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VICE-REITORIA DE ENSINO DE GRADUAÇÃO E CORPO DISCENTE

CENTRO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

ZOOLOGIA DE
INVERTEBRADOS I

Conteudista
Anderson Dias Cezar

Rio de Janeiro / 2010

TODOS OS DIREITOS RESERVADOS À

UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO


UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO

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por quaisquer meios - eletrônico, mecânico, fotocópia ou gravação, sem autorização da Universidade Castelo
Branco - UCB.

Un3z Universidade Castelo Branco

Zoologia de Invertebrados I / Universidade Castelo Branco. – Rio de


Janeiro: UCB, 2010. - 52 p.: il.

ISBN

1. Ensino a Distância. 2. Título.

CDD – 371.39

Universidade Castelo Branco - UCB


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Apresentação

Prezado(a) Aluno(a):

É com grande satisfação que o(a) recebemos como integrante do corpo discente de nossos cursos de gradu-
ação, na certeza de estarmos contribuindo para sua formação acadêmica e, consequentemente, propiciando
oportunidade para melhoria de seu desempenho profissional. Nossos funcionários e nosso corpo docente es-
peram retribuir a sua escolha, reafirmando o compromisso desta Instituição com a qualidade, por meio de uma
estrutura aberta e criativa, centrada nos princípios de melhoria contínua.

Esperamos que este instrucional seja-lhe de grande ajuda e contribua para ampliar o horizonte do seu conhe-
cimento teórico e para o aperfeiçoamento da sua prática pedagógica.

Seja bem-vindo(a)!
Paulo Alcantara Gomes
Reitor
Orientações para o Autoestudo

O presente instrucional está dividido em seis unidades programáticas, cada uma com objetivos definidos e
conteúdos selecionados criteriosamente pelos Professores Conteudistas para que os referidos objetivos sejam
atingidos com êxito.

Os conteúdos programáticos das unidades são apresentados sob a forma de leituras, tarefas e atividades com-
plementares.

As Unidades 1, 2 e 3 correspondem aos conteúdos que serão avaliados em A1.

Na A2 poderão ser objeto de avaliação os conteúdos das seis unidades.

Havendo a necessidade de uma avaliação extra (A3 ou A4), esta obrigatoriamente será composta por todo o
conteúdo de todas as Unidades Programáticas.

A carga horária do material instrucional para o autoestudo que você está recebendo agora, juntamente com
os horários destinados aos encontros com o Professor Orientador da disciplina, equivale a 60 horas-aula, que
você administrará de acordo com a sua disponibilidade, respeitando-se, naturalmente, as datas dos encontros
presenciais programados pelo Professor Orientador e as datas das avaliações do seu curso.

Bons Estudos!
Dicas para o Autoestudo

1 - Você terá total autonomia para escolher a melhor hora para estudar. Porém, seja
disciplinado. Procure reservar sempre os mesmos horários para o estudo.

2 - Organize seu ambiente de estudo. Reserve todo o material necessário. Evite


interrupções.

3 - Não deixe para estudar na última hora.

4 - Não acumule dúvidas. Anote-as e entre em contato com seu monitor.

5 - Não pule etapas.

6 - Faça todas as tarefas propostas.

7 - Não falte aos encontros presenciais. Eles são importantes para o melhor aproveitamento
da disciplina.

8 - Não relegue a um segundo plano as atividades complementares e a autoavaliação.

9 - Não hesite em começar de novo.


SUMÁRIO

Quadro-síntese do conteúdo programático ................................................................................................. 09


Contextualização da disciplina .................................................................................................................... 11

UNIDADE I

NOÇÕES BÁSICAS DE TAXONOMIA E SISTEMÁTICA

1.1 - Como ordenar em ciência .................................................................................................................... 13


1.2 - Regras internacionais de nomenclatura zoológica............................................................................... 15

UNIDADE II

PROTOZOOLOGIA: CLASSIFICAÇÃO DOS FLAGELADOS E AMEBOIDES

2.1 - Sub-reino Protozoa .............................................................................................................................. 17


2.2 - Protozoários flagelados ........................................................................................................................ 19
2.3 - Protozoários ameboides ....................................................................................................................... 21

UNIDADE III

PROTOZOÁRIOS FORMADORES DE ESPOROS (APICOMPLEXA)

3.1 - Aspectos principais .............................................................................................................................. 23


3.2 - Características gerais ........................................................................................................................... 23
3.3 - Classificação e grupos principais ......................................................................................................... 24
3.4 - Aspectos do ciclo biológico de espécies do gênero Plasmodium ....................................................... 24

UNIDADE IV

PROTOZOA. PROTOZOÁRIOS CILIADOS. CILIOPHORA

4.1 - Aspectos principais .............................................................................................................................. 27


4.2 - Classificação ........................................................................................................................................ 27
4.3 - Características gerais ........................................................................................................................... 27

UNIDADE V

FILOS PORIFERA, CNIDARIA, CTENOPHORA E PLATYHELMINTHES

5.1 - Filo Porifera ......................................................................................................................................... 29


5.2 - Filo Cnidaria ........................................................................................................................................ 33
5.3 - Filo Ctenophora ................................................................................................................................... 38
5.4 - Filo Platyhelminthes e Rhycocoela ..................................................................................................... 39
UNIDADE VI

EXERCÍCIOS EXTRAS ............................................................................................................................. 45

Glossário ...................................................................................................................................................... 47
Gabarito........................................................................................................................................................ 49
Referências bibliográficas ............................................................................................................................ 51
Quadro-síntese do conteúdo 9
programático

UNIDADES DO PROGRAMA OBJETIVOS

I- NOÇÕES BÁSICAS DE TAXONOMIA E SISTE-


MÁTICA
• Apresentar funções da sistemática, formas de clas-
1.1. Como ordenar em ciência
sificação e nomenclatura zoológica.
1.2. Regras internacionais de nomenclatura zoológi-
ca

II- PROTOZOOLOGIA: CLASSIFICAÇÃO DOS


FLAGELADOS E AMEBOIDES
• Introduzir a classificação e caracterizar o grupo Sar-
2.1. Sub-reino Protozoa
comastigophora.
2.2. Protozoários flagelados
2.3. TProtozoários ameboides

III- PROTOZOÁRIOS FORMADORES DE ESPO-


ROS (APICOMPLEXA)
3.1. Aspectos principais
3.2. Características gerais • Características gerais e classificação de Apicomple-
3.3. Classificação e grupos principais xa.
3.4. Aspectos do ciclo biológico de espécies do gêne-
ro Plasmodium

IV- PROTOZOA. PROTOZOÁRIOS CILIADOS.


CILIOPHORA
4.1. Aspectos principais
• Características gerais, classificação de Ciliophora.
4.2. Classificação
4.3. Características gerais

V- FILOS PORIFERA, CNIDARIA, CTENOPHO-


RA E PLATYHELMINTHES
• Apresentar as características gerais, classificação e
5.1. Filo Porifera
aspectos ecológicos e evolutivos dos seguintes filos:
5.2. Filo Cnidaria
Porifera, Cnidaria, Ctenophora e Platyhelminthes.
5.3. Filo Ctenophora
5.4. Filo Platyhelminthes e Rhycocoela

VI- EXERCÍCIOS EXTRAS • Fixar o conteúdo aprendido.


Contextualização da Disciplina 11

“O cientista tem de tolerar a incerteza e a frustração porque


a tal é obrigado. O que ele não aceita nem deve tolerar é a
falha de ordem.”
G.G. Simpson (1971).

Como sabemos hoje, o estudo das Ciências Biológicas não pode caminhar isoladamente, havendo pontos de
interseção com outras áreas do conhecimento humano.

O estudo de Zoologia, tal como compreendemos hoje em dia, é fruto de um longo processo de desenvolvi-
mento, com os primórdios em Aristóteles (384-322 a.C.), passando por vários filósofos e cientistas, entre eles
Charles Darwin.

Ao iniciar os estudos em Zoologia, estaremos não apenas enfocando os grupos que compõem o reino dos
animais (também o reino dos protistas), mas também faremos uma grande correlação entre as áreas que são
intimamente ligadas à Zoologia, tais como Parasitologia e Ecologia, como áreas não tão proximamente ligadas
como Filosofia, Lógica e Matemática.

Ao transcorrer do nosso curso de Zoologia, você poderá perceber que o estudo dos animais nada mais é do
que um pano de fundo para introduzirmos vários conceitos correlatos, teorias gerais e hipóteses, permitindo
que haja uma visão ampliada acerca dos diversos ramos que compõem as Ciências Biológicas.
UNIDADE I 13

NOÇÕES BÁSICAS DE TAXONOMIA E


SISTEMÁTICA

1.1 - Como Ordenar em Ciência

“O mundo está cheio de seres diversos” – se cada Taxonomia β: relacionamento entre grupos supe-
um dos muitos seres do mundo fosse considerado riores e produção de classificação.
como distinto, como único, como um ser em si pró-
prio, não relacionado com qualquer outro, a percep- Taxonomia λ: estudos evolucionários e de varia-
ção do mundo desintegrar-se-ia numa completa falta ções intraespecíficas. Interpretação das causas da di-
de expressão. versidade orgânica.

A necessidade de agregar as coisas em classes é uma Sistemática: É o estudo científico da diversidade


característica absolutamente geral do seres vivos. dos organismos e sua relevância.

Não poderia haver qualquer linguagem inteligível se • Uma das maiores preocupações da sistemática é
cada coisa fosse designada por uma palavra própria, determinar, por comparação, quais são as característi-
se símbolos não generalizassem as características e as cas únicas e em comum de cada espécie e dos táxons
relações comuns apresentadas por numerosos objetos superiores.
diferentes.
Biologia Comparada: Estudo e explicação da di-
O cientista tem de tolerar a incerteza e a frustração versidade dos organismos.
porque a isso é obrigado. O que ele não aceita, nem
deve tolerar, é a falta de ordem. • A sistemática é considerada como parte da biologia
comparada.
Todo o objetivo da ciência teórica é conduzir ao
mais alto e consciente grau possível. Sistemática Filogenética: é uma abordagem diri-
gida ao estudo das relações genealógicas entre vários
A fim de podermos avaliar corretamente a posição grupos de organismos e a produzir classificações que
da sistemática no campo da biologia e o papel que reflitam exatamente estas relações genealógicas ou
é chamada a desempenhar na solução dos proble- filogenéticas.
mas básicos desta ciência, devemos primeiramente
esclarecer que há uma sistemática não somente em • A diversidade organísmica foi produzida pela es-
biologia, mas que ela é mais propriamente uma parte peciação e a modificação de caracteres ao longo do
integrante de toda e qualquer ciência (sem distinção). tempo.

Visto isso, passaremos a definir alguns termos im- Classificação: É uma série de palavras usadas para
portantes, com o objetivo de facilitar a sua compreen- apresentar um determinado arranjo de organismos de
são a respeito do tema deste instrucional. acordo com algum princípio de relacionamento exis-
tente entre estes.
Termos e Conceitos
• É um produto da atividade do taxonomista.
Taxonomia: (grego, taxis = boa ordem, arranjo e
nomos = lei) • Ordena populações e grupos de populações em to-
dos os níveis por processos indutivos.
Teoria e prática (conjunto de métodos e técnicas) da
descrição e classificação da diversidade dos organis- • A classificação faz acessível a diversidade orgâni-
mos. ca para as outras disciplinas biológicas.

