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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ

Poliana Marciano Santos


Rayanne Rodrigues Firmiano Saraiva
Silvia Andréa Gomes Mendonça

PLANTÃO PSICOLÓGICO EM UM SERVIÇO DE


PSICOLOGIA APLICADA

CAMPOS DOS GOYTACAZES - RJ


2023
UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ

Poliana Marciano Santos


201903472393
Rayanne Rodrigues Firmiano Saraiva
201902491831
Silvia Andréa Gomes Mendonça
201902192427

PLANTÃO PSICOLÓGICO EM UM SERVIÇO DE


PSICOLOGIA APLICADA

Projeto de pesquisa apresentado à


disciplina de Produção Avançada de
Trabalho Acadêmico I, como parte dos
requisitos para conclusão do bacharelado
em Psicologia, na Universidade Estácio de
Sá.

Me. Jhayana Couto Ribeiro Amorim Lins

CAMPOS DOS GOYTACAZES - RJ


2023
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 3
1.1. OBJETIVOS ...................................................................................................... 3
1.1.1. Objetivo Geral ............................................................................................... 3
1.1.1.1. Objetivos Específicos .................................................................................. 3
2. JUSTIFICATIVA ................................................................................................... 4
3. REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................... 6
4. METODOLOGIA ................................................................................................... 9
5. CRONOGRAMA ................................................................................................. 10
REFERÊNCIAS......................................................................................................... 11
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1. INTRODUÇÃO

O presente projeto de pesquisa pretende cumprir a etapa da disciplina


Produção Avançada de Trabalho Acadêmico I como requisito parcial à obtenção do
título de bacharel em Psicologia. Trata-se de estudo bibliográfico sobre plantão
psicológico, especificadamente realizado nos Serviços de Psicologia Aplicada (SPA)
oferecidos nos cursos de formação profissional como prática clínica aos acadêmicos
daquela graduação.
O plantão psicológico surge como forma alternativa a psicoterapia clínica mais
comumente oferecida como modelo psicoterápico. Aquele se caracteriza como um
atendimento imediato, disponibilizado para situações emergenciais, posto que nessa
modalidade não há agendamento prévio, havendo maior flexibilidade e disponibilidade
de horários para a comunidade que procura por estes serviços no exato momento em
que mais precisa de ajuda.
Desse modo, objetiva-se analisar como esse modelo de atendimento
impactaria a comunidade que é assistida nos Serviços de Psicologia Aplicada, através
de pesquisas já realizadas que descrevem a impressão de todos os envolvidos, como
acadêmicos, supervisores, psicólogas, atendentes, e da própria comunidade que é
atendida.

1.1. OBJETIVOS

1.1.1. Objetivo Geral

Compreender como o atendimento dos serviços de psicologia aplicada (SPA)


no formato de plantão psicológico impactaria as comunidades atendidas nesse
espaço, a partir de estudos já desenvolvidos.

1.1.1.1. Objetivos Específicos

 Apresentar o conceito de plantão psicológico e seu histórico no Brasil;


 Descrever como funciona os serviços de psicologia aplicada;
 Analisar como o plantão psicológico impactaria as comunidades
atendidas a partir de dados secundários.
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2. JUSTIFICATIVA

