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LÉIA SILVA

NEUROPSICOPEDAGOGIA:
TÃO DESCONHECIDA QUANTO NECESSARIA

BRASÍLIA, DF
2022
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LÉIA SILVA

NEUROPSICOPEDAGOGIA:
TÃO DESCONHECIDA QUANTO NECESSÁRIA

Trabalho de conclusão de curso


apresentado como requisito
parcial à obtenção do título
especialista em EDUCAÇÃO
ESPECIAL E INCLUSIVA E
NEUROPSICOPEDAGOGIA INS-
TITUCIONAL E CLÍNICA.

BRASÍLIA, DF
2022
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NEUROPSICOPEDAGOGIA:
TÃO DESCONHECIDA QUANTO NECESSARIA

1
Léia Silva

Declaro que sou autora¹ deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro


também que o mesmo foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido
copiado ou extraído, seja parcial ou integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte
além daquelas públicas consultadas e corretamente referenciadas ao longo do trabalho
ou daqueles cujos dados resultaram de investigações empíricas por mim realizadas
para fins de produção deste trabalho.
Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis,
penais e administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime
de plágio ou violação aos direitos autorais. (Consulte a 3ª Cláusula, § 4º, do Contrato de
Prestação de Serviços).

RESUMO: Ao longo da história, uma criança com algum tipo de transtorno do


neurodesenvolvimento era castigada, excluída e exposta ao ser rotulada como
preguiçosa, birrenta ou desprovida de inteligência. Isto se deu em razão do
desconhecimento no assunto por parte da família, escola e sociedade como um todo.
Em tais transtornos é comum virem seguidos de comorbidades; o que agrava ainda
mais a situação. A Neuropsicopedagogia, através da neuroaprendizagem, tem o papel
de gerar qualidade de vida e desenvolvimento em seus pacientes. Com o surgimento
da Pandemia adotou-se a modalidade remota que junto trouxe um cenário de atraso no
aprendizado e involução escolar. Estudos apontam abandono e retrocesso de uma
década na educação. A Neuropsicopedagogia poderá contribuir estimulando as funções
cognitivas e habilidades acadêmicas envolvidas no processo de aprendizagem. O
desafio é tornar está ciência transdisciplinar conhecida pela área de saúde, educação e
população. Hoje, muitas pessoas não sabem quando procurar ou onde encontrar este
profissional. Não é incomum descobrir sujeitos que nunca ouviram falar da
Neuropsicopedagogia. Por meio de divulgação, compromisso, ética, trabalho e
posicionamento será possível levar esse conhecimento à grande parte da população e
assim, diminuir esses déficits no contexto educacional; bem como, trabalhar as
potencialidades dos pacientes dentro do processo de aprendizagem.

PALAVRAS-CHAVE: Neuropsicopedagogia. Neuroaprendizagem. Benefícios.


Pandemia.

1
Aluna do Curso de pós-graduação Educação Especial e Inclusiva e Neuropsicopedagogia Institucional e
Clínica. E-mail: leiarcsilva@yahoo.com.br
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1 INTRUDUÇÃO

Este trabalho trata-se de uma pesquisa bibliográfica. Não é de hoje que a


ignorância faz vítimas inocentes dentro de casa, comunidade ou ambiente
escolar. Em meio a pesquisas sobre desenvolvimento humano e aprendizagem,
transtornos do neurodesenvolvimento e marcos do desenvolvimento surgiu a
indicação de um filme2 a respeito de uma criança com dislexia. Seu calvário se
encerra com a chegada de um professor substituo que logo identifica o problema.
O docente tenta, sem muito êxito, estimular seus colegas a observarem
com mais atenção defasagens apresentadas pelos alunos e explica que em
muitas situações o conhecido “desleixo” pode ser sinal de um possível
transtorno, síndrome ou déficit.
Com o surgimento da Neuropsicopedagogia em 2008 a relação entre
sistema nervoso e a aprendizagem começa a ser compreendida. Conhecer como
se aprende, memoriza e recorda auxilia não apenas, na elaboração de hipóteses
diagnósticas mais precisas e intervenções mais produtivas.
Com a Pandemia, funções cognitivas (memória, foco, leitura, percepção,
habilidades sociais, abstrações, funções executivas...) tão necessário para o
processo de aprendizagem foram extremamente comprometidas em virtude da
modalidade remota (EAD). Trabalho remoto da maioria dos pais/responsáveis,
revezamento de aparelhos eletrônicos, avós e amigos, só por vídeo...causaram
danos psicológicos (refletidos nas habilidades sociais e na aprendizagem),
principalmente, nas crianças e adolescentes.
Junto com uma equipe multidisciplinar, a Neuropsicopedagogia irá
trabalhar dentro do protocolo neuropsicopedagógico de estimulação das
habilidades que são requisitos para aprendizagem.

