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CURSO: PSICOLOGIA

Relatório Parcial de Estágio Supervisionado I - Ênfase


Social

Maria Cecília Amorim Cavalcanti dos Santos


01191846

Recife, dezembro de 2023.


CURSO: PSICOLOGIA

Relatório Parcial de Estágio Supervisionado I- Ênfase


Social

Texto apresentado pela aluna Maria


Cecília Amorim Cavalcanti dos Santos
à professora Ms. Ludmila Martins de
Sousa como requisito parcial para
obtenção de créditos referentes à
disciplina de Estágio Supervisionado I
do curso de Psicologia da Faculdade
Maurício de Nassau.
Recife, dezembro de 2023.

DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

Aluna: Maria Cecília Amorim Cavalcanti dos Santos


Matrícula: 01191846
Endereço: Rua Dona Magina Pontual, 260. Apt. 403. Boa viagem, Recife – PE. CEP:
51021-510
Telefone: (81) 99213-7817

Local de Estágio
- Nome da instituição: Universidade Maurício de Nassau
- Endereço: Rua Jonatas de Vasconcelos, 316. Boa Viagem, Recife – PE. CEP:
51021-140
- Telefone: (81) 3413-4611

Supervisor
- Nome: Ludmila Martins de Sousa
- CRP: 02/12774

Período de Estágio
- Data de início e término: Agosto e Dezembro de 2023.
- Carga horária parcial (Relatório de Estagio 1 – 100h)
- Carga horária semanal: sexta-feira das 15:00 às 18:00 – 3h/semanais.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO............................................................................................. 6
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA...................................................................7
3. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS..............................................................11
3.1. VISITA TÉCNICA SOBRE A ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO NA ÁREA SOCIAL
NA AASC....................................................................................................................11
3.2. VISITA TÉCNICA SOBRE ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO NA ÁREA SOCIAL
NO HOSPITAL DA RESTAURAÇÃO GOVERNADOR PAULO GUERRA.........16
4. CONCLUSÃO.............................................................................................20
4.1. AVALIAÇÃO DO ESTÁGIO..........................................................................20
4.2. AUTOAVALIAÇÃO........................................................................................21
REFERÊNCIAS.................................................................................................22
APÊNDICES..................................................................................................... 23
TEXTO UM.................................................................................................................23
TEXTO DOIS..............................................................................................................24
TEXTO TRÊS.............................................................................................................26
TEXTO QUATRO......................................................................................................28
TEXTO CINCO...........................................................................................................29
ANEXO I............................................................................................................30
ANEXO II...........................................................................................................31
RESUMO

O presente trabalho trata da experiência vivenciada na disciplina de Estágio


Supervisionado, onde foi possível obter conhecimentos acerca da psicologia social.
Após uma pesquisa teórica e o trabalho de artigos sobre o papel do psicólogo além
da clínica psicológica, foi possível observamos tais aprendizados na prática através
de visitas técnicas a uma ONG de atendimento psicológico comunitário e a um
hospital da rede pública da cidade do Recife.

Palavras-chave: psicologia social; políticas públicas; formação do psicólogo.


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1. INTRODUÇÃO

Na disciplina de Estágio Supervisionado I, cursado no 8º período do


curso de psicologia da Uninassau no segundo semestre de 2023, tivemos a
oportunidade de vivenciar uma prática na área social e clínica. Inicialmente,
havia um sentimento de satisfação pela oportunidade de obtenção deste
conhecimento tanto nos atendimentos clínicos como no social. Mas o que é a
psicologia social? Os conceitos são muitos: tudo aquilo que não é clínica, é
social; a junção de psicologia e políticas de saúde pública; o atendimento a
pessoas carentes e de baixa renda, entre outros. Sendo assim, havia um
elemento de entusiasmo em ampliar as noções de psicologia para além da
clínica, que acaba por ser o foco em boa parte da formação universitária.
Por conta deste foco clínico, é natural surgirem dúvidas a respeito do
nosso papel como psicólogos no âmbito social. É possível perceber um senso
comum da psicologia social como uma área voltada à atenção básica em
saúde mental para as camadas mais desprivilegiadas da sociedade, de forma
antagônica à psicologia clínica, tradicionalmente voltada às camadas mais
abastadas. Historicamente, a psicologia tal como a conhecemos hoje surge não
como algo acessível a todos, mas direcionada às pessoas com condições
financeiras que permitem este “privilégio”. Até hoje, ainda há um estigma de
dificuldade de acesso, além de outro estigma comum: o de que psicologia é
apenas para “doentes mentais”.
Tais concepções vão sendo desconstruídas, mas é evidente que há um
longo caminho ainda a ser percorrido pelos profissionais e pela sociedade
como um todo.
Para Scarparo e Guareschi (2007), é importante “pensar psicologia na
dimensão da universalidade, da equidade, da integralidade e da participação
da comunidade no planejamento, na gestão e na avaliação das ações no
campo da saúde e, mais recentemente, da assistência.” (2007, p. 102)
Desta forma, o presente trabalho tem como propósito apresentar um
breve histórico da psicologia social, o plano de atividades desenvolvidas na
disciplina, além de buscar uma compreensão mais aprofundada nas
intervenções e áreas de atuação fora do consultório tradicional e no âmbito
social da psicologia.
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2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Definir psicologia social não é uma tarefa fácil. Partindo do princípio da


