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Coordenação-Geral
Yukari Miyata
Subcoordenador-Geral
Marcelo Carvalho Ferreira
Coordenação Psicopedagógica
Rita Rosa Nobre Mizerani
Conteudistas:
Pedro Ribeiro de Oliveira Sousa
Eduardo Vieira Figueiredo
Diego Almeida Lopes Mendonça
Revisão e Edição:
Divisão Psicopedagógica - Academia de Polícia Civil de Minas Gerais
Reprodução Proibida
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................... 4
PARTE 1 ............................................................................................................ 7
9 MODELOS DE MEDIAÇÃO......................................................................... 30
9.1 MEDIAÇÃO SATISFATIVA OU TRADICIONAL .................................... 30
9.2 MEDIAÇÃO CIRCULAR-NARRATIVA ................................................... 32
9.3 MEDIAÇÃO TRANSFORMATIVA .......................................................... 32
10 O MEDIADOR .............................................................................................. 37
PARTE 2 .......................................................................................................... 90
REFERÊNCIAS.............................................................................................. 106
1 INTRODUÇÃO
6
PARTE 1
9
Lado outro, na dimensão do ofensor, busca-se incutir nele o senso de
responsabilização, para que compreenda efetivamente as consequências da sua
conduta e o mal causado e contribua, conscientemente, com a construção de
mecanismos para a reparação desse mal. O agressor, em geral, não se sente
responsável pelo dano quando é condenado a repará-lo por meio de uma decisão
verticalizada. Muitas vezes, sente-se vítima da sociedade quando é condenado a
reparar o dano e não percebe que a sua reparação é uma forma de amenizar o mal.
Trabalha-se também com o ofensor o sentido de pertencimento: para que se sinta
responsável pela resolução do conflito, ele deve se sentir parte da comunidade que
desestruturou com a sua conduta. Assim como a vítima, a presença do ofensor
também pode ser indireta ou simbólica (exemplo: falecimento no curso do processo).
Em terceiro lugar, a dimensão da comunidade (ou dimensão comunitária)
pretende resgatar e fortalecer o senso de coletividade e o sentimento de
corresponsabilidade, no estabelecimento de inter-relações horizontais. Em grande
parte das relações conflituosas, a comunidade na qual a vítima e o ofensor pertencem
é atingida pelo conflito e deve ter a prerrogativa de colaborar na restauração dos
interessados. A participação ativa da comunidade diminui a sensação de impunidade,
que, muitas vezes, decorre do desconhecimento do processo e das medidas
aplicadas. O sentimento de inoperância do Estado leva as pessoas a quererem fazer
“justiça com as próprias mãos”.
Noutro pórtico, a Justiça Restaurativa é sustentada por diversos princípios,
dentre os quais destacam-se os da voluntariedade, do consenso e da
confidencialidade:
a) Princípio da Voluntariedade: a Justiça Restaurativa apenas pode ser
aplicada com a anuência expressa dos interessados, a qual inclusive pode ser retirada
a qualquer tempo durante o procedimento. Na busca do diálogo e da compreensão,
os interessados devem ser esclarecidos sobre seus direitos, vantagens e
consequências, para que, então, com o devido conhecimento, sintam-se preparados
para optar pelas práticas restaurativas e pela construção conjunta da solução para o
conflito;
b) Princípio do Consenso: a Justiça Restaurativa visa à construção conjunta
de um ajustamento entre os sujeitos envolvidos no conflito. Para que haja esse
ajustamento, todos devem estar cientes e de acordo com seus direitos e obrigações.
O consenso aqui tratado não se refere ao acordo eventualmente firmado entre os
10
interessados para a resolução do conflito, mas sim quanto à participação e à condução
da prática. Deve ter uma característica integrativa;
c) Princípio da Confidencialidade: todas as situações vivenciadas são
acobertadas pela confidencialidade e, consequentemente, não poderão – caso não
haja ajustamento entre as partes – serem utilizadas como prova processual. A
confidencialidade é essencial para que os interessados se sintam confiantes para
exporem suas experiências, seus sentimentos e como a relação conflituosa afetou
suas vidas. A regra da confidencialidade é mitigada por autorização expressa das
partes ou violação às leis vigentes.
Compreendidos os princípios e as dimensões da Justiça Restaurativa, cumpre
estabelecer sua finalidade. O principal objetivo da Justiça Restaurativa é restaurar os
envolvidos no conflito e a relação quebrada por ele. Busca-se, por meio do diálogo
entre os interessados, compreensões mútuas e comprometimento, conferir maior
dignidade e consciência de seu papel na sociedade. Como consequência – e não
objetivo – da restauração dos interessados, está a reparação do dano à vítima e a
recuperação social do ofensor.
Existem vários métodos (ou técnicas) para concretização da Justiça
Restaurativa, como por exemplo, a mediação de conflitos, as conferências familiares,
os círculos de pacificação, a constelação familiar e outros. Assim, não ficam dúvidas
de que são variadas as práticas restaurativas.
A Polícia Civil do Estado de Minas optou por iniciar a implementação desse
modelo de justiça no ano de 2006, por meio do programa/projeto de mediação de
conflitos denominado MEDIAR. A mediação de conflitos desenvolvida pela Polícia
Civil tem como escopo a busca por uma forma amigável e colaborativa de resolução
de controvérsias e novos canais de inter-relacionamento e confiança entre a Polícia e
a comunidade, atendendo principalmente às demandas tipificadas como crimes de
menor potencial ofensivo (de acordo com a Lei nº 9.099/1995) e em casos em que os
demandantes apresentam relação continuada1.
1 Como uma primeira noção de mediação pode-se dizer que, além de método, é arte e técnica de
resolução de conflitos intermediada por um terceiro mediador (agente público ou privado) – que tem
por objetivo solucionar pacificamente as divergências entre pessoas, fortalecendo suas relações (no
mínimo, sem qualquer desgaste ou com o menor desgaste possível), preservando os laços de
confiança e os compromissos recíprocos que os vinculam. A mediação, pode-se assim dizer, é uma
das ferramentas de fortalecimento do modelo de policiamento comunitário (filosofia que busca
aproximar o Estado da sociedade) e, por consequência, de ruptura com a atuação policial típica de
regimes autoritários e de distanciamento da comunidade. Trata-se de um importante instrumento de
prevenção à manutenção da ordem social e de minimização de conflitos que, não tratados a tempo,
11
A Justiça Restaurativa pode ser aplicada potencialmente em todas as
demandas, porém a pertinência de sua aplicação deve ser analisada no caso
concreto. Sua aplicação se dará com a utilização de técnicas, processos e métodos
adequados para a resolução de conflitos nos âmbitos criminal, cível, familiar, infância
e adolescência, execução penal, júri ou em quaisquer outras áreas do direito quando
vislumbrada a existência de relações continuadas, de vários vínculos, comunitárias,
interpessoais, interinstitucionais, dentre outras.
Por fim, a Justiça Restaurativa não pretende competir com as várias formas
tradicionais de aplicação do direito, havendo casos que não comportam práticas
restaurativas. Nessas situações, a solução tradicional (retributiva) deve
invariavelmente ser aplicada.
podem produzir resultados nefastos e configurar outra sorte de problemas, os quais poderão
desembocar na polícia civil ou no judiciário. Desse modo, o estudo da Mediação de Conflitos, como
método alternativo (e autocompositivo) de solução de conflitos (MASC’s), deve trilhar,
necessariamente, as veredas do Policiamento Comunitário e da Justiça Restaurativa.
