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Fundamentos do Design

Professora Shirlei Miranda Carvalho

Aula 1 - O que é Design


Tema 1 - O que é design
Conceitos
É uma palavra inglesa que vem do latim Designare, que forma outras duas:
★ desenhar: representação de conceitos por meio de códigos de expressão visual; e
★ designar: conjuga processos capazes de dar forma a estruturas e relações.

O design se refere à concepção e elaboração de projetos, desde de ideias iniciais até a


finalização (Cardoso 2008), sendo que não se trata apenas de deixar algo “bonito”, ele
precisa ter uma função e ergonomia. Para Hsuan-na (2018), o design é uma atividade
profissional que envolve toda criação e desenvolvimento de produtos com fim de atender as
necessidades da população em favor de uma vida melhor e mais prazerosa.

Designer: é o profissional habilitado a efetuar atividades relacionadas ao design.

Tema 2 - Breve história do design


Linha do Tempo
Renascimento → (revolução industrial ) → Arts and Crafts → Art Nouveau → Bauhaus

★ Renascimento (XIV - XVII): Movimento cultural, onde o homem era o centro do


mundo. O artista era visto como intelectual e o artesão era desprezado.

O design surgiu na revolução industrial (metade do século 19, onde ocorreu a


massificação dos produtos) e através da arte moderna surgiram os seguintes movimentos:
★ arts and crafts (artes e ofícios, 1830): que enfatizava o trabalho artesanal, se
opondo a massificação dos produtos;

★ art nouveau (arte nova): movimento que traz o equilíbrio entre a industrialização e
o artesanato. Se caracteriza pelas formas orgânicas, femininas e cheias de detalhes,
que, apesar de valorizar os trabalhos manuais, se utilizava da indústria ao fazer uso
dos novos materiais que a revolução industrial trouxe (ferro, vidro e cimento)

Escola Bauhaus (1919): Escola alemã. Surge com o pensamento de que as formas
artísticas deveriam se originar na solução de algum problema, fortalecendo a relação entre
arte e indústria. Os projetos deveriam trazer solidez, beleza e funcionalidade/utilidade. É
com este pensamento que surge o verdadeiro design.
Tema 3 - Design Industrial, de Produtos e de Interiores
Design Industrial
É um processo estratégico de soluções de problemas que impulsiona a inovação,
constrói o sucesso do negócio e leva uma melhor qualidade de vida por meio de produtos,
sistemas, serviços e experiências inovadoras.

Design de produto
É a especialidade que se preocupa em conceber, elaborar, desenvolver e fabricar um
produto de configuração física geralmente tridimensional (Gomes Filho, 2006). Ele se
subdivide em várias áreas:

★ Produtos de uso (veículos, utensílios domésticos, eletrônicos, jóias, embalagens);


★ Máquinas e equipamentos em geral;
★ Produtos de componentes de ambiente em geral (aqueles que compõem postos de
trabalhos, de atividades);
★ Artigos do lar (cortinas, tapetes, roupas de cama).

Design de Interiores
É a “especialidade ou área de atuação que envolve a concepção de ambientes:
planejamento, organização, decoração e especificação de produtos (móveis, equipamentos,
obras de arte e objetos em geral)" (Gomes Filho, 2006, p. 21), ou seja, preocupa-se com a
distribuição de elementos em espaços (layout) privados ou públicos, como
residências, comércios, indústrias, áreas de lazer, automóveis, navios etc.

Tema 4 - Design Gráfico e Editorial


Design Gráfico
Design gráfico se refere às atividades de criação e produção de objetos de comunicação
visual impressos ou virtuais. Para isso, utiliza-se:

● Suporte (papel ou espaço virtual);


● Tipografia (o visual das letras, números, caracteres); e os
● Elementos visuais (imagens, traços, sombras, cores).

Suas principais atividades são planejar, diagramar (organizar e distribuir textos,


imagens e figuras) e ilustrar (Cardoso, 2008).

Design Editorial
É uma especialidade do Design gráfico, responsável por realizar o projeto visual de uma
edição: planejamento de textos e imagens que compõem uma publicação (Anderson,
2017).
Os produtos realizados por um designer editorial são publicações periódicas, como:
livros, revistas, jornais, agendas, cadernos, inclusive e-books (Anderson, 2017; Gomes
Filho, 2006), ou seja, o designer editorial, atualmente, não trabalha apenas com o
“papel”, o que levou os designers a se aprimorarem e entenderem de outras áreas e
tecnologias (Gomes Filho, 2006). 

Tema 5 - Design de Animação e games


Design de Animação
É aquele que planeja e cria animações fazendo uso de técnicas tanto 2D (bidimensional)
como 3D (tridimensional), além do stop motion (sequência de fotos de algo inanimado para
simular movimento), com diferentes finalidades e aplicações: cinema, televisão, publicidade,
games e até para o ensino (Matias, 2016).

No cinema fará curtas e longas metragens; na TV, vinhetas e aberturas de programas; na


publicidade, comerciais; e, na educação, animações para cursos (MATIAS, 2016).

Design de Games
Já o design de games é o processo de construção e elaboração de jogos que envolve uma
série de decisões: qual é a história do jogo, os personagens, as regras, plataformas em que
o jogo irá rodar, entre outras (Arruda, 2014).

Como Salem et al. (2004) ensinam, o foco é projetar o jogo, criando regras e estruturas que
resultarão em uma experiência para os jogadores. Enfim, um game designer não cria
tecnologia, ele cria experiências!

Pontos Positivos e Negativos do Design


Reportagem: No dia do Design, o profissional conta as dificuldades da profissão, por
Wellinton Márcio de Lima.

