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Brazilian Journal of Development

A identificação precoce de uma possível deficiência intelectual através de


uma perspectiva neuropsicopedagógica

Early identification of a possible intellectual disability through an


institutional neuropsychedagogical perspective

DOI:10.34117/bjdv6n6-348

Recebimento dos originais:08/05/2020


Aceitação para publicação:15/06/2020

Maria Julieta Ferreira da Silva


Especialização em Neuropsicopedagogia
Instituição: Laboratório de Inovações Educacionais e Estudos Neuropsicopedagógicos da
Faculdade CENSUPEG
Endereço: Avenida Emigdio Maia Santos, 1035. Bairro Vila dos Coroados. São Fidélis Rio
de Janeiro 28.400-000
E-mail: jufesilva@gmail.com

Fabrício Bruno Cardoso


Doutorado em Ciências Biológicas
Instituição: Laboratório de Inovações Educacionais e Estudos Neuropsicopedagógicos da
Faculdade CENSUPEG
Endereço: Avenida Emigdio Maia Santos, 1035. Bairro Vila dos Coroados. São Fidélis Rio
de Janeiro 28.400-000
E-mail: fabricio@censupeg.com.br

RESUMO
A deficiência intelectual, devido às dificuldades apresentadas nas formas de se definir,
conceitualizar e nomear, apresenta dificuldades relacionadas ao processo de identificação dos
sujeito, avaliação e intervenção. Este estudo foi construído a partir da intenção de compreender
como está a identificação de tal deficiência nas instituições. Por meio de uma revisão
bibliográfica, tentou-se verificar o quanto se sabe a respeito da identificação precoce de
deficiência intelectual. Percebeu-se, porém, que poucas pesquisas são realizadas com esse
enfoque, apesar da identificação precoce de alguma dificuldade ser de extrema importância
para o encaminhamento ao profissional adequado para diagnóstico, intervenções apropriadas
no campo educacional ou terapêutico, para assim, obter sucesso no tratamento e
consequentemente na qualidade de vida da pessoa e sua família. Essas condutas são relevantes
para auxiliar o desenvolvimento das capacidades do indivíduo e sua inclusão social. Portanto,
esse trabalho fomenta a realização de outras pesquisas, pois ele não esgota a temática acerca
da deficiência intelectual e sua identificação precoce. É preciso reflexões na forma de
identificação e abordagem da deficiência intelectual, o que demanda outras possibilidades de
estudos para melhor identificação precoce, diagnóstico, encaminhamentos e intervenções.

Palavras-chave: Deficiência Intelectual; Identificação Precoce; Neuropsicopedagogia.

Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 6, n.6, p.37767-37774 jun. 2020. ISSN 2525-8761


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ABSTRACT
Intellectual disability, due to the difficulties presented in the ways of defining, conceptualizing
and naming, presents difficulties related to the process of subject identification, evaluation and
intervention. This study was built from the intention to understand how is the identification of
such deficiency in the institutions. Through a literature review, we tried to verify how much
is known about the early identification of intellectual disabilities. It was noticed, however, that
few studies are carried out with this focus, despite the early identification of some difficulty
being extremely important for referral to the appropriate professional for diagnosis,
appropriate interventions in the educational or therapeutic field, in order to achieve successful
treatment and consequently in the quality of life of the person and his family. These behaviors
are relevant to assist the development of the individual's capacities and social inclusion.
Therefore, this work encourages further research, as it does not exhaust the topic of intellectual
disability and its early identification. It is necessary to reflect on how to identify and approach
intellectual disabilities, which demands other possibilities for studies for better early
identification, diagnosis, referrals and interventions.

Keywords: Intellectual Disability; Early Identification; Neuropsychopedagogy.

