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Coordenação Geral
Yukari Miyata
Subcoordenação Geral
Marcelo Carvalho Ferreira
Coordenação Didático-Pedagógica
Flávia Portes Teixeira
Conteudistas
Aline Priscila Pereira de Souza
Luciana Pereira Soares
Natane Miranda Estevam
Revisão e Edição
Equipe multidisciplinar da Acadepol/MG
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................. 3
2 SAÚDE MENTAL: UMA VISÃO GERAL E ASPECTOS LEGAIS ....................... 5
3 SAÚDE MENTAL E SUAS REPERCUSSÕES NO TRABALHO DOS AGENTES
DE SEGURANÇA PÚBLICA ................................................................................ 8
3.1 Crise subjetiva x urgência/emergência psiquiátrica ........................................... 9
4 O FENÔMENO SUICÍDIO ............................................................................... 12
4.1 O suicídio: aspectos filosóficos ...................................................................... 12
4.2 A dimensão multicausal do suicídio ................................................................ 14
4.3 Mitos e fatos sobre o sofrimento mental .......................................................... 15
4.4 Da importância dos aspectos protetivos: aumento da consciência e identificação
dos riscos ............................................................................................................. 18
4.5 Alguns dados sobre o autoextermínio entre profissionais de segurança
pública .................................................................................................................. 19
5 A ESCUTA EMPÁTICA E A RELAÇÃO DE AJUDA: TÉCNICA DE
ACOLHIMENTO ENTRE PARES ....................................................................... 23
6 CONSTRUINDO A “RELAÇÃO DE AJUDA” .................................................. 25
7 A ATUAÇÃO JUNTO À PESSOA QUE PRECISA DE AJUDA: ESTRATÉGIAS
DE ABORDAGEM – DA TÉCNICA NÃO DIRETIVA ........................................... 26
8 QUEM PODE AJUDAR? ................................................................................ 27
8.1 O que eu gostaria de encontrar se precisasse falar sobre meus sentimentos? ... 27
8.2 O que eu não gostaria de encontrar? .............................................................. 28
8.3 Algumas atitudes básicas em relação ao outro ............................................... 28
8.4 Algumas atitudes básicas em relação a si mesmo .......................................... 29
9 PARA ONDE ENCAMINHAR O PEDIDO DE AJUDA: ORIENTAÇÕES SOBRE A
REDE DE ATENÇÃO EM SAÚDE MENTAL....................................................... 30
REFERÊNCIAS ................................................................................................. 34
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
ACADEMIA DE POLÍCIA CIVIL
DE MINAS GERAIS
1 INTRODUÇÃO
geral. Diante disso, é fundamental que os servidores da Polícia Civil, tanto das
carreiras policiais quanto das administrativas, sejam sensibilizados para
reconhecerem os fatores de risco e desenvolverem habilidades e atitudes para
abordar o sujeito em sofrimento mental.
Mas você deve estar se perguntando: “Eu não sou profissional da saúde
mental, o que eu tenho a ver com isso? ” Cada dia mais é essencial reconhecer que
a saúde mental não se limita apenas aos profissionais da área da saúde. A prevenção
ao suicídio e o cuidado com a saúde mental devem ser encarados como um dever de
toda a sociedade. Portanto, cada indivíduo tem a responsabilidade de se informar,
desenvolver empatia e oferecer ajuda às pessoas que estão passando por momentos
difíceis.
Neste curso, nosso objetivo principal é fornecer as ferramentas necessárias
para que se identifiquem pessoas em sofrimento mental e/ou em possível risco de
autoextermínio. Por meio da técnica da "Escuta Empática", você aprenderá a ouvir
atentamente o outro, sem julgamentos ou conselhos, buscando auxiliar a pessoa na
identificação de seus próprios sentimentos e necessidades. Dessa forma, será
possível ampliar a compreensão de si mesmo e as possibilidades de resposta.
Ao concluir este curso, você estará apto a reconhecer sinais de alerta em
indivíduos em risco, abordando-os de maneira empática e aplicando os
conhecimentos adquiridos nas suas relações, especialmente no contexto do trabalho.
A escuta empática tem o poder de criar um ambiente de confiança e acolhimento,
contribuindo para a prevenção de desfechos trágicos.
Serão abordadas aulas teóricas e exercícios que visam aprimorar suas
habilidades de escuta empática. Recomenda-se que você participe ativamente, com
resolução das suas dúvidas e compartilhamento de suas experiências, tornando o
processo de aprendizagem ainda mais enriquecedor.
Agradecemos sua participação neste curso e esperamos que você possa
aplicar os conhecimentos adquiridos para contribuir na promoção da saúde mental e
na prevenção do suicídio em diferentes contextos, dentre eles os profissionais que
compõem a segurança pública. Boa jornada de aprendizado!
