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Realização:
17 de março de 1917:
Nessa data, há exatamente um século, um grupo multidisciplinar
vinculado direta e indiretamente à área da saúde, se reuniu na cidade de
Nova Iorque para oficializar a criação da NSPOT – National Society for the
Promotion os Occupational Therapy, a Associação Nacional para a Promoção
da Terapia Ocupacional (hoje AOTA – Associação Americana de Terapia
Ocupacional). Presentes àquela primeira reunião, apenas seis pessoas.
Cem anos depois, e próxima de reunir meio milhão de profissionais
em todo o mundo, a Terapia Ocupacional se consolida como uma
profissão que se expande desde a área da saúde para abraçar também os
campos social e da educação.
Por meio de suas práticas e dos avanços em pesquisas, onde o
fazer humano é abordado de forma transformadora, evidenciamos a
importância da atuação dos terapeutas ocupacionais.
5
Agradecimentos
6
Dedicatória
Disponível em:
http://robertociasca.blogspot.com.br/2009/08/grupo-de-danca-
paratodos-estreia.html (acesso em 05/03/2018)
7
Capa
Significado
8
SUMÁRIO
VOLUME 1
TERAPIA OCUPACIONAL - GESTÃO, EMPREENDEDORISMO E MARKETING.
Prefácio 1................................................................................................................. 13
Prefácio 2................................................................................................................. 14
I - APRESENTAÇÃO.....................................................................................................16
II - CONTEXTUALIZAÇÃO............................................................................................24
Características e Breve Análise de Impacto da Terapia Ocupacional por Geopro-
cessamento no Brasil: Aspectos Sociais, de Saúde e de Educação
III - AQUECIMENTO.....................................................................................................42
Introdução à Ciência Ocupacional
CAPÍTULO 1...............................................................................................................64
- A Atuação do Terapeuta Ocupacional no Campo do Planejamento e Gestão
em Contextos Multiprofissionais
CAPÍTULO 2................................................................................................................76
- Planejamento e Gestão em Educação, Saúde e Assistência Social - Conside-
rações para terapeutas ocupacionais, por um olhar humanizado e integral
CAPÍTULO 3................................................................................................................94
- A Terapia Ocupacional no Sistema Único de Saúde em Disputa
CAPÍTULO 4.............................................................................................................110
- Tomada de Decisões na Gestão Pública Baseada em Evidências Científicas, e
a Terapia Ocupacional nesse Contexto
10
SUMÁRIO 11
CAPÍTULO 5.............................................................................................................116
- Gestão, Empreendedorismo e Marketing em Saúde
ANEXO 1..................................................................................................................128
- TO empreendendo (blog) - Gestão, Empreendedorismo e Marketing para Te-
rapeutas Ocupacionais
ANEXO 2..................................................................................................................139
- Reflexão em Saúde Pública - Equipe NASF (Núcleo de Apoio à Saúde da Famí-
lia / Associação Saúde da Família) e tutores do Programa Pró- Saúde (Progra-
ma Nacional de Reorientação da Formação Profissional em Saúde)
IV - APÊNDICE..........................................................................................................150
- Cartilha de Apoio para a Inserção de Terapeutas Ocupacionais nos
Programas e Serviços Públicos de Saúde e Assistência Social...................151
– Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde –
CIF: Considerações para Terapeutas Ocupacionais...............................154
- Apresentação dos mini-currículos dos autores / colaboradores, em
acordo com a identificação numérica em sobrescrito...........................163
Prefácio 1
Dra. Patrícia Luciane Santos de Lima*
13
Prefácio 2
Dr. José Renato de Oliveira Leite*
14
I - APRESENTAÇÃO.
Adriano Conrado Rodrigues
16
I - APRESENTAÇÃO 17
I - (APRESENTAÇÃO).
II - CONTEXTUALIZAÇÃO.
1. Adriano Conrado Rodrigues (1)
2. Álida Fernanda C. Murta Andrade (94)
3. Jamile Cristina Albieiro Silva (31)
4. Dimaima Vitória Castro da Graça (93)
5. Susilene Maria Tonelli Nardi (72)
III - AQUECIMENTO.
Otavio Augusto de Araujo Costa Folha (57)
VOLUME 1.
TERAPIA OCUPACIONAL - GESTÃO, EMPREENDEDORISMO E MARKETING.
1. Priscilla Regina Cordeiro (33)
2. Annie Betune Ramalhão (3)
3. Sandra Helena Iglesias Cordeiro Leite (9)
20 Terapia Ocupacional • Volume 1
VOLUME 2.
TERAPIA OCUPACIONAL EM SAÚDE E REABILITAÇÃO - MÉTODOS,
ABORDAGENS E INTERVENÇÕES PARA GANHO DE AUTONOMIA,
INDEPENDÊNCIA OU PARTICIPAÇÃO.
1. Daniel Marinho Cezar da Cruz (11)
2. Maria Aparecida Ferreira de Mello (37)
3. Cândida Luzzo (39)
4. Tatiani Marques (40)
5. Adriano Conrado Rodrigues (1)
6. Fernando Vicente de Pontes (56)
7. Daniela Nascimento Augusto (17)
8. Roberta Abduch Rolim Credidio (16)
9. Adriano Conrado Rodrigues (1)
10. Luciana Diniz Freitas (70)
11. Gisele Pellegrini (5)
12. Renata Aparecida Conejo (8)
13. Ana Cláudia Tavares Rodrigues (88)
14. Luciane Padovani (6)
15. Ana Maria D. O. Belleza (2)
16. Fábio Jakaitis (4)
I - APRESENTAÇÃO 21
VOLUME 3.
TERAPIA OCUPACIONAL - CONTEXTOS DA EDUCAÇÃO, SAÚDE, PREVIDÊNCIA
E ASSISTÊNCIA SOCIAL.
1. Maria Fernanda dos Santos (74)
2. Daniela Nascimento Augusto (17)
3. Leonardo Costa Lima (35)
4. Alexandre Martinho (76)
5. Aide Mitie Kudo (46)
6. Mônica Estuque Garcia Queiroz (47)
7. Gabriela Pereira do Carmo (71)
8. Luciana Diniz Freitas (70)
9. Mônica Estuque Garcia Queiroz (47)
10. Patrícia Luciane Gomes dos Santos (53)
11. José Naum de Mesquita Chagas (77)
12. Carolina Maria do Carmo Alonso (48)
13. Priscila Blasquez da Costa Leite (55)
22 Terapia Ocupacional • Volume 1
VOLUME 4.
TERAPIA OCUPACIONAL - PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES EM
SAÚDE (PICS).
1. Ana Teraza Costa Galvanese (79)
2. Fábia Cilene Dellapiazza (38)
3. Márcia de Souza Rodrigues (61)
4. Luzianne Feijó Alexandre Paiva (82)
5. Adriano Conrado Rodrigues (1)
6. Leonardo Costa Lima (35)
7. Flavia Liberman (78)
8. Rachel Azulay Leite (60)
9. Ângela Maria Cecim de Souza Castro Lima (62)
10. Lídia Seade Vieira Maia (63)
11. Socorro de Maria Castro (65)
12. Maria de Nazareth Mendes (64)
13. Patrícia Luciane Gomes dos Santos (53)
14. Karla Adriana Ferreira Beckman (84)
15. Alan Senigalia (85)
16. Ana Maria Fernandes Pitta (86)
17. Lara Susan Silva Lima (80)
18. Clarissa Dantas de Carvalho (87)
IV - APÊNDICE
1. Susilene Maria Tonelli Nardi (72) / Câmara Técnica Sócio-Sanitária -
Crefito 3.
2. Adriano Conrado Rodrigues (1)
Colaboração:
Susilene Maria Tonelli Nardi
Álida Fernanda Corgozinho Murta Andrade
Jamile Cristina Albieiro Silva
Dimaima Vitória Castro da Graça
1 - Introdução.
