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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO

INSTITUTO MULTIDISCIPLINAR
DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO E TURISMO
BACHARELADO EM TURISMO

ANDERSON MEDEIROS
ANTONIO RIBEIRO
DAIANE ROCHA
FABRICIO FARIAS
JULIANA BATISTA
JORGE OLIVEIRA

POLÍTICAS PÚBLICAS PARA O DESENVOLVIMENTO DO TURISMO NA URG DE


TINGUÁ

NOVA IGUAÇU,
2017
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO
INSTITUTO MULTIDISCIPLINAR
DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO E TURISMO
BACHARELADO EM TURISMO

ANDERSON MEDEIROS
ANTONIO RIBEIRO
DAIANE ROCHA
FABRICIO FARIAS
JULIANA BATISTA
JORGE OLIVEIRA

POLÍTICAS PÚBLICAS PARA O DESENVOLVIMENTO DO TURISMO NA URG DE


TINGUÁ

Trabalho de Análise de Políticas Públicas


a ser apresentada no curso de
Bacharelado em Turismo, como requisito
para a aprovação na disciplina de
Políticas Públicas de Turismo, sob
orientação da professora Andreia Pereira
de Macedo.

NOVA IGUAÇU,
2017
AGRADECIMENTOS

Gostaríamos de agradecer toda a orientação concedida pela Prof.ª Andreia


Macedo que pode nos auxiliar para a formulação deste trabalho. Ela pode nos
conceder alguns documentos importantes sobre política pública, como, por exemplo,
o Plano Diretor Participativo de Nova Iguaçu e vários outros de escala Federal. Sem
contar as aulas ministradas em sala de aula, explicando como a política deveria
funcionar e a sua realidade.

Gostaríamos de agradecer, também, as meninas da SEMADETUR, Cristina


Venâncio (coordenadora de turismo da SEMADETUR) e Sirlei Martins (assessora
técnica da SEMADETUR), que pode nos conceder a entrevista, além de nos enviar
alguns documentos quase que preciosos do poder público. Agradecemos pela
cordialidade e oportunidade de querer saber sobre nosso trabalho e pelo interesse
de desenvolver o Turismo no município.

Por último agradecemos a pela participação no COMTUR do município e


sabermos de perto o que está sendo desenvolvido para a cidade, no que diz respeito
a turismo, e a oportunidade de debater questões e dar sugestões.
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO…………………………………………………….......4
2. OBJETIVOS…………………………………………………………....5
2.1. OBJETIVO GERAL………………………………………….....5
2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS……………………………….....5
3. JUSTIFICATIVA…………………………………………………….....5
4. METODOLOGIA…………………………………………………….....6
5. ANÁLISE DA POLÍTICA PÚBLICA DE TURISMO EM NI…….....7
5.1. A P. P. DE TURISMO EM NOVA IGUAÇU..........................7
5.2. COMTUR……………………………………………………......8
5.3. FUMTUR…………………………………………………….......8
5.4. LEGISLAÇÃO………………………………………………......9
5.5. REGIONALIZAÇÃO DO TURISMO…………………….......10
5.6. DESCENTRALIZAÇÃO/BUROCRACIAS………………......10
6. O POLO DE TINGUÁ…………………………………………….......11
6.1. SANEAMENTO BÁSICO E MEIO AMBIENTE………….....11
6.2. TRILHAS E CAMINHADA………………………………........11
6.3. PATRIMÔNIO E CULTURA……………………………….....12
6.4. SETOR PRIVADO………………………………………….....13
6.5. FISCALIZAÇÃO…………………………………………….....14
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS……………………………………...….15
8. REFERENCIAS…………………………………………………...…..16
9. ANEXO A………………………………………...…………………….17
10. ANEXO B……………...……………………………………………….24
4

1. INTRODUÇÃO

De acordo com Maxwell, 2012, o município de Nova Iguaçu foi criado em


1833 e, nessa época, era conhecido como município Iguassú, na qual foi extinto
entre janeiro de 1833 e dezembro de 1836. As disputas de forças políticas locais
fizeram de Nova Iguaçu um gerador de novos municípios, a partir da emancipação
de Duque de Caxias, outros municípios emanciparam-se também, como Nilópolis,
Belford Roxo, Queimados, Japeri e Mesquita. (PUC RIO, 2012).
Com o término das emancipações, em 1997, o município de Nova Iguaçu
passou a ser dividia em URGs (Unidades Regionais de Governo) no total de 9, são
elas: URG I - Centro, URG II - Posse, URG III - Comendador Soares, URG IV -
Cabuçu, URG V - Km-32, URG VI - Austin, URG VII - Vila de Cava, URG VIII -
Miguel Couto e URG IX - Tinguá. (PUC RIO, 2012).
A presente pesquisa tem enfoque principal na Unidade Regional de Governo
(URG) do Tinguá, por possuir um vasto potencial turístico no segmento do
ecoturismo, como suas cachoeiras e trilhas e no turismo de lazer, como, por
exemplo, os diversos sítios que existe na região, a política de turismo, que está
tentando ser implantada no município, busca trabalhar grande parte dessa área do
Tinguá.
Com base nessa afirmação destaca-se o papel do Poder Público, na
implementação dessas políticas, pois de acordo com Dias e Matos, 2012
compreende ao governo esse espaço que não pertence a ninguém em particular.

O conceito de Política Pública pressupõe que há uma área ou domínio da


vida que não é privada ou somente individual, mas que existe em comum
com outros. Essa dimensão comum é denominada propriedade pública, não
pertence a ninguém em particular e é controlada pelo governo para
propósitos públicos. (DIAS, MATOS, p.11, 2012)

E bem como toda política pública visa o bem da população, na URG de


Tinguá se faz necessário a implementação de tais políticas, pois de acordo com
Hofling, 2001 elas visam a melhoria do lugar com uma melhor educação,
saneamento, saúde, etc.

