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SUICÍDIO, TRANSTORNOS DE PERSONALIDADE E DA

SEXUALIDADE

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NOSSA HISTÓRIA

A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de


empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de
Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como
entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior.

A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de


conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a
participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua
formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais,
científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o
saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação.

A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma


confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica,
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido.

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Sumário
SUICÍDIO, TRANSTORNOS DE PERSONALIDADE E DA
SEXUALIDADE ................................................................................................. 1

NOSSA HISTÓRIA ................................................................................. 2

Suicídio .................................................................................................. 5

Cuidados centrados na pessoa .............................................................. 5

Cenário epidemiológico do suicídio e das tentativas notificadas ......... 6

Falar sobre suicídio é o primeiro passo para prevení-lo ......................... 7

Fatores de risco e proteção para o suicídio ........................................ 7

Fatores de Risco associados a outras especificidades ....................... 8

A rede de atenção psicossocial no cuidado às pessoas em risco de


suicídio .............................................................................................................. 9

Núcleo de Apoio a Saúde da Família (NASF) ....................................... 10

Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) .............................................. 11

Atenção de Urgência e Emergência ..................................................... 11

Definição de Personalidade .................................................................. 12

O que vem a ser um Traço de Personalidade ................................... 13

Definição de Transtorno de Personalidade ....................................... 13

Tipos de Transtornos de Personalidade ............................................ 13

Transtorno de Personalidade Paranoide ........................................... 14

Transtorno de Personalidade Esquizoide .......................................... 15

Transtorno de Personalidade Esquizotípica ...................................... 16

Transtorno de Personalidade Antissocial .......................................... 17

Transtorno de Personalidade Emocionalmente Instável (Borderline /


Limítrofe) ..................................................................................................... 18

Borderline ou Transtorno bipolar? ................................................. 20

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Transtorno de Personalidade Histriônica .......................................... 21

Transtorno de Personalidade Narcisista ........................................... 22

Transtorno de Personalidade Dependente ........................................ 23

Transtorno de Personalidade Ansiosa (evitação) .............................. 24

Transtorno de Personalidade Obsessiva (anancástica) .................... 25

Psicopatia ......................................................................................... 26

Tratamento ....................................................................................... 27

Transtornos de Sexualidade ................................................................. 27

Fases da resposta sexual humana: .................................................. 28

Tipos de transtornos de Sexualidade ................................................ 29

Referências .......................................................................................... 31

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Suicídio
Suicídio é um problema complexo para o qual não existe uma única causa
ou uma única razão. Ele resulta de uma complexa interação de fatores
biológicos, genéticos, psicológicos, sociais, culturais e ambientais.
É difícil explicar porque algumas pessoas decidem cometer suicídio,
enquanto outras em situação similar ou pior não o fazem. Contudo a maioria dos
suicídios pode ser prevenida.
Suicídio é agora uma grande questão de Saúde Pública em todos os
países. Capacitar a equipe de atenção primária à saúde para identificar, abordar,
manejar e encaminhar um suicida na comunidade é um passo importante na
prevenção do suicídio.
 Estima-se que um milhão de pessoas cometeram suicídio no ano de 2000
no mundo.
 A cada 40 segundos uma pessoa comete suicídio no mundo.
 A cada 3 segundos uma pessoa atenta contra a própria vida.
 O suicídio está entre as três maiores causa de morte entre pessoas com
idade entre 15-35 anos.
 Cada suicídio tem um sério impacto em pelo menos outras seis pessoas.
 O impacto psicológico, social e financeiro do suicídio em uma família e
comunidade é imensurável.
A prevenção do suicídio abrange desde a oferta das condições mais
adequadas para o atendimento e tratamento efetivo das pessoas em sofrimento
psíquico até o controle ambiental dos fatores de risco. São elementos
considerados essenciais para ações de prevenção do suicídio: o aumento da
sensibilidade para percepção da presença do risco e a divulgação de
informações apropriadas.

Cuidados centrados na pessoa


A Atenção Primária à Saúde contribui para a ampliação do acesso aos
cuidados em saúde mental à população. É importante que haja inclusão da
pessoa nas decisões clínicas e considerar sua história, favorecendo o
acolhimento e o vínculo entre quem cuida e quem é cuidado. Desse modo, o

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manejo terapêutico precisa levar em conta as necessidades, as preferências e
escolhas dessas pessoas.
O atendimento da pessoa com risco de suicídio exige cuidado na sua
abordagem. O diálogo deve oferecer condições para que as pessoas em
sofrimento, familiares e cuidadores se envolvam nas decisões terapêuticas.
A Medicina de Família e Comunidade tem como uma de suas referências
o Método Clínico Centrado na Pessoa, que se contrapõe ao modelo biomédico
tradicional, centrado na doença. Neste modelo procura-se compreender a
perspectiva do indivíduo sobre seu processo de adoecimento dentro de uma
avaliação integral do sujeito, incluído em sua família e comunidade.