Positivos
★ Poder unir o que gosta e com algo que consegue fazer;
★ Profissão que vem do estudo, de buscar aprender, conhecer culturas, fotografar tudo
que achar inusitado, rabiscar, e de nunca jogar fora um raffy, escutar, ver e sentir.

Negativos
★ É concorrido no quesito preço e não no item qualidade. Até tem bastante emprego, o
que falta é mão de obra qualificada;
★ Curso voltado apenas para a área manual, sem desenvolvimento de criatividade,
pois a criatividade descreve como será o padrão visual.
★ No Brasil ainda existe um estigma sobre o Design, sendo praticamente apenas a
elite um dos consumidores;
★ Mulheres são minoria em destaques nacionais e internacionais.

Atividade Aula 1
Existem várias especialidades de design (gráfico, editorial, animação, games, etc...)
No entanto, existem muitas outras. A proposta da aula era para você pesquisar outras
especialidades. Quais você encontrou? Qual delas lhe causou mais estranheza?

As que eu encontrei foram: web design, brand design, type design, social media design,
design de estampas, textile design, ux design, ui design, design de interação, design de
brinquedos, set design, design de joias, themed environment design, character design,
concept design, sound design e light design.

Porém, a que mais me causou estranheza foi a “themed environment design” ou design de
ambiente temático. Esse tipo de Design usa habilidades de esculturas em 3D para criar
ambientes temáticos que podem surgir a partir de uma simples ideia ou de um desenho.
Qualquer ideia pode ser transformada em um ambiente temático, então as possibilidades
são infinitas.

Esses ambientes ou parques temáticos podem ser permanentes, como os parques da


Disney ou podem ser apenas temporários, para eventos e festas.

Aula 2 - Design no Mundo


Tema 1 - Design no Mundo e no Brasil
Atualmente, as organizações no mundo reconhecem o valor estratégico do Design
(Burdek, 2018). E boa parte disto pode ser atribuída à globalização (fenômeno que
aumentou as relações entre os países, intensificadas pelo avanço tecnológico).
Com a globalização, os mesmos produtos tinham que ser comercializados em
diversos países no mundo, ao mesmo tempo!

Segundo Moraes (1997), isso levou os Designers a se reinventarem, pois, os produtos


começaram a competir globalmente e serem utilizados por pessoas de diversos lugares do
mundo. Ou seja, as empresas começaram a reconhecer o Design como uma forma
para alcançar esse novo público internacional, e, assim, se diferenciar obtendo uma
vantagem competitiva (Landim, 2010). No Brasil, poucas empresas investem em Design, e
aquelas que o fazem se destacam. Ou seja, o Design é uma área pouco conhecida pela
maioria da população brasileira e, naquela pequena parcela da elite que já o conhece, ele é
pouco explorado.

Empresas começaram a perceber


Design → Público Internacional → Diferenciação → Vantagem competitiva

Tema 2 - Países que se destacam no Design


De acordo com o ranking mundial de Design: World Design Rankings
★ 1) Estados Unidos: o consumismo originado pelos movimentos "Styling" e
"American way of life" criou uma demanda cada vez maior por produtos novos.

★ 2) China: o governo vê o Design como estratégia e faz altos investimentos


principalmente na formação de Designers.
★ 3) Japão: já copiou o Design ocidental, mas, com muito investimento do governo,
hoje faz produtos compactos, simples, de qualidade, com uma produção eficiente.

★ 4) Itália: conhecida por sua preocupação estética, é o país que mais teve Designers
de destaque, resultado de uma estrutura que privilegia o experimento e o
desenvolvimento, além de empresas que veem o Design como estratégia.

★ Brasil: ficou com a 11ª posição em 2018, pequena melhora em relação a 2017 (12ª
posição). Contudo, já teve posições melhores – 9º em 2016, e 8ª em 2015.

Tema 3 - Empresas que se destacam no Design


Ranking de acordo com a Revista Fortune

1. Apple, que criou uma geração de produtos inigualáveis e se tornou a empresa mais
valiosa do mundo;
2. Dyson, empresa britânica que tinha como foco a tecnologia disruptiva e o
minimalismo transformando eletrodomésticos comuns em produtos cultuados;

3. Google, que, diferentemente dos concorrentes, manteve a personalidade usando


formas diferenciadas, novos materiais e botões de cores brilhantes;

4. Samsung, que foi acusada de plágio pela Apple, e atualmente é a empresa que
mais investe em pesquisa e desenvolvimento;

5. Amazon, cujo Design , além de bom, também é funcional, e cujas lojas vendem de
tudo, com um foco fortíssimo no cliente, sendo uma empresa extremamente utilitária
e prática.

Tema 4 - Designers mais importantes do mundo


Design de Produtos

★ Oki Sato, Designer que cria produtos simples e fáceis de usar proporcionando
momentos simples serem prazerosos.

★ Patricia Urquiola, que brinca com formas e cores em peças sedutoras, é a única
mulher no top 10.
Design Gráfico

★ David Carson, que possui obras a princípio desorganizadas e sem coerência, mas
que na verdade tem uma intensa relação entre seus elementos.

★ Paula Scher, que possui obras que transitam entre a cultura pop e a arte, e já fazem
parte da história americana. Desenvolveu a logo do Citibank, com um guarda chuva
que simboliza a segurança do banco.

Design de Interiores
★ Kelly Wearstler que mistura elementos e conceitos antagônicos tendo como
clientes celebridades ao redor do mundo

★ Kelly Hoppen com ascendência judaica e israelense, que usa suas influências em
residências, iates, restaurantes, escritórios.
Design de Animação
★ Já John Lasseter (criador de toy story, os incríveis, up altas aventuras etc) e Hideo
Kojim (cria jogos com histórias bem desenvolvidas como se fossem filmes) são
nomes importantes no Design de animação e de games, respectivamente.

