas implicações


económicas, sociais, políticas, geográficas e ambientais, é aquela que permite identificar
os espaços nos quais se operam processos de transformação que podemos designar por
«Turistização». Utilizamos o termo «Turistização» no mesmo sentido em que é utilizado
o termo «industrialização», em vez da expressão «Turistificação» que não nos parece
adequada, embora seja a mais divulgada que originam uma nova realidade e novas
relações com vista à satisfação de necessidades turísticas. Espaço que, tendo uma vocação
inicial, é transformado para desempenhar uma nova missão.

Podem surgir, pela existência, num determinado espaço territorial, de um recurso


transformado em atractivo por uma intervenção que facilite ou proporcione o seu desfrute
dando origem, posterior, a iniciativas informais sem obediência a um plano ou a uma
estratégia que a pouco e pouco vão alterando o espaço inicial, ou podem surgir pela
decisão de organizar estrategicamente um espaço com vista a atrair pessoas que aí
estabelecem, temporariamente, vivências e relações diferentes das do seu quotidiano no
local de residência.

Em qualquer dos casos as transformações a que o espaço territorial fica sujeito dão
origem a novas relações, modificam as suas características e fazem nascer novas
actividades de que resulta uma nova estruturação espacial onde se concentra uma
constelação de atracções e serviços que garantem uma produção turística diversificada.

63
Um destino é, assim, antes de tudo, um território modificado com «alguma forma
de limite real ou percebido» (Kotler et al., 1998) mas é também um complexo onde se
estabelece uma relação sistémica entre recursos, infraestruturas e serviços que garantem
um processo de produção e consumo com vista a satisfazer as necessidades turísticas.

Consequentemente, um Destino Turístico deve ser entendido como um sistema


formado por elementos espaciais, administrativos e produtivos bem como pelas inter-
relações e efeitos que produzem (Timón, 2004). Os elementos espaciais são constituídos
pelos recursos territoriais; os administrativos pela estratégia, políticas e organização; os
produtivos pelos investimentos. Empresas e outros agentes produtivos e as inter-relações
e efeitos são as novas realidades paisagísticas, transformações territoriais, percepções e
imagens. Em sentido amplo os Destinos podem identificar-se com cidades existentes,
com países ou mesmo com as «fronteiras criadas pelo mercado tais como aquelas que um
grossista define» (Kotler et al., 1998). Como decorre desta definição, as componentes
essenciais do Destino Turístico podem esquematizar-se da seguinte forma:

a) Recursos Turísticos, ou seja, o conjunto dos elementos naturais, culturais,


artísticos, históricos ou tecnológicos que geram uma atracção turística. Neste conjunto
incluem-se os atributos positivos que atraem as pessoas, tais como praias, sol, montanhas.
Neve, fauna e flora, cultura e modos de vida. O ambiente, a ecologia, o modo de vida dos
residentes podem ser fatores positivos que fortalecem o produto turístico; pelo contrário,
a poluição e outras situações negativas podem reduzir a capacidade de atracção do
Destino turístico;

b) Infraestruturas, conjunto de construções e equipamentos exigidos pelo


desenvolvimento de actividades humanas dos residentes e visitantes no local bem como
as que resultam das relações desse local com o exterior. São constituídas pelas
construções e equipamentos, quer subterrâneos quer de superfície, como sejam os
sistemas de fornecimento de água e energia, saneamento básico, estradas e parques de
estacionamento, portos e aeroportos e comunicações;

c) Equipamentos, isto é, o conjunto de facilidades criadas necessárias para


acomodar, manter e ocupar os tempos livres dos Turistas, tais como alojamentos,
restauração, animação, centros de congressos, comércios, transportes locais e outros
serviços;

64
d) Acolhimento e cultura, ou seja, o espírito, as atitudes e os comportamentos
existentes em relação aos visitantes bem como as manifestações culturais (música, dança
e outras actividades artísticas, o desporto e outras formas de animação). O
desenvolvimento de todos os elementos que concorrem para o acolhimento (hospitalidade
em sentido amplo) constitui um dos mais importantes aspectos da Actividade Turística;

e) Acessibilidades, formadas pelos meios de transporte externos incluindo os


serviços e respectivas tarifas bem como a sua organização.

O desenvolvimento equilibrado dos Destinos implica que todas as suas


componentes essenciais estejam aptas a responder às necessidades dos visitantes e sejam
capazes de se adaptar às mudanças dos mercados. Nos Destinos estabelecem-se relações
e cadeias de valor que se traduzem em benefícios para as comunidades locais, para as
empresas e para os Turistas.Quando o valor se reduz ou não acompanha aquele que se
gera nos Destinos concorrentes há uma perda de competitividade e o sucesso fica
comprometido.

Muitas vezes, os Destinos iniciam o seu processo de desenvolvimento com


infraestruturas inapropriadas ou não são capazes de as manter com capacidade para
alcançar altos níveis de desempenho. Outras vezes, não cuidam adequadamente dos
recursos que estiveram na base do seu desenvolvimento ou ultrapassam a sua capacidade
de carga deixando de proporcionar os níveis de satisfação esperados pelos seus clientes.
Em tais casos, os Destinos podem ver diminuída a sua capacidade de atracção, perdem
clientes e emprego, iniciando um processo de estagnação ou mesmo de declínio.

A análise dos Destinos Turísticos tem levado à conclusão de que um Destino evolui
segundo um ciclo que começa por um período inicial de descoberta passando, depois, por
uma fase de expansão com aumento dos visitantes e crescimento das infraestruturas,
equipamentos e serviços até se transformar num Destino massificado. A fase seguinte
será o declínio ou o rejuvenescimento, tudo dependendo da qualidade dos recursos
existentes e de capacidade dos responsáveis.Muitos modelos têm sido desenvolvidos,
principalmente a partir dos trabalhos de Gilbert (1939) e de Christaller (1963), que
desenvolveram o conceito da evolução dos Destinos em três fases (descoberta,
crescimento e declínio), mas aquele que atraiu maior atenção e discussão foi o de Butler
(1980), segundo o qual a evolução dos Destinos se opera de acordo com um ciclo
constituído pelos seguintes estádios ou fases (ver figura 4):

65
1. Exploração - Estádio caracterizado por poucos Turistas aventureiros atraídos
pelos aspectos naturais do local que não possui, ainda, facilidades públicas para os
receber.

O destino é visitado por um número reduzido de Turistas alocêntricos


(aventureiros) que tendem a rejeitar as viagens institucionalizadas. As atracções naturais
e a cultura local são os atractivos principais, mas o número deTuristasé limitado pela falta
de acessos e instalações. Nesta fase, o Turismo e as interacções sociais locais são
reduzidas:

2. Comprometimento (envolvimento) - É o momento em que as comunidades


locais se envolvem no desenvolvimento de Turismo. As iniciativas locais começam a
produzir para os Turistas e a divulgar o Destino com vista ao aumento da procura. Emerge
a época turística e pressiona-se o sector público para desenvolver infraestruturas.

É nesta fase que se torna importante estabelecer processos de organização do


Turismo bem como definir princípios de sustentabilidade. Embora exista ainda uma
interacção limitada entre os residentes e o desenvolvimento das actividades turísticas,
começa a surgir um mercado definido;

Figura 4: Ciclo de vida de um Destino Turístico.

Fonte: Butler, (1980)

3. Desenvolvimento - Fase caracterizada pelo desenvolvimento de facilidades


turísticas adicionais, intensificação das campanhas promocionais, grande controlo das
actividades turísticas por intrusos, número de turistas na alta estação superior ao da
população residente, o que conduz a antagonismos entre esta e os primeiros. A
organização do Turismo pode mudar à medida que o controlo sai das mãos dos locais, as
empresas que chegam lançam empreendimentos que têm objectivos diferentes dos das
comunidades locais em termos de desenvolvimento sustentável.

66
É nesta fase que podem ocorrer problemas e em que o controlo do setor público
pode ser afectado, tornando-se necessário adaptar o planeamento local e regional para
atenuar problemas e adoptar medidas de adaptação aos mercados geradores. Os visitantes
tornam-se mais dependentes das viagens organizadas pelos operadores turísticos.

É uma fase crítica porque as instalações e as alterações da procura podem alterar


a natureza do próprio Destino bem como da qualidade por excessivo uso de degradação
dos recursos;

4. Consolidação-Corresponde ao estádio durante o qual o Turismo se transforma


numa actividade de grande importância para a economia local, mas as taxas de
crescimento começam a estacionar. Desenvolvem-se, então, esforços para aumentar a
época turística e renovam-se alguns equipamentos e substituem-se outros. Apesar de
ainda se verificar um aumento do número total de Turistas, as taxas de crescimento
regridem.

O Destino é dominado completamente pela Actividade Turística e a sua vida


identifica-se com o recreio, como é o caso de alguns Destinos espanhóis do Mediterrâneo
e também do Algarve;

5. Estagnação- Os volumes máximos de Turistas foram atingidos e o Destino tem


uma imagem bem estabelecida, mas deixa de estar em evidência e o stock de alojamento
começa a desgastar-se. O volume de procura passa a depender das visitas repetidas pelos
visitantes mais conservadores. Busca-se também o uso comercial das instalações
existentes, mas são necessários grandes esforços promocionais para manter o nível da
procura. Nesta fase os Destinos começam a ter problemas ambientais, sociais e
económicos e vêem-se em dificuldade para competir com os novos Destinos;

6. Pós-estagnação - A estagnação segue-se o declínio ou o rejuvenescimento: o


primeiro verificar-se-á se o mercado continuar a regredir e o Destino não puder competir
através da criação de novos atractivos; se, pelo contrário, forem adoptadas medidas tais
como a reorientação dos atractivos turísticos, recuperação ambiental ou reposicionamento
do Destino, o declínio pode ser evitado e o rejuvenescimento estimulado.

As estratégias de renovação são difíceis, e, muitas vezes, implicam a adopção de


novos modelos de desenvolvimento, a criação de novos produtos e a recuperação de
algumas das condições iniciais do desenvolvimento turístico. São, contudo,
indispensáveis para o reforço de competitividade do Destino.
67
O modelo de Butler tem-se revelado como um modelo adequado à explicação da
evolução de um Destino, mas não é um modelo de previsão universal do comportamento
dos Destinos Turísticos. Na sua generalidade, estes apresentam um sentido, uma
tendência de evolução de acordo com as fases do modelo de Butler, mas não estão todos,
inexorávelmente, sujeitos àquelas que ele indica. Permite analisar a evolução dos
Destinos Turísticos (Douglas, 1997) e adoptar medidas atempadas, mas não pode ser
considerado como uma regra seguida para todos eles.

De facto, os estudos levados a cabo em relação a vários destinos têm mostrado uma
grande adaptabilidade a alguns deles, mas em relação a outros verificam-se desvios apesar
das semelhanças encontradas (Agarwall, 1997). Formica e Uysal (1996) procederam à
análise da evolução da Itália como Destino Turístico, de acordo com o modelo do ciclo
de vida e concluíram que a fase de introdução se verificou entre 1760 e 1949, desenvolveu
o seu crescimento entre 1950 e 1973 e atingiu a maturidade entre 1974 e 1987.

Entrando em declínio no período posterior, em virtude, nomeadamente, da poluição


marítima das áreas de maior atracção turística e do fracasso dos eventos internacionais
lançados com o objectivodedinamizar a imagem do país.Em virtude das objecções
levantadas ao modelo de Butler, Tohet al. (2001), sugerem um modelo alternativo
baseado na análise dos saldos da balança turística, que designam por Abordagem da
Balança Turistica (Travel Balance Approach- TBA) com o objectivo de examinar os
ciclos de vida dos Destinos Turísticos. Como a própria designação deixa entender trata-
se de um modelo baseado na evolução das receitas e despesas turísticas dos países.

O modelo TBA assenta na noção de que o desenvolvimento do Turismo se processa


segundo quatro estádios do saldo de balança turística de um país definido como a
diferença líquida entre as Importações e as Exportações turísticas. O primeiro estádio é o
da introdução, em que o país de destino inicialmente obtém uma limitada quantia de
receitas dos Turistas aventureiros provenientes dos países desenvolvidos.

Nesta fase, as receitas turísticas (exportações) são limitadas e as despesas


(importações) são negligenciáveis, de que resulta um superavit da balança turística
relativamente baixo. Posteriormente, tomam-se iniciativas locais para desenvolver
infraestruturas e a indústria turística gera então maiores rendimentos que crescem a taxas
relativamente elevadas levan- do à fase do crescimento. Neste estádio as taxas de
crescimento das exportações turísticas ultrapassam as taxas das importações turísticas, de
que resulta um positivo e crescente saldo turístico.
68
A maturidade alcança-se quando as exportações Turísticas se aproximam do pico,
mas as suas taxas de crescimento decrescem, parcialmente, por causa do
sobredesenvolvimento, comercialização e destruição ambiental que caracterizava as
atrações originais. Ao mesmo tempo, dado o rápido desenvolvimento, os residentes
viajam para o estrangeiro, de que resulta um rápido crescimento das importações
turísticas: as taxas de crescimento das importações turísticas são superiores às das
exportações, o que reduz o saldo ainda positivo da balança turística. Finalmente, na fase
do declínio, o país altera a importância dada ao Turismo para as indústrias de elevada
tecnologia e elevado valor acrescentado. As importações turísticas ultrapassam as
exportações, de que resulta um saldo negativo para a balança turística.

Figura 5: Modelo de abordagem da balança turística

Fonte: Tohet al., 2001.

Este modelo, que só é aplicável a Destinos enquanto países e não a Destinos


identificados como regiões ou locais de um país, em virtude de a balança turística ser um
fenómeno macroeconómico, sugere, segundo os seus autores, que os países menos
desenvolvidos estão próximos do estádio introdutório enquanto os mais desenvolvidos
estão próximos do declínio.

