Laudo pericial sobre imóvel em área de terras de marinha

Rua Manoel Pizzolati nº 576 Jd.
Atlântico Engº Cássio Roberto Pereira Modotte

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EXMO (A). SR. (A ) DR. (A) JUIZ (A) FEDERAL DA 3ª VARA FE DERAL
DA CIRCUNSCRIÇÃO DE FLORIANÓPOLIS DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO
ESTADO DE SANTA CATARINA.
Autos nº: 5014315-29.2020.4.04.7200 – AÇÃO DE TUTELA

PROVISÓRIA
Requerente: IGOR COELHO
Requerido: MUNICÍPIO DE BIGUAÇU /SC E OUTROS
C Á S S I O R OB E R T O P E R E I R A M O DO T TE , Engenheiro Civil,
Perito Judicial, nomeado para o processo supra, dando por terminado seus
estudos, diligências e vistorias, vem respeitosamente a V. presença apresentar
suas conclusões, consubstanciadas no seguinte:
Laudo Pericial
Termos em que,
P. Deferimento.
Florianópolis (SC), 04 de maio de 2022.
C Á S S I O R OB E R T O P E R E I R A M OD OT TE
Esp. em Auditoria, Perícias e Avaliações de Engenharia
Esp. em Georreferenciamento de Imóveis Rurais
C RE A Nº 0 6 0 1 2 8 8 8 1 2 - SP / 3 9 .0 4 2 -2 – S C
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CONTABILIDADE • GEOLOGIA • INFORMÁTICA • TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
Rua Manoel Pizzolati nº 576 Jd. Atlântico Engº Cássio Roberto Pereira Modotte
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Sumário
I.- OBSERVAÇÕES PRELIMINARES .......................................... 2
II.- ÂMBITO DA PERÍCIA ........................................................... 3
III.- ANÁLISE DA DOCUMENTAÇÃO ........................................ 4
III.1.- MATRÍCULA Nº 13.050 ..................................................... 4
IV.- VISTORIA ............................................................................. 6
IV.1.- DATA E DILIGÊNCIAS ..................................................... 6
IV.2.- DO LOCAL ......................................................................... 7
IV.2.1.- CARACTERÍSTICAS DA R EGIÃO ................................. 7
IV.2.2.- MELHORAMENTOS PÚBLIC OS .................................... 7
IV.2.3.- ZONEAMENTO .............................................................. 8
III.3.- LEVANTAMENTO FÍSICO ...................................................... 8
III.3.1. – RECONHECIMENTO DOS L IMITES ............................ 8
III.3.2. – EQUIPAMENTOS UTILIZA DOS ................................... 9
III.3.3. – DATUM UTILIZADO .................................................... 9
III.3.4. – COORDENADAS DA BASE ......................................... 10
III.3.5. – LEVANTAMENTO DO PERÍ METRO .......................... 10
IV.4.- DOCUMENTAÇÃO FOTOGRÁFICA ............................... 13
V. – ANÁLISE DA SITUAÇÃO ...................................................... 16
VI.- CONCLUSÃO ...................................................................... 19
VII.- RESPOSTA AOS QUESITOS ............................................. 20
VII.1.- DO REQUERENTE ................................................................. 20
VII.2.- DA UNIÃO ............................................................................ 22
VII.3.- DO MUNICÍPIO .................................................................... 24
VIII.- ENCERRAMENTO ........................................................... 27
CONTABILIDADE • GEOLOGIA • INFORMÁTICA • TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO 1
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I.- OBSERVAÇÕES PRELIMINARES
I.1.- O presente Laudo refere -se aos autos da AÇÃO