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- https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2012/prt1823_23_08_2012.html
- https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2018/lei/L13675.htm
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instituições que fazem segurança pública, visto que favorecer a saúde física e mental
do servidor é condição importantíssima para o bom desempenho da função. Além
disso, é padrão ouro avançar na desconstrução pessoal e institucional de preconceitos
que mantêm o status quo para o adoecimento e dificultam fortemente o acesso às
pessoas em sofrimento e o desenvolvimento efetivo de intervenções de prevenção e
tratamento.
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4 O FENÔMENO SUICÍDIO
A ameaça de suicídio sempre deve ser levada a sério. Sabe aquela história de
que “cão que ladra não morde”? Pois bem, ela não se aplica quando o assunto é
sofrimento mental. Muitos acreditam que as pessoas expressam seu desejo pela
morte só para chamar a atenção, ou que as pessoas que realmente querem se
suicidar não falam nada sobre o assunto. A verdade é que, na grande maioria dos
casos, o indivíduo que pensa em tirar a própria vida está em sofrimento psíquico e na
maioria das vezes manda sinais, alguns são mais súbitos, outros mais diretos, mas
quase sempre há sinais. Importante ressaltar que há casos em que a pessoa não
emite sinais. Esses sinais são sempre um pedido de ajuda, um último recurso antes
de realmente tentar realizar o ato. É importante manter-se atento aos sinais quando
alguém anda com dificuldades na vida, sejam elas psicológicas ou não.
Essa ideia pode conduzir ao descrédito e à inércia por parte dos que podem
ajudar e ao descuido no manejo das pessoas sob risco. Não se trata de evitar todos
os suicídios, mas sim os que podem ser evitados.
De acordo com o Ministério da Saúde (2006), pelo menos dois terços das
pessoas que tentam ou que se matam haviam comunicado de alguma maneira sua
intenção para amigos, familiares ou conhecidos.
O que dirige para uma ação auto infligida é uma dor psíquica insuportável que
nada tem a ver com a força de uma pessoa e não deve ser encarada como uma atitude
de covardia ou coragem.
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● “Após uma tentativa de suicídio, uma melhora rápida das condições mentais
significa que o perigo passou?”
Uma melhora rápida exige atenção redobrada e não significa que a crise
acabou. Uma pessoa que demonstra sinais de comportamento suicida pode
apresentar uma melhora súbita em poucos dias. Com isso, muitos amigos e familiares
acreditam que a pessoa está fora de perigo, quando na verdade pode ser exatamente
o contrário. Às vezes, a pessoa demonstra uma melhora no comportamento
justamente porque já decidiu tirar a própria vida e só está esperando a oportunidade.
Vale lembrar que muitos suicídios se efetivam pouco tempo após uma tentativa prévia.
Ter um familiar que tenha problemas com transtornos mentais ou que cometeu
suicídio aumentam as chances de um indivíduo também tentar cometê-lo. No entanto,
isso não quer dizer que essa pessoa irá, necessariamente, sofrer com ideação suicida.
O contrário também é verdadeiro: só porque uma pessoa não tem nenhum familiar
que cometeu suicídio, isso não quer dizer que ela está livre da ideação suicida. Ela
pode surgir nas mais variadas situações e é mais um motivo para estarmos atentos a
nós mesmos e ao outro.
● “Se a pessoa tentou e não conseguiu, quer dizer que ela não queria
realmente se matar? ”
Há quem julgue uma tentativa como inválida quando o método escolhido não
foi eficaz. Não é o caso. A pessoa pode escolher um método mais simples e menos
eficaz por ingenuidade ou por falta de acessibilidade a outros métodos, por exemplo.
Independentemente do método, isso não tira a seriedade da situação: uma tentativa
é sempre uma tentativa, não importa se o método escolhido era menos letal. Parte
dos estudos já realizados apontam para a necessidade de se dar uma maior atenção
para a população dos agentes de segurança pública, sobretudo por terem acesso
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Foram apresentadas algumas perguntas que podem nos orientar para alguns
sinais de que algo não vai bem. Na dúvida, busque ajuda se não estiver bem e seja
acolhedor, empático e inclua outros nesse cuidado (como colegas de trabalho,
familiares, amigos e pessoas de sua convivência). Assim, lembre-se de preservar a
sua saúde mental e do contexto onde vive!
https://forumseguranca.org.br/anuario-brasileiro-seguranca-publica/
Figura 5: Alguns sinais que podem indicar que algo não vai bem.
FIQUE ATENTO!
Todos nós podemos ter alguns dos sinais e isso não é, necessariamente, sinônimo
ou indicativo de adoecimento mental. De toda maneira, caso perceba que você ou
algum colega estão em situação de vulnerabilidade emocional ou muito fragilizados com algumas
questões, NÃO DEIXE DE BUSCAR AJUDA.
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FIQUE ATENTO!