diferenciação da psicologia clínica tradicional, é possível compreender o âmbito
social como tudo aquilo que foge do conceito de clínica. Porém, a
compreensão de psicologia social vai muito além.
De acordo com Bock (2008), uma profissão não é algo final, mas sim
algo que é construído em um tempo histórico de acordo com a necessidade da
sociedade. A psicologia nasceu da elite e atendeu às demandas da elite para
poder alcançar o status de profissão. O Brasil foi o primeiro país à
regulamentar a profissão e formação em psicologia, atendendo aos anseios da
aristocracia, com sua ciência e tecnologia dos testes psicológicos que
selecionava e classificava pessoas. Muito longe do compromisso social que é
buscado nos dias de hoje.(Bock, 2008)
Com o crescimento e desenvolvimento da profissão, que foi sendo
construída pelos próprios psicólogos, é possível inferir que

a psicologia, que até então se colocava de costas para a realidade


social, acreditando possível explicar o humano sem considerar sua
realidade econômica, cultural e social, se voltou para a sociedade. O
surgimento da Psicologia Comunitária e a inserção e desenvolvimento
da prática dos psicólogos na saúde pública podem ser considerados
aspectos importantes do projeto de compromisso que iria surgir.
(Bock, 2008, p.2)

A psicologia comunitária, como chamada pela autora, se caracteriza


como uma ruptura com aquela psicologia voltada à classe dominante e o início
de uma visão ampliada da profissão, que assume um compromisso com a
sociedade. Os olhares se voltam à saúde pública e aos direitos humanos,
buscando inserir-se no corpo social de uma nova maneira. Esta nova psicologia
deveria ser não apenas acessível a toda a sociedade, mas também atender
aos seus interesses, desvencilhando-se do antigo conceito tradicional de
classificação e categorização com o qual a psicologia foi inserida no país.
(Bock, 2008)
Neste ponto, é importante discorrer sobre a necessidade de entender o
homem como um ser social e que seus desafios e dificuldades não podem ser
isolados das suas relações sociais. Não é possível distanciar-se dessas
influências, como se acreditava ser possível inicialmente, naturalizando e
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universalizando o homem. É preciso compreender que “o ser humano precisa


ser pensado a partir de outra perspectiva que tenha a historicidade como uma
de suas principais características.” (Bock, 2008, p.4).
Os seres humanos são seres sociais e a eles são conferidos direitos
básicos e inalienáveis assegurados pela legislação. Para que tais direitos
legais sejam garantidos e colocados em prática, o estado utiliza-se de políticas
públicas, que são ações e programas desenvolvidos para tal fim. Configurando-
se as políticas públicas como importantes espaços para garantia dos direitos
humanos, entende-se que o profissional de psicologia possui um forte papel de
contribuição neste processo. (Gesser, 2013)
De acordo com Gesser (2013), a psicologia precisa considerar a
subjetividade como uma premissa fundamental na garantia dos direitos
humanos, afinal somos criadores da nossa realidade ao mesmo tempo em que
somos seres inseridos em um contexto sócio-histórico e nossas relações fazem
parte da construção de nossa subjetividade. Portanto, é desafio da psicologia
“superar tanto modelos que reduzem a subjetividade a algo interno, inerente ao
sujeito, quanto aqueles que estabelecem concepções mecânicas entre fatos
psicológicos e fatos exteriores.” (Gesser, 2013. p. 72)
Ainda segundo a mesma autora, é preciso que a psicologia construa
métodos de atuação neste âmbito de políticas públicas que

tenham como norte o conhecimento dos autores sociais, o


questionamento dos dispositivos normalizantes, o acolhimento da
diversidade de modos de ser, a potencialização dos sujeitos e a
inclusão das diferentes coletividades no controle social dessas
políticas. (Gesser, 2013, p. 75)

De acordo com Gama e Koda, a 1ª Conferência Internacional sobre


Atenção Primária em Saúde, realizada em 1978, tinha o objetivo de “implantar
um programa nacional de serviços básicos de saúde que funcionaria como
porta de entrada de um sistema unificado e hierarquizado de saúde” (2008, p.
420). Diversas ações foram tomadas e, dez anos depois, com a promulgação
da nova Constituição brasileira, o SUS (Sistema Único de Saúde) foi
implantado. A partir daí, abrem-se oportunidades para que profissões de saúde
se insiram na saúde pública, com diversos programas sendo desenvolvidos.
Tais programas vêm configurando, nas últimas décadas, um campo de
trabalho para o profissional de psicologia.
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Essa abertura acaba por desencadear um afastamento da figura curativa


do médico e um fortalecimento de ações preventivas e equipes
multidisciplinares atuando em Unidades Básicas de Saúde (UBS) e em
ambulatórios de saúde mental. Porém, há uma dificuldade de compreensão do
papel de cada profissional dentro deste novo sistema, principalmente pela
formação em psicologia estar pautada primordialmente em atendimentos
clínicos privados.
Esta nova realidade apresenta demandas diferentes daquelas para os
quais o profissional se preparou em sua formação e que são muito mais ligadas
às condições econômicas e sociais da nova clientela. As políticas públicas em
saúde mental vão se delineando aos poucos

com a criação dos chamados equipamentos substitutivos, formados


pelos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), as residências
terapêuticas, os centros de convivência, as oficinas abrigadas de
trabalho e as enfermarias psiquiátricas em hospital geral. Abre-se ao
psicólogo um novo campo de trabalho, que coloca novamente o
desafio de transformação de sua própria prática. (Gama e Koda,
2008, p. 421)

