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A EVOLUÇÃO DA CIÊNCIA

Diana Dias Pocinho Nº7 11ºA


Diogo Abreu Costa Nº8 11ºA
Duarte Vaz Nº9 11ºA

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● Índice:
1. Introdução

2. O que é a ciência?

3. Ciência Moderna

4. Em que se assenta a ciência moderna?

5. O método científico que define a ciência moderna.

6. O início da revolução científica.

7. Conclusão

8. Webgrafia

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1. Introdução:

A caminhada humana começou pela mitologia e religião e mais tarde pela


racionalização e conceitualização. Neste processo, a ciência demonstrou ser de tal
forma importante que tornou-se substituta do espiritualismo medieval.
Porém, a fase inicial da ciência deu logo vez à ciência moderna, originada no
século XVII com a revolução científica por meio, principalmente, de Galileu, Newton
e Descartes. Naquele período, começou-se a acreditar que a ciência física seria
matemática pura, e que com base nela resolveria-se todas as questões que
surgissem.
Porém, a mudança surgiu e na passagem do século XIX para o século XX, veio uma
nova física e novos postulados, em que a natureza (física) poderia se mostrar
paradoxal e assombrosa.
Agora, após a descoberta do universo quântico e das incertezas e
probabilidades geradas desta visão sistêmica, os consensos científicos não
são mais com base numa exatidão total à matemática pura, mas sim com base em
estatutos conceituais desenvolvidos a partir de modelos matemáticos, que possam
descrever as realidades. Capra (1990) confirma, com isso, que somente a ignorante
opinião popular acredita que os cientistas possam provar tudo, o que na realidade
são aproximações das verdades que nutrem a ciência.
Mas para se compreender como se deu tal passagem e a influência que as
mudanças paradigmáticas trouxeram à visão científica, a fim de entender como elas
influenciam a atualidade, segue-se uma descrição dos momentos principais, desda
evolução.

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● A Evolução da Ciência

2. O que é a ciência?

A ciência caracteriza-se como explicação racional de fenómenos, com vista à


resolução dos problemas que nos afligem. No entanto, o seu papel, e a sua tomada
de posição perante os diversos assuntos que agitam a sociedade, têm variado de
época para época. Atualmente, estes parâmetros da ciência ainda não estão
completamente definidos. Este facto deve-se à crise que abalou a comunidade
científica há cerca de meio século, criando a difícil transição daquela que era a
Ciência Moderna para a atual e ainda pouco definida Nova Ciência.

3. Ciência Moderna

Da Antiguidade até ao séc. XVII (aproximadamente), a ciência e a filosofia


formavam um todo (a ciência tinha, até, o nome de filosofia natural), muito
controlado pela religião. O cristianismo limitava as investigações e,
consequentemente, todo o progresso da ciência. Contudo, o aparecimento da
astronomia e física modernas fazem diminuir progressivamente o controlo da
religião sobre a ciência, permitindo que esta se torne numa entidade autónoma e
independente. É assim que a Ciência Moderna nasce no séc. XVI, quando as
sociedades ocidentais e a Igreja se viram confrontadas com a importância das
descobertas que se faziam. O renascimento cria uma profunda revolução científica
que transtorna os conceitos e as ideias fundamentais da Natureza, do Homem, e do
Universo. Estas descobertas devem-se, entre outros, a Copérnico, Galileu, Newton
e Descartes. Todos estes cientistas foram, no fundo, os fundadores da Ciência
Moderna.

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4. Em que se assenta a ciência moderna?

Esta ciência assenta em dois grandes pressupostos, que a caracterizam. O primeiro


é a rejeição absoluta dos dados dos sentidos (experiência imediata) e do senso
comum (preconceitos). Ao duvidar desses dados, a Ciência Moderna afirmava que
estes eram úteis apenas para o conhecimento vulgar, mas que viriam iludir e induzir
em erro o conhecimento científico. A experiência seria importante apenas como
ponto de partida para uma investigação, ou como confirmação das teorias criadas.
O segundo pressuposto baseia-se na Matemática. A Ciência Moderna só
considerava verdadeiro o que era quantificável: «o rigor científico, só poderia
assentar nos aspectos quantificáveis dos objectos e, por consequência, no rigor das
medições». Assim, tudo o que não podia ser traduzido em números, utilizando a
Matemática, era cientificamente irrelevante. Hoje, considera-se que este rigor
matemático desqualificou os objectos, pois tirou-lhes as relações (parte muito
importante do seu conceito) com o seu meio envolvente.