1 INTRODUÇÃO
Deficiência vem da palavra deficientia do latim e sugere: falhas, imperfeições, não é
completo. Ao longo da história, constituiu-se diferentes concepções sobre deficiência
intelectual que foram sendo modificadas ou reforçadas nos diversos contextos nos quais se
procurou dar sentido as manifestações não normativas do intelecto dos indivíduos em questão.
Por conta disso, substituiram a expressão retardo mental por deficiência intelectual, sendo essa
mudança fruto de amplo debate nos meios científicos internacionais e estão associadas a um
novo paradigma que tende a fazer com que essa deficiência deixe de ser um traço centrado na
pessoa para passar a ser um fenômeno humano correspondente a fatores sociais e/ou orgânicos.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) define a deficiência intelectual (DI),
antigamente denominada retardo mental, como uma capacidade significativamente reduzida
de compreender informações novas ou complexas e de aprender e aplicar novas habilidades,
isto é, inteligência prejudicada. A deficiência intelectual se caracteriza também por um
quociente de inteligênci a (QI) inferior a 70, média apresentada pela população. Segundo o
Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-IV), Deficiência Intelectual
ou Deficiência Mental (DM – como não é mais chamada) é o estado de redução notável do
funcionamento intelectual, significativamente abaixo da média, oriundo no período de
desenvolvimento, e associado à limitações de pelo menos dois aspectos do funcionamento
adaptativo ou da capacidade do indivíduo em responder adequadamente às demandas da
sociedade em comunicação, cuidados pessoais, competências domésticas, habilidades sociais,
utilização dos recursos comunitários, autonomia, saúde e segurança, aptidões escolares, lazer
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e trabalho. Então, além do grau do quoficiente de inteligência (QI) que mede o funcionamento
intelectual, a capacidade de adaptação do indivíduo, referindo-se à inteligência prática é levada
em consideração. Atualmente, o Brasil, assim como outros países, adota a definição de DI
para nomear aqueles que apresentam :
Então, neste cenário, vem para contribuir a neuropsicopedagogia que foca na área de
conhecimento, voltada principalmente para os processos de ensino e aprendizagem, que se
compõe na avaliação de indivíduos em defasagem. Esclarecendo, a Neuropsicopedagogia é
uma nova ciência com nuances entre a neurociências, a psicologia e a pedagogia e tem o
objetivo de compreender as funções cerebrais para o processo de aprendizagem visando a
reabilitação e prevenção dos eventuais problemas detectados em alunos das escolas.
Mas como está a prática desses conceitos científicos na educação? Estão conseguindo
resignificar o cotidiano, a cultura escolar baseado nos princípios da educação inclusiva? Como
é identificado o aluno com DI ? Os professores tem conhecimento das especificidades do seu
desenvolvimento? Como o cérebro processa informações e aprende? Qual a melhor prática
pedagógica destinada a esses alunos? Existe uma flexibilização de estratégias ou adaptação
curricular? Existe uma ficha de acompanhamento individual proporcionando subsídios para a
construção, aplicação e avaliação do Plano de Desenvolvimento Educacional Individualizado
(PDEI)?
A partir do comentado anteriormente este estudo teve por objetivo estabelecer uma
reflexão teórica sobre a importância de uma identificação precoce da deficiência intelectual
em escolares através de uma perspectiva neuropsicopedagógica.

2 METODOLOGIA
A metodologia de estudo utilizada no sentido de contribuir para se assegurar à
consecução do objetivo deste artigo foi de um estudo exploratório, pois os estudos
exploratórios permitem ao investigador aumentar a sua experiência específica, buscando
antecedentes, para, em seguida, planejar pesquisa descritiva ou do tipo experimental.
Para se operacionalizar técnica e instrumentalmente este estudo, se optou por realizar
pesquisa bibliográfica. Isto porque pretende-se na referida pesquisa assegurar a consecução do
objetivo deste artigo, será visitado o pensamento de muitos autores preocupados com
intervenções na área da educação, mais precisamente, a atuação do neuropsicopedagogo na
escola com o intuito de detectar precocemente uma possível deficiência intelectual e de outros
que até mesmo procuraram apontar alternativas de solução para o mesmo.
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Portanto, será feita uma revisão de literatura através de artigos científicos, utilizando
principalmente a base de dados Pubmed, Scielo, Science Direct, com as seguintes palavras-
chave: “Deficiência Intelectual” e “Identificação precoce”

