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ESTUDO DE CASO

Formato e Metodologia do
Planejamento Estratégico do
Munícipio de Mangaratiba

Estudo de Caso: Planejamento estratégico para o


desenvolvimento do turismo de forma sustentável e dentro
das orientações sugeridas pelo Ministério do Turismo para
promover o Programa de Regionalização do Turismo.
Estudo de caso

Estudo de caso
P L A N E J A M E N TO T U R Í S T I C O D E M A N G A R AT I B A

ESTUDO DE CASO

Introdução

Dentro de uma ótica mais generalista, um determinado município com potencial


turístico, pode ser o responsável pelo processo de desenvolvimento do turismo de
uma determinada região, por apresentar um diferencial sob os outros municípios
daquela localidade, ou seja, em termos práticos, um município poderá ser o agente
propulsor da região em que está inserido; outras vezes, o município pode apresentar
um diferencial sob as características da região e, desta forma, passar a ser de suma
importância para o desenvolvimento do turismo daquela região e, desta forma
contribuir para o processo de regionalização daquela localidade.

Sob outra ótica, cada município ocupará um determinado papel e juntos, poderão se
tornar uma região com alto grau de atratividade turística.

Um determinado município pode ser o responsável em “alavancar” o turismo de


toda uma região.

Os municípios e suas respectivas singularidades poderão promover o


desenvolvimento do turismo de toda uma região e, desta forma permitir o
desenvolvimento local, o aumento da cadeia produtiva, a melhor distribuição de
renda e emprego, promover oportunidades para todos, zelar pela sustentabilidade
da região, resgatar e preservar a cultura local, diminuir o êxodo, mantendo as
pessoas em sua região de origem e, desta forma também colaborando para a
diminuição do fluxo de aos grandes centros urbanos.

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Estudo de caso

Os municípios devem:

▪ Tomar conhecimento das regras de regionalização e se engajarem no processo


juntamente com os demais municípios que compõem a sua região;

▪ Promover a sensibilização da população reunindo representantes de todos os


segmentos da sociedade local;

▪ Elaborar um plano piloto através da gestão participativa onde todos os atores


envolvidos no processo possam atuar – enfoque participativo da comunidade-;

▪ Buscar recursos nas iniciativas públicas e privadas, conhecer as políticas


públicas de apoio e fomento ao turismo e também àquelas relacionadas a
infraestrutura.

O município com mais condição, quer por uma razão política ou por outra razão
qualquer, deve ser o agente disseminador e orientador da ideia para os seus vizinhos
regionais.

A singularidade da cada um, unidos ao processo de cooperação mútua entre todos


os envolvidos poderá resultar em um belo modelo de regionalização.

Pensar localmente e agir globalmente


são premissas que devem estar
presentes no processo de
DICA regionalização

A metodologia sugerida pelo Ministério do


Turismo evidencia e demonstra de forma
clara e objetiva, o passo a passo para o
desenvolvimento de projetos de turismo
que deve começar pela realização do
inventário turístico e do plano diretor de

IMPORTANTE turismo, juntamente com a criação do


fórum e do fundo municipal do turismo;
esses devem ser os primeiros passos para
a intervenção do poder público no
desenvolvimento do turismo.

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Estudo de caso

APRESENTAÇÃO DE ESTUDO DE CASO


Título
Plano de Desenvolvimento do Turismo no Município de Mangaratiba

Localização

Região Turística do Estado do Rio de Janeiro: Costa Verde, Município de


Mangaratiba. Situado ao sul do estado e tendo como municípios vizinhos, as cidades
de Angra dos Reis e Itaguaí.

Apresentação

O Trabalho aqui apresentado é de caráter real, proposto para uma realidade


específica onde não há nenhuma intervenção relacionada ao desenvolvimento da
atividade turística.

O trabalho foi desenvolvido levando em consideração a realidade do Município de


Mangaratiba e se trata de proposições originais, resultantes do exercício de
elaboração do trabalho de conclusão do Curso de Regionalização do Turismo -
Programa de Qualificação a Distância para o Desenvolvimento do Turismo.

