Você está na página 1de 32

PARECER TÉCNICO SOBRE

ACIDENTE DE TRÂNSITO
Cláudio Luiz de Paiva Barnabé
Engenheiro Mecânico Pleno
C REA 10210/ D- GO

Referência

COMARCA DE QUERÊNCIA – MT

Processo nº : 1000349- 9 3 . 2 0 1 9 . 8 . 1 1 . 0 0 8 0
Requerente(s): VITOR INÁCIO RAUCH e MURILO ALVES MARINHO
Requerido(s) : WANDERLEI SANTANA DE OLIVEIRA e
AT TRANPORTES & LOGÍSTICA EIRELI

Goiânia-GO, 02 de março de 2020.


Cláudio Luiz de Paiva Barnabé
Engenheiro Mecânico Pleno
cl audi ol pbarnabe@gm ai l .com

Avaliações e Perícias de Engenharia em Máquinas, Equipamentos,


Indústrias, Veículo Automotores e Perícias de Acidentes de Trânsito

Ao
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA
ÚNICA DA COMARCA DE QUERÊNCIA – MT.

REF.: PARECER TÉCNICO SOBRE ACIDENTE DE TRÂNSITO

Processo nº : 1000349- 9 3 . 2 0 1 9 . 8 . 1 1 . 0 0 8 0
Requerente(s): VITOR INÁCIO RAUCH e MURILO ALVES MARINHO
Requerido(s) : WANDERLEI SANTANA DE OLIVEIRA e
AT TRANPORTES & LOGÍSTICA EIRELI

CLÁUDIO LUIZ DE PAIVA BARNABÉ, Engenheiro Mecânico


Pleno, Especialista em veículos automotores, Perito com Pós-graduação em Perícia de
Acidente de Trânsito, vem, com o devido acato e respeito, à presença deste Juízo apresentar o
seu PARECER TÉCNICO referente ao acidente de trânsito em discussão nos autos do
processo em epígrafe.

Goiânia - GO, 02 de março de 2020.

_____________________________
Cláudio Luiz de Paiva Barnabé
Engº Mecânico / CREA 10210 D-Go
Perito em Acidentes de Trânsito

2
Cláudio Luiz de Paiva Barnabé
Engenheiro Mecânico Pleno
cl audi ol pbarnabe@gm ai l .com

Avaliações e Perícias de Engenharia em Máquinas, Equipamentos,


Indústrias, Veículo Automotores e Perícias de Acidentes de Trânsito

SUMÁRIO

PARTE I

Introdução......................................................................................................................... 04

1 – Objetivo……………..................................................................................................... 05

2 – Histórico.…………….................................................................................................. 05

3 – Dos Veículos Envolvidos no Acidente em Análise……………………...............…....... 07

3.1 – Dados do Veículo – V1…..…………………..….…....…….…….....….…............ 07

3.2 – Dados do Veículo – V2………………..…………....…….……....……................. 07

3.3 – Das Avarias de Cada Veículo..…………….…....…….……...…….................... 07

3.3.1 – Das Avarias do Veículo – V1………………...…………..…..................... 07

3.3.2 – Das Avarias do Veículo -V2…….………....…....…….……...................... 10

4 – Do Local do Acidente................................................................................................. 11
5 – Das Condições da Via e do Tempo Quando do Acidente………….………………… 14
6 – Analise e Considerações Técnicas……………………….....................................….. 14

6.1 – Do Laudo Pericial……………....…….……………………………...................… 16

– Da Falha na Localização do Sítio de Colisão (SC)…………………………... 17

– Da Falha Na Preservação do Local do Acidente …………..…..……………... 20

– Da Falha no Cálculo das Velocidades dos Veículos …………………..……….. 21

7 – Conclusão…............................................................................................................... 31

8 – Encerramento............................................................................................................. 32

3
Cláudio Luiz de Paiva Barnabé
Engenheiro Mecânico Pleno
cl audi ol pbarnabe@gm ai l .com

Avaliações e Perícias de Engenharia em Máquinas, Equipamentos,


Indústrias, Veículo Automotores e Perícias de Acidentes de Trânsito

PARECER TÉCNICO SOBRE ACIDENTE DE TRÂNSITO

REF.: Data do sinistro: 21 / 06


/ 2016Dados dos veículos envolvidos no sinistro:
V-01: Volvo / FH 440 6x2T, placa: EOE – 1633 / GO,
Chassi: 9BVAS02C2BE774434;
V-02: Fiat / Pálio WK Adventure, placa: KEW-4596 / MT,
Chassi: 9BD17309934089077.

Ao 2° (segundo) dia do mês de março, do ano de 2020 (dois mil e


vinte), CLÁUDIO LUIZ DE PAIVA BARNABÉ, Engenheiro Mecânico Pleno,
devidamente inscrito e registrado no Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do
Estado de Goiás - CREA/Go sob o nº 1 0 2 1 0 / D – Go, perito cadastrado junto ao Banco de
Peritos da Corregedoria do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás – TJGO, especialista em
veículos automotores pelo CESVI BRASIL – Centro de Experimentação e Segurança Viária,
com Pós-graduação em Perícia de Reconstituição de Acidentes de Trânsito, Presidente da
Associação Brasileira de Engenheiros Mecânicos / Seção Goiás – ABEMEC/Go (período
2003/2006), com mais de 20 anos de experiência atuando como Perito Judicial pelo TJGO e
como Assistente Técnico em avaliações e perícias de engenharia, de veículos automotores,
de máquinas e equipamentos, de instalações industriais e em perícias de reconstituição de
acidentes de trânsito, atendendo solicitação da empresa AT TRANPORTES &
LOGÍSTICA EIRELI , vem apresentar seu PARECER TÉCNICO acerca do acidente de
trânsito ocorrido entre os veículos supracitados, relatando com verdade e com todas as
circunstâncias o que foi constatado e, bem assim, esclarecendo tudo quanto interessar possa.
x
x
x
x
x

4
Cláudio Luiz de Paiva Barnabé
Engenheiro Mecânico Pleno
cl audi ol pbarnabe@gm ai l .com

Avaliações e Perícias de Engenharia em Máquinas, Equipamentos,


Indústrias, Veículo Automotores e Perícias de Acidentes de Trânsito

1 - OBJETIVO

O parecer técnico em epígrafe tem como objetivo elucidar o acidente


de trânsito que ocorreu no dia 21 de junho do ano de 2016, envolvendo dois veículos
automotores, conforme especificados no item-3 a seguir, tendo como local do sinistro um
trecho de estrada sem pavimentação, em zona rural, do tipo estrada ramal a rodovia MT-109,
no sentido ao assentamento Pingo D’Água, próximo a fazenda Extra, local este que é distante
50 km (cinquenta quilômetros) da saída da cidade de Querência– MT.

2 – HISTÓRICO / PRELIMINARES

De acordo com os autos do processo nº 1000349-93.2019.8.11.0080,


em tramitação na Vara Única da Comarca de Querência – MT, os Autores VITOR INÁCIO
RAUCH e MURILO ALVES MARINHO propuseram AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR
DANOS MORAIS E MATERIAIS em face de WANDERLEI SANTANA DE OLIVEIRA
e AT TRANPORTES & LOGÍSTICA EIRELI.