Cenário epidemiológico do suicídio e das tentativas


notificadas
No mundo:
 O suicídio é a segunda principal causa de morte entre as pessoas
entre 15 e 29 anos, no entanto, a incidência de suicídio em pessoas
com 70 anos ou mais é elevada.
 Em geral, homens cometem mais suicídio do que as mulheres,
embora estas apresentem maior número de tentativas.
 Estima-se que cerca de 90% dos indivíduos que puseram fim às
suas vidas cometendo suicídio tinham algum transtorno mental e
que, na época, 60% deles estavam deprimidos.
 A quantidade de tentativas é de 10 a 20 vezes mais alta que a de
mortes.
 A ingestão de pesticidas, enforcamento e armas de fogo estão
entre os métodos mais utilizados.
 A redução da perda de vidas devido a suicídios tornou-se um
objetivo internacional essencial em saúde mental. A meta de ação
de Saúde Mental da OMS é a redução em 10% até 2020.
Em números aproximados, de cada 100 pessoas de uma comunidade
urbana, 17 pensam em suicídio em algum momento da vida, 5 planejam e 3
realizam uma tentativa. Das três pessoas que realizam a tentativa, somente uma
é atendida em pronto socorro

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Falar sobre suicídio é o primeiro passo para
prevení-lo

Conversar sobre suicídio é um tabu, mas ao contrário do que se pensa,


perguntar sobre autoagressão ou suicídio NÃO provoca atos de autoagressão e
suicídio. Falar direta e abertamente sobre ideação suicida e seus fatores de risco
é a forma mais eficaz de abordar e manejar o risco de suicídio em adultos (17).
Nem sempre a pessoa expressa claramente seus pensamentos ou
sentimentos relacionados ao suicídio, portanto, é necessário estar sensível para
reconhecer que a vontade de morrer pode estar presente e abrir um espaço para
o diálogo, permitindo que a pessoa fale sobre o que se passa com ela durante o
atendimento, sem julgamentos ou interpretações.
Em geral, falar sobre o suicídio reduz a ansiedade associada aos
pensamentos ou atos de autoagressão e ajuda a pessoa a se sentir
compreendida e a aceitar ajuda. O suicídio é um assunto difícil de lidar. Muitos
profissionais de saúde encontram as mesmas dificuldades que a população em
geral, pois este tema é considerado um tabu.

Fatores de risco e proteção para o suicídio

Conhecer as situações que atuam como fatores de risco para o suicídio


pode auxiliar os profissionais de saúde na identificação de situações de risco e
de crise. Como consequência, compreender os momentos de crise e dos fatores
de proteção permite que os profissionais apoiem a pessoa e sua rede de apoio
no enfrentamento de situações de risco, potencializando o uso de seus recursos
na construção do projeto terapêutico singular.

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Fatores de Risco associados a outras especificidades

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A rede de atenção psicossocial no cuidado às
pessoas em risco de suicídio

A identificação de risco de suicídio, a ocorrência de tentativa, ou a


efetivação deste ato, exigem da equipe de APS, além da escuta atenta e
acolhedora, a realização do manejo do caso e articulação de rede necessária
para garantir suporte consistente. Para tanto é importante que conheçam os
fluxos estabelecidos na rede de serviços e busquem mapear a rede de suporte
do paciente.

Depois que o profissional tiver clareza sobre a vontade, planos e


pensamentos sobre suicídio, é fundamental mapear e acionar a rede, buscar
quem pode estar próximo, acompanhando de perto, a fim de evitar uma
internação ou a efetivação do ato. Nestas situações é imprescindível o apoio de
familiares ou pessoas identificadas pelo usuário como importantes no suporte.
Mas o que é e qual é nossa rede de Atenção Psicossocial?
A Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) é o resultado de uma mudança
de paradigma no cuidado para pessoas em sofrimento mental, a qual depende
de diversos fatores, sendo um deles a capacidade dos trabalhadores em
trabalhar articulados e integrados com a rede. Sua finalidade é “ampliar e
articular os pontos de atenção à saúde para pessoas com sofrimento ou
transtorno mental.

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Núcleo de Apoio a Saúde da Família (NASF)

O Núcleo de Apoio a Saúde da Família (NASF) tem como objetivo realizar


apoio matricial, aumentando a resolutividade das equipes de Atenção Primária,
ampliando sua abrangência e escopo de ações. O apoio matricial pode se dar
por meio de discussão de casos, elaboração conjunta de Projetos Terapêuticos
Singulares, de atendimentos conjuntos, visitas domiciliares, da realização de
atividades de educação permanente e elaboração de diagnóstico situacional do
território, e do planejamento de grupos e ações no território.
As equipes de NASF e de APS devem pactuar conjuntamente como será
realizado esse apoio. As equipes de NASF também realizam atividades
específicas, tais como: atendimentos individuais, coordenação de grupos
específicos de seu núcleo de saber, sendo recomendado que pelo menos um
profissional da equipe de APS acompanhe a atividade de grupo, como forma de
educação permanente e de fortalecimento do vínculo com a população. Em
relação aos atendimentos específicos pelo NASF, as equipes de APS devem
discutir os casos com a equipe de apoio, avaliando conjuntamente a melhor
condução em cada situação.
Em relação ao cuidado prestado aos usuários de álcool e outras drogas,
o NASF deve apoiar as equipes de Atenção Primária nas ações voltadas a essa
temática, buscando sensibilizar as equipes para um cuidado isento de
julgamento moral.