Dentro desse contexto, surge o Programa Saúde da Família (PSF) que


busca a promoção de saúde e prevenção de doenças, além de fortalecer a
relação da população com as equipes de saúde. Tais equipes são
multidisciplinares e compostas por médicos generalistas, enfermeiros,
auxiliares de enfermagem e agentes comunitários, além de outros profissionais
que podem ser incorporados à equipe, como os psicólogos.
Dessa forma, de acordo com Santolaya Ochando (1998) é primordial
que os profissionais da psicologia tenham expressivo compromisso com
valores de igualdade entre os povos, de diferentes classes sociais, além do
sentimento de empatia e solidariedade. Assim como é indispensável o respeito
aos profissionais parceiros das equipes inter e multidisciplinares.
É importante, neste ponto, a reflexão acerca das diferentes realidades
sociais observadas em nosso país. Alguns locais possuem populações vivendo
em situações extremamente precárias e que acabam por ser um desafio para
profissionais de saúde mental, que atuam em frentes muito diferentes daquelas
para os quais se prepararam para atuar. Pessoas que muitas vezes não têm o
que comer e até mesmo lhes falta um local de moradia, dificilmente exigirão do
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profissional um atendimento que fuja do objetivo de ter suas necessidades


básicas atendidas. No entanto, é possível trabalhar de forma a alcançar um
acolhimento psicológico e possibilidades de ação que estejam a seu alcance.
(Gama e Koda, 2008)
Diferente do atendimento clínico tradicional privado, que na maioria das
vezes é individualizado e com uma aproximação estritamente definida através
de contrato, em situações de atendimento dentro dos programas sociais há um
acercamento entre paciente e profissional, que muitas vezes chega a fazer,
inclusive, visitas domiciliares.
No Brasil, há um número expressivo de pessoas em situação de rua e,
nesses casos, é necessário utilizar-se da empatia e do acolhimento, sendo
receptivo ao outro, principalmente nos atendimentos únicos, como é comum
nos casos dos atendimentos nestas condições. A escuta e o suporte, além de
uma atitude genuína de estar presente, muitas vezes bastam para um
resultado terapêutico.(Santana e Rosa, 2016)
Sendo assim, é preciso, como profissionais, entendermos a necessidade
de nos libertarmos das “amarras que prendem a atuação do psicólogo a uma
única ação” (Cintra e Bernardo, 2017, p.886), e entender que a área de
trabalho vai muito além da clínica. A prática curativa individualizante alia-se a
demais ações que promovem autonomia, prevenção, saúde pública e direitos
humanos, nas mais diversas modalidades, seja no SUS, nas escolas, hospitais,
fóruns e tribunais e salas de aula.
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3. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

Na disciplina de estágio supervisionado com ênfase social, além da


supervisão e estudo em sala com artigos relacionados ao tema, realizamos
duas visitas técnicas com o intuito de formulação de intervenções
psicossociais.
A primeira visita foi à AASC – Associação Areias Saúde e Cidadania,
onde há atendimento psicológico comunitário a preço social. Já a segunda
visita foi ao Hospital da Restauração, que é o maior hospital da rede pública de
saúde e referência em atendimentos de emergência e trauma.
Tais visitas deveriam levar a consideração da infraestrutura do local, o
trabalho desenvolvido e as necessidades da intervenções psicossociais a
serem elaboradas pelos alunos.

3.1. VISITA TÉCNICA SOBRE A ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO NA ÁREA


SOCIAL NA AASC.

DATA: 31/08/2023

HORÁRIO: 09h

LOCAL: AASC – Associação Areias Saúde e Cidadania

OBJETIVO: Conhecer o trabalho da Associação na área da Psicologia para a


comunidade local, como funcionam os atendimentos em psicoterapia e ações
de cunho social.

PARTICIPANTES: Alunos do curso de psicologia, 8º período manhã.

ROTEIRO DE ENTREVISTA: Conversa informal com a coordenadora da


Associação, Amanda, que apresentou o trabalho da AASC e as suas
instalações. Apresentação de estagiários de triagem, atendimento, psicóloga
voluntária e paciente. Uma entrevista não estruturada e investigativa.
CONSIDERAÇÕES TÉCNICAS SOBRE A ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO:
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Associações comunitárias e Organizações Não Governamentais (ONGs)


desempenham um papel fundamental no fortalecimento das comunidades e na
promoção do bem-estar social. Essas entidades sem fins lucrativos
desempenham uma variedade de serviços e atividades voltadas para o
desenvolvimento sustentável, a melhoria da qualidade de vida e o
empoderamento das comunidades locais.
Durante a visita, tivemos a oportunidade de ouvir um pouco da história e
do atual funcionamento da AASC, localizado no bairro de Areias, em Recife.
Conforme nos foi relatado, a associação iniciou como uma farmácia popular, de
forma a atender a população com medicamentos mais baratos e doação de
leite para os mais carentes. Com o passar do tempo, sua função foi sendo
adaptada às necessidades que se apresentavam pela população e hoje tem
como carro chefe a psicologia.
Hoje, a AASC é comandada por Amanda, que atua como uma “mãe”,
que é procurada pelos moradores locais pelos mais variados motivos: ajuda
com alimentos, assistência e encaixe nos atendimentos realizados no local, etc.
Todo o trabalho é voluntário. A casa onde funciona é alugada e seu aluguel é
pago por uma pessoa que atua desde a inauguração da associação como
farmácia popular. Amanda mora na casa, que funciona de segunda a sábado,
em diversos horários, abrindo algumas vezes também aos domingos.
Focando mais especificamente na área da psicologia, os atendimentos
são realizados de duas formas:
● Uma triagem é realizada por estagiários, estudantes de psicologia de
5º ao 8º período. Eles realizam uma entrevista estruturada através de uma
ficha de triagem em um dos dois consultórios em funcionamento no local.
Nesta entrevista, informações sobre o paciente e suas queixas são coletadas e
registradas. Além disso, a estagiária que conversou conosco nos informou que
por vezes realizam pequenas intervenções de acolhimento e
encaminhamentos.
● A consulta psicológica agendada posteriormente é realizada por
estagiários, estudantes de psicologia do 9º e 10º períodos, que atendem em
horários agendados.
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Os estagiários são supervisionados por profissionais psicólogos,