DE TUTELA PROVISÓRIA movida por IGOR COELHO contra MUNICÍPIO
DE BIGUAÇU/SC E OUTROS, em curso perante a 3ª VARA FEDERAL DA
CIRCUNSCRIÇÃO DE FLORIANÓPOLIS DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO
ESTADO DE SANTA CATARINA , processo nº 5014315-29.2020.4.04.7200.
I.2.- O Requerente alega ser legítimo proprietário de

um imóvel situado na zona urbana do Município de Biguaçu/PR , tendo adquirido
através de doação feita pelo seus pais. Buscando regularizar a situação do
imóvel para deixa -lo apto a construção, fora solicitado pela municipalidade a
cópia da certidão de aforamento , uma vez que o imóvel estaria em área terras de
marinha. Porém, alega o Requerente que o imóvel não se encontra em terras de
marinha homologada e pretende através da presente ação, que tal situação seja
reconhecida, para que assim, seja expedido o alvará de construção n o imóvel
objeto.
I.3.- O Requerido contesta a presente ação alegando que

de acordo com a Secretaria do Patrimônio da União (SPU), o local onde se
encontra o imóvel do Requerente situa -se em trecho onde já houve a
homologação de terreno de marinha , e que a negativa do alvará de construção se
deu porque o Requerente não apresentou a certidão do SPU que informaria se se
tratava ou não de terreno de marinha.
I.4.- A União alega que o imóvel em questão não se

encontra situado em Zona de Segurança Nacional e se sobrepõe totalmente a
bens de propriedade União, uma vez que a área estaria situada em áreas
acrescidas de marinha.
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I.5.- Em r. despacho (Evento 41, DESPADEC1) o Douto

Magistrado determinou a realização de prova pericial, fixando como ponto
controvertido: “ O ponto controvertido diz respeito ao fato da edificação em
questão estar ou não em área de marinha. Apenas assim, será possível decidir
acerca da propriedade da área, bem como quanto à necessidade da expedição
de alvará de construção, sem a apresentação de certidão de aforamento junto à
SPU.”, nomeando posteriormente para o Mister o Signatário do presente Laudo,
conforme ao Evento 71, DESPADEC1.
I.6.- O Requerente não indicou assistente técnico e

apresentou quesitos conforme Evento 51 do processo eletrônico.
I.7.- A União indicou para assisti -los tecnicamente o

Arquiteto Manglio Ortiz de Almeida, e apresentou quesitos conforme Eventos 48
e 49 do processo eletrônico .
I.8.- O Município não indicou assistente técnico e

apresentou quesitos conforme Evento 50 do processo eletrônico.
I.9. - No cumprimento do mister, fora realizada

diligência ao local, sendo efetuados os levantamentos físicos de dados
pertinentes ao caso em tela, os quais se completaram pela análise de d ocumentos
e informações obtidas por ocasião das diligências, vindo a seguir fundamentar
no corpo do presente Laudo Pericial as suas conclusões.
II.- ÂMBITO DA PERÍCIA
A análise dos autos e dos quesitos apresentados permite

ao Signatário observar que a presente perícia deva ter as seguintes finalidades
precípuas:
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a) Analisar as documentações de domínio da área

do Requerente, identificando suas dimensões e
confrontações;
b) Vistoriar o imóvel , identificando sua
localização, dimensões, ocupações, confrontações e
elementos de controle de divisa existentes (cercas,
marcos, entre outros );
c) Determinar se a ocupação exercida pelo
Requerente interfere em terras de marinha, de
acordo com as Cartas Topográficas ;
d) Em sendo identificados sobreposições ,
quantificá-las.
III.- ANÁLISE DA DOCUMENTAÇÃO
O Signatário apresentará a seguir um estudo da

documentação anexada aos autos, visando trazer subsídios que possam
esclarecer tecnicamente os pontos controvertidos e bem fundamentar as
respostas aos quesitos.
III.1.- MATRÍCULA Nº 13.050

(Evento 1, INIC1, Página 18/20)
Data da certidão: 12 de fevereiro de 2016.

Data de abertura da matrícula: 08 de março de 1995.
Local do Registro: Registro de imóveis de Biguaçu/SC.
Registro anterior: R-3 da Matrícula 3.054 do mesmo
Ofício.
Proprietário: Clodoaldo Niehues.
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Objeto: Terreno designado como lote n° 13 do

loteamento Meia Praia, com área de 360,00 m 2 , no Município de Biguaçu,
Estado de Santa Catarina, dentro das seguintes confrontações e divisas:
“frente, mede 12,00 metros, com a rua Sete de Setembro;

fundos, mede 12,00, com a área de preservação permanente do referido
loteamento; lateral direita, mede 30,00 metros, com o lote n° 12 e a lateral
esquerda, mede 30,00 metros, com o lote n° 14.”
Registros/Averbações:
R.01 – 13.050 – Escritura publica de compra e venda –