Após a apresentação dessa obra, é importante que se apresente
a Terapia Ocupacional, bem como contextualizá-la numa dimensão de
interesse dos gestores, acadêmicos e profissionais.
Essa importante profissão já difundida no mundo, no Brasil caminha
para a sua consolidação, habitando e se desenvolvendo nos espaços
da saúde, educação, assistência social e cultura. Portanto, é essencial
o entendimento das variáveis que compõem a Terapia Ocupacional, e
dos parâmetros que a delimitam em nosso país, tanto no que se refere
à distribuição geográfica dos profissionais, como de suas práticas e
contribuições para as Políticas de Atenção.
A partir do correto entendimentos desse contexto, e da evidência
do impacto das ações profissionais, o planejamento para a valorização e
o próprio crescimento da profissão passam a ser possíveis, e em acordo
com as reais demandas da profissão e da própria população brasileira.
2 - Terapia Ocupacional.
2.1 - Apresentação
Numa visão contemporânea, a Terapia Ocupacional é uma profissão
24
II - CONTEXTUALIZAÇÃO 25
D - Especialidade: Gerontologia
• Atenção à saúde da pessoa idosa; Assistência social à pessoa idosa;
• Cultura e lazer para a pessoa idosa e Educação à pessoa idosa.
II - CONTEXTUALIZAÇÃO 27
• Presídios
• Universidades
• Institutos de Pesquisa
• Indústrias
• Gestão
• Serviço militar em geral.
• Centros de Defesa em Direitos Humanos
Estado Universidades TO
AL Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas
CE Universidade de Fortaleza
DF Universidade de Brasília
ES Universidade Federal do Espírito Santo
GO Faculdade União de Goyazes
Universidade Federal do Triângulo Mineiro
MG
Universidade Federal de Minas Gerais
Escola Superior da Amazônia
Universidade da Amazônia
PA
Universidade do Estado do Pará
Universidade Federal do Pará
Universidade Federal do Paraná
PR
União do Ensino Superior do Iguaçu
PE Universidade Federal do Pernambuco
PI Faculdade Integral Diferencial
Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro
RJ
Universidade Federal do Rio de Janeiro
Faculdade Serra Gaúcha
Centro Universitário Franciscano
RS Universidade Federal de Santa Maria
Universidade Federal de Pelotas
RO Faculdades Integradas Aparício Carvalho
SC Associação Catarinense de Ensino - Faculdade Guilherme Guimbala
II - CONTEXTUALIZAÇÃO 29
Estado Universidades TO
Centro Universitário de Araraquara Brasil
Centro Universitário São Camilo
Faculdade de Medicina do ABC
Pontifícia Universidade Católica de Campinas
Universidade Sagrado Coração
SP Universidade de São Paulo
Universidade de São Paulo – Ribeirão Preto
Universidade de Sorocaba
Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”
Universidade Federal de São Carlos
Universidade Federal de São Paulo
SE Universidade Federal de Sergipe
Fig. 1 – Mapa para análise de cobertura com o número de IES que oferecem
o curso de Terapia Ocupacional/Estado (em acordo com a Tabela 1).
1- Densidade Demográfica
2- Consumo de Saúde
3- Consumo de Educação
6- Número de Profissionais
36 Terapia Ocupacional • Volume 1
6 - Considerações Finais.
Contextualizar a Terapia Ocupacional no cenário nacional, assim
como contextualizar a própria prática da Terapia Ocupacional, envolve a
compreensão acerca da identidade profissional e de fato o entendimento
de até que ponto conseguimos sensibilizar profissionais e população
acerca da complexidade de nossa atuação. Falar de uma forma clara
para as pessoas sobre quem somos, como atuamos, e conceituar de
uma forma simples e didática o instrumento da Terapia Ocupacional
– a análise da atividade humana, para que uma pessoa possa associar
uma questão de sua rotina ou cotidiano, à intervenção do terapeuta
ocupacional, pode ser um caminho.
No imaginário popular, por exemplo, uma dieta pode remeter
a pessoa ao nutricionista, assim como uma entorse pode remeter
ao fisioterapeuta. E assim poderíamos citar outras profissões que já
possuem a identidade forte quanto ao fazer que lhes caracterizem.
Na Terapia Ocupacional, consolidar a identidade ainda é uma busca.
Trabalhamos com os preceitos da ocupação humana, fazer humano,
rotina, cotidiano, dentre tantos outros conceitos que utilizamos para
explicar às pessoas o que fazemos e o que permeia nossa atuação.
Todavia, nós profissionais sabemos da complexidade da nossa prática, e
diante disso, desistimos de tentar explicar ou partimos para a evidência
clinica, expressa pela prática profissional.
Num contraponto a essa complexidade, o próprio nome da profissão
traz em si um estigma difícil de ser “desconstruído”... A idéia do ocupar
por ocupar, o que acaba sendo mais um problema.
Com a experiência e a formação continuada, passamos a
considerar mais claramente a ciência por traz dos fatos. Refletir
sobre a Ocupação Humana, e o quanto essa ciência influencia a
população em geral, bem como a nossa atuação enquanto terapeutas
ocupacionais, pode auxiliar nesse processo de sensibilização para a
identidade da Terapia Ocupacional.
Em nossa atuação profissional, somos constantemente observados
(pacientes, familiares, outros profissionais...), e considero esse um importante
momento de divulgação do nosso fazer. Como exemplo, compartilho um
atendimento especifico do Programa Melhor em Casa (do SUS), localizado na
Zona Norte da cidade de São Paulo. Esse programa se dá pela intervenção
domiciliar, onde acessamos uma diversidade enorme de contextos.
Na avaliação de um Senhor Idoso, 71 anos de idade, com
II - CONTEXTUALIZAÇÃO 39
Referência Bibliográfica (sugerida para consulta).
1. Considerações Iniciais.
Este capítulo pretende apresentar, de forma introdutória, a Ciência
Ocupacional e suas potenciais contribuições para a Terapia Ocupacional
no contexto brasileiro. No entanto, faz-se necessário elucidar primeiro
a minha aproximação com esta disciplina acadêmica. Talvez, por meio
deste relato, outras pessoas, como alunos de graduação e terapeutas
ocupacionais, encontrem ressonâncias em suas dúvidas e inquietações
individuais acerca dos fundamentos teóricos da nossa profissão.
Ainda enquanto aluno de graduação em terapia ocupacional
na Universidade do Estado do Pará, o meu interesse pelas teorias de
base da profissão foi despertado. A diversidade de possibilidades de
áreas de atuação com variados públicos e em diferentes condições,
o leque de procedimentos e recursos, de objetivos de intervenção e
do suporte teórico utilizado para fundamentar as boas práticas, foi a
força motriz que impulsionou o meu interesse acerca das teorias de
base que sustentam singular diversidade. Quais conceitos e teorias são
desenvolvidos e utilizados pela profissão, que possibilitam tamanha
variedade na prática profissional? Essa passou a ser uma questão central
em minha formação.
Ao buscar respostas para esta questão, o lugar comum que encontrei,
entre as várias produções existentes, foi a compreensão da intricada
relação entre o ser humano e suas ações na vida cotidiana. A partir
de então, pareceu central que, enquanto terapeuta ocupacional, era
essencial aprofundar os meus conhecimentos sobre o ser humano, seus
fazeres diários e sua relação com outros elementos que constituem a
vida humana, como o ambiente, as condições sociais e de saúde e as
diferentes formas de existir na sociedade.
Nesse período, em conversas e debates com outros alunos,
professores e profissionais que atuavam na assistência, percebi que
42
III - AQUECIMENTO 43
6. Considerações Finais.
Este capítulo visou apresentar uma visão geral da constituição
e do desenvolvimento da ciência ocupacional, bem como dos seus
focos e estratégias de pesquisa. Além disso, objetivou apresentar
algumas potenciais contribuições para a prática da terapia ocupacional.