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Centro de Atenção Psicossocial (CAPS)

Os CAPS são serviços de saúde abertos, de base territorial, integrantes


da rede de serviços do SUS. São lugares de referência e tratamento para
pessoas em sofrimento ou transtorno mental grave, ou com necessidades
decorrentes do uso de álcool e outras drogas, cuja gravidade e/ou persistência
demandem sua inclusão num serviço de cuidado intensivo, comunitário,
personalizado e promotor de saúde.
Os CAPS objetivam acolher as pessoas em sofrimento, estimulando sua
integração social e familiar, e apoiando suas iniciativas de busca da autonomia,
oferecendo-lhes atendimentos multiprofissionais, procurando atuar na lógica do
cotidiano das pessoas, buscando integrá-las ao seu contexto social e cultural,
evitando assim o seu isolamento. Há realização de atendimento clínico, oficinas
e grupos, visando a reinserção social dos usuários, através do acesso ao
trabalho, educação, lazer e fortalecimento dos vínculos familiares e
comunitários.

Atenção de Urgência e Emergência

Os pontos de atenção da Rede de Atenção à Urgência e Emergência –


SAMU 192, Salas de Estabilização, UPA 24 horas, Coordenações de
Emergência Regional (CER) e serviços de atendimento a emergências em

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Hospitais Gerais – são responsáveis pelo acolhimento, classificação de risco e
cuidado nas situações de urgência e emergência.

Definição de Personalidade

Personalidade pode ser definida de modo sucinto como as características


individuais que correspondem a um padrão persistente de emoções,
pensamentos e comportamentos. Os traços da personalidade têm
consequências, no sentindo de que suas características estão associadas a uma
variedade importante de indicadores nos níveis individual, interpessoal e social,
tais como: felicidade, saúde física e psicológica, espiritualidade e identidade;
qualidade das relações familiares, amorosas e com colegas; escolha, satisfação
e desempenho profissionais; envolvimento na comunidade, atividade criminosa,
e ideologia política.
Personalidade é definida pela totalidade dos traços emocionais e de
comportamento de um indivíduo (caráter + temperamento). Pode-se dizer que é
o "jeitão" de ser da pessoa, o modo de sentir as emoções ou o "jeitão" de agir.
Em outras palavras, é o modo habitual, estável ao longo dos anos, de receber e
processar os estímulos vindos do mundo e de devolver uma resposta
(comportamento) ao meio externo. É A FORMA DE SER, NUNCA UM ESTADO.
A partir disso, um transtorno da personalidade (TP) pode ser
caracterizado como “padrão persistente de experiência interna e comportamento
que se desvia acentuadamente das expectativas da cultura do indivíduo, é difuso
e inflexível, começa na adolescência ou início da fase adulta, é estável ao longo
do tempo e leva a sofrimento ou prejuízo”. É comum que pessoas com TP
tenham um repertório limitado de emoções, atitudes e comportamentos para lidar
com os problemas e estresse da vida cotidiana, apresentando respostas
desadaptativas que levam ao sofrimento e/ou prejuízos a si ou aos outros.

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O que vem a ser um Traço de Personalidade

Para se falar de personalidade é preciso entender o que vem a ser um


traço de personalidade. O traço é um aspecto do comportamento duradouro da
pessoa; é a sua tendência à sociabilidade ou ao isolamento; à desconfiança ou
à confiança nos outros. Um exemplo: lavar as mãos é um hábito, a higiene é um
traço, pois implica em manter-se limpo regularmente escovando os dentes,
tomando banho, trocando as roupas, etc. Pode-se dizer que a higiene é um traço
da personalidade de uma pessoa depois que os hábitos de limpeza se
arraigaram. O comportamento final de uma pessoa é o resultado de todos os
seus traços de personalidade. O que diferencia uma pessoa da outra é a
amplitude e intensidade com que cada traço é vivido.

Definição de Transtorno de Personalidade

O transtorno de personalidade aparece quando esses traços são muito


inflexíveis e mal ajustados, ou seja, prejudicam a adaptação do indivíduo às
situações que enfrenta, causando a ele próprio, ou mais comumente aos que lhe
estão próximos, sofrimento e incômodo. Geralmente esses indivíduos são pouco
motivados para tratamento, uma vez que os traços de caráter pouco geram
sofrimento para si mesmos, mas perturbam suas relações com outras pessoas,
fazendo com que amigos e familiares aconselhem o tratamento. Geralmente
aparecem no início da adolescência e tornam-se crônicos (permanecem pela
vida toda). Por convenção, o diagnóstico só deve ser dado a adultos, ou no final
da adolescência, pois a personalidade só está completa nessa época, na maioria
das vezes. Muitas vezes, no entanto, o desajuste é notado desde a infância.