Taxonomia α: descrição de novas espécies. • O processo de classificação é diferente que o de


identificação: A identificação é a colocação de indiví-
duos dentro de classes preestabelecidas (táxons), por Especiação: Termo geral para um conjunto de dife-
14 procedimentos dedutivos. rentes processos que envolvem a produção de novas
linhagens evolutivas (espécies).
Características de uma Classificação:
Caractere Taxonômico: É um atributo de um inte-
• valor explicativo: elucidando as razões pelas quais grante de um táxon.
juntou determinados táxons.
• Pode ser descrito, desenhado, medido, pesado,
contado, e comunicado por um biólogo a outro.
• valor de predição: possibilitar que outros táxons
possam ser identificados e incluídos nela. Nomenclatura: Aplicação de nomes aos grupos re-
conhecidos na classificação.
• valor provisório: o descobrimento de novas espé-
cies a modifica. Esta atividade está governada por normas aceitas
por consenso (CINZ – Código Internacional de No-
Táxon: Grupo de organismos que recebe um nome menclatura Zoológica)
próprio em algum nível da classificação hierárquica.
A Hierarquia Lineana
Táxon Natural: Espécie ou grupo de espécies (tá-
xon supra-específico) que existe na natureza resultan- Linnaeus foi o primeiro taxonomista a estabelecer
te de uma história de descendência com modificação uma hierarquia definida nas categorias taxonômicas,
(i. e. evolução). reconhecendo cinco no Reino Animalia:

Segundo WILEY (1981): “táxon que existe na na- REINO


tureza independentemente da habilidade do homem FILO
de percebê-lo”. CLASSE
ORDEM
Categoria: É um determinado nível na classificação FAMÍLIA
hierárquica: Espécie, Gênero, Família etc. GÊNERO
ESPÉCIE
• Mostra a relativa subordinação de um táxon em
uma hierarquia de classificação. O uso dos sete níveis básicos é obrigatório por con-
venção, não estando classificado um animal que não
tenha sido colocado num grupo definido de cada um
• Esta hierarquia é ampliada pelos prefixos “super”,
dos sete níveis.
“sub”, “infra”. O que permite expandir indefinida-
mente o número de categorias.
Exemplos:
Grupo: é geralmente aplicado a um conjunto de tá- Categoria Cão Abelha
xons próximos, os quais não podem ser colocados em Reino Animalia Animalia
uma categoria separada. Filo Chordata Arthropoda
Classe Mammalia Insecta
Ex.: O grupo Família: Superfamília, Família, Subfa- Ordem Carnivora Hymenoptera
mília, Tribo. Família Canidae Apidae
Gênero Canis Apis
Espécie: Espécie Canis familiaris Apis mellifera

1) unidade básica da evolução 2) categoria dentro No entanto, podem haver casos em que há a
da hierarquia lineana governada pelas regras da no- necessidade de fazermos grupamentos intermediários
entre os diversos grupos, antepondo-se prefixos SUB
menclatura:
ou SUPER conforme onde o grupamento situa-se,
respectivamente, abaixo ou acima de um certo grupo.
Conceito Biológico: grupo de populações naturais Desta forma podemos ter: FILO - subfilo / CLASSE
que se procriam entre elas e que estão reprodutiva- - subclasse / ORDEM - subordem - superfamília /
mente isoladas de outros grupos. FAMÍLIA - subfamília - tribu / GÊNERO - subgênero
/ ESPÉCIE - subespécie.
Conceito Evolutivo: é uma linhagem de popula-
ções que mantém sua identidade e tem sua própria Nomenclatura: Radicais dos gêneros mais
história evolutiva. a desinência IDAE designam famílias, INAE
para subfamílias, INI para tribus e OIDEA para
superfamílias.
Linhagem: uma ou várias unidades evolucionárias
(populações) que tem uma história em comum de Ex.: gênero Trypanosoma + IDAE = família
descendência. Trypanosomatidae.
1.2 - Regras Internacionais de Nomenclatura
15
Zoológica

A nomenclatura zoológica é o sistema de nomes Ex.: Haploderma Cohn, 1903 (trematódeo) é homô-
científicos aplicados aos animais vivos ou fósseis. nimo de Haplodrerma Michael, 1898, não podendo o
A 10a. edição do Systema naturae de Lineu (1758) nome do trematódeo ser conservado, tendo sido subs-
marca o início de aplicação da nomenclatura atual. tituído por Poche, 1907 por Pintneria.

A seguir, algumas regras básicas de nomenclatura: • Quando uma espécie é transferida de um gênero
para outro, o nome e a data do seu autor são escritos
• O nome de um grupo superior a espécies consiste entre parênteses e, a seguir, o nome do autor que pro-
de uma só palavra (uninominal); pôs a combinação, com a respectiva data.

Ex.: Notocotylus (gênero), Notocotylidae (família), Ex.: Eucoleus tenuis Dujardin, 1845 é colocado no
Cercomeridea (classe), Platyhelminthes (Filo). gênero Capillaria por Travassos em 1915, sua grafia
correta é: Capillaria tenuis (Dujardin, 1845) Travas-
• O nome de uma espécie consiste de duas palavras sos, 1915.
(binominal). Nome genérico+Nome específico;
Quadro-síntese:
Ex.: Notocotylus breviserialis, Trypanosoma cruzi.
Nesta unidade apresentamos os seguintes conceitos
• O nome de um subgênero é escrito dentro do pa- ou definições em Zoologia:
rênteses entre o nome genérico e o nome específico;
SISTEMÁTICA
Ex.: Heterakis (Heterakis) gallinarum. CLASSIFICAÇÃO
NOMENCLATURA
• A nomenclatura deve ser em latim ou latinizada; TAXONOMIA
HIERARQUIA
• O nome genérico deve ser empregado como subs- REGRAS DE NOMENCLATURA
tantivo no nominativo singular e sempre escrito com
a primeira letra maiúscula. Observou como as coisas se tornam mais fáceis
quando compreendemos melhor o “ordenamento da
Ex.: Fasciola hepatica. ciência”, “a hierarquia lineana” e as “Regras Interna-
cionais de Nomenclatura Zoológica”?
• O nome específico deve ser:
Agora, faça uma reflexão a respeito do conteúdo
a - substantivo no nominativo ou genitivo; apresentado e reflita se ainda existe algo que não te-
b - adjetivo no nominativo ou no genitivo, ambos nha ficado bem claro na sua cabeça. Todo curso co-
concordando em gênero com o nome genérico. meça pela base, e sem o entendimento necessário, os
demais conteúdos futuros não terão a clareza neces-
Ex.: Musca domestica. sária e desejada.

Homonímia é a identidade ortográfica dos nomes. Lembre-se que o tutor da disciplina pode ajudá-lo
Sempre que se constatar a ocorrência de homônimos, muito. Recorra a ele sempre que for necessário e só
o nome mais recente deve ser rejeitado ou substituído. depois prossiga em suas tarefas.
Exercícios de Fixação
16

Estes exercícios servem para reforçar a aplicação das regras de nomenclatura. Tente fazê-los rememorando o
que você leu nesta unidade e na bibliografia complementar.

1. Em 1902 Stiles descreveu um nematoide com o nome de Uncinaria americana. Em 1903 esse mesmo pes-
quisador propôs para essa espécie o gênero Necator. Como escreveríamos o nome correto desta espécie com
data e nome do autor?

2. Como você escreveria:


a - o nome da família cujo gênero tipo fosse Salobrella?
b - o nome da subfamília cujo gênero tipo fosse Graphidium?

3. Crie livremente nomes para os seguintes táxons:


REINO - FILO - CLASSE - SUPERORDEM - ORDEM - FAMÍLIA - SUBFAMÍLIA - GÊNERO - ESPÉCIE

Obs.: Não se esqueça de seguir rigorosamente as regras de nomenclatura zoológica.

Leitura Complementar
Leia o capítulo 8 do livro Fundamentos práticos de taxonomia zoológica, de Nelson Papavero.
UNIDADE II 17

PROTOZOOLOGIA: CLASSIFICAÇÃO DOS


FLAGELADOS E AMEBOIDES

2.1 - Sub-reino Protozoa

Características Gerais Protista


Logo na abertura desta unidade você vai conhecer - Todos são unicelulares e móveis. Possuem todos
algumas características gerais que são fundamentais os tipos de simetria, uma ampla gama de complexi-
para se começar o estudo dos protozoários. bilidade estrutural e se adaptam a todos os tipos de
ambiente.
• Apresentam alta diversidade, com aproximada-
mente 50 mil espécies; - Podem ser coloniais ou solitários.
• Possuem estrutura unicelular, característica para o
grupo; - Ocorrem no mar, água doce e em solos úmidos.
• Presença de estruturas diversas com adaptações; São também comensais, mutualistas e parasitas.
• Diversidade de habitat - água doce, salgada (ma-
res) e habitats terrestres; - O corpo dos Protozoários é coberto por apenas uma
• Forma de vida variada - vida livre ou parasitos; membrana celular. Possuem citoesqueleto interno
• Formação de colônia - colônias sésseis (fixas) ou que, junto com a membrana celular, forma a Película
livres; (parede do corpo). O citoesqueleto é frequentemente
• Maioria apresenta formas microscópicas; composto por proteínas filamentosas, microtúbulos
• Membrana citoplasmática é única e trilaminar; ou vesículas (alvéolos). O esqueleto dos Protozoários
• Variação de estruturas locomotoras - cílios, flage- pode também ser exoesqueleto -> secretado sobre a
los ou pseudópodes (expansões citoplasmáticas); camada externa da célula e chama-se testa ou teca.
• Equilíbrio hídrico realizado através de estruturas
especializadas - vacúolos pulsáteis; Locomoção:

Dois tipos de nutrição: - flagelos, cílios ou pseudópodes (definem os grupos


de Protozoa).
• Autotrófica - sintetizam seus próprios nutrientes;
• Heterotrófica - não sintetizam seus próprios nu- Nutrição:
trientes;
- Fotoautotróficos, absorvem a matéria orgânica so-
Apresentam três tipos de respiração: lúvel do ambiente, ingerem partículas ou presas e as
digerem internamente em vacúolos alimentares -> as
• Aeróbica - utilizam oxigênio; paredes destes vacúolos são compostas por duas ca-
• Anaeróbica - não utilizam oxigênio; madas de lipídios, que podem ser sintetizados ou re-
• Anaeróbica facultativa - se houver disponibilidade movidos rapidamente e reciclados. O alimento chega
utilizam o oxigênio; ao vacúolo por fagocitose, frequentemente através da
• Resíduos metabólicos do metabolismo - amônia boca celular ou citóstoma. Partículas pequenas em so-
(composto hidrogenado); lução podem entrar por pinocitose, que pode ocorrer
em toda a superfície do corpo.
Formas de reprodução assexuada:
- Poucos protozoários, principalmente os que vivem
• Esquizogonia - fissão binária ou múltipla; no trato digestivo dos animais, são anaerobióticos
• Singamia - fusão de gametos; obrigatórios. Os que vivem em águas com decompo-
• Conjugação de núcleos; sição ativa de matéria orgânica são anaeróbicos fa-
Autogamia - fusão de núcleos dos gametas em um cultativos.
indivíduo;
• Formas de resistência - cistos ou pseudocistos - Muitos osmorregulam para remover o excesso
(produzidos pelo hospedeiro). de água e para ajustar a concentração de íons. A os-
morregulação ocorre por transporte ativo de íons na Entretanto os ciliados trocam os núcleos haploides
18 membrana celular e por um sistema de bombeamento durante a conjugação em vez de produzirem game-
de íons e água chamado Complexo Vacúolo Contrá- tas haploides. Outras espécies de protozoa contém
til. Este complexo é composto pelo vacúolo contrátil indivíduos haploides que alternam seu ciclo de vida
propriamente dito e por um sistema circundante de com indivíduos diploides. No ciclo haplodiploide não
pequenas vesículas ou túbulos chamado espongioma. ocorre meiose na formação dos gametas, mas ocorre
O espongioma coleta o fluido que cai no vacúolo. O na formação de esporos haploides, dos quais surgem
vacúolo expele o fluido para o exterior do organismo os indivíduos haploides. Os indivíduos diploides sur-
por um poro temporário ou permanente. gem do zigoto. O encistamento é característico do ci-
clo de vida de muitos protozoários, incluindo a maio-
- Os Protozoa com paredes celulares (camada de ce- ria das espécies de água doce. O organismo secreta
lulose ou outro material) não tem vacúolo contrátil -> em envelope em torno de si e se torna inativo.
a água entra por osmose.

Ciclos de Vida: Classificação de Protozoa

Reprodução assexuada por mitose ocorre na maioria O quadro abaixo apresenta para você a mais moder-
dos Protozoa; em algumas espécies é a única forma na classificação proposta para Protozoa. Mas, se algo
de reprodução. não ficar claro durante a leitura, recorra à bibliogra-
fia de apoio indicada no final desta unidade e/ou faça
Fissão - divisão do organismo em dois ou mais. contato com o tutor da disciplina.

