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ESCOLA SUPERIOR DE CRICIÚMA

JULIANA MARTINS DANIELCE

RELATÓRIO DE ESTÁGIO ESPECIFICO EM PSICOLOGIA SOCIAL

Criciúma
2016
JULIANA MARTINS DANIELCE

PROJETO DE ESTÁGIO ESPECIFICO EM PSICOLOIA SOCIAL

Relatório de estágio supervisionado


obrigatório em Psicologia Social’, como
requisito parcial à obtenção do título de
Bacharel em Psicologia, sob a supervisão da
Profª Thais WachholzCRP12/04705.

Criciúma
2016
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................3
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.....................................................................................4
2.1 PSICOLOGIA SOCIAL.....................................................................................................4
2.1.1 Atribuições do psicólogo social.....................................................................................5
2.2 DESENVOLVIMENTO HUMANO.................................................................................8
2.2.1 Adolescência e sexualidade...........................................................................................8
2.3 AUTO ESTIMA...............................................................................................................10
3 CARACTERIZAÇÃO DO LOCAL DE ESTÁGIO......................................................10
4 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS................................................................................11
4.1 ANALISE E DISCUÇÃO DAS ATIVIDADES:.............................................................16
4.2 CONSIDERAÇÕES E RECOMENDAÇÕES.................................................................17
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS..................................................................................18
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RELATÓRIO DE ESTÁGIO ESPECIFICO EM PSICOLOIA SOCIAL

1 INTRODUÇÃO

Este relatório tem como foco principal a experiência da acadêmica de psicologia


no contexto social. Tendo como responsável a instituição ESUCRI, bem como os professores
e orientadores para orientar e contribuir no êxito deste trabalho.
O estágio foi desenvolvido na escola E. M. E. I. E. F. Pe. Pedro Petruzzélliz
-Bairro da Juventude localizada no bairro Pinheirinho na cidade de Criciúma, a qual o setor
Psicossocial é responsável pelo apoio ao estagiário. De acordo com as demandas da escola
esta equipe busca desenvolver projetos para a atuação em grupos que atendam as necessidades
apresentadas.
O Grupo Papo de Meninas e Meninos foi criado em 2010 pela psicóloga Fabiane
Bardini Pereira, integrante da equipe psicossocial do bairro , visando atender os alunos do
sexto ao nono ano. Em principio consistia em uma orientação básica sobre a forma de um
adolescente vestir e comportar-se na escola.
Com o passar dos anos, as respostas positivas, o projeto foi tomando novas formas
e ganhando espaço entre os jovens possibilitando a entrada de novos assuntos, sexualidade,
agressão, cuidados corporais entre outros trazidos pelos membros dos grupos.
As demandas são observadas pelos professores, discutidas em reuniões
pedagógicas, após são elaboradas formas de intervenções para a atuação dos assuntos nos
grupos. Cada tema tem um período especifico para ser trabalhado, variando de duas a três
intervenções com cada turma.
O estágio se desenvolveu sobre a temática apresentada como demanda pela equipe
pedagógica, violência e abuso sexual, durante o segundo semestre do ano de 2016.
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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 PSICOLOGIA SOCIAL

