Você está na página 1de 37

POLÍCIA CIVIL DE MINAS GERAIS

ACADEMIA DE POLÍCIA CIVIL DE MINAS GERAIS

CURSO NA MODALIDADE DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA (EaD)

ACOLHIMENTO ENTRE PARES:


PARCEIRO DE ESCUTA

BELO HORIZONTE – 2023


EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
ACADEMIA DE POLÍCIA CIVIL
DE MINAS GERAIS

ACOLHIMENTO ENTRE PARES:


PARCEIRO DE ESCUTA

Coordenação Geral
Yukari Miyata

Subcoordenação Geral
Marcelo Carvalho Ferreira

Coordenação Didático-Pedagógica
Flávia Portes Teixeira

Coordenação de Recrutamento e Seleção


Robson Silva de Aguiar

Conteudistas
Aline Priscila Pereira de Souza
Luciana Pereira Soares
Natane Miranda Estevam

Revisão e Edição
Equipe multidisciplinar da Acadepol/MG

Direitos exclusivos cedidos à Polícia Civil de Minas Gerais


EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
ACADEMIA DE POLÍCIA CIVIL
DE MINAS GERAIS

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................. 3
2 SAÚDE MENTAL: UMA VISÃO GERAL E ASPECTOS LEGAIS ....................... 5
3 SAÚDE MENTAL E SUAS REPERCUSSÕES NO TRABALHO DOS AGENTES
DE SEGURANÇA PÚBLICA ................................................................................ 8
3.1 Crise subjetiva x urgência/emergência psiquiátrica ........................................... 9
4 O FENÔMENO SUICÍDIO ............................................................................... 12
4.1 O suicídio: aspectos filosóficos ...................................................................... 12
4.2 A dimensão multicausal do suicídio ................................................................ 14
4.3 Mitos e fatos sobre o sofrimento mental .......................................................... 15
4.4 Da importância dos aspectos protetivos: aumento da consciência e identificação
dos riscos ............................................................................................................. 18
4.5 Alguns dados sobre o autoextermínio entre profissionais de segurança
pública .................................................................................................................. 19
5 A ESCUTA EMPÁTICA E A RELAÇÃO DE AJUDA: TÉCNICA DE
ACOLHIMENTO ENTRE PARES ....................................................................... 23
6 CONSTRUINDO A “RELAÇÃO DE AJUDA” .................................................. 25
7 A ATUAÇÃO JUNTO À PESSOA QUE PRECISA DE AJUDA: ESTRATÉGIAS
DE ABORDAGEM – DA TÉCNICA NÃO DIRETIVA ........................................... 26
8 QUEM PODE AJUDAR? ................................................................................ 27
8.1 O que eu gostaria de encontrar se precisasse falar sobre meus sentimentos? ... 27
8.2 O que eu não gostaria de encontrar? .............................................................. 28
8.3 Algumas atitudes básicas em relação ao outro ............................................... 28
8.4 Algumas atitudes básicas em relação a si mesmo .......................................... 29
9 PARA ONDE ENCAMINHAR O PEDIDO DE AJUDA: ORIENTAÇÕES SOBRE A
REDE DE ATENÇÃO EM SAÚDE MENTAL....................................................... 30
REFERÊNCIAS ................................................................................................. 34
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
ACADEMIA DE POLÍCIA CIVIL
DE MINAS GERAIS

1 INTRODUÇÃO

Bem-vindo ao curso “ACOLHIMENTO ENTRE PARES: parceiro de escuta".


Neste curso será enfatizada a importância da prevenção ao adoecimento mental e ao
suicídio, apresentando-se a escuta empática sob a perspectiva da Abordagem
Centrada na Pessoa (ACP) como uma ferramenta para se aplicar nas relações
cotidianas e, principalmente, como alternativa de ajuda para quem sofre.
Com o avanço dos conceitos da Teoria Clássica da Administração e os efeitos
da globalização, as instituições de sucesso perceberam que as pessoas devem ser
tidas como o seu maior patrimônio. Porém, na prática, essa questão revela-se
problemática, pois existe uma grande contradição nas demandas feitas pelas
organizações aos seus trabalhadores, haja vista que, ao mesmo tempo em que
querem um funcionário combativo, individualista, almejam, também, alguém capaz de
colaborar e agregar à equipe. Ademais, requer-se, ainda, do trabalhador uma ação
criativa, inovadora e proativa, sem, entretanto, quebrar tradição e paradigmas
previamente estabelecidos.
Dito isso, pode-se entender que o mundo do trabalho está imerso em uma
complexidade de fatores e exigências que incidem diretamente nas relações humanas
dentro das organizações, mais especificamente na gestão de pessoas, no desgaste e
nas novas formas de agravo à saúde mental e física. Sob esta perspectiva, será dado
relevo aos aspectos que envolvem a saúde mental. Acompanhe!
É sabido que a atividade policial se caracteriza por situações de alta tensão
emocional, envolvendo momentos de vida ou morte, lei e transgressão. Esses fatores,
combinados com a necessidade constante de estar em alerta, longas horas de
trabalho e sobrecarga laboral, podem se tornar estressores que afetam diretamente a
qualidade de vida e a saúde dos policiais. Infelizmente, nos últimos anos, tem sido
observado um aumento preocupante nos casos de adoecimento mental e, fatalmente,
de suicídio entre esses profissionais.
De acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, somente em 2021,
101 servidores das forças de segurança pública foram vítimas de suicídio no país. No
entanto, acredita-se que esse número possa estar subestimado, devido a tabus
relacionados à saúde mental que ainda existem no meio policial e na sociedade em
3
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
ACADEMIA DE POLÍCIA CIVIL
DE MINAS GERAIS

geral. Diante disso, é fundamental que os servidores da Polícia Civil, tanto das
carreiras policiais quanto das administrativas, sejam sensibilizados para
reconhecerem os fatores de risco e desenvolverem habilidades e atitudes para
abordar o sujeito em sofrimento mental.
Mas você deve estar se perguntando: “Eu não sou profissional da saúde
mental, o que eu tenho a ver com isso? ” Cada dia mais é essencial reconhecer que
a saúde mental não se limita apenas aos profissionais da área da saúde. A prevenção
ao suicídio e o cuidado com a saúde mental devem ser encarados como um dever de
toda a sociedade. Portanto, cada indivíduo tem a responsabilidade de se informar,
desenvolver empatia e oferecer ajuda às pessoas que estão passando por momentos
difíceis.
Neste curso, nosso objetivo principal é fornecer as ferramentas necessárias
para que se identifiquem pessoas em sofrimento mental e/ou em possível risco de
autoextermínio. Por meio da técnica da "Escuta Empática", você aprenderá a ouvir
atentamente o outro, sem julgamentos ou conselhos, buscando auxiliar a pessoa na
identificação de seus próprios sentimentos e necessidades. Dessa forma, será
possível ampliar a compreensão de si mesmo e as possibilidades de resposta.
Ao concluir este curso, você estará apto a reconhecer sinais de alerta em
indivíduos em risco, abordando-os de maneira empática e aplicando os
conhecimentos adquiridos nas suas relações, especialmente no contexto do trabalho.
A escuta empática tem o poder de criar um ambiente de confiança e acolhimento,
contribuindo para a prevenção de desfechos trágicos.
Serão abordadas aulas teóricas e exercícios que visam aprimorar suas
habilidades de escuta empática. Recomenda-se que você participe ativamente, com
resolução das suas dúvidas e compartilhamento de suas experiências, tornando o
processo de aprendizagem ainda mais enriquecedor.
Agradecemos sua participação neste curso e esperamos que você possa
aplicar os conhecimentos adquiridos para contribuir na promoção da saúde mental e
na prevenção do suicídio em diferentes contextos, dentre eles os profissionais que
compõem a segurança pública. Boa jornada de aprendizado!