5. O método científico que define a ciência moderna

A Ciência Moderna também tinha um método próprio, que consistia em dividir a


realidade em porções, de modo a poder simplificá-las, entendê-las, analisá-las e
classificá-las uma a uma. De seguida, voltava a juntar todas estas porções, e
acreditava ter diante de si um estudo fiável que abrangia toda a realidade. Para criar
uma verdade absoluta, a Ciência Moderna isolava-se da realidade, num laboratório,
no qual entendia obter resultados racionais e absolutos.

O modelo desta ciência designa-se por modelo mecanicista, que encara o Universo
como uma máquina (um mecanismo de relógio, por exemplo), cujos resultados são
previsíveis através de leis físicas e matemáticas. O modelo mecanicista baseia-se
em três preconceitos, ou três premissas: a homogeneidade da matéria, a
regularidade cíclica dos acontecimentos, e a causalidade ou racionalidade do
Universo. No geral, estas premissas deixam claro que existe ordem e estabilidade
no mundo (as leis que se verificam aqui, também se verificam em qualquer outro
ponto do Universo), que os acontecimentos do passado repetem-se no futuro, sendo

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assim possível a sua previsão, e que o mundo é racional, comandado por uma força
inteligente. A Ciência Moderna defende a imutabilidade da espécie humana.

Pode dizer-se que outra característica da Ciência Moderna, resultante das grandes
descobertas que se fizeram sob a sua influência, é o facto de ter proporcionado uma
nova visão do mundo. Esta visão queria-se racional, sem ilusões, e distinta da visão
medieval do mundo que veio substituir: o nosso planeta já não era o centro do
Universo (graças a Copérnico), a vida não surge de geração espontânea, não
somos a obra de um ser divino, mas descendemos do macaco (graças a Darwin), os
impulsos inconscientes da nossa mente (graças a Freud) e muitas outras
descobertas que, de certo modo, vieram “desencantar” (ou confundir) a
sociedade.Foi então que todo este conceito de Ciência Moderna, ao ser posto à
prova, falhou.

6. O início da revolução científica.

O primeiro a contribuir para esta crise foi Albert Einstein que, ao criar a noção de
que não existe simultaneidade universal (não pode ser verificada a simultaneidade
de acontecimentos distantes), descredibilizou a existência de espaço e tempo
absolutos, defendidos por Newton. Este conceito mostrou também que as leis da
Física e da Geometria são baseadas em medições locais, não podendo ser
universalizadas. A premissa do modelo mecanicista que afirmava a homogeneidade
da matéria estava assim posta em causa.

Ao provarem-se relativas, as leis de Newton inspiraram o Princípio da Incerteza, de


Werner Heisenberg. Este princípio traz uma nova visão do conhecimento,
assegurando que este é limitado e aproximado, e que os resultados que dele
obtemos são meramente probabilísticos, relativos e parcelares. Esta nova
caracterização do conhecimento deve-se ao facto de Heisenberg ter demonstrado
que, ao observar e analisar um objecto, o sujeito confunde-se com ele, invade-o,
influenciando assim o seu conceito («não conhecemos do real senão a nossa
intervenção nele») . Ao provar que, mesmo quando estudamos um objecto em
laboratório, este é manipulado ou alterado pela intervenção do sujeito, o método

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“extremista” da Ciência Moderna (que consistia em isolar-se da realidade num
laboratório para obter um estudo fiável dessa mesma realidade) foi, de certo modo,
posto de lado. As leis da Física foram, também elas, consideradas probabilísticas, e
conclui-se que a totalidade do real não se reduz à soma das partes em que foi
dividido para análise, inviabilizando a hipótese mecanicista.

Outro contributo para a crise da Ciência Moderna foi Kurt Gödel, que, através das
suas investigações (baseadas na demonstração de que era possível formular
proposições individuais que não se podem demonstrar nem refutar usando a
Matemática) provou que a Matemática carece de fundamento. Ao questionar o rigor
da Matemática, o principal alicerce da Ciência Moderna, desmoronou-se.

Por fim, Ilya Prigogine descobriu que, em sistemas abertos, a evolução não é
previsível, pois explica-se por variações de energia que desencadeiam reacções
que, ao tornarem o sistema instável, o conduzem a um novo estado macroscópico
(esta transformação é irreversível). Surgiu então um tempo de reflexão sobre a
Ciência Moderna. Assim, esta descoberta, para além de inviabilizar o preconceito da
Ciência Moderna que assegura a regularidade cíclica e previsível das alterações do
Universo, levou a uma nova concepção da matéria e da Natureza.