12
Merece menção ainda que as relações no ambiente escolar são normalmente
de caráter continuado, ou seja, prolongam-se no tempo, o que promove a maior
existência de conflitos e, consequentemente, um campo fértil para a atuação das
diversas formas não tradicionais de solução de demandas, tal qual a mediação, a
conciliação, entre outras.
Ademais, alerta-se que as menções genéricas a “crimes” ao longo do texto
sejam compreendidas também no prisma de “atos infracionais”, conforme acima
destacado por rigor técnico.
Compreendidos, pois, o histórico, os pontos de contato e de descolamento
entre a atuação policial e a escolar, bem como as premissas da Justiça Restaurativa,
propõe-se inevitavelmente o avanço no estudo da matéria.
13
3 MEDIAÇÃO DE CONFLITOS E PRÁTICAS RESTAURATIVAS (MECON)
Contextualmente, grande parte dos conflitos do dia a dia não constituem fato
típico criminal. São conflitos interpessoais que podem resultar em questões de
segurança pública por talvez não terem sido suficientemente trabalhados em razão do
despreparo dos envolvidos ao atuarem nesses contextos. Tais situações, muitas
vezes, levam à sensação de impunidade e à reincidência de condutas, resultando no
sentimento de descrédito da população com relação aos serviços públicos prestados
e na insatisfação, do outro lado da moeda, dos seus prestadores, sejam policiais ou
educadores.
Os meios de resolução pacífica de conflitos e a própria ideia de polícia
comunitária surgem, por um prisma, como um instrumental de auxílio na intervenção
das polícias em momentos em que o confronto não se faça necessário e, por outro
lado, surge como uma forma de integração das ações comunitárias, dos gestores
públicos e dos operadores do direito. Além disso, propiciam o exercício da cidadania
ativa à comunidade, à medida que ela atua na solução dos conflitos interpessoais em
seu nascedouro, evitando a eclosão de episódios de violência e de crime.
A mediação deve ser entendida, nesse contexto, como instrumento para
tratamento de conflitos interpessoais quando as partes podem atuar diretamente na
solução, o que difere da arbitragem e do provimento jurisdicional, porque o mediador
não decide pelas partes, como acontece nas decisões do árbitro e do juiz. A mediação
também se distancia da conciliação porque trabalha mais profundamente os conflitos
interpessoais e não as disputas, não direcionando, não aconselhando, nem sugerindo
saídas.
Existem 03 situações para a aplicação da Mediação de Conflitos:
➢ Conflitos Interpessoais;
➢ Conflitos Interpessoais em contexto de violência;
➢ Conflitos interpessoais em contexto de crime.
Assim, a mediação é uma forma de administração pacífica de conflitos por
intermédio de um terceiro, estranho ao conflito, que atuará como uma espécie de
“catalisador”, e não interferirá na decisão final das partes que o escolheram. A
mediação, portanto, visa à facilitação, por meio de um terceiro imparcial, para que as
partes cheguem a um resultado final construído por elas.
14
3.1 GESTÃO DE CONFLITO
16
Mas, o que é o conflito? Segundo Coser, referendado por Moore (1998, p. 29),
os conflitos envolvem lutas entre duas ou mais pessoas com relação a valores ou
competição por status, poder ou recursos escassos. Os mediadores intervêm em
conflitos que diferem segundo seu grau de ordem, as atividades das partes e a
intensidade da expressão das preocupações e das emoções.
17
c) o conflito manifesto, que é aquele em que as partes envolvidas em uma
disputa ativa e contínua começaram a negociar, mas chegaram a um impasse.
Nos três tipos de conflito, o mediador pode ser chamado a auxiliar os
participantes a identificarem as pessoas que serão afetadas por uma mudança e a
desenvolverem um processo de educação mútua em torno das questões e interesses
envolvidos; a estabelecer o processo de negociação e comunicação e, ainda, a mudar
o procedimento que ora tenha se iniciado por conta dos participantes ou por intermédio
de outro profissional (MOORE, 1998, p. 29 e30).
Em uma classificação sobre os tipos de conflitos, leciona Braga Neto:
a) intrapessoal: é o conflito entre a razão e a emoção, que se dá por meio da
estruturação do sujeito, seus mecanismos de defesa, seus valores e desejos;
b) interpessoal: ocorre de forma comum entre pais, filhos, casais, ambiente de
trabalho, dentre outras relações. São desencadeados frequentemente por influência
dos conflitos intrapessoais;
c) intragrupais: a competição é característica marcante desses conflitos.
Surgem por pessoas que compõem um mesmo grupo, geralmente membros de uma
família, ou trabalhadores de uma empresa;
d) intergrupais: acontecem entre grupos diferentes que, ao se relacionarem,
demonstram posições contrárias, ou então se dão a partir de recursos ou
oportunidades distribuídas de forma desigual na comunidade, gerando discórdia e
competição. Exemplos são os conflitos entre as comunidades e os conflitos
internacionais.
18
3.5 CONTEÚDOS DO CONFLITO
19
4 FORMAS DE RESOLUÇÃO (COMPOSIÇÃO) DOS CONFLITOS
23
5 CONCEITOS DE MEDIAÇÃO
24
6 PRINCÍPIOS DA MEDIAÇÃO
26
7 CARACTERÍSTICAS DO PROCESSO DE MEDIAÇÃO
27
8 OBJETIVOS DA MEDIAÇÃO
29
9 MODELOS DE MEDIAÇÃO
Segundo Fisher, Ury e Patton3 (1994, pág. 33-113 apud Vasconcellos, 2008,
pág. 73), a prática da mediação, em sua versão moderna, seguiu, inicialmente, os
preceitos da negociação cooperativa baseada em princípios, desenvolvida pela
Escola de Harvard. Ali foram elaborados conceitos e procedimentos, por exemplo,
sobre:
1) “posição” (atitude polarizada e explícita dos disputantes) e “interesses”
(subjacentes e comuns, embora contraditórios ou antagônicos, a serem identificados);
2) técnicas de criação de opções para a satisfação dos interesses identificados;
3) a necessidade de observação dos dados de realidade ou padrões técnicos,
éticos, jurídicos ou econômicos;
4) a importância de separar o conflito subjetivo (relação interpessoal) do conflito
objetivo (questões concretas).
Esses conceitos eram aplicados enquanto técnicas de negociação, priorizando-
se o conflito objetivo ou o problema concreto, com vistas ao acordo negociado. De
acordo com Vasconcellos (2008, pág. 74), esses procedimentos e técnicas,
3FISHER, Roger; URY, William; PATTON, Bruce. Como chegar ao sim. A negociação de acordos sem
concessões (Projeto de Negociação da Harvard Law School). Rio de Janeiro: Imago.
30
desenvolvidos a partir dos anos cinquenta do século passado, destinaram-se,
inicialmente, a contribuir para a superação dos impasses nas negociações da Guerra
Fria entre Estados Unidos e antiga União Soviética. Foram utilizados conceitos de
psicanálise e linguística sobre comunicação e construção do discurso, para uma
melhor compreensão do manifesto e do subjacente.