O plano aqui apresentado não foi um projeto construído de forma participativa, mas
que o exercício realizado servirá de referência para se dar início ao planejamento
futuro do Município de Mangaratiba. As informações elencadas durante este trabalho
foram obtidas através de reuniões com a futura secretária de turismo do município
e respectivo corpo técnico do qual faço parte e que atuarei como diretora de
planejamento e projetos.

O plano apresentado neste trabalho tem por objetivo dar início ao processo de
desenvolvimento ordenado, planejado e sustentável do turismo no Município de
Mangaratiba.

A primeira ação proposta é a realização do inventário turístico do município onde


será possível identificar, dentre outras coisas, os Pontos Fortes e Fracos da
região; o diagnóstico permitirá estabelecer as prioridades a serem trabalhadas e
servirá de ponto de referência para a elaboração do Plano Diretor de Turismo que é
a segunda ação proposta neste trabalho.

Estas duas intervenções já irão beneficiar a população local já que se pretende


também realizar, concomitantemente, oficinas de conscientização sobre a
importância de desenvolvimento do turismo para a região e as possibilidades de
geração de emprego e renda através dos "arranjos produtivos" para o turismo;

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Estudo de caso

em seguida a estas ações, se planeja promover a capacitação profissional através de


parceria dom o sistema ”S”, gerando uma oferta de profissionais qualificados para
atenderem às atuais demandas do município que, atualmente, busca profissionais
em outras cidades.

As ações citadas anteriormente servirão de base para se promover o Programa de


Regionalização do Turismo que é a terceira ação proposta neste plano e que, sem
qualquer dúvida, será um marco na evolução do turismo no Município de
Mangaratiba.

Introdução
O Município de Mangaratiba está situado na região denominada de Costa Verde,
onde também fazem parte os Municípios, limítrofes, de Itaguaí (a leste), Angra dos
Reis ( a oeste) e Rio Claro (ao norte) e o Município de Parati localizado ao sul.

O Município está formado pelos Distritos de Muriqui, Itacuruçá, Praia Grande,


Conceição de Jacareí, Serra Piloto e Mangaratiba - sede.

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Estudo de caso

A Análise Situacional apresenta uma fragilidade: que é a falta de dados estatísticos


e de informações concretas que deem sustentação ao plano.

O plano tem como objetivo desenvolver o turismo no Município de Mangaratiba


conforme a metodologia de planejamento turístico sugerida pelo Ministério do
Turismo.

O turismo em Mangaratiba tem sido realizado de forma informal e apresenta sinais


claros de estagnação, já que desde a construção dos hotéis Porto Galo, Porto Belo,
não ocorreu qualquer outra iniciativa de investimentos em Turismo na região. Nos
dias atuais está voltado exclusivamente para os chamados "veranistas"[1] , pessoas
que têm casa na região e que costumam passar os finais de semana, feriados
prolongados, férias escolares, na localidade. Não há, portanto uma procura
significativa pela hotelaria local, exceto no período de grandes "picos" de demanda
que são os períodos de Ano Novo e Carnaval. No caso dos hotéis de luxo, a demanda
é um pouco maior, estendendo-se principalmente para o período de alta estação
que ocorre durante o período de verão.

O Município de Mangaratiba não desenvolveu seu plano diretor de turismo e nem


o seu inventário turístico. Os recursos culturais não são divulgados e não
possuem infraestrutura adequada para recepção de turistas. A cultura imaterial já
apresenta sinais de rico de descaracterização. Os recursos naturais que
correspondem a grande parte da oferta turística, também não apresentam qualquer
sinal de infraestrutura para utilização desses atrativos. A região apresenta uma
vocação bastante significativa para o desenvolvimento do ecoturismo e do
turismo de aventura, mas somente depois da execução do inventário turístico é
que será possível quantificar esse potencial e estabelecer um prognóstico para o
desenvolvimento sustentável desse segmento.