Tipos de Transtornos de Personalidade

Existem muitos tipos de transtornos de personalidade. Não podemos


esquecer que se trata de classificação. Esta classificação é descritiva e, muitas
vezes, não bate com a realidade prática. Algumas pessoas não se encaixam
perfeitamente em um modelo; outras preenchem critérios para diferentes

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diagnósticos (“pitadas” de diferentes transtornos). Obviamente temos que pensar
nas pessoas como seres únicos e nos sintomas como parte de uma doença ou
transtorno de causa única, mas ainda não completamente conhecida. Daí a falta
de precisão dos nossos diagnósticos.

Transtorno de Personalidade Paranoide

Caracteriza-se pela tendência à desconfiança, seja de estar sendo


explorado, passado para trás ou traído, mesmo que não haja motivos razoáveis
para pensar assim. O sujeito vive, de certa forma, refém desses medos e dessas
suspeitas, que têm uma conotação subjetiva de realidade para o paciente. A
afetividade é restrita, sendo considerado por muitos como um indivíduo frio ou
distante. A hostilidade, irritabilidade e ansiedade são sentimentos frequentes
entre os paranoides. Muitas vezes, após anos sentindo-se "passado para trás",
o indivíduo pode acabar descarregando esta mágoa de forma intempestiva e
violenta.

Aspectos essenciais:
 Excessiva sensibilidade em ser desprezado.

 Tendência a guardar rancores recusando-se a perdoar insultos, injúrias


ou injustiças cometidas.

 Interpretações errôneas de atitudes neutras ou amistosas de outras


pessoas, tendo respostas hostis ou desdenhosas.

 Tendência a distorcer e interpretar como maldosos os atos dos outros.

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 Combativo e obstinado senso de direitos pessoais em desproporção à
situação real.

 Repetidas suspeitas injustificadas relativas à fidelidade do parceiro


conjugal.

 Tendência a se autovalorizar excessivamente.

 Preocupações com fofocas, intrigas e conspirações infundadas a partir


dos acontecimentos circundantes.

Transtorno de Personalidade Esquizoide

Primariamente pela dificuldade de formar relações pessoais ou de


expressar as emoções. A indiferença é o aspecto básico, assim como o
isolamento e o distanciamento sociais. Diferentemente de um fóbico social, o
esquizoide não sente falta do contato humano ou sofre em função deste
isolamento. A fraca expressividade emocional significa que estas pessoas não
se perturbam com elogios ou críticas. Aquilo que na maioria das vezes desperta
prazer nas pessoas, não tem impacto, como o sucesso no trabalho, no estudo
ou uma conquista afetiva (namoro).
Aspectos essenciais:
 Poucas ou nenhuma atividade produzem prazer.

 Frieza emocional, afetividade distante.

 Capacidade limitada de expressar sentimentos calorosos, ternos ou de


raiva para como os outros.

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 Indiferença a elogios ou críticas.

 Pouco interesse em ter relações sexuais.

 Preferência quase invariável por atividades solitárias.

 Tendência a voltar para sua vida introspectiva e fantasias pessoais.

 Falta de amigos íntimos e do interesse de fazer tais amizades.

 Insensibilidade a normas sociais predominantes como uma atitude


respeitosa para com idosos ou àqueles que perderam uma pessoa
querida recentemente.

Transtorno de Personalidade Esquizotípica

Caracterizam-se por serem indivíduos excêntricos e estranhos, que têm


crenças bizarras, com experiências de ilusões, pensamento e discurso
extravagante. Falta de amigos e muita ansiedade no convívio social. Muitas
vezes têm interpretações incorretas de incidentes casuais e acontecimentos
externos como se tivessem um significado particular e incomum,
especificamente destinado a eles. Podem ser supersticiosos ou preocupar-se
com fenômenos paranormais que estão fora das normas de sua subcultura. São
pessoas que podem se dar bem no mundo das artes ou do misticismo.
Aspectos essenciais:

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 Podem pensar que possuem poderes especiais de pressentir
acontecimentos ou de ler os pensamentos de outras pessoas.

 Posse de um controle mágico sobre os outros, o qual pode ser


implementado diretamente (por ex., acreditar que o cônjuge está levando
o cachorro para passear na rua porque ele pensou que isto deveria ser
feito uma hora atrás) ou indiretamente, através do cumprimento de rituais
mágicos (por ex., passar por um determinado objeto três vezes, para
evitar certa consequência funesta).

 Geralmente não são capazes de lidar com toda a faixa de afetos e


indicadores interpessoais necessários para relacionamentos bem-
sucedidos, de modo que muitas vezes parecem interagir com os outros
de maneira inadequada, rígida ou constrita.

