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No século XVII regista-se um progresso científico de tal forma acentuado

que é comum associá-lo a uma verdadeira revolução científica. Esta


revolução foi sustentada na observação e posterior organização do mundo
sob princípios comuns, encontrando em finais do século XVI, com o
modelo heliocêntrico proposto por Nicolau Copérnico, um primeiro
afloramento da noção de que também a Terra estaria sujeita a leis
matemáticas universais. Mas é nas primeiras décadas do século XVII que
se verifica um desenvolvimento científico: o estabelecimento do método
experimental e a definição da dúvida metódica cartesiana.
Francis Bacon, recusou abertamente toda a autoridade sobre os estudos
da ciência que não fossem sustentadas na comprovação que aliava o
raciocínio lógico à observação e à experimentação. Assim, era necessário
confirmar qualquer hipótese através da repetição de dado fenómeno. Isto
é, um problema a partir de uma primeira observação, de seguida
experiências em laboratório ou confirmando dos dados recolhidos em
observatórios. Desta experimentação retiravam-se conclusões que
permitiam definir leis gerais aplicadas ao universo.

Este fundamento da ciência no método experimental vai ser aprofundado


por René Descartes. A dúvida metódica cartesiana relaciona-se com a
definição de um método que colocava todo o conhecimento em causa, até
que se pudesse provar a sua verdade para lá da falibilidade dos sentidos.
O penso, logo existo de Descartes assentava na ideia de que a existência
não podia ser comprovada pelas sensações, o que demonstrava por
exemplo através do sonho. Daí também que apenas a repetição de
determinada experiência mediante as mesmas condições pudesse
confirmar uma dada verdade.

A invenção do telescópio, foi fundamental para o desenvolvimento da


Física e da Astronomia. O primeiro modelo eficaz deve-se a Galileu Galilei,
que comprova a teoria heliocêntrica e o movimento do planeta Terra,
sendo desenvolvida ainda por Johannes Kepler, que vai definir três leis
universais para o movimento dos astros. Estas leis serão fundamentais
para a teoria da gravitação universal dos corpos de Isaac Newton.

O desenvolvimento da ótica levará ainda à invenção do microscópio,


determinante para a Medicina e para a Biologia ao possibilitar a
descoberta de micro-organismos. O que ajudou a aprofundar a descoberta
do sistema circulatório por William Harvey.
A invenção do termómetro, será decisiva para o os estudos de Blaise
Pascal no que dizia respeito à mecânica dos fluídos e à relação com
espaços em vácuo.

Na segunda metade do século XVIII, devem destacar-se os estudos de


Antoine Lavoisier, a quem se deve a descoberta do oxigénio e da
composição química do ar e da água, bem como outras duas invenções
cuja conjugação irá ser decisiva para a Revolução Industrial. Trata-se da
máquina de fiar hidráulica, inventada por James Hargreaves, e da máquina
a vapor, criada por James Watt em 1769.

Popper é lembrado por defender o falsacionismo, como um critério da


demarcação entre a ciência e a não-ciência, ainda que, em um segundo
momento, por sua defesa da sociedade igualitária e livre de qualquer
preconceito e intolerância.

De acordo com o conceito de falsacionismo científico, pode-se


compreender como um critério de demarcação entre o conhecimento
científico, aquele que pode ser falso a uma análise mais profunda, e o
conhecimento não científico, aquele que não oferece condições de
testagem e, dessa forma, não poderá ser considerado como falso.

Thomas Kuhn afirma que a ciência deve ser regida por um único
paradigma, que seria um conjunto de informações que mostrariam o que
fazer e quais leis seguir. Desse modo, existe um critério de demarcação
entre o conhecimento considerado científico e aquele não considerado. O
primeiro seria regido por um único paradigma, enquanto que o segundo
ainda estaria sob vários paradigmas. Um paradigma deve estar sempre
apoiado a embasamentos experimentais, e não apenas teóricos. No
entanto, quando um paradigma mostra-se incapaz de explicar a uma série
de dados observacionais, entra em crise, e pode ceder lugar a um novo
paradigma: a revolução científica então ocorre, e, de acordo com Kuhn é
por meio apenas de revoluções que a ciência pode progredir. A ciência
então precisa de longos períodos de ciência normal, mas também
necessita de revoluções, geradas por crises, para avançar.

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