Fissão Binária - dá origem a duas células seme- 1 - Protozoários Flagelados - possuem flagelo.
lhantes. São divididos em fitoflagelados (1 ou 2 flagelos e
possuem cloroplastos) e zooflagelados (1 ou muitos
Brotamento - dá origem a uma célula bem menor flagelos, não tem cloroplastos e são heterotróficos).
que a outra.
1.1. Filo Dinophyta (Dinoflagelados) -
Esquizogonia - fissão múltipla. principalmente marinhos; alguns parasitas.

A reprodução sexuada não é universal entre os pro- 1.2. Filo Euglenophyta (Euglena) -
tozoários e, quando ocorre, geralmente não leva dire- principalmente de água doce.
tamente à formação de novos indivíduos.
Fitoflagelados
O ciclo de vida mais primitivo dos Protozoa é aquele
em que os indivíduos haploides se reproduzem ape- 1.3. Filo Cryptophyta -
nas por fissão (ex.: Tripanossomatídeos parasitas). A marinhos e de água doce.
reprodução sexuada provavelmente surgiu pela fusão
de dois indivíduos haploides semelhantes produzindo 1.4. Filo Heterokonda - contém feófitas,
um zigoto diploide. Logo após a fusão, o zigoto pode algas filamentosas e diatomáceas.
ter se dividido por meiose para restaurar o número
haploide de cromossomas e para produzir quatro cé- 1.5. Filo Chlorophyta
lulas novas. Este cenário se baseia na ocorrência de
gametas idênticos flagelados entre os Protozoa (iso- 1.6. Filo Haptophyta - marinhos
gametas) e existem muitas espécies em que o adulto
é haploide e os ciclos de vida envolvem fusão (fecun- 1.7. Filo Parabasalia (Trichomonas)
dação) de isogametas para formar um zigoto diploide
(ciclo sexuado com adultos haploides e meiose do 1.8. Filo Metamonada (Giardia)
zigoto).
Zooflagelados
Um atraso na meiose do zigoto pode prolongar o
estágio diploide. Neste caso o diploide pode dominar 1.9. Filo Kinetoplastida - maioria parasitas
o ciclo de vida e a fase haploide pode ficar restrita aos (Leishmania, Trypanosoma)
gametas, que surgem por meiose e então se fundem
para formar um zigoto diploide. O ciclo diploide é ca- 1.10. Filo Opalina - comensais do intestino
racterístico de animais e também é encontrado em um de sapos.
certo número de protistas, notadamente nos ciliados.
1.11. Filo Choanoflagellida - marinhos e de água doce.
2 - Protozoários Ameboides - se distinguem por espécies de água doce. Algumas tem esqueleto
expansões do citoplasma (pseudópodes) usados na composto por peças orgânicas ou silicosas se- 19
alimentação e, em alguns, na locomoção. Muitas es- cretadas pelo organismo e embebido em uma
pécies têm esqueletos complexos. São marinhos, de cobertura externa gelatinosa.
água doce, parasitas e terrestres.
* Radiolários -> também tem axopódios.
2.1. Filo Rhizopoda - lobopódios, filopódios Marinhos e principalmente plactônicos. Ge-
ou reticulopódios usados para locomoção e ralmente esféricos e divididos em uma parte
alimentação. interna e outra externa (como os heliozoários).
A região interna, com um ou muitos núcleos,
* Foraminíferos -> pseudópodes chamados é limitada por uma cápsula central com parede
reticulopódia. Cada reticulopódio contém mi- membranosa -> característica típica dos radio-
crotúbulos axiais. Constroem uma concha de lários. A membrana da cápsula é perfurada por
material orgânico secretado, de partículas mi- aberturas, que faz com que o citoplasma da
nerais externas cimentadas ou secretam carbo- cápsula seja contínuo com o citoplasma da di-
nato de cálcio. Muitos vivem em conchas com visão externa do corpo -> calima. Um esquele-
várias câmaras -> crescimento. Toda a concha to está frequentemente presente e geralmente
é cheia de citoplasma, que é contínuo de uma é de sílica -> ocorrem vários tipos de arranjos
câmara para outra. Os pseudópodes podem ser no esqueleto.
restritos ao citoplasma de uma abertura única
ou podem surgir da camada sobre a concha. 3. Protozoários formadores de esporos - muitos
Em alguns eles emergem de poros celulares. filos parasitas que possuem estágios infectantes como
Os foraminíferos com várias câmaras são for- esporos.
mados por apenas uma célula.
3.1. Filo Apicomplexa - protozoários parasi-
2.2. Filo Actinopodia - protozoários ame- tas que produzem esporos. Sem filamento po-
boides flutuadores ou sésseis. Heliozoários e lar (Plasmodium).
Radiolários. 3.2. Filo Microspora - esporos com filamento
polar. Parasitas.
* Heliozoários -> marinhos, de água doce; flu- 3.3. Filo Myxosporidia - parasitas. Esporos,
tuantes ou bênticos. Os pseudópodes chamam- possuem filamento polar e são encapsulados
se axopodia e irradiam-se da superfície do em várias valvas.
corpo. Cada axopódio contém um eixo axial
coberto por um citoplasma adesivo móvel -> o 4. Protozoários Ciliados
eixo axial tem a função de suporte e não é um
esqueleto permanente. Seu corpo consiste de 4.1. Filo Ciliophora - alto nível de desen-
uma esfera ectoplasmática externa ou córtex, volvimento de organelas. Maior filo den-
que possui frequentemente muitos vacúolos tre os Protozoa. Cílios para locomoção e,
e uma parte interna ou medula. A medula é em muitas espécies, para alimentação de
composta por um endoplasma denso, constan- partículas em suspensão. Cílios em vol-
do de um ou muitos núcleos e as bases dos ta da boca especializados (Paramecium).
eixos axiais. Vacúolos contráteis ocorrem em

2.2 – Protozoários Flagelados

Os protozoários flagelados têm como característica Estrutura


principal a presença de flagelo. Dividem-se em dois
grupos principais: Extremidade anterior e posterior definida, colônias
organizadas com presença de envoltório gelatinoso.
Phytomastigophorea (fitoflagelados): um ou dois
flagelos. Presença de cromoplastos; Locomoção

Zoomastigophorea (zooflagelados): um ou mais fla- Por ondulações laterais. O flagelo origina-se em


gelos. Ausência de cromoplastos. uma depressão que denominamos de citofaringe. O
flagelo é formado por duas fibras centrais e nove mi-
Observe a seguir outras características importantes crotúbulos externos.
de Mastigophora.
Nutrição Órgãos Sensoriais
20
Três tipos de nutrição: holofítica – qualquer nutrien- Manchas oculares (ocelares) ou estigmas na base do
flagelo.
te de origem vegetal; holozoica – qualquer nutriente
de origem animal; e saprozoica – material em decom- Ciclo Vital
posição. Presença de abertura bucal (citóstoma), fla-
gelo condutor e citofaringe. Fissão binária longitudinal. Formação de cistos com
paredes silicosas.

Estrutura do fitoflagelado A. Euglena gracilis. B. Paranema engolindo um Euglena.


Fonte: BARNES (1995).

Zooflagelados – A. Trichomonas vaginalis. B. Trichonympha campanula.


Fonte: BARNES (1995).
2.3 – Protozoários Ameboides
21
Os protozoários ameboides apresentam como carac- Outras características importantes:
terística principal a presença de pseudópodes, corpo
assimétrico. • Nutrição: alimentam-se de bactérias, algas ou pro-
tozoários. Amebas realizam fagocitose (englobam
Dividem-se em quatro grupos principais: partículas e outros seres).
• Equilíbrio hídrico: presença de vacúolos contráteis
• Rizópodes - amebas; em sarcodinos de água doce.
• Foraminíferos - seres marinhos; • Reprodução: fissão binária (amebas, heliozoários
• Heliozoários - habitam a água doce; e radiolários) e múltipla (amebas e heliozoários). Re-
• Radiolários - seres marinhos (plâncton). produção sexuada em amebas.

A. Amoeba.
Fonte: BARNES (1995).

Acanthometra. Um radiolário com um esqueleto de bastões


de sulfato de estrôncio irradiantes.
Fonte: BARNES (1995)
22

Heliozoários – A. Pinaciophora fluviatilis com esqueleto de escamas. B. Heterophrys myriopoda


com esqueleto em forma de espinhos.
Fonte: BARNES (1995)

Quadro-Síntese: Se os pontos ministrados nesta unidade foram per-


feitamente compreendidos, execute as tarefas abaixo
Nesta unidade apresentamos os seguintes conceitos que ajudarão a você a fixar mais o programa da disci-
ou definições em Zoologia: plina. Caso exista, ainda, alguma dúvida, recorra ao
tutor da disciplina que terá o maior prazer em orientá-
EQUILÍBRIO HÍDRICO lo.
NUTRIÇÃO AUTOTRÓFICA
NUTRIÇÃO HETEROTRÓFICA Não deixe que as dúvidas tirem o seu estímulo. Es-
RESPIRAÇÃO AERÓBICA E ANAERÓBICA tar estimulado é um dos requisitos necessários para o
FORMAS DE RESISTÊNCIA seu sucesso no ensino a distância.
NUTRIÇÃO HOLOFÍTICA, HOLOZOICA E
SAPROZOICA.

Exercícios de Fixação
1. Qual o tipo de estrutura utilizada para realizar o equilíbrio hídrico em Protozoa?
2. Como podemos diferenciar os tipos de nutrição dos protozoários?
3. Cite as formas de resistência encontradas em Protozoa.
4. Quais os tipos de locomoção utilizados nos dois grupos anteriormente apresentados?
5. O que são as manchas ocelares?
6. Quais os tipos de reprodução observadas nos ameboides?

Leitura Complementar
Para você saber mais a respeito da classificação e caracterização dos Flagelados e Ameboides, leia o capítulo
“Os Protozoários” do livro de Barnes, Zoologia dos invertebrados.
UNIDADE III 23

PROTOZOÁRIOS FORMADORES DE ESPOROS


(APICOMPLEXA)

3.1 - Aspectos Principais

O grupo inclui cerca de 4.600 espécies de protozo- guns esporozoários passam todo seu ciclo de vida
ários parasitos que estão compreendidos em três filos dentro de um único hospedeiro, mas outros necessi-
(ver classificação). Os esporozoários são parasitos de tam de hospedeiros intermediários.
diversos grupos de invertebrados e principalmente
vertebrados. Os esporozoários podem ser responsáveis por uma
variedade de doenças, incluindo algumas coccidioses
Eles residem, tipicamente, dentro de células de seus (causadas por coccidios, grupo que veremos adiante) em
hospedeiros, em pelo menos um estágio de vida. Al- coelhos e aves e a toxoplasmose e malária em humanos.

3.2 - Características Gerais


• Conhecidos como esporozoários; • Ocorrência de singamia;
• Parasitos monoxenos (um hospedeiro) ou hetero- • Cistos geralmente presentes.
xeno (mais de um hospedeiro) de vertebrados e in-
vertebrados; Definição de alguns termos (usados para todos os
• Nutrição saprozoica; grupos de protozoários):
• Locomoção por contrações (pseudópodes servem
apenas para alimentação); • esporogonia - etapa infecciosa de multiplicação
• Ausência de vacúlos contráteis; que produz os esporozoitas;
• Presença de um conjunto de estruturas localizadas • esquizogonia - multiplicação assexuada do para-
na parte anterior do corpo conhecida como Complexo sito que originará merozoítas;
Apical, que compõe-se das seguintes partes: anel po- •macrogametas e microgametas - gametas já dife-
lar, roptrias e conoide; renciados que se unirão para formar o zigoto;
• Presença de flagelos apenas nos gametos conhe- •oocisto - ovo encistado.
cidos como microgametos (cílios e flagelos ausentes
nas demais fases do ciclo de vida);

Vista geral de um esporozoário generalizado


(Apicomplexa).
Fonte: BARNES (1995)
3.3 - Classificação e Grupos Principais
24

Protozoários formadores de esporos - muitos filos grande número de ESPOROZOITOS. Neste estágio
parasitas que possuem estágios infectantes como es- migram para as glândulas salivares e aguardam que o
poros. mosquito pique outro ser humano.