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Foram pesquisados artigos a partir do ano de 2015 com o enfoque voltado para
“identificação precoce da deficiência intelectual”. Há escassez de pesquisas com esse assunto
especificamente, porém abordando a DI somente foram encontrados dois artigos
A partir do que foi descrito nos estudos (Quadro 01), já se tem justificativa suficiente
para que haja mais pesquisas sobre diagnóstico precoce, independente de qual transtorno se
tenha suspeita, pois dele poderão resultar o aprimoramento dos programas de avaliação,
diagnóstico (para quem é habilitado a realizar) e intervenção nos comportamentos envolvidos
de atraso do desenvolvimento. O reconhecimento de que a prevenção e detecção de problemas
exercem efeitos benéficos por toda a vida do ser humano, estimulam o interesse pelo
acompanhamento do desenvolvimento integral da criança. Grande parte das habilidades e
aptidões são adquiridas mais rapidamente na primeira infância e para enfrentar os desafios que
uma dificuldade impõe, a identificação precoce, uma boa avaliação e adequada intervenção,
ajuda, e muito, essa criança a transformar-se em um possível adulto produtivo e capaz de
inserir-se socialmente.

Ano Revista Título Autores Resultados


2017 Revista Benefício da Glícia C. O trabalho buscou
Científica intervenção Precoce Malheiros, contribuir para
da FLC na Criança Autista Manuela maioraprofundamento do
L.C.Pereira, conhecimento a respeito do
Marcela C. TEA, apontando sempre
Mansur, para a importância do
Odila M. F. diagnóstico e intervenção
C. Mansur, precoces, de forma a
Leila R.O.P. aproveitar a
Nunes neuroplasticidade cerebral
dos primeiros anos de vida,
resultando em melhor
prognóstico

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2017 Inclusão Deficiência José Salomão É crucial a importância do
Social Intelectual: causas e Schwartzman diagnóstico precoce,
importância do Vivian seguido da investigação
diagnóstico e Renne para identificar a etiologia
intervençãoprecoces Gerber do quadro, e do
Lederman encaminhamento imediato
para tratamento
habilitador, visando efetiva
promoção da autonomia e
identificação dos apoios
necessários. Essencial a
aplicação dos testes de
inteligência, avaliações de
funcionalidades e
competências,
intervenções
multidisciplinares.

Quadro 01: Apresentação sistematizada dos estudos obtidos na pesquisa nos buscadores acadêmicos

Com base na literatura revisada a Deficiência Intelectual faz parte dos Transtornos do
Neurodesenvolvimento. É o distúrbio mais comum e prevalente que causa alterações que
geram impactos significativos na funcionalidade dos indivíduos. Falhas no mecanismo de
maturação do cérebro tem como consequência um atraso no desenvolvimento demonstrando
processos mais lentos na aquisição de habilidades motoras, de comunicação, dificuldade de
interação social e déficit cognitivo. As limitações geradas por deficiência intelectual podem
trazer problemas no desenvolvimento da criança em diversas áreas e em intensidades
diferentes, por esse motivo o reconhecimento precoce da deficiência é fundamental para
garantir auxílio no desenvolvimento infantil por meio de intervenções ou estimulações que
possam ser realizadas em diferentes áreas do desenvolvimento afetada e, assim, trazer
impactos imediatos ou benefícios a longo prazo não intensificando o problema de modo a
torná-lo irreversível.
O papel da família é determinante no desenvolvimento da criança, por isso, deve estar
em sintonia com a equipe que está avaliando a mesma, ela tem informações apuradas sobre o
desenvolvimento e muitas vezes percebem alterações muito antes de sintomas mais claros no
comportamento. O foco não pode ser só na criança, porque ela está dentro do contexto familiar

