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MA R I A L E TÍCIA B A R R O S P E D R O S O NA SC I M E N T O
O R G A N I Z A D O R A S
C A P E S E D IT O R E S
....................................................................................................................................................................
Coordenação: Prof. Dr. Dinael Marin
Produção: ZEROCRIATIVA - Capa a partir do painel "Diversidade Cultural" de Lucas Junqueira Marin
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Impressão: Gráfica Viena
E25
Educação e diversidade cultural: desafios para os estudos da infância e da formação docente /
Marcia Aparecida Gobbi, Maria Letícia Barros Pedroso Nascimento, organizadoras. -
Araraquara,SP: Junqueira&Marin, 2012.
264p. : 21 cm
Inclui bibliografia
ISBN 978-85-8203-000-4
1. Educação - Brasil. 2. Igualdade na educação - Brasil. 3. Professores - Formação. 4. Prática de ensino.
5. Educação de crianças 6. Educação - Aspectos sociais. 7. Educação inclusiva - Brasil. 8. Integração
social. 9. Pluralismo cultural. I. Gobbi, Marcia Aparecida. II. Nascimento, Maria Letícia B.P. (Maria Letícia
Barros Pedroso).
12-3582. CDD: 370.981
CDU:37(81)
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pelos Autores.
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Proibida a reprodução total ou parcial desta edição, por qualquer meio ou forma, em língua portuguesa
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Impresso no Brasil
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Printed in Brazil
DIREITOS RESERVADOS:
JUNQUEIRA&MARIN EDITORES
J.M. Editora e Comercial Ltda.
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CEP 14802-205 Araraquara - SP
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1ª reimpressão - 2014.
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Sumário
Prefácio....................................................................................................................................7
Anete Abramovicz
Apresentação......................................................................................................................10
Marcia Aparecida Gobbi
Maria Letícia Barros Pedroso Nascimento
I – Infância
Sobre os Autores............................................................................................................261
PREFÁCIO
Anete Abramowicz
Ítalo Calvino
Já que questões como essas são boas para pensar, como diria
Levi-Strauss, mas talvez bastante difíceis de serem solucionadas, a
câmera se distancia e nos mostra uma turma de meninos e meninas
diante de uma chaminé, sol forte sobre as cabeças erguidas e olhos
prostrados.
Autor: Michel
Referências
Configurando a trama:
aspectos metodológicos e contextuais da pesquisa
Nessesentido,trabalhamosparalelamentecomtextoscientíficos
e fragmentos dos relatos das práticas observadas na instituição.
As discussões giraram em torno de temas importantes relativos ao
multiculturalismo crítico e aos Estudos Culturais: concepções de
cultura; escola e cultura; identidade; cultura e identidade; currículo;
Educação Física na Educação Básica; currículo multicultural; e
tematização das práticas corporais. Com base na literatura discutida, as
professoras-colaboradoras passaram a questionar algumas práticas da
escola como, por exemplo, o estabelecimento de padrões mínimos por
série. Em muitos momentos as professoras-colaboradoras entraram
em conflito ao observar com maior criticidade suas práticas educativas
e as representações que estavam colocando em circulação.
Referências
9 Agency foi traduzido como agência pelos sociólogos portugueses, que utilizam essa
versão nas traduções e nos próprios textos, quando se referem à ação social, coletiva, entre
as crianças.
Ferreira(2002)realizouumapesquisacomcriançasdeumjardimde
infância português, que acompanhou por nove meses, na qual apresenta
normaseregrassociaisconstruídas,apartirdosmundossociaisadultos,nas
relações queas crianças dequatro anos estabelecem no grupo.No estudo,
destaca que não há uma forma única e abstrata de agência, mas que as
crianças assumem diversos papéis sociais, que as revelam como “actores
sociais multifacetados, quer na ocupação, manutenção ou subversão de
determinadas posições sociais, quer na mobilização de diferentes modos
de acção quando lidam com os constrangimentos com que se deparam
ou exploram as suas possibilidades” (p.387, grifo no original). Do ponto
de vista das regularidades da experiência social das crianças no cotidiano
das culturas de pares, destaca a reprodução interpretativa do mundo
adulto, os processos de negociação, as estratégias de afirmação de poder,
dentre outras. O estudo evidencia a capacidade de produção simbólica e
a constituição das representações e crenças em sistemas organizados, ou
seja, em culturas (SARMENTO, 1997).