Filo Apicomplexa - protozoários parasitas que pro-


duzem esporos. Sem filamento polar (Plasmodium). Grupos mais Importantes

Filo Microspora - esporos com filamento polar. Pa- Gregarinida


rasitas.
Parasitos de invertebrados (equinodermos, molus-
Filo Myxosporidia - parasitas. Esporos, com fila- cos, anelídeos e artrópodos). Corpo dividido em duas
mento polar; são encapsulados em várias valvas. partes, o protomerito e o deutomerito (que contém o
núcleo). Dividem-se em dois grupos principais: Ce-
* São endoparasitas -> não tem cílios flagelos ou phalina e Acephalina, sendo os gêneros principais
pseudópodes. Vivem dentro ou entre as células do Gregarina e Monocystis.
hospedeiro (invertebrado ou vertebrado).
Coccidia
* São haploides, exceto o zigoto. Ciclo com fase se-
xuada e assexuada. Parasitos intracelulares de vertebrados e invertebra-
dos. Ciclos envolvendo esporogonia e esquizogonia.
Ex.: Ciclo do Plasmodium => a entrada do parasi- Parasitam células epiteliais. Ciclo típico: zigoto 
ta no homem é através de mosquitos (Anopheles). O oocisto  (esporogonia)  esporozoita  esquizon-
ESPOROZOITO (estágio infectante) é levado pela te  (esquizogonia)  merozoíta  macro e micro-
corrente sanguínea até o fígado, onde torna-se TRO- gametas zigoto. Principais gêneros: Eimeria, Isos-
FOZOITO. Sofrem ESQUIZOGAMIAS (fissões pora, Sarcocystis e Toxoplasma.
múltiplas) e os MEROZOITOS formados tornam a
invadir as células do fígado. Após cerca de uma se- Haemosporidia
mana, os merozoitos deixam o fígado e invadem as
células sanguíneas, aumentam de tamanho e voltam Parasitos intracelulares de células sanguíneas ou
a sofrer esquizogamias. Alguns invadem as células partes do aparelho circulatório de vertebrados. Os
sanguíneas para se transformarem em GAMETÓCI- gametas e a esquizogonia ocorrem nos invertebra-
TOS, que permanecem nas células do sangue. Ao se- dos hematófogos (mosquitos e carrapatos). Não há
rem capturados por outro mosquito, invadem o trado oocistos e a fase de zigoto passa diretamente para a
digestivo. Os gametas se unem formando um zigoto, fase de esporozoito. Principais gêneros: Plasmodium,
que invade a parede do estômago e dá origem a um Haemoproteus, Leucocytozoon, Babesia, Nuttalia,
Babesiella, Theilleria.

3.4 - Aspectos do Ciclo Biológico de Espécies do


Gênero Plasmodium

Classificação e Características • Hospedeiros intermediários - homem e aves;


• Hospedeiros definitivos - Insetos: homem - dípte-
Sub-reino Protozoa \ Filo Apicomplexa \ Família ros família Culicidae, Tribo Anofelini, Gênero Ano-
Plasmodiidae. pheles. Aves - dípteros, Culicidae, Culicini, Culex e
Aedes.
Família Plasmodiidae: Forma sexuada e assexuada
nos eritrócitos, não parasita leucócitos, capacidade de
desdobrar a molécula de hemoglobina (grânulos de
Formas do Ciclo Biológico do Plasmodium
hemozoína no citoplasma). spp

Gênero Plasmodium: Aves - P. justanucleare, P. • Esporozoíto - forma infectante inoculada no ho-


gallinaceum. Homem - P. vivax, P. falciparum, P. mem pelo mosquito, alongado com núcleo central;
malariae, P. ovale (África, Filipinas). Macacos - P. • Trofozoíto jovem - forma de anel;
cynomolgi. • Trofozoíto maduro ou ameboide - citoplasma irre-
gular e vacuolizado, núcleo indiviso;
• Esquizonte - citoplasma irregular e vacuolizado, com divisão celular, formação do esquizonte, separa-
núcleo (esquizogonia); ção dos núcleos com porção do citoplasma, formando 25
• Merócito - núcleo fragmentado com porções de os merozoítos dentro da hemácia (rosácea);
citoplasma o qual formará merozoítos, o conjunto • P. vivax - 12 a 14 merozoítos, P. falciparum - 8 a
denomina-se rosácea; 36, P. malariae - 6 a 12.
• Merozoíto - forma ovalada com núcleo, forma as- • Esquizogonia: P. vivax - intervalos de 48 horas
sexuada que penetrará na hemácia (fase intraeritro- (terçã benigna), P. falciparum - 36 a 48 horas (terçã
cítica); maligna) e P. malariae 72 horas (quartã beligna);
• Macrogametócito - forma sexuada “feminina”; • Após a esquizogonia com rompimento da hemácia,
• Microgametócito - forma sexuada “masculina”; os merozoítos penetram em outras hemácias e dife-
• Zigoto ou ovo - forma esférica presente no mos- renciam-se em gametócitos, há um novo rompimento
quito; das hemácias e os gametócitos livres permanecem
• Oocineto - zigoto móvel (mosquito); cerca de 30 dias no sangue.
• Oocisto - ovo encistado (mosquito).

Ciclo Biológico de Espécies de Plasmodium


Ciclo Biológico de Espécies de Plasmodium no Mosquito
no Homem
• O mosquito ingere o sangue e apenas os gametóci-
• Mosquito fêmea introduz a probóscide em um tos desenvolvem-se;
vaso capilar cutâneo do homem, inoculando de 10 a • No estômago do mosquito os gamatócitos femini-
20 esporozoítos, que permanecerão até 30 minutos no nos dão origem a macrogametas e os masculinos, a
sangue. Os esporozoítos vão ao fígado e penetram em microgametas. O microgameta flagelado penetra no
um hepatócrito (célula do fígado), há esquizogonia macrogameta formando o ovo ou zigoto;
com produção de milhares de merozoítos; • 20 dias após a picada, o ovo móvel (oocineto) mi-
• Fase pré-eritrocítica -P. falciparum - 6 dias, P. vi- gra para a parede do estômago do mosquito e encista
vax - 8 dias, P. malariae - 14 dias; formando o oocisto;
• Rompimento dos merócitos hepáticos com mero- • Dentro do oocisto ocorre esporogonia formando
zoítos livres, alguns são englobados por células fago- milhares de esporozoítos que rompem a parede do
citárias e destruídos, outros podem voltar a hepató- cisto e caem na cavidade geral do mosquito, chegan-
critos e produzir novo ciclo esquizogênico e outros do às glândulas salivares;
penetrarem em hemácias (eritrócitos); • Nas glândulas salivares os esporozoítos serão ino-
• Merozoíto na hemácia transforma-se em trofozoí- culados nos capilares sanguíneos do homem fechan-
to jovem e trofozoíto maduro, início da esquizogonia do o ciclo.

Ciclos de vida do Plasmodium em um mosquito e em um humano. Não ocorre uma reinvasão das células hepá-
ticas no ciclo tecidual no Plasmodium falciparum.
Fonte: BARNES (1995)
Quadro-Síntese: Você acabou de estudar as características gerais e
26 a classificação de Apicomplexa. Na próxima unidade
Nesta unidade apresentamos os seguintes conceitos nós vamos iniciar os estudos dos Protozoa: Ciliopho-
ou definições em Zoologia: ra. Desta forma, certifique-se de que nenhum ponto
desta unidade ficou obscuro para você. Em caso de
PARASITOS MONOXENOS dúvidas recorra ao tutor da disciplina. Ele é a pessoa
PARASITOS HETEROXENOS mais indicada para ajudá-lo a compreender todos os
COMPLEXO APICAL aspectos que ficaram pouco claros.
ESPOROGONIA - ESQUIZOGONIA
OOCISTOS
MICRO E MACROGAMETÓCITOS

Exercícios de Fixação
1. Como se dá a locomoção em Apicomplexa?
2. Defina complexo apical.
3. Defina: esporogonia, esquizogonia, macro e microgametos.

Leitura Complementar
Leia o capítulo “Os Protozoários de esporozoários (Apicomplexa)” até o fim da mesma parte, no livro de Bar-
nes, Zoologia dos invertebrados.
UNIDADE IV 27

PROTOZOA. PROTOZOÁRIOS CILIADOS.


CILIOPHORA

4.1 - Aspectos Principais


Popularmente conhecidos como ciliados, eles exis- comuns em ambientes aquáticos. São conhecidos
tem em aproximadamente 8.000 espécies de ciliados ciliados sésseis (fixos) e livres, assim com também
descritas neste filo. Os ciliados são extremamente ciliados de vida livre e parasitos.

4.2 - Classificação
O filo Ciliophora divide-se basicamente em três classes:

Classe Kinetofragminophorea Classe Oligohymenophorea Classe Polyhymenophorea


Subclasse Gymnostomatia Subclasse Hymenostomatia Ordem Heterotrichida
Subclasse Vestibulifera Ordem Odontostomatida
Subclasse Hypostomatia Subclasse Peritrichia Ordem Oligotricha
Subclasse Suctoria Ordem Hypotrichida

4.3 - Características Gerais


Suas características gerais são: • Equilíbrio hídrico realizado através de vacúolos
contráteis com formação de ductos coletores;
• Presença de cílios com função de locomoção e ali- • Tipos de reprodução:
mentação; Assexuada: realizada através de fissão binária
• Ocorrência de dois tipos de núcleos – macronúcleo transversal. Ocorre a junção dos macronúcleos. Ocor-
vegetativo e micronúcleo reprodutivo; rência de gemação ou brotação (formação de gemas
• Presença de citóstoma (“abertura bucal”); e brotos) no gênero Suctoria. Possibilidade de forma-
• Formam colônias; ção de cistos.
• Ocorrência de duas estruturas especiais na película Sexuada: Conjugação com troca de material genéti-
ciliar - tricocistos e cinetodesma; co. Ocorre uma adesão de citoplasma. Durante a con-
• Região adoral (próxima a boca) com três estrutu- jugação, apenas os micronúcleos estão íntegros; dá-se
ras: vestibulum, citóstoma e citofaringe; a formação de micronúcleo macho e fêmea, com pos-
• Presença de dois tipos de membranas especiais - terior formação de zigoto. Após a conjugação ocorre
membrana ondulante e membranela; uma separação com posterior divisão celular.
• Abertura excretora denominada citopígio ou cito-
procto;
28

Estruturas do Paramecium.
Fonte: BARNES (1995)

Quadro-Síntese: Obs.: Faça uma reflexão a respeito das “Caracte-


rísticas Gerais e Classificação de Ciliophora”, que
Nesta unidade apresentamos os seguintes conceitos você acabou de estudar, e recorra sempre à bibliogra-
ou definições em Zoologia: fia complementar indicada no final do instrucional.
Lembre-se que ela foi cuidadosamente escolhida para
TIPOS DE NÚCLEOS orientá-lo em seus estudos. Depois, passe aos exercí-
REGIÃO ADORAL cios de fixação. Bom trabalho!
GEMAÇÃO E BROTAÇÃO
CONJUGAÇÃO EM CILIOPHORA

Exercícios de Fixação
1. Qual a principal característica que nos permite diferenciar o filo Ciliophora?
2. Cite as estruturas que compõem a região adoral.
3. Em Ciliophora, que o tipo de reprodução assexuada ocorre?

Leitura Complementar
Você vai encontrar mais características e a classificação de Ciliophora no capítulos “Os protozoários”, do
livro de Barnes, Zoologia dos invertebrados.
UNIDADE V 29

FILOS PORIFERA, CNIDARIA, CTENOPHORA E


PLATYHELMINTHES

5.1 – Filo Porífera


As esponjas são organismos bastante antigos, com
origens que se perdem a mais de 1.0-1.2 bilhões de
anos atrás. Suas características morfológicas, tais
como a relativa simplicidade estrutural e o baixo
grau de diferenciação dos tecidos, em conjunto com
o registro fóssil, as colocam como os animais pluri-
celulares mais primitivos existentes. São animais fa-
cilmente encontrados em quase todos os ambientes
aquáticos, desde rios até as fossas abissais, em re-
giões tropicais e polares. As mais de 6000 espécies
descritas possuem uma extrema variedade de dimen-
sões, cores, formas e hábitos e sua construção aparen- Forma das espículas da parede do corpo de algumas
temente simples e primitiva não revela totalmente a
esponjas. Espículas (A, triactinas corticais e atriais; B,
imensa complexidade destes organismos.
tetractinas subcorticais; C, tetractinais coanossomais; D,
triactinas coanossomais).
As esponjas são organismos imóveis mas capazes
de movimentar a água em seu redor. Fonte: MURICY G. & HAJDU (2006).