também voluntários, de forma presencial e online. A AASC tem parcerias com
instituições universitárias e os estudantes realizam seus estágios com
atendimentos de triagem ou consultas psicológicas. Hoje há uma lista de
espera para os atendimentos de cerca de sessenta pessoas. O atendimento é
feito a preço popular, com um valor negociado com o paciente de acordo com
as suas possibilidades financeiras, cerca de R$20,00, que são pagos a cada
sessão. Como a procura pelo serviço é grande, caso o paciente falte muitas
vezes às suas sessões, sem justificativa, perde sua vaga, dando oportunidade
a outras pessoas que estejam na espera. Os atendimentos não são exclusivos
para os moradores do bairro, estendendo-se às mais diversas regiões.
Pessoas de outras cidades, inclusive, por não conseguirem atendimento
psicológico em suas localidades, se deslocam até a AASC para serem
atendidas. Isso mostra o papel fundamental que tais empreendimentos
desempenham em seu trabalho com a população.
Além do escopo clínico e psicoterápico, na Associação também
acontecem rodas de conversa e palestras sobre temas diversos, visando
educar a população, além de discutir e disseminar informações pertinentes à
comunidade. A AASC possui parcerias com escolas e empresas da região,
buscando sempre a conscientização sobre temas de saúde mental e bem-
estar.
A AASC, conforme pudemos observar durante a visita, foi se moldando
desde sua inauguração, atendendo à comunidade local, além de estimular o
voluntariado e o engajamento cívico. Dessa forma, cumprem um papel
fundamental na prestação de serviços, que de outra forma provavelmente não
estariam disponíveis aos cidadãos.
No entanto, tais organizações precisam da colaboração dos voluntários,
tanto com seu trabalho, como no caso dos estagiários que realizam
atendimentos, como de voluntários que prestam serviços dos mais diversos
(como limpeza das instalações), até doações de materiais como água, copos,
descartáveis, material de limpeza, entre outros, e ajuda financeira para o
pagamento das contas do local, como energia e internet.
Sendo assim, para manter o funcionamento e os serviços ofertados é
preciso senso de colaboração e responsabilidade, e principalmente, amor em
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ajudar o próximo e compromisso social, sendo não um problema só da


comunidade, mas que demanda um olhar governamental e que atravesse as
fronteiras do comodismo, uma vez que mudança requer desconforto, é preciso
se desconfortar, pois muitos cidadãos, inclusive os que estão sendo
beneficiados pelos serviços ofertados pela AASC voluntariamente, enfrentam
desconforto todos os dias.

ATIVIDADE DE INTERVENÇÃO PSICOSSOCIAL

Ao ser questionada sobre o que sentia falta na AASC, Raquel, a


estagiária presente, respondeu que sentia falta de mais programações de
cunho social como, por exemplo, palestras e rodas de conversa. Com o intuito
de acrescentar ainda mais no trabalho que a AASC já proporciona muito bem,
foi pensado numa proposta de intervenção que perpasse a conscientização,
bem como psicoeducação e dinâmica de intervenção em grupo.
Para explicar melhor, o intuito é que se tenham momentos de rodas de
conversa com os usuários dos serviços ofertados pela AASC, bem como com a
equipe de funcionários da mesma, uma vez que entendemos que para cuidar
dos outros, a equipe precisa estar bem fortalecida, principalmente quando se
trata do trabalho social, que exige muito do emocional de todos os envolvidos,
justamente por lidarem com situações difíceis todos os dias.
Para a intervenção com os usuários do serviço, será feita uma roda de
conversa, com duração de 2 horas, abordando um tema que será previamente
escolhido. Na primeira hora será feito um quebra gelo, envolvendo bom humor
e clima descontraído e uma interação envolvendo todos do grupo.
Posteriormente será feita a conscientização acerca desse tema e da
psicoeducação. Haverá um intervalo de 20 minutos e, após o mesmo, será feita
a dinâmica de intervenção grupal que será escolhida de acordo com o tema da
roda de conversa. Logo após será feito o fechamento, fazendo-os refletirem
sobre tudo o que foi trabalhado e como podem externar o assunto, ou seja,
aplicar no seu dia a dia para que colham benefícios.
Para a intervenção com a equipe, será escolhido um dia, na qual todos ou a
maioria dos profissionais e estagiários possam estar presentes, tendo duração
de 2 horas, abordando o tema do autocuidado. Na primeira hora será feito um
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quebra gelo, na qual serão distribuídos papel e caneta para os participantes,


