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A EDUCAÇÃO ESPECIAL INCLUSIVA E A RELAÇÃO FAMILIA-ESCOLA


Maria Nancy Nunes de Matos

RESUMO
Educação Especial Inclusiva e sua relação família-escola é um tema que vem sendo
bastante discutido no campo educacional, no decorrer dos tempos e se intensificando
atualmente, na busca da melhoria nas relações família e escola para melhor desempenho das
práticas pedagógicas para que haja realmente a inclusão tanto na escola quanto fora dela. Sabe-
se que, as crianças passam a maior parte do tempo com os pais, desta forma a educação tem
inicio na família, sendo que a escola é uma extensão e os professores que desenvolvem suas
atividades no AEE - Atendimento Educacional Especializado, Decreto 6.571/2008 - são
responsáveis de identificar, elaborar e organizar recursos pedagógicos assim como, de
acessibilidade que venham a eliminar as barreiras para a plena participação dos alunos,
considerando suas necessidades especificas. A escola onde este estudo foi realizado atende
alunos com Deficiência Física (cadeirantes, etc); Autista (TEA-Transtorno do Espectro Autista);
Deficiencia Intelectual (Síndrome de Down); Deficiencia Auditiva (surdos); Deficiencia Visual
(Cegos) e assim como TDH- Transtorno do Défit de Atenção com Hiperatividade e este
trabalho objetiva identificar e analisar como se dá a relação na Escola Municipal “Professora
Lindalva Pinho”, no Município de Curralinho-Pará-Brasil com a familia dos alunos deficientes e
assim, melhorar pondo em prática a importância da inclusão dentro e fora do contexto escolar.

Palavra-Chave: Educação Especial Inclusiva. Familia . Escola .

INTRODUÇÃO
Este trabalho objetiva identificar e analisar como se dá a relação dos professores da
Educação Especial Inclusiva, que é feito através do Atendimento Educação Especializado
(AEE) com as Famílias dos alunos com deficiência assim como as vantagens, desafios e
barreiras para alcançar a inclusão serão identificadas e exploradas, com vistas a fornecer uma
plataforma informativa através de palestras dos professores com os pais dos alunos com
deficiências.
É importante que os professores mantenham relações comunicativas e informativas com
as famílias das crianças nas quais desenvolvem atividades educacionais e assim ambos
contribuam para o desenvolvimento afetivo, cognitivo, psicomotor e emocional.
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A experiência da relação entre a família e a escola com seus aspectos positivos e


negativos em suas relações do dia a dia, assim também enfocando as crianças todas as crianças
com deficiências que são atendidas pelo Atendimento Educacional Especializado.
Ao longo da História as Pessoas com Deficiência eram vistos como seres inúteis, por
isso viviam as margens do abandono social e até mesmo a própria família sentia vergonha de
ter um filho ou parente assim.
A exclusão e a segregação foram fatos praticados ao longo da História, sem qualquer
proposta pedagógica ou psicológica. No Brasil, as pessoas vistas como “diferentes” eram
consideradas loucas, indigentes, etc. e eram excluídos do convívio social, mas este pensamento
foi se modificando.
È necessário que tenhamos o olhar diferenciado entre o que é Educação Especial e
Educação Inclusiva. Segundo ALMEIDA ( Revista Pedagógica Abril-2002) diz:
“A Educação Especial é uma modalidade de ensino que visa promover o
desenvolvimento das potencialidades de pessoas Portadoras de Deficiência, Condutas
Típicas ou Altas Habilidades abrangendo os diferentes níveis e grau, de ensino,
fundamentando-se em referenciais teóricos e práticos compatíveis com as
necessidades especificas dos alunos”.
A Família é a mais antiga instituição social em que a criança participa e realiza sua
socialização baseada em contatos primários, como valores humanos e sentimentos afetivos e
emocionais. Segundo AZYMANSKI (2009, pág. 20):
“A Família é uma das instituições responsáveis pelo processo de socialização
realizado mediante práticas exercidas por aqueles que tem o papel de
transmissor, ou seja os pais, desenvolvidas juntos aos que são os receptores,
os filhos”