As partículas alimentares em suspensão penetram A parede do corpo das esponjas delimita uma ca-
no corpo da esponja através de poros microscópicos – vidade central, o átrio ou espongiocélio. Em certas
poros inalantes – na sua parede lateral e a água filtra- esponjas mais complexas não existe apenas uma ca-
da é retirada através de uma abertura maior – ósculo vidade central mas um labirinto de canais e câmaras
– na zona oposta à base. cobertas de células flageladas – câmaras vibráteis.

Em certas espécies, o ósculo pode ser lentamente fe- A respiração e a excreção são feitas diretamente por
chado. O ósculo encontra-se quase sempre acima do difusão com o meio aquático, pelo que as esponjas
resto do corpo do animal, uma adaptação importante
não suportam águas estagnadas.
pois evita a recirculação de água da qual já foram reti-
rados alimento e oxigênio e adicionados resíduos. Em
Fonte: http://www.db-piracicaba.com.br/download/01-
mais nenhum animal a abertura principal do corpo é
exalante, como neste caso, mais uma excentricidade esquema-poriferos. Acesso em 01/04/2010.
das esponjas.
As esponjas produzem uma grande diversidade de
metabólitos secundários, muitos dos quais têm es-
Tipos de Esponjas truturas originais de grande interesse para a farma-
cologia e a pesquisa biomédica. Esses compostos
De modo geral, esponjas têm uma ou mais abertu-
representam um importante recurso natural, pois po-
ras exalantes circulares (ósculos), e muitas espécies
dem levar à produção de medicamentos mais efica-
têm sistemas de canais subsuperficiais semelhantes
a veias. Muitas espécies são compressíveis, e a su- zes contra o câncer e outras doenças graves, como as
perfície é frequentemente híspida (com extremidades causadas por vírus, bactérias ou fungos. As esponjas
das espículas atravessando parcialmente a superfície) são um dos grupos de organismos com maior percen-
ou conulosa (com pequenas elevações cônicas). As tagem de espécies produtoras de compostos antibió-
ascídias coloniais se diferenciam das esponjas pela ticos, antitumorais e antivirais. Outros invertebrados
presença de um sistema regular de orifícios de inges- como briozoários, ascídias e cnidários não têm tantas
tão e egestão; elas são normalmente lisas ao toque e espécies com compostos ativos, nem um espectro tão
incompressíveis. amplo de atividades quanto as esponjas.
Tipos Morfológicos Tipo mais primitivo, não há canais. A área revestida
30 A estrutura morfológica dos poríferos é bem pecu- por coanócitos é reduzida e ocorre um grande átrio.
liar, bem caracterizada por sistemas de canais para a
O fluxo de água pode ser lento, uma vez que o átrio
circulação de água, numa forma que se relaciona com é grande e contém água demais para que possa ser
o caráter séssil (fixo) do grupo. levada rapidamente através do ósculo. Quanto maior
a esponja, mais intenso é o problema do movimento
Existem três tipos estruturais segundo este arranjo de água. O aumento do átrio não é acompanhado por
interno de canais: Asconoide, siconoide e leuconoide. um aumento suficiente da camada de coanócitos para
superar o problema. Assim, as esponjas tipo Ascon
são invariavelmente pequenas.
Asconoides

Estrutura dos poríferos.


Fonte: http://www.db-piracicaba.com.br/download/01-esquema-poriferos.pdf. Acesso em 01/01/2010.
Esses problemas de fluxo de água e área de super- sai pelo ósculo. Desta forma as partículas alimenta-
fície das esponjas foram superados durante sua evo- res são capturadas e filtradas nas câmaras flageladas 31
lução através do dobramento da parede do corpo e pelos coanócitos. Tanto os coanócitos como os ame-
redução do átrio. As dobras aumentaram a superfície bócitos fagocitam o alimento e transferem-no para
da camada de coanócitos enquanto a redução do átrio outras células. Portanto, a digestão é intracelular. Os
diminuiu o volume de água circulante. O resultado fi- detritos são eliminados pelo fluxo de água.
nal dessas mudanças é uma circulação de água muito
maior e mais eficiente através do corpo. Com isso é
Tipos Morfológicos das Esponjas
possível um grande aumento de tamanho.
As esponjas se alimentam de material particulado
As esponjas que apresentam os primeiros sinais de extremamente fino. Estudos efetuados em três espé-
dobramento do corpo são as siconoides ou tipo Sycon. cies de esponjas jamaicanas mostraram que 80% da
Nessas, a parede do corpo tornou-se dobrada hori- matéria orgânica filtrável consumida por estas es-
zontalmente formando protuberâncias digitiformes. ponjas tem um tamanho inferior àquele que pode ser
Esse tipo de desenvolvimento produz bolsas externas resolvido pela microscopia comum. Os outros 20%
estendendo-se para dentro a partir do exterior e eva- constituem bactérias, dinoflagelados e outros peque-
ginações que se estendem para fora a partir do átrio. nos seres planctônicos.
Nesse tipo mais evoluído de esponja, os coanócitos Aparentemente, as partículas de alimento são sele-
não mais revestem o átrio, mas ficam confinados às cionadas principalmente com base em seu tamanho,
evaginações as quais são chamadas canais radias ou sendo retiradas no curso de sua passagem pelas câ-
flagelados. As invaginações correspondentes da pina- maras flageladas.
coderme chamam-se canais aferentes. Os dois canais
se comunicam através de aberturas, equivalentes aos Apenas partículas menores que um certo tamanho
poros das esponjas asconoides. podem entrar nos poros dérmicos, essas são partícu-
las finalmente filtradas pelos coanócitos. A captação
Leuconoides de partículas resulta provavelmente do fluxo de água
através das microvilosidades que compõem o cola-
O mais alto grau de dobramento da parede do cor- rinho.
po ocorre neste tipo de esponja. Os canais flagelados
sofrem evaginações de maneira a formar pequenas Partículas grandes (5 a 50 μm) são fagocitadas por
câmaras flageladas arredondadas e o átrio usualmente células que revestem os canais inalantes. Partículas
desaparece, exceto pelos canais hídricos que levam com dimensões bacterianas ou ainda menores (menor
ao ósculo. A água entra na esponja através dos poros que 1 μm) são removidas e engolfadas pelos coanó-
dérmicos provavelmente localizados entre células e citos.
passa pelos espaços subdérmicos.
Respiração, Circulação e Excreção
Muitas esponjas (a maioria) são constituídas segun-
do a arquitetura leuconoides, fato que põe em evi- As trocas gasosas ocorrem por simples difusão entre
dência a eficácia desse tipo de estrutura. As esponjas a água que entra e as células do animal. As excretas
leuconoides são compostas por uma massa de câma- nitrogenadas (particularmente amônia) saem do orga-
ras flageladas e canais hídricos e podem atingir um nismo junto com a corrente de água. Não há, portan-
tamanho considerável. to, sistema circulatório.

Fisiologia Sistema Nervoso


Os aspectos fisiológicos dos poríferos são muito de- Não existe sistema nervoso. As reações são locali-
pendentes da corrente de água que fluem através do zadas e a coordenação é em função da transmissão de
organismo. O volume de água que passa é extrema- substâncias mensageiras por difusão no meso-hilo ou
mente alto. O ósculo é regulado de forma a diminuir por células ameboides se locomovendo. Pode também
ou até parar o fluxo. ocorrer entre células fixas que estejam em contato.

Digestão Reprodução

O hábito filtrador envolve necessariamente a forma- A reprodução pode ser assexuada ou sexuada.
ção de uma corrente unidirecional de água, que entra
pelos poros trazendo alimentos, circula pelo átrio e • Assexuada
Regeneração ração a semelhança estrutural entre os coanócitos e os
32 Ocorre quando parte do animal fragmenta-se e os protozoários coanoflagelados, o que indica uma ori-
pedaços são facilmente regenerados, formando novos gem distinta, sem relação com os outros metazoários.
indivíduos.
O caráter primitivo do grupo, como já mencionado,
Brotamento é a ausência de órgãos e o baixo nível de diferencia-
ção e interdependência celular. Entretanto, o sistema
Em algumas espécies ocorrem expansões laterais do de canais hídricos e falta de extremidade anterior e
corpo, denominadas brotos. Estes podem se despren- posterior é característica singular deste grupo, não
der e depois se fixar em um substrato. sendo encontrado em nenhum outro filo.

Gemulação
As Classes de Esponjas
Ocorre em esponjas de água doce e em algumas
espécies marinhas. Nestas esponjas formam-se es- Aproximadamente 10.000 espécies de esponjas fo-
truturas reprodutoras chamadas gêmulas. Estas são ram descritas até o momento, estando estas distribuí-
constituídas por aglomerados de amebócitos e arque- das em quatro classes.
ócitos envoltos por uma membrana rígida formada
por espículas e por material semelhante a espongina, Classe Calcarea
que deixa uma pequena abertura, denominada micró-
pila. Isto confere às gêmulas proteção contra condi- Os membros dessa classe, conhecidos como espon-
ções ambientais adversas (baixas temperaturas, falta jas calcáreas, distinguem-se por possuírem espículas
d’água etc.). Em condições favoráveis, as células in- compostas de CaCO3. Nas outras classes as espículas
ternas são liberadas e se diferenciam nos outros tipos são invariavelmente silicosas. Os três graus de estru-
de células sob um substrato. turas (Ascon, Sycon e Leucon) são encontrados. A
maioria das espécies tem menos de 10cm de altura.
Sexuada
Classe Hexactinellida
Nos poríferos ocorre hermafroditismo ou sexos se-
parados. Os óvulos e espermatozoides são originados Os representantes dessa classe são conhecidos como
dos arqueócitos e amebócitos. Os espermatozoides esponjas-de-vidro. O nome Hexactinellida vem do
quando maduros, saem pelo ósculo, juntamente com fato que as espículas são do tipo com seis pontas ou
a corrente exalante de água. Penetram em outras es-
hexáctinas. Além disso, frequentemente algumas es-
ponjas pelos poros através de correntes inalantes e
pículas estão fundidas formando um esqueleto que
são captados pelos coanócitos. Esses se modificam
pode ser reticulado, constituído por longas fibras sili-
em células ameboides, transportando-o até o óvulo
cosas. Por isso elas são então chamadas de esponjas-
presente no meso-hilo onde ocorre a fecundação, que
é, portanto, interna. Do ovo surge uma larva ciliada, de-vidro. A forma siconoide é dominante.
que abandona o corpo da esponja. Após breve período
de vida-livre (não mais que dois dias) fixa-se a um Vivem principalmente em águas profundas (450 a
substrato e dá origem à esponja adulta. 900m de profundidade em média), sendo totalmente
marinhas.
Depois de se fixar através da extremidade anterior,
a larva sofre uma reorganização interna comparável à Há um átrio bem desenvolvido e um único ósculo
gastrulação de outros animais. que às vezes pode estar coberto por uma placa cri-
vada formada por espículas fundidas. Os pinacócitos
presentes em todas as demais classes estão ausentes,
Aspectos Evolutivos sendo que a epiderme é formada por pseudópodos in-
terconectados de amebócitos.
As esponjas são consideradas metazoários parazoa,
ou seja, animais sem tecidos verdadeiramente dife-
renciados e nenhum órgão. O restante dos seres do Algumas espécies do gênero Euplectella apresen-
reino animal são chamados de eumetazoa, ou seja, tam uma interessante relação comensal com uma
animais “verdadeiros” com tecidos diferenciados, ór- certa espécie de camarão (Spongicola). Quando um
gãos, ou pelo menos boca e cavidade digestiva. jovem macho e uma fêmea entram no átrio, após
crescerem, não podem escapar devido à placa crivada
A origem dos porífera é ainda incerta, porém evi- que cresce e recobre o ósculo. Por isso, passam a vida
dências sugerem que derivam de algum tipo de fla- toda presos no interior da esponja alimentando-se do
gelado colonial simples, oco e de vida livre, talvez o plâncton, que lhes chega através de correntes de água,
mesmo grupo que deu origem aos ancestrais dos ou- e reproduzindo-se, sendo por isso considerados sím-
tros metazoários. Outra abordagem leva em conside- bolos da união eterna por certos orientais.
Classe Demonspogiae recifes de coral em várias partes do mundo. Todas
leuconoides. 33
Contém 90% das espécies de esponjas, distribuídas
desde águas rasas até profundas. Possuem, além do esqueleto interno de espículas
silicosas mais espongina, um invólucro externo de
A coloração frequentemente brilhante é devido a CaCO3. (Fonte: ifsc.usp.br)
grânulos de pigmento localizados nos amebócitos.
Espécies diferentes são caracterizadas por diferentes
cores.
Classificação dos Poríferos