Em virtude seu caráter introdutório não objetivou aprofundar no
que se refere aos conceitos, teorias e debates desenvolvidos no
âmbito da disciplina. Contudo, é válido ressaltar o histórico do seu
desenvolvimento no Brasil.
Questionamentos sobre as ancoragens teóricas capazes de
sustentar a prática profissional também surgiram ao longo do
desenvolvimento e da consolidação da profissão no contexto nacional,
principalmente na década 80 e início dos anos 90. Todavia, as
motivações e as respostas geradas seguiram outras trajetórias.
Assim, a produção de conhecimento da terapia ocupacional
brasileira seguiu outros caminhos, uma vez que os conceitos e teorias
desenvolvidos em outros contextos, principalmente norte-americanos,
não se adequavam às demandas da realidade brasileira. Portanto,
restou necessário o desenvolvimento de caminhos próprios e genuínos
alicerçados em contextos de prática da realidade nacional.
Como estratégia, os terapeutas ocupacionais brasileiros também
56 Terapia Ocupacional • Volume 1
Referências Bibliográficas
14 - YERXA, E.J.; CLARK, F.; FRANK, G.; JACKSON, J.; PARHAN, D.;
PIERCE, D. et al. An introduction to occupational science, a foundation
for occupational therapy in the 21st century. Occupational Therapy in
Health Care. V.6, n.4, p.1-17, 1989.
19 - CLARK, F.; ZEMKE, R.; FRANK, G.; PARHAN, D.; NEVILLE-JAN, A.;
HEDRICKS, C. et al. Dangers Inherent in the Partition of Occupational
Therapy and Occupational Science. The American Journal of
Occupational Therapy. v.47, n. 2, p.184-186, 1993.
45 - CLARK, F.; AZEN, S.P.; ZEMKE, R.; JACKSON, J.; CARLSON, M.;
HAY, J. et al. Occupational therapy for independent-living older
adults: A randomized controlled trial. Journal of the American Medical
Association, v.278, n.16, p.1321–1326, 1997
1 - Introdução.
Considerando os caminhos da terapia ocupacional, ao analisar
a construção da sua identidade profissional em seu desenvolvimento
histórico, entende-se que, durante anos, a atuação do terapeuta
ocupacional teve o seu foco direcionado para as estratégias voltadas às
práticas e assistência em saúde.
Nessa trajetória, evoluíram com uma linha de cuidados, métodos,
especialidades e diferentes saberes centrados no indivíduo, para
a promoção em saúde e bem-estar, e por meio do conhecimento
direcionado ao campo da ocupação e/ou a atividade humana. Esse é um
processo que envolve a participação autônoma e a independência da
pessoa, com o objetivo de tornar cada indivíduo assistido, o protagonista
de sua própria vida, quer seja pela inserção em seu meio e comunidade,
pela participação social, ou o exercício da cidadania.
Neste sentido, é possível compreender que a terapia ocupacional,
diante as suas contribuições nos campos de atuação (saúde, educação,
social), cada vez mais têm seu reconhecimento ampliado em relação às
práticas que se efetivam e se destacam nesses campos, com significativos
resultados nas diversas linhas de cuidado (1). Consequentemente, e de
maneira progressiva, os terapeutas ocupacionais estão ganhando espaços
relevantes por meio de suas ações nos ambientes em que atuam.
Santosa e Mentab (2017), acrescentaram que por ser um
profissional que vem se destacando no exercício da sua prática diária,
64
CAPÍTULO 1 65
quando solicitado pelo usuário, entre outras ações, que mantenham este
profissional próximo ao público que assiste no serviço que está inserido.
Espera-se que os serviços públicos de saúde busquem se adequar
às necessidades e situações apresentadas pelo e através dos usuários
(5). Para uma gestão em saúde qualificada no SUS, deve-se entender a
importância de valorizar no dia-a-dia, as ações de participação social,
protagonismo e do exercício à cidadania.
Da mesma forma, deve acatar a “interação com troca de saberes,
poderes e afetos entre profissionais, usuários e gestores”, reconhecendo
estes fatores como um caminho para uma gestão descentralizada, mais
participativa e democrática nos processos de decisão e convidando
a todos os atores envolvidos a assumirem o papel de “agentes de
mudança” que possuem potencial para desenvolver transformações
tanto para o serviço, quanto para todos os sujeitos envolvidos (5).
Assim, considerando os aspectos apresentados, pode-se dizer que o
terapeuta ocupacional – que enfatiza a escuta, a corresponsabilização,
a diversidade, a cultura, singularidade e ao mesmo tempo, a pluralidade
como pontos de atenção ao cuidado – demonstra estar bastante
apropriado para os desafios deste tipo de gestão.
Os terapeutas ocupacionais que atuam com a “complexidade de
fatores que promovem o empoderamento pessoal e/ou coletivo estão
conectados, de forma intrínseca, a projetos emancipatórios, em que
o respeito e o apoio à autonomia e o incentivo à independência dos
sujeitos, representa valor essencial”, que remete ao “desenvolvimento
da capacidade de reflexão e de engajamento coletivos” (8).
3 - Considerações finais.
Conforme aponta Chiavenato (2008), um gestor, para apresentar
um bom planejamento e organização deve reunir uma série de
qualidades, recursos e competências para alcançar seus objetivos (9).
Além disso, deve apresentar uma visão de futuro, sendo inovador
em suas ações e saber motivar seus funcionários. Esse autor acrescenta
que o profissional deve possuir boa comunicação e comportamento de
liderança, com foco e controle frente às situações diárias. Furlan e
Oliveira (2017) sugerem que:
Referências Bibliográficas.
1 - Introdução.
O planejamento de ações em Saúde, pode invariavelmente,
buscar uma abordagem comunitária, inserida em determinada cultura e
território bem definido, com seus problemas e potencialidades. E que,
geralmente ocorre numa arena onde as “crises” devem ser enfrentadas,
e em que o resultado final é consequente de fatores individuais e
familiares, de seu trabalho, ou ainda, de seu meio social. Nesse cenário,
a diversificação de programas pode favorecer o acolhimento e a
resolutividade das demandas de atenção à saúde.
Variáveis como a Influência do modelo tradicional de cuidado e
dificuldade dos profissionais para renunciarem a um papel específico,
podem ser interferentes nesse processo. Assim, o modo de gestão
dos programas e serviços de saúde, passa a ser pauta importante nas
discussões sobre eficiência e efetividade dos mesmos.
As ações de Saúde podem ser planejadas para execução em
Hospitais Gerais, Unidades Básicas de Saúde da Família (UBS), Pronto-
Socorros, Centros de Referência de Saúde do Trabalhador, Lares e
Abrigos, Centros de Convivências e Cooperativas, e em Redes de Atenção
Integral. E como elementos fortes para o planejamento da ação, temos:
diagnóstico, idade, gênero, tempo de evolução do quadro, história da
enfermidade, recursos individuais do paciente (p. ex.: capacidade,
status social, e condição de solidão), recursos do contexto (p. ex.:
características do meio em que o mesmo está inserido, estado relacional
dos familiares, solidariedade e hostilidade de familiares e vizinhos,
76
CAPÍTULO 2 77
3 - Níveis de planejamento.
Embora não seja algo que apenas um gestor deva praticar, a tarefa
de planejar pode ser compreendida em diferentes níveis, que via de
regra, variam segundo o grau de complexidade de todo o processo de
tomada de decisões, conforme o que se segue:
• Planejamento normativo ou de políticas de responsabilidade do
nível central do sistema: No caso do setor da saúde, é de competência
do secretário municipal;
• Planejamento estratégico indicador dos meios – estratégias –
pelos quais se julga que seja possível atingir as metas desejadas a médio
e longo prazo: É a partir dele que a estrutura sistêmica para a ação
organizacional e as medidas de efetividade – indicadores – para análise
dos resultados são indicados;
• Planejamento tático/operacional: Como seu nome já diz, refere-
se ao desenvolvimento de ações que possibilitam organizar a execução
das estratégias em outro nível de planejamento. Indica como “colocar
em prática” as ações previstas, as quais são extremamente necessárias
para organizar a fase de implantação (8).
