Você está na página 1de 11

INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Departamento de Ciências de Educação

Curso de Licenciatura em Ensino de História

O Papel das Tecnologias de Informação e Comunicação na Implementação De


Sistemas Bancários na Comunidade

Arnaldo Dagmar de Conceição Dauce: 11200435

Chinde, Abril, 2020


INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Departamento de Ciências de Educação

Curso de Licenciatura em Ensino de História

O Papel das Tecnologias de Informação e Comunicação na Implementação De


Sistemas Bancários na Comunidade

Trabalho de Campo a ser submetido na


Coordenação do Curso de Licenciatura
em Ensino de História do ISCED.

Tutor: Dr. Maiden Djento Mário Pereira


Alfinete

Arnaldo Dagmar de Conceição Dauce: 11200435

Chinde, Abril, 2020


Índice
1. Introdução..................................................................................................................1

1.1. OBJECTIVOS DO ESTUDO.................................................................................1

1.1.1. Objectivo geral....................................................................................................1

1.1.2. Objectivos específicos........................................................................................1

2. O PAPEL DAS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NA


IMPLEMENTAÇÃO DE SISTEMAS BANCÁRIOS NA COMUNIDADE...................2

2.1. Conceito de TIC.....................................................................................................2

2.2. O papel das TIC na implementação de sistemas bancários na comunidade...........3

2.3. O papel das TIC no desenvolvimento comunitário em Moçambique....................5

Conclusão..........................................................................................................................7

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..............................................................................8
1. Introdução

Nas ultimas décadas, com o advento da globalização e a internacionalização da


economia a nível mundial, as empresas e a comunidade tendem a se ajustar cada vez
mais as exigências do mercado, no que diz respeito a adopção das TICs, quer seja nos
processos produtivos, nas transacções monetárias, de bens e/ou serviços, entre outros.
Dentre os vários sectores que se sujeitaram a essa adaptação, o sector de serviços foi o
mais afectado devido a natureza das suas actividades, sendo os serviços bancários os de
maior referência.

As TICs vêm se mostrando cada vez mais presentes no dia-a-dia das empresas e da
comunidade no geral, desempenhando um papel importante na operacionalização das
actividades quer seja de carácter laboral assim como de lazer, fazendo com que os
esforços humanos (mão-de-obra humana) em algumas catividades seja reduzidas ao
máximo. Pode-se referenciar o sector automóvel onde a forca de trabalho humana foi
drasticamente substituída pelas máquinas (robôs automatizados).

O presente trabalho tem por objecto as tecnologias de informação e comunicação, no


qual se pretende analisar o seu contributo na implementação de sistemas bancários na
comunidade.

1.1. OBJECTIVOS DO ESTUDO


1.1.1. Objectivo geral
 Analisar o papel das tecnologias de informação e comunicação na
implementação de sistemas bancários na comunidade.
1.1.2. Objectivos específicos
 Apresentar os conceitos gerais;
 Descrever a aplicação das TICs nos sistemas bancários;
 Identificar os benefícios das TICs na comunidade moçambicana;

1
2. O PAPEL DAS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO
NA IMPLEMENTAÇÃO DE SISTEMAS BANCÁRIOS NA COMUNIDADE

2.1. Conceito de TIC

Segundo Sabbag (2007) citado por Castilho (2015, p.33), “o termo tecnologia da
Informação e comunicação surgiu há cerca de dez anos atrás, substituindo assim a
palavra informática”. O autor explica que o objectivo primordial da tecnologia de
informação e comunicação não era mais somente gerir informação, mas sim
conhecimento, o que provocou uma nova ruptura, devido aos estudos relacionados à
inteligência artificial ligados à cognição. É o peopleware, e o conhecimento humano
como artifício imprescindível na era actual.

O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (UNDP) define as Tecnologias


da Informação e Comunicação (TIC) como sendo um conjunto de ferramentas e
dispositivos, contemplando equipamentos, aplicações, produtos e serviços utilizados
para produzir, armazenar, processar, distribuir e trocar informações, abrangendo desde
rádio, televisão e telefone fixo, até as tecnologias mais recentes de comunicação móvel,
microcomputação, satélite e internet. A convergência dessas tecnologias forma o que se
costuma denominar de “Mundo Conectado” (UNDP, 2001).

Consideram-se Tecnologias de Informação (TI) os recursos oferecidos por


computadores, aplicativos de software e processo de telecomunicações, e a análise e
desenho dos fluxos de trabalho e processos dentro e entre organizações (Davenport &
Short, 1990) citado por Simões (2015).

“[…] vivemos um desses raros intervalos na história. Um intervalo cuja característica é


a transformação de nossa “cultura material” pelos mecanismos de um novo paradigma
tecnológico que se organiza em torno da tecnologia da informação.” Castells (2000).

No contexto da reorganização da produção se destacam os novos recursos high-tech,


como os celulares, os note-books, as intranets, a internet, os sistemas integrados de
gestão e, em especial, o ambiente web, o qual contribui para acesso e produção sem
limites de informação.