Na presente ação os Autores sustentam que no dia 21 de junho de 2016,


por volta das 14:00 h, no local conhecido como “PA Pingo D'Água”, nas proximidades da
propriedade rural denominada “Fazenda Extra”, na zona rural desta cidade, o primeiro Requerido
conduzia a 70 km/h o caminhão bitrem Volvo/FH440 6x2t, cor azul, placas EOE-1633 - Uruaçu /
GO, de propriedade da empresa Requerida, pela estrada vicinal sem pavimentação – ramal da
rodovia MT-109 (com 10 metros de largura). À sua frente, seu colega Marcelo Carneiro Braga
conduzia outro caminhão, razão pela qual havia uma nuvem de poeira na estrada. Por isso, o
primeiro Requerido decidiu viajar com parte de seu veículo na pista de tráfego oposto e, assim,
invadiu 2,7 metros da pista contrária.

Assim foi que, em determinado momento, ele colidiu frontalmente com


o veículo Fiat/Pálio WK Adventure, placas KEW-4596-Querência/MT, de cor verde, o qual
trafegava em sentido contrário, resultando na morte de ANGELO DIVINO FERREIRA,
GUSTAVO ALVES MARINHO e ELUCELEIDE ALVES DE SOUSA, e lesões corporais em
DANIEL DE JESUS FERREIRA.

Continua na próxima lauda…

5
Cláudio Luiz de Paiva Barnabé
Engenheiro Mecânico Pleno
cl audi ol pbarnabe@gm ai l .com

Avaliações e Perícias de Engenharia em Máquinas, Equipamentos,


Indústrias, Veículo Automotores e Perícias de Acidentes de Trânsito

Por fim, os Autores alegam que o sinistro ocorreu por culpa exclusiva do
condutor do caminhão nas modalidades imprudência e imperícia, porquê além de ter dirigido em
velocidade superior à permitida, invadiu a pista de sentido contrário sem ter visibilidade e; assim
agindo, ele causou uma colisão frontal com o veículo no qual estavam as vítimas, provocando um
resultado que lhe era previsível e evitável.

Por outro lado, o primeiro Requerido, WANDERLEI SANTANA DE


OLIVEIRA, declara em sua defesa que na data do ocorrido, por volta das 14:00 h, vinha dirigindo
normalmente o caminhão bitrem Volvo/FH 440 na sua mão de direção na estrada supracitada; que
momento antes do acidente, num trecho que antecede o local da colisão, durante um percurso
aproximado de 6 km, vinha mantendo constante a velocidade do caminhão em 55 km/h; que no
momento da colisão entre os veículos, dirigia o caminhão na sua mão de direção e com a
velocidade de 55 km/h; que naquela ocasião seguia na sua frente, mais a sua direita, um outro
caminhão caçamba e havia muita poeira, o que dificultava sua visão; que mesmo assim ainda tinha
ampla visão da estrada; que devido a poeira não percebeu a aproximação do veículo que trafegava
no sentido contrário, vindo a colidir a porção dianteira esquerda do seu caminhão com o lado
dianteiro esquerdo do veículo Fiat/Pálio WK Adventure; que deu uma pisada rapidamente no freio,
no entanto chocou com o carro de passeio que vinha em sua frente em sentido contrário; que saiu
da estrada pela margem esquerda da sua mão de direção e vindo, posteriormente, parar no meio da
roça de milho que ali existia.

Continua na próxima lauda…

6
Cláudio Luiz de Paiva Barnabé
Engenheiro Mecânico Pleno
cl audi ol pbarnabe@gm ai l .com

Avaliações e Perícias de Engenharia em Máquinas, Equipamentos,


Indústrias, Veículo Automotores e Perícias de Acidentes de Trânsito

3 – DOS VEÍCULOS ENVOLVIDOS NO ACIDENTE EM ANÁLISE

3.1 – DADOS DO VEÍCULO-V1:

Marca / Modelo: Volvo / FH 440 6x2 T Tipo: Caminhão-Trator Espécie: Tração


Cor: Ano Fab/Mod.: Placa: Chassi: Renavam:
Azul 2011/2011 EOE – 1633 / GO 9BVAS02C2BE774434 00330065114

Combinação de Veículos Tracionados:


Unidade -1 (U1): MAT-7489 Espécie: Carga; Unidade -1 (U1): MAT-7489 Espécie: Carga

3.2 – DADOS DO VEÍCULO-V2:

Marca / Modelo: Fiat / Pálio WK Adventure Tipo: Automóvel Espécie: Passageiro


Cor: Ano Fab.: Placa: Chassi: Renavam:
Azul 1996 KEW – 4596 /MT 9BD17309934089077 645347981

3.3 – DAS AVARIAS DE CADA UM DOS VEÍCULOS

Conforme exposto a seguir, as imagens constantes no laudo pericial nº


310.2.07.2016.008414-01, realizado pela unidade da POLITEC de Água Boa-MT, retratam o
veículo-V1 e o veículo-V2, em momentos posteriores à ocorrência do sinistro, evidenciando as
avarias experimentadas por cada um dos veículos.

3.3.1 – DAS AVARIAS DO VEÍCULO VOLVO / FH 440 6x2 T (V1):

Foto 01: Tomada fotográfica retratando a dianteira do


veículo-V1, na sua posição de repouso pós-colisão.

Continua na próxima lauda...

7
Cláudio Luiz de Paiva Barnabé
Engenheiro Mecânico Pleno
cl audi ol pbarnabe@gm ai l .com

Avaliações e Perícias de Engenharia em Máquinas, Equipamentos,


Indústrias, Veículo Automotores e Perícias de Acidentes de Trânsito

Foto 02: Tomada fotográfica retratando a dianteira do veículo-V1, na sua


posição de repouso pós-colisão, evidenciando nos destaques as avarias
experimentadas no sinistro.

Foto 03: Visualização fotográfica, de um outro ângulo, Foto 04: Registro fotográfico evidenciando no detalhe
da dianteira do veículo-V1, evidenciando nos que os danos no veículo-V1, decorrentes da colisão com o
destaques as avarias experimentadas no sinistro. veículo Fiat/Pálio Adventure (V2), se concentraram na
região do seu flanco dianteiro esquerdo.

Continua na próxima lauda...

8
Cláudio Luiz de Paiva Barnabé
Engenheiro Mecânico Pleno
cl audi ol pbarnabe@gm ai l .com

Avaliações e Perícias de Engenharia em Máquinas, Equipamentos,


Indústrias, Veículo Automotores e Perícias de Acidentes de Trânsito

Foto 05: Tomada fotográfica retratando a posição de Foto 06: Registro fotográfico, de um outro ângulo,
repouso, pós-colisão, do conjunto cavalo mecânico (V1)/ retratando a posição de repouso, pós-colisão, do conjunto
semi-reboque (U1) . cavalo mecânico (V1)/semi-reboque (U1) .