Filo Porifera Grant, 1836


O esqueleto nessa classe é variável, podendo consis-
tir de espículas silicosas ou de fibras de espongina ou Classe Demospongiae Sollas, 1885
uma combinação de ambas. Subclasse Homoscleromorpha Bergquist, 1978
Ordem Homosclerophorida Dendy, 1905
Todas as Demospongiae são leuconoides. As maio- Subclasse Tetractinomorpha Lévi, 1953
res esponjas conhecidas pertencem a essa classe. Ordem Astrophorida Sollas, 1888
Exemplo: Spheciospongia com mais de 1m de diâ- Ordem Chondrosida Boury-Esnault & Lopès, 1985
metro e altura. Há representantes de água doce. Ordem Hadromerida Topsent, 1894
Ordem Spirophorida Bergquist & Hogg, 1969
A família Spongidae contém as famosas esponjas de "Ordem" Lithistida Bergquist & Hogg, 1969 (poli-
banho cujo esqueleto é composto apenas por espon- filética)
gina. Spongia e Hippospongia, dois gêneros de va-
Subclasse Ceractinomorpha Lévi, 1953
lor comercial, são coletadas em importantes fundos
Ordem Agelasida Hartman, 1980
de pesca de esponjas no Golfo do México, Caribe e
Mediterrâneo. Ordem Halichondrida Gray, 1867
Ordem Poecilosclerida Topsent, 1928
As esponjas são coletadas por mergulhadores dei- Ordem Haplosclerida Topsent, 1928
xando que o tecido vivo se decomponha na água. O Ordem Dendroceratida Minchin, 1900
esqueleto restante, composto por fibras entrelaçadas Ordem Dictyoceratida Minchin, 1900
de espongina, é então lavado. Ordem Verongida Bergquist, 1978
Classe Calcarea Bowerbank, 1864
Subclasse Calcaronea Bidder, 1898
Classe Sclerospongiae
Ordem Leucosolenida Hartman, 1958
Classe pequena no número de espécies marinhas, Subclasse Calcinea Bidder, 1898
sendo encontradas em grutas e túneis associadas a Ordem Clathrinida Hartman, 1958

5.2 - Filo Cnidaria


Estes animais, conhecidos como celenterados, têm - Diblásticos (só ecto e endoderme).
simetria radiada (antigamente havia a união com o - Possuem duas formas: pólipos (geralmente séssil,
grupo Ctenophora, que veremos adiante, formando o tubular ou cilíndrico, extremidade oral direcionada
grupo denominado Radiata), presença de uma cavida- para cima, mesogleia fina) e medusas (livre-natantes,
de gastrovascular (formada pela boca mais a cavidade em forma de sino, com o lado convexo para cima e
digestiva), tentáculos na região adoral, existem, ain- boca no centro da superfície inferior côncava voltada
da, três camadas corporais: epiderme, mesogleia, gas- para baixo, mesogleia espessa).
troderme. Na mesogleia, temos a presença de células - Revestimento: Epitélio externo (epiderme): céls.
especializadas: os amebócitos. Durante as fases de epiteliomusculares, céls. intersticiais, cnidócitos (ne-
vida, existe a possibilidade de dois tipos de estrutura, matocistos), células secretoras de muco, células re-
os pólipos e as medusas. Como forma de defesa, há a ceptoras e nervosas, Epitélio interno (gastroderme):
presença de células especializadas, os nematocistos. células nutritivo-musculares, células enzimático-
glandulares, zooclorelas em hidras; Mesogleia.
- Epiderme: composta por cinco tipos de células
Características Gerais principais.
- Epiteliomusculares: coletivamente, formam uma
- Simetria radial. camada contrátil, longitudinal e cilíndrica.
- Possuem celêntero, tentáculos. - Intersticiais: entre as células epiteliomusculares,
são totipotentes, originando principalmente o esper- Reprodução sexuada: principalmente no outono,
34 ma e os ovos. para garantir a sobrevivência da espécie no inverno.
- Cnidócitos: células especializadas, característi- As células germinativas são originadas das células in-
cas de todos cnidários, contêm organelas capazes de tersticiais, que se agregam na haste para formar ová-
eversão conhecidas como cnidos (os mais comuns são rios ou testículos. Na maioria dos cnidários, os ovos
os nematocistos). O mecanismo de descarga envolve e o esperma são liberados na água, onde ocorre a fer-
uma rápida alteração da pressão osmótica dentro da tilização. A clivagem é completa e geralmente radial.
cápsula. Os nematocistos funcionam na captura de Após a gastrulação, uma larva planular alongada e ra-
presas e muitos podem injetar toxinas. As diferentes dialmente simétrica é formada, originando um indiví-
espécies de cnidários possuem de um a sete tipos de duo adulto. Nas hidras, um único ovo é produzido em
nematocistos, com o número e os tipos dependendo cada ovário, e as outras células servem como alimen-
da presa. Os cnidos são utilizados uma única vez, to na formação do ovo. À medida que o ovo aumenta,
novos cnidocistos são formados a partir das células ocorre uma ruptura na epiderme, expondo o ovo. O
intersticiais vizinhas. Os nematocistos descarregados esperma liberado na água pelos testículos penetra na
são substituídos dentro de 48 hs. superfície exposta do ovo, fertilizando-o.
- Secretoras de muco.
- Receptoras e nervosas.
- Movimentos de contração e estendimento de fibras Sistemática
levam a variações no comprimento do corpo, tentácu-
los e curvas. A haste corporal e os tentáculos podem Classe Hydrozoa: membros medusoides ou polipoi-
se estender, contrair ou curvar. As hidras podem se des ou alternam as formas ao longo do ciclo de vida.
destacar e mudar de localização por saltos ou flutu- Mesogleia sem células. Cnidócitos só na epiderme.
ação. Medusas (hidromedusas) pequenas com vela e ma-
- Nutrição: carnívoros, alimentam-se de crustáceos. núbrio. Organizaçãocolonial assicuada à evolução de
Paralisam a presa com os nematocistos. Em hidras, um esqueleto e do polimorfismo (divisão de traba-
não há boca permanente (ela é selada quando não está lho). Os pólipos devem ter se originado de actínulas
aberta, para osmorregulação). Os tentáculos, ao en- (hidromedusas primitivas) fixas. As espécies polipoi-
volverem a presa, descarregam os nematocistos, pa- des predominaram sobre as medusoides.
ralisando-a, e posteriormente puxam o animal captu-
rado em direção à boca. Na cavidade gastrovascular, Ordem Trachylina: medusoides sem estágio polipoi-
células enzimático-glandulares liberam enzimas que de.
destroem os tecidos da presa. Os produtos da digestão
são distribuídos por difusão. Ordem Hydroida: geração polipoide bem desenvol-
- Celêntero: cavidade intestinal/gastrovascular re- vida.
vestida por endoderme, funciona na circulação e na
digestão. Abre-se externamente em uma extremidade, Subordem Limnomedusae: água doce com pólipos
formando uma boca circundada por tentáculos, que solitários e medusas livres.
ajudam na captura e na ingestão de alimentos.
- Digestão inicialmente extracelular e depois intra- Subordem Anthomedusae: recobrimento esqueléti-
celular, com distribuição dos produtos por difusão. co, se presente, não chega ao hidranto. Medusas li-
- Trocas gasosas e excreção por difusão. vres e em forma de sino. Dulcícolas. Há hidrocorais.
- Excreção: os materiais indigeríveis são ejetados
pela boca quando o corpo se contrai, os detritos nitro- Subordem Leptomedusae: Hidranto tecado. Medu-
genados se difundem pela superfície corporal. sas livres normalmente ausentes, se presentes, acha-
- Vacúolo contrátil: a cavidade gastrovascular age tadas.
como vacúolo contrátil ao remover a água em excesso
através da boca. Subordem Chondrophora: colônias polipoides, poli-
- Osmorregulação: a cavidade gastrovascular fun- mórficas e pelágicas.
ciona como um vacúolo contrátil gigante ou nefrídio
de animal superior. Ordem Actinulida: células epidérmicas ciliadas,
- Sistema nervoso em rede, na base da epiderme e sem estágio medusoide. Habitantes intersticiais.
da gastroderme, além de se concentrarem também ao
redor da boca. Ordem Siphonophora: colônias pelágicas de pópi-
- Reprodução: brotamento, sexuada, larva planular: pos e medusas. Colônias com bóias ou grandes sinos
natatórios, são de mares quentes. Ex. Physalia (cara-
Reprodução assexuada: brotamento, geralmente vela)
nos meses mais quentes.
Ordem Stylasterina: hidrocorais com muito tecido Subclasse Zoantharia ou Hexacorallia: sistema
sobre o esqueleto; pópipos em aberturas em forma de complexo de septos, arranjados em múltiplos de 6 35
estrela. (mínimo 12), exemplares solitários e coloniais.

Classes Scyphozoa e Cubozoa: predominância da Ordem Zoanthidea: anêmonas pequenas.


forma medusoide, que apresenta estruturas comple-
xas como manúbrio desenvolvido, tamanho maior Ordem Actiniaria: anêmonas-do-mar.
que as hidróides, mesogleia com células, estômago
septado e cnidócitos gastrodérmicos; são pelágicos, Ordem Scleractinia ou Madreporaria: corais pétre-
a forma polipoide aparece em seguida à plânula no os. Esclerosseptos calcáreos em ciclos hexâmeros.
ciclo de vida, gônadas gastrodérmicas, as medusas se
original direto dos pólipos (cubozoa) ou por brota- Ordem Corallimorpharia: "corais" sem esqueleto.
mento da extremidade oral do pólipo (scyphozoa).
Ordem Ceriantharia. Semelhantes a anêmonas, mas
Ordem Stauromedusae ou Lucernariida: cifozoários o corpo é muito alongado.
polipoides sésseis presos por uma haste no lado abo-
ral do corpo em forma de trombeta. Litorais frios. Ordem Antipatharia: corais negros ou espinhosos.
Semelhantes a gorgonianos. Águas tropicais profun-
Ordem Coronatae: sino da medusa com sulco ou das.
constrição envolvente profundo (sulco coronal) ao
redor da exumbrela. Subclasse Octocorallia ou Alcionaria: arranjo de
oito septos completos com oito tentáculos, coloniais.
Ordem Semaeostomaceae: cifomedusas com sinos
em forma de pires ou tigela com margens recortadas, Ordem Stolonifera: sem massa cenenquimal, póli-
manúbrio com quatro braços orais, oceânicos. pos surgem de um aesteira rastejante ou estolho. Es-
queleto de tubos calcáreos. Oceanos tropicais e tem-
Ordem Rhizoztomae: sino da medusa sem tentácu- perados em águas rasas.
los, bocas secundárias (dobras).
Ordem Telestacea: pólipos laterais em hastes sim-
Classe Anthozoa: constituem os corais, são polipoi- ples ou ramificadas. Calcáreos.
des durante todo o ciclo de vida (não há medusas),
possuem células na mesogleia e septos na cavidade Ordem Alcyonacea: corais macios, cenênquima em
gastrovascular, devem ter evoluído a partir dos pó- massa flexível, tropicais, espículas calcáreas.
lipos de Scyphozoa, as anêmonas são os espécimes
solitários, mas a maioria é colonial (colônias se origi- Ordem Heliosporacea: esqueleto calcáreo azul e
nam do brotamento de apenas um pólipo). Há corais maciço (indo-Pacífico).
escleractinianos (tropicais hermatípicos, com zoo-
xantelas), macios (corais alcionácoes, abundantes no Ordem Gorgonacea: corais córneos ou gorgonianos,
Indo-Pacífico), gorgonianos (espículas calcáreas no semelhantes a plantas. Podem ter espículas calcáreas.
cenênquima, flexíveis), penatuláceos (são adaptados
para a vida em fundos macios, o pólipo central deter- Ordem Pennatulacea: canetas-do-mar. Corpo carnu-
mina a fixação e a forma da colônia). do, achatado ou alongado ou ráquis. calcáreos.
36

Nematocisto. Estrutura presente nos cnidócitos. Responsável pela inoculação de substância urticante.
Fonte: Ruppert, Fox & Barnes, 2005.

