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CORUMBÁ
2023
GABRIEL HENRIQUE NUNES FRANCO
CORUMBÁ
2023
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO............................................................................................................................
1.1 Da instituição..........................................................................................................................
2. METODOLOGIA....................................................................................................................................................
3. ASPECTOS DA ANÁLISE E PROPOSTA DE INTERVENÇÃO......................................................................
3.1. Proposta de intervenção....................................................................................................................................
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...........................................................................................
APÊNDICE..................................................................................................................................................................
OBSERVAÇÕES....................................................................................................................................................
IMAGENS...............................................................................................................................................................
1. INTRODUÇÃO
Desse modo, o estágio em Clínica do Trabalho pode ser desenvolvido nas áreas de saúde,
educação, assistência social (instituições públicas ou privadas), onde o estagiário deve
cumprir com todos os pré-requisitos exigidos pela Comissão de Estágios (COE) e pelo
concedente, sendo este a instituição a ser realizado o estágio.
1.1 Da instituição
● Serviço de Proteção Social Especial para Pessoas com Deficiência, Idosos e suas famílias
2. METODOLOGIA
Este trabalho parte do ponto de vista da clínica psicodinâmica do trabalho que visa
analisar como os processos do psiquismo são atravessados pelo trabalho e sua organização e
como este processo influencia na vida do sujeito. É a partir do contato com as servidoras que
se evidenciam os pormenores do desgaste da relação entre elas e o trabalho ali executado,
como o sofrimento é desencadeado indicando a presença de sobrecarga e estresse para se
desdobrar durante a jornada de trabalho. Outro ponto agravante é falta de servidoras para o
atendimento da demanda, extremamente elevada de casos que chegam ao CREAS, fato
evidenciado durante o período que estivemos lá, onde uma das servidoras da assistência social
acabou por pedir a saída do cargo. Elementos ambientais também se somam aos fatores do
excesso da carga laboral exigido das servidoras, como exibido na figura 02 nos anexos, a falta
de acesso adequado entre os locais da instituição atrapalha o trânsito das pessoas, seja para a
comunicação ou acesso das próprias servidoras caso seja necessário. Este problema reflete
também no atendimento ao público, que enfrentará dificuldades para participar de eventos no
próprio local. Os relatos também oferecem ponto relevantes a convivência entre as servidoras,
elementos relativos a experiências passadas são também levantadas como um ponto de atrito
entre as mesmas. Experiencias que envolvem questões que ferem a segurança quanto aos
pertences pessoais, ou, onde a colega já houve relação de chefia e subordinado que resultou
em atrito e desgaste da saúde mental de uma das partes.
Quanto aos aspectos de avaliação de casos e suas discussões e as demandas que eles
exigem, é possível notar através das observações que há uma ausência que há desse momento,
levando um esquema de acúmulo de casos, levando a uma espécie de discussão informal
durante o dia de serviço. Assim a coordenadora discute de maneira informal com as
psicólogas e assistente social as demandas exigidas para cada caso. A falta de um momento
dedicado para a discussão de casos, bem como a falta de uma formulação de caso (avaliação
funcional; análise funcional molar e molecular) impende um registro acurado e sofisticado
das variáveis que interferem e influenciam no cotidiano dos usuários atendidos pelas
psicólogas. Ferramentas de formulação de caso serviriam, aqui, como uma ferramenta,
baseada em evidências, indispensável para um trabalho eficiente e coeso, levando as
idiossincrasias de cada sujeito como principal elemento para se construir um trabalho
exemplar. Assim como uma ferramenta capaz operacionalizar de maneira coerente as
demandas e mandatos terapêuticos exigidos de cada caso.
OBSERVAÇÕES
03/05
No dia 03 de maio de 2023 foi a nossa primeira ida ao CREAS, onde conversamos com
a coordenadora do local. Penélope, passou as informações básicas sobre como o estágio
funcionaria. Fizemos nossa apresentação como alunos da instituição UFMS e
entregamos nossa carta de apresentação, avisamos também que o estágio só iria iniciar
assim que os documentos (termo de compromisso e termo aditivo de estágio) fossem
devidamente assinados. Porém, a coordenadora do CREAS fez aos alunos o convite de
participar de uma palestra ministrada por ela mesma no dia seguinte no prédio de
Gerências Públicas da cidade de Corumbá, com a temática “diferenças entre escuta
especializada e atendimento especializado.”.