__________________
2
Como Estrelas Na Terra: Toda Criança É Especial – Dislexia. (Taare Zameen Par), Drama, Índia,
2007, 140min. Direção: Aamir Khan E Amole Gupte.
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2 NEUROPSICOPEDAGOGIA

É muito comum que depois de 18 meses de curso de pós-graduação em


Neuropsicopedagogia, inúmeras mentorias, cursos, workshops, compra de
livros e longas leituras de artigos científicos; há uma certa frustação quando
se ouve a seguinte pergunta: “E vocês fazem o quê?”. Então, segue a devida
definição:
A Neuropsicopedagogia é uma ciência transdisciplinar, fundamentada
nos conhecimentos da Neurociências aplicada à educação, com
interfaces da Pedagogia e Psicologia Cognitiva que tem como objeto
formal de estudo a relação entre o funcionamento do sistema nervoso e
a aprendizagem humana numa perspectiva de reintegração pessoal,
social e educacional. (SBNPp-SOCIEDADE BRASILEIRA DE
NEUROPSICOPEDAGOGIA, 10º DA RESOLUÇÃO 03/2014).

Já chegou o conhecimento de casos de recém-formados que se quer atuaram


porque tinha vergonha de ter feito uma especialização que ninguém conhece;
como se tal insciência fosse requisito para atestado de validade de eficiência e
eficácia desta ciência transdisciplinar pré-adolescente.

2.1 HISTÓRIA DA NEUROPSICOPEDAGOGIA

Segundo a SBNPp (Sociedade Brasileira de Neuropsicopedagogia) a


Neuropsicopedagogia surge em 2008, na cidade de Joinville, no estado de Santa
Catarina por docentes de uma instituição de ensino.

2.2 EFEITOS ATUAIS COM CAUSAS ANTIGAS

Estruturas físicas, corpo docente, segurança, alimentação, ética, inclusão social e sala
multimídia são componentes essenciais à uma educação justa e com equidade. O
grande problema, é não levar em consideração que nada disso poderá ajudar no
desenvolvimento de uma aprendizagem plena se não considerado um olhar mais amplo
para um possível déficit que aluno possua.

Já não é de hoje que muitos educadores observam dificuldades foram da média


em determinados alunos. Síndromes e os mais diversos transtornos veem de mãos
dadas com os pequenos aprendentes sem nenhum desembaraço. Muitos educadores
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identificam certas incompatibilidades no aprendizado para a idade, porém, não


possuem ferramentas para sanar o problema em sua totalidade.

2.2 O QUE É E O QUE NÃO É NEUROPSICOPEDAGOGIA

De acordo com Deniz3 (2022), o Neuropsicopedagogo tem o dever de informar, logo


na primeira sessão com os pais/responsáveis, qual o seu papel em relação a
neuroaprendizagem, como funciona as sessões de avalição e intervenção (caso
necessite); quais seus protocolos, testes aplicados, rastreio, e finalmente, como ela
pode ajudar o paciente com algum déficit de aprendizagem, transtorno do
neurodesenvolvimento, síndromes ou altas habilidades.

Muitos Pais chegam com uma queixa principal e ela deverá ser o ponto de partida
para a investigação da(s) causa(as) pelo qual o sujeito não está desempenhando ao
máximo suas habilidades dentro da sua faixa etária e escolar.