nos quais deverão anotar práticas de autocuidado que eles já têm e/ou práticas
que acham que precisam adotar. Esse momento terá duração de 15 minutos.
Posteriormente será feita a conscientização e psicoeducação dos profissionais
e estagiários presentes, com intuito de fazê-los refletir sobre suas práticas de
autocuidado, bem como de se auto-analisarem, de modo que percebam não
somente a importância de se cuidarem, já que lidam com demandas difíceis em
seus cotidianos e que podem lhes afetar, mas também de perceberem como
inserir novas práticas de autocuidado em suas rotinas.
Após esse momento, será feita a dinâmica de intervenção com todos, na qual
pediremos para pensarem na pessoa mais importante da vida de cada um, só
pensarem. Em seguida distribuiremos uma caixinha pequena pra cada um, na
qual conterá um espelho pequeno para que vejam que a pessoa mais
importante de suas vidas, são eles mesmos e que, justamente por isso,
precisam de cuidado, haja vista que, para cuidar dos outros, como fazem,
precisam estar fortalecidos e o autocuidado é uma das formas de se fortalecer.
Posteriormente será feito o fechamento e um plano de ação para que
apliquem esse autocuidado no dia a dia, ainda que com práticas simples.
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3.2. VISITA TÉCNICA SOBRE ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO NA ÁREA


SOCIAL NO HOSPITAL DA RESTAURAÇÃO GOVERNADOR PAULO
GUERRA.

DATA: 16/11/2023

HORÁRIO: 09h30

LOCAL: Hospital da Restauração Governador Paulo Guerra.

OBJETIVO: Conhecer e entender o papel do psicólogo hospitalar, dentro de


uma instituição pública que é referência no atendimento emergencial de
trauma.

PARTICIPANTES: Alunos do curso de psicologia, 8º período manhã


ROTEIRO DE ENTREVISTA: Fomos atendidos pelos psicólogos Ana Karla
Lucas Cunha e Rhuan Emanuel Rodrigues Gomes, em uma sala dentro do
Hospital da Restauração para conversarmos sobre o trabalho da equipe de
psicologia do local. Uma entrevista não estruturada e investigativa.

CONSIDERAÇÕES TÉCNICAS SOBRE A ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO:

Fomos recebidos pelos psicólogos que fazem parte da equipe de


psicologia do hospital: Ana Karla Cunha e Rhuan Gomes. Ambos se
apresentaram e explicaram de forma breve o funcionamento do setor de
psicologia e da equipe que atua no local.
No Hospital da Restauração há hoje sete psicólogos e um estagiário.
Esses números variam, pois há grande rotatividade de profissionais e
estagiários. A chefe do departamento, Valquíria Lopes, é concursada, assim
como Ana Karla, que nos atendeu. Há ainda uma terceira profissional
concursada (efetiva) que está em processo de desvinculação (exoneração) por
ter iniciado um novo vínculo.
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Além disso, há profissionais contratados por seleção simplificada, com


contratos temporários e renováveis. Muitos desses profissionais foram
contratados em regime de urgência durante a pandemia da Covid-19.
A operação de rotina é de que cada profissional é designado como
referência de cada andar e o número atual de psicólogos não atende à
demanda.
Foi explicado que há grande parceria com o setor de assistência social,
que solicita o apoio da psicologia em casos específicos, como, por exemplo,
informações de óbito que necessitem de um suporte psicológico imediato.
Os profissionais atual em regime de diária, como é o caso de Ana Karla
que cumpre sua carga horária de 30 horas semanais em dois dias e meio, ou
plantão duas vezes na semana, como é o caso de Rhuan.
Por ser um hospital referência em trauma, a maior parte dos pacientes é
de curta permanência. Sendo assim, o atendimento psicológico consiste
basicamente em acolhimento e, geralmente, apenas um atendimento no
próprio leito do paciente.
Os acompanhamentos e evoluções dos casos são realizados de forma
manual e o processo de solicitação de atendimento psicológico é orgânico. Foi
citado que é muito importante haver um fechamento em casa atendimento, que
pode ser único, pois não se sabe se haverá a possibilidade de encontrar aquele
paciente novamente.

ATIVIDADE DE INTERVENÇÃO PSICOSSOCIAL

TEMA: A importância da parceria com instituições de ensino para a prática de


estágio supervisionado.

DATA: a confirmar.

HORÁRIO: a confirmar.

LOCAL: Hospital da Restauração Governador Paulo Guerra.


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OBJETIVO: Apresentar aos responsáveis os benefícios de uma parceria com a


instituição de ensino visando a prática de estágio supervisionados para
atendimento da demanda do hospital e do aprendizado dos alunos na área da
psicologia hospitalar.

FACILITADORES: Alunos, professores e coordenador do curso de psicologia


da Uninassau.

METODOLOGIA: Apresentação de proposta de parceria entre IE e a unidade


pública de saúde visando benefício mútuo no atendimento à demanda em
psicologia do hospital e prática profissional através de estágio pelos alunos.
Reforçar ideias de intervenções relevantes aos casos atendidos, suprimento de
uma carência observada durante a visita técnica para o corpo profissional da
instituição.

MATERIAIS: Notebook, datashow.

DURAÇÃO: Aproximadamente duas horas.

QUANTITATIVO ESTIMADO: 15 pessoas.