Ante a análise das fotografias anteriormente expostas do veículo-V1,


referentes aos registros fotográficos constantes no laudo pericial realizado pela POLITEC de
Água Boa-MT, no que diz respeito à natureza, disposição, alinhamento, continuidade e
reciprocidade dos vestígios materiais observados, depreende-se que o veículo-V1, caminhão
trator, Volvo / FH 440 6x2 T, possuía duas diferentes sedes de impactos na sua região frontal,
quais sejam:

a) Primeira sede de impacto localizada na região angular anterior


esquerda, conforme abaixo destacado na fotografia-07 pelas setas de cor vermelha, cujos danos ali
existentes são de pequena monta e foram causados por uma colisão do tipo semi-frontal pela
esquerda, com o veículo – V2 (Fiat / Pálio WK Adventure);

Foto 07: Tomada fotográfica retratando as regiões das sedes


de impactos na dianteira do veículo -V1.

Continua na próxima lauda…

9
Cláudio Luiz de Paiva Barnabé
Engenheiro Mecânico Pleno
cl audi ol pbarnabe@gm ai l .com

Avaliações e Perícias de Engenharia em Máquinas, Equipamentos,


Indústrias, Veículo Automotores e Perícias de Acidentes de Trânsito

b) Segunda sede de impacto localizada na região anterior central, no


terço mediano e no terço inferior, conforme anteriormente destacado na fotografia-07 pelas
setas de cor cinza, cujos danos ali existentes são de pequena monta e são decorrentes de um
segundo evento que ocorreu após a colisão de V1 com V2, sendo que tais danos foram
causados pela colisão da dianteira de V1 com a depressão (vala) que havia na área de cultivo
de milho, local onde V1 veio a repousar.

3.3.2 – DAS AVARIAS DO VEÍCULO FIAT/PALIO WK ADVENTURE (V2):

Foto 08: Tomada fotográfica retratando


os danos no veículo Fiat/Palio WK
Adventure (V2), na sua posição de
repouso pós-colisão, evidenciando nos
destaques a sede de impacto decorrente
da colisão com o veículo-V1.

Foto 09: Visualização fotográfica, de um outro ângulo, Foto 10: Registro fotográfico evidenciando a traseira do
evidenciando as avarias do veículo-V2. veículo-V2 na sua posição de repouso pós-colisão.

Continua na próxima lauda...

10
Cláudio Luiz de Paiva Barnabé
Engenheiro Mecânico Pleno
cl audi ol pbarnabe@gm ai l .com

Avaliações e Perícias de Engenharia em Máquinas, Equipamentos,


Indústrias, Veículo Automotores e Perícias de Acidentes de Trânsito

Ante a análise das fotografias anteriormente expostas do veículo -V2,


referentes aos registros fotográficos constantes no laudo pericial realizado pela POLITEC de
Água Boa-MT, no que diz respeito à natureza, disposição, alinhamento, continuidade e
reciprocidade dos vestígios materiais observados, depreende-se que o veículo V2, tipo
automóvel de passageiro, Fiat/Palio WK Adventure, possuía sede de impacto na região
anterior central e angular esquerda, nos setores inferior, médio e superior; de modo que
comprometeu o para choque-dianteiro, o conjunto dianteiro esquerdo de roda/pneu, o
para-lama dianteiro esquerdo, o capô, o motor, a estrutura do monobloco (chassi), o painel de
instrumentos, o para-brisa dianteiro, porta dianteira esquerda, porta traseira esquerda e a
porção dianteira do teto.

4 – DO LOCAL DO ACIDENTE

O local onde ocorreu o acidente de trânsito em análise, trata-se de


um trecho da Estrada Vicinal – Ramal da Rodovia Estadual MT-109, o qual é conhecido
como “PA Pingo D'Água”, nas proximidades da propriedade rural denominada “Fazenda
Extra”, distante 50 km (cinquenta quilômetros) da saída da cidade de Querência– MT,
com as seguintes coordenadas geográficas:

Zona: 22L
Deslocamento para o Leste (X): 324930
Deslocamento para o Norte (Y): 8623182

No trecho em apreço, a estrada situa-se em uma área rural, é reta,


plana, em nível (sem aclives), sem pavimentação , com 10 m (dez metros) de largura, com pista
de rolamento de duplo sentido, sem acostamento em ambos os lados, sem sinalização (vertical e
horizontal), e ainda, com relação à faixa de domínio, o leito da via é sem elevação em ambas as
margens, conforme ilustrado a seguir pelas fotografias de 11 a 14.

Destaca-se que devido as características da via em questão, em face do


que preceitua a alínea “c”, do inciso II, do paragrafo primeiro, do Art. 61 do CTB (Código de
Trânsito Brasileiro), a velocidade máxima permitida para o local supracitado é de 60 km/h.

Continua na próxima lauda…

11
Cláudio Luiz de Paiva Barnabé
Engenheiro Mecânico Pleno
cl audi ol pbarnabe@gm ai l .com

Avaliações e Perícias de Engenharia em Máquinas, Equipamentos,


Indústrias, Veículo Automotores e Perícias de Acidentes de Trânsito

Foto-11: Tomada fotográfica retratando as características do local à época em que o acidente


ocorreu (registro fotográfico feito logo após a ocorrência do sinistro).

Foto-12: Registro fotográfico realizado no período noturno, no mesmo dia do sinistro,


retratando as características do local à época em que o acidente ocorreu.

Continua na próxima lauda...

12
Cláudio Luiz de Paiva Barnabé
Engenheiro Mecânico Pleno
cl audi ol pbarnabe@gm ai l .com

Avaliações e Perícias de Engenharia em Máquinas, Equipamentos,


Indústrias, Veículo Automotores e Perícias de Acidentes de Trânsito

Foto-13: Tomada fotográfica retratando de um outro ângulo as características do


local do acidente à época em que o sinistro ocorreu.

Foto-14: Tomada fotográfica evidenciando o trecho da via onde ocorreu o acidente


em tela (registro fotográfico realizado quatro anos após a ocorrência do sinistro).

Continua na próxima lauda...

13
Cláudio Luiz de Paiva Barnabé
Engenheiro Mecânico Pleno
cl audi ol pbarnabe@gm ai l .com

Avaliações e Perícias de Engenharia em Máquinas, Equipamentos,


Indústrias, Veículo Automotores e Perícias de Acidentes de Trânsito

5 – DOS CONDIÇÕES DA VIA E DO TEMPO QUANDO DO ACIDENTE

No dia em que ocorreu o sinistro, em 21/06/2016, no período


compreendido entre as 13:45 h (treze horas e quarenta e cinco minutos) e as 14:15 h (quatorze
horas e quinze minutos), o tempo estava seco e ensolarado, porém o sol não comprometia a
visão dos condutores.

Destaca-se que naquela ocasião, o piso da pista de rodagem


apresentava boas condições de conservação para a trafegabilidade de veículos, contudo,
ao longo do trecho onde ocorreu o acidente, havia uma volumosa camada de poeira
depositada sobre a superfície da estrada e à medida que ocorria o tráfego de veículo se
formava uma cortina de partículas sólidas suspensas, fator esse que comprometia a
visibilidade de modo parcial ou total.