Ainda de acordo com Vasconcellos (2008, pág.74), a negociação, em seu
sentido técnico, deve estar baseada no princípio da cooperação, pois não tem por
objetivo eliminar, excluir ou derrotar a outra parte. Nesse sentido, ela adota, conforme
a natureza da relação interpessoal, um modelo integrativo ou um modelo distributivo.
O modelo integrativo é aquele adotado nas parcerias, alianças, relações de
interdependência, em que manter ou conseguir um relacionamento de longa duração
é importante (busca-se ampliar, expandir, o campo reconhecido como de interesses
comuns). O modelo distributivo é o adotado nas negociações episódicas, sem
perspectiva de geração de rede ou parcerias, alianças, relações de interdependência
etc. (busca-se dividir ou trocar entre as partes o campo de interesses em disputa).
A mediação seria um terceiro modelo de negociação cooperativa, denominada
negociação com apoio em terceiros, onde se busca em um terceiro, o mediador de
confiança, que possa facilitar uma solução. Na negociação integrativa se prioriza a
análise de problemas e oportunidades para a tomada de decisão. É uma negociação
que tem a característica de um planejamento compartilhado. Na negociação
distributiva os interesses comuns estão subjacentes.
As técnicas de negociação adotadas na mediação satisfativa, segundo
Vasconcellos (2008, pág. 75-78), são:
31
9.2 MEDIAÇÃO CIRCULAR-NARRATIVA
5 VEZZULLA, Juan Carlos. Mediação de conflitos com adolescentes autores de ato infracional.
Florianópolis: Habitus, 2006.
6 BUSH, R. A. Baruch e FOLGER, Joseph P. La promesa de mediación: cómo afrontar el conflicto
linguístico e de classe, como um processo dinâmico onde o sujeito, a partir de suas ações, é parte de
um processo em permanente construção. Empoderar significa muito mais do que “transferir” ou “tomar
posse” de elementos que permitam a estes transitar nos meandros decisórios de sua coletividade, mas
sim, fornecer subsídios a estes para que possam se tornar cidadãos críticos e conscientes de sua
posição enquanto indivíduo histórico, liberto dos diversos tipos de desigualdade. A este respeito,
conferir BAQUERO, 2005.
33
Ainda de acordo com COSTA (2010, p. 234), na medida em que a mediação
de conflitos promove um diálogo voluntário por meio do qual os participantes têm a
possibilidade de compreender as razões do outro e da própria origem do conflito, abre-
se um espaço de reconhecimento mútuo, ao mesmo tempo em que permite
compreender a estrutura desigual e injusta, a qual, muitas vezes, estão ambos
submetidos. Essa percepção pode conduzir a uma igualdade de direitos e deveres
sociais, que se constrói dialeticamente no processo de comunicação não violenta e,
consequentemente, gera a prevenção à violência, à criminalidade e aos processos de
vitimização.
Dentro deste modelo, complementar à visão de Bush e Folger, encontra-se a
perspectiva desenvolvida por Lederach (2003), denominada de Teoria da
Transformação do Conflito, que descreve essa transformação como uma lente e uma
estratégia para abordar o conflito. De acordo com Lederach8 (apud SALES, 2010, p.
12), a transformação de conflitos é mais do que um conjunto de técnicas específicas.
É uma proposta diferente de observação dos fatos a partir de diversas lentes para se
compreender o conflito no âmbito individual e social. Primeiro, são usadas as lentes
para examinar a situação imediata; em seguida, outras lentes são utilizadas para ver
o passado dos problemas imediatos e os padrões das relações que demarcam o
conflito (avaliação aprofundada da situação vivida); e, por último, é utilizada a lente
para encontrar um marco de convergência com o qual se possa criar uma base de
atuação para que os indivíduos envolvidos possam discutir o conteúdo, o contexto e
as estruturas das relações de forma cooperativa - aqui eles começam a buscar
respostas ou soluções criativas (COSTA, 2010, p. 235).
O conceito da transformação de conflitos, de Lederach, compreende a evolução
dos conflitos sociais a partir de mudanças na dimensão pessoal, relacional, estrutural
e cultural da experiência humana. O objetivo é promover processos construtivos de
cada uma dessas dimensões.
Mas como podemos transformar os conflitos? Segundo Costa (2010, pág. 236),
Lederach desenvolve um mapa investigativo da transformação que parte da situação
presente e chega ao futuro desejado, a partir do desenvolvimento de processos de
mudança que ligam estes dois pontos. Não se trata de uma linha reta, mas de um
conjunto de iniciativas dinâmicas que definem os processos de mudança em
36
10 O MEDIADOR
c) Condições de trabalho:
➢ Utilizar-se de informações verbais, visuais, auditivas e escritas;
➢ Nível de atenção difusa;
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➢ Grande esforço mental;
➢ Trabalho sob pressão psicológica e de tempo;
40
11 TIPOS E TÉCNICAS DE MEDIAÇÃO DE CONFLITOS
41
as relações sociais em que está envolvido o educando e os demais atores
comprometidos com o aprendizado. Sales9 argumenta que:
9 SALES. Mediação Escolar – inclusão e pacificação dos jovens pela comunicação. Disponível em
<http://www.mediacaobrasil.org.br/artigos_pdf/6.pdf>. Acesso em 2 Ago 2011.
10 BATTAGLIA, Maria do Céu Lamarão. Mediação escolar: uma metodologia de aprendizado em
11.2.7 Resumos
Trata-se de uma intervenção muito usada que o mediador se vale depois que
os mediados finalizam suas exposições sobre o assunto, especialmente quando eles
trazem as informações do caso ou no momento em que sugerem alguma solução para
o problema. O mediador deve escutar as colocações dos atendidos e realizar um
resumo daquilo que foi apresentado.
Essa técnica possibilita às pessoas clareza do problema trazido e permite que
se sintam escutadas pelos mediadores. Além disso, também serve como oportunidade
para as pessoas ouvirem o que realmente estão dizendo e organizarem seus
pensamentos. O resumo orienta até o próprio trabalho do mediador, na medida em
que serve para testar o entendimento dele sobre aquilo que foi dito pela pessoa e
possibilita dar uma ordem à discussão.
É importante ressaltar que, para o bom funcionamento dessa técnica, é
necessária a certificação com os atendidos de que o resumo está de acordo com o
posicionamento deles, pois, se isso for realizado, é possível oferecer a oportunidade
às pessoas de fazerem a correção. Outro ponto de relevância é quanto ao término do
resumo: este deve ser finalizado com uma pergunta, a fim de impulsionar a discussão
adiante.
O resumo pode ser linear para ressaltar interesses, reforçar a escuta, limpar a
comunicação, ressaltar novas informações que ampliam a compreensão do conflito e
marcar rumo ao trabalho. E, também, pode ser cooperativo, ressaltar coincidências
ou convergências, depor adversidades, promover cooperação e marcar rumo ao
trabalho.