Na análise e avaliação de políticas implementadas por um governo, fatores


de diferentes natureza e determinação são importantes. Especialmente
quando se focaliza as políticas sociais (usualmente entendidas como as de
educação, saúde, previdência, habitação, saneamento etc.) os fatores
envolvidos para a aferição de seu “sucesso” ou “fracasso” são complexos,
variados, e exigem grande esforço de análise (HOFLING, p. 30, 31. 2001).”
5

Visto isso foi identificado no plano diretor o interesse pelos bens patrimoniais
da URG do Tinguá, como a Fazenda São Bernardino (tombada pelo IPHAN), o
Cemitério Nossa Senhora do Rosário, o Porto Iguaçu, a Estrada Real do Comércio,
a antiga ferrovia Rio Douro e a Festa do Aipim.
Na URG está localizada a Reserva Biológica do Tinguá (Rebio), que
compreende uma área aproximada de 24.90o, abrange a Baixada Fluminense em
Municípios tais como Nova Iguaçu (onde fica a sede administrativa), Duque de
Caxias Miguel Pereira e Petrópolis. (WIKIPARQUES, 2017)

2. OBJETIVOS

2.1. OBJETIVO GERAL

Com um vasto potencial turístico a pesquisa tem como objetivo geral


identificar a existência das políticas públicas de turismo na cidade de Nova Iguaçu,
tendo destaque a URG do Tinguá.

2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 Identificar as propostas, projetos e leis que o município possui a


respeito do turismo;
 Investigar os interesses e intenções por parte do poder público na
região do Tinguá;
 Analisar as possibilidades de implementação das propostas e projetos
por parte da SEMADETUR na URG do Tinguá;

3. JUSTIFICATIVA

A pesquisa é de grande importância para o contexto da preservação do bioma


mata atlântica, o conjunto APA Tinguá e Rebio Tinguá é um dos poucos
remanescentes de Mata Atlântica ainda com alto grau de preservação no Estado do
Rio de Janeiro, sua beleza cênica influencia diretamente na qualidade de vida dos
moradores da região além de proporcionar uma alternativa de lazer e renda.
Sua bacia hidrográfica é única com rios e cachoeiras que oferecem diversas
opções para uso público desde que realizado de maneira ordenada.
6

Esse estudo visa fortalecer as ações já existentes para o uso sustentável da


região e fomentar a criação de plano diretor de políticas pública que integrem o
desejo da sociedade e o interesse público e privado na região.
A URG do Tinguá é uma das principais protagonistas diante dos interesses do
poder público para a implementação de políticas públicas de turismo em Nova
Iguaçu. Na região está sendo proposto o polo de trilhas, na qual será desenvolvidas
alguns percursos de trilhas, um percurso ciclístico, além da volta da realização da
festa do aipim e novos projetos que poderão tornar a região um dos principais
destinos turísticos do município de Nova Iguaçu. A área, também, poderá se tornar
um grande polo turístico do projeto Baixada Verde, que está sendo elaborado pela
SETUR (Secretaria Estadual do Turismo) e pela TurisRio (Companhia de Turismo do
Estado do Rio de Janeiro), tornando a Baixada Fluminense em mais uma região
turística do Estado do Rio de Janeiro. Contudo para que isso ocorra de fato, há a
necessidade de análises e inventários para preparar o local para receber os
visitantes.
E também se justifica pelo fato da existência de mais uma bibliografia sobre a
URG de Tinguá que poderá ser utilizada tanto pela Academia quanto pelos setores
públicos na intenção de implementação de projetos na localidade.

4. METODOLOGIA

Os procedimentos metodológicos da presente pesquisa foram levantamentos


de dados em sites e páginas, como o da Secretaria Estadual de Cultura, Baixada
Fácil, Ministério do Turismo dentre outros. Há a consultas bibliográficas, em livros e
artigos que tinham como base textos de autores como Reinaldo Dias, Fernanda
Matos, Ana Paula Garcia Spolon, dentre outros.
Informações sobre o turismo em Nova Iguaçu obtidas através da participação
de alguns membros do grupo em reuniões do Conselho de Turismo de Nova Iguaçu
e também do GT de trilhas e caminhadas. Visita a campo na SEMADETUR,
(Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Agricultura, Desenvolvimento Econômico e
Turismo), com intuito de levantar informações sobre possível existência de políticas
pública para o turismo em Nova Iguaçu especificamente em Tinguá. Nessa visita foi
realizada uma entrevista com Cristina Venâncio que é coordenadora da
7

SEMADETUR e Sirlei Martins que é assessora técnica em atividades turísticas na


mesma secretaria, para aferição de assuntos referentes ao turismo em Nova Iguaçu.
A presente pesquisa teve um nível de complexidade razoável, pois algumas
bibliografias não eram tão completas para a proposta que o grupo queria, porém
conseguimos fazer os recortes necessários para concretizá-la, demandou também
um tempo considerável para pesquisa bibliográfica e também para realizamos
entrevistas e também para o comparecimento de alguns membros do grupo as
reuniões do Conselho.

5. ANÁLISE DA POLÍTICA PÚBLICA DE TURISMO

5.1. A POLÍTICA PÚBLICA DE TURISMO EM NOVA IGUAÇU

A política pública é um conjunto de ideais e princípios de caráter público e


coletivo, na qual o Estado deve solucionar problemas fazendo com que a sociedade
tenha um desenvolvimento humano de forma digna, visando o bem comum (DIAS e
MATOS, p. 12, 2012). A política pública tem como foco “a aplicação de investimento
e utilizando o planejamento como forma de se atingir os objetivos e metas
predefinidos” (DIAS e MATOS, p.14, 2012). Ou seja, ela utiliza de recursos públicos
para sanar transtornos da sociedade.
Segundo Dias, 2003, a política pública de turismo tem a intenção de legalizar,
indicar um rumo ou estruturar as atividades ligadas ao turismo (p.120). Durante a
entrevista feita com as representantes da SEMADETUR (Secretaria de Meio
Ambiente, Agricultura, Desenvolvimento Econômico e Turismo), a coordenadora de
Turismo explica que:

“Nova Iguaçu apesar de ter criado o conselho, de ter instituído a própria


pasta, [...] o turismo nunca foi uma secretária, é sempre um setor dentro de
alguma secretaria [...]. Nunca foi trabalhado o setor de turismo pelo governo
municipal. Nós sempre tivemos muitas atividades mas não de Governo,
sempre de alguém, ou das agências ou de algum guia; nunca foi uma
política pública dentro da cidade. E hoje a gente está tentando mudar isso.
Até pra ficar, porque se não daqui a quatro anos se nós passarmos, vai
voltar tudo do zero [...] aí quem entrar se não tiver interesse [...] o turismo
vai ficar de novo ali no espaço. A gente quer transformar essas ações em
políticas públicas, para que sejam ações de governo dentro da cidade
(VENÂNCIO, CRISTINA, coordenadora de turismo da SEMADETUR,
2017).”
8

Assim, segundo ela, não há uma política pública efetiva de turismo vigente no
município de Nova Iguaçu. No momento, há interesse de tornar algumas atividades
(que não foi descrita durante a entrevista) em concretas, até o término da atual
gestão, que governará até 2020.