Para Bock et al (2003), a psicologia traz em sua historia a ligação com a sociedade
brasileira em respostas as necessidades sociais desta, mantendo assim, um compromisso
social, este, sendo demonstrado atualmente pela psicologia não apaga a história. A psicologia
brasileira é marcada por uma ciência que se procurou atender os interesses da elite,
construindo a partir disto, uma ciência e profissão para o controle, categorizar e diferenciar as
pessoas. Olhando deste enfoque, poucas contribuições foram feitas para transformar as
condições de vida de desigualdade. Alguns autores contribuíram com esta idéia através de
suas obras, suas teorias “[...] responderam claramente a interesses das elites de controlar,
diferenciar, categorizar, interesses esses necessários á manutenção ou incremento e
reprodução do capital.” a elite no poder com lucro e reprodução do capital. ”(BOCK et al.,
2003, p.16)
De acordo com Bock et. Al. (2003) a colonização do Brasil foi caracterizada pela
exploração e repressão. Havia necessidade de domínio e controle do povo que aqui habitava
para poderem alcançar os interesses pessoais e de exploração das terras. Visando alcançar
este intento foram produzidas idéias por representantes católicos e intelectuais portugueses.
As idéias eram buscar formas eficazes de controle dos povos indígenas. Estes estudos
pertenceriam ao campo da psicologia, por se referirem aos comportamentos e aspectos morais
que conduziam as ações daquele povo.
Ainda Bock et al (2003), no século XIX o Brasil se transforma num império, as
idéias psicológicas são vistas no âmbito da medicina e da educação, sempre atendendo aos
desejos da elite, idéias de interesse na higienização moral e material. A vinda da corte
portuguesa para o Brasil, trouxe a procura destes serviços principalmente na educação, devido
a abertura de escolas marcadas pelo autoritarismo e rigidez. Um crescimento sem
planejamento ou infra-estrutura veio trazer mais problemas do que soluções para a época,
resultando em doença, miséria, prostituição e loucura. Propiciando um campo favorável para
que a psicologia contribuísse na educação e medicina, como um meio de proporcionar uma
limpeza moral da sociedade e na educação contribuiu com idéias de controle dos impulsos
considerados inapropriados para crianças e assim a psicologia do século XIX trabalhou
basicamente com praticas disciplinares e moralistas, visando exercer o controle e a
racionalidade. “Carregada de racionalidade e de controle, a educação buscou desenraizar o
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mal que acreditava que caracterizava a natureza infantil. As idéias no âmbito da medicina
falavam da degenerescências raças e da imoralidade que isso acarretava na
sociedade.”( BOCK, et al, 2003, p. 17). Os problemas sociais eram vistos a partir de uma
perspectiva de uma limpeza social que era feita pela educação, pelo isolamento de quem era
considerado imoral em asilos higiênicos.
Sendo assim, para Bock et al (2003), as idéias psicológicas falam da moral como
uma característica natural do homem. A moralidade referida advinha dos valores europeus,
muito distantes da realidade dos trabalhadores e escravos da sociedade brasileira. A
imoralidade se referia a pobreza e raças consideradas menos favorecidas, pensamento que
emergia nas degenerescências das raças. Na educação o pensamento colocou o individuo na
posição de construtor de sua história com enfoque na produção da ciência. Nas escolas
surgem as idéias da psicologia do desenvolvimento e outras teorias com embasamento
pedagógico. Na administração e gestão do trabalho as idéias psicológicas eram baseadas no
pensamento taylorista. As guerras trouxeram os testes psicológicos como prática diferenciada
e categorizada. Foi através deste movimento social que a psicologia se institucionalizou no
Brasil, sendo reconhecida como profissão em 1962.

Esta pequena retrospectiva mostra que a Psicologia esteve comprometida com os


interesses das elites brasileiras, ora para o controle, ora para higienizar e ora para
diferenciar e categorizar. Foi com essa tradição que a Psicologia se tornou
reconhecida, no Brasil, em 1962. Passados 40 anos, vale a pena refletir sobre a
inserção que teve, neste período, na sociedade brasileira..( BOCK, et al, 2003, p. 19)

Segundo Bock et al (2003), a Psicologia durante 40 anos, foi um serviço elitizado


e de difícil acesso para as classes sociais menos favorecidas, “Uma profissão com pouca
inserção social, baixo poder organizativo, com entidade frágeis com pequeno poder de
pressão e que negociou pouco com Estado suas demarcações e possibilidades de contribuição
social.”( BOCK, et al, 2003, p. 19) Assim, ela provocou poucas mudança na realidade social
da época. Hoje o desafio é tornar a profissão conhecida antes por um aspecto mais de
tratamento, hoje com o trabalho social de promoção valorização e qualidade de vida para a
sociedade num todo.

