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FACULDADE DE DIREITO
CURSO DE DIREITO
PRÉ PROJECTO
LUANDA, 2024
UNIVERSIDADE DE BELAS
FACULDADE DE DIREITO
CURSO DE DIREITO
PRÉ PROJECTO
LUANDA, 2024
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
Art.º - Artigo
Al- Alínea
LGT- Lei Geral do Trabalho da República de Angola
Nº- Número
ÍNDICE
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
I. INTRODUÇÃO............................................................................................................2
1.3 Objetivos..................................................................................................................3
III. METODOLOGIA...................................................................................................11
IV. CRONOGRAMA....................................................................................................13
VI. RECURSOS.............................................................................................................14
VII. BIBLIOGRAFIA...................................................................................................16
I. INTRODUÇÃO
O presente tema apresenta querelas a nível da doutrina, pelo que iremos, a medida que
formos explanando, especificá-los.
É verdade que somos neófitos, no que diz respeito ao Direito do Trabalho, portanto urge
questionar: o que poderemos acrescentar a almejada doutrina geral do Direito do Trabalho
Angolano? Pese embora sejamos Estudantes, achamos que com a devida humildade
académica, temos uma opinião e posição a tomar diante de certos celeumas na teoria geral
do Direito do Trabalho.
A escolha do presente tema justifica-se pelo facto de ser um tema atual e interessante no
âmbito do Direito das relações jurídicos-Laborais.
Tem se visto um conjunto de constituição de Relações Jurídico-Laboral, que não cumprem
com as devidas recomendações apresentadas pela LGT, no seu art.º 10, então urgiu-nos a
necessidade de abordar este belíssimo tema para melhor compreensão de tudo aquilo que
nos inquieta.
A razão pela escolha do Tema deve-se também a paixão que muitos de nós como
estudantes fomos adquirindo sobre a matéria em causa no decorrer das aulas que foram
administradas por professores, mestres e etc., Na condição de estudantes pesquisadores, a
paixão foi crescendo mais ainda com as injustiças que têm sido feita na constituição de
determinadas Relações Jurídicos-Laborais.
Deste modo, toda e qualquer investigação científica visa essencialmente buscar ou alcançar
um objetivo determinado ou ainda dar solução a um prolema comumente conhecido, daí
que a presente dissertação pretende responder à seguinte questão problemática de partida:
Quais os mecanismos idóneos para o estabelecimento da constituição da relação
jurídico-laborais ?
1.3 Objetivos
A relação laboral pode ser vista em duas perspectivas, quais sejam: relação factual de
trabalho e relação jurídica de trabalho.
Já é do nosso conhecimento que a relação jurídica pode ser tomada num sentido amplo e
num sentido restrito (no plano jurídico). Sabemos que a relação jurídica é uma relação da
vida social disciplinada pelo Direito, mediante atribuição a uma pessoa de um direito
subjectivo e a correspondente imposição a outra pessoa de um dever ou de uma sujeição.
Mas não nos apegaremos com bastante exaustão nesta abordagem, pois falaríamos de
muitos aspectos que não constitui objecto em análise neste trabalho. Desde já, cumpre
mencionar que a relação jurídico-laboral é um vínculo que se estabelece entre o
empregador e o trabalhador ou trabalhadores na prestação de uma actividade, mediante
retribuição. A relação jurídicolaboral como qualquer relação possui elementos,
designadamente: os sujeitos, o objecto, o facto e as garantias.
1
A relação factual de trabalho ocorre quando uma pessoa coloca, por via de um contrato, a sua força de
trabalho a disposição de outra, passando a desenrolar-se entre ambas contactos de diversa natureza, através
dos quais vão sendo emitidas directrizes e precisados objectivos, ao mesmo tempo que vai concretizando, por
forma continuada ou sucessiva, a actividade laboral oferecida. Simultaneamente, as esferas pessoais dos
sujeitos entram também em múltiplos contactos, com projecções psicológicas, económicas e sociais. Cfr.
FERNANDES, António Monteiro.13.ª Edição, Edições Almedina, Coimbra, Maio de 2007,p. 181.