Tema 5 - Melhores Designers do Brasil


Segundo o ranking da World Design Rankings (WDR)

Os dez maiores Designers brasileiros são;

★ Fernanda Marques, arquiteta multidisciplinar, que possui um estilo limpo e


contemporâneo (banco centopéia);

★ Brazil e Murgel, Designers de joias que usam a natureza como inspiração e


exploram ao máximo os materiais (Designers, 2019);

★ Studio Km27, fundado por Márcio Kogan, são grandes admiradores do Modernismo
brasileiro e valorizam a simplicidade formal, mas dão muita atenção a detalhes e
acabamentos (Studio Mk27, 2019);

★ Mula Preta Design, pelo próprio nome já se percebe suas principais características:
irreverência e a criatividade;

★ Marcelo Lopes, que se destaca pelo seu processo criativo, que resulta em peças
lúdicas, interativas e sensoriais, trazendo experiências positivas para as pessoas
(Designers, 2016).

★ Irmãos Campana, referência máxima no Design de mobiliário brasileiro.

Atividade Aula 2
Designers famosos! Então, qual designer você pesquisou? O que ele criou de
maravilhoso?

Pesquisei sobre a Ruth Kedar que é uma designer gráfica brasileira, conhecida por ter sido
a criadora do logotipo da Google. Ela recebeu vários prêmios em design e a suas obras de
arte são exibidas nos Estados Unidos e internacionalmente
Aula 3 - Conceitos Importantes do Design

Tema 1 - Tipografia
Segundo Mazzarotto (2018), a tipografia se relaciona tanto ao ato de desenhar uma
fonte (letras), como à fonte em si e também aos estudos sobre a utilização adequada
desta fonte.

Ela é a evolução do processo milenar da escrita, proveniente da invenção da prensa de


tipos móveis por Gutenberg no século XV que possibilitou a produção de textos em larga
escala. Pode-se dizer que a arte influencia fortemente a tipografia de seu tempo, como
podemos ver nas fontes egípcia, lapidária, romana, gótica, romântica. No entanto, mais
recentemente, movimentos artísticos como cubismo e futurismo deixaram as letras
modernas mais geométricas e proporcionais.
Para entender a tipografia é preciso conhecer:

★ Estrutura das letras: ápice, trave, haste, base e serifa, e variações em relação;
★ Inclinações (redonda ou itálica);
★ Largura (normal, larga ou estreita);
★ Tonalidade (normal ou bold-negrito);
★ Uso ortográfico (caixa alta e baixa).

Fonte românica - Fonte Garamond

Fonte Egípcia - Fonte Clarendon

Fonte Romântica - Fonte “Art Nouveau"


Por serem letras mais rebuscadas se tornava difícil de ler, as próximas letras ou tipografias,
vieram para trazer mais facilidade de leitura. Por isso ela acabou se tornando:

★ Elementar: Rompimento do óbvio


★ Funcional: atendia as necessidades de um projeto (função)
★ Moderna: Uniu o avanço tecnológico às mudanças sociais (ex. Fonte Azuro)

Tema 2 - Ergonomia

A ergonomia é uma ciência recente (surgiu durante a Segunda Guerra Mundial), conhecida
também como fatores humanos, e se preocupa em conhecer o ser humano para fazer
adaptações às suas capacidades e limitações (Ilda, 2018).

Pode ser dividida em:


★ Ergonomia física (preocupa-se com a anatomia humana),
★ Cognitiva (preocupa-se com processos mentais, percepção, raciocínio, memória e
resposta motora) e;
★ Organizacional (cuida da estrutura das organizações, suas regras e processos).

Além disso, a ergonomia se baseia em três princípios básicos:


1. interdisciplinaridade (profissionais integram uma equipe multidisciplinar);
2. análise de situações reais (no local) para entender como certas tarefas são
executadas e assim indicar melhorias
3. o envolvimento dos sujeitos é fundamental, pois são eles que detém as
competências da realização do trabalho e darão informações para o ergonomista.

Tema 3 - Cores
A cor modifica, anima e transforma um ambiente e, se usada corretamente, traz harmonia e
equilíbrio (Lacy, 1996).

Por isso, a psicologia da cor se preocupa em entender sua influência no homem: vermelho
– chama a atenção, mas deixa as pessoas agitadas; verde – cor do equilíbrio, ajuda a
reduzir a tensão e o stress; azul – relaxa e acalma, mas em exagero, causa sonolência.

Já a teoria da cor ensina que temos duas linhas de pensamento.


★ A primeira trata das cores-luz (ou sistema aditivo, ou RGB): possui as cores
básicas como o vermelho, verde e azul que, juntas, resultam em branco (ex.:
monitores).
★ A segunda são as cores-pigmentos (ou sistema subtrativo), que são compostas
pelo magenta, amarelo e ciano que, quando misturadas, resultam em preto. Este
sistema é encontrado nas tintas e chamado de CMYK (adiciona-se o preto (black)
porque os pigmentos não são puros e não formam bem o preto).
★ Ainda temos o círculo cromático com as cores primárias e secundárias dispostas
em círculo (mostra as cores complementares).

Piscicologia das Cores


Vermelha: Chama atenção, traz ousadia e poder, mas em exagero pode estimular a
insensibilidade e até a violência.

Rosa: É relaxante, mas em exagero causa cansaço, já em tons mais escuros tornam as
pessoas mais ativas.

Laranja: Deixa as pessoas mais confiantes, estimula a criatividade e a comunicação.

Amarelo: Ativa a mente, deixa as pessoas mais alertas, mas o tom escuro em exagero
pode causar pessimismo e negatividade.