4
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
ACADEMIA DE POLÍCIA CIVIL
DE MINAS GERAIS

2 SAÚDE MENTAL: UMA VISÃO GERAL E ASPECTOS LEGAIS

Abordar o tema saúde mental no âmbito social é bastante desafiador e, dentro


das instituições de segurança pública, revela-se como uma questão necessária e
urgente. Sabe-se que a temática é permeada por um discurso preconceituoso, no
qual, aquele que recorre a serviços de saúde mental é visto como fraco ou beirando à
loucura. É notório que a manutenção de tal discurso produz um cenário desfavorável
a intervenções que visem ao tratamento, e, sobretudo, à prevenção dos agravos e do
sofrimento psíquico.
Em todo contexto laboral é possível constatar adversidades, mas, nas forças
de segurança pública, o trabalho cotidiano necessariamente já aproxima os
profissionais de situações violentas e de alto risco de vida. Danos psicossociais que
combinam peculiaridades do sujeito com sofrimento, desgaste e estresse no trabalho
podem resultar em doenças.
O estresse, assim como as outras emoções humanas, é vivenciado por todos,
entretanto, em níveis prolongados e frequentes, pode ocasionar adoecimento psíquico. O
trabalho do agente de segurança pública e suas vivências diretas e indiretas com
circunstâncias difíceis e hostis repercutem em seu estado psicológico, gerando crises
existenciais, bem como outras patologias. Ainda podemos mencionar contingências de vida
que provocam mudanças inesperadas no ambiente social do indivíduo gerando desgaste e
aumento da possibilidade de adoecimento, tais como morte de algum ente querido, divórcio,
prisão, transferência profissional, casamento, mudança de cidade, entre outros.

Figura 1 – Fatores de risco

Fonte: Banco de dados ASCOM (2022)


5
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
ACADEMIA DE POLÍCIA CIVIL
DE MINAS GERAIS

As questões que envolvem a psicodinâmica do trabalho tornam-se pontos


fundamentais de preocupação da saúde pública. O Ministério da Saúde instituiu a
Política de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora, por meio da Portaria nº 1.823
de 23 de agosto de 2012 (BRASIL, Ministério da Saúde. 2012). Tal política aposta em
princípios, diretrizes e estratégias a serem observados, a fim de promover e proteger
a saúde dos trabalhadores, além de reduzir a morte em decorrência de certas
patologias em determinadas categorias profissionais geradas em virtude dos modelos
de desenvolvimento e dos processos produtivos.
Em 11 de junho de 2018, houve um importante avanço na Segurança Pública
brasileira com a publicação da Lei nº 13.675 que instituiu o Sistema Único de
Segurança Pública (SUSP) e criou a Política Nacional de Segurança Pública e Defesa
Social (PNSPDS). Dentre os objetivos de tal sistema, vale destacar: o estímulo à
criação de mecanismos de proteção dos agentes públicos que compõem o sistema
nacional de segurança pública, e, de seus familiares; o estímulo e incentivo à
elaboração, à execução e ao monitoramento de ações nas áreas de valorização
profissional, de saúde, de qualidade de vida e de segurança dos servidores que
compõem o SUSP (Lei nº 13.675/2018).

Caso queira se aprofundar no assunto, acesse:

- https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2012/prt1823_23_08_2012.html
- https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2018/lei/L13675.htm

Pelo exposto, nota-se a preocupação dos legisladores em relação à saúde dos


trabalhadores e, mais especificamente, dos agentes de segurança pública. Podemos
afirmar que o trabalho representa, numa perspectiva minimalista, pelo menos um terço
da vida de uma pessoa, e é por meio dele que o sujeito também se desenvolve e se
realiza como pessoa, podendo ser uma grande fonte de prazer, mas também de
sofrimento.
A valorização da vida dos profissionais e a ideia de direitos humanos são eixos
fundamentais no Plano Nacional de Segurança Pública. A prática dessas iniciativas
revela-se, certamente, como o grande desafio dos serviços de saúde, dentro das

6
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
ACADEMIA DE POLÍCIA CIVIL
DE MINAS GERAIS

instituições que fazem segurança pública, visto que favorecer a saúde física e mental
do servidor é condição importantíssima para o bom desempenho da função. Além
disso, é padrão ouro avançar na desconstrução pessoal e institucional de preconceitos
que mantêm o status quo para o adoecimento e dificultam fortemente o acesso às
pessoas em sofrimento e o desenvolvimento efetivo de intervenções de prevenção e
tratamento.

7
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
ACADEMIA DE POLÍCIA CIVIL
DE MINAS GERAIS

3 SAÚDE MENTAL E SUAS REPERCUSSÕES NO TRABALHO DOS AGENTES


DE SEGURANÇA PÚBLICA

Importante frisar que os agentes de segurança pública lidam diariamente com


situações de vulnerabilidades e violência que podem ocasionar uma série de
problemas de saúde, o que gera aos profissionais de segurança pública uma maior
probabilidade de desenvolvimento de ansiedade, de sintomas psicossomáticos e de
depressão.
Os transtornos mentais nessa categoria são essencialmente preocupantes,
haja vista que se tratam de doenças que não apresentam sinais de fácil percepção,
não sendo dada a devida importância nem pelo servidor que está acometido da
enfermidade, nem por aqueles que fazem parte do convívio desse profissional.
Para Santos (2007), quando esses profissionais manifestam sinais de algum
transtorno mental, frequentemente, são conduzidos a apresentarem níveis
consideráveis de depressão, stress pós-traumático, abuso no consumo de
substâncias (álcool e drogas ilícitas), aumento da irritabilidade e o pior de todos eles,
o cometimento de suicídio.
Somado a isso, para Lima (2020), a displicência com a saúde mental pode ser
decorrente da síndrome do policial herói que é aquele que vai às ruas para salvar
vidas e em nenhum momento pode apresentar sinais de fraqueza. Segundo Santos
(2007), quando o estresse toma conta do policial, quando ele percebe que não
apresenta as mesmas condições físicas e mentais para proteger a sociedade, assim
como um “herói” deve proteger, esse profissional é levado a um nível emocional tão
angustiante que, às vezes, a morte surge como o caminho mais aceitável.

Os policiais procuram não se sentir vulneráveis, e quando isto acontece,


instalam-se sentimentos de vergonha, medo e sensação de perigo. Desta
forma, o suicídio poderá surgir como uma opção para o policial se adaptar a
esta percepção de invulnerabilidade. A incapacidade do policial em aceitar as
falhas a esta invulnerabilidade, bem como a sua dificuldade em lidar com o
stress e trauma, poderão resultar, assim, em comportamentos suicidas
(SANTOS, 2007, p. 28).

Nesse sentido, estresse ocupacional, angústias e sofrimentos silenciados


podem trazer sérias repercussões na saúde dos servidores das carreiras

8
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
ACADEMIA DE POLÍCIA CIVIL
DE MINAS GERAIS

administrativas e policial. Esses profissionais, distantes de serem máquinas, também


adoecem e precisam, ainda mais, de maior suporte e rede de cuidado.
O conceito de saúde e doença, normal e patológico, é questão de grande
controvérsia, a problemática circula no campo da filosofia, da medicina e da psicologia
com diferentes desdobramentos. A adoção do conceito de normalidade e
anormalidade depende, entre outros fatores, de opções ideológicas, filosóficas e
pragmáticas do profissional que se debruça na grande área chamada saúde mental.
A Organização Mundial de Saúde (WHO, 1964) definiu, em 1946, a saúde como
completo bem-estar físico, mental e social, e não simplesmente como a ausência de
doença. Contudo, é um conceito muito amplo, e, portanto, impreciso, pois sabemos que
atingir o bem-estar pleno é algo de difícil alcance. A busca pelo equilíbrio entre soma
(corpo) e psiquê é constante e variável ao longo de todo processo da existência.
Quando identificamos sinais e sintomas das doenças psíquicas, não cabe
julgamento moral dos sujeitos, mas sim observar, identificar e compreender os diversos
elementos da doença mental, para avançar nos aspectos de prevenção e tratamento.
O sofrimento mental é complexo e envolve diversos aspectos. A chamada
“psiquiatria dinâmica” busca entender as emoções, desejos e medos que existem
dentro de cada pessoa, levando em conta sua experiência pessoal. É importante
combinar uma abordagem mais objetiva e diagnóstica com uma visão mais pessoal e
subjetiva do paciente e de sua doença. (DALGALARRONDO, 2008, p.36).