4 - Instrumentos de planejamento.
No que se refere aos instrumentos de planejamento, existem
distintos modelos e métodos. Para este capítulo, citaremos apenas
aqueles utilizados com mais frequência nos serviços de saúde.
Seja qual for a opção feita, o importante é ter em mente que
planejar implica mobilizar recursos e vontades para que os resultados se
concretizem e os objetivos sejam atingidos. No âmbito do Planeja SUS, a
opção escolhida foi a da construção coletiva.
Dentre alguns métodos utilizados, destacam-se: o método de
Planejamento Estratégico Situacional (PES), de Carlos Matus, que serviu
como arcabouço para o planejamento de nível político e estratégico. E o
Método Altadir de Planificação Popular (MAPP), também desenvolvido sob
a liderança de Matus, que apresenta o planejamento de nível operacional.
CAPÍTULO 2 83
• Conhecimento da realidade
Envolve o conhecimento da realidade e a análise situacional. É o
momento inicial, no qual é identificada a problemática que emerge da
realidade, e que constitui seu objeto global de transformação. Nessa
etapa, são delimitados os campos que contêm a problemática e todas as
informações, qualitativas e quantitativas, que são agrupadas para análise do
problema em questão, bem como o posicionamento dos atores envolvidos.
• Estruturação do plano
E por fim, essa etapa finaliza com a concretização do planejamento
por meio de um documento, no qual são registradas as decisões sobre
86 Terapia Ocupacional • Volume 1
a ação, tais como: “o que fazer”? “para quê fazer”? “como fazer”? e
“quando fazer”? (11).
Portanto, a estruturação do planejamento deve ser e estar em
reelaborarão permanente. Pois, é exatamente nessa etapa, que é
realizada a aplicação do projeto em ação. Considera-se ainda que a
avaliação seja um processo dinâmico, e que a mesma deve sempre
ser realizada de forma frequente e contínua. Sendo assim, quando
a avaliação ocorre no início do projeto, é chamada de avaliação
diagnóstica, e tem a finalidade de identificar problemas, pontos de
inflexão, interesses, e conhecimentos prévios; Já quando a avaliação
é realizada durante o processo, é chamada de avaliação formativa,
e possui o intuito de fazer um acompanhamento das ações e a
remodelagem daquelas que possam não estar surtindo o efeito esperado;
E ainda, existe a chamada avaliação somativa, que ocorre quando os
resultados são conhecidos, comparando-se o que se sabia com aquilo
que foi apreendido durante o processo.
Nesse processo, todas essas informações são passíveis de
avaliação, sendo a que essas respostas possibilitarão melhorias nas
intervenções em saúde.
Sabe-se que para a consolidação das ações realizadas, bem
como para a continuidade ou reprodução da proposta em diferentes
cenários ou contextos, devem ser considerados os seguintes aspectos:
a formulação final (ações a partir da vivência realizada), o cronograma
de realização (o tempo gasto na vivência realizada) e a comunicação
(critérios para a socialização da vivência realizada) (10).
7 - Considerações Finais.
Em suma, todos esses aspectos podem ser retroalimentados a
partir de uma avaliação “bem desenhada” (planejada). Ademais, não
ter medo de avaliar e de ser avaliado é um bom princípio para o bom
90 Terapia Ocupacional • Volume 1
Referências Bibliográficas.
1 - Apresentação.
A terapia ocupacional integra e constitui o Sistema Único de Saúde
(SUS) brasileiro. O desenvolvimento histórico da profissão no país,
versadas pelas mais diferentes práticas políticas e técnicas, fomentam
as áreas do conhecimento do nosso núcleo de saberes, campos e
instrumentos de intervenção e, ainda, fundamentam e justificam a
inserção do terapeuta ocupacional nesta importante política social no
país. Este pontual ensaio, objetiva apresentar o SUS e a presença da
terapia ocupacional neste sistema, de forma a estimularmos debates
locais e compartilharmos a defesa do caráter público da saúde com
acesso ao trabalho dos terapeutas ocupacionais no país.
Neste exercício, serão organizados e apresentados conceitos
acadêmicos, informações provenientes de documentos governamentais
do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde do Departamento
de Informática do Sistema Único de Saúde do Brasil (CNES/DATASUS)
(1) e categorias para análises sobre a conjuntura do SUS e da terapia
ocupacional em seus cenários assistenciais. Este trabalho é parte
integrante do projeto de pesquisa intitulado “Terapeutas Ocupacionais
no Sistema Único de Saúde em Minas Gerais”.
Região
450 17.740.418,00 45 10 394.231,51
Norte
Região
1794 56.915.936,00 133 13,4887218 427.939,37
Nordeste
Região
1668 86.356.952,00 153 10,90196078 564.424,52
Sudeste
Região
Centro- 467 15.660.988,00 39 11,97435897 401.563,79
Oeste
Fonte: os autores.
Fonte: os autores.
Fonte: os autores
Fonte: os autores
4 - Considerações finais.
O SUS é a política social pública para garantia do direito à saúde
no país. Seus princípios doutrinários e organizacionais estão ameaçados
pelo conjunto de (contra) reformas governamentais neoliberais que
maximizam a complementaridade e a participação dos interesses
privados na gestão e nas suas ofertas assistenciais. A terapia ocupacional
se constituiu como parte integrante do SUS pelo desenvolvimento de
seus diferentes cenários assistenciais. Na atual conjuntura política
do campo da saúde no país, a tendência de crescimento profissional
no SUS sugere acompanhamento continuado em uma agenda política
intersetorial combinada com ações permanentes em defesa da saúde
pública com o trabalho universal da terapia ocupacional no SUS.
Referências Bibliográficas.
Referências Bibliográficas.
1 – Introdução.
“O empreendedor é alguém que pula de um penhasco e constrói
um avião na descida”. Esta frase pertence à Reid Hoffman, co-fundador
do Linkedin e expressa exatamente o contexto no qual esses profissionais
atuam, o qual é repleto de riscos, desafios e pressão. Contudo, se
o empreendedor consegue fazer seu avião decolar, ele tem grandes
chances de alçar voos memoráveis.
É esta expectativa de altos voos que tem movido cada vez mais
pessoas ao desafio do empreendedorismo, especialmente considerando
o cenário de crise econômica que movimenta o empreendedorismo por
necessidade, causado por falta de opção de trabalho e renda.
A despeito desse cenário, dados do Global Entrepreneurship
Monitor Report de 2016 revelam que o empreendedorismo por
oportunidade ganhou destaque ficando na casa 57,4% em 2016, contra
56,5%, em 2015, mostrando que mais pessoas acreditam nessa atividade
como uma chance de crescimento (1).
Estes dados mostram que a maior parte dos brasileiros aceita
o empreendedorismo como opção de vida, mas eles não revelam
que grande parte da população não tem potencial para se tornar
empreendedora. E o que é mais agravante, o potencial empreendedor
do Brasil é um dos piores da América Latina.
Isto ocorre em virtude dos incontáveis obstáculos pelos quais os
empreendedores brasileiros têm que passar e que dificultam ainda mais
a decolagem do avião.
No caso específico do Brasil, além dos encargos tributários e da
burocracia que atravanca o processo, existe um custo elevadíssimo em termos
de serviços básicos como água, luz e internet. Soma-se a isso, a crença
equivocada no rápido retorno do investimento que cai por terra em pouco
tempo e faz com que muitos novos empreendedores desistam de seus negócios.