5.2. COMTUR

Apesar de não haver uma política de turismo efetiva, o município possui a Lei
4.320 de 23 de outubro de 2013, que regulamenta a criação do Conselho Municipal
de Turismo. Em seu artigo 1° fica estabelecido como objetivo a implementação da
política municipal de turismo junto a Secretaria Municipal de Desenvolvimento
Econômico, Agricultura e Turismo, a SEMADETUR. Essa mesma lei define os atores
que compõem o COMTUR (Conselho Municipal de Nova Iguaçu).
O Conselho estava parado a mais de um ano e teve suas ações reativadas
em maio de 2017. Sobre isso a coordenadora diz que: “existe um esforço nosso de
maio (2017) pra cá, para a revitalização desse conselho. Ele estava parado a mais
de anos (VENÂNCIO, 2017)”.
As reuniões aconteciam mensalmente, porém a partir de agosto de 2017,
passaram a acontecer bimensalmente. O COMTUR dividiu grupos de trabalhos
(GTs) para organizar os temas que são: GT1 - Trilhas; GT2 - Legislação e GT3 -
Gastronomia.
Para Cristina, os resultados obtidos até o momento foram bons. Estão sendo
reformuladas as leis do conselho, na qual o GT2 (legislação) está trabalhando na
atualização do inventário turístico e alteração da lei do COMTUR.

5.3. FUMTUR

O Fundo Municipal de Turismo (FUMTUR) existe enquanto lei, mas ainda não
foi implementado. A lei que cria o FUMTUR (mesma lei que cria o COMTUR, lei
4.320 de 23 de outubro de 2013) estabelece de onde vêm os recursos do fundo e as
despesas.
9

5.4. LEGISLAÇÃO

De acordo com Solha (2006) a regulamentação das atividades turísticas é um


dos instrumentos que o poder público dispõe para implementar uma política de
turismo. Apesar de não existir uma legislação específica para o turismo, o mesmo
está contemplado no Plano Diretor Participativo, e na lei de Áreas de Especial
Interesse Turístico - AEIT.
A lei 4.084 de 2011 define como sendo ÁREAS DE ESPECIAL INTERESSE
TURÍSTICO – AEIT, as zonas de amortecimento da ReBio Tinguá e as APAs
existentes no município. A lei admite as seguintes atividades relacionadas ao
turismo:

I - Sítio de Lazer;
II- Pousada, Hotéis e similares;
III- Parque Temático destinado ao Lazer;
IV - Escolas e Instituições destinadas ao ensino e a qualificação
profissional. (art.2º)

A lei também define no artigo 8º:

“capacitação profissional dos trabalhadores e empreendedores ligados ao


Turismo e atividades afins, assim como a formação e qualificação de mão-
de-obra especializada entre a população local, visando a consolidação e o
crescimento do Turismo no município de Nova Iguaçu.”

Segundo Venâncio, a lei também trata da legalização de propriedades que


estão nessas áreas. A legalização será feita com a Secretaria Municipal de Fazenda
(SEMEF) embasado nessa lei.
A lei 4.092 de 2011 que institui o Plano Diretor Participativo, também
estabelece algumas diretrizes para o turismo, como por exemplo: o resgate e a
valorização da história do município de forma estimular a visitação de seu marcos
histórico e ambiental (art. 11); o fortalecimento de polos turísticos nas áreas de
proteção ambiental (art.13)
A sessão I do Plano diretor intitulada “Programa Pertencer à Nova Iguaçu”, trata
do art. 67 ao art.74 do “conjunto das ações do poder público necessárias para que
se reforce o sentimento de pertencimento do cidadão Iguaçuano à sua cidade”
(art.67). Dentre essas ações estão previstas a valorização dos eixos históricos da
cidade, ações para preservação e identificação do patrimônio histórico e cultural da
10

cidade, resgate da memória. Todas essas diretrizes poderiam ser utilizadas na


construção de uma legislação de políticas públicas para o turismo.

5.5. REGIONALIZAÇÃO DO TURISMO

Dentro do contexto do Baixada Verde, Venâncio diz que os trabalhos estão na


fase de discussão do estatuto dessa região para formalizar o consórcio regional. Ela
diz, também, que a região a princípio iria se chamar Baixada Fluminense, porém foi
alterada para Baixada Verde por ter um apelo mais turístico.
O Plano estratégico da Baixada Verde, está sendo elaborado com consultoria
do SEBRAE. O lançamento do programa vai ser na cidade do Rio de Janeiro para
convidados. Mas, há a intenção de se fazer um lançamento na Baixada Fluminense,
também, dentro de um do Campus da UFRRJ (Universidade Federal Rural do Rio de
Janeiro) que seja aberto ao público.