Mas afinal como se constitui esta relação? Quais os mecanismos idóneos para o
estabelecimento da relação? Tem se dito a nível dos grandes doutrinadores da ciência
jurídica que as relações jurídicas se formam pela incidência de normas jurídicas em factos
sociais, ou seja, os acontecimentos que instauram, modificam ou extinguem relações
jurídicas. Para respondermos a questão levantada é imperioso recorrermos do disposto no
art.º 10.º da LGT, assim sendo, a relação Jurídico-laboral constitui-se, em regra, pelo
contrato de trabalho (Cfr. 10.º/1.), excepcionalmente pela nomeação (comissão de serviço
externo) e, pese embora a lei preveja, não é pacífica a aceitação contrato promessa de
trabalho, enquanto causa justificativa da constituição da relação laboral. Desta feita,
analisaremos sinteticamente estas modalidades.
a) Contrato de Trabalho
2
O contrato de trabalho é aquele pelo qual um trabalhador se obriga a colocar a sua actividade profissional à
disposição de um empregador, dentro do âmbito da organização e sob a direcção e autoridade deste, tendo
como contrapartida uma remuneração, também já era previsto no artigo 12º da Lei Geral do Trabalho, Lei nº
2/00, de 11 de Fevereiro.
3
O trabalho que o trabalhador se compromete a fazer é o dever principal do trabalho, existindo outros
acessórios. A prestação do trabalho é o objecto do contrato de trabalho, por isso deve ser uma actividade
lícita, que não contrarie a lei e nem ofenda os bons costumes. Cfr. Artigos 280.º a 282.º e o artigo 398º todos
do Código Civil.
4
A remuneração constitui, sem dúvidas, o dever principal do empregador. A remuneração está
constitucionalmente consagrada, mediante o princípio da irredutibilidade do salário, segundo o qual o salário
não pode ser reduzido, excepto nas condições previstas na lei. Dito de outro modo, é a parte patrimonial do
contrato, o trabalhador é remunerado pelo seu trabalho e pela sua disponibilidade 5 Entre o trabalhador e o
empregador, existe uma igualdade formal, a subordinação a que se refere é a jurídica e não a económica.
5
Entre o trabalhador e o empregador, existe uma igualdade formal, a subordinação a que se refere é a jurídica
e não a económica.
b) A comissão de serviço
6
Artigo 230.º (Comissão de Serviço) O exercício de funções de um estabelecimento ou serviço ou de outras
formas de responsabilidade superior pelas actividades duma unidade de serviço da empresa, bem como das
funções de secretariado pessoal de membros de órgão de administração ou de direcção e ainda de outras
funções exigindo uma especial relação de confiança, pode ser atribuído, em comissão de serviço, a
trabalhadores do quadro da empresa ou a trabalhadores estranhos e fica sujeito às disposições dos artigos
seguintes.
7
Cfr. Artigo 231.º (Acordo Escrito), nº1. A nomeação em comissão de Serviço é precedida de acordo escrito
com o trabalhador nomeado, contendo necessariamente as seguintes menções:
a) Identificação das partes;
b) Cargo ou função a desempenhar pelo nomeado, em Comissão de Serviço;
c) Classificação profissional e posto de trabalho que o nomeado ocupa no quadro da empresa, à data da
nomeação se for o caso;
d) Funções e classificação profissional que passa a deter, finda a comissão de serviço, tratando-se de
trabalhador estranho a empresa e o acordo envolver a sua integração no quadro;
e) Duração da Comissão de Serviço.
Dissemos acima, no que diz respeito a comissão externa, que ela constitui uma forma
idónea de constituição da relação jurídico-laboral. Sabe-se que, em regra, a comissão serve
para cobrir situações temporárias, nesta conformidade, como cessa a comissão de serviço?
Uma vez Cessada, que direitos tem o trabalhador? Qualquer uma das partes da relação de
comissão de serviço pode fazer cessar, unilateralmente, a comissão de serviço, Cfr. n.º 1.,
do artigo 232.º da LGT.
8
Cfr. n.º 2 do artigo 232.º da LGT
9
Cfr. N.º 3 do artigo 232.º da LGT.
10
Cfr. Alínea a) do n.º 1 do artigo 233.º LGT
11
Cfr. Alínea b) do n.º 1 do artigo 233.º LGT.