O fim da Ciência Moderna foi então acelerado e marcado pela 2ª Guerra Mundial.
As consequências desta guerra, que não tinham sido previstas, levaram a
comunidade científica da altura a questionar-se sobre o quão ético e correcto fora o
lançamento das bombas nucleares no Japão. Essas consequências vieram provar
que, para além de não serem verdadeiros os pressupostos da Ciência Moderna, a
ausência de valores humanos nesses pressupostos tinha levado às consequências
nefastas que se verificaram.

7. O surgimento da Ciência Pós-Moderna.

Em resposta a esta crise, surge um novo movimento científico, que se destaca pela
sua oposição total às bases que sustentam a Ciência Moderna. Passou a entender-
se que as leis, para além de serem uma simplificação da realidade, têm um carácter
meramente probabilístico e provisório. Considerou-se que o modelo matemático da
Ciência Moderna, isto é, a ideia de que a Matemática pode abranger tudo, e de que
tudo é quantificável, constitui apenas uma limitação para o nosso conhecimento e

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para a nossa apreensão da realidade. Isto deve-se ao facto dos objectos não se
reduzirem apenas aos seus aspectos quantificáveis, e de a sua quantificação não
ter em conta as relações complexas estabelecidas entre o objecto e o resto do
mundo. Assim, passam-se a utilizar vários métodos para estudar a realidade,
dependendo daquilo que queremos demonstrar. Também, já não se considera a
separação entre sujeito e objeto: entende-se agora que o objeto é uma continuação
do sujeito. A incerteza já não é considerada como uma limitação técnica, mas é um
elemento fundamental para se entender o mundo que estudamos – a ciência é
agora um esforço de eliminação de erros. Considera-se então que não existem
ciências exactas, nem verdades absolutas. O senso comum também foi aceite por
esta nova comunidade científica, tendo em conta que é visto como “sabedoria da
vida”, logo, constitui conhecimento que se pode revelar útil no entendimento de
certos aspectos do mundo. Assim, a ciência também ela, tem como objetivo
transformar-se em sabedoria da vida. Menos arrogante, esta nova forma de encarar
o conhecimento e a ciência designa-se por Ciência Pós-Moderna, ou Nova Ciência.

Mas, e sendo considerado como recente o surgimento desta Nova Ciência, esta
ainda não está completamente definida. Para que o seu conceito seja estabelecido
e aplicado internacionalmente, é necessário que haja um consenso em toda a
comunidade científica. Só desta forma poderá ser criado um novo paradigma –
conjunto de métodos e critérios que regem a atividade científica. Até que seja
definido o paradigma para a Nova Ciência, pode-se dizer que, atualmente, o mundo
científico está em crise. Naturalmente, esta crise não impede o progresso científico
e tecnológico, bem pelo contrário. Vivemos numa época extremamente criativa e
produtiva a estes níveis, em parte devido à ausência de paradigma, que proporciona
uma maior liberdade. No entanto, esta liberdade não implica que qualquer teoria
seja considerada válida. Assim, os cientistas têm que ver a sua tese aceite por toda
a comunidade científica para que esta possa ser vista como uma teoria válida. Para
fazer aceitar a sua teoria, o cientista já não se limita a fazer uma demonstração: o
elemento argumentativo é fundamental. Verifica-se uma maior exigência e rigor na
obtenção do conhecimento científico e das teorias consideradas válidas, levando a
que se façam menos descobertas realmente significantes, mas que estas sejam
mais fiáveis.

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O avanço da tecnologia leva a que a verdade, na Nova Ciência, seja vista como
efémera. É aceite apenas enquanto que os seus argumentos são válidos, e antes
que seja substituída por outra teoria (com melhores argumentos, e menos erros).
Esta verdade resulta de uma relação dialogante entre a realidade e as
competências do homem (lógica, memória, reflexão crítica, etc.).

Desta forma, ao serem agora toleradas as interferências dos valores humanos, e ao


aceitar-se a efemeridade da verdade, iremos obter um conceito mais abrangente,
viável, e realístico do conhecimento.

8. Conclusão:

Percebe-se assim, que a ciência teve muitas mudanças paradigmáticas, com


embates entre a religiosidade e a ciência, mas que também foi muito ajudada pela
filosofia através dos seus brilhantes pensadores, que além de lhe darem
fundamento e as bases da sua existência, também ao longo do tempo a
revolucionaram e puseram todo o seu conhecimento em causa.

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9. WEBGRAFIA:
https://notapositiva.com/evolucao-da-ciencia/
https://www.infopedia.pt/dicionarios/lingua-portuguesa/ci%C3%AAncia
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27154/tde-13112008-
182154/publico/4Capitul2Aevolcien.pdf

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