Atualmente, além do turismo de sol e praia que recebe turistas da cidade do Rio
de Janeiro e Baixada Fluminense em especial nos Distritos de Muriqui e Mangaratiba
- sede, o Distrito de Itacuruça , oferece o "schooner tour" [2] conhecido como
"Ilhas Tropicais" I, cujo público é, na sua grande maioria, oriundo do exterior ou
seja, abrange o segmento denominado de receptivo internacional [3], essa
demanda é considerada como visitante[4], já que permanecem apenas seis horas,
em média, na região. A demanda dos hotéis Porto Real Resort e Portobello é mista,
ou seja, recebe público do segmento receptivo nacional e internacional; esta
demanda não consome serviços turísticos na região de Mangaratiba, ela é
direcionada para o Município de Angra dos Reis. A demanda do Club Med também é
mista, receptivo nacional e internacional, na sua maioria oriundos de países da
América do Sul.

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Estudo de caso

Com relação a capacitação técnica desses serviços, podemos identificar que os


empregados que atendem ao Tour - Ilhas Tropicais são bastante despreparados para
o serviço que prestam, além de terem uma aparência inadequada, por absoluta
falta de programas de capacitação profissional; outro problema é a falta e
empregados que falem outros idiomas para o atendimento ao público estrangeiro.
Já nos hotéis citados anteriormente, os funcionários são melhor preparados, mas
são, na sua grande maioria, oriundos de outras cidades, em especial, da cidade do
Rio de Janeiro, fato que compromete a circulação adequada de emprego e renda e
o incremento da cadeia produtiva do turismo em benefício da região.

[1] Turismo Familiar: Segundo o Profº Dr.Mário Beni significa: "o fluxo de turistas
destinados a hospedagem familiar"

[2] Para ser considerado Turista, o indivíduo terá que permanecer por um tempo
mínimo de vinte e quatro horas com pernoite (Análise Estrutural do Turismo - Mário
Beni)

Justificativa do Plano estratégico

Um pouco da história de Mangaratiba.

A ocupação das terras hoje compreendida pelo Município de Mangaratiba teve


origem ainda no século XVI, por ocasião das desapropriações das Capitanias
Hereditárias.

O início do povoamento de forma mais sistemática aconteceu anos mais tarde, por
volta de 1620, quando Martim de Sá novo donatário, mandou trazer índios
Tupiniquins já colonizados de Porto Seguro e estabeleceu, sob a tutela dos Jesuítas,
aldeamentos, primeiro na Ilha de Marambaia e, depois, no continente na praia da
Ingaíba.

Mangaratiba só conquistou sua independência administrativa em 11 novembro de


1831 quando foi elevada a categoria de Vila com a denominação de Nossa Senhora
da Guia de Mangaratiba. Até esta data Mangaratiba pertencia ao Município de
Itaguaí ao qual estava subordinada desde 05 de junho de 1818, quando foi criado o
Município.

O Município foi palco de grande desenvolvimento econômico no decorrer de sua


história, mas sofreu com a decadência que foi tão grande que o Município de
Mangaratiba foi extinto em 08 de maio de 1892, apesar de ter sido restabelecido
alguns meses mais tarde, em 17 de dezembro do mesmo ano.
Por sua localização privilegiada, e por suas belezas naturais, Mangaratiba é o portão
de entrada da região da Costa Verde.

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Estudo de caso

A construção da rodovia Rio - Santos, parte da BR - 101, nos anos setenta, trouxe
uma nova fase para o Município, com uma grande valorização do solo urbano, bem
como um incremento da construção de residências de fins de semana e férias. A
nova estrada trouxe ainda diversas atividades ligadas ao turismo um processo de
ocupação de áreas até então inacessíveis e desertas e a implantação de grandes
empreendimentos como o Hotel Portobello, o Club Mediterranée e o Porto Real
Resort, ajudaram a consolidar o turismo na região.