116
CAPÍTULO 5 117
Porquê
Como
O quê
a. Atuação Global
O mundo muda de forma rápida e intensa, especialmente
considerando os ditames da globalização. Ao mesmo tempo em que
se tiram proveitos dos avanços tecnológicos e da sinergia com outras
culturas, a conexão dos mercados pode ser devastadora no momento
de crise generalizada. Outro risco oriundo da globalização é a intensa
competitividade com mercados internacionais que pode ameaçar o seu
negócio. A pergunta é: como você está aproveitando o lado bom da
globalização para impulsionar seu negócio e como tem evitado ou se
prevenido contra seus riscos? No setor de saúde, é possível encontrar
oportunidades de atuação global ou trazer para o nacional aquilo que
funciona lá fora? Sua visão como empreendedor consegue ir além do
óbvio? Você se preparou para ultrapassar fronteiras e também para se
defender do risco de competição com empresas internacionais?
c. Criatividade e Inovação;
Talvez este seja o item que merece maior atenção e destaque, pois
é a partir da inovação que a empresa vai sobreviver diante da evolução
do mercado. A inércia corrói e mata, enquanto a mudança, mesmo que
com riscos calculados, gera inúmeras possibilidades de crescimento. A
dinâmica do mercado pede, ou melhor, exige inovação. Diante do quadro
de transformação acelerada em que vivemos, cada dia mostra uma
novidade diferente e as empresas precisam vencê-las, se adaptar a elas
ou render-se. Inovação é o fator que define a sobrevivência da empresa.
A velocidade com que se movem os seus concorrentes mais diretos deve
ser respondida com capacidade criativa, a qual vai gerar ideias para
alavancar a competitividade e produzir resultados. No setor de saúde,
o empreendedor deverá unir sua capacidade criativa para oferecer mais
do que esperado e transformar o produto em uma experiência para o
paciente, cliente ou consumidor. Ainda é válido ressaltar que em termos
de inovação para empreendedores já estabelecidos, cabe investir em
intra-empreendedorismo, empreender no seu empreendimento.
d. Aprendizagem;
Evolução contínua para acompanhar a velocidade com que as coisas
mudam. Este é o papel do aprendizado na vida do empreendedor. Além
disso, a aprendizagem caminha de mãos dadas com a inovação. A gestão
estratégica nas corporações vê na aprendizagem um diferencial na busca
por vantagem competitiva. Ficar estagnado e refém de informações
ultrapassadas são assinar a carta de falência. No que concerne ao
tema, Senge (2009) apresenta a organização-aprendiz que se pauta
em cinco disciplinas: raciocínio sistêmico, domínio de si (domínio
pessoal), consciência dos modelos mentais, definição de um objetivo
comum e aprendizado em grupo (7). É preciso estimular o aprendizado
dos colaboradores e nivelar a instituição por cima tanto em termos de
inteligência intelectual quanto em termos de inteligência emocional.
122 Terapia Ocupacional • Volume 1
f. Ênfase em alianças;
Aqui vale a máxima de um autor desconhecido que expressa
a importância da cooperação: “Se quiser ir rápido vá sozinho, mas
se quiser ir longe vá acompanhado”. Napoleon Hill chamaria estas
alianças estratégicas direcionadas a um propósito definido de Master
Mind. Estas alianças valem tanto para relações entre empreendedores,
entre empreendedor e colaborador e também entre organizações.
Criar conexões é uma maneira inteligente de fortalecer o negócio,
pois parcerias frutíferas sustentam os aliados em momentos de crise e
proporcionam crescimento conjunto.
g. Sustentabilidade;
A relação do homem com seu ambiente e a forma como ele lida
com os recursos naturais disponíveis tornou-se um elemento diferencial
dentro da gestão estratégica. Exige-se que as organizações coloquem
este componente em seu cálculo estratégico, pois é de sua inteira
responsabilidade o impacto que a mesma vai gerar no ambiente.
Ignorar esse contexto é uma sentença de morte diante da demanda da
sociedade civil, da mídia e da própria consciência. Michael Porter afirma
que a Responsabilidade Socioambiental Empresarial está abrindo espaço
para a Criação de Valor Compartilhado e sendo utilizada para gerar uma
imagem positiva sobre a empresa. A Gestão Estratégica visa inserir o
valor essencial da sustentabilidade no cotidiano da organização (8).
h. Alinhamento estratégico.
Toda e qualquer organização que se proponha ao desafio de realizar
uma gestão estratégica com eficácia deve estar atenta ao que podemos
chamar de conexão entre os pontos. É preciso promover a interação, a
sinergia, o desenrolar de todo o processo de forma harmônica. Os mais
CAPÍTULO 5 123
4 – Marketing em saúde.
Por fim, mas não menos importante, o terceiro pilar do
empreendedor de sucesso é o marketing efetivo.
Já vimos que existem alguns elementos essenciais tais como a
definição de um por que forte o suficiente para manter a disposição
empreendedora em situações de adversidade e também a capacidade de
gestão estratégica, a qual engloba um rol de ações e demanda expertise
em negócios por parte do empreendedor.
Nosso objetivo agora é expor o último dos três pilares mencionados na
introdução deste texto, sem o qual a jornada empreendedora pode se tornar
uma experiência traumática. Vamos explorar a importância do marketing.
Philip Kotler, referência internacional quando se diz respeito a
marketing, define o mesmo como:
5 – Considerações Finais.
O objetivo fundamental deste texto é esclarecer para os
profissionais da saúde que apenas o conhecimento técnico adquirido na
graduação e na atuação clínica não é suficiente para gerar resultados
efetivos para um empreender ou mesmo para que se decida empreender.
Para tanto, é preciso ir além e adquirir conhecimento que perpassa
a sala de aula, de modo que a atuação empreendedora não seja apenas
uma aventura e possa ser encarada como uma atividade profissional que
gere lucro e melhore a vida das pessoas.
O mito do sucesso sem esforço é construído de maneira muito
consistente no setor de negócios. Recentemente, com a geração
de jovens que ganha fortunas criando aplicativos faz parecer que o
CAPÍTULO 5 125
Referências Bibliográficas.
1 - Introdução.
Empreender não é um mar de rosas, mas é embarcar numa
aventura cheia de altos e baixos
Como mencionado no subtítulo do texto, ter um negócio próprio
é cheio de altos e baixos… muitos vêem os cases de sucesso de Abílio
Diniz, Robinson Shiba da franquia China in Box, Alexandre Costa da
Cacau Show, Heloisa Assis, mais conhecida como Zica do Beleza Natural
e tantos outros como pessoas de sucesso, mas ninguém sabe o que eles
passaram para chegarem onde estão.
O próprio Abílio Diniz passou por uma crise feia na década de 1990,
tendo que fechar centenas de unidades de supermercados da rede Pão
de Açúcar (1), Robinson Shiba teve que fazer vários testes até chegar à
idéia que hoje é a China in Box (2), a Zica quase perde todos os cabelos
testando as fórmulas para ter cabelos cacheados perfeitos e demorou
quase 20 anos para que ela chegasse à fórmula certa!
Ou seja, todos eles passaram por muitas dificuldades até
conseguirem emplacar no seu negócio, mas conseguiram chegar onde
estão porque acreditavam em um sonho e correram atrás por isso.
Tiveram muitas noites mal dormidas, fins de semana plenos de trabalho
e sacrifícios e tenho certeza que nenhum deles reclamou por ter passado
por isso, sabe por quê? Por que eles acreditavam no negócio deles e
estavam dispostos a se sacrificar para fazer acontecer.