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11.2.8 Pausas técnicas
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12 ETAPAS DA MEDIAÇÃO12
a) Abertura;
b) Identificação do problema;
c) Determinação das necessidades subjacentes;
d) Entrevistas individuais;
e) Busca de opções e implicações;
f) Em direção a um compromisso;
g) Acordo.
(...) têm o poder ou a autoridade para tomar uma decisão; têm capacidade,
se não estiverem envolvidos, de inverter ou prejudicar um acordo negociado;
conhecem e compreendem as questões em disputa; têm habilidade para a
negociação; têm controle sobre suas emoções; são aceitos pelas outras
partes; têm demonstrado compromisso ou estão dispostos a se comprometer
na barganha de boa-fé; têm o respaldo e o apoio de seus constituintes. (1998,
p.130-131).
Braga Neto, Instituto de Mediação e Arbitragem do Brasil – IMAB. Belo Horizonte, 15/09 a 01/12/09.
Apostila.
48
policiais devem se atentar correspondem àqueles tratados pela Lei nº 9.099/95, ou
seja, os que são definidos como infrações penais de menor potencial ofensivo, além
dos fatos atípicos (fatos não criminosos, mas com potencial de se tornarem futuros
conflitos e, eventualmente, crimes).
A mediação de conflitos, segundo o parágrafo 3º da Resolução nº
7.169/2009/PCMG, é aplicável mesmo em ambientes de ilícito em tese já consumado,
desde que presentes efetivas condições técnicas e éticas de minimizar os efeitos
subsequentes que apontem para o agravamento de tensões e cometimento de novas
infrações penais entre os implicados e outras pessoas próximas do dissenso.
Segundo a referida Resolução, em seu Art. 7º, as fases da mediação, no âmbito
da PCMG, compreendem:
12.1 A PRÉ-MEDIAÇÃO
12.2 ABERTURA
princípios da mediação de conflitos. O advogado deverá ser cientificado de que a autoridade que
preside as sessões de mediação dentro dos Núcleos do Mediar é o Mediador de Conflitos, cabendo a
este controlar as participações, inclusive solicitando a retirada de qualquer terceiro quando este estiver
prejudicando o trâmite do procedimento.
51
entrevistas e das sessões, o local, os participantes, as regras de fala e tempo de fala
de cada participante. Informar que o mediador não poderá revelar os assuntos
tratados na mediação, daí por que não poderá testemunhar em favor de ninguém a
respeito dos assuntos tratados na mediação;
c) Assegurar a existência e a manutenção da confidencialidade e explicar as
exceções que poderão advir, nas hipóteses em que os fatos narrados configurem
infrações penais de maior potencial ofensivo, que se processem mediante ação penal
pública incondicionada (que não dependem de manifestação da vítima ou de seus
representantes legais para serem apurados e processados), e que, em face da sua
gravidade e da aplicação do Princípio da Proporcionalidade, exijam a imediata
comunicação à Autoridade Policial;
d) Descrever as expectativas do mediador em relação aos participantes, quais
sejam: de trabalhar conjuntamente para alcançar uma solução; escutar ativamente
tanto o demandante quanto o demandado; esperar o mútuo respeito; deixando claro
que os mediados serão os protagonistas do entendimento; esperar que os
participantes assumam o compromisso de se entenderem em busca de uma solução
amigável para o conflito, de não interferirem na fala do outro e de transmitirem as
mensagens como opinião pessoal; de comparecerem às reuniões de mediação com
pontualidade, nos horários livremente acertados de comum acordo entre eles e o
mediador; de não comentarem com outras pessoas os assuntos que forem resolvidos
nas reuniões de mediação, uma vez que essas conversas são sigilosas.
Após apresentadas todas estas informações a cada demandante ou
demandado em suas entrevistas individuais e, desde que aceitas pelos participantes,
estes deverão assinar o Termo de Esclarecimentos e Adesão ao Procedimento de
Mediação de Conflitos, em conjunto com o mediador.
52
já tenham sido anteriormente efetuadas por cada um dos participantes,
separadamente, em entrevistas de pré-mediação.
Iniciada a narração, o mediador deverá adotar a escuta ativa, observando, sem
julgamentos, e anotando apenas o essencial. O mediador também deve estar atento
aos seus próprios sentimentos, tendo sempre o cuidado de não julgar ou censurar
quaisquer ponderações apresentadas pelos mediados.
Segundo Vasconcelos (2008, p. 93), apesar de o mediador ter seus pontos de
vista pessoais, deve dar-se conta desses sentimentos de julgamento, afastando-se,
conscientemente, de tal julgamento, para não influenciar os pontos de vista e as
escolhas das partes.
Não se recomenda interromper os mediados em suas primeiras intervenções.
Quando o mediando tiver dificuldades na expressão oral, deverá o mediador estimulá-
lo com perguntas. A comunicação a ser adotada pelo mediador deve ser construtiva,
numa abordagem transformativa, acolhendo e encorajando os mediados a lidarem
com os seus conflitos. Os mediadores:
12.4 A AGENDA
16FISHER, R., URY, W. e PATTON, B. Como chegar ao Sim: a negociação de acordos sem
concessões. Rio de Janeiro, Imago Editora, 2005.
57
mesmo o mediador assim o pense. Então, cabe ao mediador fazer com que cada
participante se coloque no lugar do outro para que juntos e objetivamente decidam a
melhor solução.
Os mediadores deverão se certificar de que os participantes tenham orientação
sobre o que estão a decidir, pois, do contrário, ainda não se encontrarão aptos a
firmarem um acordo. Caso seja necessário, pausas técnicas17 devem ser
proporcionadas aos participantes, para que busquem essas orientações ou mesmo
para que os mediadores possam oferecê-las18.
17As pausas técnicas consistem em interrupções nas entrevistas individuais ou nos ciclos de mediação,
a fim de promover aos mediandos orientações, ou mesmo para que os mediadores possam trocar
ideias, analisar a situação apresentada pelos participantes ou programar a continuidade do
atendimento ou procedimento.
18 As orientações qualificadas consistem em esclarecimentos acerca de fatos, acesso a direitos e
19Lei 13.105/2015, Código de Processo Civil: Art. 784: São títulos executivos extrajudiciais: II – a
escritura pública ou outro documento público assinado pelo devedor; III – o documento particular
assinado pelo devedor e por 2 (duas) testemunhas; IV – o instrumento de transação referendado pelo
Ministério Público, pela Defensoria Pública, pelos advogados dos transatores ou por conciliador ou
mediador credenciado junto ao tribunal.
59
13 BREVES CONCLUSÕES
60
ANEXO I: CONTEXTUALIZAÇÃO DOS PROJETOS DE POLÍCIA COMUNITÁRIA E
NÚCLEOS DE MEDIAÇÃO DE CONFLITOS NO ÂMBITO DA POLÍCIA CIVIL DO
ESTADO DE MINAS GERAIS
O Projeto MEDIAR da Polícia Civil de Minas Gerais teve início com o projeto
piloto do Núcleo de Mediação de Conflitos instalado na Delegacia Regional de Polícia
Civil Leste, em Belo Horizonte, o qual iniciou suas atividades em setembro de 2006,
tendo como objetivo buscar uma forma pacífica e colaborativa para resolução de
conflitos, atendendo principalmente demandas tipificadas como crime de menor
potencial ofensivo e casos em que os demandantes apresentavam relação
continuada. Além disso, o MEDIAR também possui a finalidade de diminuir a
reincidência das ocorrências aportadas nas delegacias e restaurar as relações
afetadas pelo conflito por meio do diálogo.