A realidade, porém, não confirma esta conclusão na medida em que países com
elevados défices da respectiva balança turística estão na fase de crescimento turístico
(caso do Brasil) e outros situam-se entre os principais Destinos Turísticos mundiais (casos
da Alemanha ou Reino Unido).

O processo temporalmente evolutivo e qualificado do fenómeno Turístico


contribui no Crescimento da Actividade, começando com a Descoberta do
Destinoedepois a sua Expansão com o aumento dos visitantes, infraestruturas,
equipamentos e serviços até se tornar num Destino massificado.
69
A existência de interesses para o Crescimento da Actividade Turística de um
território abre oportunidades para sectores da economia que possam lançar novas
cooperações e novas acções de dinamização para o desenvolvimento local, baseadonas
potencialidades que esse território possua, servindo de alavanca para o Desenvolvimento
da localidade.Na abordagem acima exposta por Cunha de forma ampla, os Destinos
Turísticos assumem importância para visitantes e para o Turismo.Angola e em particular
Cacuaco não são Destinos Turísticos., o que nos leva a classificá-los como locais de
passagem.

2.13 - Crescimento do Turismo no Mundo


O Turistmo enquadra-se num dos sectores da economia, podendo gerar
crescimento no aumento a longo prazo da capacidade de um país oferecer à população,
bens económicos cada vez mais diversificados, baseando-se esta capacidade crescente
numa tecnologia avançada nos ajustes institucionais e ideológicos que esta exige.

Uns números crescentes de Destinos investem no sector, fazendo do Turismo o


motor de crescimento social e económico em cada vez mais países, criando empregos,
empresas, infraestruturas e receitas. A expansão do turismo tem sido contínua nas últimas
décadas, e a diversidade é a palavra de ordem. É o sector que regista maior crescimento
em todo o mundo, e estima-se que seja o 3º maior empregador do planeta, logo a seguir
aos sectores do retahlo e da agricultura. (Freitas 2019)

A Organização Mundial do Turismo, agência das Nações Unidas especializada na


promoção de um Turismo responsável, sustentável e de acesso universal, avançou no seu
relatório anual com alguns números que traçam um retrato muito positivo da evolução do
sector do Turismo.

A região da Europa e Ásia Ocitental liderava o crescimento absoluto com mais de


15 milhões de Turistas internacionais em 2014, embora todas as regiões tenham registado
uma evolução positiva. Para 2015, as melhores perspectivasrecairam sobre as regiões
Ásia/ Pacífico e Américas, onde se esperava um incremento entre 4% e 5%, e esperava-
se que Europa também continuaria a crescer. Já em África e no Médio Oriente as
previsões são mais conservadoras, por serem regiões mais voláteis e imprevisíveis. O
sector do Turismo é uma indústria com enorme potencial de crescimento em Angola.

O país, pela sua cultura, biodiversidade e clima, apresenta um nível de


atractividade turística apreciável, que contrasta com estado das infraestruturas que

70
concorrem para o acesso e fruição da atracção turística, tais como estradas, aeroportos,
diversidade de hotéis e de equipamentos de restauração, transportes, agências de
recepçãoque organizam excursões-comércio local, infraestrutura técnica de saneamento,
vias de acesso e segurança e serviços, estes indispensáveis numa determinada oferta
turística.

Com base em dados recentes, houve uma queda da Actividade Turística,


sobretudo em2019, com uma redução de 33% das entradas de Turistas, o que ocasionou
uma redução de 15% dos postos de trabalho associados. É importante ainda referir uma
redução de 34% do investimento em novas unidades hoteleiras. O cenário desanimador
permaneceu em 2020, com o efeito da Pandemia da Covid-19, que se propagou aos
diversos sectores socioeconómicos.

Assim, o país tem aumentado, de forma modesta, o PIB do sector, mas comparando
a posição de Angola à de países africanos, tais como Egipto, Nigéria, Quénia, África do
Sul, nota-se que é preciso melhorar a colocação no contexto internacional, visto ser um
sector que se espera como alavanca de receitas para o Estado e como porta de entrada de
divisas para o país.Com base nos resultados do estudo realizado pelo INE, em 2019, o
sector do Turismo representava cerca de 3% do PIB, uma quota muito aquém do desejado
e que pode ser trabalhada de forma a alcançar resultados mais encorajadores para o sector.
Nessa perspectiva, é importante que o Estado, os Municípios e a iniciativa privada
entendam a importância estratégica do Turismo, não apenas em termos de lucro gerado,
mas no impacto benéfico que exerce a nível da geração de emprego e renda.

Mas é preciso não só implementar boas políticas públicas de Turismo, como


também gerar estratégias específicas de criação de produtos turísticos estruturados que
permitam aumentar a procura existente e consolidar o Turismo, não só no que concerne
ao segmento internacional, como também o Turismo nacional, que deve ganhar
importância, estimulando as famílias angolanas a visitarem locais pouco explorados na
geografia nacional. Estamos certamente perante um novo ciclo económico que se
manifesta com sinais de melhoria em alguns sectores, mas que ainda não se fazem sentir
de forma a evidenciar a diversificação da economia, de forma consistente e sustentável.

Portanto, a melhoria deste cenário passa,necessáriamente, pelo reforço da


diversificação da economia e a alteração da estrutura económica nacional, que detém
cerca de 9,2% no sector Agrícola, 65,8% na indústria e 24,6% no sector terciário.A ideia
de que o Estado é o único promotor do Desenvolvimento deve ser abandonada, pois uma
71
sociedade civil bem organizada e um empresariado activo poderão desempenhar um papel
de grande importância no Desenvolvimento económico, com ênfase ao sector do Turismo
, que merece a máxima atenção . A indústria turística está a despontar e, por ser uma
actividade da qual não possuímos tradição, até pelas especifidades que a norte iam, ergue-
se a implementação de mecanismos para o incentivo da mesma. A indústria de construção
afirma-se como uma alavanca poderosa do sector turístico nacional, uma vez que
suportará a criação das infraestruturas necessárias, levadas a cabo sobretudo pelo sector
privado, incrementando todo o tipo de operações que visem concretizar projectos com
recurso às PPP. Estas parcerias trazem vantagens financeiras, como controlar a despesa
pública e realizar investimentos. Por outro lado, são usadas como forma de financiamento
às empresas e repartição de risco.

Os grandes projectos vinculados às políticas de Desenvolvimento do Turismo


dependerão da aposta que o país fizer ao nível do desenvolvimento de projectos de
sustentabilidade a longo prazo, em detrimento de projectos de fraco alcance estratégico.
(Jornal de Angola,2021)

2.14 - O Sector Turismo e suas Actividades.

O sector Turismo é composto por quatro subsectores, nomeadamente, Transporte,


Alojamento, Alimentação e Entretenimento ou Diversão, também considerados como
Actividades do Turismo, conforme mostra. (ver tabela 2.).

Quadro 3: O Sector Turismo e suas Actividades.

Transporte Trata do transporte, agência de viagens e operadores turísticos


Alojamento Se ocupa da Hotelaria (Quartos).
Alimentação Se ocupa dos Similares de Hotelaria e Restauração
Animação Se ocupa dos Similares de Hotelaria (Casas de danças e outras
actividades recreativas, desportivas, cultuirais, sociais, etc,
Fonte: Elaboração própria

2.15 - A Oferta Turística: Noção.

A multiplicidade de motivações que está na origem das deslocações e as


características peculiares das necessidades dos viajantes não permitemdelimitar os
contornos da oferta turística. Em qualquer outro mercado é relativamente fácil determinar
os bens que são objecto de procura, mesmo que se trate de bens imateriais, mas já o
mesmo não acontece com o mercado turístico onde coexistem consumos que, por um
lado, satisfazem, simultâneamente, necessidades turísticas e não turísticas e, por outro,
72
incidem sobre bens ou serviços produzidos, exclusivamente, em função das necessidades
dos residentes.

Daqui resulta que são múltiplas e variadas as componentes da oferta turística e, em


muitos casos, algumas delas não são incluídas no Turismo por se destinarem a produzir
bens e serviços que não têm como objectivo imediato a satisfação de necessidades
turísticas.Numa primeira aproximação, poder-se-ia considerar como oferta turística o
conjunto dos bens e serviços que concorrem para satisfazer as necessidades dos turistas,
mas uma tal definição nada esclareceria quanto aos bens que são produzidos,
exclusivamente, para consumo turístico e quanto aos que o não são, correndo-se o risco
de nela incluir o conjunto de todos os bens destinados ao consumo.

A primeira componente da oferta turística é constituída pelos recursos naturais,


considerando-se como tais, do ponto de vista económico, os elementos do meio natural
que satisfazem necessidades humanas. Só pelo facto de existir um elemento natural não
é, porém, um recurso. É necessária uma intervenção do homem, qualquer que seja a sua
natureza e dimensão, que lhe atribua a capacidade de satisfazer necessidades. O mar, o
clima, as paisagens, as praias são fontes de atração e provocam a deslocação de pessoas,
respondendo, assim, a uma necessidade, mas esta só é satisfeita mediante uma intervenção
humana: uma paisagem inacessível é um elemento natural, mas não é um recurso do ponto
de vista económico.

2.16- A Procura Turística: Noção e Formação da Procura Turística

Do ponto de vista económico, a procura total do Turismo de um país, num


determinado momento, é composta pela procura correspondente ao Turismo de nacionais
e de estrangeiros nesse país. O consumo dos residentes quando em viagem no estrangeiro
actua, pelo contrário, como uma diminuição da procura turística nacional. O facto
económico doTturismo não é avaliável pela identificação de um determinado sector, mas
pela existência de um consumo turístico que é constituído pelo conjunto de todas as
aquisições feitas pelos visitantes. A procura turística não é formada apenas pelo consumo
de bens e serviços produzidos pelas empresas turísticas, mas também por um vasto
conjunto de outros bens e serviços produzidos por empresas e organizações que os
destinam aos residentes.Nas suas viagens, os visitantes adquirem refeições em
restaurantes, dormidas em hotéis ou lugares em aviões ou outros meios de transporte, que
constituem bens e serviços produzidos especialmente para satisfação das suas

73
necessidades, mas adquirem também outros que são destinados aos residentes como, por
exemplo, medicamentos em farmácias, vestuário, selos de correio ou autoestradas.
Portanto, todos os bens e serviços que os visi- tantes adquirem fazem parte da procura
turística. No caso de ser correcta e se mantiver a estrutura dos gastos de não residentes
determinada em 2003, os seus gastos em <<vestuário e calçado>> ultrapassará os 255
milhões de euros e os realizados na aquisição de artigos domésticos e decoração andará
pelos 284 milhões, valores que evidenciam a importância das compras de produtos não
classificáveis como turísticos. Deste modo, não é fácil determinar, com rigor, o valor da
procura turística porque ela se dilui na procura de vários sectores produtivos, em
particular, quando se trata do Turismo interno.

2.17- Tecnologias de Informação em Turismo e Hotelaria.

O Turismo e as Tecnologias de Informação e Comunicação constituem duas das


maiores e mais dinâmicas indústrias do mundo. As TIC tornaram-se um dos mais
importantes determinantes da competitividade do sector do Turismo. Sendo o Turismo a
maior indústria mundial, contribui significativamente para muitas economias, nacionais
e regionais.

O Turismo gerou, em 1999, directa e indirectamente, 11,7% do PIB mundial (prevê-


se que o produto turístico cresça 3% ao ano em termos reais), ocupa 200 milhões de
pessoas, 8% do total de empregos no mundo, e espera-se que venha a criar cinco milhões
e meio de novos empregos por ano até 2010.

O sector ultrapassou a crise Asiática, com o turismo de lazer a crescer 4,7% e o


turismo de negócios 4,4% em 1999. As despesas dos visitantes internacionais
correspondem a 8% das exportações mundiais, com impacte acrescido pela exportação
de bens relacionados.

A dimensão da indústria turística, só por si, sugere a existência de grande


quantidade de informação a ser processada e comunicada. Por cada pessoa que embarca
numa viagem, grandes quantidades de mensagens e elementos informativos têm de ser
transmitidos, como, por exemplo, itinerários, horários, informação de pagamento,
informação sobre o produto e o destino, informação sobre o passageiro.

Portanto, a informação encontra-se no centro da indústria turística. Para muitos


turistas, a recolha, o processamento e a avaliação da informação, constitui uma parte

74
integrante da experiência da viagem. Existem cinco categorias principais intervenientes
no sector do Turismo (ver Figura 7):

 Turistas;
 Oferta Hotelaria (alojamento, serviços de alimentação e bebidas), Convenções e
Congressos, Atracções e Entretenimento;
 Transportes Companhias Aéreas, Cruzeiros, Rent-a-car, Operadores de Transportes
Terrestres (em aeroportos e outras formas de transporte local);
 Intermediários (operadores turísticos e agências de viagens);
 Organizações de Marketing de Destinos Turístico.

Figura 6: Principais intervenientes na indústria Turística.

Organizações de Marketing de
Destinos Turísticos

Oferta Intermediários Procurra

-Hotelaria Operadores
Mercados
-Convenções e Turísticos –
Turísticos
Congressos Agências de Viagens

- Atracções e
Entretenimento

Transportes
Companhias Aéreas

Cruzeiros

Rent-a-car

Operadores Terrestres
Fonte: (Costa et. al. 2004)

O facto de o Turismo ser uma indústria de serviços com um alcance internacional,


possuindo características únicas tais como a sua heterogeneidade, intangibilidade e

75
perecibilidade - que diferenciam o Turismo de outros produtos, contribui para a elevada
intensidade da informação no sector.

Por conseguinte, a aplicação das tecnologias de informação e comunicação às suas


operações é crítica para o seu crescimento e sucesso.

Quadro 4: Exemplos de Necessidades de Informação Turística.