2.1.1 Atribuições do psicólogo social

De acordo com Bock et al (2003) , uma pesquisa realizada pelo conselho regional
de psicologia de São Paulo em 1995, demonstra que a maioria dos profissionais trabalha como
autônomos na clínica sendo que muito poucos trabalham na área social em instituições.
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Mostra que o trabalho do psicólogo está fora do alcance de muitos que precisam e não tem
como pagar pelo trabalho. Deste modo, entende-se a importância deste profissional na
sociedade trabalhando com a população necessitada de tal trabalho, mas a inserção do
psicólogo na sociedade ainda é muito pequena e acontece muito lentamente levando em conta
a sociedade em que vivemos e a necessidade do profissional considerando seu potencial
humano.
Podemos encontrar também outro elemento que nos ajudaavaliara inserção social
da psicologia, ainda vista como uma profissão frágil. Ela possibilita respostas não tão claras e
em geral generalizadas. Atualmente se percebe o psicólogo em uma atuação menos
diversificada com propensão à especialização com focos definidos visando uma valorização
profissional e financeira.
Conforme Bock et al(2003), a psicologia na sociedade moderna condiz com uma
ciência e uma profissão ultrapassada que não valorizava as discussões, reflexões e tão poucas
transformações sociais. “A psicologia se afastou da tarefa de construção de um projeto social
principalmente por ter adotado uma perspectiva naturalizante do homem e de seu
desenvolvimento psíquico.” .”( BOCK, et al, 2003, p. 19). Este conceito deixou o psicólogo
sem posicionamento nas questões sociais e de homem. Na década de 70 surge psicologia
comunitária fazendo com que a psicologia olhasse a realidade social como um advento da
ciência e da profissão. Nos anos 80 trazem a visão transformadora de força progressista na
saúde publica, assistência social e trabalho. Desta forma os princípios sobre o trabalho
profissional vão surgindo conforme a Psicologia se torna institucionalizada.
Para Bock 2003) o fenômeno psicológico consiste em algo natural do individuo.
Seria algo, inato, o verdadeiro eu,que não sofre mudanças quando interage com o mundo. Esta
concepção da psicologia deixa de lado a realidade social. Deixando de lado as referências do
cotidiano do individuo sua cultura, valores sociais, a forma de sobrevivência e as relações
sociais para entender o fenômeno psíquico. De modo que, a pratica profissional dos
psicólogos surgiu como corretiva de algo que se desviou algo que se desviou do
desenvolvimento natural. Atuando na doença/patologia e não na prevenção. “A psicologia
ficou assim associada s patologias, doenças, conflitos, desequilíbrios e desajustes. Não foi
possível desenvolver numa profissão que contribuísse com a qualidade de vida, promovendo a
saúde.”.”( BOCK, et al, 2003, p. 20)
Segundo Bock et al (2003), nascemos pretendentes à humanidade , e ao atuar
sobre o mundo e permitir que este atue em nós, nos humanizamos, nos tornamos parte do
meio em que estamos inseridos. O mundo psicológico não pode ser concebido como algo
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natural, mas como algo construído, subjetivo de cada individuo, concretizado na interação
deste com o mundo cultural e social. Desta forma, as concepções naturalizastes afastam o
individuo do social tornando as concepções sociais do psiquismo ideológicas.
Para Bocket al (2003), o individuo que sustenta este mundo psicológico, está
configurado com um ser independente responsável pela construção de sua própria história em
seu movimento individual. O papel do psicólogo é o de colaborador e interventor no processo
de produção do sujeito. Este através do autoconhecimento poderá se conduzir e auto
desenvolver. Para a Psicologia não há o direcionamento na evolução do sujeito, pois a direção
deste desenvolvimento é natural e subjetiva; o papel da psicóloga é levar o sujeito esclarecer
suas verdades para que este possa se conduzir. A Psicologia se exime de um projeto social de
homem e de sociedade.