Figura 1: Quadro

Fonte: Método Karen Deniz (2022).

___________________
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3
DENIZ, Karen. Neuropsicopedagogia, CEO da empresa NeurroPp Cwb.
https://www.instagram.com/karendenizoficial/.

2.3 NEUROPSICOPEDAGOGIA X PEDAGOGIA

Bases e fundamentações teóricas dessas duas áreas são distintas; mas ainda assim
causam muita confusão por compartilharem o mesmo objetivo: Melhoria no processo de
Aprendizagem. Segue ilustração:

Figura 2: Mapa Mental

Fonte: Método Karen Deniz (2022).

Como vimos, com bases tão distintas e objetivos diferentes não tem como serem a
mesma coisa. De forma independente, cada uma trabalhará em seus processos
próprios de avaliação e intervenção com o intuito de auxiliar/potencializar o
desenvolvimento do indivíduo no processo de aprendizagem.
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Cada uma explora dentro do seu objetivo de estudo a melhor estratégia, melhor
teste, melhor instrumento para a necessidade de cada pessoa. Atuando
individualmente, ou de forma colaborativa dentro de uma equipe multidisciplinar.

3 BENEFÍCIOS DA NEUROPSICOPEDAGOGIA

Não muito diferente da ficção um grupo considerável de alunos dão início


em suas trajetórias acadêmicas com algum tipo de desordem não identificada
precocemente (acarretando tempo perdido, desgastes emocionais, frustações e
baixa autoestima) no decorrer do seu desenvolvimento, como vemos a seguir:

TEAp é a sigla para transtorno específico da aprendizagem, que designa


uma condição persistente de origem neurobiológica que afeta a
aprendizagem. De acordo com estimativa da Associação Americana de
Psiquiatria, de 5% a 15% da população mundial tem TEAp, o que no
Brasil representaria um grupo 10 milhões de pessoas. O transtorno
divide-se em três tipos: dislexia (maior prejuízo relacionado à
leitura), discalculia (maior comprometimento em matemática) e disgrafia
(dificuldades na expressão escrita). (OLIVEIRA, Maria Victória, 2021,
PORVIR.ORG).

De acordo com Rosení e Fredson (2021, p.10), É papel da

Neuropsicopedagogia, com suas bases teóricas e seus protocolos próprios,

trabalhar áreas cerebrais específicas com a finalidade de estimular as habilidades

acadêmicas básicas envolvidas no processo de aprendizagem no cérebro do

desleixo; bem como, proporcionar equilíbrio neste processo entre a família,

docência e o aluno/paciente.

Lenilda (2020) também concorda que a Neuropsicopedagogia tem a

responsabilidade na orientação dos professores. É de suma importância

compreender como memorizamos, aprendemos e recordamos. Conhecendo as

bases neurobiológicas e a relação do Sistema Nervosos com a aprendizagem será


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natural a elaboração de aulas mais assertivas que estimulem as funções

cognitivas relacionadas ao processo de aprendizagem.

4 CONCLUSÃO

Com o papel bem definito de atuação do profissional de Neuropsicopedagogia


por parte de médicos, terapeutas, escolas, pais e/ou responsáveis sujeitos com algum
tipo de problema relacionado a aprendizagem poderá ser apoiado em seu processo de
desenvolvimento escolar, independente da idade e fase escolar que se encontra.
É imprescindível avaliar o quanto antes qualquer aluno/paciente que apresente
algum tipo de dificuldade incomum para a idade e fase escolar. Isso só ocorrerá com a
parceria do olhar atendo por parte da escola, familiares, amigos e comunidade de forma
geral.
A parte responsável do Neuropsicopedagogo(a) é realizar uma bateria de testes
e com base nela elabora uma hipótese diagnóstica. Caso seja necessário o sujeito será
encaminhado para um médico para fechar o diagnóstico ou poder; ou não ser
necessário o uso de medicação e acompanhamento de uma equipe multidisciplinar.