Verde: Cor do equilíbrio, ajuda a reduzir a tensão e o estresse


Azul: Relaxa e acalma, mas em exagero pode causar sonolência.

Roxo: É a cor mais poderosa, estimula a musicalidade, as artes e é associada a ideias


novas.

Branca: Realça todas as cores.

Preto: É imponente quando usada com outras cores, mas sozinha traz preponderância e
insensibilidade.

Teoria da Cor
Tema 4 - Usabilidade
A usabilidade é uma área da ergonomia definida como a capacidade de um produto ser
usado por usuários específicos para atingir objetivos específicos com eficácia,
eficiência e satisfação em um contexto de uso.

Segundo Dias (2007), a palavra usabilidade começou a ser usada na ciência cognitiva e
depois foi adotado pela psicologia e ergonomia substituindo o termo amigável.

Atualmente a usabilidade está muito vinculada a questões do mundo virtual. Nesse


contexto, Nielsen (2004), desenvolveu as dez heurísticas de usabilidade que abordam os
principais problemas de uma interface:

1. visibilidade do status do sistema; (status em tempo real)


2. correspondência entre o sistema e o mundo real; (ícones que fazem paralelo com
mundo real, “ícone de som”)
3. controle do usuário e liberdade; (desfazer, cancelar)
4. manutenção de consistência e padrões; (seguir com a mesma fonte, cor, elemento
ou desenho)
5. prevenção de erros do usuário; (correção automática quando digita)
6. reconhecimento e não memorização; (histórico, migalha de pão)
7. flexibilidade e eficiência de uso; (atalhos e preenchimento automático para quem já
conhece, facilidade para os leigos)
8. estética e design minimalista; Layout e conteúdo simples (poucas cores, sem
elementos que se confundam)
9. ajuda aos usuários nos erros; mensagens de erros claras e próximas do erro
(formulários)
10. ajuda e documentação. (manter fácil os itens de auxílio para determinadas ações
como FAQs e códigos de segurança).

Tema 5 - Acessibilidade
Segundo o último censo (IBGE, 2010), 24% da população brasileira afirmou ter algum tipo
de deficiência. Contudo, estas pessoas não vivem em uma sociedade adaptada, Loschi
(2017).

A Associação Brasileira de Normas Técnicas define acessibilidade como possibilidade e


condição de alcance, percepção e entendimento para a utilização com segurança e
autonomia de edificações, espaço, mobiliário, equipamento urbano e elementos. Ou seja,
todos têm o direito de ir e vir, de ter oportunidades iguais, de realizar tarefas com autonomia
e segurança, mas, apesar de avanços, ainda há muitos problemas de acessibilidade.

Quando um designer projeta um produto (digital, impresso ou físico), deve refletir se


quem utilizará este produto saberá entender e interagir, se estará adequado à sua
idade, classe, cultura, experiência etc. Masetto (2016). Pensando nisso, nos anos 1970,
surgiu o conceito de design universal ‒ todas as pessoas poderiam usar o mesmo produto.
Atividade Aula 3
Nesta aula conversamos sobre a questão da acessibilidade, e você aprendeu a importância
de os designers se preocuparem com ela.

Agora, leia o artigo “Dez testes rápidos para checar a acessibilidade ao seu website” (link
disponível no texto base). Depois, escolha algum site e o analise em relação a esses itens.

Site escolhido: YouTube

1. Check os textos alternativos para imagens que transmitam informação


Coloque o cursor sobre a imagem, por exemplo, o logotipo da empresa. Aparece na tela
uma caixinha amarela [ou de uma outra cor, dependendo do set-up do computador] com um
texto descritivo da imagem?
Resposta: Sim.

2. Check os textos alternativos para imagens decorativas


Coloque o cursor sobre a imagem que não tem outra função senão decorativa. Aparece na
tela uma caixinha com um texto descritivo da imagem? Não deverá aparecer. Não há
qualquer razão para que usuários com browsers sem suporte para imagens tomem
conhecimento de uma imagem decorativa.
Atenção ao realizar este teste. Se a caixinha não aparecer, isto pode ser interpretado e
analisado de duas maneiras:
1. O texto alternativo para a imagem foi definido como inexistente - alt="" - significando
que será ignorado pelo browser sem suporte para imagem. Esta situação é a ideal.
2. O texto alternativo para a imagem não foi definido, significando que usuários com
browser sem suporte para imagem tomarão conhecimento da existência de uma
imagem, mas não saberão qual o propósito dela - o que será uma situação frustrante
para o usuário! Esta certamente é uma situação a ser evitada.
Resposta: Não aparecem caixinhas.

3. 'Ouça' conteúdos de vídeo e áudio, sem volume


Se você desligar suas caixas de som, estará garantindo o corte total do volume para
qualquer conteúdo de áudio e em consequência impossibilitado de ouvir qualquer som. Esta
situação simula um usuário portador de surdez. Assegure-se de que seu web site
disponibiliza um conteúdo escrito para o conteúdo de áudio, de modo que usuários
portadores de surdez tenham acesso ao conteúdo áudio.
Resposta: Essa questão falha muito. Mesmo com legendas geradas automaticamente
fica difícil de saber o que é dito no vídeo. É uma questão a ser mais trabalhada.

4. Check a acessibilidade de seus formulários


Usualmente cada campo de formulário possui seu texto descritivo. Por exemplo, um
formulário de contato possui os textos 'nome', 'e-mail' e 'comentários' cada um deles
próximo ao seu respectivo campo onde os usuários entrarão com os seus dados. Clique
sobre o texto descritivo do campo e deverá aparecer o cursor 'piscando' no campo
respectivo. Se o cursor não aparecer é porque não foi usado o elemento <label> no
formulário e isto poderá tornar o formulário inacessível para alguns usuários
Resposta: Sim, o cursor pisca.