DESENVOLVIMENTO
Segundo MOREIRA (2001, pág.22) a origem etimológica da palavra FAMILIA vem do
vocábulo latim FAMULUS, que significa servo ou escravo, tal origem vem do fato de posse e
obediência, em que a esposa devia obedecer ao marido como seu amo e senhor e os filhos
pertenciam aos pais, a quem deviam a vida.
Esse termo foi criado na Roma Antiga para designar um novo grupo social surgido entre
as tribos latinas, para serem introduzidas na agricultura a na escravidão também. E o direito
romano baseou no casamento e no vínculo sanguíneo, sendo que a família natural é o
agrupamento dos conjugues e filhos.
A sociedade capitalista incentiva a desintegração dos valores, deixando fora da
formação tanto do aluno defiente quanto do considerado normal, a ética e cidadania e daí a
importância das instituições sociais como a escola e família se integrarem objetivando a
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mudança de mentalidades para resgatar esses valores importantes na formação do caráter dos
alunos.
“E no “jogo de empurra” entre Escola e Família surge uma “boa professora” para
“melhorar” o processo ensino aprendizagem da criança que é a “ MÍDIA”, entra nas casas
chamando atenção dos filhos, onde a maioria das dessas crianças e adolescentes passam a maior
parte do tempo em frente a televisão ou ao computador navegando pelas Redes Sociais, a
qualquer horário e momento em programas de vários tipos como apelo sexual, incitação á
violência e ridicularizarão das pessoas, novelas, filmes eróticos e outros
È claro que a Mídia não traz somente coisa ruins, há muitos programas de ensino
aprendizagem que contribuem no conhecimento da criança, mas muitos pais não tem tempo de
controlar o que acontece dentro de seus demônios, e a correria do dia a dia, os pais não tiram
mais tempo para conversar com seus filhos, levar para passear, brincar ou estudar com eles.
A violência cresce a cada dia quer na família ou na escola ou na rua, muitas crianças
estão expostas a esses tipos de violências, como sexual,física, psicológica, causadas por drogas,
discriminação e negligencia familiar.
A maioria das famílias passam por crises que envolvem seus filhos, como, separação
dos pais, divorcio, gravidez na adolescência, drogas, roubos, enfim, e esses problemas refletem
na escola.
Esta proposta de relação entre a escola e a família já vem sendo trabalhada na Escola
Municipal “Professora Lindalva Pinho”, mas precisa se intensificar fazendo com que a Gestão
Democrática Participava não seja somente um discurso, mas uma realidade., onde a família
precisa também opinar e ser respeitada em suas opiniões.
Um dos maiores desafios para que a relação seja de fato vivenciada é o diálogo e
entendimento da escola com a família, porque a maioria das famílias tem conhecimento
empírico do ato do ensino aprendizagem e a escola possuem o seu Projeto Político Pedagógico e
outros Projeto e Leis que precisa seguir, então é preciso promover para as famílias encontros
sobre o Projeto, Político Pedagógico-PPP- oficinas, palestras, debates, enfim, trazer a familia
para a escola, sem ser somente para as festas culturais.
A Família precisa vivenciar junto com a escola os bons e maus momentos, porque
geralmente os problemas familiares refletem e são extrapolados na escola.
Desse modo, também é necessária a relação de parceria com outras instituições sociais
como a Igreja Evangélica, Igreja Católica, Conselho Tutelar, Secretarias Municipais de forma
geral, Centro de Apoio Psicossocial –CAPS-, Ministério Público, Poder Judiciário, enfim,
envolver a sociedade para contribuir na relação e parceria entre a escola e a família.
A relação família-escola é um tema que tem trazido grande influencia no processo da
Educação Especial Inclusiva, que traz implicações tanto para o desenvolvimento social e
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cognitivo assim como, está diretamente relacionada ao sucesso escolar do aluno, como afirma
CORREA (2006, p.162)” Família e Escola são dois contextos diferentes, com objetivo distintos.
Um e outro, no entanto, são mediadores de ações educativas e ambos tem foco de
atenção comum – a criança,” portanto, a comunhão de ações e intervenções é primordial para a
concretização dos objetivos dando razões de existir para a escola, assim como, a escola deve
complementar a educação trabalhada pela família, harmonizando atitudes e valores, sendo que
esse elo entre as duas instituições são fundamentais para a vida do aluno pois fortalecerá o seu
convívio com a escola e com os conhecimentos que o aluno se apropria.
Por que antes, as famílias tinham vergonha de seus parentes com deficiência e
escondiam da sociedade e em 1988, a Carta Magna Brasileira já garantia o atendimento da
Inclusão Escolar para com os alunos deficientes.
Devido muitos esforços e lutas e perseveranças diante da resistência de muitos os
caminhos do processo ensino e aprendizagem vão-se abrindo para que os alunos com
deficiência seja aceitos em salas normais e as famílias conscientizadas de que a criança com
deficiência precisa e deve viver entre as pessoas consideradas normais.
As famílias e a sociedade precisam aceitar e compreender que a Pessoa com
Deficiência não um ser incapaz, mas diferente e com capacidades surpreendentes. A Inclusão é
o rompimento com o preconceito, a discriminação e os velhos paradigmas educacionais do
passado, a partir da Declaração de Salamanca, em 1994, as pessoas que anos e anos viveram na
segregação e isolamento são reconhecidas como cidadãos, porque as crianças com Deficiência
possuem e desenvolvem competências e habilidades tanto quanto as crianças ditas normais, e
dessa forma podem contribuir para o seu desenvolvimento pessoal e social.
È na família onde se produzem as relações de cuidado entre os seus membros através da
respeito a individualidade, da proteção, do acolhimento e da potencialização do outro e cada
família existem possui seus valores alguns transmitidos de geração para geração, envolvendo
afeto e identidade,
Sabemos que é no seio familiar desde que nasce a criança estabelece seus primeiros
vínculos afetivos que o levarão a ter autoconfiança e confiança nas pessoas, desenvolvendo
assim, a sua independência. E para isso, o bebê precisa da mãe ou da figura cuidadora que
assegura os primeiros vínculos com o pai, os irmãos, avós e outras pessoas que vivem ao seu
redor. Porque desde do útero materno a criança necessita de cuidados especiais.
Mas o que ocorre na maioria dos casos é o afastamento da família ou um total abandono
da própria família ou na dependência total dos médicos e outros profissionais, como ressalta
Aranha (2004) “sabe-se que a família tem como se encontrado, historicamente, numa posição de
dependência de profissionais em diferentes áreas do conhecimento, no sentido de receberem
orientações de como proceder em relação ás necessidade especiais de seus filhos”.
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A criança com deficiência necessita de maior atenção da família para tornar-se uma
criança que possa transformar seus impulsos em desejos e buscando realizá-los, dentro do
quadro de sua diferença e por meio dela, pois a família transmite valores que são fundamentais
para seu desenvolvimento adequado especialmente onde os serviços sociais são inadequados e
as políticas publicas insuficientes.
Em tempos remotos os pais não tinham a preocupação de matricular seus filhos quando
eram crianças na escola devido pensarem que crianças não teriam capacidade de aprender, de se
desenvolver, isso quer dizer que viviam no achismo de que as crianças eram seres limitados,
principalmente as crianças deficientes.
A falta de conhecimento, de informação sobre o que era deficiência o filho deficiente e
fazia com que a família escondessem do público para viverem segregados da vida social,
porque eram considerados anormais, não possuíam nenhuma capacidade física, psíquica,
espiritual, intelectual, etc...Como nos diz ARDORE (1998, pág. 8) a presença de uma crianças
deficiente na família afeta não somente os pais mas todos os membros da família e, em
especialmente, os irmãos.
As próprias famílias rotulavam de incapazes de viverem uma saudável e comum como
aos demais e somente em alguns casos que os pais matriculavam na escola quando o filho já
estava na adolescência ou juventude e por isso muitas habilidades não poderiam mais ser
desenvolvidas.
Buscaglia (1993, pág. 36) considera que a fase da primeira infância da criança com
deficiencia um doa mais importantes de sua vida, pois “é nessa fase que receberão ajuda para
formar atitudes básicas em relação á sua ótica futura-otimismo, pessimismo, amor, ódio,
crescimento, apatia, segurança, frustração, alegria, desespero – e ao aprendizado em geral.
Assim sendo, familia possui a maior influencia através do ambiente físico e social, as
condições necessárias ao desenvolvimento da criança. CAMBRUZZI ( 1998, pág. 90) afirma:
“È importante notar que as famílias são imprescindíveis no processo
educacional dos filhos, pois, as crianças demonstravam que estavam
desenvolvendo autonomia, conscientização do outro e a convivência em
grupo. Lembrar que vale salientar que é fator fundamental a parceria
escola/familia, pois são agentes de transformação em termos individuais e,
coletivamente, favorecem a mudança de visão, ainda distorcida, que a
sociedade tem á respeito do deficiente”
Não se pode negar a importância da familia na vida de um individuo, segundo Buscaglia
(1997) a familia é uma força social que tem grande influencia da determinação do
comportamento humano e na formação da personalidade, podendo ser definida como uma
unidade social significativa, sendo interdependente, isto é, os relacionamentos estabelecidos
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entre os familiares influenciam uns aos outros e toda mudança que ocorre neste sentido exerce
grande influencia em cada membro individualmente ou no sistema como um todo.
O nascimento de uma criança gera mudanças em toda estrutura familiar e segundo
BRADT (1995, pág. 206) “não existe nenhum estágio que provoque mudança mais profunda ou
que signifique desafio maior para a família nuclear e ampliada do que a adição de uma criança
no sistema familiar”.