3.1 Crise subjetiva x urgência/emergência psiquiátrica

A acentuada relação dos indivíduos com a virtualidade, advinda da


hipermodernidade, tem sido palco fértil para a localização de coordenadas da
manifestação de urgência subjetiva. É evidente o número de pessoas que apresentam
sofrimentos ligados à angústia, à síndrome do pânico e a crises de ansiedade, que
parecem surgir em resposta à dificuldade de localização do mal-estar.
Não raramente, nos serviços de saúde mental, os profissionais de saúde se
deparam com sujeitos que se cortaram, na tentativa de aliviar intensos sofrimentos;
que desenvolveram compulsão por alimentos, sexo, abuso de álcool e outras drogas,
e, como resposta mais radical, que tentaram o autoextermínio.
9
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
ACADEMIA DE POLÍCIA CIVIL
DE MINAS GERAIS

Figura 2 - Apresentação de fatores inerentes à acentuada relação dos indivíduos com a


virtualidade que geram crises subjetivas

Fonte: Google Imagens (2023)

Entende-se em crises subjetivas as pessoas que experimentam algum(uns)


evento (s) inesperado (s), adverso (s), conflito (s) ou dilema (s), com a ocorrência da
subtração da palavra, isto é, faltam palavras para nomear a vivência tida como
traumática ao psiquismo. Em momentos de forte angústia, muitas vezes, é possível
notar que os sujeitos apresentam dificuldades para desenvolverem uma narrativa
sobre si, bem assim sobre sua história e o fato vivido.
Desse modo, as intervenções realizadas nesse momento se dão na direção de
fazer com que esses sujeitos possam dizer sobre o que sentem e como sentem,
colocando palavras no curto-circuito que o inesperado da vida e do existir podem
causar.
É necessário, para tanto, ofertar espaço de acolhimento e realizar uma escuta
empática, que favoreça reflexões da cena traumática, indicando que se trata de um
momento de vida difícil, mas que pode ser atravessado, ou seja, de uma circunstância
que se relaciona a uma história e que se faz presente, mas que não é eterna, tal como
os sujeitos costumam acreditar, e, ainda, que pode propiciar a abertura de um novo
tempo para a elaboração.
A urgência psiquiátrica, por sua vez, pode ser caracterizada pela alteração
no estado mental do indivíduo, podendo apresentar quadros de desorientação do
tempo e do espaço, desconexão com a realidade (falas sem sentido/
descontextualizadas), agitação corporal.

10
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
ACADEMIA DE POLÍCIA CIVIL
DE MINAS GERAIS

Em resumo, a urgência psiquiátrica evidencia um rompimento abrupto na


saúde mental do sujeito, exigindo uma intervenção terapêutica especializada imediata
para preservar sua integridade física e a das pessoas ao seu redor. É importante
destacar que, nesses momentos de urgência, a condição mental do sujeito está tão
alterada e o sofrimento psíquico é tão intenso que pode parecer resistente às
intervenções baseadas na palavra, como ocorre nas crises subjetivas. Esse sujeito
deve ser encaminhado ao serviço de saúde mais próximo.

11
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
ACADEMIA DE POLÍCIA CIVIL
DE MINAS GERAIS

4 O FENÔMENO SUICÍDIO

4.1 O suicídio: aspectos filosóficos

Ao longo da história, a definição de suicídio sofreu várias mudanças na


sociedade e em conjunturas particulares. Embora esse acontecimento esteja
presente desde a antiguidade, a palavra suicídio só foi criada posteriormente,
especificamente na Inglaterra, no século XVII em 1643. Em português a palavra
suicídio ganhou a grafia em 1836, século XIX. Podemos apontar que as alterações
nas definições e conotações da palavra são acompanhadas pela mudança de
pensamento, em determinado momento histórico, das sociedades. Assim, várias
nuances foram revestindo e circunscrevendo esse fenômeno, desde os Gregos até
a atualidade.
Etimologicamente a palavra suicídio deriva do latim e significa: sui = si mesmo
e caedes = ação de matar. A palavra sui quer dizer si mesmo e sidio vem de caedes
que é o verbo ação de matar. Mais que nos ater aos vários significados que o ato
adquiriu ao longo do tempo focaremos na ideia central do ato que é a “morte de si
mesmo”.
Na Grécia e na Roma, antigos pesquisadores estimam que o suicídio no
mundo era percebido como algo comum, sendo a morte voluntária ora vista como
uma possibilidade no percurso da vida, ora como um ato heroico de nobreza de
espírito buscando razões justificadas como desonra, viuvez, entre outras. No mundo
antigo, a concepção sobre o suicídio tem desde a oposição até a total aprovação de
alguns filósofos. Segundo a teoria de Pitágoras, a alma é um presente dos deuses
e o corpo é a sua prisão e a associação entre alma e corpo é regida por relações
numéricas.
A quebra dessa harmonia por meio do suicídio é uma desobediência e um ato
contra a vontade dos deuses (MINOIS, 1995). Platão e Aristóteles, citados por Minois
(1995), consideravam o homem como um ser social que se encontra inserido em
uma comunidade. Dessa forma, o indivíduo não deve raciocinar em função de seus
interesses pessoais e sim considerar, conforme Platão, seus deveres para com a
12
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
ACADEMIA DE POLÍCIA CIVIL
DE MINAS GERAIS

divindade que o colocou no local em que se encontra e, nos dizeres de Aristóteles,


suas obrigações para com a cidade onde deve realizar o papel que lhe fora atribuído.
Na Europa, até o fim da Idade Média, a visão sobre o suicídio assume
aspectos condenatórios principalmente para os ideais cristãos. Para os escritores
cristãos, o suicídio é contrário à vontade divina, pois não chega a separar
completamente a alma do corpo, sendo uma transgressão de um dever para consigo
mesmo, um ato de covardia e, ainda, um ato injusto para com a comunidade que o
suicida pertence. Por outro lado, há filósofos que o consideram lícito ou necessário
pelos seguintes motivos: por ser uma incumbência renunciar à vida quando continuar
vivendo impossibilita o cumprimento do dever; quando se configura em uma
afirmação da liberdade do homem e se for a única saída para uma situação
insustentável e o único modo de salvar a dignidade e a liberdade (ABBAGNANO
apud DUARTE, OLIVEIRA, 2022).
Na atualidade, o tema da morte ainda se configura como um tabu, a ciência
ganha lugar para a manutenção da vida e o suicídio vai na contramão da ciência
provocando um choque/paradoxo por contrariar a norma prescritiva de saúde, bem-
estar e felicidade postulada pela ciência moderna. Ele entra no rol do patológico, do
anormal, do inadequado, que deve ser a todo custo evitado e submetido aos
procedimentos corretivos, a fim de se alcançar o estado de saúde, de normalidade
e de adaptabilidade (Feijoo apud Lessa, 2017). Apesar da temática ser estudada por
teólogos, sociólogos, filósofos e especialistas da área da educação e da saúde,
ainda hoje é tratada de forma velada, estigmatizada e o ato ainda gera uma
reprovação social. Nesse sentido, muitas vezes a mídia se furta de falar sobre a
temática, quando poderia ser um canal importante de divulgação de informações
confiáveis, e de colocar o tema como algo que merece atenção da sociedade e das
políticas públicas. Nesse sentido Lessa (2017) aponta:

Na contemporaneidade, a ciência assume o lugar da prescrição do caminho


para se alcançar a saúde, o bem-estar e a felicidade, em virtude das novas
demandas apresentadas pela civilização tecnológica moderna. Essa moral
não só estabelece os hábitos, costumes, regras e valores constituídos
socialmente, promovendo e reproduzindo os modelos considerados corretos,
mas também indica, em seu sentido mais amplo, o que deve ser acatado
como modelo de vida perfeita e que deve ser tomado como necessário para
se viver (LESSA, 2017).
13
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
ACADEMIA DE POLÍCIA CIVIL
DE MINAS GERAIS

Diante dos dados numericamente significativos de suicídio entre os


profissionais da segurança pública, é crescente o número de estudos e de estratégias
específicas sobre aspectos que envolvam a saúde mental nessa categoria
profissional, que se mostra um campo multifacetado e aberto para novas descobertas
e problematizações.

4.2 A dimensão multicausal do suicídio

Antes de falar em fator de risco é importante ressaltar que qualquer pessoa


está sujeita ao adoecimento mental e até ao ato do suicídio. Duarte e Oliveira (2022)
apontam que, na obra História do Suicídio (2018), é apresentada uma narrativa
histórica do suicídio na Idade Média e diferentes sujeitos compõem esse cenário:
jurista, poeta, assassino, camponês, arrendatário, homem doente, açougueiro,
padeiro, bordador, conselheiro de parlamento, mulher ciumenta e outros homens
comuns que tiraram a própria vida diante de alguma adversidade que a vida os
colocou. Nesse sentido, havia a presença da morte voluntária em diferentes
categorias sociais e nos dois sexos. Homens e mulheres estavam sujeitos a atos
dessa natureza, assim como presenciamos na sociedade atual.
Esse fenômeno, conforme os estudos apontam, torna-se cada vez mais amplo
e complexo envolvendo questões não só individuais, mas do contexto social no qual
o sujeito está inserido, assumindo, portanto, múltiplas causas. Dessa forma, devemos
evitar fazer associações deterministas e entender o profissional de segurança pública
de forma mais abrangente e sua multidimensionalidade, em suas necessidades
biológicas, psicológicas, sociais, ambientais e institucionais. Importante frisar que
essas necessidades são interdependentes, ou seja, uma dimensão tende a afetar a
outra.
O esquema a seguir demonstra a dimensão situacional que tem a ver com as
situações de violência e risco; a dimensão organizacional que está ligada à satisfação
profissional e a forma como o servidor lida com as relações hierárquicas; as relações
sociais abrangem as relações familiares, amigos, e atuação na comunidade; a
dimensão individual que se refere aos aspectos da personalidade e de risco de
14
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
ACADEMIA DE POLÍCIA CIVIL
DE MINAS GERAIS

adoecimento psíquico e emocional de cada indivíduo. Todas essas dimensões,


conforme Miranda (2012) constituirão como fatores de risco para o adoecimento
mental e o comportamento suicida especificamente entre as carreiras policiais.

Figura 3: Fenômeno multifatorial

4.3 Mitos e fatos sobre o sofrimento mental

Botega (2004), na obra intitulada: “Comportamento Suicida”, assim como


alguns institutos de psiquiatria, esclarecem mitos considerados nocivos por
prejudicarem a busca por ajuda, fazendo com que várias pessoas que estão em
sofrimento mental não recebam a devida atenção e cuidados necessários,
destacamos alguns:

● “Se eu perguntar sobre suicídio, poderei induzir o paciente a isso?”

Falar e escutar sobre ideias de suicídio, fazendo-o de modo sensato e franco,


aumenta o vínculo com o indivíduo que está em sofrimento mental. Ele se sentirá
acolhido por um profissional cuidadoso, que se interessa pela extensão de seu
sofrimento.
15
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
ACADEMIA DE POLÍCIA CIVIL
DE MINAS GERAIS

● “Ele está ameaçando suicídio apenas para manipular ou chamar atenção?

A ameaça de suicídio sempre deve ser levada a sério. Sabe aquela história de
que “cão que ladra não morde”? Pois bem, ela não se aplica quando o assunto é
sofrimento mental. Muitos acreditam que as pessoas expressam seu desejo pela
morte só para chamar a atenção, ou que as pessoas que realmente querem se
suicidar não falam nada sobre o assunto. A verdade é que, na grande maioria dos
casos, o indivíduo que pensa em tirar a própria vida está em sofrimento psíquico e na
maioria das vezes manda sinais, alguns são mais súbitos, outros mais diretos, mas
quase sempre há sinais. Importante ressaltar que há casos em que a pessoa não
emite sinais. Esses sinais são sempre um pedido de ajuda, um último recurso antes
de realmente tentar realizar o ato. É importante manter-se atento aos sinais quando
alguém anda com dificuldades na vida, sejam elas psicológicas ou não.

● “Será que quem quer se matar, se mata mesmo?”

Essa ideia pode conduzir ao descrédito e à inércia por parte dos que podem
ajudar e ao descuido no manejo das pessoas sob risco. Não se trata de evitar todos
os suicídios, mas sim os que podem ser evitados.

● “Quem quer se matar não avisa! ”

De acordo com o Ministério da Saúde (2006), pelo menos dois terços das
pessoas que tentam ou que se matam haviam comunicado de alguma maneira sua
intenção para amigos, familiares ou conhecidos.

● O suicídio é um ato de covardia (ou de coragem)?”

O que dirige para uma ação auto infligida é uma dor psíquica insuportável que
nada tem a ver com a força de uma pessoa e não deve ser encarada como uma atitude
de covardia ou coragem.
16
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
ACADEMIA DE POLÍCIA CIVIL
DE MINAS GERAIS

● “Após uma tentativa de suicídio, uma melhora rápida das condições mentais
significa que o perigo passou?”

Uma melhora rápida exige atenção redobrada e não significa que a crise
acabou. Uma pessoa que demonstra sinais de comportamento suicida pode
apresentar uma melhora súbita em poucos dias. Com isso, muitos amigos e familiares
acreditam que a pessoa está fora de perigo, quando na verdade pode ser exatamente
o contrário. Às vezes, a pessoa demonstra uma melhora no comportamento
justamente porque já decidiu tirar a própria vida e só está esperando a oportunidade.
Vale lembrar que muitos suicídios se efetivam pouco tempo após uma tentativa prévia.

● “O adoecimento mental e/ou suicídio é sempre hereditário?”

Ter um familiar que tenha problemas com transtornos mentais ou que cometeu
suicídio aumentam as chances de um indivíduo também tentar cometê-lo. No entanto,
isso não quer dizer que essa pessoa irá, necessariamente, sofrer com ideação suicida.
O contrário também é verdadeiro: só porque uma pessoa não tem nenhum familiar
que cometeu suicídio, isso não quer dizer que ela está livre da ideação suicida. Ela
pode surgir nas mais variadas situações e é mais um motivo para estarmos atentos a
nós mesmos e ao outro.