5. Check a possibilidade de aumentar o tamanho dos textos


No Internet Explorer (usado por 90% (nota do tradutor: dado da época em que o artigo foi
escrito) dos internautas) vá em View > Font size > Largest. O texto do seu web site
aumentou de tamanho? Se não aumentou o seu site estará inacessível para usuários
portadores de baixa visão.
Resposta: Sim funciona muito bem.

6. Check seu web site no browser Lynx


O browser Lynx é um browser de texto e não oferece suporte para muitas das facilidades
oferecidas pelos outros browsers tal como o Internet Explorer. Você poderá checar como
seu site se comporta em browsers de texto com o Simulador Lynx. Se o seu web site
apresenta-se estruturado (se ele 'faz sentido') e você pode navegar por ele no Lynx então
poderá estar certo de que muitos dos itens de acessibilidade estão em conformidade. O
Lynx pode ser considerado como o 'menor denominador comum' dos browsers.
Resposta: O site não funcionou (o Lynx nem entrou no caso)

7. Check a navegabilidade sem uso de um mouse


Você pode navegar seu site usando somente tab, shift-tab e return? Se isto não for
possível, seu site será inacessível para usuários impossibilitados do uso de mouse bem
como para usuários com leitores de tela. Deixe seu mouse de lado e navegue com o teclado
para testar.
É possivel usar as teclas, mas ele não funciona muito bem, talvez seja de outra forma, mas
isso não está claro.

8. Check a existência de um mapa do site


Existe um mapa do site, facilmente localizável? Se não, os usuários poderão ficar perdidos
no seu site.

9. Assegure-se que os textos dos links sejam descritivos para o destino remetido
Usuários portadores de deficiência visual total, navegam por sites na Internet valendo-se da
'tabulação' pelos links. Os textos descritivos dos links tem sentido? 'Clique aqui' e 'mais' são
dois exemplos bem comuns de textos não descritivos para links. Se você estiver restrito a
frases curtas para descrever seus links, considere o uso do atributo title no elemento a para
suprir uma informação adicional sobre o destino do link, p.ex.: <a href="descontos.html"
title="Como obter descontos adicionais nas suas compras ">Descontos adicionais</a>

10. Check sua página web em programas automatizados


Cito dois dos inúmeros programas automatizados de checagem disponíveis na Internet. São
eles: Cyntia Says e Wave. Estes programas, embora não não sejam capazes de todas as
checagens possíveis para acessibilidade, já que alguns pontos só poderão ser checados
por humanos lhe dará uma indicação em quais áreas os itens de acessibilidade precisam
ser revistos.
Alguns sites quando se aumenta a letra, as informações ficam cortadas ou embaralhadas,
sendo difícil a compreensão.

Aula 4 - Design, Arte e Artesanato

Tema 01 – O profissional de design


Designer é o profissional, a pessoa que faz “design”. Ele pode trabalhar por contrato, como
funcionário de empresa, em escritórios próprios ou ser um consultor (O que é design...,
2016).
Os requisitos de um designer devem ser.
★ Estar sintonizado com as mudanças e novidades.
★ Ter criatividade para propor soluções inovadoras.
★ Possuir formação e capacitação técnica para desenvolver projetos.
★ Ter capacidade para analisar, avaliar e solucionar problemas.
★ Habilidade para atuar com pessoas de outras áreas.
★ Possuir responsabilidade e ética para atuar segundo os valores sociais.

Tema 02 – Áreas de atuação e remuneração


São atribuições do designer:
A. planejar/projetar sistemas, produtos ou mensagens visuais assegurando
ergonomia, uso correto, qualidade técnica/estética e racionalização estrutural;
B. elaborar desenhos, diagramas, memoriais, maquetes, artes-finais, protótipos etc.;

C. estudar, projetar, analisar, avaliar, vistoriar, periciar, dar parecer e divulgar temas
de sua área;

D. fazer pesquisas, ensaios, experimentações em seu campo (ou correlato quando


em equipe multidisciplinar);

E. atuar em cargos/funções (públicos ou privados) relacionados ao


desenvolvimento/gestão na área;

F. coordenar, dirigir, fiscalizar, orientar, dar consultoria, assessorar e executar serviços


em sua área;

G. dar aulas em matérias que esteja habilitado;

H. desempenhar cargos, funções e comissões em órgãos estatais, paraestatais,


autárquicos de economia mista/privada. Os salários variam de 1,7 a 4,29 salários
mínimos conforme experiência e porte da empresa.

Tema 03 – Diferenças entre design e artesanato


O artesanato é uma atividade com fins comerciais, desenvolvida com ou sem o uso de
máquinas rudimentares, no qual predomina a habilidade manual e a criatividade e é
produzido em pequena quantidade (Souza, 1991).

Freitas (2017) afirma que o artesanato está presente na vida do homem desde os povos
primitivos. O artesão era a pessoa que transformava a matéria-prima em produto acabado
por meio de suas próprias mãos. A partir do século XI, o artesanato se organizou e surgiram
as “oficinas” formadas pelo mestre-artesão e seus aprendizes (A origem..., 2019).