Procura/Turistas Informação sobre destinos turísticos, facilidades,


disponibilidades, preços, informação geográfica esobre o
clima
Oferta e Transportes Informação sobre empresas, turistas, intermediários,
concorrentes
Intermediários Informação sobre tendências no mercado turístico, destinos
turísticos, facilidades, disponibilidades, preços, pacotes
turísticos, concorrentes.
Organizações de Marketing de Informação sobre tendências no sector, dimensão e natureza
Destinos Turísticos de fluxos turísticos, políticas e planos de desenvolvimento
Fonte: Costa et. al 2004

2.17.1- Sistemas de Distribuição Global.

A origem de um canal electrónico ou automatizado para a distribuição de


informação turística assentou na criação de Sistemas de Reservas em Computador (SRCs)
por parte de grandes companhias aéreas nos Estados Unidos nos anos 60. No centro de
um SRC encontra-se uma base de dados contendo horários de voo, lugares e informação
sobre passageiros.

Até meados dos anos 70, cada SRC era apenas utilizado para informação da
companhia aérea a que pertencia. Em 1976, os sistemas Apollo (United Airlines) e Sabre
(American Airlines) foram ampliados de forma a fornecer informação a outras
companhias aéreas e alugados a agências de viagens nos Estados Unidos.

Na Europa e Ásia, até finais dos anos 80, nenhum SRC estava disponível para ser
utilizado por agências de viagens. Em 1987, dois consórcios europeus de companhias
aéreas e um de companhias asiáticas, desenvolveram SRCS para serem usados por
agências de viagens, respectivamente, Amadeus, Galileu e Abacus. Em 1990, foi criado
o Worldspan, com participação do Abacus.

Finalmente, em 1993, dá-se a fusão do Galileu com o Apollo para se formar o


Galileu International.SRCS utilizados por agências de viagens para informação e reserva
76
em múltiplas companhias aéreas (mais tarde oferecendo múltiplos produtos em hotelaria
e rent-a-car) tornaram-se conhecidos como Sistemas de Distribuição Global.

Todos os SDGs, com excepçãodo Sabre, são propriedade de múltiplas companhias


aéreas e fornecem importantes canais electrónicos de distribuição para uma variedade de
produtos turísticos. Existem, actualmente, quatro SDGs principais, disponibilizados às
agências de viagens.

Quadro 5: Os Quatro grandes sistemas de Distribuição Global.

Sistemas de Distribuição Global Companhias Aéreas


Amadeus Lufthansa, Air France, Iberia, Continental
Airlines
Galileu United Airlines, British Airways, Swiss Air, KLM,
US Air, Al Italia, Olympic Airways, Air Canada,
TAP Air Portugal, Austrian Airlines, Aer Lingus
Sabre American Airlines
Worldspan Delta Airlines, Northwest Airlines, TWA, Abacus
Fonte: (Costa et al 2004)

O canal tradicional de distribuição turística utilizando o SDG inclui três


participantes fundamentais. Em primeiro lugar, o fornecedor (uma companhia aérea, rent-
a-car ou hotel), que disponibiliza o seu produto para reserva.

Em segundo lugar, o SDG, que permite o acesso à informação do fornecedor do


serviço turístico, processa a reserva e distribui a informação. Finalmente, a agência de
viagens que faz a gestão da transacção da viagem em nome da sua base de clientes.

Figura 7: Canal Tradicional de Distribuição.

Hotéis Rent-a-car
Companhias
Aéreas

SDG

Agências de Viagens

Fonte: (Costa et al 2004) Consumidores


59
As empresas fornecedoras destes serviços turísticos, nomeadamente companhias
aéreas e hotéis, ao desenvolverem os seus próprios websites estabeleceram ligações de
venda directa com os consumidores, ultrapassando os SDGs.

Figura 8: Reformulação do Canal de Distribuição: Venda Directa.

Hotéis Rent-a-car
Companhias
Aéreas

Internet

Consumidores
Fonte: (Costa et al 2004)

Em resposta a esta actuação, os SDGs criaram interfaces na Web com as suas Bases
de Dados, o que ocasionou a oportunidade para fornecedores não- -tradicionais
oferecerem capacidades de reserva. Um exemplo disto é a parceria entre a Microsoft e a
Worldspan com o site Expedia. Outro exemplo, é o da Internet Travel Network, uma
empresa sediada em Palo Alto, Califórnia, que disponibiliza um website que oferece uma
vasta gama de produtos turísticos em mais de cinquenta países. Os quatro grandes
operadores na Net Travelocity, Expedia, Internet Travel Network e PreviewTravel -
atingiram vendas acima de um bilião de dólares em 1998.

O potencial da Internet pode ser avaliado, considerando os seguintes aspectos:

Acessibilidade ao cliente final - enquanto com o SDG o fornecimento de


informação electrónica é, na maioria dos casos, limitada ao nível intermediário no âmbito
das cadeias de distribuição, através da Internet a informação chega ao cliente
final.Flexibilidade no fornecimento da informação - a Internet oferece um nível de
flexibilidade sem precedentes na forma como a informação é apresentada ao
utilizador/cliente final, com texto, gráficos, vídeo e som, que podem ser apresentados em
páginas Web num formato extremamente agradável.

Embora os SDGs tenham, ainda, uma posição dominante na cadeia de distribuição,


as companhias aéreas estão a reforçar as suas vendas directas, enquanto pontos de acesso
comum e novos canais electrónicos forçam as agências de viagens a redefinir o seu papel

60
e modelo de negócio.Recentemente, Travelocity e PreviewTravel, entraram num processo
de fusão que criou o líder de viagens online na maior categoria de comércio electrónico
com uma base de clientes superior a 17 milhões, a que correspondem vendas superiores
a 1 bilião de dólares em 1999, mais do dobro de vendas da segunda maior agência online.
Esta nova empresa é o 3º maior site de comércio electrónico depois da Amazon e da eBay,
e é já uma das 10 maiores agências de viagens do mundo. Esta empresa desenvolve-se a
partir de parcerias estratégicas com alguns dos mais importantes portais da Internet,
incluindo Online/Netscape, Yahoo, Lycos, Go Network, Excite, @Home e Compuserve.
A Sabre (Travelocity)possui 70% das acções, enquanto os acionistas do PreviewTravel
ficaram com 30%. Esta transacção fortaleceu a posição de liderança da Sabre como o
SDG número 1 na Internet.

2.18 - Factores de Inibição da Actividade Turística. Constrangimentos e


Dificuldades.

Segundo Castro (2019), a realidade do Turismo em Angola configura ainda uma


árdua tarefa para colocar o país na rota do Turismo internacional. Apesar das chegadas
internacionais de visitantes e da existência de correntes turísticas entre as províncias, o
país carece de condições básicas para crescer e desenvolver a actividade. Baseado na
abordagem deste autor, no conjunto de constrangimentos e dificuldades que condicionam
um maior protagonismo do sector destacamos os seguintes:

 Carência e fragilidade das principais infraestruturas: a par dos recursos


naturais e culturais, as infraestruturas representam uma oferta Turística primária
para qualquer actividade, visto que sem as quais, não é possível produzir, circular
e comunicar de forma competitiva. A rede limitada e a precariedade das estradas
de Angola são obstáculos para a dinamização de vários sectores de actividade,
entre eles o turismo. Os principais eixos rodoviários estruturantes foram
reabilitados com o fim da guerra, mas já estão quase todos em péssimas condições
de circulação. Estes ligam a capital do país à Benguela em 600 km, ao longo do
litoral; ao Huambo, no centro-interior (passando pelo Dondo), em mais de 600
km; à Saurimo no Leste (passando por Malanje), em mais de 700 km; e ao Uíge,
no norte, em pouco mais de 300 km.

Além da rede de estradas, importa mencionar outros problemas infraestruturais que


têm condicionado bastante a actividade, entre tantos que afectam negativamente o bom
desempenho do turismo.

61
Faz-se referência concretamente da deficiência do provimento de serviços a nível
das redes técnicas, saneamento básico, serviços de comunicação, internet, fornecimento
de água e energia eléctrica. Situação de falta que obriga os produtores de bens e serviços
turísticos e não turísticos a se socorrerem de fontes alternativas, tornando o produto ao
consumidor bastante mais oneroso.

 Escassêz de equipamentos hoteleiros e similares de qualidade: não obstante


haver nas principais cidades do país um número assinalável de hotéis e outros
estabelecimentos hoteleiros, verifica-se que a promoção desses estabelecimentos
tem sido feita sem o rigor técnico a nível do ordenamento do território e dos
projectos de arquitectura, originando no primeiro caso, a produção de
equipamentos situados em lugares com problemas de acessibilidade, segurança,
enquadramento paisagístico, harmonização da rede hoteleira, etc.

No segundo caso, dificuldades várias a nível da operação e fluxo operacional, como


problemas de ligação funcional entre os espaços, acabamentos arquitectónicos
rudimentares, mobiliário e material vulgar e outros aspectos que deslustram a qualidade
dos empreendimentos e sua gestão.

Por outro lado, há que concentrar a atenção na diversificação da Oferta Turística,


promovendo empreendimentos de alojamento mais económicos, como hospedarias,
albergues, parques de campismos, entre outros, que possam cobrir as necessidades da
população jovem, por sinal a camada mais representativa da sociedade angolana.

A nível dos similares da hotelaria precisa-se também de uma diversificação que, tal
como no alojamento, não ignore a necessária dispersão espacial e a proporcional
distribuição geográfica dos equipamentos de Restauração e Diversão, tendo em conta a
heterogeneidade do público quanto ao poder aquisitivo e outras características socio
biográficas.

O Turismo só é fomentado com a democratização do consumo, através da criação


de condições que permitam a circulação das pessoas e do capital, assim como a
interligação horizontal e vertical dos serviços.

Nesse sentido, o combate à escassez de oferta e da sua qualidade passa, igualmente,


pela requalificação da oferta e inibição da proliferação de equipamentos hoteleiros e
similares marginais, a designada hotelaria informal, sem o mínimo de condições

62
higiénicas e sanitárias, exercendo a Actividade de forma ilegal e com prejuízos para o
Estado a nível da massa tributária.

 Deficiente informação estatística: os dados e a informação estatística sobre o


Turismo de Angola têm sido apresentados pelo Gabinete de Estudos, Planeamento
e Estatística do MINHOTUR, socorrendo-se da informação produzida pelos
Serviços de Migração e Estrangeiros, Banco Nacional de Angola e operadores
privados do sector. Existem algumas interrogações sobre os indicadores da
procura e da oferta que são publicados anualmente. Muitos deles, não só não
explicam certas inquietações, como ajudam a levantar outras dúvidas. São
exemplos, o caso já referido da oferta hoteleira em cama e da respectiva taxa de
ocupação, a diferenciação do turista e do não-turista, a contabilização das entradas
dos visitantes para além das fronteiras aéreas, ou ainda, a não inclusão dos
excursionistas que atracam periódicamente em cruzeiros nos portos de Luanda e
Lobito.

Essa informação estatística carece de análise mais profunda antes de ser


disponibilizada para o consumo público. De igual modo, precisa-se demais abrangência,
congregando na sua análise a procura turística dos residentes do país, as despesas que
efectuam no interior e no exterior do país, o número de vezes que viajam ou as motivações
que originam suas deslocações. No entanto, há que reconhecer o esforço que tem sido
feito porque as condições técnicas e humanas para esse exercício são muito limitadas a
nível do ministério de tutela.

 Falta de formação e produção de conhecimento: é outra dificuldade que o


Turismo do país enfrenta. Pensamos que uma das principais premissas para o
desenvolvimento de qualquer Actividade passa pela prioridade na formação de
competências, tanto a nível de gestão como a nível das mais diversificadas
actividades operacionais nos diferentes subsectores. Por mais que os discursos
sejam direccionados para uma vontade de alavancagem do sector, constantemente
esbarram em acções inconsistentes, frequentemente desalinhados com a prática.
Não é fácil estar convencido da existência de um pensamento sério para o sector,
quando não há uma política e um plano concreto de formação dos seus activos,
nos mais diversos níveis.

A falta de formação profissional de base é por demais evidente. As escolas


existentes, em número ínfimo, não respondem às necessidades do mercado. Por outro
63
lado, está a questão do custo da formação que não é suportável para o público habilitado
a ocupar as áreas operacionais na hotelaria e na restauração.

A formação de qualidade nesses ramos é bastante onerosa porque os produtos


alimentares, bebidas e consumíveis são, à determinada altura, usados como material
didáctico sem a devida compensação a nível económico. Então como atribuir essa
responsabilidade ao sector privado que tem como objecto primeiro o lucro e o retorno do
capital investido? Como esperar que o custo da formação seja baixo quando o pensamento
do Estado é exonerar-se dessas responsabilidades formativas?

Há a salientar também o surgimento de instituições do ensino médio e do ensino


superior, ministrando cursos a nível do Turismo e da Hotelaria. Neste momento, existem
cinco instituições com cursos superiores em Luanda, uma em Benguela, outra no Cuando
Cubango, e provavelmente uma em Malanje.

No entanto, levanta-se aqui o problema das condições das próprias instituições de


ensino para ministrar cursos do género, da preparação básica dos alunos, dos planos
curriculares e corpo docente para as matérias específicas, das aulas práticas e dos estágios
profissionais, da adequação dos cursos às necessidades das empresas e outros promotores
de emprego ou ainda do acompanhamento e fiscalização do ministério de tutela e outros
organismos implicados.

 Falta de transportes para servir a Actividade: o movimento doméstico com


motivações marcadamente turísticas é feito na base do transporte aéreo, suportado
por duas companhias aéreas nacionais. Se é um facto que a distância entre os
Destinos e a permanência média no local de visita obriga a que os viajantes
prefiram tendencialmente o avião, não é menos verdade que a oferta a nível do
transporte rodoviário ou ferroviário no país para servir o Turismo é inexistente.
Os comboios e os autocarros possuem ligações interprovinciais, quase sempre a
partir de Luanda, para um residente que viaja no âmbito das suas preocupações
económicas e socioculturais. Raramente a viagem é associada apenas à ideia do
passeio, está quase sempre subjacente a visita às pessoas próximas ou por
negócios. Excepção feita às deslocações em grupos, ligadas às instituições de
ensino, igrejas e outras. O não residente que, chegado a Angola, pretenda
percorrer o país por terra, não encontra nas empresas de transporte um serviço
digno.