Vendedores: Clodoaldo Niehues e sua mulher Valdina Porto Niehues .
Comprador: Ana Lúcia Lopes Pereira . Área: 360,00m², em 08 de março de 1995 .
R.02 – 13.050 – Escritura publica de compra e venda –

Vendedores: Ana Lúcia Lopes Pereira e seu marido Silvano Pereira . Comprador:
Jaime Coelho e sua mulher Terezinha Isolete de Souza Coelho. Área: 360,00m²,
em 25 de janeiro de 2001 .
R.04 – 13.050 – Escritura publica de Doação –

Doadores: Jaime Coelho e sua mulher Terezinha Isolete de Souza Coelho .
Donatário: Igor Coelho. Área: 360,00m², em 10 de fevereiro de 2016 .
Comentários:
1) O Requerente adquiriu a área da presente

Matrícula através de doação pelos seus pais em 10 de Fevereiro de 2016,
conforme R.04.
2) Com base no cadastro imobiliário municipal

constante na Matrícula, a área se localiza na forma em que segue:
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IV.- VISTORIA
IV.1.- DATA E DILIGÊNCIAS
Os trabalhos iniciaram no dia 21 de março de 2022, às

13 (treze) horas, no imóvel objeto do presente feito, oportunidade na qual foi
efetuado o levantamento dos dados físicos que levaram a identificação da área
objeto.
Acompanharam os trabalhos iniciais:
 Pelo Requerente:
- Ninguém compareceu;
 Pela Requerida:
- Ninguém compareceu;
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IV.2.- DO LOCAL
O imóvel do Requerente situa-se junto a Rua Sete de

Setembro n° 1231, no bairro Centro, no Município e Comarca de Biguaçu/SC. A
imagem a seguir ilustra a localização da área vistoriada:
IV.2.1.- CARACTERÍSTICAS DA R EGIÃO
A região onde se localiza o imóvel apresenta

característica de uso residencial caracterizada por residências térreas e
assobradas, de padrão construtivo médio a alto.
IV.2.2.- MELHORAMENTOS PÚBLIC OS
O local em estudo é servido por todos os tipos de

melhoramentos públicos oferecidos pela Municipalidade, a saber: rede de água
potável, iluminação pública, rede telefônica, luz domiciliar, pavimentação
asfáltica, coleta de lixo, dentre outros.
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IV.2.3.- ZONEAMENTO
De acordo com a Lei Nº 1032/95 que “Disp õe Sobre o

Uso do Solo do Perímetro Urbano de Biguaçu e da Outras Providências” , a área
ocupada pelo Requerente, encontra -se inserida no Zoneamento: Zona de
Corredor Comercial - ZCC. O mapa a seguir , destacado do Mapa de Zoneamento
anexo a mesma lei ilustra a localização da área ocupada :
III.3.- LEVANTAMENTO FÍSICO
III.3.1. – RECONHECIMENTO DOS L IMITES
O reconhecimento dos limites do imóvel foi feito a

partir dos elementos de controle de divisa encontrados (testada do imóvel,
muros e cercas) bem como o sistema viário do entorno.
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III.3.2. – EQUIPAMENTOS UTILIZA DOS
O rastreamento de satélites para deter minação das

coordenadas UTM do imóvel objeto do presente foi realizado com o auxílio de 2
(dois) receptores geodésicos numa frequência (L1/L2/L3), marca CHC, modelo
i80, sendo um conjunto (receptor/coletora) fixado em base conhecida e outro
para rastrear os pontos a serem levantados. O processamento dos dados
rastreados e/ou levantados pela estação será realizado com o auxílio dos
seguintes softwares:
• Software SurvCE para processamento e

ajustamento dos dados GPS;
• Software AutoCad para elaboração das p lantas
necessárias.
III.3.3. – DATUM UTILIZADO
O DATUM utilizado no presente levantamento

corresponde ao S IRGAS 2000 (Sistema de Referência Geocêntrico para as
Américas), que consiste no referencial oficial adotado no Brasil, conforme
parâmetros a seguir :
Semi-eixo equatorial: a=6.378.137,0000;