A psicologia tem concebido os sujeitos como responsáveis e capazes de promover


seu próprio desenvolvimento; essa concepção isola o sujeito e sua subjetividade do
mundo social e isenta as instituições sociais e modos de produção da sobrevivência
de qualquer responsabilidade pelos sofrimentos psicológicos. Os problemas e
características do mundo psíquico são explicados pelo seu próprio funcionamento e
movimento. .( BOCK, et al, 2003, p. 27)

Segundo Bock et al (2003), a pratica psicológica não pode estar pautada em


interesses sociais e em disputas políticas da sociedade. Desta forma, o psicólogo parece ter em
suas mãos a possibilidade de fazer o outro feliz, colocá-lo em movimento, estimulá-lo,
construir possibilidades, entretanto, o psicólogo não muda ninguém, apenas contribui para a
mudança que venha dele. Mesmo que discurse um projeto social. A Psicologia ao julgar as
regras morais de alguém as condições de saúde psíquica, está usando as regras sociais para
salientar o discurso, como profissão do comportamento das emoções não se espera que esteja
distante da moral valida. No entanto ela não reconhece esta relação e naturaliza o que é moral
e social.
Para Bocket al (2003), a psicologia tem construído idéias que devem ser
superadas, entendendo que o individuo faz a parte da sociedade e ela tem papel em sua
construção, é de estrema necessidade compreender as relações sociais e as formas de
produção da vida como elementos responsáveis pelo mundo psicológico. “A Psicologia
precisa, para superar suas construções ideológicas, analisar todos os elementos que se
constituem como determinações do humano, sem isolar o mundo psíquico no interior do
individuo, como algo natural, universal e dotado de força própria.”( BOCK, et al, 2003, p. 28)
É necessário inserir o mundo social, cultural e cotidiano na formação e compreensão do
mundo psicológico, superar as construções ideológicas, analisar todos os elementos que se
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constituem como determinações do humano. A mudança desta concepção afirmará um novo


compromisso dos psicólogos e da psicologia na sociedade, um compromisso com a qualidade
de vida, a promoção da saúde, em nome dos direitos humanos e do fim das desigualdades
sociais.

2.2 DESENVOLVIMENTO HUMANO

2.2.1 Adolescência e sexualidade

A adolescência é um tema bastante tratado pelos profissionais da saúde, educação


e outras áreas pelas pessoas que tem contato com adolescentes. A literatura descreve essa
fase do desenvolvimento que fica entre a Infância e a vida adulta, como uma etapa da vida
com grandes mudanças físicas, cognitivas, psicossociais e afetivas. O adolescente percebe
todo o mundo a sua volta e tem a difícil tarefa de tornar-se independente de sua família, criar
sua própria identidade e dar um rumo a sua vida. Alberti (2013) diz que os adolescentes ficam
ansiosos por tomarem conta de sua existência eles se lançam para além dos portões da vida
familiar. Isso tudo atravessado por mudanças significativas em seu corpo.Essas mudanças
incluem crescimento na altura, peso e desenvolvimento de todas as características sexuais do
adulto (maturação dos genitais e órgãos de reprodução)segundo, Papalia (2006).
De acordo com a teoria psicanalítica Freud (1906) após o Complexo de Édipo a
criança abandona a excitação sexual tão marcante deste período e volta-se ao
desenvolvimento social e cognitivo a este período a psicanálise denomina latência. Este
período é substituído pela puberdade, onde a excitação sexual ressurge e são retomadas as
resoluções edipianas (superego e ideal de ego).
Em 1906 Freud diz no texto “Romances Familiares”, que para haver progresso
social é necessário que ocorra mudanças de hábitos e formas de posicionamento das gerações,
onde o filho modifica a posição afetiva em relação aos pais, que antes detinham toda a
autoridade e conhecimento. Para Alberti (2013) esse período revive a castração e cada sujeito
lida com ele de acordo com a sua estrutura neurótica estabelecida. “Se o neurótico teme
realmente alguma coisa, [...] , essa “coisa” diz respeito a castração do Outro, ou seja, ele teme
que a falha acarrete sua não sustentação enquanto sujeito.” ALBERTI (2013)
Conhecer outros adultos e a rivalidade sexual são fatores que deslocam os pais
desta posição ocupada, levando os adolescentes a se afastarem e surge o desejo de abandonar
os pais, o aparecimento de fantasias relacionadas a família a qual pertencem, para Freud
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(1906) a agressividade e dramatização gerada em torno do desejo de liberdade é algo bastante


recorrente principalmente em jovens que receberam muito carinho da mãe. Aqui se forma a
capacidade de amar e satisfazer-se sexualmente, e a fantasia é um artifício utilizado para se
realizar, revivendo assim o aprendizado da infância.