 Interagem com os outros quando precisam, mas preferem ficar sós, por
acharem que são diferentes e simplesmente não "se encaixam"

Transtorno de Personalidade Antissocial

Caracteriza-se pelo padrão social de comportamento irresponsável,


explorador e insensível constatado pela ausência de remorsos. Esse transtorno
é o mais estudado e afeta cerca de 1% da população mundial. Essas pessoas
não se ajustam às leis do Estado simplesmente por não quererem, riem-se delas,
frequentemente têm problemas legais e criminais por isso. Mesmo assim não se

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ajustam, pois não aprendem com os erros e experiências prévios.
Frequentemente manipulam os outros em proveito próprio, dificilmente mantêm
um emprego ou um casamento por muito tempo. São predadores intra-espécie.
Aspectos essenciais:
 Atitude aberta de desrespeito por normas, regras e obrigações sociais de
forma persistente. Insensibilidade aos sentimentos alheios

 Estabelece relacionamentos com facilidade, principalmente quando é do


seu interesse, mas dificilmente é capaz de mantê-los.

 Baixa tolerância à frustração e facilmente explode em atitudes agressivas


e violentas.

 Incapacidade de assumir a culpa do que fez de errado, ou de aprender


com as punições.

 Tendência a culpar os outros ou defender-se com raciocínios lógicos,


porém improváveis.

Transtorno de Personalidade Emocionalmente Instável


(Borderline / Limítrofe)

Caracteriza-se por um padrão de relacionamento emocional intenso,


porém confuso e desorganizado. A instabilidade das emoções é o traço

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marcante deste transtorno, que se apresenta por flutuações rápidas e variações
no estado de humor de um momento para outro sem justificativa real. Pode-se
dizer que essas pessoas vivem um estado contínuo de "hemorragia emocional"
e vazio interior. Os portadores reconhecem sua labilidade emocional, mas para
tentar encobri-la justificam-nas geralmente com argumentos implausíveis. O
afeto predominante é o ódio e a raiva. Seu comportamento impulsivo
frequentemente é autodestrutivo. Estes pacientes não possuem claramente uma
identidade de si mesmos, com um projeto de vida ou uma escala de valores
duradoura, até mesmo quanto à própria sexualidade. A instabilidade é tão
intensa que acaba incomodando o próprio paciente que em dados momentos
rejeita a si mesmo, por isso a insatisfação pessoal é constante. Há diversos
níveis de gravidade e adaptação.
O transtorno de Personalidade Borderline é mais comum em mulheres,
sendo que 75% dos diagnósticos desse Transtorno de personalidade são
aplicados a pacientes do gênero feminino. Pesquisadores relatam que a sua
prevalência em cerca de 1,6 a 5,9% da população geral, também se
apresentando em praticamente 10% dos indivíduos avaliados em clinicas de
saúde mental e 20% dos pacientes psiquiátricos internados. Os sintomas, na
grande maioria, podem ocorrer entre os 18-25 anos de idade: 90% têm início
antes dos 30 anos de idade (Faria & Sauaia, 2011).
Um ponto a ser destacado nesses pacientes é o comportamento suicida,
em torno de 75% dos pacientes com TPB tentaram o suicídio pelo menos uma
vez, e desses 10% conseguiram concluir o ato, sendo que a maior parte
aconteceu antes dos 40 anos (Black, Blum, Pfohl, & Hale, 2004). Uma prática
comum dos pacientes com TPB é a automutilação que se caracteriza por lesões
no seu próprio corpo, sem intenção de morrer. O sujeito faz uso desse
comportamento porque não tem estratégias mais adequadas para lidar com
sentimentos os quais descrevem muito dolorosos e insuportáveis. Através da dor
física, ou seja, do ato de se machucar, sentem um alívio da dor psíquica (Sousa
& Vandenbergue, 2005; Covelli, 2010).
Um estudo avaliou a relação entre os sintomas, os problemas
interpessoais e os tipos de comportamentos agressivos apresentados por
pacientes com TPB durante dois anos. Constataram que pacientes com TPB que
apresentavam dificuldades interpessoais envolviam-se, com mais frequência,

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em experiências de violência no seu cotidiano (Stepp, Smith, Morse, Hallquist, &
Pilkonis, 2012).
Aspectos essenciais:
 Padrão de relacionamento instável variando rapidamente entre ter um
grande apreço por certa pessoa para logo depois desprezá-la.

 Comportamento impulsivo principalmente quanto a gastos financeiros,


sexual, abuso de substâncias psicoativas, pequenos furtos, dirigir
irresponsavelmente.

 Rápida variação das emoções, passando de um estado de irritação para


angustiado e depois para depressão (não necessariamente nesta ordem).

 Sentimento de raiva frequente e falta de controle desses sentimentos


chegando a lutas corporais.

 Comportamento suicida ou auto-mutilante.

 Sentimentos persistentes de vazio e tédio.

 Dúvidas a respeito de si mesmo, de sua identidade como pessoa, de seu


comportamento sexual, de sua carreira profissional.

Borderline ou Transtorno bipolar?


