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DOI:10.34117/bjdv6n6-348
RESUMO
A deficiência intelectual, devido às dificuldades apresentadas nas formas de se definir,
conceitualizar e nomear, apresenta dificuldades relacionadas ao processo de identificação dos
sujeito, avaliação e intervenção. Este estudo foi construído a partir da intenção de compreender
como está a identificação de tal deficiência nas instituições. Por meio de uma revisão
bibliográfica, tentou-se verificar o quanto se sabe a respeito da identificação precoce de
deficiência intelectual. Percebeu-se, porém, que poucas pesquisas são realizadas com esse
enfoque, apesar da identificação precoce de alguma dificuldade ser de extrema importância
para o encaminhamento ao profissional adequado para diagnóstico, intervenções apropriadas
no campo educacional ou terapêutico, para assim, obter sucesso no tratamento e
consequentemente na qualidade de vida da pessoa e sua família. Essas condutas são relevantes
para auxiliar o desenvolvimento das capacidades do indivíduo e sua inclusão social. Portanto,
esse trabalho fomenta a realização de outras pesquisas, pois ele não esgota a temática acerca
da deficiência intelectual e sua identificação precoce. É preciso reflexões na forma de
identificação e abordagem da deficiência intelectual, o que demanda outras possibilidades de
estudos para melhor identificação precoce, diagnóstico, encaminhamentos e intervenções.
1 INTRODUÇÃO
Deficiência vem da palavra deficientia do latim e sugere: falhas, imperfeições, não é
completo. Ao longo da história, constituiu-se diferentes concepções sobre deficiência
intelectual que foram sendo modificadas ou reforçadas nos diversos contextos nos quais se
procurou dar sentido as manifestações não normativas do intelecto dos indivíduos em questão.
Por conta disso, substituiram a expressão retardo mental por deficiência intelectual, sendo essa
mudança fruto de amplo debate nos meios científicos internacionais e estão associadas a um
novo paradigma que tende a fazer com que essa deficiência deixe de ser um traço centrado na
pessoa para passar a ser um fenômeno humano correspondente a fatores sociais e/ou orgânicos.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) define a deficiência intelectual (DI),
antigamente denominada retardo mental, como uma capacidade significativamente reduzida
de compreender informações novas ou complexas e de aprender e aplicar novas habilidades,
isto é, inteligência prejudicada. A deficiência intelectual se caracteriza também por um
quociente de inteligênci a (QI) inferior a 70, média apresentada pela população. Segundo o
Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-IV), Deficiência Intelectual
ou Deficiência Mental (DM – como não é mais chamada) é o estado de redução notável do
funcionamento intelectual, significativamente abaixo da média, oriundo no período de
desenvolvimento, e associado à limitações de pelo menos dois aspectos do funcionamento
adaptativo ou da capacidade do indivíduo em responder adequadamente às demandas da
sociedade em comunicação, cuidados pessoais, competências domésticas, habilidades sociais,
utilização dos recursos comunitários, autonomia, saúde e segurança, aptidões escolares, lazer
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e trabalho. Então, além do grau do quoficiente de inteligência (QI) que mede o funcionamento
intelectual, a capacidade de adaptação do indivíduo, referindo-se à inteligência prática é levada
em consideração. Atualmente, o Brasil, assim como outros países, adota a definição de DI
para nomear aqueles que apresentam :
Então, neste cenário, vem para contribuir a neuropsicopedagogia que foca na área de
conhecimento, voltada principalmente para os processos de ensino e aprendizagem, que se
compõe na avaliação de indivíduos em defasagem. Esclarecendo, a Neuropsicopedagogia é
uma nova ciência com nuances entre a neurociências, a psicologia e a pedagogia e tem o
objetivo de compreender as funções cerebrais para o processo de aprendizagem visando a
reabilitação e prevenção dos eventuais problemas detectados em alunos das escolas.
Mas como está a prática desses conceitos científicos na educação? Estão conseguindo
resignificar o cotidiano, a cultura escolar baseado nos princípios da educação inclusiva? Como
é identificado o aluno com DI ? Os professores tem conhecimento das especificidades do seu
desenvolvimento? Como o cérebro processa informações e aprende? Qual a melhor prática
pedagógica destinada a esses alunos? Existe uma flexibilização de estratégias ou adaptação
curricular? Existe uma ficha de acompanhamento individual proporcionando subsídios para a
construção, aplicação e avaliação do Plano de Desenvolvimento Educacional Individualizado
(PDEI)?