6 – ANÁLISE E CONSIDERAÇÕES TÉCNICAS

O presente Parecer Técnico foi elaborado a partir da análise dos


dados consignados no “LAUDO DE EXAME PERICIAL EM LOCAL DE ACIDENTE
DE TRÁFEGO”, nº 310.2.07.2016.008414-01, o qual foi lavrado pelo Perito Oficial
Criminal RAFAEL LEÔNCIO DO ESPÍRITO SANTA, pertencente ao quadro de
peritos oficiais criminais da Secretaria de Estado de Segurança Pública do Estado do
Mato Grosso.

Preliminarmente, antes de discorrermos sobre a análise da peça


pericial supracitada faremos algumas importantes observações técnicas com a finalidade
de fornecer elementos técnicos objetivos, racionais e lógicos, como auxílio à apuração da
verdade dos fatos, elucidando as condições cinemáticas e dinâmicas do acidente de
tráfego em discussão nos autos em tela.

A apuração de um acidente de trânsito não é tarefa simples e


comezinha como parece à primeira impressão. Fenômeno de rápida duração que é (em média
um acidente consome cerca de três a cinco segundos entre o impacto e a imobilização
dos veículos), raramente o acidente é efetivamente visto pelas testemunhas. Em regra, estas

Continua na próxima lauda...

14
Cláudio Luiz de Paiva Barnabé
Engenheiro Mecânico Pleno
cl audi ol pbarnabe@gm ai l .com

Avaliações e Perícias de Engenharia em Máquinas, Equipamentos,


Indústrias, Veículo Automotores e Perícias de Acidentes de Trânsito

têm sua atenção atraída pelo som do embate dos veículos ou de uma freada e, quando
localizam os veículos envolvidos, já perderam a percepção do ocorrido, estando já os autos
imobilizados, razão pela qual mesmo a testemunha idônea e de boa-fé não consegue transmitir
exatamente o que ocorreu.

Por tais razões o levantamento de dados e a coleta de vestígios de um


local de acidente de trânsito são de suma importância para o perfeito entendimento das
condições em que ocorreu um acidente.

O levantamento de local de acidente de trânsito para posterior


redação do laudo pericial efetuado por perito, é instrumento imprescindível nos processos
judiciais envolvendo ocorrências dessa natureza, uma vez que do trabalho inicial de
levantamento é que resultará a definição da causa determinante para um acidente e a
sugestão de uma dinâmica provável para o ocorrido.

O local de acidente de trânsito possui diversas peculiaridades.

Normalmente a equipe pericial chega ao local de acidente de trânsito


depois que as outras equipes policiais já chegaram. Em regra, chega a Polícia Militar, em
seguida equipes do Corpo de Bombeiros ou da Defesa Civil, posteriormente a Polícia Civil e
por último a equipe da Perícia Oficial. Nas rodovias federais quem primeiro atende às
ocorrências são os Policiais Rodoviários Federais.

Nessas condições é imprescindível a correta preservação do local,


seguido de um bom isolamento. Preservar é manter o estado das coisas conforme foi encontrado.

Ressalta-se que a simples presença da Polícia Civil ou Militar em um


local de acidente de trânsito não é garantia da preservação do local. Pois o trânsito de
populares, a passagem de veículos, a parada de veículos com condutores curiosos na pista, as
condições do tempo, tudo isso interfere sobremaneira no local de acidente de trânsito,
deslocando vestígios, apagando outros e criando também falsos vestígios, devido à
sobreposição de marcas pneumáticas dos que passam pelo local. E, tudo isso fica ainda mais
agravado quando o palco do acidente ocorrer em uma via não pavimentada, devido à
interferência negativa que a poeira em suspensão causa sobres os vestígios, muitos podem ficar
ocultos e não serrem percebidos pelo perito quando da coleta de vestígios no local do acidente.

Continua na próxima lauda…

15
Cláudio Luiz de Paiva Barnabé
Engenheiro Mecânico Pleno
cl audi ol pbarnabe@gm ai l .com

Avaliações e Perícias de Engenharia em Máquinas, Equipamentos,


Indústrias, Veículo Automotores e Perícias de Acidentes de Trânsito

Por tais razões, o levantamento de dados e a coleta de vestígios de um


local de acidente de trânsito devem, preferencialmente, serem iniciados o mais rápido possível após a
ocorrência do evento.

Assim, cabe ao perito, responsável pelo levantamento de local de


acidente de trânsito, um cuidado especial a esse tão importante procedimento para que não lhe
passe desapercebido nenhum vestígio material essencial para a elucidação dos fatos.

Porém, mesmos peritos experientes podem cometer falhas durante o


levantamento de dados e a coleta de vestígios em um local de acidente de trânsito.

6.1 – DO LAUDO PERICIAL

Da análise do “LAUDO DE EXAME PERICIAL EM LOCAL DE


ACIDENTE DE TRÁFEGO”, citado anteriormente, depreende-se que o fatídico evento
correu no dia 21/06/2016, no período diurno, por volta das 14:00 h (quatorze horas).

Porém, destaca-se que, conforme consignado no laudo em tela, a


equipe da Perícia Oficial chegou ao local do acidente somente no período noturno, ou seja,
mais de seis horas após a ocorrência do sinistro.

De acordo com o que foi relatado pelo perito, o local do acidente se


trata de um trecho de uma estrada de terra, e ainda, que naquela ocasião havia um grande
volume de partículas sólidas (poeira) depositado ao longo da superfície da estrada ,
conforme evidenciado a seguir pela foto-15.

Foto-15: Reprodução fotográfica


da figura-38, constante na pág-27
do laudo pericial, evidenciando, em
primeiro plano, que no local onde
ocorreu o sinistro havia um grande
volume de partículas sólidas
(poeira) depositada ao longo da
superfície do leito da via.

Continua na próxima lauda...

16
Cláudio Luiz de Paiva Barnabé
Engenheiro Mecânico Pleno
cl audi ol pbarnabe@gm ai l .com

Avaliações e Perícias de Engenharia em Máquinas, Equipamentos,


Indústrias, Veículo Automotores e Perícias de Acidentes de Trânsito

Portanto, até a chegada da equipe da Perícia Oficial, é certo que o


trânsito de veículos no local do acidente causou intensa movimentação das partículas
sólidas que ali se encontravam sobre o leito da via, o que pode ter feito com que algum
dos vestígios do sinistro possa ter sido ocultado.

O laudo pericial em análise exibe em seu memorial descritivo os


dados básicos especificando o local do acidente, condições gerais da via, tipo e
característica do pavimento, condições do tempo no horário em que ocorreu o evento,
identificação das vítimas fatais, descrição dos vestígios materiais observados na cena do
acidente, bem como a identificação dos veículos envolvidos e a descrição das avarias de
cada um destes veículos.

Ressalta-se que, ante a análise do laudo pericial, depreende-se que


a referida peça pericial possui vícios os quais a torna imprestável para a finalidade de
atribuir a culpabilidade pelo acidente em análise ao condutor do veículo Volvo/FH 440,
conforme os fundamentos expostos a seguir:

1. Falha na Localização do Sítio de Colisão (SC):

No laudo pericial, na página-7, o perito consignou que o Sítio de


Colisão (S.C) se localizava a 2,70m (dois metros e setenta centímetros) de distância da
margem esquerda da pista. E que o mesmo estava distante 13,50m (treze metros e cinquenta
centímetros) aquém do ponto de repouso de V2 (Fiat Palio Weekend Adventure), e ainda, que
estava distante em 39 m (trinta e nove metros) de comprimento de V5 (entrada do Volvo FH
440 no milharal), conforme ilustrado na página-8 do laudo pelas figuras 06 e 07.