5.6. DESCENTRALIZAÇÃO / BUROCRACIAS

O município por ser dono dos bens patrimoniais é responsável por sua
manutenção e conservação, porém precisa cercar a fazenda São Bernardino a
pedido do MPF (Ministério Público Federal). Contudo para que esse serviço seja
realizado, é preciso da autorização e orientação do IPHAN (Instituto do Patrimônio
Histórico Artístico Natural) sobre como esse cercamento deverá ser feito. A SEMIF é
a secretaria que lida diretamente com o IPHAN e, apesar de já ter solicitado ao
Órgão, a SEMIF ainda não obteve resposta. Caso não seja feito o cercamento quem
é penalizado é o município, segundo Venâncio.
O mesmo acontece em relação à estrada (RJ-111) que dá acesso à Tinguá,
que pertence ao DER-RJ (Departamento de Estradas e Rodagem do Estado do Rio
de Janeiro). O município não pode realizar intervenções, nem de pavimentação e
nem de iluminação. Cristina diz que:

“Uma pretensão nossa enquanto município é municipalizar a RJ. A estrada


que leva até Tinguá é uma estrada estadual. A gente não pode mexer nela.
[...] Tem a operação tapa buraco, que a gente não está autorizada a fazer. A
padronização já somos nós que fazemos (VENÂNCIO, CRISTINA,
coordenadora de turismo da SEMADETUR, 2017).”
11

Ela ainda acrescenta que quando há acidente na rodovia quem paga é o


município e acha justo fazer esse pedido ao DER-RJ, para que a estrada fique sob
total responsabilidade da prefeitura. A ideia é transformar a rodovia em estrada
parque, o que já é previsto no inciso IV do art. 69 do Plano Diretor Participativo.
Entretanto, para que o projeto se desenvolva, será necessário esperar as
burocracias que é composto a gestão pública, para se ter as futuras decisões.

6. O POLO DE TINGUÁ

6.1. SANEAMENTO BÁSICO E MEIO AMBIENTE

Seguindo o Plano Diretor do município no que diz respeito ao turismo,


patrimônio, cultura, sustentabilidade e meio ambiente, iremos analisar neste
momento as propostas da SEMADETUR para o Tinguá e suas contradições com as
diretrizes do Plano.
Durante a entrevista foi perguntado às entrevistadas sobre a implantação de
obras de saneamento na área do Tinguá, visto que o esgoto das casas e comércios
desembocam diretamente no Rio Tinguá. Segundo elas:

“A gente tem um planejamento para o ano de 2018 [...] que fala do


saneamento ambiental e urbanização [...]. No caso do saneamento o prazo
(de aplicação) é de médio pra longo [...]. A gente ainda vai elaborar o
projeto e buscar recurso. É uma situação de extrema urgência, mas passa
pela burocracia (MARTINS, S. VENÂNCIO, C. 2017).”

No artigo 15º do Plano Diretor do município fala sobre o Plano Municipal de


Saneamento Básico do município, que foi finalizado em 2014 e que só foi
promulgado esse ano. No inciso VI diz que se deve “dar tratamento adequado ao
esgoto coletado antes de seu lançamento em rios e canais”. Outra questão é a falta
de abastecimento de água, principalmente nos períodos de maior calor para a
população local; sobre isso o Plano estabelece no artigo 18º, inciso IV, “promover
gestão dos recursos hídricos tendo em vista a prevenção da ocorrência de falta de
irregularidade de abastecimento de água bem como enchentes”.
Além disso, às margens de uma das principais cachoeiras do bairro são
encontrados vários restaurantes e bares que colocam mesas e cadeiras, fazendo
barreiras para transformar o percurso da cachoeira em piscinas naturais. Nesse
mesmo artigo (18º), inciso IX diz que se deve “planejar a ocupação das faixas
12

marginais de proteção dos cursos d’água com atividades compatíveis com a sua
preservação”.
Todos esses assuntos aqui abordados respaldam no inciso XVIII que diz
“promover o turismo sócio ecológico e rural, evitando e coibindo a atividade turística
predatória”. Ou seja, o turismo deve ser feito de maneira que não afete o sistema
ambiental, preservando e conservando os recursos.
Dias (2003) diz que é necessária uma avaliação preliminar de como se dará o
equilíbrio e a sustentabilidade da exploração dos atrativos turísticos. Em atrativos
naturais estabelecer limites de visitação compatibilizado com a melhor forma de
explorar esse recurso. Esse é um dos fatores que deve ser levando em
consideração para escolha do modelo de exploração, que antecede a etapa de
planejamento.

6.2. GT1 – TINGUÁ – PARQUE NATURAL – TRILHAS E CAMINHADAS


DE NOVA IGUAÇU

O grupo que é composto por ICMBio, Monforte Turismo, Fórum de Turismo de


Tinguá, SEMIF, SEMED e FENIG e como convidados Parque Natural Municipal de
Nova Iguaçu, Comitê Trilha Carioca e Graduanda UFRRJ.
As trilhas planejadas já existem e muitas são partes de estradas e passam
por propriedades privadas. Houve o mapeamento dessas trilhas com medições de
distância, estabelecimento de nível de dificuldades e pontos de apoio. Os pontos de
apoio são propriedades privadas, onde o morador oferecerá algum produto para
venda (bolos, café, doces). Será disponibilizado um telefone para que o visitante
entre em contato previamente agendado a visita ao local. Porém há a necessidade
de que esses moradores recebam algum tipo de capacitação para receber os
visitantes. Serão confeccionadas placas indicativas das trilhas nos pontos
demarcados nas visitas a campo. Todas as trilhas terão início no centro de Tinguá,
pois a ideia é movimentar o comércio local.

6.3. PATRIMÔNIO E CULTURA

O patrimônio, segundo o CREA-SP, 2008, “são bens, materiais ou imateriais,


naturais ou construídos, que uma pessoa ou um povo possui ou consegue acumular”
(p.13). O interesse público nos patrimônios da cidade é amplo, tanto que no Plano
13

Diretor, aparece em diversos artigos e incisos, assim como a cultura. Especialmente


em Tinguá existe como já foi visto, existem vários bens patrimoniais tombados pelo
IPHAN e INEPAC e que há o interesse de se fazer um circuito histórico por esses
prédios. Entretanto, Venâncio diz que

“a Fazenda São Bernardino é um bem tombado pelo IPHAN [...], a parte da


Vila do Iguaçu tá por conta do INEPAC. Então a gente tem que ter esse
cuidado para está trabalhando dentro do que é possível pelo órgão, que é o
responsável por esse tombamento [...]. Mesmo o circuito estando dentro da
cidade de Nova Iguaçu, a gente não pode quebrar essas etapas
(VENÂNCIO, 2017).”

