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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E

TECNOLOGIA DO SUL DE MINAS GERAIS


CAMPUS MACHADO
Bacharelado em Administração

STEFANI DEOLI PAULINO

RELATÓRIO DE PALESTRA: COMPLIANCE

MACHADO
2023
STEFANI DEOLI PAULINO

RELATÓRIO DE PALESTRA: COMPLIANCE

Relatório apresentado ao Curso Bacharelado em


Administração do Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia do Sul de Minas Gerais – Campus Machado,
como requisito parcial da disciplina de Direito do
Consumidor, ministrada pelo Prof. Adelino de Bastos Freire
Neto.

MACHADO
2023
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................3

2 DESENVOLVIMENTO...........................................................................................4

3 CONCLUSÃO.........................................................................................................8
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1 INTRODUÇÃO

Esse relatório apresenta informações acerca da palestra sobre o Compliance, oferecida


pela empresa 4cCompliance e exposta por Lucas Henrique Resende Salles Trindade. O tema
foi pertinente à disciplina de Direito do Consumidor, ministrada pelo Prof. Adelino de Bastos
Freire Neto para os alunos do 5° Período de Administração do Instituto Federal de Educação,
Ciência e Tecnologia do Sul de Minas – Campus Machado. A palestra foi realizada no dia 13
de maio de 2023, período diurno, de forma remota através do Google Meet, para que fosse
possível aprender mais sobre o Compliance e sua aplicação na ética e na integridade
empresarial.
O objetivo dessa atividade foi realizar um relatório sobre a palestra oferecida pela
Empresa Júnior de Administração e Sistemas, IFEMAC, voltada para alunos dos cursos
superiores de Sistemas de Informação e Administração, que estão presentes no Instituto
Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas – Campus Machado.
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2 DESENVOLVIMENTO

Inicialmente, o autor da palestra apresentou o conceito de Compliance, como sendo o