Sendo assim, em novembro de 2009, a Polícia Civil formalizou a prática da
Mediação de Conflitos por meio da Resolução nº 7.169, definindo os fundamentos e
metodologia a serem implementados nos Núcleos criados.
Atualmente, os núcleos em funcionamento são:
• 2ª DELEGACIA DE POLICIA CIVIL – DRPC/CENTRO (Rua Bernardo
Guimarães, nº 1.571, Lourdes, Belo Horizonte);
• 6ª DELEGACIA REGIONAL POLÍCIA CÍVIL – DRPC/NOROESTE
(Avenida João XXIII, nº 287, Alípio de Melo, Belo Horizonte);
• 3ª DELEGACIA REGIONAL POLÍCIA CÍVIL – DRPC/VENDA NOVA
(Avenida Martinica, nº 69,Santa Branca, Belo Horizonte);
• 4ª DELEGACIA REGIONAL POLÍCIA CÍVILDRPC/LESTE (Rua Pouso
Alegre, nº 417, 3ºandar, Floresta, Belo Horizonte);
• 4ª DELEGACIA DE POLÍCIA CIVIL – DRPC/SUL (Avenida
Jequitinhonha, nº 690, Vera Cruz, Belo Horizonte);
• DELEGACIA ESPECIALIZADA DE ATENDIMENTO AO IDOSO E AO
PORTADOR DE NECESSIDADES ESPECIAIS – DEAIPNE/DIOPF
(Avenida Augusto de Lima, nº 1.942, térreo, Barro Preto, Belo
Horizonte);
• 2ª DELEGACIA DE POLÍCIA CIVIL – DRPC/CONTAGEM (Rua Senegal,
nº 226, Novo Eldorado, Contagem);
• 4ª DELEGACIA DE POLÍCIA CIVIL – DRPC/BETIM (Rua Romualda
Augusta de Melo, nº 217, Centro, Betim);
62
• 1ª DELEGACIA DE POLÍCIA CIVIL – DRPC/SANTA LUZIA (Avenida
Yolanda Teixeira Da Costa, nº 1.850, AISP 56, Palmital, Santa Luzia);
• DELEGACIA DE POLICIA CIVIL – JABOTICATUBAS (Rua Benedito
Quintino, nº 92, Centro, Jaboticatubas);
• 5ª DELEGACIA REGIONAL DE POLÍCIA CIVIL – DRPC/ OURO PRETO
(Avenida Juscelino Kubitschek, nº 63, Bairro Bauxita, Ouro Preto);
• 1ª DELEGACIA REGIONAL DE POLICIA CIVIL – PATOS DE MINAS
(Rua Carajás, nº 461, 2º Andar, Caiçaras, Patos de Minas); e
• 1ª DELEGACIA REGIONAL DE POLICIA CIVIL – CURVELO (Avenida
Dom Pedro II, s/n, Centro, Curvelo).
67
ANEXO II A MEDIAÇÃO DE CONFLITOS COMO PRÁTICA DE POLÍCIA
JUDICIÁRIA EM MINAS GERAIS: MEDIAR – HISTÓRICO E RESULTADOS
Autoras: Adriana Maria Amado da Costa de Andrade e Letícia Baptista Gamboge Reis
Colaboração: Geraldo Franciano P. Andrade
1 Apresentação
23 BUSH, Robert A. Baruch; FOLGER, Joseph P. The Promise of Mediation: Responding to Conflict
through Empowerment and Recognition. San Francisco: Jossey-Bass, 1994.
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e o reconhecimento mútuo de interesses e sentimentos objetivando uma aproximação
das partes e a humanização do conflito.
Este modelo busca o crescimento moral dos participantes da Mediação por
duas vias: na capacitação, ou seja, no autor reforço que ocorre quando os
participantes conscientizam-se de seus próprios objetivos, interesses, opções e
recursos, na sua capacidade para organizar e apresentar argumentos, e na sua
capacidade de tomada de decisão consciente; e segundo, no empowerment
conjugado com o reconhecimento da situação e do outro ou livre reinterpretação da
sua ação.
De 2006 aos dias atuais, o MEDIAR passou por três expansões, contando com
13 Núcleos instalados em Belo Horizonte, Região Metropolitana e interior do estado,
além de ter se consolidado como atividade de polícia judiciária por meio da edição da
Resolução nº 7.169/2009 e pelo amadurecimento metodológico alcançado nos cursos,
capacitações e treinamentos a que foram sendo submetida a equipe do MEDIAR, o
que pode gerar o Manual de Supervisão Metodológico e o Manual do Mediador com
a confecção e utilização de instrumentos próprios, a exemplo de Ficha de
Atendimento Individual, Questionário Socioeconômico, Termo de Adesão e
Esclarecimento, Termo de Acordo, entre outros.
Os Núcleos contam com a atuação de servidores policiais civis, em geral em
número de dois por Núcleo, além de receberem supervisão de dois Supervisores
Metodológicos. Estruturalmente, ao longo destes anos, foram instalados em
ambientes próprios à Mediação e equipados com mobiliário e equipamentos de
informática e tecnologia permitindo interface com programas e sistemas utilizados
pela Polícia Civil.
Adiante, passaremos à apresentação do histórico do MEDIAR e resultados
apurados até a presente data.
2 Histórico
Aos 09 dias do mês de abril de 2008, o Estado de Minas Gerais, por intermédio
da Secretaria de Estado de Defesa Social – SEDS e a Polícia Civil de Minas Gerais
celebraram o Termo de Cooperação Técnica cujo objeto foi o de viabilizar espaços
físicos nas Delegacias Regionais de Polícia Civil de Belo Horizonte a fim de permitir o
funcionamento do Projeto MEDIAR. O prazo de vigência do Termo foi maio de 2008 a
abril de 2009.
Através do Termo de Cooperação Técnica nº 04/2008 foi possível a criação dos
Núcleos de Mediação de Conflitos nas Delegacias Regionais de Polícia Civil de Belo
Horizonte, a fim de abrigar o Projeto MEDIAR expandindo-o para as demais cinco
Delegacias Regionais de Polícia Civil, a saber: Noroeste, Sul, Centro, Venda Nova e
Barreiro. As atividades, que se iniciaram em maio de 2009, contavam com
atendimentos nos Núcleos, supervisões e capacitação continuada sob orientação
metodológica do Centro de Referência de Polícia Comunitária, na ACADEPOL.
3 Resultados alcançados
72
Mediação, mesmo assim conheceram o procedimento da Mediação e como lidar com
seus conflitos, pois tiveram atendimento e orientação qualificada.
Ainda dos 325 casos encerrados, os atendimentos envolveram 635 pessoas,
sendo 42% do sexo masculino e 58%, feminino. A grande maioria destas pessoas
eram alfabetizadas e a maior parte dos relatos de violência referiam-se à violência
doméstica, seja através de agressões físicas ou psicológicas.