Esse interesse da SEMADETUR nos patrimônios de Tinguá está presente,


também no Plano Diretor no artigo 69º que sugere a implantação de algumas ações
com os respectivos órgãos (IPHAN e INEPAC) para que possa ser realizado, não só
o turismo, mas a visitação dos próprios moradores para que conheçam suas
histórias. No parágrafo 4º diz ainda que “as estações desativadas deverão ser
transformadas em centros de cultura, no âmbito do projeto Estações do Saber”, ou
seja, essas estações seriam/serão transformadas para algo em relação a cultura do
Iguaçuano ou centros de cultura.
Porém para que esse projeto se realize a prefeitura precisa conversar com os
outros órgãos para receber as devidas autorizações e seguir, possivelmente uma
série de medidas.
No que diz respeito a cultura o Plano Diretor em seu artigo 67º tem como
objetivo desenvolver o programa “Pertencer à Nova Iguaçu”. Esse programa tem
como caráter “reforçar o sentimento de pertencimento do cidadão Iguaçuano à sua
cidade” (Art. 67º, Plano Diretor, 2011). No artigo 68º faz se o desenrolar desse
programa na qual no inciso V tem como pretensão promover atividades culturais
para os moradores. Apesar da Secretaria de Cultura não estar junto da
SEMADETUR, serem secretarias distintas, não foi mencionado seu papel de
parceria junto ao turismo. Cristina mencionou que está havendo uma capacitação
com os professores junto a Secretaria Municipal de Educação (SEMED), com
relação ao patrimônio histórico da região de Tinguá.

6.4. SETOR PRIVADO

Dias (2003) fala da necessidade de criar o que ele chama de “cultura turística”
(p.149) na comunidade para que haja o envolvimento dessas pessoas e que elas
14

entendam o turismo como uma oportunidade econômica que pode trazer benefícios
para a sua região. Cristina fala sobre a ideia de se implantar um Festival de Inverno,
para movimentar a região num período que não recebe quase ninguém. Porém
existe o problema de falta de hospedagens, pois apesar dos sítios oferecem
alojamento, precisam remodelar seus espaços para que as pessoas possam
pernoitar. O público que frequenta os sítios é um público excursionista. A respeito
disso Sirlei e Cristina dizem que:

“acho que isso é uma coisa que a gente vai ter que criar neles [...] pensam
na massa, não pesam na qualidade [..] no verão a gente trabalha nesse
sistema aqui , mas tem que ter um espaço [...]aqui reservado pra no inverno
eu receber pessoas. [...] eles entenderem que a gente tá mudando a cara
da região.”

6.5. FISCALIZAÇÃO

Atualmente é realizado o Plano Verão na região com algumas ações, como


cuidado com a estrada, regularização de comércio e sítios de lazer. Cristina diz que
foi pedido à SEMEF um estudo embasado em outros municípios sobre uma
cobrança de visitação de ônibus e vans e que está sendo estudado de que forma
isso será feito.

“A gente chega a conclusão que não dá pra ter aquela visitação como a
gente tem [...] a gente ainda tá vendo de que forma a gente vai fazer isso.
Por que gente quer fazer uma discussão participativa. Seria muito fácil o
governo chegar lá com uma lei e implantar o que quer e isso não dá muito
certo[...] a gente não quer gerar esse conflito. ... então a gente tá tentando
trazer esse pessoal pra legalidade e chamando eles pra conversar como
vamos fazer essa questão dessa cobrança.”

Segundo Cristina a ideia é que o dinheiro arrecadado na fiscalização seja


investido na própria região de Tinguá e custeie o valor da operação também.
De acordo com Solha (2006) a regulamentação é um dos instrumentos
utilizados para a implementação da política pública de turismo, através do qual se
estabelecem regras, com punições ou estímulos para o desenvolvimento aceitável
do setor.
Durante a entrevista foi relatado por Sirlei que existe a intenção de retirar o
ponto final das linhas de ônibus que fazem o trajeto até o Tinguá, da praça principal,
tendo a idéia de colocar os ônibus nas ruas paralelas à praça. Uma sugestão era de
transformar essas linhas de ônibus em circular, ou seja, não existe uma parada fixa
15

por um longo tempo de espera. Assim não haveria desordem dos ônibus na praça e
nem iria interditar as ruas paralelas, pois essas são pequenas, passando muito mal
dois carros.

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em uma profunda análise de todo o conteúdo abordado no trabalho dando


destaque ao plano diretor lei 4.092, de 28 de junho de 2011 concluímos que a legal e
obrigatória implantação do mesmo, pois se trata de uma lei, trará efeitos positivos
imediatos no desenvolvimento do turismo na URG do Tinguá. O diálogo entre a
prefeitura do município de Nova Iguaçu e outros órgãos públicos como IPHAN e
INEPAC ainda é muito pequeno, o que dificulta a implantação de várias políticas
públicas de turismo na região tais como a restauração e utilização da antiga estação
ferroviária de Tinguá. Tudo isso, somado a falta de capacitação dos operadores
privados locais são hoje as principais diretrizes a serem resolvidas para a evolução
do turismo na URG Tinguá.
16

8. REFERÊNCIAS

DIAS, REINALDO. Planejamento do Turismo: Política e Desenvolvimento do


Turismo no Brasil. São Paulo, ed. Atlas S.A. 2003.

DIAS, REINALDO. MATOS, FERNANDA. Políticas Públicas: Princípios, Propósitos


e Processos. São Paulo, ed. Atlas S.A. 2012.

DIAS, REINALDO. MATOS, FERNANDA. Políticas Públicas: Princípios, Propósitos


e Processos. P. 11. São Paulo, ed. Atlas S.A. 2012.

HÖFLING, M, E. Estado e políticas (públicas) sociais, Cadernos Cedes, p. 30, 31.


ano XXI, nº 55, novembro, 2001.

CREA-SP- Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Estado de


São Paulo. Patrimônio histórico: como e porque preservar. 3ª edição. Bauru- SP,
2008. Disponível em
<www.creasp.org.br/arquivos/publicacoes/patrimonio_historico.pdf>. Acesso em
01/12/2017.