Com esse direcionamento provido pelo Neuropsicopedagogo(a) espera-se que


não mais ocorra rótulos equivocados e teorias infundadas por parte da escola, colegas
e/ou familiares. Conhecendo o problema real torna-se mais fácil combatê-lo com
medidas claras e protocolos que darão resultado. Muita dor será evitada.

Em seu tempo o aprendente desenvolverá as habilidades necessárias para o


processo de aprender. Isso gera satisfação, autoestima elevada e maior interação com
a família e escola. Além, de qualidade de vida e desenvolvimento humano.
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6 REFERÊNCIAS

AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION - APA. Manual diagnóstico e estatístico de


transtornos mentais: DSM-5. Artmed, 2014. 31-86 p.

AMORINA, Juliana. Pandemia, o retrocesso na educação e as oportunidades a


partir da crise. 2021. Disponível em: https://exame.com/bussola/a-pandemia-o-
retrocesso-na-educacao-e-as-oportunidades-a-partir-da-crise/. Acesso em 05/04/2022.

DINIZ, Karen. Transtornos do Neurodesenvolvimento. Módulo 04. Disponível em:


https://neuropp.memberkit.com.br/. Acesso em 14/03/2022.

DINIZ, Karen. Transtornos do Neurodesenvolvimento Humano e da Aprendizagem.


Módulo 5. Disponível em: https://neuropp.memberkit.com.br/. Acesso em 04/03/2022.

MORETTI, Isabela. Regras da ABNT para TCC 2022: guia completo com as
normas. 2022. Disponível em: https://viacarreira.com/nbr-6023-atualizada/ . Acesso
em 05/04/2022.

OLIVEIRA,Maria Victória.2021. Transtornos de aprendizagem ainda são pouco


conhecidos e diagnóstico precoce é um dos principais desafios. Disponível em:
https://porvir.org/transtornos-de-aprendizagem-ainda-sao-pouco-conhecidos-e-
diagnostico-precoce-e-um-dos-principais-desafios/#:~:text=TEAp%20%C3%A9%20a
%20sigla%20para,grupo%2010%20milh%C3%B5es%20de%20pessoas. Acessado em
07/04/2022.

PITHAN, Lívia Haygert; VIDAL, Tatiane Regina Amando. O Plágio acadêmico como
um problema ético, jurídico e pedagógico. Direito e Justiça.V39, nº1, p. 77-79,
jan/jun.2013.

SANTOS, Lenilda Pereira dos. 2020. As contribuições da Neuropsicopedagogia


para o Insucesso Escolar:Possibilidade de Restauração da Escola e Família.
Disponível em: https://editorarealize.com.br/editora/anais/conedu/2020/TRABALHO_EV
140_MD1_SA1_ID1123_01092020002732.pdf. Acesso em 12/04/2022.

SANTOS, Luiz Henrique Lopes dos Santos. Sobre a Integridade Ética da Pesquisa.
Texto Adaptado de Artigo publicado originalmente no site da Fapesp, em abril de 2011,
p. 4-5.
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SANTOS, Roseni Alves de; SILVA Fredson Pereira da. 2021. As contribuições da
Neuropsicopedagogia na arte de aprender e de ensinar com ênfase em dislexia.
Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/19445 . Acessado em
11/04/2022.

SANTOS, Vanessa Sardinha dos. Sistema Nervoso, Brasil Escola. Disponível em:
https://brasilescola.uol.com.br/biologia/sistema-nervoso.htm. Acesso em 05 de abril de
2022.

SIMÃO, G. F.; CORRÊA, T. H. B.; FERRANDINI, L. M.2020. Contribuições da


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https://e-revista.unioeste.br/index.php/educereeteducare/article /view/25115. Acesso
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Sociedade Brasileira de Neuropsicopedagogia (SBNPp). 2020. Código De Ética


Técnico Profissional da Neuropsicopedagogia
https://www.sbnpp.org.br/arquivos/Codigo_de_Etica_Tecnico_Profisisonal_da_Neuropsi
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aprendizagem. Disponível em. https://agenciabrasil.ebc.com.br/educacao/noticia/2019-
06/campanha-junho-purpura-alerta-para-disturbios-de-aprendizagem . Acesso em
06/04/2022.
.

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