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FACULDADE SENSU

GESTÃO EM SEGURANÇA PÚBLICA E PRIVADA

NOME DO ALUNO

TÍTULO
Subtítulo se houver

GOIÂNIA - GO
2019
NOME DO ALUNO

TÍTULO
Subtítulo se houver

Projeto de pesquisa apresentado ao curso


Sequencial Superior de Complementação de
Estudos no Faculdade Sensu, como requisito
parcial para a obtenção do Certificado de
Gestor em Segurança Pública e Privada.

Orientador: Profa Esp. Eliane Martins

GOIÂNIA - GO
2019
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 4
1.1 TEMA......................................................................................................................4
1.2 PROBLEMA DE PESQUISA...................................................................................4
1.3 JUSTIFICATIVA......................................................................................................5

2 OBJETIVOS DA PESQUISA 6
2.1 OBJETIVO GERAL.................................................................................................6
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS..................................................................................6

3 METODOLOGIA 7

4 REFERENCIAL TEÓRICO 9
4.1 SISTEMA PRISIONAL BRASILEIRO......................................................................9
4.2 CONDIÇÕES DE TRABALHO DOS AGENTES PENITENCIÁRIOS...................10
4.3 SAÚDE MENTAL..................................................................................................12
4.4 ESTUDO DE CASO: AGENTES PENITENCIÁRIOS DE PALMAS/TO...............13

5 CRONOGRAMA 15

REFERÊNCIAS 16
4

1 INTRODUÇÃO

Em qualquer profissão nos dias de hoje é necessário lidar com stress, bem
como os demais problemas provenientes do trabalho que podem vir a afetar a saúde
mental, saber lidar com tais problemas, bem como preveni-los é de suma
importância para que qualquer profissional que tenha uma rotina de trabalho
duradoura e produtiva. Atualmente muitas profissões oferecem suporte aos seus
colaboradores bem como outras organizações, mas ainda é realidade que há um
déficit bem grande para com muitos profissionais. A pesquisa objetiva estudar o
quão afetado se mostra a saúde mental dos agentes penitenciários do estado do
Tocantins, bem como as causas que levaram a essa adversidade.

A proposta é levantar o número de colaboradores que atualmente trabalham


no sistema penitenciário verificando quais deles sofrem ou já presenciaram algum
transtorno de colegas de profissão, averiguar quais deles já receberam ou
procuraram algum suporte/ajuda, seja ela de familiares, amigos, psicólogos ou até
mesmo do próprio estado. Tendo em vista realizar um trabalho claro e objetivo, e
que possa corrigir alguma dessas pendências levando posteriormente a uma
elevação do grau de saúde mental dos colaboradores da mesma maneira que isso
reflete na qualidade de vida e de trabalho.

1.1 TEMA

Saúde Mental do Agente Penitenciário no Tocantins

1.2 PROBLEMA DE PESQUISA

A saúde mental é algo muito importante para qualquer pessoa e os fatores


que prejudicam valem a pena ser estudados. A motivação que veio a nos incitar a
realizar essa pesquisa diz respeito a uma profissão que não tem o devido
reconhecimento, os agentes penitenciários contratados ou concursados, bem como
auxiliares administrativos na policial civil, vivenciam e até mesmo presenciam em
colegas de profissão o quão prejudicial para saúde, seja ela mental ou física, pode
ser a profissão de agente penitenciário se não houver as devidos precauções.
5

O apoio ao profissional dessa área se faz de significativa importância, bem


como a qualquer outra profissão, pois além de ser uma profissão de risco os danos
causados pelo diaadia podem ser irreversíveis, um exemplo simples é o alcoolismo
e o tabagismo. Diante disso, se buscará descobrir quais os principais fatores que
afetam a saúde mental dos agentes penitenciários do estado do Tocantins?

1.3 JUSTIFICATIVA

Hoje já é realidade que muitos profissionais sofrem mediante aos estorvos


de suas profissões, o agente penitenciário está sujeito a essas contrariedades da
mesma maneira que qualquer outra classe, alguma parcela de pessoas os
consideram predispostos a sofrerem de doenças da mente devido a sua rotina de
trabalho, alguns dos próprios integrantes já vivenciou os efeitos que essa profissão
pode causar, seja em si mesmos ou até mesmo por companheiros de profissão.

É fato que não há um destaque para esse assunto que aflige não somente a
determinadas classes de profissionais, mas a todas na sua devida proporção
independente da sua área de atuação, visto isso foi julgado necessário realizar essa
pesquisa como forma de se adquirir e ceder no que for possível um maior
conhecimento sobre esse assunto, podendo levar a estudos posteriores que venham
a minimizar e combater os danos causados a saúde mental.