12
Cfr. Alínea c) do n.º 1 do artigo 233.º da LGT
Caso o Trabalhador pertença ao quadro do pessoal da empresa e a comissão cessar
por exoneração, o trabalhador tem direito a rescindir o contrato de trabalho, nos 30
dias seguintes à exoneração, ficando com direito a sua indemnização calculada nos
termos do n.º 3 do artigo 239.º da LGT.13
Os direitos previstos na alínea a) do n.º 1 e n.º 2 do artigo 233.º não são exigíveis, se a
cessação da comissão de serviço for consequência de despedimento com justa causa
disciplinar que não seja declarada improcedente.14
O n.º 3 do artigo 10.º da LGT, diz que: «Podem ser celebrados, por escrito, contratos
promessa de trabalho nos quais se manifesta de forma expressa a vontade de celebrar o
contrato de trabalho definitivo, a natureza a prestar e a respectiva remuneração, sendo a
responsabilidade em caso de incumprimento da promessa regulada nos termos gerais do
direito».
O que podemos depreender deste preceito? Ora, primeiro temos que ressaltar a ideia
segundo a qual o contrato promessa de trabalho pode ter como facto mediato, ou indirecto,
gerador um contrato promessa que servirá de base ao contrato definitivo – que é a
celebração do contrato de trabalho – defendemos que estamos diante de uma excepção da
excepção, que, obviamente, reconduz-nos a regra estatuída no n.º 1, do artigo 10.º, que diz
que a (…) relação jurídico-laboral constitui-se com a celebração do contrato de trabalho
(…).
13
Cfr. N.º 2 do artigo 233.º da LGT.
14
Cfr. N.º 3 do artigo 233.º da LGT.
Será que a promessa pode ser confundida com o contrato de trabalho? Caso não tenhamos
atenção ao estudarmos este preceito é possível sim confundirmos porque, como defende o
Professor Monteiro Fernandes, não raras vezes, fica entendido entre os contraentes que só
em momento posterior ao da celebração do contrato começarão a produzir-se os seus
efeitos (inicio do trabalho, credito retributivo).15
15
Cfr. FERNANDES, António Monteiro.13.ª Edição, Edições Almedina, Coimbra, Maio de 2007, p. 300.
16
Depois de estabelecida a relação jurídico-laboral e, por outro, houver ruptura do contacto de trabalho,
estaremos diante de despedimento individual .
Cumpre responder a uma questão que consideramos, no todo ou em parte, incontornável a
análise da natureza jurídica do contrato promessa de trabalho, será este, verdadeiramente,
uma forma idónea de constituição da relação jurídico-laboral? E a resposta a esta questão
vai, exactamente, no sentido da negação desta posição que, sem dúvidas, também constitui
o espírito do legislador, pois estamos diante de uma excepção da excepção, uma vez que a
eficácia diferida ao contrato promessa de trabalho se efectivará com a celebração do
contrato de trabalho, que é a regra de constituição da relação jurídicolaboral.
O contrato de trabalho tem a natureza obrigacional. Há, porém, autores que consideram
que a paridade que vigora no contrato de trabalho é meramente formal porque o
trabalhador tem direitos e deveres, enquanto o empregador, por sua vez, tem poderes e
deveres.
Nós somos de opinião, tal como bem observa o professor Menezes Leitão, 17 que o contrato
de Trabalho é um contrato obrigacional uma vez que é fonte de obrigações para as partes,
fazendo surgir na esfera do trabalhador a obrigação de prestar sua actividade na esfera do
empregador a obrigação de pagar a correspondente retribuição.
17
Cfr. LEITÃO, Luís Manuel Teles de Menezes. Direito do Trabalho de Angola, 4.ª Edição, Edições
Almedina, S.A., Outubro, 2014, p. 66.
III. METODOLOGIA
A população será constituída por todas as legislações e doutrinas que abordam sobre a
constituição da Relação Jurídico-laboral no Ordenamento Jurídico Angolano. Assim será
constituída a amostra no total os artigos que abordam sobre a Relação Jurídico-laboral.
Serão incluídos todos os artigos que abordam sobre a Constituição da Relação Jurídico-
Laboral.
3.2.2 Critério de exclusão
ETAPAS DA MONOGRAFIA
Set Out Nov Dez Jan
Pesquisa bibliográfica X
Metodologia X
Elaboração do trabalho
Merece destaque, epilogar que a relação jurídico-laboral só pode existir entre duas pessoas,
sendo em regra, uma pessoa física e outra pessoa jurídica, salvo entre duas pessoas físicas,
mas nunca entre duas pessoas colectivas.
Foi digno destacarmos que a relação de trabalho tem duas dimensões, designadamente:
uma dimensão jurídica e uma dimensão factual, obviamente entrecruzadas.
LEITÃO, Luís Manuel Teles de Menezes. Direito do Trabalho de Angola, 4.ª Edição,
Edições Almedina, S.A., Outubro, 2014.