3.CONSIDERAÇÕES FINAIS
Na Educação Especial procura-se encontrar caminhos e meios facilitadores para a
aprendizagem dos alunos com necessidades educacionais especiais, através da ação pedagógica,
recursos educacionais mais
individualizados e para isso precisa de professores especializados.Quanto que a Educação
Inclusiva segundo FERNANDES (2004, pág. 123) diz que:
“A Educação Inclusiva é voltada de todos para todos, onde os ditos normais e
portadores de algum tipo de deficiência poderão aprender uns com os outros,
isto é, um depende de outro para que realmente exista educação de qualidade.
A Educação Inclusiva ainda é num no Brasil um desafio de todos os
profissionais da educação”
Assim sendo, confirma com VYGOTSKY (1988) “ao se relacionar com outras pessoas,
o ser humano aprende a se relacionar consigo mesmo”.
Segundo ALMEIDA (2002) “educação especial é uma modalidade de ensino que visa
promover o desenvolvimento das potencialidades de pessoas deficientes, condutas típicas ou
altas habilidades, e que abrange os diferentes níveis e graus de sistema de ensino”,enquanto que,
a educação inclusiva a mesma autora descreve que na educação inclusiva o processo educativo
deve ser entendido como um processo social onde todas as crianças deficientes e de distúrbios
de aprendizagem têm direito á escolarização o mais próximo possível do normal”
Desta forma, observa-se que, a diferença entre os dois conceitos está no que se chama
“inclusão”, pois a Educação Especial desenvolve atividades apenas com crianças com
deficiências e a Educação Inclusiva é uma proposta através de lei para que as escolas
disponibilizem acesso para os alunos com deficiências ou altas habilidades no ensino regular
A Educação Especial Inclusiva tem como um dos seus princípios a valorização da
diversidade, respeito com aquele que é diferente e não inferior. As famílias e a sociedade
precisam aceitar e compreender que a Pessoa com Deficiência não um ser incapaz, mas
diferente e com capacidades surpreendentes.
Pelas minhas experiências educacionais dedes a implantação da Educação Especial no
município de Curralinho as relações entre a Escola e a Família como já verificamos, formam
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uma conexão entre o aluno e o mundo em que vive, em uma cadeia relacional que aumentando
constantemente a medida que o tempo passa porque a escola passa de geração para geração,
assim como a família.
A Escola e a Família têm papel fundamental no processo ensino aprendizagem e na
formação do aluno para a cidadania global e para tomada de decisões no decorrer do processo
escolar.
A excelência na qualidade do ensino aprendizagem do ser humano é fundamental que a
Escola e a Família estejam de mãos e assim o aluno se sentirá mais autônomo, mais criativo,
reflexivo, dialogal e mais participativo na sociedade em que vive.