De acordo com Freitas (2017) o artesanato teve grande influência no desenvolvimento da


industrialização, mas por outro lado houve uma desvalorização dos trabalhos manuais em
detrimento à mecanização e a produção em escala (A ORIGEM..., 2019). Enfim, o design
se difere do artesanato pois produz em grande escala por meio da industrialização e
o artesanato faz poucos produtos de forma artesanal. 
Tema 04 – Diferenças entre design e arte
Há uma linha tênue entre design e arte, isso porque ambos se preocupam com o “belo”. É
comum um designer ser chamado de artista, ou ver seus trabalhos nomeados como arte
(Vinícius, 2017). Pode ser porque no início da industrialização eram os artesãos e artistas
que realizavam os “desenhos industriais”.No entanto, na revolução industrial, quando surgiu
o design como o conhecemos hoje, os artistas designers notaram que a união entre arte e
indústria era algo “complicado” (Hsuan-An, 2017). Isso porque o design é objetivo, tem
um propósito, a função de resolver algo. Já a arte é subjetiva, na qual os sentimentos
do artista ditam a arte e não um cliente ou algum problema a resolver. Portanto, a arte tem
seu valor em si e não por alguma função que exerce (Vinícius, 2017). Outra diferença é
que no design há regras (grid, roda de cores, ergonomia, proporção) já na arte não
necessariamente.

Tema 05 – Diferenças entre design e design autoral


Embora a questão da autoria no design pareça recente, ela surgiu com William Morris em
1880, que já praticava design autoral escrevendo, projetando, ilustrando e produzindo seus
próprios livros, somente entre 80-90 esse assunto foi retomado (Pires; Weymar, 2015).
O design é, por natureza, um processo colaborativo no qual mais de uma pessoa
produz:
★ designer + cliente ou ainda;
★ equipe de designers (ou de outros setores) + cliente.

Além disso, o design é uma atividade anônima (ex.: quem desenhou seu celular?) (Pires;
Weymar, 2015).

No design autoral (forte tendência), o designer é produtor de conteúdo e não apenas


quem cria ou dá forma a algo solicitado por alguém. (é como uma forma de artista)
Ou seja, ele não só responde aos problemas propostos pelo cliente, mas sim cria,
elabora, concebe (Tinga, 2017). Isso incentivou a se fazer design fora das grandes
empresas/escritórios. Um exemplo é a coleção Privilège, de Hugo Sigaud.
Atividade Aula 4
Arte, design ou artesanato?
Na reportagem proposta para leitura, no item "Trocando Ideias" na Rota 4, os objetos
fabricados no projeto “A Gente Transforma” são arte, artesanato ou design? Porque você
acha isso?

O projeto “A Gente Transforma” partiu da imersão de profissionais de diferentes áreas no


povoado nordestino de Várzea Queimada. O objetivo era o de que eles conseguissem
compreender, por meio do artesanato local, os valores desta comunidade de forma a que
ela pudesse se apropriar de suas raízes e fazer delas uma ferramenta para mudar sua
realidade.

Ressignificadas por meio do design, tais produções ganharam valor e adquiriram o status
de arte, apresentando a produção e os saberes dos 900 moradores de Várzea Queimada
para o mundo. Segundo o projeto, de 2012 até a metade de 2016, cerca de R$ 100 mil em
negócios foram gerados para a comunidade local.

Resposta
Acredito que o projeto seja uma mistura de arte e artesanato porém com foco em design,
mais especificamente, no design autoral, já que o designer foi produtor de conteúdo e não
apenas de criação ou formação de algo solicitado por alguém.

Ele não só respondeu aos problemas propostos pelo projeto em si, que era o de conseguir
compreender, por meio do artesanato local, os valores da comunidade e apropriar de suas
raízes, para assim fazer delas uma ferramenta para mudar sua realidade, como também,
criou, elaborou e concebeu trabalhando junto a uma equipe criativa para elaborar o projeto.

Aula 5 - A profissão de Designer

Tema 01 – Gestão de design


Para o Design Council (2010) gestão de design é “uma atividade total de design, desde a
implementação e organização de todo o processo de desenvolvimento de novos produtos e
serviços até a administração e o alcance de um melhor desempenho da empresa” (Libanio
Amaral, 2011, p. 568).

Ela se preocupa com a gestão das relações entre as diversas áreas com as pessoas
(clientes, designers, equipe) porque ninguém consegue sozinho levar um produto ao
mercado (Best, 2012).

Geralmente a gestão do design é composta pelas fases:


★ preparação: imersão no problema
★ incubação: ideias são re-moídas, até mesmo de forma inconsciente
★ insight: as peças do quebra cabeças se encaixam
★ avaliação: definir com é o melhor insight
★ elaboração: transformar insight em algo real

Contudo é algo cíclico, iterativo (se repete) e não linear. Além disso, a forma de se
gerenciar projetos ganhou corpo e inclusive auxiliou no gerenciamento da empresa em
geral.

Tema 02 – Marketing
Segundo o American Marketing Association, “marketing é uma função organizacional e um
conjunto de processos que envolvem a criação, a comunicação e a entrega de valor para os
clientes, bem como a administração do relacionamento com eles, de modo que beneficie a
organização e seu público interessado”.

Logo, marketing e design focam nos clientes. Mas, apesar de relacionados, são distintos.
Gomes (2012) diz que marketing é um conjunto de técnicas e atividades voltadas à
estratégia já o design é uma atividade técnica e criativa com o ideal de solucionar um
problema. Logo, pode-se dizer que marketing é uma estratégia na qual o design
desempenha fundamental papel.

Dentre as estratégias de marketing temos os 4Ps:

★ ponto,
★ preço,
★ promoção e
★ produto, este o ”coração” do design.

Além dos 4Ps, o marketing tem outras estratégias muito importantes: segmentação (dividir o
mercado), diferenciação (da concorrência), posicionamento (na mente das pessoas).