● “Se a pessoa tentou e não conseguiu, quer dizer que ela não queria
realmente se matar? ”

Há quem julgue uma tentativa como inválida quando o método escolhido não
foi eficaz. Não é o caso. A pessoa pode escolher um método mais simples e menos
eficaz por ingenuidade ou por falta de acessibilidade a outros métodos, por exemplo.
Independentemente do método, isso não tira a seriedade da situação: uma tentativa
é sempre uma tentativa, não importa se o método escolhido era menos letal. Parte
dos estudos já realizados apontam para a necessidade de se dar uma maior atenção
para a população dos agentes de segurança pública, sobretudo por terem acesso
17
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
ACADEMIA DE POLÍCIA CIVIL
DE MINAS GERAIS

regular a arma de fogo, pois, segundo alguns autores (MIRANDA; GUIMARÃES,


2016), o autoextermínio entre as ocupações também varia segundo as oportunidades
de acesso aos meios letais disponíveis. Desse modo, no ambiente de trabalho de
policiais, ao contrário da população em geral, as oportunidades de acesso aos meios
letais disponíveis são maiores, fazendo da arma de fogo o principal meio de provocar
o suicídio (MIRANDA ORG., 2016).

4.4 Da importância dos aspectos protetivos: aumento da consciência e identificação


dos riscos

Fonte: Pixabay (2023)

Serão abordadas, nesta oportunidade, as várias dimensões e necessidades


das pessoas. O chamado “mapa da saúde”, a ser apresentado, servirá como
norteador para se saber: qual dimensão não anda bem? De que maneira esta
dimensão, que não está bem, encontra-se interferindo nas demais? Qual
dimensão/área estamos precisando melhorar ou repensar com maior cuidado? Enfim,
são perguntas que provocam inquietações, mas também orientam para um maior
autoconhecimento.

18
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
ACADEMIA DE POLÍCIA CIVIL
DE MINAS GERAIS

Figura 4: Mapa da Saúde

Fonte: Elaborada pelas conteudistas (2023).

Foram apresentadas algumas perguntas que podem nos orientar para alguns
sinais de que algo não vai bem. Na dúvida, busque ajuda se não estiver bem e seja
acolhedor, empático e inclua outros nesse cuidado (como colegas de trabalho,
familiares, amigos e pessoas de sua convivência). Assim, lembre-se de preservar a
sua saúde mental e do contexto onde vive!

4.5 Alguns dados sobre o autoextermínio entre profissionais de segurança pública

Nos últimos dois anos anteriores ao início da pandemia de COVID-19, o Brasil


registrou 104 casos de suicídio de policiais militares e civis, de acordo com o 13º
Anuário de Segurança Pública do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). O
estudo concluiu que o número de suicídios entre policiais (civis e militares) da ativa
(104) foi maior do que o número de agentes mortos em serviço (87) em 2018. Houve
um aumento de 42% nos casos de suicídio em comparação com 2017.
19
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
ACADEMIA DE POLÍCIA CIVIL
DE MINAS GERAIS

É importante ressaltar que há uma falta de dados específicos sobre as


categorias administrativas das instituições de segurança pública. Portanto, é
necessário realizar estudos que incluam essas categorias, uma vez que elas também
fazem parte do contexto institucional e podem ser afetadas pelos desafios e estresses
do trabalho policial.
O Boletim de Notificações de Mortes Violentas Intencionais e Tentativas de
Suicídio entre Profissionais de Segurança Pública no Brasil (2019) salientou uma
possível relação entre mortes por suicídio e fatores ocupacionais: 15% do total de
mortes por suicídio declaradas ao Grupo de Estudo e Pesquisa em Suicídio e
Prevenção (GEPeSP) em 2018 ocorreram no ambiente de trabalho. Essas cifras
corroboram com situações cotidianas de estresse, trauma, depressão e ansiedade
narradas por profissionais de segurança pública da Polícia Militar do estado do Rio de
Janeiro à equipe do GEPeSP.
O suicídio, no campo da Segurança Pública, apesar das evidências, é ainda
para muitas instituições um problema invisível. Não se têm estatísticas confiáveis para
demonstrar a sua real magnitude. O Fórum Brasileiro de Segurança Pública teve
acesso a informações de mortes por suicídio de agentes de segurança do país de 19
unidades federativas. Os estados do Espírito Santo, Mato Grosso, Piauí, Rondônia,
Roraima, Rio Grande do Norte, Sergipe e Tocantins não responderam à pesquisa do
FBSP. A resistência das instituições de segurança pública à divulgação dos dados é
um dos obstáculos à notificação das mortes violentas intencionais no Brasil.
Apesar da subnotificação, as estatísticas de mortes por suicídios de policiais
civis e militares da ativa informadas ao FBSP, em 2018, sinalizam a magnitude e a
gravidade do problema no campo da Segurança Pública. Iniciativas de prevenção
universal, como a realização de campanhas de sensibilização, seminários, cursos e a
publicação de cartilhas sobre a prevenção do suicídio entre profissionais de segurança
pública, são urgentes (MIRANDA, 2020).
Em 2022, o Fórum Brasileiro de Segurança Pública divulgou que, só em 2021,
101 agentes de segurança pública foram vítimas de suicídio no país. Entretanto,
acredita-se que o número pode estar subestimado em consequência dos tabus
envolvidos nos temas relacionados à saúde mental.
20
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
ACADEMIA DE POLÍCIA CIVIL
DE MINAS GERAIS

https://forumseguranca.org.br/anuario-brasileiro-seguranca-publica/

As mortes por suicídio e as tentativas de suicídio são conceitualmente


fenômenos complexos e repletos de divergências. Segundo a Organização Mundial
da Saúde, “o suicídio é um ato deliberado, intencional, de causar a morte a si mesmo,
ou seja, um ato iniciado e executado por uma pessoa que tem a noção de que do seu
ato poderá resultar a morte, e cujo desfecho fatal é esperado” (OMS, 1998). A
intencionalidade de dar cabo à vida por quem o comete é o elemento-chave, segundo
a OMS (2002).

Figura 5: Alguns sinais que podem indicar que algo não vai bem.

Fonte: Banco de dados ASCOM (2022).

FIQUE ATENTO!

Todos nós podemos ter alguns dos sinais e isso não é, necessariamente, sinônimo
ou indicativo de adoecimento mental. De toda maneira, caso perceba que você ou
algum colega estão em situação de vulnerabilidade emocional ou muito fragilizados com algumas
questões, NÃO DEIXE DE BUSCAR AJUDA.

21
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
ACADEMIA DE POLÍCIA CIVIL
DE MINAS GERAIS

FIQUE ATENTO!

É importante salientar que, caso perceba muitos desses sintomas por pelo menos
2 (duas) semanas, com impacto importante no seu bem-estar, no seu dia a dia ou
pensamentos de morte, é hora de pedir ajuda!

A identificação das áreas e alguns sinais que podem ajudar na identificação de sofrimento mental
NÃO SUBSTITUEM avaliação do profissional da Psiquiatria e Psicologia!