PROGRAMAÇÃO: Apresentação de programa de estágio entre IE e Hospital


da Restauração, com contrato de parceria para estágio supervisionado com
carga horária semanal de 6 horas. Tal parceria com instituições de ensino em
psicologia para facilitar estágios supervisionados e programas de capacitação
não apenas contribuiria para a formação de novos profissionais, mas também
traria novas perspectivas e abordagens para o ambiente hospitalar, que
necessita deste reforço.
Os alunos farão uma apresentação à parte para mostrar a possibilidade
de implementação de programas de prevenção, como palestras educativas e
grupos de apoio, para minimizar o impacto psicológico de situações
recorrentes, como acidentes de trânsito e casos de violência.
Além disso, considerar a possibilidade de oferecer atendimento
psicológico itinerante para pacientes em diferentes áreas do hospital,
20

proporcionando suporte onde for mais necessário e estimular a integração


entre os profissionais de psicologia e outras especialidades médicas,
garantindo uma abordagem holística no tratamento dos pacientes. A
colaboração interdisciplinar pode otimizar os resultados, porém, para isso, é
preciso aumentar o corpo profissional do setor de psicologia através do
programa de estágio e da parceria com a instituição de ensino.
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4. CONCLUSÃO

4.1. AVALIAÇÃO DO ESTÁGIO

Ao iniciar a disciplina de estágio supervisionado em agosto de 2023,


havia uma expectativa de adquirir conhecimentos e entender o papel do
psicólogo para além do consultório e da clínica. O objetivo definido por mim era
aprofundar o conhecimento e aplicá-lo à realidade através de uma prática,
como descrito no plano de estágio.
A professora Ludmila soube nos apresentar com maestria os
fundamentos teóricos e práticos das vivências na psicologia social, tanto
através do estudo dos textos, troca de experiências vividas por ela e pelos
colegas, além das visitas que nos possibilitou abrir os horizontes para outras
possibilidades.
Foi possível compreender, mesmo que de forma breve, a construção e
desenvolvimento do enfoque social e comunitário na ciência psicológica e
atuação dos profissionais e pudemos comprovar a deficiência que, de fato, é
evidente na formação universitária. É importante que acadêmicos entendam a
necessidade do aprofundamento na psicologia social, mesmo que essa não
seja a opção primária de atuação.
Para as próximas experiências, uma sugestão seria uma conexão ainda
maior entre teoria e prática, além de um número maior de visitas técnicas
relacionadas aos textos trabalhados em sala. Também seria interessante haver
efetivamente uma intervenção psicossocial realizada pelos alunos em parceria
com CAPS ou ONGs, como a AASC.
Além disso, por ser uma disciplina sem possibilidade de recuperação de
nota com uma prova final, avalio como importante que o aluno tenha um
acompanhamento mais eficaz do seu desempenho. Ao final do semestre, era
perceptível o nível de ansiedade sentido pelos alunos ao não estarem cientes
do seu desenvolvimento e a possibilidade de reprovação.
22

4.2. AUTOAVALIAÇÃO

A disciplina de estágio supervisionado é aguardada com grande


expectativa por todo acadêmico de psicologia, visto que a vivência prática é
fundamental na formação do profissional. Neste sentido, é comum que
diferentes sentimentos sejam despertados neste momento, e a perspectiva da
experiência do estágio traz, acima de tudo, um maior senso de
responsabilidade com relação à nossa atuação como psicólogos.
Durante todo o período, busquei manter uma rotina de leitura e estudos
compatíveis com a carga horária da disciplina, assiduidade e pontualidade nas
aulas, participação ativa e dedicação especial aos momentos de supervisão.
Encerro o semestre com a sensação de dever cumprido e o sentimento
de ter adquirido novos conhecimentos e perspectivas com relação à prática
profissional.
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REFERÊNCIAS

BOCK, Ana Mercês Bahia. O compromisso Social da Psicologia:


Contribuições da perspectiva sócio-histórica. Psicologia em Foco. Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2008.

CINTRA, Marcela Spinardi; BERNARDO, Márcia Hespanhol. Atuação do


Psicólogo na Atenção Básica do SUS e a Psicologia Social. Psicologia:
Ciência e Profissão. Pontifícia Universidade Católica de Campinas, São Paulo,
2017.

GAMA, Carlos Alberto Pegolo; KODA, Mirna Yamazato. Psicologia


Comunitária e Programa de Saúde da Família: Relato de uma Experiência
de Estágio. Psicologia Ciência e Profissão. Universidade São Francisco,
Itatiba, 2008.

GESSER, Marivete. Políticas Públicas e Direitos Humanos: Desafios à


atuação do psicólogo. Psicologia Ciência e Profissão. Conselho Federal de
Psicologia, Brasília, 2013.

SANTANA, Carmen Lúcia Albuquerque de; ROSA, Anderson da Silva. Saúde


Mental das Pessoas em Situação de Rua: Conceitos e Práticas para
Profissionais da Assistência Social. São Paulo: Epidaurus Medicina e Arte,
2016.

SANTOLAYA OCHANDO, F. Psicologia da Intervenção Social. Colegio


Oficial de Psicologo, 1998. Disponível em:
https://www.cop.es/perfiles/contenido/is.htm. Acesso em 10 de dezembro de
2023.