64
A clientela é heterogénea, as carruagens ou os autocarros executivos são escassos
e não vão para além do conforto dos assentos, os terminais de transportes e as
estações ao longo da via são lastimáveis do ponto de vista do acolhimento e das
condições de higiene. As paragens para aliviar os passageiros das suas
necessidades fisiológicas ou para restaurar energias por via da alimentação são em
mercados informais, com produção de comida a céu aberto e servida em barracas.
 Reduzido poder de compra do Angolano: o cidadão Angolano médio é
fundamentalmente pobre, com dificuldades para suprir as necessidades
elementares de habitação, saúde e alimentação ao longo do mês. A maioria da
população vive do setor informal. Segundo o INE (2016), a taxa de emprego
nacional é de apenas 40%, sendo que a maioria é funcionário público, pertencente
a carreira não técnica, auferindo ordenados base abaixo dos quarenta e cinco mil
Kwanzas (Decreto Presidencial, 126/14). Mesmo antes da deterioração das contas
do país o poder de compra do Angolano comum não tinha condição de impactar
o sector do Turismo.

Neste particular, existe uma dupla dificuldade no país que afecta a


ActividadeTurística. Há a questão da insignificância do valor nominal do rendimento do
trabalhador e, em associação, o custo elevadíssimo das mercadorias, matérias-primas e
produtos diversos, que têm sido considerados dos mais altos do mundo. Na verdade, tudo
em Angola e particularmente em Luanda é muito caro, quer seja a nível dos produtos
alimentares, comunicação ou materiais de construção, os preços são sempre três a quatro
vezes mais elevados que a média da região da SADC. Naturalmente, estando no final da
cadeia de valores, o sector do Turismo e os serviços conexos absorvem todo o valor
acrescentado nos seus custos de produção, que é transferível ao Turista no processo de
venda.

Para Mário (2023), a aprovação do Aumento das Propinas nas Instituições de


Ensino Privado e o não Reajuste dos salários da população e em particular a Função
Pública, enquanto nas Solicitações dos Sindicatos são respondidas como falta de Dinheiro
nos Cofres públicos.

A pardisto, voltamos a lamentar, mesmo com a aplicação em vigor do reajuste das


propinas dos alunos, a maior parte das Instituiçoes beneficiárias não Remotivam seus
trabalhadores.

65
 Pouca produção interna: o custo de vida elevado nas principais cidades de
Angola e a carestia dos preços de muitos produtos essenciais está bastante
relacionado com a pouca produção interna. Segundo informação que tem sido
veiculada por alguns governantes do sector produtivo, a produção no país cobre
apenas 15% das suas necessidades. É por esta razão que temos uma situação de
crise agudizada porque a produção interna não cobre as necessidades de
importação que têm sido bastante dificultadas devido à escassez de divisas.

A falta de produção interna está associada a factores estruturais, como o já aludido


problema das infraestruturas, que não viabiliza o escoamento e a distribuição dos
produtos, o fornecimento de matérias-primas às poucas indústrias ou o fornecimento de
energia eléctrica e água regular para produzir a custos competitivos.

Mais uma vez, o sector do turismo e, particularmente a hotelaria, que necessita de


um sem fim de produtos para satisfazer a necessidade de um mercado bastante
heterogéneo, é obrigado a importar todas as mercadorias e matérias-primas imagináveis,
com implicações óbvias no preço de venda que é apresentado ao consumidor.

 Imagem negativa do país: o factor guerra e todos os males associados limitaram


muitas acções a nível da governação e propiciaram o fomento de outros males
como a corrupção generalizada no país, explorada até à exaustão pela imprensa
ocidental, muitas vezes avessa aos olhares que reflectem boas práticas no "terceiro
mundismo". Portanto, essa é uma imagem exterior que se perpetua nos centros
emissores de turismo, uma estigmatização permanente que limita a capacidade
dos não residentes, potenciais investidores e visitantes, de olharem para as reais
opções que o país oferece.

Todavia, a avaliação negativa do país tem sido potenciada pelas acções menos
conseguidas dos próprios Angolanos. O país é visto como tendo um regime fechado,
pouco democrático, com burocracia excessiva nos serviços consulares para concepção de
vistos aos interessados em visitá-lo. Está muito mal cotado em relação a alguns ratings
internacionais que medem a qualidade de vida dos países, boa governação, desempenho
económico, etc. Para citar alguns exemplos, Angola é considerada dos piores países do
mundo em termos de índice de desenvolvimento humano, é dos países mais corruptos do
mundo e dos piores em termos de transparência e ambiente favorável para realizar
negócios.

66
Portanto, um currículo muito pouco apelativo para Turista e o potencial visitante.
esperamos pela nova medidado Executivo Angolano pela Supressão de vistos para países
emissores anunciada neste ano de apresentação do estudo em causa e a sua efectiva
aplicação.

 Inexistência de produtos, roteiros e pacotes internos: não obstante as suas


especificidades, o Turismo só se desenvolve na base de oferta concreta,
estruturada, organizada e comercia- lizada como em qualquer mercado. Por outras
palavras, é necessário que o turismo em Angola seja operacionalizado numa
perspectiva integrada, concebendo produtos competitivos com os seus diferentes
componentes (infraestruturas, equipamentos diversos, acessibilidades,
entretenimento, serviços conexos, atractivos naturais e culturais).

Na verdade, o país ainda não possui localidades que se podem considerar Destinos
Turísticos na acepção da palavra, que garantam fluxos turísticos regulares com viagens
baseadas nas férias e no lazer. Ao visitante não lhe é disponibilizado um roteiro turístico,
a não ser que seja feito isoladamente para acudir necessidades específicas.

Nas cidades e locais de atracção não existem postos de informação turística,


brochuras, mapas e desdobráveis para orientar o visitante durante a sua estadia. De igual
modo, por não ser viável devido aos custos de produção, praticamente não existe oferta
de pacotes turísticos internos, não obstante a baixa ocupação dos meios de alojamento.

 Dependência do Turismo de negócio e de fim-de-semana: conforme vimos, o


turismo praticado em Angola é essencialmente de negócio, por força da própria
efervescência económica que o país viveu no pós-conflito armado. Assiste-se a
um crescimento desequilibrado do turismo, onde a primazia tem recaído na
construção de hotéis para sustentar a forte presença do turismo de negócio. Os
organizadores de viagens, as companhias e agências de transporte e outras
organizações e serviços complementares parecem funcionar à margem de um
turismo inclinado para o não residente, apesar de existirem correntes turísticas
internas com alguma relevância, intensificadas nos fins-de-semana prolongados,
principalmente a partir da Luanda saturada e congestionada.

Para terminar, independentemente dos constrangimentos apresentados, importa que


se reflicta em pequenas acções para fomentar uma cultura de viagem e educação turística
no país com vista a debelar paulatinamente as dificuldades. E nesse particular, a

67
materialização da proposta avançada pelos órgãos de Turismo de constituição duma
operadora nacional é fundamental. Mas para isso é preciso dotá-la de capacidades e
autonomia para negociar junto dos produtores de serviço, gerindo, distribuindo e
ajustando melhor a oferta e a procura.

Esse operador deve conceber pacotes e organizar viagens económicas para


satisfazer as necessidades de um público jovem, aberto a experiências novas, que precisa
conhecer melhor os atractivos naturais e a diversidade cultural do seu país. Uma
operadora que seja de facto o trampolim para o fomento do Turismo interno no país,
ajudando a criar produtos e roteiros, segmentando mercados, potenciando serviços, ao
mesmo tempo que vai aliviando as contas dos prestadores de serviços, bastante críticas
no momento por falta de clientes.

68
CAPÍTULO III - ENQUADRAMENTO METODOLÓGICO E
CARACTERIZAÇÃO DO TERRITÓRIO EM ESTUDO.

3.1-Breve História do Município de Cacuaco.

Cacuaco ascendeu o título de Vila no ano de 1936, ano que foi instalada a
Administração, segundo dados fornecidos por alguma entidade tradicional.

Antes da sua ascensão à Vila, a localidade de Cacuaco pertencia ao concelho de


Viana e também serviu como Pousada de camionistas que iam para o norte do país.

As comemorações do dia 24 de Junho foram instituidas por Cristãos da Igreja


Católicaem 1940 (Padre da Administração, professor Catequista).

O actual centro comercial Municipal era habitado por populares que por força do
regime colonial, foram obrigados a morar no bairro dos Imbondeiros e Mulenvos.
Também serviu como ponto de passagem da linha férrea que ía até à Funda.

Segundo dados do boletim informativo da Administração Municipal de Cacuaco,


surge nos anos 1950 na área do Kicolo, as fábricas Moagem do Kicolo, Cimianto e
Cimangola.

De onde veio o nome de Cacuaco?

O termo ―Cacuaco‖ é um nome de origem da etnia Ambundo. Viria da palavra


bwakwaku ou lukwacu que significa ―mão‖ Segundo a tradição histórica no Séc.XVI, o
Ngola KiluanjiKilomboKiassamba do reino do Ndongo afastando-se da presença
portuguesa em Luanda teve que parar para descansar após a Fortaleza de São Pedro da
Barra de Luanda.

Ao levantar-se do lugar onde descansava cresceu uma árvore ―mulemba‖ onde


estava apoiada sua mão. Foi atribuído que a mulemba tinha poderes curativos para
soldados doentes e feridos. Tal ―mulemba‖ -Cacuaco (mulemba waxa Ngola), em
português significa mulemba deixada por Ngola Kiluanji existente nos limites de Cacuaco
passou a designar aquela região.

Os registos de 1936 atestam que a localidade de Cacuaco era uma pequena Vila de
Pescadores. Os registos atestam, porém, que o reino do Ndongo tinha como importante
localidade do comércio pesqueiro pelo menos desde o Séc.XVI.

69
Uma das personalidades mais marcantes do Cacuaco é a Viúva do primeiro Soba
deste Município, António Moreira, falecido em 1991, Co-fundador da Vila e é recordado
hoje num marco, no largo com o seu nome junto do mercado Municipal.

Outras versões sobre a Comuna da Funda e Kifwangondo são:

Funda: Em português significa enterra. Os ancestrais defendiam ser o local onde


deu-se por terminado a conversa. Lugar onde realizou-se um dos confrontos entre Ngola
Kiluanji e os colonos.

Kifangondo: Ali encontrava-se um tipo de missangas-missanga-Ya-Ngondo.

Confissões religiosas: Com excepção das tradicionais há um grande número


crescente de Igrejas em toda a extensão do Município.

Localmente comemora-se o dia 24 de Junho de 1940, data que foi fundada a


povoação de Cacuaco pelo Padre Izalino José Alves Gomes e António Moreira, este
último Angolano e na altura foi o Catequista - Professor no mandato de Luis Pereira
Pontes Como Administrador colonial do concelho de Cacuaco.

Para além deste facto histórico local, outras datas e locais históricos são também
comemoradas as festas anuais da Igreja de Santo António de Kifangondo.

3.2-Caracterização Socioeconómica do Município de Cacuaco.

Habitantes: Segundo dados do INE (2018) o Município deCacuaco possui cerca de


1.237.477 habitantes.

População: A população deste Município é a mais heterogênea possível. Ela é


proveniente de diferentes pontos do país, pertencendo às diferentes etnias que o país
possui. A sua principal actividade é a agricultura.

Agricultura: O Município Tornou-se num dos mais importantes polos de


Desenvolvimento da província, tem um importante parque industrial em crescimento,
unidades agrícolas e uma dinâmica nos sectores da educação e saúde. Este processo
evolutivo aliado às vastas áreas agrícolas e aos recursos hídricos do Município fazem com
que Cacuaco seja uma referência. Umas das grandes riquezas do Município são as belezas
naturais.

O mar, as praias, montanhas, rio e lagoas, são atracções que levam muitas pessoas
desejosas de conhecer imagens que se tornam marcas do Município.Cacuaco é um dos

70
Municípios de Luanda com maior potencial de crescimento. Essencialmente agrícola, mas
também adequado para prática de pecuária e pesca em terras extremamente férteis. A
pesca marítima e a fluvial também é praticada pelos Munícipes. Os peixes Cacusso e
bagre são os mais capturados e que também atraem Turistas nacionais e estrangeiros no
Panguila.

No domínio das telecomunicações, o Município encontra-se servido pelos sinais da


Televisão Pública de Angola, bem como outras frequências emitidas a partir de Luanda.
Enquanto o seu desenvolvimento económico, agricultura e a pesca são as principais
actividades deste Município.A agricultura é em grande parte desenvolvida na comuna da
Funda, onde também destacamos a criação de aves na empresa Avinova do grupo Terra
Verde localizada na Caop-Velha. Possui 250 trabalhadores dentre os quais três
Engenheiros Agrónomos. Com uma capacidade de produção de 168 toneladas de legumes
por mês, a Terra Verde possui duas câmaras para conservação e uma loja. Os seus
principais clientes são: Supermercados, Hotéis, Empresas de Catering, Restaurantes e
Público em geral.

Educação: Segundo dados fornecidos pela R.M.E.C., o Município possui 242


escolas, sendo 92 Públicas, 129 Comparticipadas e 21 Colégios privados.

Deste número, duas são Institutos Médios, o Politécnico do Cacuaco e o I.M.G.K,


8 escolas secundárias do 1º e 2º Ciclos do ensino geral tendo 4526 professores e
absorvendo 185866 alunos. De salientar que o Município conta com um Instituto Superior
Politécnico (I.S.K.A.). Localizado no bairro Nova Urbanização, que lecciona Cursos de
Direito, Economia e Gestão, Ciências Políticas e Relações Internacionais e Engenharia
Informática.