15 Uma breve busca no Banco de Teses da CAPES, entre os anos de 2005 e 2009, a partir
das palavras “interações e brincadeiras educação infantil”, revela 55 trabalhos, dentre
os quais 11 teses. Ainda que se excluam uma sobre adolescentes e outra sobre pesquisa
realizada no ensino fundamental, o número parece significativo.
Damesmamaneira,constata-seodesenvolvimentodeexperiências
brasileiras18, sistematizadas, ainda pouco divulgadas, que reconhecem a
criança“emsuaagência,capaz detrazerinformações,valores,sentimentos
para compartilhá-los com as outras crianças e com os adultos, por meio
de relações sociais interdependentes” (NASCIMENTO, 2010, p.167). A
possível e desejável ampliação de publicações dessa natureza contribuiria
para a disseminação da concepção positiva da infância.
18 Ver MELLO, A. M. et al. O dia a dia das creches e pré-escolas: crônicas brasileiras. Porto
Alegre, Artmed, 2010, que traz um pouco do trabalho realizado nas creches da USP.
Referências
Poressarazão,osprocessosdecomplementaridade,contradição
e conflito inerentes ao espaço escolar acabam por originar movimentos
sociais de pressão por direitos incidentes sobre diversos grupos sociais
e instituições. É nesse contexto que, a título de exemplo, algumas
particularidades da luta negra, da luta indígena, da luta dos sem-terra e
outros grupos poreducação devem serconsiderados.Dizerque a escola
é um dos espaços sociais incumbidos da reprodução de ideologias não
exclui a sua existência enquanto espaço de resistência e reelaboração
de conhecimentos e valores instituídos socialmente. Evidencia-se
19 LDB – Leis de Diretrizes de Base – faz parte da Constituição Federal Brasileira de l988,
através da Lei nº. 9394 e estabelece as diretrizes e as bases da Educação Nacional, tendo
sido promulgada em 20/12/96. Os PCNs - Parâmetros Curriculares Nacionais - consolidados
na lei em 15/10/97 definem o que deve constar no currículo escolar e, assim, orientar o
trabalho do professor-educador. Segundo Betty Mindlin, os PCNs impulsionam o sistema
educacional brasileiro entre outras coisas porque trazem consigo a questão da pluralidade
cultural como tema transversal a ser incorporado por todas as disciplinas do ensino.
MINDLIN, Betty. A verdadeira descoberta. In: Pátio, ano 2, nº 6. Agos/out. - l998. p. 12 a 16
23 Ver BAKKE, Rachel R. Baptista. Na escola com os orixás: o ensino das religiões afro
brasileiras na aplicação da Lei 10639. Tese de Doutorado. Programa de Pós Graduação em
Antropologia Social, FFLCH/USP, 2011
25 Relato feito na apresentação da Profa. Ana Carla dos Santos Bruno na MR – 13, no 9º
Encontro de Antropólogos do Norte e do Nordeste – IXABANNE – Manaus, 2005.
26 O conceito de tolerância exige uma reflexão crítica que desvende a natureza do tolerar.
Quem tolera quem? Para quê e por quê?
Considerações Finais
Referências
BAKKE, Rachel R. Baptista. Na escola com os orixás: o ensino das religiões afro
brasileiras na aplicação da Lei 10639. Tese de Doutorado. Programa de Pós
Graduação em Antropologia Social, FFLCH/USP, 2011.
28 Esta parte da pesquisa foi realizada durante o estágio de doutorando em Lisboa, Portugal,
na universidade nova de Lisboa, sob a orientação do professor Diogo Pires Aurélio. Na
busca por compreender outros discursos e debates que não faziam parte dos documentos
oficiais aprovados pela UNESCO, foram analisados a Conferência sobre tolerância na América
Referências
AURÉLIO, Diogo Pires. Um fio de nada: ensaio sobre a tolerância. São Paulo:
Editora WMF Martins Fontes, 2010.
DECLARAÇÃO de Direitos do Homem e do Cidadão de 1789. In BRANDÃO,
Adelino (org). Os Direitos Humanos: antologia de textos históricos. São
Paulo: Landy, 2001.
DELORS, Jacques. Educação um Tesouro a descobrir. Relatório para a Unesco
da Comissão Internacional sobre a educação para o século XXI. 6 ed.
Tradução de José Carlos Eufrázio. São Paulo: Cortez, 2001.
MARCUSE, Hebert. Tolerância repressiva. In Critica da tolerância pura.
Tradução de Ruy Jungmann. Rio de Janeiro: Zahar, 1970.