Esses dois transtornos podem se sobrepor, mas não pe raro que um seja
confundido com o outro. Os sintomas do bipolar costumam aparecer em fases:
o paciente tem um episódio de depressão grave ou de mania (marcado por
euforia, sentimentos de grandeza e comportamentos impulsivos). Há até o
chamado “estado misto”, mas cada episódio costuma durar algumas semanas.
Já no Borderline, as oscilações de humor são mais rápidas, como estados
flutuantes. Se o bipolar pode ter alguns períodos de relativa estabilidade, no
Borderline as questões relativas á autoimagem relacionamentos, bem as outras
características, estão sempre presentes. É importante que o psiquiatra saiba
distinguir os transtornos, pois os antidepressivos, que ajudam a aliviar os
sintomas do Borderline, podem deflagrar um episódio grave de mania no bipolar,
de consequências desastrosas.

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Transtorno de Personalidade Histriônica

É o que antigamente já se chamou de histeria. Estudado desde os tempos


de Charcot, passando por Kurt Scheider e Freud. Caracteriza-se pela tendência
a ser dramático, buscar as atenções para si mesmo, ser um eterno "carente
afetivo", comportamento sedutor e manipulador, exibicionista, fútil, exigente e
lábil (que muda facilmente de atitude e de emoções). São personalidades
imaturas que não conseguem encontrar uma maneira mais evoluída de lidar com
o meio e as pessoas que as cercam.
Aspectos essenciais:
 Busca frequentemente elogios, aprovações e reafirmações dos outros em
relação ao que faz ou pensa.

 Comportamento e aparência sedutores sexualmente, de forma


inadequada.

 Abertamente preocupada com a aparência e atratividade físicas.

 Expressa as emoções com exagero inadequado, como ardor excessivo


no trato com desconhecidos, acessos de raiva incontrolável, choro
convulsivo em situações de pouco importância.

 Sente-se desconfortável nas situações onde não é o centro das atenções.

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 Suas emoções apesar de intensamente expressadas são superficiais e
mudam facilmente.

 É imediatista, tem baixa tolerância a adiamentos e atrasos.

 Estilo de conversa superficial e vago, tendo dificuldades de detalhar o que


pensa.

Transtorno de Personalidade Narcisista

Caracterizam-se por indivíduos que se julgam grandiosos, com


necessidade de admiração e que desprezam os outros, acreditando serem
especiais e explorando os outros em suas relações sociais. Eles rotineiramente
superestimam suas capacidades e exageram suas realizações, frequentemente
parecendo presunçosos ou arrogantes. Eles podem presumir que os outros
atribuem o mesmo valor a seus esforços e surpreender-se quando não recebem
o louvor que esperam e julgam merecer.
Aspectos essenciais:
 Constantemente se preocupa com fantasias de sucesso ilimitado, poder,
inteligência, beleza ou amor ideal.

 Compara-se com vantagem sobre pessoas famosas e privilegiadas.

 Acredita ser superior, especial ou único e espera ser reconhecido pelos


outros como tal.

 Geralmente exige admiração excessiva.

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 Carece de empatia e têm dificuldade em reconhecer os desejos,
experiências subjetivas e sentimentos dos outros.

 Frequentemente exibe atitudes esnobes, desdenhosas ou


condescendentes.

Transtorno de Personalidade Dependente

Caracterizam-se pelo excessivo grau de dependência e confiança nos


outros. Estas pessoas precisam de outras para se apoiar emocionalmente e
sentirem-se seguras. Geralmente não conseguem evoluir na vida produtiva ou
afetiva: permanecem muitas vezes pueris. Permitem que os outros tomem
decisões importantes a respeito de si mesmas. Sentem-se desamparadas
quando sozinhas. Resignam-se e submetem-se com facilidade, chegando
mesmo a tolerar maus tratos pelos outros. Quando postas em situação de
comando e decisão essas pessoas não obtêm bons resultados, não superam
seus limites.
Aspectos essenciais:
 É incapaz de tomar decisões do dia-a-dia sem uma excessiva quantidade
de conselhos ou reafirmações de outras pessoas.

 Permite que outras pessoas decidam aspectos importantes de sua vida


como onde morar, que profissão exercer.

 Submete suas próprias necessidades aos outros.

 Evita fazer exigências ainda que em seu direito.

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 Sente-se desamparado quando sozinho, por medos infundados.

 Medo de ser abandonado por quem possui relacionamento íntimo.

 Facilmente é ferido por crítica ou desaprovação.

Transtorno de Personalidade Ansiosa (evitação)

Em poucas palavras, seria o máximo da Fobia Social. Algo tão profundo


e intenso que passa a ser chamado de problema de personalidade. Caracteriza-
se pelo padrão de comportamento inibido e ansioso com auto-estima baixa. É
um sujeito hipersensível a críticas e rejeições, apreensivo e desconfiado, com
dificuldades sociais. É tímido e sente-se desconfortável em ambientes sociais.
Tem medos infundados de agir tolamente perante os outros. No entanto, os
sintomas causam sofrimento: o paciente anseia pelo contato social.

Aspectos essenciais:
 É facilmente ferido por críticas e desaprovações.

 Não costuma ter amigos íntimos além dos parentes mais próximos.