Saúde: O Municipio dispõe de Hospital e 3Centros de Saúde estatais:

 Centro de Saúde da Sede: Tem uma capacidade de 40 camas e um atendimento de


50 à 70 paciente por dia. Possui serviços de consulta pré-natal, planeamento
familiar, serviços de parto, consulta de Pediatria, Banco de Urgência, C.A.TV,
consulta de Medicina externa, P.A.V, Puericultura (controlo de peso e nutrição),
possui uma Farmácia e laboratório de análises clínicas.
 Centro de Saúde do Kicolo: Tem uma capacidade de 40 camas e um atendimento
análogo ao anterior, possuindo os mesmos serviços.

71
 Centro de Saúde da Funda: Possui uma capacidade de 20 camas, com serviços
idênticos ao anterior. Centro de Saúde Ndala Mulemba: Tem uma capaciadade de
30 camas eum atendimento que varia entre os 50 à 70 pacientes por dia, e mesmos
serviços aos anteriores. As febres, paludismo (ou malária) são apresentados como
doenças mais frequentes pelos agregados do Municipio, seguidos da diarreia e
doenças respiratórias.

A Cultura no Município de Cacuaco: A identidade de qualquer Pais se traduz pelo


património natural e o elemento de afirmação dessa identidade é sua cultura. Se o lugar
não tiver a sua imagem preservada, certamente não será visitado por muito tempo.
Segundo (Ferreti Eliane) aprender essa forma de convivência harmoniosa entre o Turismo
e a cultura, expressa com simplicidade a firmeza, mostra os roteiros culturais de um
Turismo de intercâmbio que respeita a tradição (Ferret,2002). O surgimento do objecto
de investigação científica está determinado por uma necessidade social, e toda
necessidade implica a busca de uma solução. A contradição entre o estado desejado e o
estado real da sociedade, num dado momento histórico e a aspiração do homem que marca
a confrontação entre necessidade e desenvolvimento, constitui a sinergia que propicia seu
ininterrupto progresso económico e social. (Gonzalez,2010)

As culturas predominantes no Município de Cacuaco são as clássicas (Farras) e as


Tradicionais como as Cabetulas e as danças carnavalescas acompanhadas de batuques e
violas. O Município possui um Agrupamento musical "Banda Luz de África" criado para
proporcionar momentos de lazer e distracção à Juventude de Cacuaco com a sua música,
e é composto por dez elementos.

Cultura habitacional: As condições habitacionais com o andar do tempo sofreram


alterações consideráveis entre as tradicionais e as clássicas. São ainda visíveis as
construções tradicionais e isso tem a ver com o desenvolvimento de regiões e das próprias
populações. Das construções tradicionais destacam-se as construções de casas feitas de
capim todas elas, pau e capim, casam feitas de adobe cobertas de chapas ou capim.

Estas construções predominam na região Norte do município. Na parte Sul a


predominância é a construção de casas com blocos, adobes e tijolos.

72
Figura 9: Casas de adobe no Bairro Caop-Velha.

Fonte: Internet (2023)

3.3-Mercados formais e Informais do município de Cacuaco

O Município conta com 13 Mercados sendo a Maxi, Shoprite e Pepe como formais
localizados na estrada directa de Cacuaco.

Mercados Informais: Kicolo: está localizado no Distrito Urbano do Kicolo.


Mundial (peixe): localizado na rua das Salgas, Bairro dos Pescadores.
Sabadão: localiza-se na Rua directa da Funda, Distrito Urbano da Funda.
Vidrul: localiza-se na rua directa de Cacuaco.
4 de Fevereiro (Retranca): localiza-se no Distrito Urbano dos Mulenvos de Baixo,
Rua dos Mulenvos de Baixo.

Vila de Cacuaco: localiza-se na Rua António Moreira.

Kifangondo: localiza-se na Rua directa de Cacuaco.

Mercado da Cidade do Sequele: localiza-se na Centralidade doSequele.

Funda ―Vila‖: localiza-se na Rua directa da Funda.

Cerâmica: localiza-se na Rua 1º de Maio, Distrito Urbano do Kicolo.

Água e Energia:

O Município sede abastece-se de água potável a partir da rede geral que fornece
água à Luanda, com excepção da comuna da Funda, que possui uma pequena extensão
própria de tratamento de água, as outras localidades dependem directamente de água
corrente do rio Bengo. Em termos de energia eléctrica, o município possui estrutura
73
fornecida pela E.N.E, a sua utilidade para fins económicos e sociais por parte dos
consumidores, necessita uma intervenção mais cuidada. (Agostinho Miguel Lima-
Boletim informativo da Administração de Cacuaco-2004).

Figura 10: Panorâmica da Sede de Cacuaco.

Fonte: Internet (2023)

3.4-Caracterizaçao das Actividades Turísticas do Município de Cacuaco

 Transportes: Cacuaco apresenta um deficit de transportes bastante


considerável. Para deslocação de passageiros de longo curso, existe apenas
uma empresa interprovincial (TRANSMAIA). Também conta com os
préstimos da Tcul, Angoaustrale os Táxis privados, assim como as Moto-
Táxis.
 Alojamento: Cacuaco tem umvasto número de Alojamentos, mas um tanto
deficientes devido a existência de um único hotel, de um único Aldeamento
e da localização de muitas unidades de Alojamento se encontrarem em
zonas periféricas.
 Alimentação: O Município conta para além dos Estabelecimentos
Hoteleiros e Similares sobretudo na Vila Sede de Cacuaco, várias Barracas
de Comes e bebes informais. É necessário que se aposte na qualificação dos
profissionais do sector e na melhoria do sector e na melhoria dos aspectos
dos estabelecimentos existentes com vista a atrair visitantes.
 Entretenimento ou Diversão: OMunicípio conta com agrupamentos
musicais Kazola, Banda Luz de Àfrica, Cris Ngunza, Agostino e algumas
Esplanadas que nos fins-de-semanatocam o Karaok e música ao vivo.

3.5-Principais vias de comunicação:


As principais vias de comunicação são: a estrada asfaltada que sai de Luanda, passa no
centro da Sede Municipal e liga com o Norte do País.Outra via é a expresso Luanda-

74
Cabolombo-Viana-Kifangondo e terciárias não asfaltadas que ligam a Sede Municipal e
restantes localidades e fronteiras particularizando-se a estrada da Funda, uma importante
zona agro-pecuária, exploração mineira e de Turismo (Lagoas da Kilunda). Com a
implementaçãodo Programa Integrado de Intervenção dos Municípios (PIIM), Cacuaco
dá passos largos para o seu desenvolvimento.

3.6-Principais Localidades:
A principal cidade é a Vila Sede do Cacuaco que fica situada na Baía e é uma zona de
pequenas colinas e vales. Segue-se depois as localidades de Kifangondo e Caop- Funda à
Norte, pouco desenvolvidas urbanisticamente, o Distrito Urbano do Kicolo a Sul com
uma grande densidade populacional, com Sede Administrativa na estrada directa do Km
14, próximo da IntercomercialMoagem.Outras localidades de interesse social são os
bairros 4 de Fevereiro e Mulenvos de baixo (Pré-urbano e rural), situados a Sul e Leste
da Barra do Bengo, a Norte da costa marítima.

3.7 - Caracterização do Município de Cacuaco:

Em função da nova Divisão Administrativa, o Município possui uma superfície


territorial de326𝑲𝒎𝟐. É uma região pertença da Província de Luanda, cujaSede
Municipal dista cerca de 18 Km da Cidade Capital Luanda, por estrada asfaltada e fica
no trajecto de Luanda para o norte do país. De norte a Sul é atravessado por um dos
importantes rios do país, rio Bengo, deste rio saem duas grandes condutas que transportam
água potável para a maioria parte da Cidade de Luanda.Situa-se no extremo norte da
província de Luanda, fazendo fronteiras a Sul com o Município do Sambizanga, a Leste
com o Cazenga e Viana e a Norte a província do Bengo, a Oeste o Oceano Atlântico.

Dadas as suas características, é um dos Municípios de Luanda mais promissor pela


sua extensão. As potencialidades em que se pode referir, a pesca, agricultura, pecuária e
a pesca em águas interiores, o Turismo facilitado pelas suas extensaspraias, fazem do
Cacuaco um ponto de referência em todo o país.

No que se refere ao comércio, Cacuaco é um dos Municípios mais favorecido, pois


é nele que se situa alguns mercados paralelos de Luanda, o do Kicolo, Vidrul, Mundial
para venda de peixe fresco e Sabadão no Bairro da Caop- Velha.Existem Pensões,
Restaurantes de diversas categorias, Lojas e Cantinas sem falar das famosas barracas de
comes e bebes e Roulotes onde o Cidadão de baixa renda, pode comer e beber com o
pouco dinheiro que tenha.Na indústria, encontramos as fábricas de cimento Cimangola, a

75
Vidrul que fabrica copos, garrafas e outros artefactos de vidros, a Siderurgia nacional,
para recuperação e produção de ferro, a Icer com os seus tijolos e telhas, a Beta bloco,
para produção de blocos para construção, a Angonabeiro para café instantâneo.O
Município é rico em inertes, tais como terra vermelha, burgau, argila, calcário, pedras.
Esses recursos têm sido explorados para obras de construção e outros fins, fabrico de
cimento como calcário (Cimangola). Os produtos de pesca têm servido para consumo
alimentar e comercialização.

Em águas interiores encontramos o saboroso Cacusso que faz delícia dos foliões de
fim de semanas e o bagre que as vezes é transportado para as províncias do interior. Aos
fins de semana, é frequente ver-se verdadeiras filas de viaturas em direção ao Panguila
que hoje é pertença da província do Bengo.Neste lugar vende-se Cacusso grelhado com
todos os acompanhantes como mandioca cozida, feijão de óleo palma, farinha musseque,
banana cozida e outros. A agricultura é no Cacuaco uma prioridade. A proximidade do
rio Bengo, a fertilidade do solo e o esforço dos homens fazem do Cacuaco um dos maiores
polos da cintura verde da capital.

3.8-Estruturas Administrativas.

O Município de Cacuaco é pertença da província de Luanda, dividida


administrativamente por 9 Municípios: Cazenga; Belas; Icolo e Bengo; Quiçama; Viana;
Luanda; Talatona; Kilamba- Kiaxi e Cacuaco. O Município de Cacuaco em estudo, conta
actualmente com uma comuna e 4 Distritos Urbanosdevido a nova Divisão
Administrativa.

 Comuna: Funda.
 Distrito Urbano da Vila Sede de Cacuaco;
 Distrito Urbano do Kicolo;
 Distrito Urbano dos Mulenvos de Baixo;
 Distrito Urbano do Sequele.

76
3.9-Actividade Turística no Município de Cacuaco 2010-201

Tabela 2: Rede Hoteleira do Município de Cacuaco-2010.

Qtd Denominação Capacidade instalada Nº


Nº ordem Classificação Q C M C Trabalhadores
Albergaria 1 Lança Flor 19 23 75 300 48
Refúgio do 31 34 27 91 17
1
Pensão 2 estrelas Kifangondo
Pensões 11 1 estrela 170 183 205 832 123
Hospedarias 4 70 70 97 400 77
Restaurante 5 3ª classe 118 364 58
Snack-Bar 13 2ª classe 269 1068 152
Cervejarias 5 91 364 45
Botequins 18 194 786 109
Lanchonetes 6 57 228 27
Tabernas 7 44 218 28
Caravanas 2 8 24 10
Total 73 290 310 1185 4675 694
Fonte: Direcção Provincial da Hotelaria e Turismo de Luanda (2011).

Tabela 3: Capacidade instalada no Municipio de Cacuaco-2011.

Rede Hoteleira e Similar de Cacuaco Quantidades


Quartos 663
Camas 702
Mesas 1.472
Cadeiras 5.888
Fonte: Direcção Provincial da Hotelaria e Turismo de Luanda (2011)

No que se refere a Estabelecimentos Hoteleiros Similares, o Município de


Cacuaco no ano 2011 tem 92 Estabelecimentos, representando 6,4% do total geral em
Luanda e empregou 922 trabalhadores representando 4,65% do total geral do emprego
(19.787).

Quadro 6: Mão -de -obra empregue nos anos 2010-2011 comparada com à Geral de Luanda.

Anos Empregos Total geral em Luanda Percentagem


2010 694 8411 8,25%
2011 922 19.073 4,83%
Fonte: Elaboração própria (2023)

77
3.10-Análise dos Lugares Turísticos do Município de Cacuaco.
Com a nova Divisão Administrativa de Luanda, o Município conta com 8 Lugares
Turísticos, nomeadamente: Praia Sede ou Baía; Boca do rio ou praia da Barra do Bengo;
Igreja de São João Baptista; Igreja de Santo António de Kifangondo; Marco histórico de
Kifangondo; Busto de António Moreira; Praça do Artesanato (inoperante devido a um
incêndio) e Albergaria dos antigos caminhos de ferro.