UNESCO. Declaração sobre os princípios da tolerância. Disponível em
Acessado em agosto de 2008.
http://unesdoc.unesco.org/images/0013/001315/131524porb.pdf.
34 Vale a pena lembrar que, no auge do sistema de seringais, houve várias crises de
abastecimento de produtos agrícolas. Com a decadência dos seringais, o caboclo aos
poucos volta a cultivar a agricultura e a diversificar o extrativismo vegetal e animal.
35 É longa a lista daqueles que divergem dessa abordagem: uns associando o caboclo
apenas ao campesinato amazônico; outros questionando o próprio conceito em função de
tantas outras possibilidades (ribeirinho, pequeno produtor, interiorano, pescador, coletor,
agricultor de corte e queima, shifting cufivafion, etc.). De minha parte, afirmo que nunca
encontrei uma dessas categorias (desde que ele tenha um pedaço de terra) que não fosse,
ao mesmo tempo, todas as outras, dependendo da época do ano. Por outro lado, o agro
extrativista é apenas um tipo de caboclo entre os demais, como ainda há de se reafirmar
aqui.
36 Notadamente, não se trabalhará aqui a segunda fase, pelo simples fato de que, esse
processo ocorre no Acre, no Pará e no Amazonas, mas não em Rondônia. Aqui, a intensa
migração sulista avança pelos últimos redutos caboclos do Estado.
37 Pelo intenso comércio, no qual é a base do aviamento, pela intensa comunicação via
rádio ou regatão e pelas relações familiares.
41 Ianni (1988, p. 140), a esse respeito, mantém uma posição contrária a de Martins, ao
afirmar que no campo “atendência predominante é a proletarização”, sobre o processo de
proletarização (transformação da força de trabalho em mercadoria).
47 Grande parte dos colonos paranaenses, que emigraram para Rondônia, é descendente
de mineiros, capixabas e baianos, cujos pais emigraram nas décadas de 50 e 60 para o
Paraná. Participaram da abertura da fronteira Oeste desse Estado, mas não conseguiram
manter-se na terra e é na condição de expropriados que emigram novamente. Suporte
mais detalhado sobre as correntes migratórias e as condições de expropriação consultar
Martins (1982, p. 82-82), Becker (1990, p. 149), Silva (1975, p. 20), BRASIL (1976, p. 72-73).
49 Esse processo confirmado nas entrevistas de campo por Maciel (2004, p. 122), por
Sydenstricker (1990, p. 29-33), ao descrever a seleção para o Projeto Machadinho e por
Miranda (1987, p. 15-26).
Referências
Daniele P. Kowalewski
orientação da Profª Helena C. Chamlian (2010), para o encontro anual da IALEI (The
International Alliance of Leading Education Institutes), que em 2010 teve como questão “A
Educação Multicultural”. Com o propósito de produzir um “estado da arte” sobre esse tema
no Brasil, fizemos, dentre várias outras pesquisas, um levantamento e análise inéditos
sobre as investigações de pós-graduação stricto-sensudos temas “multiculturalismo
e diversidade cultural” na área da educação entre os anos de 1997 e 2009. Esse tema
também é meu objeto de estudo em minhas pesquisas de pós-gradução, no mestrado
(KOWALEWSKI, 2010) e no doutorado, sob orientação da Profª Drª Flávia Schilling. Dado o
exposto, ressalto que este texto tem o propósito somente de socializar alguns resultados
que acredito relevantes para o atual debate sobre o tema.
1998 Nacionais
Curriculares
Diretrizes Propõe uma “estética da sensibilidade” de valorização e respeito a
diferentes culturas.
2001 Mundial
Conferência
Combate de
ao Brasil assina compromisso – novas ações são pensadas para combater
o racismo -
Racismo,
Discriminação
Racial, Xenofobia
e Intolerância
Correlata
2003 Decreto
Negra)
Consciência
Lei 10.639(Dia da Acréscimo à LDB: obrigatoriedade do ensino de História da África
Notas Metodológicas:
1997 01 01 02
1998 01 00 01
1999 01 01 02
2000 06 05 11
2001 05 03 08
2002 07 03 10
2003 13 02 15
2004 19 02 21
2005 12 03 15
2006 10 04 14
2007 14 04 18
2008 19 01 20
2009 22 06 28
Total geral 130 35 165
educação
70
60
50
40
30
20
10
0
CUR FP LD LP CE EI EP EJA ED
Educação 63 51 7 1 19 6 20 6 2
CUR: Currículo
FP: Formação de Professores
LD: Livro Didático
LP: Língua Portuguesa
CE: Cotidiano Escolar
EI: Ensino Infantil
EP:Escola Pública
EJA: Educação de Jovens e Adultos
ED: Ensino à distância
52 Essa síntese foi feita a partir de trechos e de impressões do livro de Tomaz Tadeu da
Silva (2007).