Semi-eixo polar: b=6.356.752,31414;
Achatamento: f=1:298,257222101.
Os pontos de interesse serão expressos no Sistema de

Coordenadas planas retangulares UTM (Universal Transversa de Mercator).
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III.3.4. – COORDENADAS DA BASE
O levantamento foi posicionado através de ferramenta

disponível na Rede Brasileira de Monitoramento Contínuo (RBMC), para
usuários da técnica RTK, onde os dados das estações são disponibilizados via
protocolo Internet conhecido por Net worked Transport of RTCM via Internet
Protocol (NTRIP). A base utilizada para o levantamento foi à estação do
Município de Araquari/SC, homologada pelo IBGE – Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística, conforme segue:
Nome da Coordenada Coordenada Altitude

Município
Estação Norte Este Ortométrica
Florianópolis 91852 6.944.718,928 744.825,669 17,072 metros
Todas as características da estação geodésica utilizada

como referência encontram -se descritas na respectiva monografia do vértice
juntadas no ANEXO I do presente Laudo.
III.3.5. – LEVANTAMENTO DO PERÍ METRO
Os pontos a serem levantados observaram a técnica de

posicionamento em tempo real “RTK”, onde uma estação BASE de referência
retransmite a fase portadora a coordenada medida, permitindo assim que as
estações móveis (fase portadora) façam correções instantâ neas das medições. No
ANEXO II é apresentado o relatório dos rastreios de GPS realizados.
Os pontos levantados por rastreio com GPS, traduzem

para a área do imóvel objeto a seguinte situação:
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MEMORIAL DESCRITIVO
Área: 359,48 m²
Perímetro: 83,99 metros
“Inicia-se se no vértice denominado '0=PP',

georreferenciado no Sistema Geodésico Brasileiro, DATUM – SIRGAS2000, MC-
51°W, coordenadas Plano Retangulares Relativas, Sistema UTM: E=
733.074,486 m e N= 6.956.218,303 m situado no ALINHAMENTO PREDIAL DA
RUA SETE DE SETEMBRO dividindo -o com o LOTE N° 12; Daí segue
confrontando com LOTE N° 12 com o azimute de 10°20'38" e a distância de
30,04 m até o vértice '1' (E=733.079,879 m e N=6.956.247,853 m); Daí segue
confrontando com ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANEN TE DO LOTEAMENTO
com o azimute de 101°00'33" e a distância de 11,99 m até o vértice '2'
(E=733.091,649 m e N=6.956.245,564 m); Daí segue confrontando com LOTE
N° 14 com o azimute de 190°24'04" e a distância de 30,00 m até o vértice '3'
(E=733.086,232 m e N=6.956.216,053 m); Daí segue confrontando com
ALINHAMENTO PREDIAL DA RUA SETE DE SETEMBRO com o azimute de
280°50'44" e a distância de 11,96 m; início de descrição, fechando assim o
perímetro do polígono acima descrito com uma área sup erficial de 359,48 m² .”
PLANTA TOPOGRÁFICA
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IV.4.- DOCUMENTAÇÃO FOTOGRÁFICA
As fotografias apresentadas a seguir, ilustram o imóve l

vistoriado e as informações descritas anteriormente:
FOTO N° 01: VISTA GERAL DO IMÓVEL DO REQUERENTE.
FOTO N° 02: VISTA DA RUA SETE DE SETEMBRO EM FRENTE AO IMÓVEL OBJETO.
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FOTO N° 03: VISTA DA RUA SETE DE SETEMBRO EM FRENTE AO IMÓVEL OBJETO POR OUTRO
ÂNGULO
FOTO N° 04: VISTA DO IMÓVEL OBJETO NA FOTO N° 05: VISTA DO IMÓVEL OBJETO NA
DIVISA COM O LOTE N° 14 DIVISA COM O LOTE N° 12
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FOTO N° 06: VISTA DOS FUNDOS DO IMÓVEL OBJETO
O croqui a seguir ilustra a localização das fotos

expostas anteriormente:
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V. – ANÁLISE DA SITUAÇÃO
Para a análise da situação do imóvel objeto em relação