Destaca-se que o perito estimou a localização do Sítio e Colisão (SC)


com base nos vestígios materiais observados no local supracitado, conforme ilustrado pelas
figuras 09 e 36, páginas 9 e 26, do laudo pericial, onde fez a seguinte descrição:

“Vestígio Um (V1): Indícios de atrito com o solo de terra e próximo a


esse local havia gotejamento de fluido automotivo;”

Porém, ante a análise das imagens das figuras 09 e 36, em face da


natureza, forma, disposição, alinhamento, continuidade e reciprocidade dos vestígios
materiais retratados nestes registros fotográficos, depreende-se que:

Continua na próxima lauda…

17
Cláudio Luiz de Paiva Barnabé
Engenheiro Mecânico Pleno
cl audi ol pbarnabe@gm ai l .com

Avaliações e Perícias de Engenharia em Máquinas, Equipamentos,


Indústrias, Veículo Automotores e Perícias de Acidentes de Trânsito

1.a) Conforme destacando na foto-16 abaixo, existe presença de


vestígios de gotejamento de fluido automotivo não só após, más também antes do ponto onde
foi assinalado como sendo o local em que ocorreu atritamento com o solo (Vestígio Um - V1),
evidenciando que o vazamento do fluído em questão já havia se iniciado em um instante
anterior ao momento em que a referida marca de atritamento fora causada, ou seja, os vestígios
analisados evidenciam que o início da colisão entre os veículos, local do sítio de colisão (SC),
ocorreu em um ponto da via antes do local apontado nas fotografias 09 e 36, p áginas 9 e 26, do
laudo pericial.

Foto-16:
Reprodução fotográfica da
fig.36, constante na pág-26 do
laudo pericial, evidenciando
nos destaques existência de
vestígios de gotejamento de
fluído automotivo antes e
após o local indicado como
“Vestígio Um-V1”.

1.b) As fotografias 09 e 36 do laudo pericial, páginas 9 e 26, também


evidenciam que junto ao local ali retratado não há presença de fragmentos de farol, de
peças plásticas e/ou de porções de terra desprendidas dos veículos e, considerando que na
área do sítio de colisão (SC), necessariamente, estes vestígios deverão estar presentes, então
conclui-se que o local retratado em tais fotografias não representa o sítio de colisão (SC).

De outra forma, o “Vestígio Um – V1” supracitado foi produzido em


um segundo momento, posteriormente a colisão entre os veículos, quando o veículo Fiat/Palio
estava sendo arrastado pelo caminhão trator Volvo/FH 440.

Continua na próxima lauda…

18
Cláudio Luiz de Paiva Barnabé
Engenheiro Mecânico Pleno
cl audi ol pbarnabe@gm ai l .com

Avaliações e Perícias de Engenharia em Máquinas, Equipamentos,


Indústrias, Veículo Automotores e Perícias de Acidentes de Trânsito

Destaca-se que os vestígios analisados evidenciam que logo após o


embate inicial, o veículo Fiat/Palio passou a ser arrastado pelo caminhão trator Volvo/FH 440 e
no decorrer desta dinâmica o Fiat/Palio sofreu um torque no sentido anti-horário, instante em que
foi produzido o “Vestígio Um – V1” supracitado, quando então, simultaneamente, o veículo
Volvo foi impulsionado para a direita, mudando a sua trajetória de deslocamento, e o
automóvel Fiat/Palio foi arremessado para a margem esquerda da via, local onde este veio a
repousar.

Para fins de entendimento, segue abaixo duas figuras que ilustram


o momento inicial (quando da colisão dos veículos) e o momento posterior (instante que o
“Vestígio Um – V1” foi produzido).

Ressalta-se que nas figuras acima ilustradas a expressão “Área


Limpa” foi o termo utilizado pelo perito nas figuras 79 e 80, página 50 do laudo pericial.

Portanto, ante ao anteriormente exposto, não resta dúvida de que a


distância do ponto de repouso do veículo Fiat Palio Weekend Adventure (Dscv 2) até o Sítio de
Colisão (S.C) foi maior do que os 13,50 m (treze metros e cinquenta centímetros) estimados
pelo perito, ou seja, Dscv2 > 13,50 m.

Continua na próxima lauda…

19
Cláudio Luiz de Paiva Barnabé
Engenheiro Mecânico Pleno
cl audi ol pbarnabe@gm ai l .com

Avaliações e Perícias de Engenharia em Máquinas, Equipamentos,


Indústrias, Veículo Automotores e Perícias de Acidentes de Trânsito

2. Falha Na Preservação do Local do Acidente

Ressalta-se que durante a realização do trabalho de levantamento de


dados e de coleta de vestígios o perito permitiu que um terceiro veículo, um caminhão de cor
branca, estranho ao evento, permanecesse na área da cena onde ocorreu a colisão entre o
automóvel Fiat/Palio e o caminhão trator Volvo/FH 440, conforme registrado pelas figuras
10, 24 e 27 do laudo pericial, nas páginas 10, 31 e 38.

Portanto, é certo que o veículo supracitado ali permanecendo


interferiu sobremaneira na área da cena onde ocorreu a colisão e importantes vestígios para a
elucidação do caso em análise podem ter sido deslocados ou apagados.

Segue abaixo a reprodução das imagens supracitadas, evidenciando


nos destaques o fato acima relatado.

Foto-17: Reprodução da figura-10 do laudo pericial.

Foto-18: Reprodução parcial da figura-38 do


laudo pericial.

Foto-19: Reprodução da figura-31 do laudo pericial . Continua na próxima lauda...

20
Cláudio Luiz de Paiva Barnabé
Engenheiro Mecânico Pleno
cl audi ol pbarnabe@gm ai l .com

Avaliações e Perícias de Engenharia em Máquinas, Equipamentos,


Indústrias, Veículo Automotores e Perícias de Acidentes de Trânsito

3. Falha no Cálculo das Velocidades dos Veículos

Destaca-se que no laudo pericial em análise não consta em seu


memorial descritivo os cálculos das velocidades de cada um dos veículos nos instantes
imediatamente antes da colisão e imediatamente após a colisão, ou seja, a velocidade com
que cada veículo entrou e a velocidade com que saiu da colisão.

Em acidentes de tráfego as velocidades dos veículos no momento da


colisão podem ser determinadas pela aplicação de dois princípios fundamentais da física,
quais sejam, o Princípio da Conservação da Energia e o Princípio da Conservação da
Quantidade de Movimento, e ainda, também podem ser determinadas através da análise dos
dados registrados nos tacógrafos, quando o veículo envolvido no evento possuir instalado
este tipo de instrumento.