Para entender-se melhor os relatos de violência, analisou-se uma amostra de
196 destes casos encerrados, obtendo-se o seguinte resultado:
Sobre a relação existente entre os mediados, dos 325 casos encerrados, 32%
tiveram relação de parentesco; 24% de vizinhança; 20% amorosa; 5% de amizade;
6% de trabalho; 7% não possuíam vínculo de convivência e 6% eram de outros tipos.
Aplicou-se um questionário a 466 das pessoas atendidas em 2009, no período
de maio a novembro, para identificar como tomaram conhecimento sobre o Projeto
MEDIAR, obtendo-se a informação de que 59% delas souberam do Projeto porque
foram encaminhadas pela própria PCMG, quando acionaram alguma Delegacia de
Polícia. Isto condiz com o fato de que, quando da implantação do Projeto em 2008,
através do Centro de Referência de Polícia Comunitária, a Coordenação do Projeto
realizou Encontros de Sensibilização com os Policiais Civis do 1º Departamento de
Polícia de Belo Horizonte24, a fim de informar e instruir sobre o funcionamento e
fluxograma dos Núcleos de Mediação, sendo 570 servidores sensibilizados.
74
atenderam as demandas atípicas quando não ocorreu o Registro de Evento de Defesa
Social, correspondendo a 35% das demandas.
1,42% Violênciapolicial
0,47%
0,12% 5,32% Violênciasexual
14,42% Violênciapsicológica
Violência física
Outros tipos
75
No que concerne a cada área de atuação, também podemos verificar as
características específicas de cada Núcleo no atendimento de demandas com relatos
implícitos de maior número de tipo de violência:
• Núcleo Barreiro: violência psicológica e violência física;
• Núcleo Idoso e Santa Luzia: violência doméstica;
• Núcleo Venda Nova: violência psicológica;
• Núcleo Noroeste: violência moral e violência psicológica;
• Núcleo Centro, Leste e Sul: violência física;
• Núcleo Vespasiano: violência psicológica e violência doméstica.
O Projeto MEDIAR já foi divulgado pela mídia escrita, televisiva e pelo rádio,
além de ter sido apresentado no Seminário Internacional de Polícia Comunitária, em
novembro de 2008, em Brasília25.
Em 2007, foi alvo de pesquisa da primeira mediadora do MEDIAR26, no Curso
de Pós-Graduação Lato Sensu em Segurança Pública e Direitos Humanos; e, em
2008, também serviu como material para o artigo do mentor do projeto, Delegado
Anderson Alcântara Silva Melo27.
Em agosto de 2009, o Projeto MEDIAR foi selecionado entre 186 experiências
concorrentes de todo o país para participar da Feira de Conhecimento em Segurança
Pública com Cidadania. A Feira de Conhecimento em Segurança Pública com
Cidadania foi realizada no período de 27 a 30 de agosto de 2009, dentro da
programação da 1ª Conferência Nacional de Segurança Pública– CONSEG, em
Brasília/DF28.
Como resultado da apresentação no Seminário Internacional de Polícia
Comunitária, em novembro de 2008, em Brasília, o Projeto MEDIAR foi um dos quatro
representantes brasileiros no Seminário Internacional de Boas Práticas do Mercosul e
Países Associados, ocorrido em Salvador, em novembro de2009.
Desafios. Revista IOB de Direito Penal e Processual Penal, São Paulo, ano VIII, n. 48, págs. 131-145,
fev./março 2008.
28 Cf. Boletim Interno da PCMG, do dia 27/08/2009.
76
Em 2009, o MEDIAR foi apresentado em palestra no Seminário de Segurança
Cidadã, no período de 16 a 18/12, em Belo Horizonte, realizado pela Secretaria de
Estado de Defesa Social. Ainda em 2009 e 2010, o MEDIAR foi apresentado pelos
aspirantes da Academia de Polícia Civil nas 1ª e 2ª Feira de Habilidades realizada no
campus e aberta à comunidade.
Ainda em 2009, foi publicado o artigo Mediação de Conflitos e Polícia
Comunitária pelo site <www.novacriminologia.com.br>, de autoria de Adriana M. da
Costa29, então Coordenadora do Centro de Referência de Polícia Comunitária da
ACADEPOL.
Em 2010, o MEDIAR foi apresentado em palestra no 1º Seminário em Mediação
de Conflitos de Minas Gerais: Contextos e Experiências, realizado no período de 19 a
20 de maio de 2010, no Centro Universitário Newton Paiva, pela parceria entre o
Programa Mediação de Conflitos da Secretaria de Estado de Defesa Social, o Centro
de Desenvolvimento da Cidadania e o Centro Universitário Newton Paiva.
Ainda, em 2010, na Semana da Conciliação e Mediação da OAB-MG, realizado
de 23 a 26/08/2010, o MEDIAR foi apresentado através da palestra ministrada
em26/08 intitulada “A prática da Mediação e a Polícia Civil: prevenindo a violência e
restaurando pessoas".
O MEDIAR ainda se fez presente no Seminário de Lançamento do Livro
Mediação e Cidadania - Programa Mediação de Conflitos - 2010, realizado pela
Secretaria de Estado de Defesa Social, no Auditório da OAB/MG, com o artigo
“Mediação: transformando conflitos e prevenindo violências”, de autoria de Adriana
Maria da Costa, membro da equipe do MEDIAR30.
Ainda, no ano de 2010, o MEDIAR foi alvo de estudo de três alunos do Curso
de Pós-graduação em Polícia Comunitária e Segurança Cidadã, da Escola Superior
Dom Helder Câmara, em Belo Horizonte313233, além de uma aluna do Curso de Pós-
- análise da competência sob a ótica da Função Institucional. Belo Horizonte, Escola Superior Dom
Helder Câmara, Especialização em Pós Graduação em Polícia Comunitária e Segurança Cidadã, 2010.
Monografia.
32 INÁCIO, Elialda Costa Araújo. Conhecimento e Identificação da Polícia Civil de Minas Gerais
com o Projeto Mediar. Belo Horizonte, Escola Superior Dom Helder Câmara, Especialização em Pós
Graduação em Polícia Comunitária e Segurança Cidadã, 2010. Monografia.
33 ALÍPIO JÚNIOR, Eudon José. A utilização da razão comunicativa na polícia comunitária:
interação dialógica na mediação de conflitos. Belo Horizonte, Escola Superior Dom Helder Câmara,
77
graduação em Segurança Pública e Sistema de Justiça Criminal, da Fundação João
Pinheiro34.
Fundação João Pinheiro, Pós Graduação em Segurança Pública e Sistema de Justiça Criminal, 2010.
Monografia.