Para a formação da Psicóloga, as Diretrizes Curriculares Nacionais de 2011


estabelecem em seu artigo 25 a necessidade de a instituição de ensino instalar
Serviço de Psicologia cujo funcionamento contemple tanto o desenvolvimento de
habilidades e competências do profissional que se deseja formar como também
atenda as demandas da comunidade que será por ele assistida (Carta de Serviços
sobre Estágios e Serviços-Escola, 2013). Cumprindo, desse modo, com sua vocação
de formação clínica do aluno e oferecimento de serviços psicológicos compatíveis com
as necessidades da comunidade atendida (Cury, 1999).
Os Serviços de Psicologia Aplicada oferecem o serviço de psicoterapia clínica
com atendimento de médio ou longo prazo, pré-agendados, sujeitos a fila de espera,
e interrupções necessárias em função das férias semestrais. A questão que se
apresenta é se estes serviços (SPAs) estariam desse modo cumprindo com à
exigência apresentada pelas Diretrizes Curriculares Nacionais e com o preconizado
por Cury.
As acadêmicas, no cumprimento do estágio obrigatório no SPA, se depararam
com uma considerável fila de espera para atendimento em psicoterapia individual no
formato de psicologia clínica. Durante o período em que permaneceram nas
instalações físicas da clínica-escola, observou-se uma significativa procura pelo
serviço. Apesar do caráter emergencial das buscas, estas se seguiram para uma fila
de espera por atendimento que já era longa. Tudo isso levou as acadêmicas a se
questionarem sobre quais impactos outros formatos alternativos à psicoterapia clínica
promoveriam no atendimento às demandas que se apresentavam.
A experiência acima nos chamou a atenção para a necessidade de estudo
acerca de serviços que utilizam a modalidade de plantão psicológico, de modo a
construir conhecimento e colaborar para o debate científico sobre o tema.
Para Paparelli e Martins (2007, p. 66) as clínicas-escola funcionam como “ponto
de intersecção entre a formação e o exercício profissional.” Destacam a importância
social que esses serviços têm para área da saúde. De tal modo que, é a partir da
realidade do que se apresenta nesses serviços que se complementa o que os
acadêmicos necessitam para sua formação. Impulsionando a reflexão e retomada de
rota da pesquisa científica. Elas esclarecem que:
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Assim, o confronto com a realidade instaura, nas clínicas-escola, um novo


dilema: a prestação de serviços realmente efetivos (Castro, 1998). Essa
demanda às clínicas-escola desencadeia e determina, para elas, uma nova
identidade, muito mais ambígua, em que não parece mais ser possível
priorizar uma função “formativa” em detrimento de sua outra função – o
“atendimento comunitário”. (grifos das autoras) (PAPARELLI e MARTINS,
2007, p. 66).

A partir do levantamento bibliográfico inicial, foi verificado que no Brasil alguns


SPAs oferecem atendimento em formato de plantão psicológico como formato
alternativo a psicoterapia clínica. Como já mencionado, aquele formato tem como
principal característica voltar-se para atendimento imediato em situações
emergenciais, não requerendo assim agendamento prévio. Desse modo busca-se
compreender o quanto atendimento do tipo plantão psicológico contribuiria tanto no
aspecto formativo de experiência teórica e prática como na assistência a comunidade.
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3. REFERENCIAL TEÓRICO

O plantão psicológico tem como modalidade o atendimento psicológico


imediato a urgência. É caracterizado pela possibilidade de atendimentos quando o
sujeito necessita e procura ajuda, através da busca espontânea, com flexibilidade e
disponibilidade de horários. Como nesta modalidade os atendimentos podem ser
realizados nos mais diversos locais e contextos, e não necessitam de horários pré-
agendados, isso poderá proporcionar maior acesso à comunidade que necessita do
serviço psicológico de urgência (TASSINARI, DURANGE, 2019).
Como define Cury (1999, p. 122):

[...] plantão psicológico: consiste num tipo de ajuda, ou atendimento


profissional imediato, aberto às pessoas da comunidade que se sentem
desesperadas, com problemas ou em crise; caracteriza-se por fornecer alívio,
orientação e apoio em situações de urgência.

Segundo Farinha e Souza (2016), a palavra plantão recorre à ideia de algo que
se encontra em alerta, à espera. Combinando com a ideia de Rosenthal (1999, p. 16-
17):
Muitas pessoas, em determinada circunstância de suas vidas, poderiam se
beneficiar ao encontrar essa interlocução diferenciada, que lhes propiciasse
uma oportunidade também de escutar a si mesmos, identificando e
reconhecendo seus próprios sentimentos e possibilidades de auto direção,
no momento em que enfrentam a dificuldade, sem que necessariamente
tenham que se submeter a atendimento sistemático, prolongado, como
tradicionalmente oferecem as psicoterapias.