 Só aceita um relacionamento quando tem certeza de que é querido.

 Evita atividades sociais ou profissionais onde o contato com outras


pessoas seja intenso, mesmo que venha a ter benefícios com isso.

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 Experimenta sentimentos de tensão e apreensão enquanto estiver
exposto socialmente.

 Exagera nas dificuldades, nos perigos envolvidos em atividades comuns,


porém fora de sua rotina. Por exemplo, cancela encontros sociais porque
acha que antes de chegar lá já estará muito cansado.

Transtorno de Personalidade Obsessiva (anancástica)

Tendência ao perfeccionismo, comportamento rigoroso e disciplinado


consigo e exigente com os outros. Emocionalmente frio. É uma pessoa formal,
intelectualizada, detalhista. Essas pessoas tendem a ser devotadas ao trabalho
em detrimento da família e amigos, com quem costuma ser reservado,
dominador e inflexível. Dificilmente está satisfeito com seu próprio desempenho,
achando que deve melhorar sempre mais. Seu perfeccionismo o faz uma pessoa
indecisa e cheia de dúvidas.
Aspectos essenciais:
 O perfeccionismo pode atrapalhar no cumprimento das tarefas, porque
muitas vezes o sujeito se detém nos detalhes enquanto atrasa o
essencial. Insistência em que as pessoas façam as coisas a seu modo ou
querer fazer tudo por achar que os outros farão errado.

 Excessiva devoção ao trabalho em detrimento das atividades de lazer.

 Expressividade afetiva fria.

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 Comportamento rígido (não se acomoda ao comportamento dos outros) e
insistência irracional (teimosia).

 Excessivo apego a normas sociais em ocasiões de formalidade.

 Relutância em desfazer-se de objetos por achar que serão úteis algum


dia (mesmo sem valor sentimental)

 Indecisão prejudicando seu próprio trabalho ou estudo.

 Excessivamente consciencioso e escrupuloso em relação às normas


sociais.

Psicopatia

Deixando de lado o significado popular que o termo psicopata adquiriu,


em medicina, seguindo o modelo canadense do Prof. Robert Hare, psicopatia
quer dizer o grau máximo de transtorno da personalidade. No plano de
relacionamentos interpessoais, o psicopata é orgulhoso, arrogante, frio,
dominante, superficial e manipulador. Afetivamente são irritáveis, sem
capacidade de formar vínculos emocionais com outras pessoas, não têm
capacidade de empatia, culpa ou remorso. Em uma metáfora sobre seu afeto,
“eles conhecem a letra, mas não a música”. Estes defeitos têm reflexos na
interação social, que se torna desviada dos padrões éticos e morais vigentes
(não necessariamente somente atividade criminal). São irresponsáveis,
impulsivos, não aprendem com os erros e repetidamente violam ou ignoram

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padrões de conduta socialmente adaptados. As causas destes transtornos
geralmente são múltiplas. Há um componente genético, herdado dos pais
(tendência). Essa tendência desenvolve-se de acordo com os desencadeantes
do ambiente onde se vive (vivências infantis e as da adolescência do indivíduo).

Tratamento
O tratamento desses transtornos citados acima é bastante difícil e
igualmente demorado, pois em se tratando de mudanças de caráter, o indivíduo
terá de mudar o seu próprio "jeito de ser" para que o tratamento seja efetivo.
Estamos falando de anos. Baseia-se na psicoterapia e medicação, de forma
geral. Algumas vezes, deve-se também tratar outros transtornos que se
desenvolvem juntamente com esses, e na maioria das vezes, por causa desses.
Aparece comumente depressão e ansiedade associadas a esses transtornos. A
procura pelo atendimento é geralmente estimulada pelos amigos e familiares,
que são muito mais incomodados pelo transtorno que o próprio indivíduo.
Grandes expectativas de mudanças milagrosas e rápidas são geralmente
frustradas, infelizmente. A melhora é lenta e gradual e, nos casos mais graves,
como na psicopatia, pode não ocorrer.

Transtornos de Sexualidade

O comportamento sexual humano é diversificado e determinado por uma


combinação de vários fatores tais como os relacionamentos do indivíduo com os
outros, pelas próprias circunstâncias de vida e pela cultura na qual ele vive. Por
isso é muito difícil conceituar o que é "normal" em termos da sexualidade.
O que se pode afirmar em relação a isso é que a normalidade sexual está
relacionada ao fato da sexualidade ser compartilhada de forma que o casal
esteja de acordo com o que é feito, sem caráter destrutivo para o indivíduo ou
para o parceiro e não afronta regras comuns da sociedade em que se vive. A
anormalidade pode ser definida quando há uma fixação em determinada forma
de sexualidade ou em determinada pessoa, ou ainda quando a pessoa não
consegue desfrutar de outras formas de prazer.