 Praia Sede: está localizada no Centro da Vila.Tem Restaurantes ao longo da praia,


Hospedarias, hospitais, Supermercados, farmácias, Balneários, Salva vidas,
Artesanato. È bastante poluída e com construções desordenadas. Boca do rio: está
localizada no bairro da Barra do Bengo, Distrito Urbano da Vila Sede de Cacuaco,
É um local aprazível de grande beleza, onde o fluvial e marítimose abraça. (rio
Bengo com o oceano atlântico). Encontra-se num mau estado de conservação, não
possui superestrutura de apoio, mas o acesso jáé asfaltado. Lá se realiza o banho de
sol e mar, escultura na areia e desporto náutico.
 Marco Histórico de Kifangondo: está localizado há 10 km do Centro Sede da Vila.
É o local onde se travou a batalha decisiva para que a 11 de Novembro de 1975,
Angola se tornasse independente. Em 1977 foi lançada a 1ª pedra para construção
do Monumento da Batalha de Kifangondo pelo 1ºpresidente da então República
Popular de Angola dr. António Agostinho Neto e seu homólogo Fidel de Castro. É
um monumento e estabelecimento militar, político, com uma natureza histórica.
Encontra-se pela estrada nº 100 (estrada directa de Cacuaco).
Possui uma sala de exposição, biblioteca, anfiteatro, (Auditório) com mais de 100
lugares, sala de reuniões, Restaurante, casasdebanho, Quiosques, parque de
estacionamento com 75 lugares. Tem como actividades: visita a sala de exposição
fotográfica e ao monumento, realização de eventos (fóruns, seminários,
workshops). O seu estado de conservação é excelente.
 Busto de António Moreira: o busto realça a homenagem que o Município presta ao
primeiro Sobade Cacuaco, falecido em 1999.Localiza-se no Centro da Vila de
Cacuaco.O seu estado de conservação é Bom. Tem Restaurantes, mercado da Vila,
Clínica, Bancos, CTT (Centro de Telegrafos e Telefones). Tem como
actividadespossíveis a venda de Artesanato e visitas.
 Albergaria dos antigos caminhos-de-ferro da Funda: trata-se de duas naves erguidas
na década de 1960 com características de Hospedaria, cuja função era de acomodar
os operários dos caminhos-de-ferro de Luanda.Actualmente está abandonada, mas
78
há perspectivas de transformá-la numa casa de passagem para artistas. Localiza-se
no Bairro da Kilunda, comuna da Funda.Encontra-se em Péssimo estado de
conservação. O acesso é difícil e não existe infraestrutura de apoio.

3.11-Motivações das Viagens Turísticas no Município de Cacuaco.

As motivações Turísticas para o Município de Cacuaco são: Eventos: Religiosos e


Histórico-Cultural, VisitasFamiliaresparacompras. (Equipa de Consultores)

3.12-Análise SWOTdos Recursos Turísticos do Município de Cacuaco.

As matrizes da Análise SWOT abaixo apresentadas têm como objectivo verificar


as forças e as fraquezas Turísticas do Município de Cacuaco, bem como as Oportunidades
e suas Ameaças relativamente ao ambiente externo através da ferramenta SWOT utilizada
para ver o Cenário da análise ambiental das áreas envolventes ao Turismo. Assim sendo,
SWOT é a sigla inglesa Strengths (Forças), Weakness (Fraquezas) Oportunities
(Oportunidades) e Threats (Ameaças), (Chavenato, 2003). As matrizes a seguir
identificam os factores internos e externos dos recursos Turísticos existentes no
Município de Cacuaco, podendo dar contributos para o desenvolvimento sustentável
deste, identificando os pontos fortes e pontos fracos, ameaças e oportunidades,
recorrendo-se às melhorias nos pontos fortes e a correcção nos pontos fracos.

Quadro 7: Matriz SWOT- Recursos Turísticos naturais.

Quadro 8: Matriz SWOT-Recursos Turísticos Culturais.

79
Quadro 9: Matriz SWOT-Recursos Turísticos Religiosos.

T-Recursos Turísticos Religiosos.

80
Quadro 10: Eventos de Desporto.

Quadro 11: Calendário de Eventos do Município de Cacuaco.

81
Gráfico 1: Estabelecimentos Hoteleiros e Similares dosMunicipios da Província de Luanda-2010.

350
317

300

250

195
200 179

144
150
118 123
104 99
100
73

50

0
Cac Caz Ing Mai Rang Sambi K.kiax Samb Viana

Fonte: Elaboração própria.

Tabela 4: Análise comparativa do crescimento dos Estabelecimentos Hoteleiros e Similares dos Municípios
de Luanda, 2010-2011.

Municipios Nº Estab. Hoteleiros e Similares Nº Estab. Hoteleiros e


2010 Similares
2011
Cacuaco 73 92
Cazenga 104 104
Ingombota 317 329
Maianga 179 188
Rangel 118 120
Sambizanga 99 98
KilambaKiaxi 123 136
Samba 195 219
Viana 144 146
Fonte: Elaboração própria (2023)

O Município de Cacuaco no ano 2010 teve 73 Estabelecimentos representando


5,3% do total geral em Luanda, e empregou 694 trabalhadores representando 3,6% do
total geral do emprego.

82
3.13-Análise Comparativa do Crescimento dos Estabelecimentos Hoteleiros
e Similares do Município de Cacuaco em relação à Rede geral de Luanda,
2010-2011.

Tabela 5: Análise Comparativa do Crescimento dos Estabelecimentos Hoteleiros e Similares do Município


de Cacuaco em relação à Rede geral de Luanda, 2010-2011.

Rede Hot/Similares de
Anos Cacuaco Rede Hot/Similares de Luanda Percentagem
2010 73 1.367 5,34%
2011 92 1.435 6,41%
Fonte: Direcção Provincial da Hotelaria e Turismo (2023)

3.14-Rede Geral de Luanda (em síntese)


Tabela 6: Rede geral de Luanda (em síntese)

Designação Total Nº Quartos Nº Camas Nº mesas Nº cadeiras Nº


existente Empregados
Sub-total dos 404 9.444 10.981 9.309 23.017 8.702
Hoteleiros
Sub-total dos 1.031 00 00 13.173 52.189 11.085
Similares
Total Geral 1.435 9.444 10.981 22.482 75.206 19.787
Fonte: Direcção Provincial da Hotelaria e Turismo de Luanda (2023)

3.15-Capacidade instalada no Municipio de Cacuaco em relação à rede geral


de Luanda-2010

Tabela 7: Capacidade instalada no Municipio de Cacuaco em relação à rede geral de Luanda-2010

Rede Hoteleira e Similar de Quantidades Rede Geral de Luanda- 2010 Percentagem


Cacuaco
2010
Quartos 290 9.150 3,16%
Camas 310 10.660 2,9%
Mesas 1.185 9.124 12,9%
Cadeiras 4.675 72.785 6,4%
Fonte: Direcção Provincial da Hotelaria e Turismo de Luanda (2023)

3.16-Importância do Crescimento dasActividadesTurísticas no Municípiode


Cacuaco.

A reabilitação e/ou construção de SupereHoteleiras e Similares como Hotéis,


Restaurantes, Bares, Pensões Motéis, etc, no contexto económico e social, contribuirá

83
para a formação da renda familiar e para o crescimento da economia do país. Assim, o
sector Hoteleiro da Província de Luanda no ano 2010, segundo fonte: Direcção Provincial
da Hotelaria e Turismo, empregou 19.073 Cidadãos dos quais 694 são do Município de
Cacuaco, representando 3,6% do total geral de emprego naquele ano.

Estabelecimentos Hoteleiros: 382.


Estabelecimentos Similares: 985.
Total geral: 1367.
Dos quais Cacuaco teve 73 Estabelecimentos repartidos da seguinte forma:

Estabelecimentos Hoteleiros: 17. Estabelecimentos Similares: 56. Para o total geral


de Estabelecimentos Hoteleiros e Similares da Província de Luanda, Cacuaco representou
5,3% do total geral.

Ano 2011 em termos de Estabelecimentos Hoteleiros, apresenta-se o seguinte


quadro:
Estabelecimentos Hoteleiros: 404 e Estabelecimentos Similares 1.031.
Total geral: 1.435, dos quais 92 são Estabelecimentos do Munícipio de Cacuaco
representando 6,41% do total geral. Em termos de empregos, a Actividade Hoteleira de
Luanda, empregou 19.787 Cidadãos dos quais 922 são do Munícipio de Cacuaco,
representando 4,65% do total geral do emprego.

3.17-Turismo como Fonte de Receitas no Município (2009-2011).

Nos anos 2009, 2010 e Junho de 2011, O Sector do Turismo de Cacuaco, segundo fonte
Repartição Fiscal do Cacuaco", contribuiu para os cofres do Estado o seguinte:

Tabela 8: Receitas arrecadadas pelo Estado no Município de Cacuaco nos anos 2009-2011.

Anos Valores em
Kwanzas
2009 24.633.172,00
2010 46.806.574,00
2011 11.027.457,00
Total Geral 82.467.203,00
Fonte: Elaboração própria (2023).

Os valores acima apresentados são provenientes de impostos sobre consumo de bebidas


alcoólicas e prestação de serviços de Hotelaria e Similares.

84
Gráfico 2: Receitas arrecadadas pelo Estado no Município de Cacuaco, provenientes da Actividade
Turística.

7
6
5

4
11.027.457,00
3 46.806.574,00
24.633.172,00
2
1

0
2009 2010 2011

Fonte: Elaboração própria.

3.18-Factores de Desenvolvimento das Actividades Turísticas do Município.

Reabilitação e/ou construção das infraestruturas tais como rede de estradas, rede
de energia eléctrica, rede de saneamento básico, rede de telecomunicações e rede de
esgotos permitirão a deslocação de Turistas de Luanda para o resto do país passando na
estrada directa de Cacuaco-Bengo-Uige, pela estrada da Funda vai-se ao Centro e Sul do
país.

Elas permitirão maior conforto aos Turistas e empregará maior mão-de-obra local.
A implementação do transporte marítimo como experiência táxi trará para o Município
benefícios como a contratação de mão-de-obra, a facilidade de deslocação de Turistas e
Excursionistas para a Cidade e vice-versa em curto espaço de tempo. A conservação do
Monumento Histórico do Kifangondo permitirá o desfrute do mesmo para as gerações
vindouras, o que trará receitas para o Município.

 Para demarcação de terrenos específicos para Investimentos Turísticos é preciso


que os Ministérios do Ambiente, Agricultura, Hotelaria e Turismo e as
Autoridades tradicionais de Cacuaco estejam interligadas para limitar as
construções dentro das áreas potencialmente Turísticas do Município.
 Os Recursos Turísticos devem ser inventariados para sabermos da sua existência
e o estado em que se encontram, o que facilitará a Gestão dos mesmos para a
satisfação das necessidades dos consumidores.
 Programar e implementar modelos de cursos de Turismo nos diversos serviços
como Cozinha, Restaurante, Bar, Recepção e Alojamento.

85
 A criação de Agências de viagem em vários pontos do município permitirá o
fomento interno no Município.
 A Reabilitação da linha férrea Luanda–Cacuaco-Funda permitirá maior fluxo de
Turistas e Excursionistas, viajando a preços acessíveis, com maior segurança e
menor tempo. Facilitando a compra de produtos e o escoamento para as várias
artérias da cidade de Luanda.

3.19-Estratégias a Adoptar para o Relançamento do Turismo no Município.

O desenvolvimento das Estratégias para Programas das Actividades Turísticas neste


Município, pode ser determinado por um grau de Infraestruturas, embora insuficientes,
constituem uma base para qualquer iniciativa desta índole.

Para o relançamento do Turismo no Municipio de Cacuaco, o Governo local, deve


adoptarr as seguintes estratégias:

Estrategias de Preservaçao:

 Gestao Sustentavel: implementar planos de gestão sustentável que definam


direcrizes para a conservação, manutenção e restauração de recursos
culturais e naturais. Isso inclui limitar o acesso em áreas sensíveis,
esatbelecer regulamentos para visitantes e monitorar o impacto ambiental.
 Educaçao e Sensiblizaçao: promover programas de educação e
sensibilização para Turistas, residentes e stakeholders locais sobre a
importância da preservação. Conscientizar sobre a história, cultura e valor
ecológico do Município pode incentivar praticas responsáveis.
 Restauraçao e Conservaçao: investir na restauraçao e conservação do
monumento histórico do Kifangondo, edifícios antigos e áreas naturais. Isso
pode envolver parcerias com organizações de preservação e fiannciamento
para projectos de restauração.
 Envolvimento da Comunidade: envolver activamente a comunidade local
na preservação do património, promovendo a responsabilidade
compartilhada. Isso pode icluir a criação de empregos locais relacionados à
preservação e a promoção de práticas sustentáveis entre os resisdentes.

86
Destinos que valorizam e protegem o seu património atraem vistantes interessados em
experiências culturais e naturais genuínas, o que pode aumentar o Turismo e gerar
receitas.

Estrategias de Modernizaçâo:

 Melhorias em estradas: realizar melhorias nas estradas de acesso ao


Município para garantir uma ligação eficaz entre aeroportos, atracçoes
turísticas e areas de alojamento. Isso envolve a expansão de estradas,
adequada e a implementação de sistemas de gestão de tráfego inteligentes.
 Transporte Publico Acessivel: desenvolver um sistema de transporte
público eficente e acessível que permita aos Turistas mover- se facilmente
dentro do Município. Isso pode incluir a expansão de linhas de comboio,
autocarros turísticos.
 Modernizaçao das acomodações: incentivar a modernização e a expansão
das opções de alojamento, incluindo hotéis, pousadas e alojamnetos
alternativos, como arrendamento de casas. Isso garante que haja capacidade
suficiente para acomodar Turistas em diferentes faixas de preços.

Outrossim, deve ser responsabilidade da Administração local desenvolver uma


planificação estratégica com vista o melhor aproveitamento de suas potencialidades para
o planeamento e execução de programas e estratégias para o Crescimento das actividades
turísticas.

a) Entendimento do Turismo como um sector relevante do ponto de vista


Económico e social.

b) O esforço do Governo Local deve ser pró-activo marcado po r iniciativas


antecipadas de probabilidade e por conquistas dos mercados emissores.

c) O objectivo básico deve contribuir para o desenvolvimento económico e social,


integrado das diversas regiões dos países com vocações Turísticas.

d) Aproveitamento oportuno dos Eventos de Celebração de aniversários Provinciais


para situar as Províncias e os Municípios no pódio do contexto Turístico.