2
O sector bancário foi um dos mais afectados pela reestruturação tecnológica,
principalmente a associada ao uso das TIC e dos sistemas de informação no
desenvolvimento de serviços e processos.

2.2. O papel das TIC na implementação de sistemas bancários na comunidade

Sistemas e tecnologias de informação e comunicação exerceram e continuam a exercer


um papel determinante no processo de criação e distribuição de produtos e serviços
bancários. A inovação no sector de serviços, do qual fazem parte os bancos, é
caracterizada por investimentos em tecnologia de informação.

Ivatury (2006) aponta que, na prática, os canais tecnológicos usados pelas instituições
financeiras são: terminais de auto-atendimento, terminais de vendas, Internet e telefone
celular. O público atendido por terminais de auto-atendimento é a população urbana ou
semi-urbana, em locais com acesso à energia eléctrica e sistemas de telecomunicações
que permitam o acesso do terminal com o servidor central da respectiva instituição
financeira.1

A Tecnologia de Informação, é tida como uma das maiores e mais poderosas influências
a serem consideradas no planeamento das instituições financeiras. O sistema bancário
está a passar, sem dúvida, por uma reestruturação radical. As directrizes fundamentais
da mudança são tecnológicas e irreversíveis. As modernas tecnologias de informação,
de comunicação e avaliação permitem uma melhor qualidade dos diferentes serviços
bancários.

As maiores instituições bancárias têm utilizado a Tecnologia de Informação para


interligar todas as suas agências a nível nacional, para processar um número muito
grande de transacções e atender uma grande quantidade de clientes, dentro e fora das
agências, de forma rápida, segura e, muitas vezes, personalizada.2

O acesso aos serviços financeiros mais básicos, como uma conta corrente, ainda não é
realidade para mais de 80% de pessoas em grande parte da África e Sudeste Asiático
(Expanding Horizons, 2008, p. 9).

1
Disponivel em <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1807-
17752010000300006&script=sci_arttext&tlng=pt>, Acessado em 10/04/2020.
2
Disponível em: <https://slideplayer.com.br/slide/1775004/>, acesso em 10/04/2020, pelas 22:02h.

3
A desigualdade é um freio no processo de crescimento e uma das razões é a falta de
acesso a serviços financeiros por parte dos mais pobres, que recorrem a modalidades
informais, mais caras. Nalgumas vezes, os cidadãos vêm-se obrigados a recorrer a
instâncias de certa forma inseguras, como por exemplo, os agiotas.

Dessa maneira, as iniciativas para a baixa renda, se bem conduzidas, atingiriam dois
objectivos importantes: (i) excelente oportunidade de negócios, cobrindo um imenso
nicho pouco explorado e (ii) grande impacto social, com reais transformações sociais na
base da pirâmide (Ferreira, 2008).

Heeks (2009) afirma que as Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) são


propiciadoras fundamentais para o desenvolvimento de nações, no que ele denomina de
ICT4D (Information and Communication Technologies for Development), abordando a
necessidade de se aplicar tecnologias emergentes também em países menos
desenvolvidos, a fim de permitir que modelos de inovação possam levar à diminuição
das desigualdades.

Com base nas dificuldades que se tem verificado para o fornecimento de serviços
bancários a diversas esferas da comunidade, O desafio, então, é aumentar o alcance
geográfico da oferta dos serviços financeiros, mantendo os custos baixos. Ivatury (2006)
propõe que uma das maneiras de se atingir esse objectivo é por meio da adopção de
novos canais, que devem ser suportados pelo uso intensivo de sistemas e tecnologias de
informação e comunicação (TIC).

Ivatury (2006) também destaca o papel das TIC no provimento de serviços bancários
nos países em desenvolvimento, especialmente para atendimento a populações de baixa
renda, provendo utilização de novos canais de atendimento, como o uso de
correspondentes bancários e disseminação do uso de caixas electrónicos.

Castells e Gerhardt (2000) afirmam que, embora a tecnologia não determine a evolução
histórica e a transformação social, ela incorpora a capacidade de transformação das
sociedades.

2.3. O papel das TIC no desenvolvimento comunitário em Moçambique3


3
Disponivem em: https://www.researchgate.net/publication/328048637, acesso em 08/04/2020, pelas
14:23h

4
É consensual que as tecnologias digitais podem melhorar a vida das pessoas, qualquer
que seja o local do planeta em que se encontrem. Os custos que estão associados, quer
aos equipamentos, quer aos serviços de transporte de dados (e voz), são cada vez
menores e, por isso, acessíveis a um maior número de pessoas.

A TIC exerce papel fundamental na ampliação da oferta de serviços bancários,


especialmente para atendimento a pessoas carentes, pela actuação de empresas não
financeiras como agentes locais de instituições financeiras formais, em áreas remotas ou
em áreas onde não existem agências bancárias (CHIBBA, 2009).