78
ATIVIDADES REALIZADAS PELO MEDIAR ENTRE OS ANOS DE 2011-2014
Nº de atendimentos 2011 2012 2013 2014 TOTAL
Pré-Mediação sem REDS 1209 846 936 750 3741
Pré-Mediação com REDS 2119 1311 2547 4014 9991
Mediação sem REDS 288 185 330 266 1069
Mediação com REDS 370 306 540 624 1840
Orientação sem REDS 265 366 525 390 1546
Orientação com REDS 339 614 1195 1401 3549
SUBTOTAL 1 3747 3628 6073 7516 20964
Outros procedimentos
Encaminhamento para Rede 59 44 164 184 451
Expedientes aguardando 1º atendimento 138 432 2322 1893 4785
Expedientes recebidos e devolvidos 155 99 394 12 660
Acompanhamento/monitoramento 209 325 1553 1415 3502
SUBTOTAL 2 546 900 4433 5879 5879
Nº de atividades extra-atendimentos
Reuniões de discussão de casos 332 406 814 993 2545
Encontros Metodológicos 23 12 12 11 58
Supervisão Metodológica 115 114 118 130 477
Atividades de Polícia Comunitária 99 16 159 31 305
Apoio Operacional às UP’s35 99 140 773 341 1353
SUBTOTAL 3 668 688 1876 1506 4738
TOTAL GERAL 31581
35Os Mediadores, apesar de serem lotados nos Núcleos, colaboram com as demais atividades nas
Unidades Policiais em que se encontram lotados, exceto em operações policiais na própria área do
Núcleo.
79
A fim de se verificar a característica do público atendido, foi aplicado um
Questionário Socioeconômico a 2.391 pessoas atendidas, em 2011, a 2.040, em
2012, a 3.649, em 2013, e a 4.884, em 2014. Destas, 7.440 foram mulheres e 5.204
homens e a maioria tendo entre 34 a 49 anos, correspondendo a 4.029. Observou- se
que, somente a partir de 2013, é que se começou a computar a orientação sexual
LGBT dos atendidos pelo MEDIAR.
80
Os casos reincidentes, ou seja, quando o demandante retorna ao Núcleo para
resolver o caso já encerrado pelos Mediadores - seja porque os acordos foram
descumpridos por uma das partes, seja por necessidade de outras orientações -
totalizaram em 246. Compreende-se que a Mediação realizada nos Núcleos do
MEDIAR tem sido eficaz na solução dos problemas apresentados pelos mediandos,
pois gira em torno de 1,3% os casos atendidos em que houve reincidência. Este dado
é o mais importante a ser observado, levando-se em conta o escopo do Projeto
MEDIAR que, em 2006, inicia as suas atividades justamente para reduzir a
reincidência.
Outra informação relevante diz respeito à busca de justiça por parte dos
demandantes ao acessarem os Núcleos de Mediação de Conflitos. Para resolver o
caso levado ao Núcleo, 1.625 pessoas disseram ter acessado outra Delegacia de
Polícia, enquanto 580 disseram ter procurado outros órgãos em busca de solução,
mas que apenas tiveram o seu conflito resolvido através do MEDIAR.
83
Além disso, outras instituições policiais tem buscado inspiração no MEDIAR
para o desenvolvimento de ações semelhantes, a exemplo da Polícia Civil do
Amazonas, do Sergipe, de Tocantins, do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Sul.
Representando o MEDIAR, a Subinspetora de Investigação Adriana M. Amado
da Costa de Andrade, membro da equipe MEDIAR, apresentou em 27 de novembro
de 2014, o artigo "A Mediação e seus reflexos nos conflitos de vizinhança", no Global
Mediation Rio, evento que proporcionou a discussão sobre a prática e as metodologias
de resolução alternativas de conflitos38.
O evento foi realizado, entre os dias 24 e 28 de novembro, no Rio de Janeiro,
com a missão de propiciar o debate intercultural e transdisciplinar sobre outras
metodologias na resolução de conflitos e uma reflexão crítico-construtiva do acesso à
justiça e fortalecimento da cidadania. A programação também contou com
apresentações de representantes na área da Mediação de Conflitos de 30 países,
como Argentina, Angola, Colômbia, China, Egito, Estados Unidos, Espanha, França,
Hungria, Irlanda, Itália, México, Paraguai, Portugal, Roma e Suécia.
4. Conclusão
39Refere-se à Proposta SICONV 045182/2014, em que também são partícipes a Polícia Militar de
Minas Gerais e o Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais.
85
ANEXO III: DIRETRIZES PARA FUNCIONAMENTO DOS NÚCLEOS MEDIAR –
EXEMPLO DE REGULAMENTO A SER USADO NO ÂMBITO ESCOLAR
86
IV. O funcionamento dos Núcleos de Mediação de Conflitos se dará em horário de
expediente, devendo ser observado o compromisso com os atendidos. Deverá ser
estabelecida uma escala de permanência para garantir a continuidade do serviço,
inclusive no intervalo de almoço, caso se faça necessário.
88
XIV - Pelo princípio da voluntariedade que inspira o procedimento da Mediação de
Conflitos, o Policial Mediador não deverá trajar vestimenta ou identificação que possa
comprometer o consentimento do atendido.
89
PARTE 2
91
15 O SISTEMA DE EDUCAÇÃO NO ACOLHIMENTO DA CRIANÇA OU
ADOLESCENTE VÍTIMA DE VIOLÊNCIA EXTERNA
94
Outra característica que pode estar presente é o uso de palavras não
compatíveis com a faixa etária, sugerindo influência por uma pessoa adulta, ou ainda
a criança ou adolescente pode já começar o relato contando que sofreu a violação de
direito por algum familiar e trazer informações extremamente depreciativas, com
sentimento de ódio em relação ao mesmo.
A falsa denúncia pode também ser fruto de falsas memórias sugeridas de forma
deliberada, ou seja, é uma memória que foi implantada na criança/adolescente por um
dos genitores no processo conhecido como alienação parental. Esta situação é
extremamente sensível uma vez que, após algum tempo, o menor passa a acreditar
que vivenciou aquela experiência.
Por fim, vale mencionar que o protocolo de atendimento deve ser seguido na
íntegra e, caso estejam presentes algumas das circunstâncias acima citadas, estas
devem ser constatadas no relatório de atendimento, sem, todavia, trazer juízos de
valor nem mesmo concluir se a violência ocorreu ou não.
Ante ao exposto, sem prejuízo da adoção das medidas administrativas
inerentes a cada escola, o relatório gerado no educandário deve ser encaminhado
para as autoridades competentes.
1- Nos casos de flagrante, deve-se acionar a Polícia (Civil, Militar ou até mesmo
a Guarda Municipal) imediatamente.
Importante destacar que o estado de flagrante delito, nos termos do art. 302 do
CPP, ocorre quando:
96
O Conselho Tutelar é órgão previsto no art. 131 da Lei nº 8.069, de 13 de julho
de 1990 (ECA), que o instituiu como "órgão autônomo, não-jurisdicional, encarregado
de zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente".
Ou seja, atuam com o fim de zelar para que as crianças e os adolescentes
tenham acesso efetivo aos seus direitos, tendo o encargo social de fiscalizar se a
família, a comunidade, a sociedade em geral e o Poder Público estão assegurando
com absoluta prioridade a efetivação dos direitos das crianças e dos adolescentes,
cobrando de todos esses que cumpram com o Estatuto e com a Constituição Federal.
Já a Polícia Civil tem a missão de investigar a prática de um crime (evento
descrito em lei penal como sendo uma conduta humana não permitida) recolhendo
provas e dados objetivando determinar a autoria e materialidade delitiva ao Poder
Judiciário.