NOVA IGUAÇU. Lei nº 4.084, de 24 de maio de 2011. Lex: Ficam criadas no


município de Nova Iguaçu, as Áreas de Especial Interesse Turístico – AEIT, e dá
outras providências. 2011.

NOVA IGUAÇU. Decreto-lei nº 4.320, de 23 de outubro de 2013. Lex: Institui o


Conselho Municipal do Turismo (COMTUR-NI) e cria o Fundo Municipal de Turismo
– FUMTUR – no âmbito da Cidade de Nova Iguaçu, e dá providências. 2013.

MAXWELL, PUC RIO, Disponível em <www.maxwell.vrac.puc-


rio.br/20736/20736_6.PDF> Acesso 07/12/2017.

PLANO DIRETOR. Decreto-lei nº 4.092, de 28 de junho de 2011. Lex: Institui o


Plano Diretor Participativo e o Sistema de Gestão Integrada e Participativa da Cidade
de Nova Iguaçu. Nova Iguaçu, 2011.

SOLHA, Karina Toledo. Política de turismo: desenvolvimento e implementação. In:


RUSCHMANN, Doris ; SOLHA, Karina Toledo (Org.) Planejamento turístico.
Barueri, SP: Manole, 2006. cap. 5.

VENÂNCIO, Cristina. Martins, Sirlei. Entrevista realizada no dia 28 de nov. 2017 na


sede da SEMADETUR, com a coordenadora de turismo da SEMADETUR e Sirlei
Martins assessora técnica da SEMADETUR. Nova Iguaçu, 2017.

WIKIPARQUES. Disponível em
<http://www.wikiparques.org/wiki/Reserva_Biol%C3%B3gica_Federal_do_Tingu%C3
%>. Acesso 10/12/2017.
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9. ANEXO A

Segue no anexo A, a entrevista transcrita:

Juliana: As características que a cidade possui como a padronização do bondinho e


tal. Se tem alguma iniciativa da semadetur para poder incluir esses bens formados
nos circuitos turísticos da cidade?

Cristina Venâncio: Então, o nosso planejamento a gente prevê a revitalização do


circuito histórico da Vila do Iguaçu, incluindo a Fazenda São Bernardino, os
cemitérios, só que hoje não só a semadetur a gente tem que estar trabalhando
juntamente com a... Que é a secretaria de infraestrutura que dentro dessa secretaria
que tem a superintendência do patrimônio da cidade onde tudo que a gente vai fazer
agora tem que estar trabalhando juntamente com as intersecretarias mas a intenção
de revitalizar esse circuito com um outro atrativo um outro equipamento para o setor
do turismo sim. Inclusive está dentro desse planos de trilhas de Nova Iguaçu o
circuito histórico, mas como a gente precisa melhorar os acessos como toda parte de
retificação do patrimônio, a gente não vai fazer nesse primeiro momento, Primeiro
vamos fazer o lado de Tinguá ... e vai ter uma extensão para o patrimônio histórico .
E tem uma outra coisa a Fazenda São Bernardino tem sido cuidada pelo... e a parte
da Vila do Iguaçu está por conta do INEPAC. A gente tem que ter cuidado para não
acabar atrapalhando dentro do que é possível pelo órgão que está trabalhando por
esse tombamento entendeu? Mesmos com o circuito dentro da cidade de Nova
Iguaçu a gente não pode quebrar essas etapas.

Juliana: Inclusive dentro dessa questão de tombamento, se tem algum impasse,


alguma coisa na parte de implementar o turismo, como funciona?

Cristina Venâncio: Não, na realidade não, a democracia está dentro e única e


exclusivamente da questão de escoramento daquelas minas que ... a parte
estrutural, essa parte de acesso, às escadarias do cemitério e também... então
assim, a gente tem que ter esses cuidados, a burocracia só está mais na questão de
autorizações para a gente ser de concordância com o órgão, entendeu?

Juliana: Entendi.
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Cristina Venâncio: Porque assim, a gente não pode chegar lá igual recentemente
passaram uma máquina e não tem cuidado porque ali tem o parque de arqueologia e
aí de repente vai cortar muito uma rampa ou uma outra parte ceda então essas
coisas e o INEPAC fez uma vistoria técnica a cerca de uns 20 dias, eles estiveram lá
o Marcos Montero... a gente está trabalhando em concordância desse modo...

Juliana: A parte de implementação... porque assim o nosso trabalho está focado


mais na região de Tinguá.

Cristina Venâncio: A nossa pesquisa Também

Juliana: ... primeiro vai ser o natural...

Cristina Venancio: E a gente também, tem um interesse da Semed de estar fazendo


um trabalho em todas as unidades de ensino da prefeitura sendo que a nossa
secretaria a Rojane ela entende que para estarmos passando essas informações
para as crianças os professores também tem que estar capacitados então num
primeiro momento vai ter uma capacitação... um bate papo com os professores,
inclusive teve uma lá na Rural onde teve um início dessa passagem de dados aos
professores que vão ser quem estarão preparando os alunos e tudo o mais....

Cristina Venâncio: Vai fazer um trabalho com os professores pra fazer história na
região e aí a gente tem vários prazos... secretaria de infraestrutura que também... até
o rapaz que apresentou na última reunião, você estava?

Daiane: Estava sim.

Cristina Venâncio: ... então ele vai estar mediano com a Semed e tal... Um aluno
muito dedicado ..., Gabriel, ele tem uma sabedoria, uma ...

Juliana: Vocês tem algum interesse no caso desses patrimônios deles passarem a
ser do município para melhor direcionamento, facilitaria alguma coisa?
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Cristina Venancio: Bom, o que tá tombado já não tem como alcançar né,..., a gente
tem o interesse do uso e manutenção para que esteja como com os acessos direito
com o direito de ir e vir você tenha a questão da organização do curto circuito e isso
vai ser por nossa conta, infraestrutura do entorno. É essas coisas, deixa só eu te
explicar uma coisa, por exemplo, saiu agora... saiu o RGI do imóvel da fundação
Bernardino, então é um bem que pertence a prefeitura porém ela é tombada por um
órgão federal, então assim é como vamos dizer assim em relação a represa de
tinguá é uma unidade federal porém ela recebe um título pela UNESCO como se
fosse um patrimônio da humanidade então assim, tem essas questões, de quem é o
detentor de certa forma que vai administrar mas também regulamentado por um
órgão que tá acima que é federal no caso da fazenda são Bernardino.