Então, empreender não é esse glamour que a gente vê na TV e nos
jornais! Tem muito trabalho e muito sacrifício, se você não está disposto
a fazer tudo isso, é porque você ainda não acredita no seu negócio. Posso
dizer que venho passando tudo isso no negócio da família, assim como na
128
ANEXO 1 129
Nicho de mercado
Uma vez que você determinou o seu nicho, pense na dor do seu
cliente e foque a sua estratégia de marketing nisso. E, claro, traga uma
solução para esta dor no seu marketing. Por exemplo, nós do ApplicaTO
temos como nicho pessoas com doença de Alzheimer e profissionais que
atendem esta população. A dor que atendemos é o déficit cognitivo
progressivo que estas pessoas sofrem e a falta de recursos para atender
os mesmos. Assim, a nossa solução foi trazer um aplicativo como recurso
terapêutico que reduzisse esta progressão e mantivesse a autonomia da
pessoa com Alzheimer por mais tempo. O nosso marketing está nesse foco.
Além disso, conheça bem o mercado que você atua. Assim, você
atrai um público qualificado e que tem interesse no que você trabalha,
pois você estará tratando algo que interessa e soluciona um problema
deles, fazendo com que você seja referência no assunto (4).
Faça este exercício, estabeleça um nicho, pense na dor do seu
cliente e na solução que você está trazendo para ele. A partir disso,
podemos passar para um próximo passo.
Persona X Público-alvo
Atualmente no marketing, não falamos mais somente em público-
alvo, mas falamos em Personas.
Mas qual a diferença?
O Público-Alvo é algo mais generalizado como:
Idosos entre 65 a 90 anos, com déficit cognitivo, de classe média,
habitantes de cidades grandes, com pouca autonomia na realização das
suas Atividades de Vida Diária (AVD) e que necessitam ser estimulados
com jogos para manter a sua funcionalidade (5)
Já a persona, você pensa exatamente quem é o seu cliente,
pensando nos seus problemas, anseios, gostos…(5) como esse:
Seu José, 77 anos, diagnosticado com Alzheimer há 5 anos, vem
apresentando perda de memória ao longo destes anos, apresentando
dificuldade em lembrar os nomes de seus netos e de pessoas que moram
com ele, trazendo um sentimento de angústia e tristeza. Seu José gosta de
assistir TV e gostaria de aprender a mexer no tablet que ganhou de seu filho.
A criação da persona te ajudará pensar melhor o que o seu cliente
quer e como chegar até ele. Aí entramos em outro assunto que vou
pincelar rapidamente que se chama inbound marketing.
132 Terapia Ocupacional • Volume 1
Inbound Marketing
É o marketing de conteúdo para atrair leads. Leads são os
potenciais clientes que vocês terão a partir do momento que vocês os
atraírem a partir de algo que vocês estão oferecendo (4).
Vocês nunca entraram em sites ou blogs de instituições e se
sentiram atraídos com o conteúdo oferecido? Geralmente estes sites
não oferecem e-books gratuitos para você baixar? Mas em troca, você
precisa deixar o seu email para receber o tal do e-book? Daí, quando
você vê, toda semana você está recebendo conteúdo deste site no seu
email, e você abre o email que eles te mandam por quê? porque você é
um lead daquele site.
Deu para entender como a coisa funciona? Ela funciona como uma
espécie de funil, onde você atrai um monte de gente através de um
conteúdo, daí você capta esta pessoa e a mantém através do email
marketing e a torna o seu cliente quando você oferece a solução para o
problema que ela precisa e ela compra a sua solução.
Um ótimo exemplo é o que o site www.reab.me faz. Ela traz muito
conteúdo (de excelente qualidade, diga-se de passagem) e dentro do
site ela tem os produtos que ela vende. Quem de vocês não se sentiu
ainda mais atraído pelos produtos dela depois de ter acesso a todo o
conteúdo que ela forneceu?
Daí você me pergunta: “mas eu não tenho um portal como o
dela para fazer conteúdo”. Não, não tem, mas você tem instagram,
facebook, tweeter...enfim, uma série de redes sociais que podem te
ajudar a divulgar este conteúdo e gerar os seus leads!
Redes sociais
Hoje temos a vantagem de termos as redes sociais como poderosas
ferramentas de divulgação e marketing que não custam praticamente
nada! Então usem a seu favor! Façam postagens de conteúdos que
atraiam os clientes de vocês e mostrem a solução que vocês têm para os
problemas deles.
Ofereçam coisas gratuitas para que eles possam conhecer melhor o
seu trabalho, pode ser um e-book, um webinar pelo hangout, uma lista
de transmissão pelo WhatsApp dando dicas sobre determinado assunto,
enfim, o importante é usar as redes sociais para divulgar o seu trabalho
e também se relacionar com os seus clientes (4).
ANEXO 1 133
Participação de eventos
É fundamental a participação de eventos para divulgar o seu trabalho
e não precisa ser necessariamente em eventos de TO, mas de eventos
que tenham algo a ver com o seu negócio. Você pode até não vender no
momento, mas você será visto, e conhecerá pessoas que podem te indicar
para outros clientes. Por isso, tenha sempre o seu cartão de visitas em mãos!
www.sebrae.com.br
Tinha que ser o primeiro site. O SEBRAE é a instituição de
referência para o micro empreendedor, fornece consultorias e cursos
para quem tem interesse em abrir um negócio. No portal é possível fazer
os cursos online e também é possível saber da agenda de cursos de cada
unidade do SEBRAE de cada estado. Além disso, é possível fazer um
diagnóstico da sua empresa, além de outros serviços.
https://endeavor.org.br
Este é um dos sites que mais gosto. Lá você encontra excelentes
cursos online, e o melhor, tudo gratuito! Além disso, você pode ver
vários vídeos de cases de sucesso, além de e-books e vários artigos
interessantes. Uma boa dica é se inscrever nas newsletters deles, pois
toda semana eles te mandam conteúdo muito bom!
www.inovativabrasil.com.br
Se você tem uma startup e acredita que ela seja um negócio de
impacto, então este é o site que você deve acessar! O inovativa possui um
programa de aceleração de negócios muito bom, auxiliando na captação
de recursos, além de mentorias com os maiores experts em startups. Lá,
também é possível ter acesso a cursos online, blog, mentorias e muito mais.
www.escoladevoce.com.br
O nome da página pode soar estranho, mas é uma plataforma
de cursos online de empoderamento feminino através de cursos que
auxiliam no autoconhecimento, além de cursos sobre empreendedorismo
e o desenvolvimento de uma rede de contatos femininos importantes
para o desenvolvimento de uma carreira profissional de sucesso.
Além disso, em cada estado acontecem reuniões presenciais com as
embaixadoras locais. Uma ótima oportunidade de se fazer networking!
www.innoscience.com.br
Este site é para quem quer inovar! Se o seu negócio é inovador,
você precisa acessar esta página. Esta é uma empresa de consultoria
para auxiliar empresas no seu processo de inovação, mas também possui
vários conteúdos interessantes, entre e-books, vídeos, webinars, e
cursos presenciais, possui também diversas ferramentas.
136 Terapia Ocupacional • Volume 1
https://meusucesso.com
Apesar de ser um site com muito conteúdo pago, tem uma parte
com conteúdos gratuitos de qualidade. Além da possibilidade de se
inscrever na newsletter deles que também oferece conteúdo muito bom.
Lá você encontra conteúdos sobre marketing, finanças, gestão e vários
outros assuntos importantes para quem quer empreender.
http://puzzlelab.com.br
É uma empresa especializada no desenvolvimento de startups com
alguns pacotes para a criação de aplicativos. No blog da empresa é
possível acessar vários conteúdos para montar sua startup que vão desde
informações sobre finanças até o marketing.
www.webpt.com
O webpt é uma página voltada para ajudar fisioterapeutas a abrir
o seu próprio negócio, mas muito das dicas fornecidas no site, servem
para TOs também. É um site em inglês, e que no meio do seu conteúdo
também você encontra temas específicos. Vale à pena dar uma olhada.
https://otpotential.com
Já o otpotential é um site específico para o TO que quer abrir uma
clínica ou aprimorar o seu serviço. Também é um site em inglês, mas com
um conteúdo muito rico com podcasts, cases de sucesso e muito mais.