A partir do comentado anteriormente este estudo teve por objetivo estabelecer uma
reflexão teórica sobre a importância de uma identificação precoce da deficiência intelectual
em escolares através de uma perspectiva neuropsicopedagógica.
2 METODOLOGIA
A metodologia de estudo utilizada no sentido de contribuir para se assegurar à
consecução do objetivo deste artigo foi de um estudo exploratório, pois os estudos
exploratórios permitem ao investigador aumentar a sua experiência específica, buscando
antecedentes, para, em seguida, planejar pesquisa descritiva ou do tipo experimental.
Para se operacionalizar técnica e instrumentalmente este estudo, se optou por realizar
pesquisa bibliográfica. Isto porque pretende-se na referida pesquisa assegurar a consecução do
objetivo deste artigo, será visitado o pensamento de muitos autores preocupados com
intervenções na área da educação, mais precisamente, a atuação do neuropsicopedagogo na
escola com o intuito de detectar precocemente uma possível deficiência intelectual e de outros
que até mesmo procuraram apontar alternativas de solução para o mesmo.
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Portanto, será feita uma revisão de literatura através de artigos científicos, utilizando
principalmente a base de dados Pubmed, Scielo, Science Direct, com as seguintes palavras-
chave: “Deficiência Intelectual” e “Identificação precoce”
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Foram pesquisados artigos a partir do ano de 2015 com o enfoque voltado para
“identificação precoce da deficiência intelectual”. Há escassez de pesquisas com esse assunto
especificamente, porém abordando a DI somente foram encontrados dois artigos
A partir do que foi descrito nos estudos (Quadro 01), já se tem justificativa suficiente
para que haja mais pesquisas sobre diagnóstico precoce, independente de qual transtorno se
tenha suspeita, pois dele poderão resultar o aprimoramento dos programas de avaliação,
diagnóstico (para quem é habilitado a realizar) e intervenção nos comportamentos envolvidos
de atraso do desenvolvimento. O reconhecimento de que a prevenção e detecção de problemas
exercem efeitos benéficos por toda a vida do ser humano, estimulam o interesse pelo
acompanhamento do desenvolvimento integral da criança. Grande parte das habilidades e
aptidões são adquiridas mais rapidamente na primeira infância e para enfrentar os desafios que
uma dificuldade impõe, a identificação precoce, uma boa avaliação e adequada intervenção,
ajuda, e muito, essa criança a transformar-se em um possível adulto produtivo e capaz de
inserir-se socialmente.
Quadro 01: Apresentação sistematizada dos estudos obtidos na pesquisa nos buscadores acadêmicos
Com base na literatura revisada a Deficiência Intelectual faz parte dos Transtornos do
Neurodesenvolvimento. É o distúrbio mais comum e prevalente que causa alterações que
geram impactos significativos na funcionalidade dos indivíduos. Falhas no mecanismo de
maturação do cérebro tem como consequência um atraso no desenvolvimento demonstrando
processos mais lentos na aquisição de habilidades motoras, de comunicação, dificuldade de
interação social e déficit cognitivo. As limitações geradas por deficiência intelectual podem
trazer problemas no desenvolvimento da criança em diversas áreas e em intensidades
diferentes, por esse motivo o reconhecimento precoce da deficiência é fundamental para
garantir auxílio no desenvolvimento infantil por meio de intervenções ou estimulações que
possam ser realizadas em diferentes áreas do desenvolvimento afetada e, assim, trazer
impactos imediatos ou benefícios a longo prazo não intensificando o problema de modo a
torná-lo irreversível.
O papel da família é determinante no desenvolvimento da criança, por isso, deve estar
em sintonia com a equipe que está avaliando a mesma, ela tem informações apuradas sobre o
desenvolvimento e muitas vezes percebem alterações muito antes de sintomas mais claros no
comportamento. O foco não pode ser só na criança, porque ela está dentro do contexto familiar
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