às terras de marinha, serão avaliadas as possíveis sobreposições da área
levantada em relação à área de domínio da União.
A partir da Carta Topográfica SC 733 -955 da Secretaria

do Patrimônio da União (SPU), tem -se a definição da linha do preamar médio de
1831 (azul), homologada para o Município de Biguaçu, e paralela à mesma, em
33 metros, tem -se o limite de terra marinha (vermelho), bem como a situação da
área do Requerente levantada (amarelo) na forma em que segue:
Legenda
Linha do preamar médio de 1831 (LPM)
Linha de terra de marinha (LTM)
Área levantada do Requerente
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A partir das referidas linhas, definem -se três situações

para a região, com base no Decreto-Lei Nº 9.760, de 5 de setembro de 1946 , que
“Dispõe sobre os bens imóveis da União e dá outras providências ”. sendo elas:
a) Terras de Marinha : são as áreas situadas entre a

Linha do preamar médio de 1831 e a Linha de terra de
marinha. Tratam -se de áreas de propriedade da União;
b) Acrescidos de Marinha: são as áreas situadas a

partir da Linha do preamar médio de 1831 em direção
ao mar que se formaram de forma natural ou artificial.
Tratam-se de áreas de propriedade da União;
c) Áreas Alodiais: são as áreas situadas a partir da

Linha de terra de marinha em dire ção ao continente.
Tratam-se de áreas de propriedade privada.
De forma a ilustrar as referidas áreas descritas acima,

tem-se a seguinte situação sobreposta a imagem de satélite na região:
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Legenda
Terras de Marinha
Acrescidos de Marinha
Áreas Alodiais
Área levantada do Requerente
Conforme se observa, o imóvel do Requerente encontra -

se integralmente situado em áreas de acrescidos de marinha, área essa de
propriedade da União.
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VI.- CONCLUSÃO
A análise dos elementos que compõem os autos, dos

documentos obtidos por ocasião das diligências, associado à situação
identificada por ocasião da vistoria, permitiu concluir que:
VI.1. – O Requerente é legítima proprietári a de uma

área com dimensão de 360,00 m 2 , objeto da Matrícula nº 13.050 Registro de
imóveis de Biguaçu/SC .
VI.2. – De acordo com levantamento topográfico

realizado por ocasião da vistoria, o imóvel possui uma área de 359,48 m², dentro
dos seguintes limites e confrontações:
“Inicia-se se no vértice denominado '0=PP’,

georreferenciado no Sistema Geodésico Brasileiro, DATUM – SIRGAS2000, M C-51°W,
coordenadas Plano Retangulares Relativas, Sistema UTM: E= 733.074,486 m e N=
6.956.218,303 m situado no ALI NHAM ENTO PREDIAL DA RUA SE TE DE SETEMBRO
dividindo-o com o LOTE N° 12; Daí segue confrontando com LOTE N° 12 com o
azimute de 10°20'38" e a distância de 30,04 m até o vértice '1' (E=733.079,879 m e
N=6.956.247,853 m); Daí segue confrontando com ÁREA DE PRESERVAÇÃO
PERMANENTE DO LOT EAMENTO com o azimute de 101°00'33" e a distância de
11,99 m até o vértice '2' (E=733.091,649 m e N=6.956.245,564 m); Daí segue
confrontando com LOTE N° 14 com o azimute de 190°24'04" e a distância de 30,00 m
até o vértice '3' (E=733.086,232 m e N=6.956.21 6,053 m); Daí segue confrontando
com ALINHAMENTO PREDIAL DA RUA SETE DE SETEMBRO com o azimute de
280°50'44" e a distância de 11,96 m; início de descrição, fechando assim o perímetro
do polígono acima descrito com uma área superficial de 359,48 m² .”
VI.3.- Da análise da Carta de Marinha homologada para

a região, conclui-se que o imóvel do Requerente encontra -se totalmente inserido
em terrenos acrescidos de marinha .
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VII.- RESPOSTA AOS QUESITOS
VII.1.- DO REQUERENTE
(Evento 51)
1. Pode o senhor perito dizer a quantos metros da