Para estudarmos melhor, podemos dividir os celen- das na gastroderme, larva plânula e polipoide. Há a
terados em três grupos principais: formação de éfiras, que são as medusas imaturas.

Classe Hydrozoa (Hidrozoários) – hidras


Classe Scyphozoa (Cifozoários) – água-viva Classe Anthozoa (Antozoários) – Corais
Classe Anthozoa (Antozoários) – corais
Estrutura polipoide, ausência de medusas, boca se-
guida de faringe tubular, cavidade gástrica dividida;
Classe Hydrozoa (Hidrozoários) – Hidras os nematocistos são gástricos, gônadas gastrodérmi-
cas.
Estrutura de pólipo ou medusa, mesogleia sem célu-
las, gastroderme sem nematócistos, gônadas epidér- Com a finalidade de melhor compreendermos esta
micas ou gastrodérmicas com óvulos ou espemato- classe, dividimos em:
zóides expulsos ao exterior, reprodução sexuada (as
gônadas são agregados de gametos), possibilidade de Anêmonas – com disco basal, sulcos no disco oral
fecundação interna ou externa; o tipo medusoide pos- (sifonóglifos), epiderme ciliada, hermafroditas ou
sui larva plânula (ciliada) e actínula, o tipo polipoide dioicos, fecundação interna ou externa, larva plânula;
larva plânula.
Corais Pétreos – com esqueleto de carbonato de cál-
cio, solitários ou coloniais, ausências de sifonóglifo,
Classe Scyphozoa (Cifozoários) – Água-Viva esqueleto secretado pela epiderme, hermafroditas ou
dioicos;
Estrutura de medusa preponderante com pólipos
larvais, nematocistos tentaculares, boca, estômago Corais Octocorais – com oito tentáculos, presença
central e quatro bolsas gástricas; o estômago possui de sifonóglifo, coloniais.
filamentos com nematocistos, são dioicos com gôna-
37

Cnidário. Forma de pólipo. Anêmona-do-mar e as estruturas corpóreas.


Fonte: Ruppert, Fox & Barnes, 2005.

Ciclo de Vida tempo até se fixar a um substrato submerso, onde gra-


dativamente se transforma em um organismo seme-
Os cnidários reproduzem-se sexuada e assexuada- lhante aos pais.
mente. A reprodução sexuada dá-se na fase medusa
(com excepção dos antozoários, os corais e as anêmo- Os pólipos reproduzem-se assexuadamente forman-
nas-do-mar, e hidra e algumas outras espécies que não do pequenas réplicas de si mesmos por evaginação
desenvolvem nunca a fase de medusa): os machos e da sua parede, chamadas gomos. No caso dos corais,
fêmeas libertam os produtos sexuais na água e ali se estes novos pólipos constroem o seu "esqueleto" e
conjugam, dando origem aos zigotos. Há espécies, continuam fixos, contribuindo para o crescimento
porém, em que os óvulos são retidos dentro do corpo da colônia. No entanto, em certos casos, os gomos
da fêmea, em geral na cavidade gastrovascular, onde começam a dividir-se em discos sobrepostos, num
são fecundados pelos espermas que entram pela boca. processo conhecido por estrobilização, sendo esta
também uma forma de reprodução assexuada. Estes
O desenvolvimento pode ser direto, isto é, o em- discos libertam-se, dando origem a pequenas medu-
brião originado desenvolve-se diretamente em um sas chamadas éfiras que eventualmente crescem e se
individuo semelhante aos pais, ou indireto e o em- podem reproduzir sexualmente. Existe também a me-
brião se desenvolve em uma pequena larva achatada tagênese, que são os processos pelo qual se alternam
recoberta de cílios, a plânula, que nada durante algum gerações de pólipo e medusas.
38

Ciclo de Vida de Hydrozoa. A. Craspedacusta de água doce: Pólipo solitário sem periderme e com tentáculos curtos; B.
Espécies de água doce de Hydra: Estágios de medusa e planula ausentes; C. Aglaura., espécie de oceano aberto: pólipo
ausente; medusa se desenvolve diretamente de actínula.
Fonte: Ruppert, Fox & Barnes, 2005.

5.3 - Filo Ctenophora

Este pequeno filo apresenta simetria radiada, sua um sistema digestivo completo. Atualmente, a posi-
epiderme é celular ou sincicial, sem nematocistos, a ção dos Ctenophora na filogenia dos Metazoa é incer-
mesogleia é formada com fibras e amebócitos, corpo ta. Embora estudos morfológicos os coloquem como
com oito (8) bandas ciliadas, cada hemisfério com grupo irmão de todos os animais bilaterais, dados
um longo tentáculo, sistema digestivo com estômago moleculares são inconclusivos, oscilando sua posição
central e ramificado, presença de coloblasto (células entre os filos basais. Embora seja um grupo com re-
adesivas), hermafroditas, fecundação externa, larva lativamente poucas espécies (cerca de 120), estas são
conhecida como cidipédia. geralmente conspícuas, abundantes e de ampla distri-
buição. Os Ctenophora são mais conhecidos pelas be-
Os Ctenophora são um filo de animais marinhos de las formas planctônicas, mas há espécies bentônicas
corpo translúcido, gelatinoso e frágil. Caracteristica- de hábitos crípticos e corpos vermiformes.
mente apresentam, pelo menos em alguma fase do
seu ciclo de vida, oito fileiras longitudinais de ctenos Ainda que as espécies planctônicas sejam quase
(pentes formados por cílios justapostos) que, em ge- transparentes, a bioluminescência e a iridescência nos
ral, atuam na locomoção. Devido à simetria corpó- pentes ciliares são comuns, propriedades que os tor-
rea birradial, o grupo já foi incluído entre os Radiata, nam visíveis na coluna de água, tanto de noite quanto
juntamente com cnidários e equinodermos. Posterior- de dia.
mente, foi considerado como parte dos Coelentera-
ta, por compartilhar com os Cnidaria características Como vorazes predadores, esses animais ingerem
como a constituição gelatinosa do corpo e ausência de grandes quantidades de pequenos organismos zoo-
planctônicos, incluindo larvas de peixes de grande to de se alimentar vorazmente de outros ctenóforos,
importância econômica. Entretanto, alguns grupos de foi o responsável pelo controle populacional do M. 39
ctenóforos, como os Haeckeliidae e os Beroidae, se leidyi na região. Acredita-se que espécies do gênero
alimentam de outros organismos planctônicos gela- Beroe sejam soluções para o controle da superpopu-
tinosos, por vezes até maiores do que eles próprios. lação de M. leidyi em outras áreas invadidas, como
Sua atuação predatória, aliada ao rápido processo re- o Mar Cáspio, Mar Báltico e Mar do Norte. A maio-
produtivo de algumas espécies, pode gerar problemas ria dos ctenóforos é hermafrodita simultâneo, sendo
econômicos de larga escala, como no caso da intro-
geralmente capazes de autofecundação e, em alguns
dução acidental de Mnemiopsis leidyi no Mar Negro,
casos, iniciando o período reprodutivo já na fase. Ge-
no início da década de 1980, transportado em água
de lastro de navios. Ao encontrar um ambiente fa- ralmente liberados no meio circundante, os ovos dão
vorável, desprovido de predadores, M. leidyi atingiu origem a uma larva, denominada cidipídia, exceto
níveis extremos de superpopulação em poucos anos, nos Beroidae, que possuem larvas morfologicamente
reduzindo os estoques de peixes de importância co- semelhantes aos adultos. Algumas espécies de Platyc-
mercial devido à predação sobre seus ovos e larvas, e tenida (ordem de ctenóforos bentônicos) apresentam
sobre o plâncton, fonte de alimentação destes peixes. protandria. A reprodução assexuada, pela fissão do
Por outro lado, Beroe ovata foi também introduzido corpo parental, também pode ocasionalmente ocorrer
acidentalmente no Mar Negro. Este, devido ao hábi- nos Platyctenida.

Hormiphora plumosa L. Agassiz, 1860. Desenho em vista tentacular, bainha tentacular; fileira de ctenos subestomodeal;
fileira de ctenos subtentacular. (In: OLIVEIRA et al. 2007- – precisamos do nome completo do autor, o nome do livro,
cidade e editora para colocarmos na bibliografia).)

5.4 - Filo Platyhelminthes


Os platelmintos são divididos em grupos, que são CESTOIDEA
apresentados a seguir: Eucestoda
Cestodaria
TURBELLARIA
Acoela
Rhabdocoela (Temnocephalidea – Principal
Grupo) Filo Platyhelminthes

TREMATODA
Aspidobothrea As características principais dos platelmintos, co-
Digenea nhecidos como helmintos ou vulgarmente como ver-
Monogenea (Monogenoidea) mes, são:
Simetria bilateral; sistema excretor protonefridial (desenvolvimento a partir de um ovo, que não rece-
40 com células flama (sistema osmorregulador), geral- beu carga genética paterna, originando somente fê-
mente não possuem ânus, e sim, poro excretor; siste- meas), larva livre natante denominada larva Müller.
ma respiratório e circulatório ausente. O espaço entre
a parede do corpo e os órgãos internos com as fibras e Classificação:
células forma o parênquima, sistema nervoso forma-
do por uma rede epidérmica com gânglios, na maioria ACOELA,
são monoicos (dois sexos em um mesmo indivíduo), RHABDOCOELA,
fertilização interna. TREMATODA e EUCESTODA ALLOECOELA,
possuem tegumento superficial vivo com proteínas, TRICLADIDA,
lipídios e lipoproteínas. POLYCLADIDA.

Mecanismos de fixação: Ventosas


Trematoda
• DIGENEA – ventosa oral e acetábulo;
• MONOGENEA – opistaptor com ganchos e gram- TREMATÓDEOS
pos.
Canal alimentar nos TREMATÓDEOS – cecos. 1.Aspidobothrea (Aspidocotylea ou Aspidogas-
• CESTOIDES não possuem canal alimentar (absor- trea)
ção se dá pelo tegumento).
Corpo com disco ventral para fixação (disco de
Baer); ventosas presentes, a grande maioria são para-
Turbellaria sitas de moluscos; sistema digestivo com único ceco.

• Sistema reprodutor masculino – um ou mais testí-


Turbelários e Planárias culos, vesícula seminal, bolsa do cirro, ducto ejacula-
tório e cirro.
São platelmintos com a parede do corpo apresentan- • Sistema reprodutor feminino – ovário, oviduto,
do epiderme ciliada e células glandulares, cavidade glândula de Mehlis, canal de Laurer (vagina vesti-
digestiva única sem ânus; são parasitos ou simbion- gial), glândula vitelogênica e metratermo.
tes; realizam a excreção por meio de protonefrídeos,
reprodução assexuada por fissão com regeneração Larva livre natante, ciclo direto sem hospedeiro in-
e reprodução sexuada, ocorrência de partenogênese termediário ou indireto.

Estrutura Geral de um Aspidobothrea.


Fonte:http://tolweb.org/aspidogastrea.
Acesso em: 02/02/2010.
2- Monogenea (Monogenoidea) Sistema reprodutor masculino – um ou mais testícu-
los, vesículas seminal, cirro e gonopóro. 41
Ectoparasitas (parasitas externos ao corpo) de pei-
xes (brânquias, narinas e corpo), endoparasitos (pa- Sistema reprodutor feminino – ovário único, vagina
rasitas internos) de raias e anfíbios: possuem órgão e glândula de Mehlis.
de fixação com ganchos – opistaptor, trato alimentar
com boca, faringe, esôfago e cecos, glândulas cefáli- Desenvolvimento – ovo, larva (oncomiracídio),
cas com função de fixação. adulto.