“Contemporaneamente à subjugação ao repúdio dessas fantasias claramente


incestuosas consuma-se uma das realizações mais significativas, porém mais
dolorosas, do período da puberdade: o desligamento da autoridade dos pais,
unicamente através do qual se cria a oposição, tão importante para o progresso da
cultura, entre a nova e a velha geração”. (FREUD, 1906, p. 227).

Para alguns jovens abandonar a posição infantil significa abandonar o conforto e a


segurança do afeto parental. É preciso abandonar essa posição para poder encontrar outras
formas de amar diferente do amor vivenciado com os pais. Para Freud (1906) reviver esta
afeição na adolescência é a forma de encontrar formas de eleger seus objetos. ”Outros
rudimentos com essa mesma origem (afeição pelos pais) permitem ao homem, sempre
apoiado em sua infância, desenvolver mais de uma série sexual e criar condições muito
diversificadas para as escolha objetal.” (FREUD, 1906, p. 228).
Percebe-se então que a afeição desenvolvida pelos pais na infância irá permitir
desenvolver outros tipos de afetos, nessa etapa da vida em que um novo corpo amadurecendo
biologicamente se apresenta. O objeto desejado que venha a ser amado muda de posição,
deixa então de ser os pais para ser um novo sujeito.
O sujeito revive a posição de identificação com o progenitor e busca as
características do progenitor alvo do afeto durante o complexo de Édipo , identificando-as na
pessoa desejada como objeto de amor, de acordo com Freud (1906).
Sendo assim de acordo com Freud (1906), a Adolescente busca amar alguém que
não está inserido na família, mas apresenta as características que o mantenham próximo dela.
O objeto escolhido para ser amado esta livre do incesto, mas possui semelhanças com a figura
do Outro desejado, seria este o paradoxo da adolescência. Revivendo a escolha feita entre os
pais ou a masturbação, na contemporaneidade deve escolher entre o objeto parental e as
pulsões sexuais. Nesse período as escolhas transitam em atender as expectativas do Outro ou
fazer o oposto, a partir de um referencial parental dá-se a escolha do objeto e a retificação do
édipo, para que isto ocorra precisa ocorrer o afastamento dos pais para que o jovem se
estabeleça como sujeito.
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2.3 AUTO- ESTIMA

Autoestima são os valores que identificam o indivíduo, e que são utilizados em


qualquer relacionamento. Estes valores são adquiridos ainda na infância, mas que vão se
desenvolvendo também na idade adulta.
Esta autoestima também é caracterizada por prover ao individuo um conjunto de
comportamento, sentimentos e atitudes como autoconfiança, auto-avaliação: positiva, auto-
expressão e auto-respeito. Que significa respectivamente ser seguro, reconhecer suas
qualidades, desfrutar de seus esforços e comprometer-se com os valores.
Na produção da autoestima Peixoto (2003) relata que “As avaliações e
apreciações que os outros significativos emitem sobre o comportamento, o desempenho e a
carência da criança, as quais vão sendo progressivamente interiorizadas, constituem a base da
construção das suas representações sobre si próprias.”(PEIXOTO, 2003, p.101)
Portanto, estas interiorizações são as responsáveis pela formação da autoestima,
pois as crianças que recebem apoio, carinho e atenção terão probabilidades maiores de
possuírem uma autoestima positiva, ao contrário, as crianças que sofreram rejeição dos pais
ou da família, poderão ter uma autoestima baixa. Na adolescência a família já não é o único
ponto de apoio, os amigos passam a ocupar este lugar, colaborando também na elaboração de
identidade do individuo.
Ao trabalhar com uma autoestima positiva, Ziemer relata que “ Aceitamos elogios
e reconhecemos o próprio valor, refletindo no sucesso de nossos esforços.”(ZIEMER, 2000, p.
89) Portanto, a pessoa sente-se motivada a novos desafios, novas conquistas. Sentir-se-á feliz
pelo sucesso dos amigos e as derrotas serão interpretadas como oportunidades de
aprendizagem.