dever que todas as empresas têm de promover uma cultura que estimule a conduta ética e um
compromisso com o cumprimento da lei. Dessa maneira, ele afirmou que as organizações
possuem a responsabilidade de cumprir as normas, sejam leis ou políticas internas, que
acabam por causar uma mudança no ambiente corporativo – alterando a cultura de
comportamento. Ademais, foi estabelecido que essa responsabilidade é um sistema de gestão
de riscos composto por uma série de mecanismos formais e metodologicamente estruturados.
Sendo assim, o apresentador diz que esse conceito se encontra na segunda linha de defesa do
ambiente corporativo, auxiliando na prevenção, detecção e resposta a irregularidades,
ilegalidades e/ou desvios de conduta, com intuito de resguardar a exposição da imagem e
reputação da pessoa jurídica e dos dirigentes a ela relacionados. Em suma, é a atuação
evolutiva pautada pela melhoria contínua e pela disseminação de valores na formação de uma
cultura organizacional, com ética e integridade, ou seja, esse instrumento é algo que busca um
comportamento ético, não se transformando nela em si.
Além disso, o palestrante citou que o Compliance existe para combater fraudes dentro
de empresas. Assim sendo, em 1953, o criminólogo Donald Cressey definiu esse tema através
do acometimento do ato, que é quando três elementos acontecem simultaneamente: técnica,
motivo e oportunidade. Dessa forma, ele estabelece o triângulo da fraude, com o MOTIVO
sendo aquilo que leva uma pessoa a querer fraudar um processo, a TÉCNICA tornando-se o
conhecimento que alguém tem do que será fraudado e, por último, a OPORTUNIDADE que é
a chance do indivíduo tornar a fraudulência real. Logo, o Compliance se torna dentro das
organizações o mecanismo que controla e encontra os riscos internos, identificando as
possíveis falhas que levam uma pessoa a praticar atos fraudulentos, impedindo que se
encontrem oportunidades através de controles internos bem definidos.
Outrossim, o interlocutor introduziu ao assunto a temática da evolução histórica do
Compliance, utilizada para que a sociedade possa entender onde se encontra nos dias atuais.
Ele iniciou no escândalo do Watergate, onde algumas empresas norte-americanas possuíam
fundos off-shore em outros países para bancar seu operacional dentro dos mesmos, pagando
propina a funcionários públicos. O presidente da época, Nixon, sabia desses fatos corruptos
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acontecendo dentro de seu governo e, por isso, renunciou. Em seguida, isso desaguou na
criação da Lei FCPA (Foreign Corrupt Practices Act ou Lei de Práticas de Corrupção no
Exterior), de âmbito federal, que em 1977 previu o combate ao suborno de funcionários
públicos no exterior, tendo impacto internacional (aplica-se em qualquer assunto que envolva
empresas dos EUA, independentemente de sua localização mundial). Outros casos foram
citados, como: Eron; Siemens (multa de $800 milhões); Goldman Sachs Group Inc (multa de
$3.3 bilhões); Petrobras ($1.78 bilhões em multa). Atualmente, o caso mais recente é o da
Americanas, onde percebe-se uma falha no sistema de Compliance, dado que há graves
indícios de fraudes em seus livros contábeis, pois a dívida dessa empresa se encontra em cerca
de 42 bilhões de reais.
O narrador também ofereceu a explicação de um índice, relacionado ao tema de
Compliance, que é utilizado pelas organizações para pesquisa de corrupção, chamado de
“índice de percepção de corrupção”. Nele, se encontra um ranking classificando países de
acordo com o envolvimento em esquemas de corrupção. Isso leva a uma situação complicada,
dado que investidores do mundo todo consultam esse índice para pesquisa de mercado e
estabelecimento de negócios – a corrupção é um fator de risco para os negócios, pois ela pode
complicar a ação de uma empresa dentro de determinado país. Portanto, uma cultura de
Compliance bem estabelecida e trabalhada traz confiança e segurança a investidores externos,
ajudando as empresas nacionais.
Em sua evolução histórica, o palestrante contou que o Compliance passou por três
momentos importantes em sua história. Inicialmente, foi praticado com a autorregulação
individual e espontânea, com base eminentemente jurídica e foco na conformidade normativa
e ausência de metodologia-padrão (apenas o comprimento do que estava determinado na lei).
Posteriormente, foi aplicado com a autorregulação regulada, com base eminentemente
jurídica, metodologia-padrão rudimentar, tendo foco na conformidade normativa para evitar a
responsabilização e adequação formal aos critérios exigidos pelo regulador estatal (apenas a
lei não funcionava, era necessário criar uma metodologia de auxílio). Atualmente, o ele
funciona através do programa de Compliance e ética, com base multidisciplinar, metodologia-
padrão específica (análise de risco e da cultura), foco na formação da cultura organizacional
para um sistema baseado nos riscos e nos valores corporativos, como ética e integridade (a
cultura leva naturalmente ao cumprimento da lei).
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Durante a palestra, também foi mencionado que existem profissionais que trabalham
com o Compliance e todos precisam realizar as seguintes funções: conhecer e interpretar leis
que se relacionem à empresa; analisar riscos operacionais; elaborar manuais de conduta;
disseminar cultura de Compliance; gerenciar controles internos; elaborar relatórios de
auditorias; e, por último, implementação de certificações (ISO 37301, 19600). Ademais, estes
colaboradores devem exercer suas práticas com boa comunicação, treinamento e empatia pois
lidam com diversos tipos de pessoas numa empresa e a intenção é que, mesmo com
dificuldades e diferenças, todas elas consigam absorver a cultura do Compliance. Além disso,
para atuar nesse ramo e ser verificado, o profissional dessa área pode ter algumas
certificações, como CPC-A, CCEP, CCEP-I, CPLD-FT, CEIICC, Certificação Profissional
em Compliance Anticorrupção, Certificação de Compliance e Ética Profissional, Certificação
Profissional em Prevenção à Lavagem de Dinheiro, entre outros.
O orador responsável pela apresentação definiu algumas vantagens que uma empresa
possui ao possuir um programa de Compliance, como: aumento da satisfação dos
colaboradores, pois eles se sentem seguros graças aos mecanismos que garantem que os
valores da empresa estão sendo cumpridos; maior conhecimento da empresa e seus riscos,
dado que ela cria um “mapa” sobre como se encontra dentro da área legal e pode traçar
estratégias; participação em licitações, já que diversos editais exigem que, para participação,
deve se ter um programa de Compliance; minimiza riscos jurídicos, uma vez que uma
companhia possui estratégias para que nunca chegue o caso de responder juridicamente por
algo; reduz custos e evita multas devido a antecipação da fiscalização de determinados
órgãos, livrando-se de multas e reduzindo os custos por erros que poderiam acontecer;
vantagem competitiva, posto que tudo que foi citado acima agrega valor a uma organização,
fazendo com que ela esteja acima de seus concorrentes; e, por fim, novos negócios porque,
atualmente, 80% dos investidores estão dispostos a pagar por uma empresa que aplica boas
práticas e isso traz impacto positivo no mercado.
Conjuntamente, também foi mencionado que um programa de Compliance funciona
através de nove pilares, sendo eles:
● Comprometimento da alta administração: atuação efetiva dos membros responsáveis;
● Gestão de riscos: operacional, é o momento de levantar informações sobre riscos
legais e de imagens para classificá-los;
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● Código de conduta, políticas e procedimentos: são manuais que servem para mostrar
os valores que a empresa prioriza e o que não deve ser feito em determinada situação;
● Controles internos: plano de ação dos riscos identificados, estabelecendo algo para
controlá-los;
● Treinamento e capacitação: treinar os funcionários de acordo com os valores da
companhia;
● Canal de denúncias: ouvidorias, onde chegam as reclamações sobre descumprimento
de leis ou dos códigos de conduta para a organização;
● Investigações internas: pilar mais sensível, onde será verificado o que chegou do pilar
acima, averiguando a veracidade da denúncia;
● Due diligence de terceiros e M&A: investigação criminal de empresas parceiras
(responsabilidade solidária);
● Monitoramento e auditoria: todos os pilares serão auditados e monitorados, vendo de
onde os riscos estão vindo ou de onde virão, propor nova gestão de riscos, novas políticas,
entre outros;
● DÉCIMO PILAR: INCLUSÃO E DIVERSIDADE → pilar novo.