Anderson: E quem é o proprietário que aparece no RG da fazenda?

Cristina Venâncio: ... agora teve toda a parte de pagamento da... E agora
definitivamente o bem é do município, mas isso não significa que o município vai
fazer o que quer por exemplo a gente tem uma ordem do ministério público e essa
ordem é para o município de Nova Iguaçu, que nós temos que cercar toda a área da
fazenda só que o IPHAN ainda não nos respondeu que tipo de cerca quer que
coloquem, como que a gente vai atuar, os padrões. Então assim a... que fala direto
com o IPHAN para a questão da Superintendência ela já noticiou e isso já não sei
quanto tempo e o ifam ainda não respondeu,(Mais de 90 dias porque na época q a
gente foi ia fazer 60) tivemos uma reunião lá, mas enfim e eles ainda não nos
autorizaram a fazer a cerca que o ministério público nos cobra, então eu não sei
como vai ficar esse processo e o ministério também tem limites daqui a pouco ele vai
querer penalizar o município porque nós ainda não cercamos mas ai a gente
também depende do IPHAN e eu acredito que a... mas ela deve estar
acompanhando esse processo...

Daiane: Com relação a festa do aipim, tem algum projeto assim para o reformado da
festa? Como seria isso? Até mesmo para a implementação do turismo.

Cristina Venâncio: Então, eu não sei se vocês sabem a gente tem... a festa do aipim
ela tornou um forte acima do que deveria numa festa gastronômica, hoje em dia se
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você, hoje não ou até mesmo na última desta se você tiver contato com alguém da
região não foi uma festa, foi um show do Thiaguinho, então a festa cresceu demais e
hoje a gente não tem interesse em dar continuidade naquela que foi, perdeu a
credibilidade, ... no sentido de trazer a gastronomia como foco principal em relação
de trabalho e venda com a quem trabalha e os shows serão complemento ao festival
gastronômico ... o foco sempre foi o festival só que ela cresceu demais e foi
colocados nomes muito grandes que nem suporta... o show do Jorge e Mateus nós
tivemos um problema sério e Luan Santana no ano anterior foi um inferno gigante,
então assim, Tinguá não tem estrutura pra receber um público desse tamanho. E aí a
gente vai resgatar, a gente tentou até começando a discutir a festa de 2017 sendo
que como a gente entrou num processo sem recursos, com folha de pagamento
atrasada e não tinha tempo hábil de buscar parceria para fazer a festa a gente
resolveu estar implementando essa festa a partir de 2018...

Daiane: Então ela voltaria a fazer parte do calendário cultural de Nova Iguaçu?

Cristina Venâncio: Ela nunca saiu, ela simplesmente não foi realizada, ela está ali no
calendário da cidade e inclusive do estado também só que a gente não conseguiu
complementar por questões financeiras, mas com certeza com ela voltando não vai
voltar com aquela característica e sim com essa nova que estou te falando, a gente
vai trabalhar a questão gastronômica, questão local. E aí no local que a gente faz a
festa do aipim, a gente tem aprovado a construção de um centro de convenções
inclusive estamos com dinheiro em conta só que o projeto foi apresentado... ele a
gente resolveu mexer no projeto então a caixa econômica, ministério está finalizando
o projeto pra gente poder iniciar e completar muito rápido com isso porque a gente
está no limite com o recurso no sentido de ter que concluir a execução dessa
primeira etapa da construção do centro de convenções.

Juliana: Então ali onde acontecia a esta vai ser o...

Cristina Venâncio: Isso, só que não vai ser naquele, então, aquele terreno do meio
aonde sempre aconteceu a festa o que que aconteceu a desapropriação do governo
anterior ela acabou não sendo quitada então automaticamente vem ... então aquele
terreno ali a gente não vai fazer no terreno final que já é da prefeitura houve a
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apropriação já tá toda legalizada aquele terreno onde foi feita de 2015... aquele
terreno hoje do meio está sedimentado e tudo e com escoamento de água a gente
não vai mexer porque é propriedade particular.

Anderson: É isso que eu ia perguntar, tem projetos de urbanização ali para aquela
área? Passeios, urbanização para Tinguá toda?

Cristina Venâncio: Sim, a gente tem um planejamento para 2018, para projetar multa
para a região de Tinguá, desenvolvimento ambiental, desenvolvimento que onde o
pessoal para o verão, saneamento ambiental, transporte, tudo isso, ordenamento do
ponto de ônibus na praça, muito confuso por causa do barulho que o ônibus faz na
praça. A ideia é tirar o ponto da praça colocar próximos daquelas ruas, por falta de
estética a questões de projetos para revitalizar o arco e a praça que já merece a
muito tempo.

Anderson: Já tem previsão de planejamento para 2018?

Cristina Venâncio: Porque dentro do nosso plano cada cidade a gente tem meta de
curto prazo, médio prazo e longo prazo, algumas são com metas para mais de 8 ano,
no caso do saneamento é de médio a longo prazo. Uma pretensão nossa enquanto o
município é municipalizar a RJ que é uma estrada estadual, a gente não pode mexer
nela, até hoje temos dois passeios de ciclismo por lá, terça à noite e quinta à noite
que temos que acompanhar até a última passagem. Então o que acontece tem
operação tapa buraco que a gente não está autorizado a fazer e a parte de
iluminação já somos nós que fazemos, quando acontece acidente quem paga o
acidente é o município, então nada mais justo que fazermos essa solicitação. E ai
também tem um estatuto para que ela seja transformada em uma estrada parque
futuramente.

Anderson: Essa questão de saneamento não deveria ser assim prioridade, deixar de
ser médio e longo para curtíssimo prazo?
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Cristina Venâncio: Deixa eu te falar uma coisa, curtíssimo prazo se a gente tivesse
recurso e tivesse projeto. A gente ainda vai elaborar projeto e buscar recurso é uma
ação de extrema urgência, mas se eu falar pra você ...