3 CARACTERIZAÇÃO DO LOCAL DE ESTÁGIO

O estágio acontece em uma instituição de ensino que vai do berçário até o


fundamental II, situada no bairro Pinheirinho, da cidade de Criciúma contempla alunos de
comunidades carentes dos bairros e cidades dos arredores.
A criação da instituição, denominada SCAN – Sociedade Criciumense de
Assistência aos Necessitados-é a materialização de um sonho que teve inicio em 01 de
setembro de 1949, por uma iniciativa do Rotary Clube, e entregue em 1954 à Congregação
dos padres Rogacionistas, passando a chamar-se então Bairro da Juventude dos Padres
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Rogacionistas. A instituição funcionou como internato até 1975, ano em que foi entregue
pelos padres às forças vivas da comunidade, que reunidas em uma Assembléia formada por
vinte e cinco seguimentos representativos que reunidas em uma Assembléia formada por vinte
e cinco seguimentos representativos da sociedade, elegeram o Conselho Deliberativo e esta é
a forma como o Bairro da Juventude é administrado até os dias atuais.
O Bairro da juventude atende atualmente 1500 crianças, adolescentes e adultos
que estão matriculados regulamente nos Programas que passam pela Educação Infantil,
Ensino Fundamental, Laboratório Educativo e Educação Profissional.
A instituição trabalha de maneira a fortalecer esses alunos em suas práticas
cotidianas, de maneira mais responsável, madura, critica, englobando, e oferecendo a parte
desse público curso técnico, para a inclusão no mercado de trabalho, sendo que eles só podem
entrar no curso a partir dos 14 anos, e precisam ter boas notas e bom comportamento.
Oferecem projetos com vários grupos de vários anos, oficinas, as quais os alunos participam
no contra turno do seu horário de aula, sendo que eles podem escolher, desde o esporte, como
futebol, até o coral, artesanato e outros, fazendo com que eles fiquem na escola durante todo o
dia, otimizando seu tempo, influenciando e reforçando suas habilidades.

4 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

DATA: 09/08/2016
ATIVIDADES:
Apresentação, entrega de carta de apresentação, reunião para conhecer as tarefas a
serem desempenhadas, bem como definição de datas e horários de estágio

DATA: 11/08/2016
ATIVIDADE:
Apresentação, conhecer a equipe de trabalho.

DATA: 18/08/2016
ATIVIDADES:
Observação, elaboração de projeto.

DATA: 25/08/2016
ATIVIDADES:
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Turma de meninos do 6ºano, 2 grupos


Tema – abuso infantil
Meta- Levar os meninos a reconhecer a responsabilidade por seus pares como são
responsáveis por si próprios, demonstrando cuidado, zelo e contribuindo com conhecimentos
subjetivos.
Atividades –
1º momento- em duplas conhecer o colega através de três perguntas, apresentarem
o colega para o grupo elevando uma qualidade deste. 2º momento-apresentação de vídeo
sobre abuso sexual roda de conversa sobre o assunto
3º momento – apresentação do segundo tema do vídeo, brincadeira em duplas com
balões, objetivando cuidar do seu e do balão do outro, roda de conversa,
3º momento vídeo, entrega de material de CREAS, conversa dirigida, construção
do painel de encerramento para avaliação

DATA: 05/09/2016
ATIVIDADES:
Turma de meninos do 6º ano2 grupos
Tema – abuso infantil
Meta- Levar os meninos a reconhecer a responsabilidade por seus pares como são
responsáveis por si próprios, demonstrando cuidado, zelo e contribuindo com conhecimentos
subjetivos.
Atividades –
1º momento- em duplas conhecer o colega através de três perguntas, apresentarem
o colega para o grupo elevando uma qualidade deste. 2º momento-apresentação de vídeo
sobre abuso sexual roda de conversa sobre o assunto
3º momento – apresentação do segundo tema do vídeo, brincadeira em duplas com
balões, objetivando cuidar do seu e do balão do outro, roda de conversa,
3º momento vídeo, entrega de material de CREAS, conversa dirigida, construção
do painel de encerramento para avaliação