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e essa pode fazer inferências sobre o desenvolvimento e possibilidades de avanços em suas
trajetórias. O envolvimento da família resulta na melhoria significativa das intervenções.
A criança com deficiência, deve ter a possibilidade da garantia do direito do seu pleno
desenvolvimento, por isso, objetiva-se promover a inclusão. Como a deficiência intelectual
traz consequências de baixo desenvolvimento na aprendizagem do indivíduo, na função
intelectual e déficit no funcionamento adaptativo social, é determinante para a adaptação da
criança ou adolescente na escola, a promoção de seu desenvolvimento cognitivo e para tanto
é necessário que o professor, assim como toda equipe de profissionais, tenham um bom
conhecimento das fases de desenvolvimento e comportamentos que são precursores de
aquisições fundamentais. O ensino inclusivo deve ser a prática da inclusão de todos;
independentemente de seu talento, deficiência, origem socioeconômica ou cultural, as
necessidades dos alunos devem ser satisfeitas na sala de aula, na escola como um todo. Não
esquecendo que conhecendo as estruturas cognitivas, como se dá a aprendizagem em
diferentes idades e situações, assim como os estilos individuais de aprender é fundamental
para que possa ter um olhar individual diferenciado com alunos que necessitam de apoio
maior. O acompanhamento pedagógico eficaz, também se faz necessário desde os primeiros
momentos na escola já que, as crianças estão frequentando cada vez mais cedo as instituições
de ensino e permanecendo lá por um longo período do dia. Então, ter um profissional, atento
para as fases do desenvolvimento principalmente nas idades críticas, as chamadas “janelas de
oportunidades” para que preventivamente se detecte algum déficit cognitivo e
neuropsicomotor e assim se minimize e trate de forma que cada indivíduo evolua no seu
processo de desenvolvimento, trará grandes benefícios para o processo de ensino-
aprendizagem.
Incluir, não é só matricular os alunos com necessidades específicas numa sala de aula
dita regular, mas preparar a escola e os professores para trabalhar as práticas pedagógicas
adequadas permitindo o desenvolvimento da autonomia, da interação social e do cognitivo dos
alunos dentro do que a sua necessidade revelar como possibilidade de alcance. Pesquisas
revelaram que a maioria dos professores não tem formação continuada e desconhecem as
características, possibilidades dos indivíduos com deficiência intelectual e como consequência
não conseguem realizar planejamentos adequados, não tendo estratégias, intervenções
pertinentes que respeitem o saber de cada um, suas possibilidades e seus ritmos diferenciados,
muito menos realizam avaliações que considerem o aprendente em questão, onde tem
respostas diferentes para cada estímulo empreendido na sua evolução.
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4 CONCLUSÃO
O estudo revelou que poucos artigos foram publicados no sentido de
identificarprecocemente a Deficiência Intelectual, assim, tal enfoque aponta para um campo
fértil para a realização de estudos sobre a D.I. e seu diagnóstico precoce. Apesar disso, há
consenso de quão importante é esse diagnóstico precoce em qualquer transtorno para que o
grau de comprometimento possa ser amenizado com o encaminhamento a tratamentos
imediatos e adequados. Também ficou claro que existe a necessidade dos professores terem
apoio especializado, podendo ser esta a função do Neuropsicopedagogo Institucional que vem
se revelando numa crescente importância na sua função junto à equipe diretiva de promover a
diversificação da metodologia de sala de aula, adaptações curriculares, estabelecimento de
metas, bem como possibilidades de avaliação das crianças a partir de suas próprias. Os
professores também precisam se capacitar, mantendo uma formação continuada a luz da
ciência, a fim de melhor atender o aluno com necessidade específica. Outro fato relevante é
que os responsáveis, devem ser estimulados a fazer parte do processo de avaliação para, a
partir de um conjunto de medidas de apoio integrado centrado na criança e na família, tentem
minimizar problemas do desenvolvimento e garantir uma eficácia das intervenções.

REFERÊNCIAS

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Deficiência Intelectual na Perspectiva Histórico Cultural: A Mediação e os principais
Conceitos de Avaliação. 2016 Disponível em:
http://www.avm.edu.br/docpdf/monografias_publicadas/posdistancia/54062.pdf> Acesso
em:14.abr.2020
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da Intervenção Precoce na Criança Autista. Revista científica da Faculdade de Medicina de
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ROSAL, Angélica Galindo Carneiro. Modelo de resposta à intervenção para a identificação
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SCHWARTZMAN, José Salomão; LEDERMAN, Vivian Renne Gerber. Deficiência
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SILVA, Alyne de Jesus Moreira da. O papel dos centros municipais de educação infantil na
identificação precoce de sinais do transtorno do espectro autista Dissertação (Mestrado -
Programa de Pós-Graduação em Saúde) – Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e
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