A atividade turística ainda é bastante acanhada no Município de Mangaratiba apesar


da diversidade de opções e do enorme potencial que a região apresenta. É mister
que seja dada uma atenção especial ao desenvolvimento do turismo dentro dos
padrões e sustentabilidade e de inserção social. Com base nesta premissa e por
estar assumindo no próximo ano, a diretoria de planejamento e projeto da
Secretaria de Turismo, proponho este plano estratégico.

A proposta é transformar o município de Mangaratiba em um cluster turístico com


opções de um turismo cultural e ambiental, além do destino simplesmente de sol e
praia. Promover o resgate do patrimônio cultural, assim como das manifestações da
cultura material e imaterial, atualmente bastante esquecida e em processo de
descaracterização e, transformá-las em atrações turísticas tendo como base a
sustentabilidade destes recursos.

Pretendemos atingir, em um primeiro momento, o público da Cidade do Rio de


Janeiro que hoje está maciçamente direcionado para a Região da Costa do Sol, e a
posteriori atrair o público do segmento receptivo internacional que, atualmente
está direcionado apenas para os três hotéis de luxo da região, o Hotel Portobello, o
Club Mediterranée e o Porto Real Resort; além do público que vem fazer o tour -
Ilhas Tropicais - no Distrito de Itacuruça, esse último caracterizado com "visitante"
já que não pernoita na região, passando apenas seis horas na localidade.

Pretende-se também estabelecer uma parceria com os municípios vizinhos que


compõem a Costa Verde e se criar um corredor turístico na região, ação que
beneficiará a todos os atores envolvidos.

Este processo de desenvolvimento turístico que será desenvolvido dentro das


premissas do enfoque participativo da sociedade deverá fomentar a cadeia
produtiva do turismo, criando novos empregos, aumentando a renda, diminuindo o
êxodo e, consequentemente promovendo a melhoria da qualidade de vida da
população local.

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Estudo de caso

Os itens abaixo indicam alguns pontos que devem ser observados e considerados no
Plano Estratégico da região.

▪ Mangaratiba - Destino apenas de Sol e Praia;

▪ Região com potencial bastante significativo no segmento de Turismo de


Natureza (Turismo Ecológico, Ecoturismo) e Turismo de Aventura - Não
desenvolvidos;

▪ Ausência de projetos de planejamento turístico ordenado;

▪ Turismo caracterizado pela informalidade;

▪ Os equipamentos turísticos (restaurantes, casa de show, bares e


entretenimento em geral) além de escassos, não são atraentes às classes
sociais mais favorecidas; a maior incidência de frequência é das classes "C e "D"
(os hóspedes dos hotéis de luxo, não consomem nada no município);

▪ As políticas públicas não são desenvolvidas de forma a atrair o investidor para a


região;

A distribuição de renda não é igualitária já que os funcionários dos hotéis de luxo


são, na sua maioria, oriundos da cidade do Rio de Janeiro. A população local não
se beneficia do lucro originado pela atividade turística

Análise Situacional

O Município de Mangaratiba não apresenta qualquer projeto relacionado ao


desenvolvimento da atividade turística. O turismo tem sido desenvolvido de forma
informal e desordenado. Há uma ausência total de dados e informações e, por
conseguinte não foi possível preencher a Matriz de Análise Situacional e obter as
informações necessárias para realizar este Plano Estratégico com maior
profundidade. De qualquer forma, a inexistência de projetos nos remete ao primeiro
passo que deve ser dado para se iniciar qualquer iniciativa para desenvolver o
turismo e que estão apresentadas ao longo deste trabalho.