O sistema penitenciário tocantinense se apresenta lotado e com defasagens


em alguns setores, entretanto é provido de profissionais de qualidade, porém não se
tem uma assistência de qualidade a esses profissionais, acredita-se que isso pode
refletir diretamente no desempenho do sistema penitenciário estadual como um
todo, e presume-se que com o devido auxílio o potencial não só do profissional mas
de todo o sistema pode maximizar colocando o Tocantins como referência no
sistema prisional, no entanto tudo deve começar a partir de um estudo de causa, e
julga-se a saúde mental do agente um fator que irá influenciar diretamente no
desenvolvimento do sistema como um todo.
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2 OBJETIVOS DA PESQUISA

2.1 OBJETIVO GERAL

Mensurar os principais fatores que afetam a saúde mental dos agentes


penitenciários do estado do Tocantins.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

a) Levantar o número de agentes penitenciários que atuam atualmente no sistema


penitenciário do estado do Tocantins.
b) Determinar quantos deles auto julgam ter a saúde mental afetada ou a de
companheiros de profissão.
c) Identificar as possíveis formas de prevenção e combate aos danos à saúde
mental, assim como as possíveis formas de assistência a esses profissionais.
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3 METODOLOGIA

A pesquisa científica tem por objetivo incitar e enriquecer cada vez mais o
conhecimento, a partir dela é possível realizar grandes feitos assim como transmitir
e adquirir conhecimentos que norteará o resto das nossas vidas em busca dos
nossos objetivos que são tão almejados. Demo (2001, p. 34) escreve:

A pesquisa é fundamental para descobrir e criar. É o processo de pesquisa


que, na descoberta, questionando o saber vigente, acerta relações novas no
dado e estabelece conhecimento novo. É a pesquisa que, na criação,
questionando a situação vigente sugere, pede, força o surgimento de
alternativas.

Para a elaboração de um projeto de pesquisa faz-se necessário a utilização


de métodos e procedimentos para o bom andamento do trabalho. Para tanto será
utilizado o método exploratório, este tipo de pesquisa tem como objetivo
proporcionar maior familiaridade com o problema, com intenção de torná-lo mais
explícito ou até mesmo construir hipóteses. Segundo Gil (2007) na maior parte
dessas pesquisas são utilizadas levantamento bibliográfico; entrevistas com pessoas
que tiveram experiências práticas com o problema pesquisado; e análise de
exemplos que estimulem a compreensão. De acordo com Prodanov e Freitas (2013
p. 53) A pesquisa exploratória assume, em geral, as formas de pesquisa
bibliográficas e estudo de caso. É um levantamento bibliográfico sobre o assunto.

Esse método permite a utilização da abordagem quanti-qualitativa que é a


utilização das abordagens quantitativa e qualitativa simultaneamente. Para mensurar
informações obtidas em campo será utilizado a abordagem quantitativa, que é a
mais adequada para interpretação de dados. Vilelas (2009) afirma que “os estudos
quantitativos admitem que tudo pode ser quantificável, isto é, que é possível traduzir
em números as opiniões e as informações para, em seguida, poderem ser
classificadas e analisadas”.

Para obter os dados sobre as formas de auxílio e prevenção oferecidas aos


servidores, será realizado uma pesquisa documental junto ao setor responsável.
Para abordagem qualitativa Vilelas (2009, p. 105) escreve:

Os estudos qualitativos consideram que há uma relação dinâmica entre o


mundo real e o sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o mundo
objetivo e a subjetividade do sujeito, que não pode ser traduzido em
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números. A interpretação dos fenómenos e a atribuição de significados são


básicas no processo de pesquisa qualitativa.

Far-se-á uso de alguns instrumentos de coleta de dados, sendo eles:A


revisão de literatura que é a parte fundamental para o desenvolvimento da pesquisa.
Essa revisão fornece o suporte necessário para justificar, objetivar e formular o
problema de pesquisa, além de permitir a definição da melhor estratégia para
estudar e analisar o problema e seus dados diz Bandeira (2000). Assim, a revisão
de literatura será realizada com base no problema de pesquisa, evidenciando o
contexto teórico no qual o problema está relacionado.

Segundo Silva e Menezes (2005), a revisão de literatura contribui na


obtenção de informações sobre a situação atual do tema ou problema pesquisado;
no conhecimento das publicações existentes sobre o tema e os aspectos que já
foram abordados; e na verificação das opiniões similares e divergentes, além dos
aspectos relacionados ao tema ou ao problema de pesquisa.