22
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
ACADEMIA DE POLÍCIA CIVIL
DE MINAS GERAIS

5 A ESCUTA EMPÁTICA E A RELAÇÃO DE AJUDA: TÉCNICA DE ACOLHIMENTO


ENTRE PARES

Figura 6: Escuta empática

Fonte: Banco de dados ASCOM (2022)

No ambiente de trabalho é comum que os pares sejam os primeiros a


perceberem e a apontarem os comportamentos inabituais. Um servidor com
comportamento retraído, agressividade nas relações, dificuldade para se relacionar,
sentimentos de desesperança e perda de interesse pelas atividades pode ser melhor
percebido pelos colegas com quem compartilha as atividades diárias. Nesse sentido,
a denominada intervenção entre pares ganhou grande importância no período da
pandemia ao criar espaços para a chamada “escuta empática”, com o fim de incentivar
o apoio entre os próprios trabalhadores no cotidiano de trabalho como estratégia para
o fortalecimento emocional e identificar profissionais vulneráveis do ponto de vista
psicossocial.
Conforme Tobase (2020), na medida em que a pessoa compartilha suas
questões, empodera e oportuniza a compreensão de si, amplia as possibilidades para
encontrar respostas, ressignificando seu olhar frente à situação vivida, na conexão
consigo e com o outro. Para tanto, é necessário que exista uma relação integral entre
as pessoas e comportamentos que facilitem esse nível de relação,
independentemente de diferenças de hierarquias, culturais, sociais ou ideológicas.
23
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
ACADEMIA DE POLÍCIA CIVIL
DE MINAS GERAIS

Carl Ransom Rogers, um psicólogo dos Estados Unidos, realizou um estudo


com clientes de diferentes terapeutas, que adotavam abordagens teóricas distintas,
antes e depois de passarem por sessões terapêuticas. Ele descobriu que o
crescimento desses clientes não estava necessariamente relacionado à abordagem
teórica ou técnica utilizada pelo terapeuta, mas sim às atitudes dos clientes durante a
terapia. Rogers chamou essas atitudes de "atitudes facilitadoras".
A partir dessa descoberta, Rogers percebeu que o atendimento ao cliente não
se resumia apenas a um conjunto de técnicas, mas sim à maneira como essas
técnicas eram aplicadas, o que ele chamou de "jeito de ser". Ele desenvolveu sua
própria abordagem teórica, chamada de Abordagem Centrada na Pessoa (ACP). Essa
abordagem se expandiu para outras áreas de atuação, tornando-se um caminho
importante para explorar novas formas necessárias de convívio social.
Conforme mencionado por Capelo (2000), as ideias de Rogers ultrapassaram
o âmbito da psicoterapia e também foram aplicadas em atividades de grupo,
organizações e no campo educacional.

24
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
ACADEMIA DE POLÍCIA CIVIL
DE MINAS GERAIS

6 CONSTRUINDO A “RELAÇÃO DE AJUDA”

Segundo Rogers, por relação de ajuda entende-se uma relação na qual pelo
menos uma das partes procura facilitar na outra o crescimento, o desenvolvimento, a
maturidade, um melhor funcionamento e uma maior capacidade de enfrentar a vida
(ROGERS, 1977, apud RAFAEL, 2000, p. 55). Implica, portanto, que quem está
ajudando não forneça soluções previamente estabelecidas para a situação problema,
mas aja de modo que o outro compreenda melhor a sua situação e a si mesmo.
Desse modo, quem ajuda deve agir como pessoa e não como especialista.
Simões et al (2006) revela que, em hipótese alguma, deve ser vista como uma relação
na qual existe um sujeito mais forte, que ajuda e um mais fraco, que é ajudado e sim
uma situação na qual ambos desempenham papéis igualmente fundamentais. Simões
et al (2006) ressalta que, na relação de ajuda, há uma crença de que o ser humano
possua a capacidade inata que o impulsiona para a vida, ou seja, que dentro de si o
indivíduo possui mecanismos necessários para lidar consigo e com o outro, o que
Rogers chamou de tendência atualizante, que significa que o indivíduo possui a
capacidade para se reestruturar e se reorganizar.
Para Rogers, alguns recursos são fundamentais nas relações humanas para
um potencial de mudança construtiva: a compreensão empática que consiste na
capacidade de se colocar como se estivesse no lugar do outro; a aceitação
incondicional ou respeito que é a capacidade de acolher o outro de forma integral
sem julgá-lo pelo que sente, pensa, fala ou faz; congruência que consiste no
facilitador ser real, ou seja, falar de maneira autêntica ao outro, através de palavras e
atos, seus verdadeiros sentimentos.

Figura 7: Relação de ajuda

Fonte: Google Imagens (2023).


25
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
ACADEMIA DE POLÍCIA CIVIL
DE MINAS GERAIS

7 A ATUAÇÃO JUNTO À PESSOA QUE PRECISA DE AJUDA: ESTRATÉGIAS DE


ABORDAGEM – DA TÉCNICA NÃO DIRETIVA

O significado da técnica Não-Diretiva se baseia nos pressupostos de que cada


indivíduo possui capacidade para o crescimento, portanto, ao escutar o outro devemos
focar para que a pessoa fale dela mesma, dos seus sentimentos e emoções, e não do
problema ou de sua resolução. Vamos atribuir maior valor às questões emocionais em
detrimento das intelectuais, enfatizando o presente da pessoa em relação ao seu
passado, e não a dificuldade em si, considerando o próprio processo de escuta como
uma oportunidade de crescimento.

Figura 8: Pilares da relação de ajuda

Fonte: Google Imagens (2023)

26
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
ACADEMIA DE POLÍCIA CIVIL
DE MINAS GERAIS

8 QUEM PODE AJUDAR?

Na perspectiva da Abordagem Centrada na Pessoa, as atitudes facilitadoras


podem ser aprendidas no decorrer da vida e podem ser aplicadas nas diferentes
relações que se estabeleçam entre dois ou mais indivíduos. A habilidade de ajuda é
aprendida seja de maneira sistemática (nos diversos cursos destinados aos
profissionais de ajuda), seja de maneira informal durante a vida. Assim, se a relação
de ajuda pode ser desenvolvida por meio de nossas experiências e podemos
aumentar o controle sobre sua aprendizagem por que deixar esse aprendizado por
conta do acaso?

8.1 O que eu gostaria de encontrar se precisasse falar sobre meus sentimentos?

● Alguém disponível para me ouvir;


● Espaço e retorno imediato ao meu chamado;
● Voz Calma;
● Perceber que não sou louco;
● Sentir que sou valorizado;
● Alguém está presente;
● Alguém que acredite em mim sem me justificar;
● Alguém próximo a meu lado;
● Sentir-me Seguro;
● Ser apoiado;
● Ser Respeitado;
● Ter toda a atenção;
● Compreensão e alívio;
● Perceber o que acontece comigo;
● Descontração;
● Alguém de confiança e que eu possa confiar;
● Alguém que demonstre cuidado comigo;
● Alguém que se importe comigo;
● Alguém que me aceite como sou.

27
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
ACADEMIA DE POLÍCIA CIVIL
DE MINAS GERAIS

8.2 O que eu não gostaria de encontrar?

● Alguém sem tempo para me ouvir;


● Alguém que me dissesse que é errado ou tolo me sentir assim (Rejeição);
● Sentir-me envergonhado por procurar ajuda;
● Uma explanação, sermão, ou debate que me inferioriza;
● Uma repreensão (“Você é mais forte que isso”);
● Um interrogatório em busca de informações;
● Reanimação falsa (“Tudo estará melhor amanhã cedo”);
● Ser humilhado ou criticado, analisado ou rotulado;
● Ser enganado, ficar desapontado;
● Que expressem sua piedade;
● Ser apressado (interrompido) ou ser mandado;
● Sentir-me sozinho;
● Conselhos;
● Clichês;
● Que me diga o que fazer;
● Sentir-me comparado ou ouvir experiências dos outros;
● Que mintam para mim;
● Ser pressionado ou sentir-me um peso;
● Que haja comigo de forma paternalista;
● Conversa vazia – Que não dê importância ao meu relato e mude de assunto;
● Ser tratado como “mais um caso”;
● Que me façam sentir culpado.