Para finalizar a palestra, o assunto escolhido foi o futuro do profissional da área de


Compliance, que visa a tecnologia vinda das últimas décadas, trazendo novos campos de
atuação para os mesmos, como encarregado dos dados pessoais (LGPD), Compliance de
Nicho (Área da saúde, trabalhista, digital, ambiental, educacional, financeiro); Compliance no
Setor Público; Compliance no Metaverso; Consultoria especializada em Compliance; ISO
Lead Implementer; entre outros.
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3 CONCLUSÃO

Durante toda a palestra, foi possível observar e concluir que o assunto abordado é de
extrema importância para o Bacharelado em Administração. A apresentação serviu de
complemento para os assuntos abordados durante o curso, já que falou temas que foram e
serão vistos durante as disciplinas e também que são necessários para a vivência profissional.
Logo, esse evento permitiu o entendimento do que é Compliance, suas finalidades e objetivos,
tornando possível aprender mais sobre o assunto e capacitar-se para interpretá-lo
acertadamente.
Por conseguinte, a palestra foi de grande importância para ganhar mais conhecimento
sobre o assunto e para que seja possível aplicá-lo de forma correta no futuro. Essa temática
agrega valor à formação e prática profissional – dado que ensinou que o Compliance é
importantíssimo para as organizações, pois garante o cumprimento das leis para que se evite
violações, identificação e atenuação dos riscos antes que se tornem problemas graves,
preservação da reputação da empresa no mercado, com integridade, transparência e ética nos
negócios – aumentando a confiança dos stakeholders, trazendo vantagem competitiva e
destaque entre a concorrência. Portanto, foi aprendido que esse tema proporciona uma cultura
organizacional saudável pautada na ética e integridade empresarial.

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