Além disso, para quem quer entender melhor como funciona o sistema de
saúde nos Estados Unidos, também é uma boa fonte de informação.
Referências Bibliográficas.
1 - Introdução.
O modelo de assistência em saúde vem se transformando ao longo
dos anos. Com a implantação do SUS, em 1990, foi elaborado princípios
de atendimento ao paciente que visassem garantir a universalidade,
a integralidade e a equidade. Ao surgir o Programa Saúde da Família,
em 1994, foi dado mais um passo na garantia do atendimento integral,
direcionando melhor atenção aos cuidados ao usuário, dando escuta
aos seus anseios e necessidades, incorporando ações nos campos de
prevenção, de promoção, além da própria assistência à saúde. Desta
forma, procurava-se superar o modelo hospitalocêntrico, de assistência,
voltado para a consulta especializada de caráter curativo.
A introdução da Estratégia Saúde da Família (ESF) reorienta o
modelo assistencial nas Unidades Básicas de Saúde (UBS). Essa política
propicia a entrada do sistema de saúde na vida das pessoas e seus
processos de adoecimento, bem como facilita o reconhecimento dos
problemas de saúde existentes em uma coletividade e na própria
comunidade. Além disso, favorece a formação de vínculos entre
profissionais de saúde e população assistida e cria novas possibilidades
de ações na promoção e manutenção da saúde da população.
Novos rumos na saúde vão se delineando, e, portanto, novos
desafios vão surgindo. Os passos que foram dados ajudam a implantar um
modelo assistencial mais abrangente no enfrentamento do ciclo saúde-
doença-saúde. A busca de parcerias amplia o escopo de intervenções.
Mas há ainda muita estrada a se percorrer. Muitas variáveis entram nesse
processo e precisam ser mais bem compreendidas para a consolidação
das práticas de atenção do SUS.
No cotidiano de atendimento à população, muitos caminhos são
percorridos. Em casos complexos e de alta vulnerabilidade, faz-se
necessário a busca de subsídios em outras áreas de saber, de diversos
profissionais, de outros serviços da área de saúde e até mesmo de
outros setores públicos. A realidade destes pacientes suscita demandas
recorrentes à UBS. As solicitações são frequentes, requerendo a ampliação
dos cuidados acionando outros saberes e diferentes áreas de atuação,
propiciados pela articulação entre os serviços, em uma rede ampliada.
A composição deste modelo de assistência não está dada de
antemão, é algo a ser construído na medida da necessidade. A
configuração de uma rede de cuidados é permeada de ires-e-vires; requer
muitos momentos de discussão e reflexão; pode gerar controvérsias a
ANEXO 2 141
2 - Característica do território.
A UBS Jardim Paulistano pertence à região da Brasilândia, localizada
a noroeste do município de São Paulo. Atende a uma população de mais de
6.400 famílias, perfazendo cerca de 24.000 habitantes. É uma das regiões
mais carentes da cidade, com um dos maiores índices de vulnerabilidade
social (grupo 6), baixa condição socioeconômica, população bem jovem
(cerca de 1/3 entre 0 a 19 anos; 1/3 entre 20 a 39 anos). As famílias são
constituídas por chefe de família jovem, baixa renda, pouca escolaridade,
expressiva quantidade de crianças pequenas, significativo número de
gestantes adolescentes, insuficiente apoio familiar. Tudo isso, somado à
maior exposição à violência urbana, à dificuldade no aprendizado, à evasão
escolar, esta população encontra-se em risco não só sob o ponto de vista
da dificuldade de sair da zona da pobreza, mas também traz complicações
aos cuidados e à manutenção do estado de saúde. Cuidar desta população
requer uma disposição pessoal / profissional e certa determinação política
para ir além da assistência puramente de clínicas específicas.
3 - Discussão.
Este texto surgiu como uma reflexão sobre casos atendidos pelas
equipes de saúde da família da UBS Jardim Paulistano e equipe NASF
Silmarya, que prestam apoio as UBS – Silmarya, Jardim Paulistano e
Nova Esperança. No ano de 2014, foram realizadas oficinas de produção
de escrita na UBS Jardim Paulistano, por meio do Pró-saúde¹, convênio
firmado entre a Pontífice Universidade Católica (PUC) em parceria com a
STS da Fó-Brasilândia, da Coordenadoria de Saúde Norte e da Secretaria
Municipal de Saúde de São Paulo. Estas oficinas foram orientadas por dois
pós-graduandos² da PUC contratados como tutores pelo Pró-Saúde com a
finalidade de contribuírem com ferramentas facilitadoras para a produção
de textos que expressassem o conhecimento gerado da pratica cotidiana
4 - Comentários.
Como cuidar da saúde da pessoa quando a realidade na qual ela
está inserida é envolta em outras dimensões sociais que interferem
diretamente em seus processos de adoecimento? Como atuar em
saúde coletiva num território de alta vulnerabilidade e violência?
Motivados pela complexidade de cada caso que chegam à UBS, os
profissionais da área de saúde são mobilizados a ir para além de suas
formações e atuações individualizadas. A necessidade é realmente a
mãe da criatividade! Ficou no tempo o assistencialismo mediado por
uma mesa, dentro da sala dos consultórios de uma unidade de saúde.
Atualmente, nossos batalhadores da saúde vão à luta, saíram de dentro
de seus espaços de cuidados e fluíram para o território. O protótipo da
abordagem tradicional de cuidados à saúde, mediado pela especificidade
numa relação um-a-um, ganhou novas dimensões no espaço-tempo.
Nos moldes de ambiente hospitalar ou sala de consulta, contávamos
com saberes específicos, pontuados na figura de profissionais únicos,
médico, psicólogo, enfermeiro, fonoaudiólogo, fisioterapeuta e
terapeuta ocupacional. Com a introdução do Programa Saúde da Família
surge a figura primordial do Agente Comunitário de Saúde ACS. Além
de ser um membro integrante do território é conhecedor da realidade
vivida pela população, enriquecendo o nível de informações sobre a
saúde da comunidade adstrita.
A inovação da estratégia visava sair do espaço reservado dos
serviços de saúde e ir até o paciente, adentrando sua existencialidade.
Para tanto, se faz necessário ampliar os “olhares”. Não é mais possível
permanecer na fragmentação dos saberes. Mais do que isso, não se pode
mais separar o sujeito-de-seu-adoecer!
Ao se deparar com a singularidade do sujeito-doente, ao ouvir seus
relatos de como vivencia o momento de seu adoecer, o próprio processo de
adoecimento dentro de sua história de vida, novos horizontes se desvelam.
O trabalho realizado isoladamente pautado em diferentes áreas do saber, a
clínica baseada na doença, o paradigma de “queixa-conduta”, a lógica do
recorte gerando a prática de encaminhamento para diversos profissionais,
não abarca todo o complicado restabelecimento do ser saudável.
A complexidade humana está reservada por detrás das portas.
146 Terapia Ocupacional • Volume 1
5 - Considerações finais.
O modelo de sistema de saúde técnico-assistencial, centralizado
e hierarquizado por níveis de complexidade, não corresponde mais
a realidade vivida pelos profissionais de saúde da atenção básica. A
demanda dos problemas apresentados pela população pede por uma
gestão de cuidados com uma maior coordenação das ações. Parece
importante buscar mais recursos físicos, tecnológicos e humanos que
possam contemplar as questões de vulnerabilidade e complexidade
dos processos de adoecimento? ou vida que adoecem? É importante
incrementar a “conversa” entre as instituições e os diferentes serviços
de saúde. A parceria com outros serviços públicos, a consolidação da
intersetorialidade, pode beneficiar o projeto de cuidados do paciente.