Anderson: Passa pela burocracia?

Cristina Venâncio: Sim, passa pela burocracia, porque aqui a gente quando faz um
projeto a gente tem interesse de fazer alguma coisa tem que buscar recursos, o
município não tem condições de fazer, executar a totalidade da obra, a gente entra
com uma contrapartida, geralmente o financiamento através de uma emenda
parlamentar, pode ser por uma iniciativa privada, só que nossa parte é 10% do valor
total da obra, entendeu? Porque é que tem que ter. Toda obra tem que ter
contrapartida.

Juliana: Dentro do contexto da baixada verde, como é que ta a situação do


município, está muito engajado?

Cristina Venâncio: Então, baixada verde a gente começou a se reunir em maio


naquele momento a questão do lixo na baixada fluminense e aí a gente tem reuniões
mensais, nós somos hoje um total de 10 municípios, os únicos municípios da
baixada que não estão na baixada verde são: Guapimirim, Itaguaí e Paracambi por
estarem em outras regiões mais próximas deles, os outros 10 estão próximos a
baixada verde e a questão da mudança do nome da região turística do plano do
ministério é que a gente dentro da região metropolitana temos 36.23% de área verde
no território da região metropolitana, um terço da baixada, então a secretaria do
estado do Rio junto com o ministério do turismo nos solicitou a mudança do nome
porque é mais atrativo, por exemplo: o município de Nova Iguaçu tem quase 67% de
áreas verdes, então tem mais apelo você adotar uma região turística com o nome de
baixada verde do que baixada fluminense e a gente está tocando, a gente está
discutindo o estatuto dessa região turística pra gente formalizar esse consorte
regional para poder estar apresentando a representação da procuradoria, câmara
para a gente formalizar como região turística como conselho da região turística.

Juliana: Mas estão integradas ao município?


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Cristina Venâncio: O único município que está com problemas é Belford Roxo, eu
vou te explicar porque: Belford Roxo o secretário de turismo que é José Walter que
voltou para a câmara dos vereadores e o Márcio que assumiu ele não saiu e a gente
não conseguiu conversar com ele ainda, mas a gente está sempre em contato
aguardando ele pedir um tempo até para mapeamento da nova pasta para a gente
voltar a se encontrar e a gente explicar para ele como estão andando as coisas na
baixada verde, para ele voltar a se integrar mas os 9 estão todos coesos.

Anderson: Foi realizado inventário turístico?

Cristina Venâncio: Pela RURAL, em 2012, esse inventário foi nos passado a gente
está fazendo toda a parte de atualização agora, já dentro dos formulários da Riotur,
são dados de 2012 a RURAL entregou para Seropédica e para Nova Iguaçu e os
outros municípios a gente está tentando a ir formalizar o acordo de cooperação para
poder também que eles façam para os outros municípios.

Juliana: Ah, então só Nova Iguaçu e Seropédica tem inventário?

Cristina Venâncio: Sim, o nosso já está no projeto de atualização.

Juliana: E com relação à legislação de zoneamento em área de turismo?

Cristina Venâncio: Deixa eu te falar, isso é uma lei de 2007/2009, nós temos duas
leis a 4034 Lei de Áreas Especiais e Interesses Turísticos de Fernandes Citi que hoje
é secretário porque antes era vereador. É uma lei que trata das questões de
legalização de propriedades que estão próximas as Apas ai tem todo um processo
para determinação dessas estruturas, ai você fala que as áreas de interesses são as
Apas, a gente inclusive vai fazer parte da legalização dos sítios de lazer com a
secretaria de economia e finanças. E a Lei 4220 que instituiu o conselho turismo.

Juliana: É, então com relação à legislação de regulamentação das atividades


turísticas vocês já tem alguma coisa?
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Cristina Venâncio: Não, porque a gente hoje pra você ter uma idéia é Nova Iguaçu
apesar de ter criado o conselho e ter instituído a própria pasta, o turismo nunca foi
uma secretária sempre num setor dentro de alguma secretaria, já foi do
desenvolvimento econômico, já foi da cultura, do esporte e hoje voltou, as
secretarias são quatro pastas que é meio ambiente, cultura, desenvolvimento
econômico e turismo, apesar de isto ter sido a muito tempo nunca foi trabalhado o
setor de turismo pelo governo municipal, nós sempre tivemos muitas atividades mas
não de governo, sempre de alguém, sempre de outras agências ou guias, nunca foi
uma política pública da cidade e hoje estamos tentando mudar isso para ficar, se não
daqui a 4 anos se nós passarmos vai voltar tudo ao 0, entendeu? Ai quem entrar se
não tiver interesse, por a gente está tendo interesse de fazer, mas se entrar pessoas
que não tenha interesse de fazer, nem o secretário queira fazer o turismo via ficar de
novo no espaço, entendeu? Então o que a gente quer é transformar essas ações de
políticas públicas para que sejam ações de governo na cidade.

Juliana: Como é que funciona a questão do FUMTUR e como é que é essa verba
seria utilizada na implementação do turismo?

Cristina Venâncio: Olha, só o conselho a mesma lei que criou o conselho só que o
fundo não foi implementado ele existe enquanto lei não está implementado não
existe atualização, mas dentro da lei diz quais são as receitas que pode vir para o
fundo e as despesas também, a gente está até mexendo na lei agora para dar uma
implementada no fundo para poder regularizar esse processo, é um processo muito
burocrático, mas a gente vai tentar botar para funcionar ai. Outra coisa que eu queria
falar com você, existe também um esforço nosso de maio para cá para a
revitalização do conselho, esse conselho tava parado a mais de anos começamos as
atividades com reuniões mensais, a gente pulou para mensal agora dia 14 é nossa
reunião pra ver como a gente trabalha o ano de 2018 para com o conselho.

10. ANEXO B

Segue nas próximas paginas o anexo B, que mostra a primeira parte do


trabalho com as orientações da Prof.ª. Andreia Macedo.

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