Tema 03 – Serviços
Os serviços representam 73% do PIB, por isso são tão importantes. Eles são considerados
um tipo de produto, mas precisam de estratégias diferentes, pois possuem algumas
características distintas:
★ intangibilidade (não pode ser tocado), (corte de cabelo =só vê o resultado final)
★ inseparabilidade (o serviço e quem o faz estão juntos),
★ variabilidade (as pessoas variam muito) e
★ perecibilidade (se não consumido na hora se perde).
Devido a essas características é preciso mostrar às pessoas a qualidade do serviço.
Isso pode ser feito ao:
★ tangibilizar os serviços (ex.: boas instalações), (portfólio com qualidade)
★ passar confiança, (sempre fazer um bom serviço)
★ ser responsivo, (responder nas redes sociais com rapidez)
★ ter empatia e (responder sempre bem)
★ dar garantia. (conforto para o cliente e segurança)

Nesse contexto surge o design de serviços: aplicação dos conhecimentos e


abordagens do design na criação, evolução e gerenciamento de serviços. Ele trata de
★ entender a jornada do consumidor,
★ pensar nos pontos de contato com a empresa/produto
★ mapear e criar serviços que tragam melhores experiências (on-line e off-line) para os
usuários.

Tema 04 – Designer autônomo


Devido a sucessivas crises, aconteceram muitas demissões levando desempregados a
fazerem “bicos”. Em paralelo, vem surgindo no mundo um estilo de trabalho no qual os
profissionais trabalham por demanda com local e horas bem flexíveis (Ribas, 2018).

São os profissionais autônomos conhecidos como freelancer, freela ou frila que deixaram
de fazer simples ”bicos” para abraçar um estilo de carreira diferente. Hoje temos em nosso
país 37,1% de pessoas que vivem exclusivamente como autônomos (Ribas, 2018).

Contudo, apesar de tentador, ser autônomo tem suas dificuldades. Por exemplo, o
profissional não contará com renda fixa, o que dificulta controlar a vida financeira e fazer
planos a longo prazo, pois nunca saberá “se” ganhará e o “quanto”. Também não terá
nenhum dos benefícios que as empresas costumam dar como: vale-refeição, plano
médico/odontológico, transporte entre outros. Enfim, é preciso refletir com cautela.

Tema 05 – Designer empreendedor


Há algum tempo percebe-se um desejo muito comum entre vários profissionais, inclusive
designers, de serem empreendedores (terem seu próprio negócio). Além disso, o design é
visto como uma atividade muito próxima à atividade de empreendedorismo porque, segundo
Grizone (2015), ambos: têm como foco a economia e os aspectos mercadológicos; no
entanto, precisam da habilidade de gerenciar projetos em ambientes complexos a fim de
resolver problemas; têm uma abordagem do "aprender baseado em projetos” ou
“ensinamento orientado por problemas”.

Contudo, segundo Maximiano (2012), para ser empreendedor é necessário ter algumas
características: criatividade e capacidade de implementação; disposição para assumir
riscos; perseverança e senso de otimismo; senso de independência.
Atividade Aula 5
1) Caro aluno, para algumas empresas o marketing e o design são tão importantes a
ponto de fazer parte da estratégia da empresa. Pesquise uma ou mais empresas
com essa característica dando exemplos práticos de como elas usam essas
estratégias. Com esses dados, elabore um texto de aproximadamente 300 palavras.

Resposta:Empresa escolhida: coca cola

Utiliza do design das garrafas para reforçar a marca. Faz isso mantendo em todas
as embalagens a mesma tipografia, que se completa tanto unicamente, quanto junta
a outras embalagens de diferentes tipos de coca cola, e também, mantendo a
mesma cor vermelha vibrante.A estratégia de marketing aplicada foi no intuito de
mostrar ao cliente que mesmo escolhendo um produto com propriedades diferentes,
ele pode receber uma mesma experiência, em relação a usabilidade da embalagem.
Uma nova imagem foi criada para se adaptar às mudanças nas necessidades e
expectativas dos consumidores, porque a composição e sabor de Coca-Cola, seja
sabor original, sem açúcar ou sabor light, não variam e permanecem os mesmos de
sempre.

2) Designer empreendedor. Agora que vc leu o artigo proposto pela professora


Shirlei(https://exame.abril.com.br/pme/ospros-e-contras-de-trocar-o-emprego-por-
um-negocio/), o que vc acha? Vale a pena o designer ser empreeendedor?
Resposta: Se não houver uma preparação, não é uma boa opção, se bem que, às
vezes até com ela pode ser complicado. É algo difícil, e não é para qualquer pessoa.
Tem que ter disciplina e estar ciente das complicações. Achar que vai trabalhar
menos ou que vai poder fazer o que quiser é um dos problemas, sem contar nas
burocracias se tiver funcionários e essas coisas.

No final é algo que para mim parece um risco muito grande a se correr, mas se
estiver disposto a isso, e se for um sonho eu não vejo por que não, já que no final,
se tudo ocorrer bem, pode gerar um retorno muito bom, e bem maior do que se
estivesse trabalhando para um empresa.

Aula 6 - As relações do Design com inovação,


cultura e ética
Tema 01 – Design e inovação
Inovação é diferente de invenção: inovação é uma invenção que atingiu a fase de
introdução no mercado no caso de um novo produto, ou seja, a invenção só virá inovação
quando existe um mercado, pessoas ou empresas que irão comprar essa novidade.

Há dois tipos:
★ a radical - aquela que cria um novo mercado, podendo inclusive gerar uma
descontinuidade (disruption) do mercado existente (ex.: máquinas digitais, CDs); e a
★ incremental - aquela que cria melhorias como, por exemplo, características
técnicas, formas de uso, custos (ex.: uma nova embalagem).

Além disso, design e inovação estão intimamente relacionados: para inovar você precisa do
design, e, por outro lado, o design precisa ser inovador. Atualmente, com a concorrência
cada vez maior, a capacidade de inovar tornou-se uma importante fonte de vantagem
competitiva, justamente por ser um recurso intangível, logo, difícil de ser imitado pelos
concorrentes.