SCARPARO, HBK; GUARESCHI, NM de F. Psicologia Social Comunitária


Profissional. Psicologia e sociedade, 2007. 19(spe2), 100–108. Disponível em:
https://doi.org/10.1590/S0102-71822007000500025. Acesso em 12 de
dezembro de 2023.
24

APÊNDICES

TEXTO UM
O compromisso Social da Psicologia: Contribuições da perspectiva Sócio-
Histórica
Autora: Ana Mercês Bahia Bock

A autora disserta sobre o papel da psicologia no Brasil e sugere como


tema de reflexão a ideia do compromisso social da psicologia e as
contribuições da perspectiva sócio-histórica para o desenvolvimento do
compromisso com a sociedade brasileira.
O Brasil foi o primeiro país a regulamentar com lei a profissão de
psicólogo, no entanto, a psicologia ocupava um lugar de facilitador para as
elites no processo de modernização, pois possuía uma tecnologia necessária:
os testes psicológicos, que eram usados na classificação, categorização e
controle. Dessa forma, ocupa um lugar privilegiado na segunda metade do
século XX.
Com o tempo e com o surgimento da psicologia comunitária e a inserção
e desenvolvimento da prática psicológica na saúde pública, a psicologia foi
rompendo com as ideias de elite e buscando estar a serviço dos interesses da
maioria da sociedade. Era preciso entender o homem como indivíduo em
construção, que sofria a influência do meio em que estava inserido e também o
influenciava. Esse rompimento é lento e gradual.
A Psicologia Sócio-Histórica é uma perspectiva que faz da crítica às
concepções naturalizantes sua principal tarefa. Porém, a psicologia que é
ensinada ainda hoje se fundamenta nestas concepções universalizantes da
subjetividade. Por esse motivo, a autora entende que é preciso uma psicologia
que considere a realidade étnica de nosso país e trabalhe para um mundo
melhor.
25

TEXTO DOIS
Políticas Públicas e Direitos Humanos: Desafios à atuação do Psicólogo.
Autora: Marivete Gesser

O artigo discorre sobre a atuação profissional do psicólogo nas políticas


públicas com base na perspectiva dos direitos humanos. Inicialmente, utiliza o
tempo Direitos Humanos de uma forma mais ampla que apenas um marco
legislativo, mas sim de uma ética social, superando a analogia dos direitos
humanos com os direitos constitucionais.
Dessa forma, a autora parte do pressuposto que as políticas públicas
são importantes para a garantia dos direitos humanos e que o psicólogo teria
um papel a cumprir que contribuiria com o atingimento de tais objetivos. Apesar
de ser, inicialmente, uma profissão voltada para a elite, hoje a psicologia tem
produzido conhecimentos que rompem com esse viés normalizador, higienista
e individualizante da atuação profissional.
Assim, são citados alguns pressupostos que, de acordo com a autora,
podem contribuir com a construção de tais políticas públicas:
 Atuação voltada para o rompimento dos padrões normativos e
opressores da diversidade humana, através de questionamentos dos
critérios de verdades e da complexa rede de relações de poder que
estruturam esses discursos e práticas.
 Atuação voltada para a consideração da dimensão subjetiva no trabalho
junto às políticas públicas, considerando a subjetividade uma premissa
fundamental à garantia dos direitos humanos.
 Atuação profissional voltada para a potencialização do sujeito,
abangindo-o por inteiro, nas dimensões do pensar, do sentir e do agir.
 Atuação voltada para a promoção da participação social, que é imanente
à condição humana e também potencializadora do desenvolvimento dos
sujeitos.
A autora conclui que é necessário um rompimento da noção de política
pública como uma assistência às pessoas que se encontram em situação de
vulnerabilidade, e a incorporação da noção dessas políticas como direito da
população legitimado pela constituição, transcendendo a questão legalista.
Sugere como desafio ao profissional do século XXI o conhecimento dos
26

autores sociais, o questionamento dos dispositivos normalizantes, o


acolhimento da diversidade de modos de ser, a potencialização dos sujeitos e a
inclusão das diferentes coletividades no controle social dessas políticas.
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TEXTO TRÊS
Psicologia Comunitária e Programa de Saúde da Família: Relato de uma
Experiência de Estágio.
Autores: Carlos Alberto Gama e Mirna Koda

O texto traz um relato de estágio de estudantes de psicologia no


segmento social e de saúde pública e é iniciado com os autores discorrendo
sobre o papel da profissão na saúde pública e sua aproximação do setor, que
iniciou na década de 70 devido às diversas transformações nas políticas
públicas da época. Porém, a formação dos psicólogos não era voltada a esse
novo espaço de atuação e houve muitas dificuldades na adaptação desse novo
campo.
A atuação tradicional dos profissionais era bastante voltada às clínicas,
psicodiagnóstico e testes psicológicos, com foco em clínicas particulares. Tais
movimentações buscavam o afastamento da tradição médica e a ocupação
desse espaço na saúde pública e de uma nova realidade, com uma clientela de
baixo poder aquisitivo e demandas muito diferentes daquelas que os
psicólogos costumavam atender.
O Programa Saúde da Família – PSF, instaurado em 1993, buscava
transformar o modelo tradicional de atenção à saúde, com equipes
multidisciplinares e que atuavam diretamente com prevenção e promoção de
saúde. Foi a partir do PSF que se deu os estágios relatados no artigo. Foram
dez alunos divididos em duplas, com carga horária de quatro horas semanas e
alocados em uma unidade do PSF em uma cidade do interior de São Paulo no
ano de 2003. Após um ano nesse modelo, as atividades foram ampliadas.
O acolhimento psicológico, assim como as visitas domiciliares na
comunidade, foram práticas realizadas pelos estudantes. Também foram
formados grupos de trabalho coordenado tanto pelos estagiários como em
parceria com os demais colaboradores do PSF. Houve ainda, posteriormente, a
inclusão da psicologia clínica, com atendimentos no modelo da psicoterapia
breve.
O âmbito da psicologia comunitária é um campo extremamente rico, que
traz aos alunos um maior contato com a realidade do território onde atuam e é
28