Será utilizado a entrevista, que segundo Gil (2008, p. 109) “pode-se definir
entrevista como a técnica em que o investigador se apresenta frente ao investigado
e lhe formula perguntas, com o objetivo de obtenção dos dados que interessam à
investigação”. Será necessário utilizar questionários, afim de obter dados objetivos,
pode-se definir questionário como a técnica de investigação composta por um
conjunto de questões que são submetidas a pessoas com o propósito de obter
informações sobre conhecimentos, crenças, sentimentos, valores, interesses,
expectativas, aspirações, temores, comportamento presente ou passado (GIL, 2008,
p. 121).

Quanto as formas de auxílio e prevenção, Fonseca (2002, p. 32) diz:

Tendo em vista que a pesquisa documental recorre a fontes mais


diversificadas e dispersas, sem tratamento analítico, tais como: tabelas
estatísticas, jornais, revistas, relatórios, documentos oficiais, cartas, filmes,
fotografias, pinturas, tapeçarias, relatórios de empresas, vídeos de
programas de televisão etc.

A pesquisa será realizada nas unidades prisionais de todo o território


estadual, junto aos colaboradores, com o intuito de conhecer a realidade daquela
instituição visando sempre agregar melhorias.
9

4 REFERENCIAL TEÓRICO

4.1SISTEMA PRISIONAL BRASILEIRO

Segundo Campos e Souza (2011, p.3), O sistema prisional brasileiro


apresenta características diversas. Em alguns estados a custódia dos presos ainda
é feita em carceragens policiais. No Estado de Minas Gerais, desde 2003 quando foi
criada, a Secretaria de Estado de Defesa Social (SEDS) vêm adotando a função,
para assim apostar no que é previsto na Lei de Execução Penal (LEP). O código
penal brasileiro é de 1984, assim como a LEP, sendo que os princípios da
ressocialização preconizados por esta são o tratamento penal individualizado; a
classificação; a assistência material, à saúde, jurídica, educacional e religiosa; o
trabalho como direito e obrigação; e o regime disciplinar.

A desestruturação do sistema prisional, acarreta o descrédito da


anticoncepção e da reabilitação do condenado, onde diversos fatores culminaram
para que chegasse a uma precariedade do sistema prisional brasileiro, a Lei de
Execução Penal, por exemplo, estabelece, em seu art. 88, que o cumprimento de
pena segregatória se dê em cela individual com área mínima de 6 metros
quadrados, o que, como é sabido por tudo o que é amplamente divulgado pela
imprensa, não ocorre nas penitenciárias nacionais (MACHADO e GUIMARÃES,
2014).

Com a fragmentação do sistema carcerário, por diversos fatores de âmbito


estatual e nacional. O presídio tem um grande problema com superlotação de
presos, as prisões encontram-se superlotadas, sendo impossível prover ao preso um
mínimo de dignidade. Todos os esforços feitos para a redução do problema, não
chegaram a nenhum resultado positivo, pois a disparidade entre a capacidade
instalada e o número atual de presos tem apenas piorado. Devido a superlotação
muitos dormem no chão de suas celas, às vezes no banheiro, próximo a buraco de
esgoto. Nos estabelecimentos mais lotados, onde não existe nem lugar no chão,
presos dormem amarrados às grades das celas ou pendurados em rede (Camargo,
2006).

De acordo com Novo(2017, p.1):


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O crescimento vertiginoso da população prisional e do déficit de vagas, a


despeito dos esforços dos governos dos estados e da federação para a
geração de novas delas, é por seu turno um elemento revelador de que a
construção de novas unidades não pode mais ser o componente
fundamental das políticas penitenciárias, senão que apenas mais um
componente, dentro de um mosaico bem mais amplo. É bem verdade que
entre a superlotação de estabelecimentos penitenciários e a qualidade
desses serviços subsiste uma relação de mútua implicação.

Ainda é importante notar que mesmo com todos os problemas do sistema,


tem determinadas unidades prisionais, que os direitos individuais permanecem
sendo guardados e o sistema carcerário é relativamente bem organizado. Porém
estas são raras exceções. Na grande maioria das vezes, o sistema prisional
brasileiro exibe grandes incoerências com relação à Lei de Execução Penal – LEP e
o que se apresenta na realidade concreta.  Os direitos humanos não são
preservados e os indivíduos não têm as devidas assistências a eles asseguradas e
estão constantemente com sua integridade física e moral abaladas. Existem grandes
problemas como a superlotação das penitenciárias, e a falta de assistência à saúde,
jurídica, moral, social, material, religiosa e educacional.