As TIC fazem hoje parte dos processos de desenvolvimento pessoal e organizacional em


muitos países em vias de desenvolvimento e também em Moçambique. Aqui, como em
outros países, a questão que se coloca é a de saber até que ponto estão os cidadãos
(moçambicanos) aptos a usufruir da realidade digital dos nossos dias. O
desenvolvimento da Sociedade de Informação tem mostrado que o acesso à literacia
digital é um processo rápido se os utilizadores já detiverem outras competências,
particularmente competências do âmbito da literacia básica. A literacia digital é, no
fundo, uma extensão da literacia de base, que está mais relacionada com a leitura e a
escrita fluente e a compreensão das coisas e dos fenómenos.

Como é sabido, os bancos comerciais somente passarão a investir com maior incidência
na população de baixa renda quando encontrarem maneiras de torná-la rentável. Isso
implica canais de distribuição relativamente baratos, uma gama específica de serviços
financeiros para a população de baixa renda e capacidade de lidar com transacções de
baixo custo.

A resposta está nos novos canais tecnológicos, pois, particularmente em países em


desenvolvimento (incluindo Moçambique), a Internet e terminais de auto-atendimento,
processam transacções a um custo equivalente a um quinto do custo da transacção
realizada em agência bancária.

O Banco Mundial tem destacado a importância da inovação tecnológica no processo de


inclusão financeira, o que permite a criação de novos modelos de negócio e a
diminuição dos custos unitários de transacção, de maneira que se possa atender pessoas
em áreas remotas e pessoas com menor renda.

5
As TIC’s podem, até certo ponto, mudar o destino da economia de um país, podendo até
favorecer o bem-estar de uma comunidade sendo a curto ou longo prazo. Mas, como
anteriormente mencionamos, um dos factores mais decisivos para o uso correcto e
concreto das TIC’s nos sistemas bancários seja a alfabetização tecnológica aos membros
da tal comunidade para que possam melhor receber essa nova realidade.

Conclusão
Em feito de conclusão, mediante a pesquisa feita, pode-se constatar que as TIC
desempenham um papel fundamental no dia-a-dia das empresas e dos indivíduos do
6
mundo todo, pelo que. Olhando de forma particular para Moçambique, no que diz
respeito ao acesso aos serviços bancários, percebe-se que as TIC desempenham um
papel muito importante na vida dos cidadãos principalmente nas famílias de baixa renda
relativamente ao acesso a serviços da banca que na sua maioria são oferecidos por
agentes móveis, como no caso dos serviços de crédito móvel (M-pesa, M-kesh e e-
mola) fornecidos pelas agencias de telefonias móveis existentes no mercado.

Fazendo uma analise generalizada em relação as TIC nos serviços bancários, nota-se
que as maiores instituições bancárias têm utilizado a Tecnologia de Informação para
interligar todas as suas agências a nível nacional, para processar um número muito
grande de transacções e atender uma grande quantidade de clientes, dentro e fora das
agências, de forma rápida, segura e, muitas vezes, personalizada. Com a introdução do
crédito móvel internacional (cartões visa), hoje é possível transaccionar bens e serviços
sem precisar sair de casa, facto que agora se vive graças ao aprimoramento das TIC,
quer seja pelas instituições bancárias, quer pelas agencias de crédito assim como
operadoras de telefonias móveis.

Uma outra grande realização condicionada pelas TIC é a criação do e-business


(comércio electrónico, lojas virtuais), que vem crescendo com o passar dos tempos e
vem conquistando o mundo dos negócios de natureza diversa.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CASTELLS, M. A sociedade em rede. São Paulo: Paz e Terra, 2000.

7
CASTELLS, M.; GERHARDT, K. B. A sociedade em rede. São Paulo: Paz e Terra,
2000.

CASTILHO, Luciane Barbosa. O Uso Da Tecnologia Da Informação E Comunicação


(Tic) No Processo De Ensino E Aprendizagem Em Cursos Superiores. Belo Horizonte –
MG – 2015.

CHIBBA, M. Financial Inclusion, Poverty Reduction and the Millennium Development


Goals. European Journal of Development Research, v. 21, n. 2, p. 213–230, 2009.

Expanding Horizons. (2008). Mobile phones can bring banking within everyone’s
reach. Recuperado em 20 dezembro, 2008, de
<http://expandinghorizons.nokia.com/issues/?issue=ExpandingHorizonsQ1200 8.>

Ferreira, E. C. Correspondentes bancários. GV-executivo, 2008, Jul-Ago.

HEEKS, R. The ICT4D 2.0 Manifesto: Where Next for ICTs and International
Development? Development Informatics.Manchester, 2009.

IVATURY, G. Using Technology to Build Inclusive Financial Systems. The


Consultative Group to Assist the Poor (CGAP), n. 32, 2006.

SIMÕES, José Manuel André. As Tecnologias da Informação e Comunicação na


Contabilidade – Estudo de Caso. Covilhã, 2015.

UNDP. Human Development Report 2014. Disponível em:


<http://www.pnud.org.br/arquivos/RDH2014.pdf>. Acesso em: 10 mar. 2015.

Você também pode gostar