É importante ressaltar que mesmo se um dos veículos envolvido na


colisão possuir instalado um aparelho de tacógrafo, além da análise dos dados registrados neste
tipo de aparelho para a obtenção da velocidade no momento da colisão, também se faz
necessário realizar o cálculo dessa velocidade aplicando um dos princípios da física
supracitados, a fim de confrontar se o valor da velocidade obtida nos cálculos é o mesmo valor
da velocidade obtida através da análise dos dados registrados no tacógrafo. Tal procedimento
se justifica, pois caso resultar diferença entre os valores obtidos nesse dois métodos isso
indicará, necessariamente, que ocorreu uma das seguintes hipóteses:

1ª hipótese: Houve erro de interpretação na análise dos dados


registrados no tacógrafo, ou;

2ª hipótese: Houve erro na determinação da localização do sítio de


colisão (SC), consequentemente, houve erro nas medições das distâncias entre as posições de
repouso de cada veículo com relação ao sítio de colisão (os cálculos das velocidades de cada
veículo no momento da colisão dependem dos valores dessas distâncias).

Continua na próxima lauda...

21
Cláudio Luiz de Paiva Barnabé
Engenheiro Mecânico Pleno
cl audi ol pbarnabe@gm ai l .com

Avaliações e Perícias de Engenharia em Máquinas, Equipamentos,


Indústrias, Veículo Automotores e Perícias de Acidentes de Trânsito

3.1 Da Velocidade do Veículo Fiat/Palio WK Adventure (V2)

Consta no laudo pericial que o perito não apresentou o cálculo da


velocidade do automóvel Fiat/Palio no momento da colisão desse veículo com o caminhão
Volvo/FH 440.

Ressalta-se que, como já foi aqui antes demonstrado, houve falha na


avaliação do perito quanto a distância do ponto de repouso do veículo V2 (Fiat Palio
Weekend Adventure) em relação ao local do Sítio de Colisão (S.C).

Portanto, para fins de cálculos da velocidade do veículo V2 no


momento da colisão, adotaremos que a distância do ponto de repouso do veículo V2 até o Sítio
de Colisão (S.C) é maior do que 13,50 m (treze metros e cinquenta centímetros), ou seja,
Dscv2 > 13,50 m.

Assim, aplicando o Princípio da Conservação da Energia, teremos:

 Cálculo da velocidade do veículo V2 no instante da colisão:

Vic2 > √ ( 2 . Eic2) / M2 Equação ( I )

Onde:

Eic2 = energia cinética do veículo V2 no instante da colisão;


M2 = massa do veículo V2.

Pelo Princípio da Conservação da Energia tem-se que:

Eic2 = Epc2

Eic2 = energia cinética do veículo V2 no instante da colisão;


Epc2 = energia cinética do veículo V2 no momento imediatamente pós
colisão.

A energia cinética do veículo V2 (Epc2) pode ser calculada pela equação


(II) a seguir:

Continua na próxima lauda...

22
Cláudio Luiz de Paiva Barnabé
Engenheiro Mecânico Pleno
cl audi ol pbarnabe@gm ai l .com

Avaliações e Perícias de Engenharia em Máquinas, Equipamentos,


Indústrias, Veículo Automotores e Perícias de Acidentes de Trânsito

Epc2 M2 . ( Vpc2² + Vd² ) Equação (II)


2
Onde:

Vpc2 = velocidade do veículo V2 no momento imediatamente pós colisão;


Vd = velocidade de danos do veículo V2 (trata-se de valores tabelados1
e são obtidos de acordo com a energia dissipada na deformação
do veículo quando da colisão);
M2 = massa do veículo V2.

Substituindo (II) em (I), tem-se que a velocidade do veículo V2 no


instante da colisão passa a ser calculada pela seguinte equação:

Vic2 > √ Vpc2² + Vd² Equação (III)

Considerando que as avarias do veículo Fiat/Palio (V2) foram de


intensidade gravíssima, então adotaremos Vd = 60 km/h = 16,67 m/s.

 Cálculo da velocidade do veículo V2 no momento imediatamente


pós colisão:

Vpc2 = √ 2 . k . g . Dscv2 Equação (IV)

Onde:

k = coeficiente de atrito para superfície de terra = 0,4 ;


g = aceleração da gravidade = 9,8 m/s²;
Dscv2 > 13,50 m (distância do ponto de repouso do veículo V2 até o
Sítio de Colisão)

Continua na próxima lauda….

1 A velocidade de danos de um veículo é estimada de acordo com a intensidade das avarias, conforme tabela a
seguir:

23
Cláudio Luiz de Paiva Barnabé
Engenheiro Mecânico Pleno
cl audi ol pbarnabe@gm ai l .com

Avaliações e Perícias de Engenharia em Máquinas, Equipamentos,


Indústrias, Veículo Automotores e Perícias de Acidentes de Trânsito

Então, da equação (IV) teremos:

Vpc2 > √ 2 . 0,4. 9,8. 13,5

Vpc2 > 37 km/h

Substituindo Vd=60 km/h e Vpc2>37 km/h na equação (III) teremos:

Vic2 > √ Vpc2² + Vd² Equação (III)

Vic2 > √ (37)² + (60)²

Assim: Vic2 > 70,50 km/h ◊

Portanto, ante os cálculos efetuados, conclui-se que no momento da


colisão o veículo Fiat/Palio (V2) desenvolvia uma velocidade acima de 70,50 km/h.

3.2 Da Velocidade do Caminhão Trator Volvo/FH 440 (V1)

No caso do caminhão trator Volvo/FH 442 (V2) o perito oficial


estimou a velocidade desse veículo no momento da colisão somente através da interpretação
que ele teve dos dados que estavam registrados no disco do tacográfico e dos dados referentes
ao relatório analítico de velocidades daquele veículo.

Destaca-se que, com relação aos dados que estavam registrados no


disco do tacográfico do Volvo/FH 442, o perito oficial condignou nas páginas 47 do laudo
pericial as seguintes afirmações:

- Página 47 do laudo pericial:

“(…) Na ampliação do segmento do disco de tacógrafo investigado é


possível verificar uma curva vertical que se inicia aproximadamente no
marcador de velocidade de 70 km/h e termina no indicador de
velocidade correspondente a aproximadamente 50 km/h, dentro do
intervalo de tempo que possivelmente ocorreu o sinistro.” (grifo nosso)

Continua na próxima lauda…

24
Cláudio Luiz de Paiva Barnabé
Engenheiro Mecânico Pleno
cl audi ol pbarnabe@gm ai l .com

Avaliações e Perícias de Engenharia em Máquinas, Equipamentos,


Indústrias, Veículo Automotores e Perícias de Acidentes de Trânsito

Para ilustrar o que foi por ele relatado, também na página-47 do laudo,
o perito inseriu uma imagem ampliada do segmento do disco de tacógrafo investigado,
conforme reproduzido abaixo.

Foto-20: Reprodução fotográfica da


figura-77, constante na pág-47 do laudo
pericial, ilustrando o segmento do disco
do tacógrafo analisado pelo perito oficial.