4.2 CONDIÇÕES DE TRABALHO DOS AGENTES PENITENCIÁRIOS

Segundo Fernandes et al (2002), os agentes penitenciários são os


responsáveis para revistar presos, celas, visitantes, conduzir presos e realizar a
vigilância interna da Unidade. Por terem contato direto com os internos e sendo
vistos por estes como um dos responsáveis pela manutenção do seu confinamento,
estes trabalhadores estão frequentemente expostos a diversas situações geradoras
de estresse, tais como intimidações, agressões e ameaças, possibilidade de
rebeliões nas quais, entre outros, correm o risco de serem mortos ou se tornarem
reféns.

Segundo Lopes (2002, p. 6), um dos motivos que contribuem para o


agravamento da saúde dos agentes penitenciários, são fatores como a superlotação
prisional e a carência de funcionários no setor de segurança das prisões intensificam
o desgaste físico e mental dos agentes, à medida que há uma sobrecarga de
atividades juntamente com a baixa remuneração e o alto índice de transferências.
Essa sobrecarga e instabilidade do local, com o passar do tempo, influenciam o
11

comportamento de grande parte dos agentes, comprometendo não apenas sua


subjetividade, como também seu trabalho de reeducador social.

Bonez; Moro; Sehnem(2013, p. 511), ainda há problemas baixa


remuneração para os agentes prisionais:

Os dados demonstram a baixa remuneração dos entrevistados; mais da


metade (52,63%) deles recebe entre um e dois salários-mínimos, 26,31%
recebem entre três e quatro salários-mínimos, e 21,05% cinco ou mais
salários-mínimos. Segundo informações obtidas com a gerência da
instituição, os critérios para a remuneração dos agentes penitenciários são
estabelecidos a partir do grau de escolaridade e do tempo de serviço.

Tartaglini&Safran (1997) realizaram um estudo com agentes penitenciários,


os quais eram submetidos a altos riscos de doenças como estresse debilitante.
Nesse estudo notou-se a prevalência de ansiedade,distúrbios de comportamento e
abuso de álcool mais altos entre os agentes penitenciários do que na população em
geral. Relataram entre esses trabalhadores, uma prevalência de distúrbios
emocionais de 18,6%, abuso de álcool de 4,5% e distúrbios da ansiedade de 7,9%.

Goldberg et al. (1996), em estudo com trabalhadores de prisão na França,


pode se observar que 24% de sintomatologia depressiva, 24,6% de distúrbios da
ansiedade e 41,8% de distúrbios do sono.

Fernandes et al (2002), realizou um estudo em agentes que trabalhavam em


presídios brasileiros, se notou que 68,5% consumiam bebidas alcoólicas. A
prevalência de DPM (Distúrbio de Personalidade Múltipla) foi 30,7%, de estresse
passageiro 7,4%, estresse intermediário 7,4% e estresse persistente 15,1%.
Queixas de doenças foram feitas por 91,6% dos AP (53,1% apresentaram até 5
queixas e 38,5%, mais de 5). Houve suspeita de alcoolismo em 15,6%.

As características psicogênicas, ou seja, o risco de doenças causadas por


transtornos psíquicos pelas cargas de trabalho (Laurrell& Noriega, 1989), a que
estão expostos os agentes de segurança penitenciária podem tornar este grupo de
trabalhadores suscetível ao sofrimento psíquico. Os trabalhadores em geral
possuem determinada carga de trabalho, está carga diz respeito às exigências
impostas pela carga de trabalho, podendo ela ser definida como quantitativa ou
quantitativa. A qualitativa refere-se à dificuldade que o trabalho atribui a relação à
capacidade do agente penitenciário de cumprir com as atividades de seus cargos. A
quantitativa está ligada à quantidade de trabalho que o agente deve desempenhar,
12

muitas vezes, neste caso, mais do que tem capacidade de suportar, isto pode
acarretar em desgastes psicológicos, físicos e mentais.

4.3 SAÚDE MENTAL

Segundo Rosa (2007), a consideração de saúde mental e doença são


intimamente ligadas aos padrões sociais a quais são integrados. De acordo com os
conceitos culturais, sociais, históricos, políticos, filosóficos e científicos, tem
influência nesses conceitos.

Ballone (2008) define as doenças mentais como alterações do


funcionamento da mente que resultam de fatores como: disfunções celebrais, fatores
genéticos, fatores da própria personalidade do indivíduo, condições de educação,
sofrimento físico e psíquicos que perturbam o equilíbrio emocional de um ser
humano.