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O que deve ser lembrado é que a sexualidade humana envolve, além do
ato sexual em si, outras atividades, como fantasias, pensamentos eróticos,
carícias e masturbação. As fantasias sexuais são pensamentos representativos
dos desejos sexuais mais ardentes de uma pessoa e tem a função de
complementar e estimular a sexualidade, tanto da realização do ato sexual com
um parceiro quanto da estimulação auto erótica (masturbação).
A masturbação também é componente normal da sexualidade, e consiste
no toque de si mesmo, em áreas que dão prazer ao indivíduo (áreas erógenas),
que incluem os genitais e/ou outras partes do corpo, com a finalidade de obter
prazer. No ser humano, as sensações sexuais despertadas, seja por fantasias,
por masturbação ou pelo ato sexual em si, ocorrem numa sucessão de fases que
estão interligadas entre si, que são chamadas de as Fases da resposta sexual
humana.

Fases da resposta sexual humana:

 Desejo: Consiste numa fase em que fantasias, pensamentos eróticos, ou


visualização da pessoa desejada despertam vontade de ter atividade
sexual.

 Excitação: Fase de preparação para o ato sexual, desencadeada pelo


desejo. Junto com sensações de prazer, surgem alterações corporais que
são representadas basicamente no homem pela ereção (endurecimento
do pênis) e na mulher pela lubrificação vaginal (sensação de estar
intimamente molhada).

 Orgasmo: É o clímax de prazer sexual, sensação de prazer máximo, que


ocorre após uma fase de crescente excitação. No homem, junto com o
prazer, ocorre a sensação de não conseguir mais segurar a ejaculação, e
então ela ocorre; e na mulher, ocorrem contrações da musculatura genital.

 Resolução: Consiste na sensação de relaxamento muscular e bem-estar


geral que ocorre após o orgasmo que, para os homens em geral, associa-
se ao seu período refratário (intervalo mínimo entre a obtenção de
ereções). Na mulher, este período refratário não existe: ela pode, logo

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após o ato sexual ter novamente desejo, excitação e novo orgasmo, não
necessitando esperar um tempo para que isso ocorra novamente.

Tipos de transtornos de Sexualidade

 Anafrodisia: consiste na diminuição ou deterioração do instinto sexual


decorrente de uma doença nervosa ou glandular.

 Frigidez: diminuição do apetite sexual da mulher.

 Erotismo: tendência abusiva dos atos sexuais. Exemplos: ninfomania, na


mulher e satiríase, no homem.

 Autoerotismo: é o transtorno decorrente da ausência de outra pessoa,


sendo que o orgasmo ocorre somente com o pensamento.

 Erotomania: possui ideia fixa do amor dito “platônico” que o domina e


avassala sua vida, pois dedica-se exclusivamente a esse amor.

 Exibicionismo: obsessão em mostrar suas genitálias, sem convite para


a relação sexual. Segundo o CID-10, consiste em “Tendência recorrente
ou persistente de expor seus órgãos genitais a estranhos (em geral do
sexo oposto) ou a pessoas em locais públicos, sem desejar ou solicitar
contato mais estreito. Há em geral, mas não constantemente, excitação
sexual no momento da exibição e o ato é, em geral, seguido de
masturbação”.

 Narcisismo: admiração pelo próprio corpo de maneira exagerada.

 Voyeurismo: segundo o CID-10 consiste em “Tendência recorrente ou


persistente de observar pessoas em atividades sexuais ou íntimas como
o tirar a roupa. Isto é realizado sem que a pessoa observada se aperceba
de o sê-lo, e conduz geralmente à excitação sexual e masturbação”.

 Mixoscopia: prazer sexual que é despertado em indivíduos ao presenciar


o ato sexual de terceiros.

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 Fetichismo: atração por parte do corpo ou objetos pertencentes à pessoa
amada. Segundo o CID-10 consiste na “utilização de objetos inanimados
como estímulo da excitação e da satisfação sexual. Numerosos fetiches
são prolongamentos do corpo, como por exemplo as vestimentas e os
calçados. Outros exemplos comuns dizem respeito a uma textura
particular como a borracha, o plástico ou o couro. Os objetos fetiches
variam na sua importância de um indivíduo para o outro. Em certos casos
servem simplesmente para reforçar a excitação sexual, atingida por
condições normais (exemplo: pedir a seu parceiro que vista uma dada
roupa)”.

 Lubricidade senil: manifestação sexual exagerada relacionada a


demência senil ou outros tipos de perturbações patológicas, sendo que,
geralmente, a idade da vítima é inversamente proporcional à idade do
ator.

 Pluralismo: prática sexual por três ou mais pessoas.

 Bestialismo ou zoofilismo: satisfação sexual com animais domésticos.

 Onanismo: impulso obsessivo na manipulação dos órgãos sexuais.

 Necrofilia: obsessão e compulsão de praticar atos sexuais com


cadáveres.

 Sadismo: desejo ou satisfação sexual realizados com o sofrimento do


parceiro.

 Masoquismo: desejo ou satisfação sexual obtidos pelo próprio


sofrimento.

 Pedofilia: perversão sexual por crianças.

 Intersexualismo: o indivíduo apresenta a genitália externa e/ou interna


indiferenciadas.

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