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALMEIDA, M.S.R.,- Revista Pedagógica Abril-2002

FERNANDES, C.E. – Uma reflexão sobre Educação Especial e Educação Inclusiva no Brasil.
REDE SACI. Disponível em: http://fraterbrasil.org.br/uma-reflexao-sobre-a-educacao. Acesso
no dia 11 de junho de 2018 ás 23:14 horas

ALMEIDA, Marina S. Rodrigues. Manual Informativo sobre inclusão.


http://pedagogiautopiaerealidade.blogspot.com/2012/02/qual-e-diferenca-entre-educacao.html
acessado no dia  12 de maio de 2018, ás 23 horas.

- VYGOTSKY, L.S. – Pensamento e Linguagem. Rio de Janeiro. Martins Fontes. 1988.

BRASIL. Conselho Nacional de Educação. CEB. Parecer n.17, de 03 de julho de 2001.


Estabelece Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica. Brasília. MEC,
1990.

BRASIL. Estatuto da Criança e do Adolescente. Lei 8.069/90. Brasília. Câmara de


Deputados.Edições câmara.2010.

UNESCO. Declaração de Salamanca. Sobre Princípios, Políticas e Práticas na Área das


Necessidades Educativas Especiais. Disponível em:
<http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/salamanca. Acesso em: 11 de junho de 2018, ás
10:23 horas.

LEI 13.146/2015 – Estatuto da Pessoa com Deficiência. Disponível em:


http://www.planalto.gov.br/civil. Acesso no dia 11 de junho de 2018 ás 24:15 horas.

-UNESCO. Declaração de Salamanca: Sobre Princípio Política e Prática em Educação Especial.


1994.
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