importante que seja verdadeiramente integrado, e de maneira robusta, ao


processo de formação profissional.
29

TEXTO QUATRO
Psicologia da Intervenção Social
Autor: Santolaya Ochando

O documento foi construído pelo Colégio Oficial de Psicólogos da


Espanha com o intuito de servir de referência aos profissionais que atuam na
área da Psicologia da Intervenção Social (PSIS), área que surge como
resposta para analisar os problemas das interações sociais nos seus diversos
contextos sociais.
As funções dos psicólogos nos PSIS são as mais diversas e buscam
intervenções sociais para desenvolvimento de habilidades e competências para
analisar sua realidade social e buscar soluções para seus problemas. Tais
funções são:
 Atenção direta
 Assessoramento e consultoria
 Dinamização comunitária
 Pesquisa
 Planificação e programas
 Avaliação de programas
 Direção e gestão
 Formação
Tais funções ocorrem nos mais variados âmbitos, tais como as
intervenções com a comunidade, família e infância, terceira idade, deficiências,
mulher, juventude, minorias sociais e imigrantes, cooperação para o
desenvolvimento, psicologia ambiental e outros setores emergentes.
Fica claro que os profissionais da intervenção social, nas relações inter-
profissionais, necessitam desenvolver habilidades de diálogo, participação e
respeito pelos outros profissionais, além de um forte compromisso com valores
de solidariedade entre pessoas, povos e raças, igualdade de oportunidades e
respeito aos direitos dos mais desfavorecidos.
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TEXTO CINCO
Saúde mental das pessoas em situação de rua: conceitos e práticas para
profissionais da assistência social.
Autores: Carmen Lúcia de Santana e Anderson da Silva.

O texto discorre sobre o encontro do profissional de assistência social


com uma pessoa em situação de rua e como esse encontro pode ter um
potencial terapêutico e transformador, com a construção de uma aliança
terapêutica que independe do local onde se passa.
Por vivermos inseridos na sociedade, afetamos e somos afetados por
ela, tanto de forma consciente como inconsciente. Nos encontros, as emoções
despertadas não são apenas de características preestabelecidas, mas de
particularidades únicas de cada um desses encontros. De forma prática, o texto
exemplifica um desses encontros entre uma assistente social e um homem em
situação de rua que pode ter diversos significados para ambas as partes,
podendo ser externalizadas ou não.
Para profissionais da saúde, como psicólogos, é importante ter em
mente este fato em que o próprio comportamento, seja consciente ou
inconsciente, por si só, já pode ser benéfico ou maléfico para o paciente. É
preciso estar aberto aos encontros em busca de alcançar o potencial
terapêutico dos mesmos, respeitando sempre a singularidade e subjetividade
alheia.
A aliança terapêutica é estabelecida quando há uma cooperação
recíproca entre as partes e é preciso uma atitude genuína do profissional, com
empatia, solidariedade, acolhimento e escuta. O profissional deve deixar de
lado rótulos e pré-julgamentos para conseguir efetivamente identificar
vulnerabilidades e potencialidades a serem trabalhadas no sujeito.
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ANEXO I

CRONOGRAMA DE ATIVIDADES REALIZADAS


DATA ATIVIDADE HORAS
29/08 VISITA TÉCNICA AASC 4H
26/11 VISITA TÉCNICA HR 4H

(AGOSTO- PLANEJAMENTO DAS INTERVENÇÕES 2H


DEZEMBRO) PSICOSSOCIAIS
(AGOSTO – SUPERVISÃO 40H
DEZEMBRO)

CARGA 50H
HORÁRIA
TOTAL
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ANEXO II

Atividade Data
- Apresentação da disciplina 17/08
- Leitura e discussão do texto 1 – O
compromisso social da psicologia:
contribuições da perspectiva sócio-
histórica.
- Visita técnica à AASC – Associação 31/08
dos Moradores de Areias Saúde e
Cidadania.
- Feriado Independência do Brasil 07/09
- Apresentação do plano de estágio 14/09
- Supervisão da visita técnica e
apresentação do plano de intervenção
- Leitura e discussão do texto 2 –
Políticas Públicas e Direitos
Humanos: desafios à atuação do
psicólogo.
- Leitura e discussão do texto 3 – 21/09
Psicologia Comunitária e Programa
de Saúde da Família: Relato de uma
experiência de estágio.
- Discussão do texto 3 – Psicologia 28/09
Comunitária e Programa de Saúde da
Família: Relato de uma experiência
de estágio.
- Leitura e discussão do texto 4 – 05/10
Psicologia da Intervenção Social
- Feriado Nossa Senhora Aparecida. 12/10
- Entrega do Plano de Estágio de 19/10
Psicologia Social.
- Leitura e discussão do texto 4 –
Psicologia da Intervenção Social.
- Explicando o plano de intervenção.
- Oficina Ubiqua 26/10
- Feriado Finados 02/11
- Explicando a correção do plano de 09/11
estágio de social.
- Explicando o relatório de social.
- Visita técnica ao Hospital da 16/11
Restauração. (Turma A)
- Leitura e discussão do texto 5 – 30/11
saúde mental das pessoas em
situação de rua.
- Explicanto o relatório de estágio.
- Leitura e discussão do texto 5 – 07/12
saúde mental das pessoas em
33

situação de rua.

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