linha preamar fica localizada a residência do Autor?
Resposta: O imóvel do Requerente localiza -se distante

cerca de 240,00 metros da linha preamar em direção ao mar, conforme segue:
2. O imóvel do Autor invade de forma total ou

parcial as demarcações da linha preamar de 1831?
Resposta: O imóvel situa-se integralmente em terrenos

acrescidos de marinha . Para maiores informações favor reportar -se ao item
V.- ANÁLISE DA SITUAÇÃO do presente Laudo.
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3. O senhor perito pode identificar s e a residência

do Autor interfere em áreas da união?
Resposta: Por situar-se em terrenos acrescidos de

marinha, o imóvel do Requerente encontra -se integralm ente em áreas da
União conforme Decreto-Lei Nº 9.760, de 5 de setembro de 1946 . Para maiores
informações favor reportar -se ao item V.- ANÁLISE DA SITUAÇÃO do
presente Laudo.
4. Quais são as confrontações com a residência do

Autor?
Resposta: Frente para a Rua Sete de Setembro, lateral

esquerda com o Lote n° 12, lateral direita com o Lote n° 14 e fundos com a
área de preservação permanente do loteamento .
5. Ficou constatado pelo perito judicial que a área

da residência do Autor faz interferência com terreno de marinha e por isso seria
de domínio da União?
Resposta: Sim. Para maiores informações favor

reportar-se ao item V. - ANÁLISE DA SITUAÇÃO do presente Laudo.
6. Pode o senhor perito descrever outras

informações que julgar úteis para contribuir na solução do presente litígio.
Resposta: Todas as informações pertinentes a presente

demanda encontram -se dispostas no Laudo Pericial.
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VII.2.- DA UNIÃO
(Eventos 48 e 49 )
1. Os imóveis se sobrepõe total ou parcialmente a

bens de propriedade da União, descritos no art. 20 da Constituição Federal?
Resposta: O imóvel objeto encontra-se totalmente

sobreposto a terrenos acrescidos de marinha . Para maiores informações favor
reportar-se ao item V. - ANÁLISE DA SITUAÇÃO do presente Laudo.
2. Para o local a LPM/1831 é homologada?
Resposta: De acordo com documento juntado pela

União junto ao Evento 1, INIC1, Página 99 do processo eletrônico, sim .
3. Apresentar a locação da área objeto na carta

topográfica contendo a LPM/1831 demarcada pela SPU/SC, georreferenciada no
sistema geodésico brasileiro SIRGAS2 ,000 , com coordenadas UTM de todos os
vértices delimitadores do imóvel, identificando e quantificando a sobreposição
em terrenos de marinha/acrescidos e área alodial.
Resposta: O memorial descritivo da área do

Requerente, com respectivas coordenadas UTM SIRGAS2000, encontram -se
junto ao item III.3.5. – LEVANTAMENTO DO PERÍMETRO, enquanto que a
situação em relação às terras de marinha encontra -se apresentado junto ao
item V.- ANÁLISE DA SITUAÇÃO do presente Laudo.
4. Apresentar a localização da área objeto em

imagem orbital georreferenciada a mais recente disponível, bem como a
indicação da Linha de Preamar Média de 1831 (LPM) presumida ou demarcada
ou homologada, se houver, e a Linha Limites dos Terrenos de Marinha (LLTM)
dada pela faixa de 33 metros a partir da LPM. Apresentar os valores de área em
m² para os terrenos de marinha e/ou seus acrescidos e eventual área alodial.
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Resposta: Vide resposta ao quesito “3” anterior .
5. Caso a área objeto esteja localizada, total ou

parcialmente, sobre terrenos de marinha ou seus acrescidos, o ocupante possui
certidão da SPU/SC comprovando ser foreiro ou possuir a preferência a
aforamento da área em questão?
Resposta: Não fora juntada aos autos a referida

documentação.
6. A unidade geoambiental1 onde se insere a área

objeto é formada por depósito arenoso paralelo a linha de costa? Foi produzido
por processos de sedimentação? Nela vicejam ou vicejavam comunidades
bióticas que recebem influência marinha? Tal unidade se enquadrada como
restinga segundo definição da Lei nº 12.651/1 2, Art. 3º, XVI e Resolução
CONAMA nº 303/02, Art. 2º, VIII?
Resposta: Deixa o Signatário de responder ao presente