Portanto, ante ao que foi exposto pelo perito na página 27 do laudo


pericial, referente ao segmento do disco do tacógrafo por ele analisado, depreende-se que:

1° - As 13:57:07 h (treze horas e cinquenta e sete minutos e sete


segundos) o caminhão Volvo desenvolvia a velocidade de 70km/h;

2° - As 13:59:50 h (treze horas e cinquenta e sete minutos e sete


segundos) o caminhão Volvo teve a sua velocidade reduzida para 55km/h;

3° - Entre o primeiro horário (13:57:07h) e o segundo horário


(13:59:50h), transcorreu-se um intervalo de tempo de exatos 00:02:43h (dois minutos e quarenta
e três segundos), ou seja, as 13:59:50h o caminhão Volvo desenvolvia uma velocidade de
55km/h e já se encontrava em uma posição localizada na estrada a 163s (cento e sessenta e
três segundos) distante depois do ponto em que foi registrado a velocidade de 70km/h
(primeiro horário);

Continua na próxima lauda…

25
Cláudio Luiz de Paiva Barnabé
Engenheiro Mecânico Pleno
cl audi ol pbarnabe@gm ai l .com

Avaliações e Perícias de Engenharia em Máquinas, Equipamentos,


Indústrias, Veículo Automotores e Perícias de Acidentes de Trânsito

4° - Então, considerando o intervalo de tempo de 163s (cento e


sessenta e três segundos), transcorrido entre o primeiro horário (13:57:07h) e o segundo horário
(13:59:50h) , através da aplicação de cálculos da física resta comprovado que as
13:59:50h o caminhão Volvo desenvolvia uma velocidade de 55km/h e já se encontrava em
uma posição localizada na estrada a 2.830 m (dois mil e oitocentos e trinta metros)
distante depois do ponto em que foi registrado a velocidade de 70km/h (primeiro
horário), conforme demonstrado nos cálculos a seguir:

Aplicando as equações abaixo, pode-se obter a distância percorrida


pelo veículo Volvo, no intervalo de tempo de 163 s (cento e sessenta e três segundos),
adotando 70km/h como sua velocidade inicial e 55km/h com sua velocidade final:

Vf = Vo + a.Δt Equação ( I )

Vf² = Vo² + 2.a.ΔS Equação (II)

Onde, para o caso em análise temos:

Vo = Velocidade do veículo no instante inicial (13:57:07 h ) = 70 km/h;


Vf = velocidade do veículo no instante final (13:59:50 h ) = 55 km/h ;
a = aceleração do veículo no intervalo de tempo determinado;
Δt = intervalo de tempo determinado = 163 s (segundos);
ΔS = espaço percorrido pelo veículo no intervalo de tempo determinado.

Das equações (I) e (II) obtêm-se uma terceira equação:

(Vf² - Vo² ) . Δt Equação ( III )


2 . ( Vf - Vo )

Considerando que: Vo =70 km/h =19,4444 m/s, Vf = 55 km/h = 15,2778 m/s e Δt = 163 s

Então, substituído esses valores na equação (III) temos:

[(15,2778) ² - (19,4444) ²] . 163 (144,6735) . 163


2 . ( 15,2778 - 19,4444) 2 . (4,1666)

Assim: 2830 metros = 2,83 km ◊

Continua na próxima lauda…

26
Cláudio Luiz de Paiva Barnabé
Engenheiro Mecânico Pleno
cl audi ol pbarnabe@gm ai l .com

Avaliações e Perícias de Engenharia em Máquinas, Equipamentos,


Indústrias, Veículo Automotores e Perícias de Acidentes de Trânsito

Com relação aos dados registrados no relatório analítico de velocidades


do veículo Volvo/FH 442, o perito oficial condignou na página-48 do laudo pericial as
seguintes afirmações:

“(…) Ao analisar o relatório analítico por veículo cedido pela empresa


ONIX SAT, monitoramento esse que é referente a viagem realizada pelo
Volvo FH440 6x2T no dia 21/06/2016. Esse documento registra que...
(…) as 13:57:07 h (treze horas e cinquenta e sete minutos e sete
segundos) a velocidade registrada naquele momento foi de 70 km/h, as
14:02:06 h (quatorze horas e dois minutos e seis segundos) a velocidade
passa a ser 55km/h. E quatro minutos depois, as 14:06:15 h (quatorze
horas e seis minutos e quinze segundos) a porta do motorista já estava
aberta e a velocidade passa a ser indeterminada para posteriormente
registrar velocidade nula.” (grifo nosso)

Segue abaixo a reprodução da figura 78, pág.48 do laudo pericial,


referente ao relatório analítico de velocidades do veículo Volvo/FH 442, do qual o perito
embasou as afirmações supracitadas.

Continua na próxima lauda…

27
Cláudio Luiz de Paiva Barnabé
Engenheiro Mecânico Pleno
cl audi ol pbarnabe@gm ai l .com

Avaliações e Perícias de Engenharia em Máquinas, Equipamentos,


Indústrias, Veículo Automotores e Perícias de Acidentes de Trânsito

Por último, conforme ilustrado a seguir, na página 48 do laudo pericial,


o perito apresentou um gráfico onde expõe a relação entre as velocidades registradas no disco
do tacógrafo e as velocidades registradas no relatório analítico do veículo Volvo/FH-442.

Destaca-se que no gráfico acima, as barras de cor azul representam


as velocidades registradas no disco do tacógrafo e as barras de cor vermelha representam
as velocidades registradas no relatório analítico do veículo, no decorrer do intervalo de
tempo compreendido entre as 12:50:00 h (doze horas e cinquenta minutos e zero segundos) e
as 14:06:15 h (quatorze horas e seis minutos e quinze segundos).

Portanto, em face da análise dos dados registrados no disco do


tacógrafo, da análise dos dados registrados no relatório analítico do veículo e da análise das
informações consignadas pelo perito no gráfico acima ilustrado, conclui-se que:

1° - As 13:57:07 h (treze horas e cinquenta e sete minutos e sete


segundos) o caminhão Volvo desenvolvia a velocidade de 70km/h;

2° - As 13:58:00 h (treze horas e cinquenta e oito minutos) o


caminhão Volvo teve a sua velocidade reduzida para 60km/h e um minuto e cinquenta
segundos depois, ou seja, as 13:59:50 h (treze horas e cinquenta e nove minutos e cinquenta
segundos) a velocidade foi reduzida para 55km/h;

Continua na próxima lauda…

28
Cláudio Luiz de Paiva Barnabé
Engenheiro Mecânico Pleno
cl audi ol pbarnabe@gm ai l .com

Avaliações e Perícias de Engenharia em Máquinas, Equipamentos,


Indústrias, Veículo Automotores e Perícias de Acidentes de Trânsito

3° - Entre o horário das 13:57:07h e das 13:59:50h, transcorreu-se


um intervalo de tempo de exatos 00:02:43h (dois minutos e quarenta e três segundos), ou seja,
as 13:59:50h o caminhão Volvo desenvolvia uma velocidade de 55km/h e já se encontrava
em uma posição localizada na estrada a 163s (cento e sessenta e três segundos) distante
depois do ponto em que foi registrado a velocidade de 70km/h (as 13:57:07 h );

4° - Então, considerando o intervalo de tempo transcorrido (163s -


cento e sessenta e três segundos), as 13:59:50 h o caminhão Volvo desenvolvia uma
velocidade de 55km/h e já se encontrava em uma posição localizada na estrada a 2.830 m
(dois mil e oitocentos e trinta metros) distante depois do ponto em que foi registrado a
velocidade de 70km/h (as 13:57:07 h ), conforme já foi aqui demonstrado na página-25;

5° - A partir das 13:59:50 h (treze horas e cinquenta e nove minutos e


cinquenta segundos) até as 14:02:06 h (quatorze horas e dois minutos e seis segundos), o veículo
Volvo manteve a sua velocidade constante em 55km/h. Neste intervalo de tempo, 2 minutos e
dezesseis segundos (136 segundos), o veículo percorreu uma distância de 2.0778 m (dois mil e
setenta e oito metros), conforme cálculos abaixo:

ΔS = V . Δt

Onde, para o caso em análise temos:

V = Velocidade constante do veículo no intervalo de tempo = 55 km/h;


Vf = velocidade do veículo no instante final (13:59:50 h ) = 55 km/h ;
Δt = intervalo de tempo determinado = 136 s (segundos);
ΔS = espaço percorrido pelo veículo no intervalo de tempo determinado.