DATA: 12/09/2016
ATIVIDADES:
Turma de meninas do 8º ano - 2 grupos
Tema – abuso infantil
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Meta- Levar os meninos a reconhecer a responsabilidade por seus pares como são
responsáveis por si próprios, demonstrando cuidado, zelo e contribuindo com conhecimentos
subjetivos.
Atividades –
1º momento- em duplas conhecer o colega através de três perguntas, apresentarem
o colega para o grupo elevando uma qualidade deste. 2º momento-apresentação de vídeo
sobre abuso sexual roda de conversa sobre o assunto
3º momento – apresentação do segundo tema do vídeo, brincadeira em duplas com
balões, objetivando cuidar do seu e do balão do outro, roda de conversa,
3º momento vídeo, entrega de material de CREAS, conversa dirigida, construção
do painel de encerramento para avaliação

DATA: 19/09/2016
ATIVIDADES:
Turma de meninas e meninos do 8ºano - 2 grupos
Tema – abuso infantil
Meta- Levar os meninos a reconhecer a responsabilidade por seus pares como são
responsáveis por si próprios, demonstrando cuidado, zelo e contribuindo com conhecimentos
subjetivos.
Atividades –
1º momento- em duplas conhecer o colega através de três perguntas, apresentarem
o colega para o grupo elevando uma qualidade deste.
2º momento-apresentação de vídeo sobre abuso sexual roda de conversa sobre o
assunto
3º momento – apresentação do segundo tema do vídeo, brincadeira em duplas com
balões, objetivando cuidar do seu e do balão do outro, roda de conversa,
4º momento vídeo, entrega de material de CREAS, conversa dirigida, construção
do painel de encerramento para avaliação.

DATA: 22/ 09/2016


ATIVIDADES:
Turma de meninos e meninas do 9ª ano- 2 grupos
Tema – abuso infantil
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Meta- Levar os meninos a reconhecer a responsabilidade por seus pares como são
responsáveis por si próprios, demonstrando cuidado, zelo e contribuindo com conhecimentos
subjetivos.
Atividades –1º momento- em duplas conhecer o colega através de três perguntas,
apresentarem o colega para o grupo elevando uma qualidade deste. Apresentação de vídeo
sobre abuso sexual roda de conversa sobre o assunto.
2º momento – continuação do vídeo, brincadeira em duplas com balões,
objetivando cuidar do seu e do balão do outro, roda de conversa,
3º momento vídeo, entrega de material de CREAS, conversa dirigida, construção
do painel de encerramento para avaliação;

DATA: 03/10/2016
ATIVIDADES:
Turma de meninas do 8º ao 9º ano
Meta- Fortalecer a auto-estima, aprendendo cuidados com o corpo de higiene e
saúde
Tema – Outubro rosa
Atividades-
Filme sobre o tema- Cinema e pipoca, para iniciar as atividades do mês.

DATA: 10/10/2016
ATIVIDADES: -
Palestra com profissional da saúde, enfermeira,
Tema: auto- estima.

DATA: 17/10/2016
ATIVIDADES: Palestra com profissional da saúde, psicóloga da rede pública de
saúde (saúde da mulher).
Assunto: educação sexual e cuidados com o corpo.

DATA: 19/10/2016
ATIVIDADES:
Tema – Outubro rosa
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Atividades – Possibilitaram-se uma tarde de beleza, onde profissionais da beleza


do Instituto Mix trouxeram conhecimentos sobre, cuidados com a pele, cabelo, maquiagem
adequada a idade e local

DATA: 01/11/2016
ATIVIDADES:
Palestra com profissional da saúde, grupo específico de jovens a psicóloga da
rede pública de saúde municipal.
Assunto: Auto- mutilação.

DATA: 03/11/2016

ATIVIDADES:
Turma de meninas do 6º ano
Meta- Fortalecer a auto-estima, aprendendo cuidados com o corpo de higiene e
saúde
Tema – Novembro azul
Atividades-
Filme sobre o tema- Cinema e pipoca, para iniciar as atividades do analise e
discutição das atividades.