Tema 02 – Influências culturais


A palavra cultura tem muitos significados: pode ser cultivo, usada no sentido de
conhecimento, ou, ainda, a manifestação de um povo. Neste último, fazem parte da cultura
festas, lendas, vestuário, alimento, idioma etc. Enfim, a cultura diz respeito à humanidade
como um todo, mas ao mesmo tempo a cada um dos povos, nações, sociedades. Isso
porque todos pertencem a certa cultura, porém, existem diferenças entre elas, cada uma
com sua lógica interna, que precisa ser conhecida para fazer sentido.
Segundo Monteiro (2010), o design interfere na cultura de duas formas: estabelecendo e
aperfeiçoando padrões, definindo o que é de bom gosto, aceitável; e confrontando e
questionando o que é bom, ruim, adequado. Por outro lado, a globalização está deixando o
mundo “menor”, com produtos cada vez mais iguais. Conhecer a cultura de destino do
produto é imprescindível, bem como perceber se o produto irá ou não se opor a ela.  

Tema 03 – Design e meio ambiente


O grande desafio é planejar e fomentar o crescimento econômico com padrões
sustentáveis. Nesse contexto, o design precisa ser eco positivo e, por tal motivo, surgiu o
termo ecodesign, ou eco-concepção, que tem o objetivo de manter a qualidade de uso do
produto, como funcionalidade e desempenho, melhorando a qualidade de vida dos usuários,
mas, ao mesmo tempo, reduzindo o impacto que esses produtos causam no meio ambiente.
Por exemplo, o designer gráfico pode usar papéis recicláveis, tintas para flexografia à base
de água e tintas de offset à base de óleo de soja.

Contudo, para que o ecodesign funcione, as empresas precisam mudar sua mentalidade de
desenvolvimento de produtos, preocupando-se com todas as fases do ciclo de vida de um
produto - da produção ao declínio. Por outro lado, surgem movimentos contrários, como o
greenwashing (lavagem verde), tipo de propaganda enganosa, em que uma empresa se diz
“amiga do meio ambiente”, mas não é.

Tema 04 – Biomimética
Trata-se de uma área que estuda os princípios criativos e estratégias da natureza, visando
à criação de soluções para os problemas atuais da humanidade, unindo funcionalidade,
estética e sustentabilidade (Biomimética, 2019). (bio = natureza+produto)

Já no século XV, Leonardo da Vinci buscava inspiração na natureza para realizar suas
invenções, como, por exemplo, a sua máquina de voar percursora dos aviões e inspirada
nas assas de um morcego.

Um exemplo da biomimética é o velcro: um engenheiro, após perceber que carrapichos


ficavam grudados em seu cachorro, analisou as sementes no microscópio e percebeu que
ela tinha filamentos entrelaçados com pequenos ganchos. Assim, criou o velcro
(Biomimética, 2019).

Mas nem todo uso da biomimética é sustentável, pois o próprio velcro, apesar de inspirado
na natureza, usa materiais sintéticos de difícil decomposição. O designer deve se
preocupar com todo o processo, não só com a ideia em si!

Tema 05 – Ética no design


Primeiramente, é preciso distinguir a moral da ética.

● Moral: são normas e valores da sociedade;


● Ética: tem a ver com o indivíduo (caráter), que inclusive pode questionar a moral
(ex.: é moral fazer teste em animais, mas é ético?).

A ética deve permear as atitudes dos designers, em qualquer área. Por exemplo, o designer
gráfico não deve copiar fontes e fotos ou fazer anúncios de produtos enganosos. Já o game
designer deve se preocupar com os impactos de seus jogos, alertando eventuais perigos e
danos.

Por sua vez, os animadores precisam se preocupar em mostrar o mundo mais próximo do
real, porém, sem ressaltar a violência ou o sexismo. O designer de ambiente também
precisa se preocupar com a ética e explicar o que está sendo cobrado, inclusive quando
cobra reserva técnica. Já o designer de produto não deve trabalhar ao mesmo tempo com
empresas que concorrem entre si, primar pelo sigilo e exclusividade, e pensar no impacto
de seus produtos no ambiente.
Atividade Aula 6
Aluno, como você viu, a biomimética pode ser uma valiosa fonte de inspiração para resolver
problemas de design.

Portanto, proponho a você pesquisar dois outros exemplos em que a biomimética foi
utilizada, justificar explicando qual foi o sistema natural que serviu de inspiração, e como ele
foi aplicado na solução de design.

Teias de aranha – a empresa alemã Arnold Glas, que produz chapas de vidro, identificou
um problema recorrente em grandes cidades: a morte de pássaros que colidem com janelas
de vidro. Só na Europa, 250 mil aves morrem todos os dias por esta causa. A companhia
percebeu que, na natureza, estes animais são capazes de detectar a presença de teias de
aranha e nunca ficam presos nela – diferente dos humanos, para quais estes tecidos muitas
vezes passam despercebidos.

Assim, a Arnold Glas desenvolveu um vidro que conta com fibras internas que, aos olhos
das aves, assemelha-se a uma teia de aranha. Portanto, os animais desviam a rota antes
de colidirem com os edifícios. À vista humana, porém, as “teias” são imperceptíveis.

Micélios – o tecido que forma as raízes de cogumelos hoje é bastante utilizado para
compor móveis, embalagens e outros objetos. No entanto, o Museu de Arte Moderna
(MoMA) de Nova York foi além e criou uma edificação com este material que se assemelha
à própria raiz de um cogumelo. A “construção viva”, além de ser sustentável, não é
inflamável e conta com isolamento térmico e acústico por conta das fibras do micélio.

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