quesito uma vez que se trata de matéria de cunho específico da área de
biologia, para os quais fora nomeada a Bióloga Anaide Wrublevski Aued,
Mestra em Ecologia, conforme Evento 71 dos autos.
7. Como se enquadra a vegetação nativa das

cercanias da área objeto segundo disposições contidas nas Resoluções CONAMA
nº 010/93 e nº 417/09? Trata -se de vegetação de transição entre tipologias? Caso
positivo, entre quais tipologias?

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8. A área objeto é composta, mesmo que

parcialmente por Área de Preservação Permanente – APP segundo Lei de
Proteção da Vegetação Nativa (Nº 12.651/12), bem como sua predecessora, o
Código Florestal (Lei Nº 4.771/65) assim como pelas Resoluções CONAMA Nº
303/02 e sua antecessora, a de Nº 04/85? Indicar na imagem recente a respectiva
delimitação de APP e as eventuais intervenções.

9. A área objeto é passível de recomposição

segundo definição contida no Decreto Nº 7.830/12, Art. 2º, inciso VIII?

VII.3.- DO MUNICÍPIO
(Evento 50)
1. Qual a localização do imóvel objeto da presente

demanda, sob as referências mais recentes, incluindo sua metragem,
confrontações, e demais informações pertinentes?
Resposta: As informações do imóvel objeto da presente

demanda encontram -se descritos junto ao item IV. - VISTORIA do presente
Laudo.
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2. Imóvel em referência está inserido, ainda que

parcialmente, em Área de Preservação Permanente? Em caso positivo, apresentar
o que foi explorado.
Resposta: a) De acordo com a Matrícula n° 13.050, o

imóvel confronta -se com Área de Preservação Permanente , e de acordo com o
Levantamento Topográfico realizado, as medidas do imóvel estão de acordo
com seu título. Além disso, de acordo com a plataforma de Geoprocessamento
do Município de Bigua çu/SC, o im óvel encontra -se fora das áreas de
preservação permanente, conforme se observa:
b) Resposta prejudicada.
48 99179-4808
3. Especificar se houve e quais foram às

interferências que o Requerente realizou, esclarecendo a existência de
atividades potencialmente poluidoras e degradantes ao meio ambiente.

4. O imóvel em comento está inserido dentro dos

limites das áreas de marinha? Em caso positivo, o Requerente possui a liberação
para ocupação do imóvel emitida pela SPU?
Resposta: a) O imóvel encontra -se em área de

“acrescidos de Marinha” . Para maiores informações favor reportar -se ao item
V.- ANÁLISE DA SITUAÇÃO do presente Laudo. b) Na documentação
juntada aos autos, não se encontra o referido documento.
5. Existe alguma construção no imóvel de

responsabilidade do Requerente? Houve liberação para a sua ocorrência pelos
órgãos responsáveis? As áreas direta e/ou indiretamente afetada s são passíveis
de comportar recuperação?
Resposta: a) Sim; b) A situação da construção situada

no imóvel objeto extrapola os limites da presente perícia, definido pelo Douto
Magistrado em sendo “ O ponto controvertido diz respeito ao fato da edificação
em questão estar ou não em área de marinha ”; c) Resposta prejudicada.
6. Apresente o perito nomeado, as informações e

demais conclusões que entender pertinentes ao caso concreto.
Resposta: Todas as informações pertinentes a presente

demanda encontram -se dispostas no Laudo Pericial.
48 99179-4808
VIII.- ENCERRAMENTO
Dando por terminado seu trabalho, mandou digitar o

presente LAUDO, que se compõe de 27 (vinte e sete) laudas assinadas
digitalmente.
Acompanham o presente Laudo os seguintes anexos:
ANEXO I – MONOGRAFIA DO MARCO

ANEXO II – RELATÓRIO DOS PONTOS
LEVANTADOS
Florianópolis (SC), 04 de maio de 2022.
C Á S S I O R OB E R T O P E R E I R A M OD OT TE
Esp. em Auditoria, Perícias e Avaliações de Engenharia
Esp. em Georreferenciamento de Imóveis Rurais
C RE A Nº 0 6 0 1 2 8 8 8 1 2 - SP / 3 9 .0 4 2 -2 – S C
Me mb ro T it u lar d o IB AP E – S C / Cat e go ri a 1

Laudo pericial sobre imóvel em área de terras de marinha

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Rua Manoel Pizzolati nº 576 Jd.