Considerando que: V = 55 km/h = 15,2778 m/s e Δt = 136 s

Então, substituído esses valores na equação acima teremos:

ΔS = 15,2778 . 136

Assim: ΔS = 2078 metros = 2,078 km ◊

Continua na próxima lauda…

29
Cláudio Luiz de Paiva Barnabé
Engenheiro Mecânico Pleno
cl audi ol pbarnabe@gm ai l .com

Avaliações e Perícias de Engenharia em Máquinas, Equipamentos,


Indústrias, Veículo Automotores e Perícias de Acidentes de Trânsito

6° - A partir das 14:02:06 h (quatorze horas e dois minutos e seis


segundos) a velocidade do veículo Volvo decresce e após 56 segundos, as 14:03:00 (quatorze
horas e três minutos), a velocidade é registrada com nula.

Então, no intervalo de tempo transcorrido a partir das 13:57:07 h (treze


horas e cinquenta e sete minutos e sete segundos) até as 14:02:06 h (quatorze horas e dois
minutos e seis segundos), temos a seguinte dinâmica para o veículo Volvo/FH 440:

 As 13:57:07 h a velocidade do caminhão Volvo é de 70km/h;

 As 13:58:00 h a velocidade do Volvo é reduzida para 60km/h;

 As 13:59:50 h a velocidade do Volvo foi reduzida para 55km/h.


Nesse momento, o veículo já havia percorrido 2.830 metros (em
relação ao horário das 13:57:07h);

 A partir das 13:59:50 h até as 14:02:06 h, o veículo Volvo manteve


a sua velocidade constante em 55km/h, percorrendo nesse intervalo
de tempo mais 2.078 metros;

 A partir das 14:02:06 h a velocidade do veículo Volvo decresce e


após 56 segundos, as 14:03:00, a velocidade é registrada com nula,
evidenciando que a velocidade do caminhão Volvo/FH 440 era
de 55m/h quando ocorreu a colisão com o automóvel Fiat/Palio.

Portanto, ante ao todo exposto e fundamentado, restou comprovado


que no intervalo de tempo entre as 13:57:07 h até as 14:02:06 h, o caminhão Volvo/FH 440,
inicialmente, seguia transitando com uma velocidade de 70km/h, e que depois de ter
percorrido uma distância de 4.908 m (quatro mil e novecentos e oito metros ),
as 14:02:06 h a sua velocidade era de 55km/h, momento em que ocorreu a colisão com o
automóvel Fiat/Palio.

Continua na próxima lauda…

30
Cláudio Luiz de Paiva Barnabé
Engenheiro Mecânico Pleno
cl audi ol pbarnabe@gm ai l .com

Avaliações e Perícias de Engenharia em Máquinas, Equipamentos,


Indústrias, Veículo Automotores e Perícias de Acidentes de Trânsito

7 - CONCLUSÃO

Assim, em face do exposto e analisado conclui-se tecnicamente que:

1°) As 14:02:06 h o caminhão Volvo desenvolvia uma velocidade de


55km/h e já se encontrava em uma posição localizada na estrada a 4.908 m (quatro mil e
novecentos e oito metros) distante depois do ponto em que foi registrado a velocidade de
70km/h (as 13:57:07 h );

2°) A colisão entre os veículos ocorreu a partir das 14:02:06 h e


no instante da colisão a velocidade de caminhão Volvo/FH440 era de 55km/h e a
velocidade do veículo Fiat Palio Weekend Adventure era superior à 70,50km/h;

3°) No momento da colisão a velocidade do veículo Fiat Palio


Weekend Adventure era superior a velocidade máxima permitida para o local (60km/h);

4°) Houve falha do perito na identificação do sítio de colisão (SC),


ou seja, do real local onde ocorreu a colisão entre os veículos;

5°) O real local da colisão entre os veículos, ou seja, o sítio de


colisão (SC), ocorreu em um ponto da via antes do local apontado pelo perito nas fotografias
09 e 36 do laudo pericial (páginas 9 e 26);

6°) A distância do ponto de repouso do veículo V2 (Fiat Palio


Weekend Adventure) até o Sítio de Colisão (S.C) foi maior do que os 13,50 m (treze metros e
cinquenta centímetros) estimados pelo perito;

7°) Houve falha na preservação do local do acidente, posto que foi


permitido que um terceiro veículo, estranho ao evento, permanecesse na área da ce na onde
ocorreu a colisão;

8°) Não há no laudo pericial analisado nenhum elemento técnico


que permita afirmar que a colisão entre os veículos ocorreu na mão de direção do veículo
Fiat/Palio WK Adventure;

Continua na próxima lauda...

31
Cláudio Luiz de Paiva Barnabé
Engenheiro Mecânico Pleno
cl audi ol pbarnabe@gm ai l .com

Avaliações e Perícias de Engenharia em Máquinas, Equipamentos,


Indústrias, Veículo Automotores e Perícias de Acidentes de Trânsito

9°) A peça pericial analisada possui vícios os quais a torna


imprestável para a finalidade de atribuir a responsabilidade e a culpabilidade pelo
acidente ao condutor do veículo Volvo/FH 440;

É o que se tem a relatar.

Assina o presente Parecer Técnico, CLÁUDIO LUIZ DE PAIVA


BARNABÉ, engenheiro mecânico, CREA 10210/D-GO.

8 – ENCERRAMENTO

Nada mais havendo a relatar, encerra-se o presente Parecer Técnico,


que é composto por 32 (trinta e duas laudas) laudas impressas por computador de um só lado,
todas devidamente rubricadas, sendo a primeira lauda e esta última, datadas e assinadas, que,
relatado pelo Perito, lido e achado conforme, vai devidamente assinado.

O signatário deste Parecer Técnico não se responsabiliza por cópias


reprográficas, total ou parcial deste trabalho, ficando à disposição para emissão de outras vias
que forem necessárias.

Desde já o signatário se coloca a disposição deste Juízo para quaisquer


posteriores esclarecimentos que se fizerem necessários.

Goiânia - GO, 02 de março de 2020.

______________________________
Cláudio Luiz de Paiva Barnabé
Engº Mecânico / CREA 10210 D-Go
Perito em Acidentes de Trânsito

32

Você também pode gostar