Igualmente a implementação de programas de Turismo devem concentrar-se em


etapas concomitantemente de desenvolvimento.

87
1- O maior empenho deve estar na melhoria e na promoção dos Recursos e
Atracções Turísticas com os quais o Município conta.

2- Iniciando-se simultaneamente a primeira etapa, desenvolver-se-á um esforço de


baixa ou média intensidade ganhando destaque a estratégia de projecção, planeamento,
elaboração e edificação progressiva de novos Empreendimentos ainda não existentes no
Município.Também é importante trabalhar em outros subprogramas de crescimento
Turístico autossustentáveis comobjectivos secundários:

a) Estabelecer programas de coordenação de esforços a nível estatal, a Direcção


provincial da Hotelaria e Turismo deve coordenar o empenho dos demais Órgãos que
possam ser envolvidos circunstancialmente em projectos de Crescimento Turístico.

b) O Governo tem de incentivar as viagens de seus Cidadãos, iniciativas que


poderão dinamizar os Centros Receptivos dos vários cantos do País para que os Cidadãos
viajem em várias modalidades de Turismo e sistema de lazer para que o Público
desenvolva.

c) Campanhas de esclarecimentos devem ser organizadas. Para efeitos de longo


prazo, trabalhos conjuntos com Delegações Provinciais da Cultura, Turismo, Educação,
Ambiente, etc.

Como método do nosso trabalho usamos a pesquisa quantitativa e qualitativa,


através das técnicas de questionário e observação, estas serviram como instrumentos de
recolha de dados da nossa pesquisa. A base metodológica se apoia na análise dos factos
empíricos a partir das condições concretas do estudo actual do Turismo em cacuaco e das
necessidades de explorarem convenientemente as grandes potencialidades que a natureza
oferece para serem convertidas em objectivo do Turismo doméstico, reginal e
internacional. Os métodos teóricos e empíricos gerais do conhecimento cientifico
acompanharão directamente todo processo de pesquisa, o emprego dos métodos gerais de
investigação cientifica tais como a indução, dedução, estatística, observação directa e o
histórico como métodos empíricos.

Relativamente às fontes fez-se recurso a pesquisa descritiva, documental,


bibliográfica e online. O tipo de estudo enquadra-se na pesquisa descritiva.

88
3.20-População e Amostra:

Tendo em conta os objectivos da pesquisa, foi definida o seu desenvolvimento no


seio da população dos Municípios da Província de Luanda nos anos 2009-2011, e como
amostra específica o Município de Cacuaco.

É uma Amostra não probabilística por Conveniência, pois os intervenientes são


indivíduos com algum conhecimento sobre o assunto.

3.21- Procedimentos:

Para a realização da Pesquisa obedecemos aos seguintes Parâmetros:

Elaboração de Cartas ao Gabinete Provincial da Cultura, Turismo, Juventude e


Desportos, ao Ministério das Finanças, Repartição Fiscal das Finanças de Cacuaco e
Direcção Municipal da Cultura e Turismo.

Observação directa e livre do ambiente físico do Município de Cacuaco.

Aplicação do inquérito ao Director Municipal da Cultura e Turismo do Município


de Cacuaco.

Consulta Bibliográfica e Online: constitui a busca de dados relacionados com o


tema do trabalho, Monografias Dissertações, incluindo artigos científicos lançados em
várias plataformas digitais.

Os Dados recolhidos servirão para responder o problema levantado e sustentar as


hipóteses.

Inquérito: sendo a pesquisa relacionada com as tendências para o Desenvolvimento


Sustentável do Município, com base nas Actividades Turísticas, procurar-se-á questionar
pessoas que estão envolvidas neste processo, sobretudo os funcionários administrativos e
autoridades tradicionais. No que concerne às autoridades trdicionais, a nomenclatura do
Município teve a sua explicação no boletim informativo do Município em estudo.

Técnicas:no que concerne a pesquisa e desenvolvimento do tema para o registo das


informações recorreremos às técnicas de observação directa (documentação directa) –
para termos uma ideia geral da zona aonde se realiza a pesquisa através de tudo que se
vê, por exemplo pensões, hospedarias, restaurantes, bares, postos de saúde, escolas, etc.
Inquérito a informantes-chave (chefe da Direcção Municipal da Cultura, Turismo de

89
Cacuaco), documentos e sites da internet (documentaçãoindirecta), e em casos extremos
o telefone.

Tratamento de Dados: Os dados recolhidos serão interpretados recorrendo-se à


análise, interpretação e explicação de acordo com as opiniões recolhidas nas entrevistas,
consultas bibliográficas e online, bem como a partir dos nossos conhecimentos e tentando,
em todo momento fazer as análises de maneira integrada.

Perfil Histórico: obter dos autóctenes (fontes orais), informações que ajudam a
compreensão das nomenclaturas de alguns bairros e Lugares Turísticos. Todas essas
ferramentas do trabalho científico e metodológico serão aplicadas em correspondência
com as fases de cada objectivo da pesquisa.

Enfoque da pesquisa: Quali-Quantitativa.

Métodos científicos: indução, dedução e estatística.

Tipo de estudo: Descritivo, Retrospectivo, de dados Secundários e Terciários.

3.22-Critérios de Inclusão e exclusão:

Inclusão: Município de Cacuaco

Exclusão: Cazenga, Ingombota, Maianga, Rangel, Sambizanga, KilambaKiaxi,


Samba e Viana.Incluímos Cacuaco no estudo porque é a amostra específica não
probabilística por conveniência, pois os intervenientes são indivíduos com algum
conhecimento sobre o assunto.

Estes estudos registam dados ocorridos anteriormente ao desenho da investigação,


e logo prossegue estudando a sua evolução para inferir o efeito num estudo prospectivo.
O estudo se realiza exclusivamente a factos passados.

O passado pode ser recente ou distante no tempo. (Alvarenga, 2012, pg. 60). É
importante assinalar que quem elabora informações de fontes secundárias e terciárias, são
Especialistas na área desse conhecimento e merecem reconhecimento pelos seus esforços.

Delimitação Espacial: Município de Cacuaco.

Delimitação Temporal:2009 à Junho de 2011.

3.23- Variáveis em Estudo:

V. D: Crescimento dasActividades Turísticas.

90
V.I. EstratégiadoMunicípio de Cacuaco.
Quadro 12: Caracterização das variáveis do Estudo.

Variáveis Dimensões Indicadores

Crescimento da Actividade Reabilitação e/ou construção de Lugares Turísticos do Município


Turística infra e superestruturas de apoio de Cacuaco
ao Turismo Estabelecimentos Hoteleiros
Inventariação dos Recursos Similares do Município de
Turísticos Cacuaco
Entretenimento ou Animação
Igrejas Católicas Marcantes do
Município
Estratégia do Município de
Cacuaco
Fonte: Elaboração Própria (2023)

3.24- Dificuldades Encontradas:

Para a realização deste trabalho foram encontradas as seguintes dificuldades:

Escassêz de Bibliografia relacionada com o Tema;

 Possibilidade de conciliar o tempo de trabalho com o tempo de pesquisa;


 Falta de experiência em trabalhos de Investigação científica;
 Excesso de burocracia por parte de algumas Instituições solicitadas;
 Fraco domínio das novas Tecnologias de Informação.

3.25- Questões Éticas

Aos inqueridos tivemos o cuidado de elucidar os reais objectivos da pesquisa e


garantimos que eles podessem atender a pesquisa com certo grau de confiabilidade e que
os dados seriam tratados de forma sigilosa. Não será apresentado nome, nem fotografias
dos que responderam o inquérito e as informações colectadas são mantidas em sigilo
absoluto.

91
CAPÍTULO IV – APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E DISCUSSÃO DE
RESULTADOS

4.1-Apresentação de resultados:

As informações contidas no trabalho resumem os dados que foram obtidos através


da pesquisa bibliográfica, documental, online e do inquérito por questionario, aplicado ao
interveniente já mencionado anteriormente contendo perguntas abertas e fechadas. Foram
colectados dados para a pesquisa, tratados de forma estatística e representados através de
números em tabelas e gráficos onde o tratamento dos mesmos foi feito por meio do
programa Microssoft Excel 2010 para os dados quantitativos. Optou-se pelo Director
Municipal da Cultura e Turismo de Cacuaco por ser elemento-chave no que diz respeito
ao tratamento do assunto em estudo.

Para a concretização dos objectivos da nossa pesquisa recorremos aos instrumentos


acima referenciados onde nos apoiamos aos Teóricos que abordaram o tema em estudo.

Quanto ao objectivo geral, devemos afirmar que foi alcançado, pois se chega a
compreensão de que as Estratégias para Crescimento das Actividades Turísticas trarão
um contributo considerável no desenvolvimento do Município com a criação de vários
postos de emprego, aumento de renda das famílias locais. Nas abordagens dos Teóricos
por nós consultados ficou explícito que elas não se limitam a um conjunto estático de
directrizes. pelo contrário, são adaptadas continuamente para reflectir as mudanças nas
preferências dos Turistas, a evolução das tecnologias de viagem e os desafios ambientais
e socioeconómicos emergentes.

O sector económico se destaca em termos de contribuições que possam advir do


Crescimento das Actividades Turísticas no Município, destacando-se o aumento da
criação de empregos e as Actividades voltadas para o Turista, como a venda de passagens,
as estadas em hotéis, pousadas, dentre outros serviços.

Do ponto de vista sociocultural, as Estratégias tendem a ser variadíssimas, onde se


destacam a capacidade de gerar riqueza e bem-estar às suas comunidades e com isso gerar
uma maior preocupaçao da comunidade preservar o património material e/ou imaterial,
passando a ser activos oferecidos aos visitantes, podendo impulsionar a valorização
cultural, revitalização dos costumes, a gastronomia local e o desenvolvimento do
artesanato local. Olhando para o quadro actual, as principais infraestruturas poderão trazer
consigo melhoramento da localidade, como implantação de estações de tratamento de

92
água, sistemas de recolha de resíduos, mais escolas, bibliotecas, hospitais e clínicas,
alargamento das vias de acesso ao Município.

Quadro 13: Inquérito por questionário ao Director Municipal da Cultura e Turismo de Cacuaco.

Perguntas Respostas
R𝟏 :
Transportes: Cacuaco apresenta um deficit de
transportes bastante considerável. Para deslocação de
passageiros de longo curso existe apenas uma empresa
interprovincial (TRANSMAIA). Também conta com os
préstimos da TCUL, ANGO -REAL e os Táxis privados,
assim como as Moto-Táxis.
Alojamento: Cacuaco tem umvasto número de
Como se caracterizam as Alojamentos, mas um tanto deficientes devido a
𝐩𝟏 Actividades Turísticas no existência de um único hotel de um único Aldeamento e
Município de Cacuaco? da localização de muitas unidades de Alojamento se
encontrarem em zonas periféricas.
Alimentação:o Município conta para além dos
Estabelecimentos Hoteleiros e Similares sobretudo na
Vila Sede de Cacuaco, várias Barracas de Comes e bebes
informais. É necessário que se aposte na qualificação dos
profissionais do sector e na melhoria do sector e na
melhoria dos aspectos dos estabelecimentos existentes
com vista a atrair visitantes.
Entretenimento ou Diversão:O Município conta com
agrupamentos musicais Kazola, Banda Luz de Àfrica,
Cris Ngunza, Agostino e algumas Esplanadas que nos
fins de semana tocam o Karaok e música ao vivo.

𝐩𝟐 Quais as potencialidades R𝟐 :
turísticas inventariadas no As potencialidades turísticas inventariadas no Município
Município de Cacuaco? de Cacuaco são:
- Igreja de São João Baptista
- Praia da Boca do Rio
- Albergaria dos antigos caminhos de Ferro da Funda
- Praia da Vila Sede de Cacuaco
- Busto António Moreira
- Marco Histórico de Kifangondo

𝐩𝟑 Sabemos que as actividades R𝟑 :


turísticasdesde 2009 à 2011 A pergunta é pertinente, mas atendendo as diversas
cresceram. Quais as Estratégias mutações que o sector sofreu desde a fusão com outros
utilizadas pelo Município para Ministérios, a mudança de quadros, etc, não há dados
que esse facto se afirme ou fidedignos, acerca das Estratégias.
aconteça?
Fonte: Elaboração Própria (2023)

93
Quadro 14: Confirmação e/ou rejeição de Hipóteses

𝐇𝟏 A Reabilitação e / ou construção das infraestruturas Turísticas do Município de


Cacuaco contribuiu para o Crescimento das Actividades Turísticas em Luanda nos
anos 2009-2011. Em relação a essa hipótese vimos o gráfico nº1 relacionado com os
Estabelecimentos Hoteleiros e Similares dos Municípios da província de Luanda no
ano 2010 e a tabela 9 referente à análise comparativa do Crescimento dos
Estabelecimentos Hoteleiros e Similares de Luanda nos anos 2010-2011 em que o
Município de Cacuaco teve 73 Estabelecimentos Hoteleiros e Similares
representando 5,3% do total geral em Luanda (1367) no ano de 2010 e 92
Estabelecimentos Hoteleiros e Similaresno ano 2011, representando 6,4% do total
geral em Luanda (1435). O Município teve um aumento de 19 Estabelecimentos
Hoteleiros e Similares, o que nos leva a confirmar a hipótese levantada por esta
pesquisa.

𝐇𝟐 No contexto socioeconómico, a reabilitação e/ou construção das infraestruturas


turísticas do Município de Cacuaco contribuiu para formação da renda familiar e para
o Crescimento da economia de Angola. Bezerra (apudIbe, 2006), investimentos em
infraestruturas turísticas não apenas melhoram a acessibilidade, mas também podem
criar empregos e oportunidades económicas para comunidades locais. Em função da
renda familiar, o Município de Cacuaco em 2010 no tocante às Actividades Turísticas
empregou 694 cidadãos de um total de (19.073) em Luanda, representando 3,6% e
em 2011 empregou 922 cidadãos, representando 4,6% do total geral em Luanda
(19.787). A maior parte das previsões de Crescimento em Angola até 2020, apontam
nos anos em análise a economia Angolana crescendo em uma taxa média anual de
2,8 %do sector petrolífero e 3,5% do sector não petrolífero (Jornal Expansão, 2014).
Assim, entendemos que esta afirmação confima a presente hipótese.