DATA: 07/11/2016

ATIVIDADES:
Fechamento, feedback e avaliação do estágio.
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4.1 ANALISE E DISCUÇÃO DAS ATIVIDADES:

O estágio foi realizado com encontros semanais proporcionando aplicabilidade da


teoria na prática, uma parceria com a estagiária em serviço social possibilitou ampliar ainda
mais a visão do campo de atuação da psicologia social.
Os grupos foram atendidos com o objetivo de prevenção e orientação, segundo as
demandas apresentadas pela escola. Nos encontros conseguimos atender a demanda dos
adolescentes desde o sexto até o nono ano, com temas proteção, abuso sexual, sexualidade,
auto-estima, cuidados pessoais e outros. “Tais desafios devem ser trabalhados através de
técnicas psicológicas (intervenções grupais, orientações breves, exercícios de dinâmicas, etc.)
em espaços físicos de reflexão grupal, permitindo à comunidade escolar desenvolver visões
mais apuradas e críticas das estratégias individuais e sociais para sobreviverem em
sociedade.” (ALVES, SILVA, 2006)
Os encontros semanais com dois grupos de cada ano, em diferentes horários, de
forma a contemplar o maior número de alunos possível, de acordo com a dinâmica
empregada, mas, no entanto o número de adeptos era consideravelmente baixo, com exceção
dos dias de palestras. As dinâmicas utilizadas foram filmes, documentários, jogos, conversas,
questionários, palestras, etc. Todos com o intuito de levantar questionamentos e
esclarecimentos sobre a demanda apresentada.

Nos grupos procurou-se trazer o conhecimento dos papéis do CREAS, do CRAS e


do Conselho Tutelar, quando e como pedir auxilia, disque 100, disque 101, etc. Além de
trabalhar com assuntos temáticos outubro rosa e o cuidado com a saúde da mulher, novembro
azul e a saúde do homem.

No encontro com o adolescente, a questão de saber desde onde fala ou se cala o


analista é acentuada. Menos porque ele viria encarnar algo do paterno ou do materno
[“...] mas porque ele é, exclusiva ou alternativamente, colocado na posição de
dejeto, remetido à “idiotice” do adulto que não compreende nada, ou de nova
encarnação do Outro.” (RASSIAL, 1997, p.4)

Portanto, trabalhar com os grupos de adolescentes possibilitou alcançar lugares na


educação destes não alcançados pelos pais e colocar-se a disposição de escuta do além do que
foi dito. A realidade de vida dos adolescentes trabalhados, muitas vezes é critica , eles
possuem atitudes e posições normais ao amadurecimento que precisam ser acolhidas e
direcionadas, independente da sua classe ou social, o adolescente sofre a mesma demanda
com singularidades em todos os contextos sociais.
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Nesses grupos percebeu-se a falta de auto-estima, a confusão de sentimentos, a


revolta característica da idade. Algumas das meninas passaram por problemas um pouco mais
graves, precisando ser direcionadas a grupos de intervenção, e alguns meninos por problemas
graves de conduta. Todas estas questões mostram o quanto a prevenção e informação são
necessárias neta fase da vida.

4.2 CONSIDERAÇÕES E RECOMENDAÇÕES

A prática da psicologia social em um contexto escolar, possibilita um olhar


diferenciado, um espaço para reflexão onde as relações interpessoais, sexualidade, violência,
opções de vida, drogadição, etc poderão ser discutidas. Toda esta problematização social vai
refletir na educação tornando-se um problema da escola. Neste contexto a psicologia social
vem em auxilio da comunidade escolar e da própria sociedade.
O espaço de reflexão em grupo para discutição critica de problemas psicossociais
sem preconceito ou julgamento, auxiliam na construção de uma sociedade onde a ética
respeita a individualidade do ser, buscando transformá-lo e remetê-lo com um bem estar
maior, o de uma sociedade mais justa e igualitária. O estágio possibilitou na prática a inserção
psicologia social escolar na comunidade escolar, diagnosticando e intervindo diretamente no
momento de educação do sujeito, contribuindo para o desenvolvimento deste com uma
consciência critica e transformadora do sujeito e do mundo social em que vive.
O núcleo de apoio psicossocial da escola e a orientação recebida na faculdade
foram de suma importância para que esta tarefa fosse executada. Vivendo em sociedade, se
faz necessária a integração e colaboração de todos para a construção e desenvolvimento de
um saber bem como de sua aplicabilidade.
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