Atlântico Engº Cássio Roberto Pereira Modotte

Autos nº: 5014315-29.2020.4.04.7200 – AÇÃO DE TUTELA

Florianópolis (SC), 04 de maio de 2022.

I.- OBSERVAÇÕES PRELIMINARES

I.1.- O presente Laudo refere -se aos autos da AÇÃO

I.2.- O Requerente alega ser legítimo proprietário de

I.3.- O Requerido contesta a presente ação alegando que

I.4.- A União alega que o imóvel em questão não se

I.5.- Em r. despacho (Evento 41, DESPADEC1) o Douto

I.6.- O Requerente não indicou assistente técnico e

I.7.- A União indicou para assisti -los tecnicamente o

I.8.- O Município não indicou assistente técnico e

I.9. - No cumprimento do mister, fora realizada

II.- ÂMBITO DA PERÍCIA

A análise dos autos e dos quesitos apresentados permite

a) Analisar as documentações de domínio da área

III.- ANÁLISE DA DOCUMENTAÇÃO

O Signatário apresentará a seguir um estudo da

III.1.- MATRÍCULA Nº 13.050

Data da certidão: 12 de fevereiro de 2016.

Objeto: Terreno designado como lote n° 13 do

“frente, mede 12,00 metros, com a rua Sete de Setembro;

R.01 – 13.050 – Escritura publica de compra e venda –

R.02 – 13.050 – Escritura publica de compra e venda –

R.04 – 13.050 – Escritura publica de Doação –

1) O Requerente adquiriu a área da presente

2) Com base no cadastro imobiliário municipal

IV.1.- DATA E DILIGÊNCIAS

Os trabalhos iniciaram no dia 21 de março de 2022, às

Acompanharam os trabalhos iniciais:

O imóvel do Requerente situa-se junto a Rua Sete de

IV.2.1.- CARACTERÍSTICAS DA R EGIÃO

A região onde se localiza o imóvel apresenta

IV.2.2.- MELHORAMENTOS PÚBLIC OS

O local em estudo é servido por todos os tipos de

De acordo com a Lei Nº 1032/95 que “Disp õe Sobre o

III.3.- LEVANTAMENTO FÍSICO

III.3.1. – RECONHECIMENTO DOS L IMITES

O reconhecimento dos limites do imóvel foi feito a

III.3.2. – EQUIPAMENTOS UTILIZA DOS

O rastreamento de satélites para deter minação das

• Software SurvCE para processamento e

III.3.3. – DATUM UTILIZADO

O DATUM utilizado no presente levantamento

Semi-eixo equatorial: a=6.378.137,0000;

Os pontos de interesse serão expressos no Sistema de

III.3.4. – COORDENADAS DA BASE

O levantamento foi posicionado através de ferramenta

Nome da Coordenada Coordenada Altitude

Todas as características da estação geodésica utilizada

III.3.5. – LEVANTAMENTO DO PERÍ METRO

Os pontos a serem levantados observaram a técnica de

Os pontos levantados por rastreio com GPS, traduzem

“Inicia-se se no vértice denominado '0=PP',

IV.4.- DOCUMENTAÇÃO FOTOGRÁFICA

As fotografias apresentadas a seguir, ilustram o imóve l

FOTO N° 01: VISTA GERAL DO IMÓVEL DO REQUERENTE.

FOTO N° 02: VISTA DA RUA SETE DE SETEMBRO EM FRENTE AO IMÓVEL OBJETO.

FOTO N° 06: VISTA DOS FUNDOS DO IMÓVEL OBJETO

O croqui a seguir ilustra a localização das fotos

Para a análise da situação do imóvel objeto em relação

A partir da Carta Topográfica SC 733 -955 da Secretaria