8.3 Algumas atitudes básicas em relação ao outro

1. Atitude de confiança na pessoa: isso envolve confiar em suas capacidades,


competências e na sua intenção de ajudar;
2. Atitude de respeito pelo outro: trata-se de reconhecer e valorizar a
dignidade, os direitos e as diferenças de cada indivíduo. Ao agir com
respeito, você contribui para a construção de um ambiente inclusivo e
acolhedor;
28
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
ACADEMIA DE POLÍCIA CIVIL
DE MINAS GERAIS

3. Atitude de aceitação: a aceitação é a disposição de receber e acolher as


pessoas como elas são, sem julgamentos ou preconceitos. É importante
lembrar que cada pessoa possui suas próprias características, experiências
e valores;
4. Atitude de compreensão: a compreensão envolve a capacidade de se
colocar no lugar do outro, tentar entender seus sentimentos, pensamentos
e necessidades. É estar aberto a ouvir e ser empático, buscando
compreender as dificuldades e desafios que as pessoas enfrentam.

8.4 Algumas atitudes básicas em relação a si mesmo

1. Flexibilidade: ser flexível significa estar aberto a se adaptar a diferentes


situações, necessidades e demandas que possam surgir durante a relação
de ajuda. É importante ser capaz de ajustar-se às mudanças e encontrar
soluções criativas;
2. Nivelamento: o nivelamento refere-se à capacidade de tratar todas as
pessoas com igualdade, sem fazer distinções ou discriminações. É agir de
maneira imparcial e justa, reconhecendo o valor e a importância de cada
indivíduo;
3. Não projeção: evitar a projeção significa não impor suas próprias
expectativas, crenças ou desejos aos outros. É respeitar a individualidade
de cada pessoa e permitir que ela se expresse de forma autêntica;
4. Moderação: a moderação refere-se a agir com equilíbrio, evitar extremismos
e excessos. É importante buscar uma abordagem ponderada e consciente
em todas as ações;
5. Humildade: a humildade envolve reconhecer que ninguém sabe tudo e que
estamos sempre em constante aprendizado. Ser humilde é estar aberto a
aprender com os outros, reconhecer erros e buscar o crescimento pessoal
e profissional;
6. Disponibilidade: a disponibilidade refere-se à disposição de dedicar tempo
e esforço ao outro. Isso inclui estar presente integralmente e ter disposição
para se envolver de fato na construção da relação com o outro.
29
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
ACADEMIA DE POLÍCIA CIVIL
DE MINAS GERAIS

9 PARA ONDE ENCAMINHAR O PEDIDO DE AJUDA: ORIENTAÇÕES SOBRE A


REDE DE ATENÇÃO EM SAÚDE MENTAL

Após a realização dos cuidados iniciais, é fundamental que a pessoa que


recebe ajuda seja encaminhada para um serviço ou equipamento de saúde mental
adequado para que seja realizado o diagnóstico e tratamento com os profissionais
especializados na área.
O encaminhamento correto é parte importante da relação de ajuda em saúde
mental. Ele envolve direcionar adequadamente cada pessoa para receber tratamento
e cuidados necessários. Isso facilita a escolha das intervenções terapêuticas mais
apropriadas, amplia a rede de apoio e favorece a adesão do paciente ao tratamento,
resultando em melhores resultados e recuperação.
Como visto, as causas do adoecimento mental são múltiplas, assim é
importante destacar que o tratamento eficaz deve ser composto por abordagem
multidisciplinar e deve considerar o contexto do sujeito. Podemos destacar, ainda,
alguns níveis de intervenção possíveis de acordo com a configuração do caso e os
recursos disponíveis no equipamento de saúde dentro e fora da PCMG.
Segundo o manual da Associação Brasileira de Psiquiatria (2014), “Diretrizes
para um modelo de atenção integral em saúde mental no Brasil:

Um modelo de assistência integral em saúde mental deve contar com o


princípio de integração entre os diversos serviços, constituindo um sistema
de referência e contrarreferência no qual as unidades devem funcionar de
forma harmônica, complementando-se, não se opondo nem se sobrepondo
uma à outra, não concorrendo nem competindo entre si. Para isso, é
fundamental a definição clara das funções de cada serviço e dos meios a
serem adotados nos procedimentos de referência e contrarreferência
(ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PSIQUIATRIA, 2014).

Seguindo esse pressuposto destaca-se:

● NÍVEL PRIMÁRIO: essa é a intervenção de nível mais amplo e visa prevenir


o surgimento de problemas de saúde mental. Envolve a promoção da saúde
mental, a conscientização, a educação e a implementação de estratégias
de promoção do bem-estar e qualidade de vida.
30
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
ACADEMIA DE POLÍCIA CIVIL
DE MINAS GERAIS

ONDE ENCONTRAR ESSE DISPOSITIVO

DENTRO DA PCMG

HOSPITAL DA PCMG - DIRETORIA DE (31) 3330.6316


SAÚDE OCUPACIONAL (DSO) (31) 3330.6319

HOSPITAL DA PCMG
DIRETORIA ASSISTENCIAL -
(31) 3330-6335
CENTRO DE PSICOLOGIA - SERVIÇO
SOCIAL

HOSPITAL DA PCMG
DIRETORIA ASSISTENCIAL -
(31) 99807-9670
CENTRO DE PSICOLOGIA - PLANTÃO
PSICOLÓGICO

FORA DA PCMG

REGIONALIZADO. INFORME-SE NA
UNIDADES DE ATENÇÃO BÁSICA DE
SUA REGIÃO. O AGENTE DE SAÚDE
SAÚDE (UABS)
PODE TE AJUDAR!

CENTROS DE ATENÇÃO
REGIONALIZADO.
PSICOSSOCIAL (CAPS- CERSAM (BH)

CVV - CENTRO DE VALORIZAÇÃO DA


188 (FUNCIONAMENTO 24H)
VIDA

● NÍVEL SECUNDÁRIO: esse nível de intervenção envolve serviços


prestados em ambulatórios ou clínicas de saúde mental. Inclui terapia
individual, terapia em grupo e acompanhamento médico, conforme
necessário. O tratamento ambulatorial deve ser contínuo e é adequado para
pessoas com condições de saúde mental moderadas e que não exigem
medicalização imediata e internação. Enquadra-se aqui a maior parte dos
casos que definimos como “crise subjetiva”;

31
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
ACADEMIA DE POLÍCIA CIVIL
DE MINAS GERAIS

ONDE ENCONTRAR ESSE DISPOSITIVO

DENTRO DA PCMG

HOSPITAL DA PCMG
DIRETORIA ASSISTENCIAL-
(31) 3330-6335
CENTRO DE PSICOLOGIA – SERVIÇO
SOCIAL

HOSPITAL DA PCMG
DIRETORIA ASSISTENCIAL-
(31) 99807-9670
CENTRO DE PSICOLOGIA –
PLANTÃO PSICOLÓGICO

FORA DA PCMG

REGIONALIZADO. INFORME-SE NA
UNIDADES DE ATENÇÃO BÁSICA DE
SUA REGIÃO. O AGENTE DE SAÚDE
SAÚDE (UABS)
PODE TE AJUDAR!

CENTROS DE ATENÇÃO
REGIONALIZADO.
PSICOSSOCIAL (CAPS/CERSAM)

VER PROFISSIONAIS QUE FAZEM


PLANOS DE SAÚDE PARTE DA REDE CREDENCIADA DO
SEU PLANO DE SAÚDE.

● NÍVEL TERCIÁRIO: em certos casos, quando há risco iminente para a


segurança do paciente, quando ele não responde por suas ações ou outras
circunstâncias graves, definidas como “urgência psiquiátrica”, são
necessárias intervenções especializadas de alta complexidade, incluindo
contenção, medicalização imediata e, em alguns casos, internação em leito
psiquiátrico. Após estabilização do quadro, o paciente deve dar
continuidade ao tratamento em dispositivo de atenção ambulatorial (nível
secundário).