𝐇𝟑 As potencialidades Turísticas do Município de Cacuaco são subaproveitadas. Neste


quesito, basta referenciarmos a Albergaria dos Antigos caminhos-de-ferro da Funda,
erguida na década de 1960, com características de Hospedaria cuja função era de
acomodar os operários dos caminhos-de-ferro de Luanda, actualmente está
abandonada e em péssimo estado de conservação. A par da Albergaria dos caminhos-
de-ferro da Funda, há a salientar a Praia Sede, que se encontra bastante poluída e com
construções desordenadas. Tal argumento nos remete a confirmar a nossa hipótese.

Fonte: Elaboração Própria (2023)

Foram destacadas oito (8) Estratégias para Crescimento das actividades turísticas
quesão:

 Estratégias de Desenvolvimento de Destinos;


 Estratégias para preservação de património;
94
 Estratégia para modernização de Infraestrutura Turística;
 Estratégia de Diversificação da Oferta Turística;
 Estratégia de Crises e Resiliência;
 Estratégia de Competitividade e Inovação;
 Estratégia para Desenvolvimento de produtos Turísticos;
 Estratégia para Sustentabilidade do Turismo.

No que tange aos objectivos especificos, recorremos às perguntas específicas aplicadas


ao Director Municipal da Cultura e Turismo do Município das quais deduzimos que o
Município de Cacuaco possui oito (8) Lugares Turísticos que são:

Igreja de São João Baptista, Praia da Boca do Rio, Albergaria dos antigos caminhos de
Ferro da Funda, Praia da Vila Sede de Cacuaco, Busto António Moreira e Marco Histórico
de Kifangondo e . Praça do Artesanato (inoperante)..

4.2-Análise dos dados recolhidos através do inquérito por questionario.


As actividades Turisticas no Município de Cacuaco são caracterizadas por Transporte,
Alojamento, Alimentação, Entretenimento ou Diversão.

Transporte: Cacuaco apresenta um deficit de transportes bastante considerável para


deslocação de passageiros de longo curso, existe apenas uma empresa interprovincial
(TRANSMAIA). Também conta com os préstimos da TCUL, ANGOAUSTRAL e os
Táxis privados, assim como as Moto-Táxis.

Alojamento: Cacuaco tem umvasto número de Alojamentos mas um tanto deficientes


devido a existência de um único hotel de um único Aldeamento e da localização de muitas
unidades de Alojamento se encontrarem em zonas periféricas.

Alimentação: o Município conta para além dos Estabelecimentos Hoteleiros e Similares


sobretudo na Vila Sede de Cacuaco, várias Barracas de Comes e bebes informais. É
necessário que se aposte na qualificação dos profissionais do sector e na melhoria do
sector e na melhoria dos aspectos dos Estabelecimentos existentes com vista a atrair
visitantes.

Entretenimento ou Diversão: o Município conta com agrupamentos musicais Kazola,


Banda Luz de Àfrica, Cris Ngunza, Agostino e algumas Esplanadas que nos fins de
semana tocam o Karaok e música ao vivo.

95
As mutações que sector sofreu desde a fusão com outros Ministérios, a mudança de
quadros, etc, fez com que não houvesse dados fidedígnos sobre Estratégias.

96
CAPÍTULO V – CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

5.1 Conclusões
Com os resultados apurados e com o enfoque das discussões apresentadas,
deduzimos que as actividadesturísticaspodem servir de força motriz para o
desenvolvimento local em Cacuaco, pois trará consigo benefícios económicos, estímulos
sociais, posicionando a localidade no mercado turístico, melhorando a sua imagem.

A inexistência de políticas direccionadas ao Turismo a nível local


afectadirectamenteno desenvolvimento dasactividadesTuristicas, devendo para tal, serem
criadas balizas para o melhor aproveitamento e seu desenvolvimento

. Ficou demonstrado que o Turismo tem tido um aproveitmento deficiente na


localidade.

No que toca à pergunta de partida, fica evidente que as estratégias para


crescimento dasactividadesturísticas do Município de Cacuaco trarão benefícios à
localidade. Neste sentido, o Governo da República de Angola deverá continuar a apostar
em políticas que incentivem o Turismo interno para poder alavancar o sector turístico
nacional, pois será um incremento ao Desenvolvimento local, começando pelos seguintes
sectores:

Sector político, para este sector a medida poderá gerar prestígio internacional para
a localidade, deste prestígio a promoção de investimentos e a coesão social para a
população local.

O sector económico se destaca em termos de contribuições que possam advir do


crescimento das actividades turísticas no município, destacando- se o aumento da criação
de empregos e as actividades voltadas para o Turista, como a vendas de passagens, as
estadas em hotéis, pousadas, dentre outros serviços.

Do ponto de vista sociocultural, as estratégias tendem a ser variadíssimas, onde se


destacam a capacidade degerar riqueza e bem-estar às suas comunidades, e com isto gerar
a preservação na comunidade local pelo seu património material e/ ou imaterial,
oferecidos aos visitantes, impulsionando a valorização cultural, revitalização dos
costumes, a gastronomia local e o desenvolvimento do artesanato local.

Para o crescimento das actividadesturísticas no Município, apresentamos oito (8),


Estratégias das quais seleccionamos as Estratégias de Desenvolvimento de Destinos,

97
Estrategias para a Preservaçao de Património e asEstrategia para Modernizaçao da
Infraestrutura Turistica. sendo similares a que o autor adoptouem detrimento dos estudos
realizados por teóricos como Ritchie &Crouch (2003), Hall&Lew (2009),
McKercher&DuCros (2002) e Cooper (2008) respectivamente dando resposta ao
Município de Cacuaco, pelo facto de defendermos um maior aproveitamento e
preservação das suas potencialidades Turísticas.

A Reabilitação e / ou construção das infraestruturas Turísticas do Município de


Cacuaco contribuiu para o Crescimento das actividades turísticas em Luanda nos anos
2009- 2011

o Município de Cacuaco teve 73 Estabelecimentos Hoteleiros e Similares


representando 5,3% do total geral em Luanda (1367) no ano de 2010 e 92
Estabelecimentos Hoteleiros e Similaresno ano 2011, representando 6,4% do total geral
em Luanda

No contexto socioeconómico, a reabilitação e/ou construção das infraestruturas


turísticas do Município de Cacuaco contribuiu para formação da renda familiar e para o
Crescimento da economia de Angola. Em função da renda familiar, o Município de
Cacuaco em 2010 no tocante às actividades turísticas empregou 694 cidadãos de um total
de (19.073) em Luanda, representando 3,6% e em 2011 empregou 922 cidadãos,
representando 4,6% do total geral em Luanda (19.787).

As potencialidades Turísticas do Município de Cacuaco são subaproveitadas.

AAlbergaria dos Antigos caminhos-de-ferro da Funda, erguida na década de 1960,


actualmente está abandonada e em péssimo estado de conservação.

A Praia Sede encontra-se bastante poluída e com construções desordenadas.

Entretanto, a preservação do património cultural e natural é uma estratégia chave,


envolvendo a restauração de monumento histórico, a protecção de sítios arqueológico e
implementação de medidas para garantir que os locais de valor cultural e natural sejam
mantidos para as gerações vindouras.

No tocante às actividades turísticas, há a necessidade da aposta na qualificação


dos profissionais do sector e na melhoria dos aspectos dos Estabelecimentos existentes
com vista a atrair visitantes. Existe um déficit em termos de Transportes para o Turismo

98
Dando resposta ao objectivo geral, deduzimos que a Entidade pesquisada nos anos
em estudo, a ―Inexistência de Estratégias para crescimento das actividades turísticas no
Município de Cacuaco em Luanda‖.

5.2 Recomendações
Com a obtenção dos resultados da Análise e Discussão é imperioso recomendar as
seguintes entidades:

1. Recomendamos ao Ministério da Cultura e Turismo que procure resgatar os


nomes deixados pelos nossos antepassados, porque alguns deles na actualidade
sofreram influências dos colonizadores portugueses;
2. Que se construam ou reabilitem mais infraestruturas de apoio ao Turismo no
Município;
3. Que se tracem políticas para aproveitamento das potencialidades Turísticas do
Município;
4. Que o Município seja contemplado com transportes para Turismo, incluindo o
transporte marítimo como experiência na modalidade de táxi;
5. Que se faça a inventariação dos recursos turísticos;
6. Demarcação de terrenos específicos para Investimentos Turísticos com a
participação dos Ministérios do Ambiente, Agricultura e Autoridades tradicionais
de Cacuaco;
7. Necessidade de investir nos lugares Turísticos com planeamento para evitar a
destruição de áreas naturais.

99
Linhas para investigações futuras

Tendo em conta a pouca bibliografia acerca do Turismo de Angola, fruto da pouca


produção científica nacional, torna-se necessário incentivar os quadros nacionaisligados
ao sector uma maior aposta na publicação dos estudos realizados sobre o país. O sector
público é chamado para o cumprimento das políticas ligadas ao ensino e com isso
contribuir para melhoria das condições de vida da população local.

O estudo ligado às Estratégias para Crescimento das Actividades Turísticas para o


desenvolvimento localdo Município de Cacuaco permitiu aprofundar os conhecimentos
sobre o assunto em estudo, o contacto com o local e os responsáveis, despertou outras
interrogações que devem merecer outras investigações como o impacto económico
aonível Municipal, Provincial e do país pelo que se pretende do Crescimento das
Actividades Turísticas no Município.

Em relação ao local de estudo de caso, as investigações futuras poderão ser elaboradas no


sentido de dar corpo as propostas como estudos mistos para poder abranger um número
maior de intervenientes para se chegar a respostas mais concisas ecomisso contribuir da
melhor maneira para o DesenvolvimentoTurístico de Cacuaco.

De forma mais objectiva, propõe-se para trabalhos de investigação futura na


localidade voltadas as actividades de Transporte, Alojamento, Diversão ou
Entretenimento os seguintes pontos:
 Efectuar estudos diferenciados para poder descobrir outras alências e
potencialidades que o território possua, para que o mesmo seja transformando
num Destino Turístico com ofertas diversificadas envolvendo cada vez mais os
stakeholders.
 Que o estudo sirva para um melhor redimensionamento em termos da oferta ao
nível de Cacuaco, um melhor aproveitamento das potencialidades locais.
 Espera-se que a dissertação contribua para o entendimento do Crescimento das
Actividades Turísticas e importância que o mesmo desempenha para os Destinos.

100
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acesso em 26 de Setembro de 2023, às 10:45min.

104
APÊNDICES

Apêndice 1 — Solicitação de Informação ao Gabinete Provincial da Cultura, Turismo de


Luanda.

105
Apêndice 2 — Declaração do autor sob o trabalho de investigação

Declaração

Eu Manuel Fernando Mário, declaro por minha honra que a Dissertação sob o tema
Estratégias para Crescimento das Actividades Turísticas no Município de Cacuaco em
Luanda nos anos 2009-2011 submetida para efeitos de avaliação para obtenção do grau
de Mestre em Economia, Ordenamento do Território e Desenvolvimento Regional na
Universidade Metodista de Angola é da minha exclusiva autoria, basea-se em
investigação própria e constitui um texto original que não foi por mim anteriormente
utilizado para fins académicos ou qualquer outra instituição.

Declaro também que procedi a correcta identificação e utilização das fontes, não
incorrendo em qualquer das modalidades reconhecidas de plágio, nomeadamente:

a) A apropriação de ideias alheias sem identificação da respectiva fonte.


b) A falta de correcta citação de qualquer texto reproduzido, parafraseado ou de
algum modo utilizado na redação da Dissertação.
Tendo plena consciência de que qualquer forma de plágio constitui no âmbito
académico, grave falta de ética disciplinar, importando a imediata anulação do
trabalho apresentado, e de que a violação de direitos do autor é punível
criminalmente nos termos do código de direito de autores dos direitos conexos,
sendo igualmente susceptível de gerar responsabilidade civil.

Manuel Fernando Mário

Luanda, 20 de Outubro de 2023

106
Apêndice 3 — Solicitação de Informação à Repartição Fiscal do Município de
Cacuaco, Luanda

107
Apêndice 4 - Solicitaçao de Recolha de dados e entrevistas para o Trabalho de Fim de
Curso (Dissertação).

108
Apêndice 5 - Inquérito por Questionário dirigido ao Director Municipal da Cultura e
Turismo de Cacuaco

109
2- Quais as potencialidades turisticas do município de Cacuaco?
R: As potencialidades turísticas inventariadas no Município de Cacuaco são:
- Igreja de São João Baptista
- Praia da Boca do Rio
- Albergaria dos antigos caminhos de Ferro da Funda
- Praia da Vila Sede de Cacuaco
- Busto António Moreira
- Marco Histórico de Kifangondo
- Igreja Santo António de Kifangondo

R: A pergunta é pertinente, mas atendendo as diversas mutações que o sector sofreu desde
a fusão com outros Ministério, a mudança de quadros, etc, não há dados fidediguinos,
acerca das Estratégias.

110
ANEXOS

Anexo 1: Igreja de São João Baptista Anexo 2: Praia da Boca do Rio

Anexo 3: Albergaria dos Antigos Anexo 4: Praia da Vila Sede de Cacuaco


Caminhos de ferro da Funda

Anexo 6: Marco Histórico de


Anexo 5: Busto de António Moreira Kifangondo

Anexo 7: Igreja de Santo António de


Kifangondo

111

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