O município possui um manancial considerável de recursos naturais, contudo


nenhum deles pode ser considerado uma Atração Turística por não terem
infraestrutura básica e de acesso; os recursos culturais também são significativos
mas muito mal divulgados, e também sem infraestrutura para receber turistas; o
mesmo ocorre com os eventos realizados na cidade; as empresas de hospedagem
estão divididas entre os três hotéis de luxo da região, o Hotel Portobello, o Club
Mediterranée e o Porto Real Resort, as demais opões de hospedagem são as
Pousadas mas não se tem a informação sobre o nº total de leitos e também se

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Estudo de caso

as mesmas são devidamente registradas; não se tem informações sobre o nº de


turistas nacionais e estrangeiros que se hospedam ou que visitam o Distrito de
Itacuruça no tour - Ilhas Tropicais.

Podemos considerar como um dos maiores obstáculos para o desenvolvimento do


turismo em Mangaratiba, a falta de conhecimento da população sobre a importância
de desenvolver o turismo para uma região e que o turismo, quando bem elaborado,
gera emprego e renda; outro fator é a falta de políticas públicas direcionadas direta
e indiretamente à atividade turística e a alocação de recursos para o
desenvolvimento do processo.

Abaixo a lista das ações que devem ser desenvolvidas :

▪ Primeiro Ação: Elaboração de um Plano estratégico (este trabalho será


apresentado na ocasião de minha posse no cargo de Diretora de Planejamento e
Projetos;

▪ Segunda Ação: Realização do Inventário Turístico;

▪ Terceira Ação: Análise dos dados coletados através do Inventário - O Diagnóstico


e a elaboração do Prognóstico;

▪ Quarta Ação: Composição do Plano Diretor de Turismo;

▪ Quinta Ação: Iniciar o processo de Regionalização do Turismo


Prognóstico

A iniciativa do atual Prefeito, reeleito, em criar em Janeiro de 2009, a Fundação


Mangaratiba de Turismo que dentre outras coisas, funcionará como uma agência
pública de fomento para o desenvolvimento sustentável da atividade turística,
contando em seu quadro funcional com profissionais alto nível profissional e com
vasta experiência na área de turismo. Que irá promover as mudanças necessárias
para redirecionar o turismo na região, instituindo o processo de Regionalização do
Turismo com o enfoque participativo da população local, a mobilização da sociedade
civil, a formação de redes e a implementação da instância de governança.

Objetivo Geral

Elaborar o Planejamento Estratégico para o Desenvolvimento do Turismo em


Mangaratiba

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Estudo de caso

Objetivos Específicos
Nº. Objetivo Específico
1. Realizar o Inventário Turístico, elaborando o Diagnóstico e o Prognóstico;
2. Elaborar o Plano Diretor de Turismo
3. Instituir o Programa de Regionalização do Turismo

Metas Gerais
Nº. Objetivo Específico Meta Geral
1 Realizar o Inventário 1.1 - Identificar a realidade dos recursos naturais e
Turístico, elaborando o culturais de Mangaratiba e seus distritos e transformá-
Diagnóstico e o los em Atrações Turísticas no período entre três e 18
Prognóstico; meses
2 Elaborar o Plano Diretor 2.1 - Resgatar o funcionamento do \\\"Trem do
de Turismo Macaquinho\\\" para utilização como trem turístico
cultural em 12 meses
3 Instituir o Programa de 3.1 - Sensibilizar e Mobilizar a população local para a
Regionalização do importância do desenvolvimento do turismo na região
Turismo nos primeiros meses de instituição do Programa de
Regionalização

3.2 - Mobilizar os diferentes segmentos da sociedade


civil, do setor público e iniciativa privada
(empreendedores) para a criação da Instância de
Governança; esta meta deverá ser desenvolvida
imediatamente após ao processo de Sensibilização e
Mobilização

3.3 - Profissionalizar os atores locais para serem


inseridos no mercado de trabalho do segmento
turístico até Dezembro de 2009

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Estudo de caso

Linhas de Ação
1. Realizar o Inventário Turístico, elaborando o Diagnóstico e o Prognóstico;
1.1 Viabilizar através de recursos da Prefeitura e da secretaria de Turismo, a
infraestrutura necessária para o funcionamento dos pontos turísticos e permitir que
os recursos naturais e culturais da cidade possam se tornar Atrações Turísticas com a
devida infraestrutura para a recepção de turistas nacionais e estrangeiros

2. Elaborar o Plano Diretor de Turismo


2.1 Captação de Recursos da empresa MRS e da Cia. Vale do Rio Doce, responsáveis
respectivamente pelo transporte e extração de minério de ferro da região
2.2 Propor a criação de um \"Corredor Turístico\" em conjunto com os demais municípios
da Região da Costa Verde, RJ.