Tendo vários fatores que podem influenciar o equilíbrio mentais de agentes


que trabalham no sistema carcerário, Campos e Sousa (2011) assegura que o
equilíbrio emocional é essencial para uma boa performance em qualquer atividade,
há de se atentar quando, em função que exige grande controle e responsabilidade,
encontra-se um número marcante de funcionários com queixas constantes e
diversas. De acordo com dados do setor de Recursos Humanos do Presídio de Sete
Lagoas, de janeiro a agosto de 2009, o índice de absenteísmo variou de 3,63% a
11,81%.

Segundo Campos e Sousa (2011, p.5),um ponto que chama a atenção é que
assim como os agentes apreendem as competências necessárias para
desempenharem bem sua função é no cotidiano, na convivência direta com os
detentos, este mesmo contato também se adéqua ao detento um mínimo de
conhecimento sobre a personalidade, temperamento, hábitos, etc. do agente. Este é
um fator que implica sensivelmente no desgaste mental do agente, dado que ele é
observado continuamente.

4.4 ESTUDO DE CASO: AGENTES PENITENCIÁRIOS DE PALMAS/TO


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Foi realizado uma pesquisa inicial com intuito de levantar dados para dar
prosseguimento ao projeto, e dessa maneira familiarizar-se com o assunto em
questão e a partir daí poder entrar em contato com colegas de profissão e já
mensurar os dados obtidos. Foi feita dez perguntas a 200 agentes dos 730 que
atuam no sistema prisional do estado do Tocantins atualmente, perguntas de
múltiplas escolhas, sim ou não, e subjetivas com opção de explicação. As perguntas
foram:
1) Você já teve insônia ou pesadelo devido ao stress sofrido no seu trabalho?
2) De 0 a 10 qual o seu nível de stress antes e após você entrar no sistema
penitenciário?
3) O stress reflete apenas na sua atividade profissional ou também na sua vida
pessoal?
4) Você já teve algum diagnóstico médico atestando problemas psicológicos
provenientes do trabalho prisional?
5) Você já teve pensamento autodestrutivo em função do seu trabalho?
6) Você faz uso de tabaco no seu trabalho? E fora dele? Qual o momento que faz
mais uso?
7) Você sofre de ansiedade em decorrência das atividades sua profissão?
8) Esses abalos psicológicos refletem na sua vida familiar?
9) As condições de trabalho do sistema penitenciário do Tocantins contribuem para
alguns abalos psicológicos?
10) A relação de convívio com os colegas de trabalho soma positivamente para sua
saúde mental?

Ao final das entrevistas obteve-se os seguintes resultados: 132 dos


entrevistados afirmaram já ter sofrido de insônia ou pesadelos após ingressarem no
sistema prisional, isso representa 66% do total. Ao serem questionados pela
segunda pergunta, foi obtido um resultado médio que demonstra um aumento no
stress sofrido após ingressarem no sistema de 4 pontos na escala de 0 a 10 para 7
pontos. 93% dos entrevistados, ou seja, 186 pessoas dos 200, afirmaram ao serem
questionados na terceira pergunta, que o stress também se reflete na sua vida
pessoal, mas não somente na profissional. Apenas 26 pessoas afirmaram já terem
recebidos laudos médicos comprovando a problemas psicológicos. 47 pessoas
14

admitiram já terem tido pensamentos autodestrutivos devido a realidade vivida em


seu trabalho, isso representa 23,5% do total.
Na pesquisa 172 pessoas admitiram fazer uso do tabaco no trabalho, mas
apenas 121 afirmaram fazer uso fora dele, demonstrando que o uso no horário de
trabalho como válvula de escape é muito grande, e todos os 172 afirmaram fazer
mais uso no horário de trabalho. Ao serem questionados pela sétima pergunta, 63%
dos entrevistados disseram sofrer de ansiedade devido as atividades da profissão,
isso remete a 126 entrevistados. Incríveis 91% disseram que os abalos psicológicos
refletem nas suas vidas familiares. 87% dos entrevistados afirmaram que as
condições do sistema prisional refletem diretamente para os abalos psicológicos
sofridos, isso equivale a 174 dos 200 entrevistados, levantando a questão de que se
o sistema atual é o ideal para se trabalhar. 104 dos entrevistados disseram que o
convívio com seus colegas soma sim, de forma positiva para sua saúde mental,
remetendo ao que se acredita que deve haver um maior diálogo sobre o assunto,
para que assim se possa ter uma melhor qualidade de vida no que diz respeito a
saúde mental.
15

5 CRONOGRAMA

Atividades set./21 out./21 nov./21 dez./21

Levantamento bibliográfico X X X

Coleta de dados X

Análise crítica do material X X

Elaboração do artigo X X X

Revisão e redação final X

Entrega ao orientador X

Defesa X
16

REFERÊNCIAS

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