32
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
ACADEMIA DE POLÍCIA CIVIL
DE MINAS GERAIS

ONDE ENCONTRAR ESSE DISPOSITIVO

DENTRO DA PCMG
ORIENTAÇÕES SOBRE A REDE CREDENCIADA PARA ENCAMINHAMENTO
EM CASO DE CRISE, ASSISTÊNCIA À FAMÍLIA E REALIZAÇÃO DOS
DIRECIONAMENTOS AMBULATORIAIS NECESSÁRIOS PARA A
CONTINUIDADE DO TRATAMENTO APÓS ESTABILIZAÇÃO DO PACIENTE.

HOSPITAL DA PCMG
DIRETORIA ASSISTENCIAL-
(31) 3330-6335
CENTRO DE PSICOLOGIA - SERVIÇO
SOCIAL

HOSPITAL DA PCMG
DIRETORIA ASSISTENCIAL-
(31) 99807-9670
CENTRO DE PSICOLOGIA - PLANTÃO
PSICOLÓGICO

FORA DA PCMG

CENTROS DE ATENÇÃO
REGIONALIZADO.
PSICOSSOCIAL (CAPS/CERSAM)

VER CLINICAS/HOSPITAIS QUE


FAZEM PARTE DA REDE
PLANOS DE SAÚDE
CREDENCIADA DO SEU PLANO DE
SAÚDE.

CVV - CENTRO DE VALORIZAÇÃO DA


188 (FUNCIONA 24H)
VIDA

SAMU 192 (FUNCIONA 24H)

CORPO DE BOMBEIROS 193 (FUNCIONA 24H)

33
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
ACADEMIA DE POLÍCIA CIVIL
DE MINAS GERAIS

REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PSIQUIATRIA. Diretrizes para um modelo de


atenção integral em saúde mental no Brasil. 2014. Disponível em:
<diretrizfim.indd (abpbrasil.org.br)>. Acesso em: 19 jun. 2023.

BRASIL. Anuário Brasileiro de Segurança Pública. Fórum Brasileiro de Segurança


Pública, 2022. Disponível em: <https://forumseguranca.org.br/wp-content/uploads
/2022/06/anuario-2022.pdf?v=4>. Acesso em: 14 jun. 2023.

______. Ministério da Saúde. Prevenção ao suicídio: manual dirigido a


profissionais das equipes de saúde mental. Brasília, 2006.

CECHET, L. W. Saúde mental em agentes da segurança pública: um estudo


exploratório na Polícia Militar do Estado do Paraná. Vigilantis Semper - Revista
Científica de Segurança Pública, v. 1, n. 1, p. 109–122, 2021. Disponível em:
<http://www.revista.pm.rn.gov.br/index.php/revista/article/view/31>. Acesso em: 20
jun. 2023.

DALGALARRONDO, P. Psicopatologia e Semiologia dos Transtornos Mentais.


3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2008.

DUARTE, J. C. V.; OLIVEIRA, Terezinha. Considerações acerca do suicídio no


periodo medieval sob a lente da história da educação. Brazilian Journal of
Development, Curitiba, 2022. Disponível em: <https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs
/index.php/BRJD/article/view/44756/pdf>. Acesso em: 20 jun. 2023.

FAIAD, C. et al. Saúde na Segurança Pública. Brasília. Ministério da Justiça e


Segurança Pública, Secretaria Nacional de Segurança Pública, 2022.

FRANÇA, F. G.PESQUISAS EM SEGURANÇA PÚBLICA. João Pessoa: Ideia, 2020.

LESSA, F. Um estudo sobre a moralização do suicídio. In: Suicídio: entre o


morrer e o viver. FEIJOO, A. M. L. C. (org.). 1 ed. Rio de Janeiro: IFEN, 2018.

MIRANDA, C. F; MIRANDA, M. L. Construindo a relação de ajuda. 2. ed. Belo


Horizonte: Editora Crescer, 1983.

MIRANDA, D. et al. O comportamento suicida entre profissionais de segurança


pública e prevenção no Brasil. In: Ministério da Justiça e Cidadania; Secretaria
Nacional de Segurança Pública. Direitos humanos, grupos vulneráveis e segurança
pública. Brasília, DF, Ministério da Justiça, 2016. p. 151-202. Disponível em:
<https://www.gov.br/mj/pt-br/assuntos/sua-seguranca/seguranca-publica/analise-e-
pesquisa/download/estudos/pspvolume6/o_comportamento_suicida_entre_profis_sp
_prevencao_brasil.pdf.> Acesso em: 14 jun. 2023.

34
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
ACADEMIA DE POLÍCIA CIVIL
DE MINAS GERAIS

MIRANDA, D. Porque policiais se matam? Diagnóstico e prevenção do


comportamento suicida na polícia militar do Estado do Rio de Janeiro. Rio de
Janeiro: Mórula Editorial, 2016.

MUNHOZ, A. M. B; CROVADOR, L. F. As características de uma relação de


ajuda sob o enfoque da Abordagem Centrada na Pessoa - Uma revisão
bibliográfica, 2020. Disponível em: <https://unisalesiano.com.br/aracatuba/wp-
content/uploads/2020 /12/Artigo-As-caracteristicas-de-uma-relacao-de-ajuda-sob-o-
enfoque-da-ACP-Pronto.pdf.>. Acesso em: 20 jun. 2023.

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Prevenção do suicídio: Um recurso para


conselheiros. Genebra, 2006. Disponível em:
<https://www.saude.df.gov.br/documents/37101/183291/OMS-Manual-de-
preven%C3 %A7%C3%A3o-do-suic%C3%ADdio-para-conselheiros.pdf/809e493d-
291f-f716-2a6 1-
e7135ddb3b40?t=1648938692609#:~:text=%C3%89%20importante%20que%20os
%20conselheiros,possibilidade%20de%20suic%C3%ADdios%20por%20cont%C3%
A1gio>. Acesso em: 14 jun. 2023.

QUEIROZ, M. S. O sofrimento psíquico do policial civil: uma leitura


psicanalítica. Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal do Ceará, Programa
de Pós-graduação em Psicologia, Fortaleza, 2008.

RAFAEL, M. G. A Relação de Ajuda e a Ação Social: Uma Abordagem


Rogeriana. Estudo sobre a Autoestima e as Estratégias de Coping realizado com
Estudantes da Universidade do Algarve – Jun. 2000. Disponível em:
<http://www.cpihts.com /PDF/M%20Gra%C3%A7a%20Rafael.pdf>. Acesso em: 20
jun. 2023.

RODRIGUES, M. S; MUNOZ, N. M; Entre angústia e ato: desafios para o manejo da


urgência subjetiva na clínica psicanalítica. Ágora: Estudos em Teoria
Psicanalítica, vol. XXIII, núm. 3, 2020. Disponível em: <https://www.redalyc.org
/journal/3765/376565652011/html/>. Acesso em: 18 jul. 2023.

SANTOS, C. B. Abordagem Centrada na Pessoa – Relação Terapêutica e Processo


de Mudança. Revista do Serviço de Psiquiatria do Hospital Fernando Fonseca –
mar. 2004.

SCAVACINI, K. et al. Mapa Saúde Mental. 1. ed., São Paulo: Instituto Vita Alere de
Prevenção e Posvenção do Suicídio, 2020.

SIMÕES, J.F.F.L.; FONSECA, M.J.; BELO, A.P. Relação de ajuda: horizontes de


existência. Revista Referência IIª Série – nº 3 – dez. 2006.

TOBASE, L. et al. Escuta empática: estratégia de acolhimento aos profissionais de


enfermagem no enfrentamento da pandemia por coronavírus. Rev Bras de
Enfermagem, v.76,2023. Disponível em: <https://www.scielo.br/j/reben/a/8LYcVBp
NCKfVNmkfLrmzqyp/?lang=pt>. Acesso em: 18 jun. 2023.
35
b

Você também pode gostar