Monogenea. a) Família Dactylogyridae; b) Família Capsalidae


3- Digenea • Sistema reprodutor feminino – ovário único, glân-
42 dulas vitelogências, glândula de Mehlis, útero, metra-
Parasitas de todos os vertebrados, corpo com vento- termo e átrio genital.
sa oral e acetábulo. Tem como principal representante
deste grupo o Schistosoma mansoni, causador da es- Reprodução sexuada e assexuada.
quistosomose.
Desenvolvimento – ovo, larva ciliada (miracídio),
• Sistema reprodutor masculino – um ou mais testí- esporocisto, rédia, cercária (podendo haver após me-
culos, vesícula seminal e cirro. socercária e metacercária), adulto.

Ascocotyle longa Adulto vista ventral (Adaptado de Barros, 2002)

Cestoidea Dentre os cestoides, os mais conhecidos são as “tê-


nias”, Taenia solium e Taeniarhynchus saginatus (an-
CESTOIDES tigamente classificada com Taenia solium).

EUCESTODA • Sistema reprodutor masculino – um ou mais testí-


culos, vesícula seminal e cirro.
Este último grupo de platelmintos tem corpo com
segmentos chamados de proglótides, cada proglótide • Sistema reprodutor feminino – útero, receptáculo
com um ou mais conjuntos de órgãos reprodutores; à seminal, glândulas vitelogênicas, glândula de Mehlis
produção contínua de proglótides chamamos de estro- e vagina.
bilização. Escólice ou pseudoescólice com ventosas,
bótrios ou botrídeos e rostelo com ganchos, absorção Para melhor exemplificar seu desenvolvimento, te-
de nutrientes pelo tegumento – sem sistema digestivo, mos nos cestoides dois tipos básicos de ciclos, com
sistema osmorregulador com canais. suas respectivas larvas:
1.Ovo, coracídio (larva ciliada), procercoide e ple- • Licófora – larva ciliada dos cestodários;
rocercoide. • Espargano; 43
• Plerocerco;
2. Ovo e oncosfera (embrião hexacanto cisticercoi- • Cenuro – cisticerco de Taenia multiceps;
de). • Cisto hidática – cisticerco de Echinococcus spp;

Tipos especiais de larvas:

Escólice de Taeniarhynchus saginatus. b) Proglótides maduras.


Fonte: a) http://www.infektionsnetz.at/test/bilder/mikroskop/taenia_saginata_r.jpg
b) http://webnt.calhoun.edu/distance/internet/Natural/bio220-collier/taenia.jpg

Nesta unidade, apresentamos os seguintes conceitos Agora, faça uma reflexão a respeito do conteúdo
ou definições em Zoologia: apresentado e pense se ainda existe algo que não te-
nha ficado bem claro na sua cabeça. Todo curso co-
Porifera meça pela base, sem o entendimento necessário, os
Cnidaria demais conteúdos futuros não terão a clareza neces-
Ctenophora sária e desejada.
Platyelminthes

Lembre-se que o tutor da disciplina pode ajudá-lo muito. Recorra a ele sempre
que for necessário e só depois prossiga em suas tarefas.

Exercícios de Fixação
1. Correlacione as colunas.

1 - Turbellaria. ( ) Corpo com disco ventral (disco de Baer).


2 - Digenea. ( ) Corpo com epiderme ciliada.
3 - Eucestoda. ( ) Ocorrência de estrobilização no corpo.
4 - Aspidobothrea. ( ) Ciclo com esporocisto e rédia.

2. Os platelmintos (Filo Platyhelminthes) formam um importante grupo de parasitas. Os trematódeos (Tre-


matoda) e os cestoides (Eucestoda), apresentam modificações fisiológicas que os tornam aptos ao parasitismo.
Os cestoides, durante o processo evolutivo, acumularam a perda do canal digestivo, realizando a absorção dos
nutrientes através de outra via.
Qual o modo de absorção dos nutrientes, realizado pelos cestoides?
Leitura Complementar
44
Para você saber mais a respeito da classificação e caracterização dos grupos, leia os capítulos de Cnidaria,
Ctenophora e Platyhelminthes do livro Zoologia dos invertebrados, de Barnes.

Ficaram bem claras para você as características


gerais e a classificação dos filos Cnidaria, Cte-
nophora e Platyhelminthes apresentadas nesta
unidade? Se, por acaso, surgiram dúvidas, leia
novamente o texto, faça a leitura compelementar
indicada e anote os principais itens do conteúdo
para fixar o conhecimento.
UNIDADE VI 45

EXERCÍCIOS EXTRAS
1 - Em 1758, Linneu descreveu um nematóide de suínos como Ascaris lumbricoides. Goeze, em 1782, descre-
veu um nematóide, da mesma família do A. lumbricoides como A. equorum. Este parasito foi também estudado
por Cloquet, em 1824, que o denominou A. megalocephala. Em 1976, York & Meplestone ao estudarem esta
espécie consideram-na como pertencente ao gênero Parascaris. Qual a denominação para estas espécies?

2 - Linneu, em 1771, descreveu Ascaris trichiura. Rudolphi, em 1802, descreveu o mesmo helminto como Tri-
cocephalus dispar. Posteriormente o gênero Tricocephalus foi colocado na sinonímia de Trichuris e finalmente
concluiu-se que a espécie estudada era a mesma. Como citar o nome desta espécie?

3 - Procure diferenciar os fitoflagelados dos zooflagelados.

4 - Qual a nutrição de Sarcodina?

5 - Como se apresentam os flagelos em Apicomplexa?

6 - Caracterize a esquizogonia no ciclo do Plasmodium quanto ao intervalo de horas.

7 - No ciclo da malária, qual a primeira forma do parasito inoculada no homem?

8 - Como se dá o equilíbrio hídrico em Ciliophora?

9 - Como se dá a reprodução sexuada em Ciliophora?


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Glossário
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Dimorfismo - Quando ocorrem formas morfológicas diferentes numa mesma espécie. Sin: dimormia.

Dimorfismo sexual - Conjunto de diferenças entre macho e fêmea de uma mesma espécie gonocórica.

Dioico - Espécie diferenciada em macho e fêmea.

Dorsal - Relativo ao dorso.

Dorso. (Dorsum - Ing). (Do latim dorsum, atrás) - É a superfície superior, lado oposto ao ventre.

Ecdise. (Ecdysis - Ing) - É a porção do exoesqueleto despojada na muda. Ver muda.

Eclosão. (Eclosion - Ing) - É o aparecimento do adulto (imago) da pupa ou da última pele de ninfa. Sin: emer-
gência.

Epiderme - É a camada celular da parede do corpo, responsável pela secreção da cutícula.

Estágio. (Instar - Ing, Estadío, Estado - Esp) - No inseto imaturo, o primeiro estágio é a fase depois da eclo-
são, mas antes de sua primeira muda; o segundo estágio é depois da primeira, mas antes da segunda muda etc.
Sin: instar e estádio.

Habitat - Significa o lugar ou tipo de local onde um organismo ou população ocorre naturalmente.(Convenção
de Diversidade Biológica).

Metamorfose. (Metamorfosi - Ita). (Do grego meta, mudança de; morphe, forma) - A transformação em
forma ou substância durante as fases sucessivas do desenvolvimento. Alguns tipos de metamorfose são: ame-
tabolia, paurometabolia, hemimetabolia, hipometabolia, holometabolia e hipermetabolia.

Mimetismo - É a semelhança que assume ou possui certo organismo (mímico) a uma parte ou um todo de outro
animal (modelo), para confundir seus predadores ou para predar, parasitar ou obter outra vantagem de outra
espécie, podendo ser do tipo batesiano, mertesiano, muleriano ou wasmanniano.

Muda. (Écdisis ou Exuviosis - Esp; Ecdysis - Ing, Mue - Fra) - É a troca do exoesqueleto dos insetos (a por-
ção despojada é chamada de ecdise) para que possam crescer e passar para novo estágio. Sin: ecdise.

Ocelado - Que tem ocelos ou manchas ocelares.

Ocelar - Pertinente ao olho ou se parece com um olho.

Ocellus - Ver ocelo.

Ocelo. (Ocellus - Ing, Ocello - Ita). (Latim ocellus, olho pequeno. Plural, ocelli) - É um olho simples, ocor-
rendo normalmente em grupo de três, no topo da cabeça dos insetos.

Predatismo - É a interação desarmônica, na qual um indivíduo (predador) ataca, e devora outro (presa) de
espécie diferente.

Presa - Organismo que é consumido e eventualmente morto por um predador.

Quimioreceptor. (Chemoreceptor - Ing). (Do grego chemeia, transmutação; latim recipere, para receber)
- É um órgão sensitivo, adaptado para perceber sinais químicos.

Rostro. (Rostrum - Ing). Do latim rostrum, bico - 1- Bico ou probóscide, 2- Bico ou tromba.

Subordem - A maior subdivisão de uma ordem, contendo um grupo de famílias aparentadas.


Subclasse. (Subclass - Ing) - A maior subdivisão de uma classe, contendo um grupo de ordens aparentadas.
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Subfamília. (Subfamily - Ing) - A maior subdivisão de uma família, contendo um grupo de tribos ou gêneros
aparentados. Os nomes das subfamílias são seguidos do sufixo -nae.

Subfilo - A maior subdivisão de um filo, contendo um grupo de classes aparentadas.

Subespécie - Subdivisão de uma espécie, usualmente uma raça geográfica. As diversas subespécies de uma
espécie não são muito diferentes umas das outras, apresentam formas intermediárias e são capazes de se repro-
duzir entre si.

Ventre. (Venter - Ing). (Do latim, venter, barriga) - 1. O abdome. 2. A superfície ventral do abdome, ou seja,
oposta ao dorso.
Gabarito
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Unidade I
1 - Necator americanus (Stiles, 1902) Stiles, 1903
Obs.: americana foi mudado para americanus com a finalidade de concordar com o gênero.

2-
a - Salobrellidae
b - Graphidinae

3-
reino animal
filo cobrota
classe surdida
superordem caprioidea
ordem capri
familia capridae
subfamília caprinae
gênero Tantarus
espécie Tantarus ucbinae

Unidade II
1 - Vacúlos pulsáteis ou contráteis.

2 - Autotróficos - sintetizam seus nutrientes e heterotróficos não sintetizam seus nutrientes.

3 - Cistos ou pseudocistos.

4 - Locomovem-se através de flagelos e pseudópodes.

5 - Órgãos sensoriais localizados na base do flagelo.

6 - Fissão binária e múltipla.

Unidade III
1 - Se locomovem por contrações.

2 - É um conjunto de estruturas localizadas na parte anterior do corpo, que compõe-se das seguintes partes:
anel polar, roptrias e conoide.

3 - esporogonia - etapa infecciosa de multiplicação que produz os esporozoitas.


esquizogonia - multiplicação assexuada do parasito que originará merozoítas.
macrogametas e microgametas - gametas já diferenciados que se unirão para formar o zigoto.

Unidade IV

1 - Presença de cílios

2 - Vestibulum, citóstoma e citofaringe.

3 - Ocorre fissão binária transversal.


Unidade V
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1- 4-1- 3- 2

2 - A absorção ocorre através do tegumento. A parede do corpo dos cestóides possuem especializações que
permitem a absorção de nutrientes.

Unidade VI
1 - Ascaris lumbricoides Linneu, 1758
Parascaris equorum (Goeze, 1782) York & Meplestone, 1976.

2 - Trichiuris trichiura (Linneu, 1771).

3 - Phytomastigophorea (fitoflagelados): 1 ou 2 flagelos. Presença de cromoplastos.


Zoomastigophorea (zooflagelados): 1 ou mais flagelos. Ausência de cromoplastos.

4 - Alimentam-se de bactérias, algas ou protozoários. Amebas realizam fagocitose (englobam partículas e


outros seres).

5 - Presença de flagelos apenas nos gametos conhecidos como microgametos (cílios e flagelos ausentes nas
demais fases do ciclo de vida).

6 - Esquizogonia: P. vivax - intervalos de 48 horas (terçã benigna), P. falciparum - 36 a 48 horas (terçã maligna)
e P. malariae 72 horas (quartã beligna).

7 - Esporozoíto.

8 - Equilíbrio hídrico é realizado através de vacúolos contráteis com formação de ductos coletores.

9 - Conjugação com troca de material genético. Ocorre uma adesão de citoplasma. Durante a conjugação, ape-
nas os micronúcleos estão íntegros; dá-se a formação de micronúcleo macho e fêmea, com posterior formação
de zigoto. Após a conjugação ocorre uma separação com posterior divisão celular.
Referências Bibliográficas
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