É importante salientar que, caso perceba muitos desses sintomas por pelo menos
2 (duas) semanas, com impacto importante no seu bem-estar, no seu dia a dia ou
pensamentos de morte, é hora de pedir ajuda!
A identificação das áreas e alguns sinais que podem ajudar na identificação de sofrimento mental
NÃO SUBSTITUEM avaliação do profissional da Psiquiatria e Psicologia!
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Segundo Rogers, por relação de ajuda entende-se uma relação na qual pelo
menos uma das partes procura facilitar na outra o crescimento, o desenvolvimento, a
maturidade, um melhor funcionamento e uma maior capacidade de enfrentar a vida
(ROGERS, 1977, apud RAFAEL, 2000, p. 55). Implica, portanto, que quem está
ajudando não forneça soluções previamente estabelecidas para a situação problema,
mas aja de modo que o outro compreenda melhor a sua situação e a si mesmo.
Desse modo, quem ajuda deve agir como pessoa e não como especialista.
Simões et al (2006) revela que, em hipótese alguma, deve ser vista como uma relação
na qual existe um sujeito mais forte, que ajuda e um mais fraco, que é ajudado e sim
uma situação na qual ambos desempenham papéis igualmente fundamentais. Simões
et al (2006) ressalta que, na relação de ajuda, há uma crença de que o ser humano
possua a capacidade inata que o impulsiona para a vida, ou seja, que dentro de si o
indivíduo possui mecanismos necessários para lidar consigo e com o outro, o que
Rogers chamou de tendência atualizante, que significa que o indivíduo possui a
capacidade para se reestruturar e se reorganizar.
Para Rogers, alguns recursos são fundamentais nas relações humanas para
um potencial de mudança construtiva: a compreensão empática que consiste na
capacidade de se colocar como se estivesse no lugar do outro; a aceitação
incondicional ou respeito que é a capacidade de acolher o outro de forma integral
sem julgá-lo pelo que sente, pensa, fala ou faz; congruência que consiste no
facilitador ser real, ou seja, falar de maneira autêntica ao outro, através de palavras e
atos, seus verdadeiros sentimentos.
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DENTRO DA PCMG
HOSPITAL DA PCMG
DIRETORIA ASSISTENCIAL -
(31) 3330-6335
CENTRO DE PSICOLOGIA - SERVIÇO
SOCIAL
HOSPITAL DA PCMG
DIRETORIA ASSISTENCIAL -
(31) 99807-9670
CENTRO DE PSICOLOGIA - PLANTÃO
PSICOLÓGICO
FORA DA PCMG
REGIONALIZADO. INFORME-SE NA
UNIDADES DE ATENÇÃO BÁSICA DE
SUA REGIÃO. O AGENTE DE SAÚDE
SAÚDE (UABS)
PODE TE AJUDAR!
CENTROS DE ATENÇÃO
REGIONALIZADO.
PSICOSSOCIAL (CAPS- CERSAM (BH)
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DENTRO DA PCMG
HOSPITAL DA PCMG
DIRETORIA ASSISTENCIAL-
(31) 3330-6335
CENTRO DE PSICOLOGIA – SERVIÇO
SOCIAL
HOSPITAL DA PCMG
DIRETORIA ASSISTENCIAL-
(31) 99807-9670
CENTRO DE PSICOLOGIA –
PLANTÃO PSICOLÓGICO
FORA DA PCMG
REGIONALIZADO. INFORME-SE NA
UNIDADES DE ATENÇÃO BÁSICA DE
SUA REGIÃO. O AGENTE DE SAÚDE
SAÚDE (UABS)
PODE TE AJUDAR!
CENTROS DE ATENÇÃO
REGIONALIZADO.
PSICOSSOCIAL (CAPS/CERSAM)
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DENTRO DA PCMG
ORIENTAÇÕES SOBRE A REDE CREDENCIADA PARA ENCAMINHAMENTO
EM CASO DE CRISE, ASSISTÊNCIA À FAMÍLIA E REALIZAÇÃO DOS
DIRECIONAMENTOS AMBULATORIAIS NECESSÁRIOS PARA A
CONTINUIDADE DO TRATAMENTO APÓS ESTABILIZAÇÃO DO PACIENTE.
HOSPITAL DA PCMG
DIRETORIA ASSISTENCIAL-
(31) 3330-6335
CENTRO DE PSICOLOGIA - SERVIÇO
SOCIAL
HOSPITAL DA PCMG
DIRETORIA ASSISTENCIAL-
(31) 99807-9670
CENTRO DE PSICOLOGIA - PLANTÃO
PSICOLÓGICO
FORA DA PCMG
CENTROS DE ATENÇÃO
REGIONALIZADO.
PSICOSSOCIAL (CAPS/CERSAM)
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SCAVACINI, K. et al. Mapa Saúde Mental. 1. ed., São Paulo: Instituto Vita Alere de
Prevenção e Posvenção do Suicídio, 2020.