3. Instituir o Programa de Regionalização do Turismo


3.1 Organizar oficinas de interação para promover a sensibilização e a mobilização dos
atores locais e o incentivo a formação de redes
3.2 Promover reuniões regulares objetivando a criação da Instância de Governança

3.3 Oferecer cursos de capacitação profissional através do Projeto:

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Estudo de caso

Impactos Positivos Previstos


Impactos Socioculturais
1. Resgate, valorização e preservação do Patrimônio Histórico e da Cultura
2. Orgulho étnico
3. Valorização da Herança Cultural
4. O uso da cultura como atração turística

Impactos Econômicos
5. Aumento da cadeia produtiva da região
6. Modificação Positiva da Estrutura Econômica Regional
7. Incremento da renda dos habitantes

Impactos Ambientais
8. Promove-se a descoberta e a acessibilidade de certos aspectos naturais em regiões
antes não valorizadas ou desconhecidas por meio de programas de Turismo Ecológico
9. Os empreendedores Turísticos passam a investir nas medidas preservacionistas a fim
de manter a qualidade e a consequente atratividade dos recursos naturais
10. Sensibilização e Conscientização para a preservação do patrimônio natural e dos
espaços públicos

Impactos Político-institucionais
11. Melhores Oportunidades para se estabelecer o \"Arranjo Produtivo do Turismo\"

12. Mudanças na Estrutura Econômica e Papéis Sociais

13. Desenvolvimento da infraestrutura

14. O Turismo como agente de preservação dos recursos naturais e culturais

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Estudo de caso

Impactos Negativos Previstos


Impactos Socioculturais
1. Perda ou diminuição de acesso às atividades de recreio, lazer e cultura
2. A influência negativa do chamado: - efeito demonstração e a arrogância cultural
3. Mudança nas atividades tradicionais; vulgarização das manifestações tradicionais

Impactos Econômicos
4. A dependência excessiva do turismo poderá levar ao colapso econômico quando, por
diversos motivos, o número de turistas diminui
5. A sazonalidade da demanda turística, que se caracteriza pela concentração de
turistas em certas localidades em determinadas épocas do ano e por sua ausência
quase total em outras, poderá provocar transtornos e efeitos econômicos negativos
consideráveis nas localidades receptoras. A sazonalidade compromete a instabilidade
de empregos na região
6. A inflação e o aumento de preços dos produtos comercializados nos núcleos
receptores, bem como pela valorização excessiva do preço de imóveis ou de aluguéis

Impactos Ambientais
7. A concentração de Turistas no tempo e no espaço congestionando as praias e outros
locais
8. A concentração de Turistas no tempo e no espaço congestionando as praias e outros
locais
9. Problemas de erosão ocasionados por grande concentração de turistas em ambientes
naturais

Impactos Político-institucionais
10. Aumento excessivo de usuários, impondo uma sobrecarga aos serviços de
infraestrutura de entretenimento e possíveis danos ao meio ambiente
11. A possibilidade do aumento de doenças, da criminalidade, do uso de drogas e da
prostituição

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Estudo de caso

Cronograma
Período em meses
Atividade
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 +20

Inventário Turístico:
Diagnóstico e
Prognóstico

Plano Diretor

Recuperação do
Trem do Macaquinho -
Trem Turístico Cultural

Programa de
Regionalização do
Turismo

Considerações finais

O processo apresentado acima nos dá uma ideia clara da importância do


planejamento turístico nos municípios e permite desde o início identificar o
prognóstico da região.