Como tradicionalmente os processos psicoterápicos são oferecidos em formato


de longa ou média duração, o atendimento realizado via plantão psicológico se dá em
uma única sessão, ou poucas sessões a depender do caso. Dentro dessa ideia de
atendimento breve, Rogers, 1987, p. 207-208 apud Rosenthal 1999, p. 16, afirma:

Se atendermos à complexidade da vida humana com olhar justo, temos que


reconhecer que é altamente improvável que possamos reorganizar e estruturar
da vida de um indivíduo. Se pudermos reconhecer este limite e nos abstivermos
de desempenhar o papel de Deus, poderemos oferecer um tipo muito precioso
de ajuda, de esclarecimento, mesmo num curto espaço de tempo. Podemos
permitir ao cliente que exprima seus problemas e sentimentos de forma livre, e
deixá-lo com o reconhecimento das questões que enfrenta. (Rogers, 1987, p.
207-208 apud Rosenthal 1999, p. 16).
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O acolhimento e a compreensão ao sujeito que necessita de ajuda poderão ser


realizados através de um contato casual, em algum ambiente que proporcione a
possibilidade de escuta ativa, qualificada, sensível, com enfoque na aproximação e
encontro do sujeito e suas aflições emergenciais (ROGERS, 2000, p 115-116). Nesse
sentido, Tassinari e Durange (2009, p. 47) esclarecem:

Parece que Rogers percebeu que o acolhimento a urgência psicológica


dispensava o famoso setting terapêutico, e que a urgência podia ser atendida
a partir das atitudes facilitadoras, não limitadas pelas variáveis tempo
(duração) e espaço (ambiente físico), tão caras ao modelo tradicional de
atendimento.

Do mesmo modo que Tassinari e Durante (2019), Farinha e Souza (2016)


entende que o Plantão Psicológico se trata da modalidade de intervenção psicológica
que busca atender o sujeito no exato momento da sua urgência. A importância da
escuta profissional dá-se pela postura de respeito e pela receptividade frente à
situação existencial, as vivências do sujeito atendido e ao contexto sociocultural em
que está inserido, evitando julgamentos e preconceitos perante as escolhas firmadas.
Embora historicamente os serviços de plantão psicológico sejam oferecidos
baseados na Abordagem Centrada na Pessoa (TASSINARI e DURANTE, 2019,
ROSENTHAL, 1999), Cury (1999) cita como inovação a participação de outras
abordagens teóricas, como a cognitivista num serviço implantado em clínica escola.
Ressaltando que isso explicita o aspecto vocacional das instituições de ensino que é
aliar a formação clínica com a necessidade da comunidade atendida.
O modelo de atendimento no formato de plantão psicológico surge como
alternativa ao modelo tradicionalmente ofertado, o de psicoterapia clínica. Este,
realizado em consultórios particulares, atende apenas 10% da população brasileira,
sendo considerada uma prática elitista (TASSINARI e DURANGE, 2019). Tassinari
(2003) defende o desenvolvimento de uma psicologia mais social, democrática e
contextualizada em que o cliente seja acolhido no exato momento em que busca alívio
emocional e psicológico. Classificando esse momento como a ocasião certa e
apropriada, o momento oportuno, o melhor instante presente para que o sujeito
manifeste sua inquietação e vulnerabilidade.
Dentro do contexto acadêmico em que muito se discute o “paradigma
psicopatologizante influenciado pelo tradicional modelo médico de diagnóstico-
doença” (DURANGE, in TASSINARI e DURANGE, 2019, p. 32), é que se estabelece
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terreno fértil para o estudo e reflexão de novos modelos alternativos que atendam as
necessidades da comunidade. Uma comunidade que vive enfrentando problemas
graves na promoção de saúde, como dificuldades estruturais e carência de
profissionais (CURY, in TASSINARI e DURANGE, 2019).
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4. METODOLOGIA