Assim constatado que a criança ou o adolescente está em risco, A Polícia Civil,
através do Delegado de Polícia, pode representar ao Poder Judiciário, em qualquer
momento da investigação, pela decretação de medidas de proteção de urgência,
como:
- Proibição do contato direto da criança ou do adolescente vítima ou
testemunha de violência com o suposto autor da violência;
- Afastamento cautelar do investigado da residência ou local de convivência,
em se tratando de pessoa que tenha contato com a criança ou o adolescente;
- A prisão preventiva do investigado, quando houver suficientes indícios de
ameaça à criança ou adolescente vítima ou testemunha de violência;
- Solicitar aos órgãos socioassistenciais a inclusão da vítima e de sua família
nos atendimentos a que têm direito;
- Requerer a inclusão da criança ou do adolescente em programa de proteção
a vítimas ou testemunhas ameaçadas; e
- Representar ao Ministério Público para que proponha ação cautelar de
antecipação de prova, resguardados os pressupostos legais e as garantias previstas
no art. 5º desta Lei, sempre que a demora possa causar prejuízo ao desenvolvimento
da criança ou do adolescente.
99
16 ATUAÇÃO DO SISTEMA DE EDUCAÇÃO NA VIOLÊNCIA ESCOLAR INTERNA
Os comportamentos inadequados
40
O Bullying é uma palavra de origem inglesa que indica atos de agressão (física
ou psicológica) e intimidação repetitivos contra um indivíduo com o objetivo de causar
incômodo ou prejudicá-lo, via de regra havendo um desequilíbrio de poder entre o
agressor e a vítima.
O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) mostra que o Brasil ocupa
o quarto lugar no ranking de países com maior número de casos de bullying. Neste
caminho, a PeNSE, Pesquisa Nacional de Saúde Escolar, de 2019, apontou que 23%
dos quase 188 mil estudantes entrevistados, entre 13 e 17 anos, disseram ter sofrido
bullying na escola, sendo os motivos a aparência do corpo, do rosto, da cor ou da
raça.
Invariavelmente o bullying pode ir além de uma conduta de indisciplina e
configurar-se um ato infracional, tais como o racismo, injúria racial, perseguição,
agressão, lesão corporal, violência psicológica e outros.
Ao tomar ciência do acontecimento de tal situação, a escola precisa agir. É
necessário apurar a situação nos dias que se seguem ao conhecimento dos fatos.
Dentro desse cenário, o educador tem papel importantíssimo, sendo
constatada a prática de bullying, que também seja um ato infracional, deve-se
comunicar à Polícia Civil e ao Conselho Tutelar.
Não se deve minimizar a prática de um delito, ato infracional, minimizando-o
sob a ideia de que é “apenas” um bullying. Não! Se a conduta transgrediu uma norma
penal é imprescindível a atuação do Estado, para que esta situação tenha o seu
dimensionamento real, deixando claro que existe responsabilização pela prática de
tais atos.
A título de exemplo, um bullying entre os alunos que retrate ofensas ligadas a
aspectos físicos, como cor da pele, peso, religião ou a qualquer condição da pessoa
com deficiência, configura-se o ato infracional, ou crime se praticado por pessoa maior
de 18 anos, previsto no art. 140, §3º do Código Penal.
Nesse sentido a prática do bullying, por si só, já se configura uma transgressão
a uma norma penal, ou seja, é um crime ou um ato infracional. O art. 147-A do Código
Penal inserido pela Lei nº 14.132/2021, diz ser crime perseguir alguém de forma
reiterada trazendo-lhe dano à sua integridade física ou psicológica.
102
Se o ato infracional for cometido por adolescente (pessoa de 12 anos até 18
anos de idade incompletos), deve ser apurado pela Polícia Civil, em Belo Horizonte
pela Delegacia Especializada de Apuração de Atos Infracionais- DEAI, que irá
instaurar o procedimento de apuração do ato infracional. Cabendo a esta encaminhar
o caso ao Poder Judiciário, que poderá aplicar medidas socioeducativas previstas no
Estatuto da Criança e do Adolescente, como visto anteriormente.
Vias de fato é a agressão física que coloque em risco a integridade física pela
prática de atos violência contra pessoa, sem que resulte em lesões corporais.
Exemplos: empurrar, sacudir, rasgar ou arrancar roupas, puxar cabelo, dar socos ou
pontapés, arremessar objetos.
A Lesão Corporal é a agressão que ofenda a integridade física, gerando dano,
lesões no corpo da vítima.
A rixa trata-se de uma briga ou desordem que envolve, pelo menos, três
pessoas que se agridem mutuamente. Via de regra, na rixa há uma confusão
generalizada onde não se consegue distinguir grupos de agressores.
O consumo de drogas entre jovens é uma das questões que mais afligem a
sociedade contemporânea. A escola possui um papel extremamente relevante na luta
104
para combater este mal, já que prevenção através da educação, do conhecimento a
respeito do tema apresenta-se como uma das melhores alternativas para o
enfrentamento do consumo de drogas entre estudantes.
Lado outro, a presença de drogas nas escolas ou em suas imediações tem uma
capacidade lesiva maximizada, já que os jovens por serem pessoas em
desenvolvimento são vulneráveis podendo ser facilmente cooptados a ingressarem
no “mundo das drogas”.
Assim, constatada que alguém da comunidade escolar está portando ou
comercializando drogas, as medidas relativas ao acionamento da Segurança Pública
devem ser adotadas.
• Se o autor for adolescente (de 12 a 17 anos, 11 meses e 29 dias de idade), e
esteja presente o estado de flagrante (nos termos do art. 173 do ECA e 302 do CPP)
o infrator pode ser conduzido à Polícia Civil, para realização dos procedimentos e
apuração do ato infracional.
• Se o autor for adolescente (de 12 a 17 anos, 11 meses e 29 dias de idade), e
não estejam presentes o estado de flagrante (evento que tenha acontecido a mais
tempo) deve-se oficiar à Polícia Civil informando do acontecimento de tais fatos, para
realização dos procedimentos e apuração do ato infracional
• Se o autor for criança (até 11 anos de idade), o Conselho Tutelar deve ser
acionado.
105
REFERÊNCIAS
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Saraiva, 1958.
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106
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e do adolescente vítima ou testemunha de violência e altera a Lei nº 8.069, de 13 de
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13431.htm. Acesso
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https://www.conjur.com.br/2017-mar-21/academia-policia-conselho-tutelar-
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MORAES FILHO, Evaristo de (org.). George Simmel: Sociologia. São Paulo: Ática,
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QUEIROZ,CarlosAlbertoMarchide.PráticadoInquéritoPolicial.SãoPaulo:Academia de
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Primeiros Passos. São Paulo: Editora Brasiliense, 2007.
SIX, Jean-François. Dinâmica da Mediação. Belo Horizonte: Editora Del Rey, 2001.
110
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Aires: Paidós, 2002. In MalhadasJunior, Marcos Júlio Olivé. Psicologia na mediação:
inovando a gestão de conflitos interpessoais e organizacionais/ Fiorelli, Malhadas
&Moraes. São Paulo: Ltr, 2004.
VEZZULLA, Carlos Juan. Teoria e prática da mediação. Curitiba: Editado pelo Instituto
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REPRODUÇÃO PROIBIDA.
Todos os direitos reservados à Polícia Civil de Minas Gerais.
111