Neste estudo apresentado podemos concluir os maiores obstáculos a serem


enfrentados e as possíveis soluções através do prognóstico com a intervenção da
gestão pública.

O gestor do município em questão assumiu a tarefa de desenvolver o turismo em seu


município onde a intervenção relacionada ao desenvolvimento da atividade turística
era praticamente nenhuma.

O plano por ele apresentado não foi um projeto construído participativamente, mas
que o exercício realizado servirá de referência para se dar início ao planejamento
futuro do Município Alfa.

As informações elencadas durante este trabalho foram obtidas através de reuniões


com os membros da secretaria de turismo e também através de pesquisa de
gabinete.

O Objetivo principal do gestor foi dar início ao processo de desenvolvimento


ordenado, planejado e sustentável do turismo no Município Alfa.

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Estudo de caso

A primeira ação proposta foi a realização do inventário turístico do município onde


foi possível identificar, dentre outras coisas, os Pontos Fortes e Fracos da região; o
diagnóstico permitirá estabelecer as prioridades a serem trabalhadas e servirá de
ponto de referência para a elaboração do Plano Diretor de Turismo que é a segunda
ação proposta neste trabalho. Estas duas intervenções já iriam beneficiar a
população local já que se pretende também realizar, concomitantemente, oficinas
de conscientização sobre a importância de desenvolvimento do turismo para a
região e as possibilidades de geração de emprego e renda através dos "arranjos
produtivos" para o turismo; em seguida a estas ações, se planeja promover a
capacitação profissional voltada para a população local. Gerando uma oferta de
profissionais qualificados para atenderem às atuais demandas do município que, na
atualidade, busca profissionais em outras cidades.

Este processo de desenvolvimento turístico que será desenvolvido dentro das


premissas do enfoque participativo da sociedade deverá fomentar a cadeia
produtiva do turismo, criando novos empregos, aumentando a renda, diminuindo o
êxodo e, consequentemente promovendo a melhoria da qualidade de vida da
população local.

O gestor começou por identificar alguns dados importantes para iniciar o trabalho,
apresentados no quadro 1.

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Estudo de caso

▪ O município possui um manancial considerável de recursos naturais, contudo


nenhum deles pode ser considerado uma Atração Turística por não terem nem
infraestrutura básica e nem de acesso;

▪ Região com potencial bastante significativo no segmento de Turismo de Natureza


(Turismo Ecológico, Ecoturismo) e Turismo de Aventura - Não desenvolvidos

▪ Os recursos culturais também são significativos mas muito mal divulgados, e


também sem infraestrutura para receber turistas;

▪ O mesmo ocorre com os eventos realizados na cidade;

▪ Município - Destino apenas de Sol e Praia;

▪ Ausência de projetos de planejamento turístico ordenado;

▪ Turismo caracterizado pela informalidade;

▪ As empresas de hospedagem estão divididas entre os hotéis de luxo da região, as


demais opões de hospedagem são as chamadas Pousadas, mas não se tem a
informação sobre o nº total de leitos e também se as mesmas
são devidamente registradas;

▪ Não se tem informações sobre o nº de turistas nacionais e estrangeiros que se


hospedam ou que visitam os distritos do município em questão;

▪ Falta de qualificação profissional e a consequente exclusão da comunidade local


nos rendimentos econômicos do turismo ficando com os subempregos da cadeia
produtiva;

▪ A distribuição de renda não é igualitária já que os funcionários qualificados dos


hotéis de luxo são, na sua maioria, oriundos da cidade do Rio de Janeiro e São
Paulo

▪ A população local não se beneficia do lucro originado pela atividade turística

▪ Os equipamentos turísticos (restaurantes, casa de show, bares e entretenimento


em geral) além de escassos, não são atraentes às classes sociais mais
favorecidas; a maior incidência de frequência é das classes "C e "D" (os hóspedes
dos hotéis de luxo, não consomem nada no município);

