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UNIFESO

CENTRO UNIVERSITÁRIO SERRA DOS ÓRGÃOS


PROGRAMA DE GRADUAÇÃO BACHARELADO EM PSICOLOGIA

DISCIPLINA: INTRODUÇÃO À PSICOLOGIA

Grupo: Ana Clara Ribeiro De Oliveira; Ana Laura De Castro; Caroline Oliveira Faria;
Julia Fernandes De Freitas e Marcos Antonio De Oliveira Da Cunha.

DESAFIOS DA PSICOLOGIA NA CONTEMPORANEIDADE

TERESÓPOLIS
2023
O início da psicologia, no Brasil, pode se dizer historicamente como o surgimento de uma
profissão comprometida com interesses elitistas que, certamente, foi responsável pelo
desenvolvimento da Psicologia no Brasil. Criando assim, o começo da ampliação de um projeto
de compromisso com as necessidades da maioria da população brasileira. Desde o início, os
psicólogos compartilhavam da mesma vontade, de uma inserção maior na sociedade brasileira,
pois foram incluídos no projeto de modernização do País - projeto criado pela elite -. A
tecnologia que a psicologia trouxera inicialmente foi os testes psicológicos, que, de forma
objetiva e tecnológica, contribuíam para a categorização/diferenciação dos homens operários;
“ajudando” a encontrar o homem certo para o lugar certo. Os psicólogos estavam inseridos em
processos de seleção de pessoal e orientação profissional, trabalhando também nas escolas,
ajudando a formar classes mais homogêneas para preparar melhor as crianças e os jovens para
o trabalho.

Nos anos 70 e o início dos anos 80 ocorreram mudanças no rumo da profissão no País. Os
psicólogos passam a entender que a elite havia limitado suas formas e instrumentos de trabalho,
pois, utilizavam e ainda utilizam recursos que, muitas vezes, não são compreendidos pela
maioria da população, por serem sofisticados demais para quem tem pouca escolarização.
Criando uma tensão na população mais pobre do brasil, dado que, não compreendiam o que o
psicólogo fazia, mas ao mesmo tempo, sabiam que havia um reconhecimento de certo poder
que os psicólogos exerciam. Por exemplo, a possibilidade de tirar do lugar, mandar para outro,
reprovar na escola, colocar na classe especial. Criando assim, um pressuposto pelos
profissionais, alegando que eles “adivinhavam a cabeça do outro ou que tratavam de gente que
teria a cabeça fraca, que seriam doidos”. Ademais, ainda na década dos anos 70 com os fatores:
a ditadura, o movimento social, a classe média na Universidade. Traz para a universidade e para
organização da categoria profissional, dos sindicatos, questionamentos sobre a profissão que os
psicólogos tinham. Partilhavam de semanas de psicologia que tinha como foco as questões “que
Psicologia queremos, que psicólogos queremos ser”. Criando um movimento de construção de
identidade, essas questões se fortalecem nos anos 80, quando os psicólogos passam a ser
inseridos na saúde mental, encontrando ali o movimento sanitarista já organizado e avançando
a passos largos, e o surgimento, a partir das universidades, da Psicologia comunitária, que
nasceu nos estágios dos alunos, inseridos nos campos operários, nas favelas, nas creches ou nas
comunidades de bairro. Fortalecendo um pensamento novo no campo da Psicologia. A
psicologia comunitária é um contato direto e uma expressão direta de projeto de compromisso
com a população. Entretanto a psicologia passa por dificuldades, sejam elas em formação, sejam
no desenvolvimento das políticas públicas, exemplo, os psicólogos levam 5 anos para se formar
e mesmo depois disso, tudo o que aprendem não serve para trabalhar nas Unidades Básicas de
Saúde ou em um Centro de Referência em Assistência Social (CRAS). Acabam que se sentem
desarmados, pela dificuldade da instrumentalização para trabalhar nesses locais, então acabam
preferindo achar que todos os sujeitos são idênticos e que se pode usar o mesmo recurso, pois
é o que aprendem. O psicólogo que atua em unidades públicas, está sujeito a enfrentar
problemas estruturais, escassez de recursos materiais e pessoais e baixo investimento do Poder
Público, que pode interferir no seu trabalho. Assim, os avanços ocorridos na assistência social
e na psicologia como profissão, muitas vezes, encontram desafios no cotidiano de ação que
ultrapassam sua atuação técnica, alta rotatividade dos psicólogos, visto a dificuldade de atuar
com as problemáticas de cunho social a partir de uma formação não qualificada para tal.

Ressaltando que o trabalho do psicólogo no SUS faz parte de um trabalho coletivo, baseado em
um projeto ético-político em intensa relação com outras profissões que compõem o campo da
assistência social. Dessa forma, cabe à Psicologia como ciência e profissão ampliar seus
conhecimentos teóricos, técnicos e políticos para auxiliar na construção de uma assistência
social mais efetiva no país. Contudo, vários são os desafios enfrentados pelos psicólogos
diariamente no exercício de suas atividades profissionais no campo da assistência social,
cabendo conhecer o modo como sua atuação vem sendo desempenhada nesse contexto a fim de
fornecer subsídios e problematizar as práticas desenvolvidas.
Referências
BOCK, Ana. A Psicologia no Brasil. Psicologia Ciência e Profissão, v. 30, n. Esp., p. 246-271, 2010.

SCOTT, Juliano Beck et al. Desafios da atuação do psicólogo em centros de referência da assistência
social (Cras). Gerais: Revista Interinstitucional de Psicologia, v. 12, n. 1, p. 125-141, 2019.

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