14
12
10
8
6
4
2
0
EA EM HH EF CAP EB EC EH LT LE LG AV
Ensino 10 1 2 13 4 4 1 1 1 5 2 4
EA:
CAP:
EB:
EM:Educação
HH:
EF: Ensino
Hip
Ensino
Capoeira
Hop
de
deFísica
bilíngue
Artes
Música EC: Estudos das Culturas
EH: Ensino de História
LT: Literatura
LE: Letramento
LG: Linguagem
AV:Avaliação
25
20
15
10
0
5
EC: Pós-estruturalismo
ETM:
PE: Estudos
Etnomatemática
Culturais EC ETM PE MC PA PED IT
Matrizes Teóricas 19 6 2 8 3 2 20
20
15
10
0
ARA IV T RAC MDR MPB MN O IC ID IG
Questões Cruciais ao 3 4 10 17 5 1 10 12 2 18 2
EDUCAÇÃO E DIVERSIDADE
Multiculturalismo CULTURAL:
IV
ARA:
T:
RAC:
MDR:
Tolerância
Invisibilidade
Racismo
Anti-racismo
Mito da Democracia
Negra Racial MN: Movimento Negro
O: Outro
IC: Inclusão
ID: Identidade
IG: Igualdade
164
desafios para os estudos da infância e da formação docente junqueira&marin editores
No gráfico acima, visualizam-se as questões consideradas
de grande relevância para esses estudos. O combate ao racismo
em relação aos negros aparece como a maior preocupação dos
trabalhos pesquisados, a ele unem-se os temas da construção do
“outro”, da alteridade e superação da “invisibilidade dos negros”
na cultura brasileira e no cotidiano escolar. Não menos importante
nas pesquisas são as conquistas e desafios do Movimento Negro no
âmbito educacional; são analisados assuntos como a tolerância e a
inclusão do “diferente” perante a cultura dominante e a afirmação
deste em sua identidade. Embora com menor incidência, também
são significativos os trabalhos que abordam a mistura de povos no
Brasil e o sincretismo cultural gerado por ela.
54 “Termo utilizado para significar qualquer combinação ou ligação díspar — sem qualquer
hierarquia ou organização centralizada — de elementos, fragmentos ou fluxos das mais
variadas e diferentes naturezas: idéias, enunciados, coisas, pessoas, corpos, instituições”
(SILVA, 2000, p. 15).
Do racismo
55 Termo sugerido por Bakhtin para designar “o corpo e a vida corporal de caráter cósmico
e universal como porta-voz do povo que na sua evolução cresce e se renova constantemente,
atribuindo às manifestações da vida material e corporal não somente a um indivíduo
‘econômico’ particular e egoísta, mas a uma espécie de corpo popular, coletivo, genérico...”
(1987, apud SOARES, 2005, p. 27).
Aparece uma nova cultura do corpo, que não deve mais ser buscada
nos livros de civilidade, na expressão atenta das ‘belas maneiras’ da
qual o espartilho é ao mesmo tempo a garantia e a testemunha, e
sim nos livros de higiene, no recenseamento e na declinação de forças
que apenas o exercício pode aumentar e convocar (apud SANT’ANNA,
2005, p. 32).
Referências
Introdução
Referências
Parafalarderaça,háumaparceladeestudiosos/as(GUIMARÃES,
2003; GOMES, 1995) que advogam sua utilização também como uma
categoria relacional, construída socialmente, indo além das definições
biologizantes que tomaram conta dos estudos nas áreas das ciências
humanas no início do século vinte no Brasil, impregnados pelas teorias
racistas europeias no campo da Medicina e do Direito. Guimarães faz o
seguinte questionamento:
62 Segundo o livro Vocabulário de Michel Foucault, arqueologia seria “uma história das
condições históricas de possibilidade do saber [...] a arqueologia não é uma disciplina
interpretativa, não trata os documentos como signos de outra coisa, mas os descreve como
práticas”. (CASTRO, 2009, 41).