▪ As políticas públicas não são desenvolvidas de forma a atrair o investidor para a


região;

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Estudo de caso

Quadro 1 – Maiores Obstáculos

O Prognóstico - Sem Intervenção:

Se não houver uma mobilização que, inicialmente deverá partir do poder público, no
sentido de direcionar as ações para o desenvolvimento do turismo, o município
corre vários riscos:

O município já apresenta uma perda dos elementos da cultura local muito bem
identificados na descaracterização do artesanato;

O risco iminente de se tornar uma cidade "dormitório" (este fato se deve ao


crescimento de um município vizinho, em função do funcionamento de um porto);

Crescimento desordenado, principalmente aquele relacionado a construção civil que


poderá atingir áreas naturais e, que através do ordenamento que o turismo poderá
promover (de forma sustentável), conter estas ações, redirecionando este
crescimento para o local adequado.

O Prognóstico - Com Intervenção:

Vai depender exclusivamente do processo de políticas públicas que forem


implementadas no município.

A implementação do planejamento estratégico apresentado no projeto acima é de


suma importância para modificar o cenário do município, atualmente sem qualquer
projeção e, transformá-lo em um dos melhores polos turísticos do Estado do Rio de
Janeiro.

É fundamental a premissa da criação de uma fundação e / ou secretaria


especializada que deverá funcionar como uma agência pública de fomento para o
desenvolvimento sustentável da atividade turística, contando em seu quadro
funcional com profissionais alto nível profissional e com vasta experiência na área
de turismo que irá promover as mudanças necessárias para redirecionar o turismo na
região, instituindo o processo de Regionalização do Turismo com o enfoque
participativo da população local, a mobilização da sociedade civil, a formação de
redes e a implementação da instância de governança.

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Estudo de caso

 GLOSSÁRIO

VERANISTAS [1]: Pessoas que têm casa na região e que costumam passar os finais
de semana, feriados prolongados, férias escolares, na localidade e, portanto, não
utilizam as empresas hoteleiras local.

SCHOONER TOUR [2]: PASSEIO DE UM TIPO DE BARCO DENOMINADO ESCUNA.

RECEPTIVO INTERNACIONAL[3]: Fluxo de turistas oriundos de outros países


(turista estrangeiro) visitando a localidade.

Visitante[4]: São pessoas que se deslocam do seu local de residência permanente


para realizar viagens curtas por diferentes motivações, tais como participar de
uma palestra, visitar familiares ou amigos, visitar um ponto turístico, fazer
compras e, que permanecem por um pequeno período de tempo e não pernoitem
na localidade visitada.

 BIBLIOGRAFIA

BENI, Mário Carlos. Análise Estrutural do Turismo. 6. ed. São Paulo: Senac, 2001. 516
p.

Citação com autor incluído no texto: Beni (2001)

BENI, C. Mário - Política e Planejamento de Turismo no Brasil. São Paulo:Aleph,2006

BISSOLI,A.M.Maria Ãngela - Planejamento Turístico Municipal com Suporte em


Sistemas de Informação. São Paulo:Futura, 2000

BRAGA, C. Debora - Planejamento Turístico. Rio de Janeiro:Elsevier, 2007

CORIOLANO,M.T.N.Luzia /VASCONCELOS P. Fábio - O Turismo e a Relação Sociedade-


Natureza:realidades,conflitos e resistências.Fortaleza:UECE, 2007

MAGALHÃES, F. Cláudia - Diretrizes para o Turismo Sustentável em Municípios. São


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PETROCCHI, Mário - Gestão de Polos Turísticos. São Paulo: Futura, 2000

OMT - Introdução ao Turismo. São Paulo: Roca, 2001

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Estudo de caso

Ministério do Turismo - Plano Nacional de Turismo :Uma Viagem de Inclusão.


Brasília: MTur,2007

-------------------------- - Regionalização do Turismo: Roteiros do Brasil. Brasília:


MTur,2008

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