04/05
11/05
A equipe de abordagem social fica responsável pela observação nas feiras livres,
mercados, festas da cidade, no lixão e na rua para ver se há indícios de exploração
sexual e infantil. Ao encontrarem crianças e adolescentes nessas condições, as
educadoras sociais levantam a documentação necessária, vão até à casa fazer orientação
com a família e se houver reincidência de casos, acionam o conselho tutelar. A equipe
de abordagem social faz hora extra nos finais de semana e feriados, mas agora são
remuneradas por isso, já que nos foi passada a informação de que antes não recebiam
hora extra pelo trabalho realizado.
16/05
18/05
22/05
23/05
26/05
01/06
02/06
05/06
A coordenadora separou uma das duas salas de atendimento para os alunos poderem
aplicar sua entrevista com algumas das profissionais que haviam marcado horário
anteriormente. Assim a entrevista poderia ser realizada com direito a um ambiente
seguro e onde estariam somente os alunos e a profissional a ser entrevistada, lhe sendo
garantido o sigilo das informações passadas ali. Foram perguntadas questões de cunho
pessoal como: nome, idade, identidade de gênero, orientação sexual, cor, estado civil, se
possui filhos e se sim, quantos, se exerce a função na qual se formou, qual a renda
salarial, qual a jornada de trabalho, cidade e estado de nascimento, se mora com alguém,
bairro onde vive, se possui algum problema de saúde, se está realizando psicoterapia no
momento, há quanto tempo atua no CREAS e se faz ou não uso de medicamentos.
Foram realizadas cinco entrevistas de anamnese pessoal nesse dia, porque alguns outros
profissionais não estavam presentes para realizar o restante das entrevistas.
06/06
15/06
A prefeitura de Corumbá decretou feriado prolongado do dia 08/06 até o dia 14/06,
desse modo, o CREAS precisaria seguir o protocolo e por isso, os alunos voltaram à
instituição para darem continuidade nas entrevistas faltantes, mas não havia
disponibilidade de horário das profissionais que ainda precisavam ser entrevistadas,
então os alunos apenas continuaram a fazer as observações costumeiras.
16/06
Para finalizar os relatos, os alunos deram prioridade para uma observação minuciosa do
local, analisando todos os pontos mediante fotos feitas para uma melhor explicação
acerca do prédio de sede do CREAS. Foram analisados os detalhes desde a
acessibilidade da entrada do prédio, onde só existe uma rampa que serve de entrada de
carros na garagem, o portão de acesso que fica aberto à população contém um degrau.
Para adentrar nas duas unidades do prédio do CREAS, existem degraus. As portas de
acesso são estreitas, então isso dificultaria, por exemplo, o acesso ao CREAS de um
cidadão que utilize cadeira de rodas para se locomover. Para acessarem suas salas, tanto
a coordenadora quanto as técnicas que possuem suas salas precisam subir por uma
escada extremamente estreita e com risco de queda. Os alunos até mesmo já
presenciaram a queda de uma profissional por conta da escada. Por se tratar de um
prédio alugado e antigo, algumas adaptações deveriam ser realizadas, mas isso
demandaria outras questões que fogem do poder dos alunos. Foi passada também a
informação de que uma das psicólogas que trabalha no CREAS e é a responsável pelo
atendimento aos idosos e aos portadores de deficiência, que em alguns casos onde é
impossível que esses possam vir até ao CREAS e serem atendidos. Que a mesma se
desloca até a residência deles para realizar os atendimentos.
20/06
Foram realizadas algumas entrevistas faltantes, pois alguns trabalhadores não quiseram
participar da entrevista no horário de disponibilidade dos alunos. Assim que a entrevista
foi realizada com cada uma das profissionais que se dispuseram a responder às
perguntas feitas pelos alunos. Os mesmos receberam a notícia de que naquele dia,
chegaria um novo carro para o CREAS para as técnicas do “medidas socioeducativas”,
já que o CREAS contava apenas com um carro para realizar as visitas necessárias que
era dividido entre todas as profissionais que precisassem. Esse também havia sido o
último dia de um funcionário do CREAS por meio do ELO e que havia sido contratado
para função de motorista, mas não realizava tal função e sim a de serviços gerais.
26/06
Como observação no local, os alunos perceberam uma certa curiosidade das servidoras
do CREAS a respeito de como seria a entrevista organizacional. Se elas poderiam ter
acesso ao conteúdo da entrevista antes da mesma ser realizada, se haveria de fato o
sigilo por parte dos alunos para o não vazamento de informações, etc. Os alunos sempre
frisaram que toda informação coletada dentro do CREAS é somente para fins
educacionais, de modo que façam o melhor trabalho possível na área organizacional,
que possam também auxiliar em uma possível melhora no ambiente de trabalho
IMAGENS