A abordagem metodológica utilizada será exclusivamente de caráter qualitativo


que segundo Minayo (2012) responde a questões particulares, evidenciando uma
realidade que não pode ser quantificada, se aprofundando no mundo dos significados.
Seu cunho é bibliográfico, uma vez que será realizada uma pesquisa no estado
da arte sobre o tema, de natureza básica, pois não irá a campo, e com delineamento
exploratório uma vez que busca desenvolver familiaridade com o tema da pesquisa
(GIL, 2010), servindo como preparação para a pesquisa explicativa.
Para promover aproximação da problematização apresentada neste trabalho,
será feita a análise sobre os artigos científicos encontrados na Biblioteca Virtual de
Saúde – Psicologia, Scielo e livros de apoio. Todos abordam a temática da aplicação
do plantão psicológico e o impacto de uma escuta profissional na vida do sujeito no
momento de sua urgência.
Assim sendo, este trabalho objetiva em seu estudo fundamentar as
experiências de profissionais e usuários que apresentam relevância na definição e
construção dos conceitos discutidos nesta análise, plantão psicológico, psicoterapia
breve e acolhimento.
Com isso, buscaremos analisar os dados e observar até que ponto o plantão
psicológico nos serviços de psicologia aplicada influenciaria as comunidades
atendidas, visto que as possibilidades de análise são inúmeras quando se trata da
saúde mental no contexto do serviço de psicologia aplicada. Apesar disso, pela
classificação da pesquisa adotada não haverá contato com seres humanos.
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5. CRONOGRAMA

MESES
ATIVIDADES

JUN JUL AGO SET OUT NOV


Ajuste final da seleção dos artigos X

Leitura e Fichamento X

Sistematização e análise dos dados X X

Redação inicial do artigo X X

Revisão do texto X X

Elaboração final do artigo X X

Entrega do artigo final X


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REFERÊNCIAS

Conselho Federal de Psicologia - Conselho Regional de Psicologia de São Paulo


Associação Brasileira de Ensino de Psicologia: Carta de Serviços Sobre Estágios
e Serviços-Escola. 1ª edição. Brasília, 2013, p. 14.

CURY, Vera Engler. Plantão Psicológico em Clínica-Escola. In MAHFOUD, Miguel e


cols. Plantão Psicológico: Novos Horizontes. 1ª edição, Companhia Ilimitada, São
Paulo: 2004, p. 115-133.

FARINHA, Marciana Gonçalves; SOUZA, Tatiana M. Carmo. Plantão Psicológico na


Delegacia da Mulher: Experiência de Atendimento Sócio-clínico. SPAGESP, São Paulo:
2016, p. 65-79.

GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. Atlas: São Paulo, 2010.

MINAYO. Maria Cecília de Souza (org.). Pesquisa Social: teoria, método e


criatividade. 31ª edição. Petrópolis: Vozes, 2012.

ROSENTHAL, Raquel Wrona. O Plantão de Psicólogos no Instituto Sedes


Sapientiae: uma proposta de atendimento aberto à comunidade. In MAHFOUD,
Miguel e cols. Plantão Psicológico: Novos Horizontes. 1ª edição, Companhia
Ilimitada, São Paulo: 1999, p. 15-28.

PAPARELLI, Rosélia Bezerra; NOGUEIRA-MARTINS, Maria Cezira Fantini.


Psicólogos em formação: vivências e demandas em plantão psicológico.
Psicologia: ciência e profissão, v. 27, 2007, p. 64-79.

ROGERS, Carl; WALLEN, John L. Manual de Counselling. Fanhões: Encontro,


2000. 150 p.

TASSINARI, Marcia; DURANGE, Wagner (orgs.). Plantão e a Clínica da Urgência


Psicológica. Curitiba: CRV, 2019. 180 p.

TASSINARI, Marcia. A Clínica da Urgência Psicológica: contribuições da


abordagem centrada na Pessoa. 2003. Tese – Universidade Federal do Rio de
Janeiro, Rio de Janeiro, UFRJ/Instituto de Psicologia, 2003. 231f.

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