63 Para mais informações, consultar FARIA, Ana Lúcia Goulart de. A contribuição dos
parques infantis de Mário de Andrade para a construção de uma pedagogia da educação
infantil. IN: Educação e Sociedade, São Paulo, ano XX, n.69, dezembro 1999, p.60-89.
64 Grupo de pesquisa criado pelas professoras Denice Catani, Belmira Bueno, Cynthia
Pereira de Souza e Maria Cecília Cortez Christiano de Souza no inicio da década de noventa
na FEUSP que propunha “a realização de estudos alternativos sobre a formação continuada
de professores”. (CATANI et al., 1993, p. 300 e 301).
66 Escolhi denominar o grupo pesquisado pelo gênero feminino, dada a imensa maioria
de mulheres presentes nele. Além disto, minha intenção aqui sempre foi registrar essas
informações a partir da ótica das mulheres que participaram desta pesquisa e, ademais, o
número de homens identificados é realmente ínfimo (aproximadamente 1%).
67 Segundo dados informados por ROSEMBERG (2001) a partir da RAIS (1988 e 1998), o
número de homens na Educação Infantil é de aproximadamente 6%.
100,00%
80,00%
60,00%
Mulheres/Homens -
40,00% Educação Infantil
20,00%
0,00%
Mulheres - 401 Homens - 5 (1,2%)
(98,8%)
68 Desde 1872, o quesito cor aparece nas pesquisas censitárias, mas de modos muito
diferenciados. No referido ano, quem definia a cor dos/as escravizados/as, por exemplo,
eram seus senhores. A partir dos anos 40, esse quesito volta e, em 1970, ele desaparece.
A partir de 1980, as pesquisas retomam o quesito no modo como o conhecemos hoje, sem
interrupções. Para maiores informações, consultar ARAÚJO, 1988 e BERQUÓ, 1988.
70 Esse nome faz referência ao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), já que
o modelo é uma cópia de modelo de classificação racial por ele empregado; O IBGE utiliza
o termo cor/raça para identificação racial, e entre as alternativas, é possível classificar-se
como branco, preto, pardo, amarelo ou indígena.
Modelos de
Classificação Racial
utilizados pelas/os
professoras/es
Fonte:Respostasobtidasatravésdosquestionárioselaboradosparaapesquisaempírica,2010.
30,00%
40,00%
50,00%
60,00% Cor/Raça
20,00%
10,00%
0,00%
228
Branca
(64,4%)
- 115(32,4%)
Preta/parda
(Negras) - Amarela
(2,4%)- 9 Indígena
(0,0%)- 0 Não
respondeu -
2 (0,6%)
0,00%
5,00% Auto-classificação
71 A matéria publicada no jornal Folha de São Paulo denominada Tribunal Racial, sobre
o caso de irmãos gêmeos e suas diferentes respostas às perguntas sobre classificação
racial quando de suas entradas na Universidade de Brasília (UNB), a publicação do livro
Não somos racistas por um dos chefes de uma das centrais de jornalismo televisivo
e o manifesto contra cotas raciais entregues ao Supremo Tribunal Federal com 740
assinaturas de muitas personalidades brasileiras são episódios relacionados diretamente
à efervescência produzida pelos debates na área.
Eu falei assim, “Ah, Antonia, não vou estudar mais não!” e ela disse
“Porque?”. Eu respondi: “Dona Sara falou que professora preta é meio
difícil, não vou estudar mais, ela falou que não pode ter professora
preta”. Aí Antonia me disse: “Você já desistiu de dois sonhos, esse
você não vai desistir!”.
Referências
73 Referência a líderes políticos marcados (nos últimos vinte anos) pelo totalitarismo,
a intolerância e o holocausto que provocaram. Slobodan Milosevic, responsável pelos
ataques deliberados contra civis croatas, classificados como crimes contra a humanidade,
genocídio e limpeza étnica, em meados da década de 1990, e Jean Kambanda, considerado
culpado e condenado por genocídio de quase 800 mil pessoas da etnia tutsi, em Ruanda,
na África, no mesmo período.
74 Com exceção dos achados arqueológicos realizados entre as décadas de 1990 e 2000,
coordenados pelos professores Margarida Andreatta, hoje no Museu Paulista/USP, e José
Luiz de Moraes, do Museu de Arqueologia e Etnologia da USP. Ver Relatório do Projeto
Arqueologia dos Erasmos. MAE/USP, 2003.
75 As Ruínas ESJE são tombadas pelas três esferas: federal (1962), estadual (1973) e
municipal (1990).
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Referências