Tudo isso está sendo construído, ao mesmo tempo em que trilhado, pelos
protagonistas da atenção em saúde.
148 Terapia Ocupacional • Volume 1
Apresentação
Essa Cartilha foi idealizada e construída com o propósito de
selecionar quais as leis, resoluções e programas do Ministério da Saúde
e do Ministério da Assistência Social que contemplam a inserção dos
profissionais nos serviços públicos.
A Cartilha foi finalizada em 2017 pela Câmara Técnica Sócio
Sanitária (CTSS) do Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia
Ocupacional de Terceira Região - Crefito 3.
Nessa Cartilha, os profissionais já vinculados ao serviço público,
poderão se apropriar do regimento dos programas e verificar as
atribuições do Terapeuta Ocupacional em cada programa implantado
em seu município. Há também a possibilidade de, com a cartilha em
mãos, Terapeutas Ocupacionais, Fisioterapeutas e a própria população,
sensibilizarem os gestores para a implantação dos programas em seu
município e ou reivindicar a melhoria dos serviços e a contratação de
profissionais para garantir mais qualidade no atendimento à população.
Cabe aqui ressaltar que o Terapeuta Ocupacional tem uma inserção
e ação muito ampla na Assistência Social e compõe juntamente com
151
152 Terapia Ocupacional • Volume 1
1 - Apresentação.
Assim como o médico estabelece o diagnóstico clínico de doenças,
distúrbios ou outras condições de saúde, determinando o código CID-10
(Classificação Internacional de Doenças – Décima revisão), O Terapeuta
Ocupacional estabelece o diagnóstico funcional e incapacidades associadas
aos estados de saúde, determinando o código CIF. Essas duas classificações
quando combinadas, podem determinar maior acertividade nas condutas e
gerar evidência para o monitoramento da saúde da população.
A CIF (assim como a CID-10) pertence à “família” das classificações
internacionais desenvolvidas pela Organização Mundial da Saúde (OMS)
para aplicação em vários aspectos da saúde. Dessa forma, fornece
um sistema para a codificação de uma ampla gama de informações,
e possibilitando uma linguagem comum padronizada, que permite
sobretudo a comunicação universal para uma atenção adequada à saúde.
Conforme a nomenclatura, temos os seguintes conceitos teóricos:
Funcionalidade é um termo que abrange todas as funções do corpo,
atividades e participação;
Incapacidade é um termo que abrange deficiências, limitação de
154
155
Primeiro Nível:
Atividades e Participação
Capítulo 1 Aprendizagem e aplicação do conhecimento
Capítulo 2 Tarefas e exigências gerais
Capítulo 3 Comunicação
Capítulo 4 Mobilidade
Capítulo 5 Auto cuidados
Capítulo 6 Vida doméstica
Capítulo 7 Interacções e relacionamentos interpessoais
Capítulo 8 Áreas principais da vida
Capítulo 9 Vida comunitária, social e cívica
Segundo Nível:
Atividades e Participação
Capítulo 5 Auto cuidados
d510 Lavar-se
d520 Cuidar de partes do corpo
d530 Cuidados relacionados com os processos de excreção
d540 Vestir-se
d550 Comer
d560 Beber
d570 Cuidar da própria saúde
d598 Auto cuidados, outros especificados
5 - Considerações Finais
Há que se considerar o volume de informações contida na CIF. Por
um lado, isso subsidia o profissional à um olhar integral ao indivíduo. Por
outro, torna o instrumento complexo e pouco prático na aplicabilidade.
Porém, com a prática na aplicação e conseqüente familiaridade a partir
dessa prática, aplicar a classificação, bem como torná-la presente no
processo terapêutico vai ficando mais fácil e rápido.
Idealizada e desenvolvida pela OMS, a CIF traz a confiabilidade
desse órgão, que também norteia as “boas práticas” do SUS. Esse
certamente é um dado que credencia a CIF como um instrumento de
referência para a Terapia Ocupacional, que inclusive, dado o exposto
acima, “conversa” com as políticas públicas de Saúde do Brasil.
E assim finalizo esse overview sobre a CIF e sua aplicação,
sugerindo o aprofundamento nos estudos sobre a seus Componentes,
Domínios e Constructos, bem como a sugestão de ter a CIF sempre a
mão para consulta (no formato que lhe for mais conveniente), completo,
como disposto para acesso no link abaixo.
Acesse a versão completa da CIF em:
http://www.inr.pt/uploads/docs/cif/CIF_port_%202004.pdf
APRESENTAÇÃO
MINI-CURRÍCULOS DOS AUTORES/COLABORADORES,
EM ACORDO COM A IDENTIFICAÇÃO NUMÉRICA EM
SOBRESCRITO.
AUTOR E ORGANIZADOR
1. Adriano Conrado Rodrigues - Terapeuta Ocupacional.
• Graduação – Pontifícia Universidade Católica de Campinas – PUCCAMP.
• Especialização em Terapia da Mão – Associação dos Terapeutas
Ocupacionais do Estado do Rio de Janeiro, 1998.
• Mestre em Ciências da Reabilitação Neuromotora – Universidade
Bandeirante de São Paulo/CAPES, 2005.
• Vice-presidente do Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia
Ocupacional da Terceira Região - Crefito 3 (Gestão 2016-2020) - Sistema
Coffito-Crefitos.
• Professor Titular da Universidade de Sorocaba – UNISO, Curso de
Terapia Ocupacional - 2003 à 2007. Disciplinas de Patologia Aplicada;
Órteses, Próteses e Adaptações; Terapia Ocupacional em Saúde Física;
Práticas Institucionais e Comunitárias; Estágio Profissional de Terapia
Ocupacional em Saúde Física.
• Preceptor da Primeira Residência Multiprofissional em Saúde da
Família, Casa de Saúde Santa Marcelina / Universidade Santa Marcelina -
Categoria Terapia Ocupacional - 2004.
• Coordenador do curso de pós graduação lato sensu “Reabilitação
Funcional do Membro Superior – Especialização em Terapia da Mão” –
Universidade de Sorocaba / Conjunto Hospitalar de Sorocaba (2006, 2007).
• Terapeuta Ocupacional (Concursado Público Estadual Efetivo) do
Instituto de Medicina Física e Reabilitação – IMREA – HC – FMUSP (2008).
• Autor de artigos em revistas científicas relacionadas a Neurociências e
Reabilitação.
• Consultor de Gestão em Saúde; Home Care; Empresário - 2008/dias atuais.
• Sócio-Fundador da Associação Brasileira de Terapia Ocupacional Neuro-
Traumato-Ortopédica (Abratoneto).
163
164 Terapia Ocupacional • Volume 1
AUTORES COLABORADORES
2. Ana Maria D. O. Belleza – Fonoaudióloga.
• Especialização em Motricidade Oral – Disfagia. (Centro de
Especialização de Fonoaudiologia Clínica – CEFAC).
• Aprimoramento e Especialização em Cuidados Paliativos (Pinus
Longæva Saúde e Educação).
• Pós-graduanda em Saúde do Idoso (SES - SP - Telemedicina USP/HC).
• Ex-Fonaudióloga do Programa Médico da Família – Serviço de
Atendimento ao Acamado – Prefeitura Municipal de Sorocaba – SP.
• Fonaudióloga na Prefeitura Municipal de Araçoiaba da Serra– SP.
• Fonoaudióloga na Clínica de Fonoaudiologia de Sorocaba.
• Membro integrante do Conselho do Idoso de Araçoiaba da Serra.
• Membro integrante da ABRAZ - Associação Brasileira de Alzheimer.
• Articuladora do NEPH (Núcleo de Educação Permanente) de Araçoiaba
da Serra – SP.