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Pós-Graduanda em Governança, Gestão de Riscos e Compliance – FDV; Pós-Graduanda em
Advocacia Consumerista – EBRADI; Membro da Comissão da Mulher e da Mulher Advogada da 8ª
Subseção da OAB/ES; Advogada inscrita na OAB/ES com o n. 32.620. E-mail:
larissacriste@jeanemartins.com.br.
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Pós-Graduada em Direito e Processo do Trabalho – FDV; Pós-Graduanda em Governança, Gestão
de Riscos e Compliance – FDV; Membro da Comissão de Direito do Trabalho e Sindical da OAB/ES;
Membro da Comissão de Compliance da 17ª Subseção da OAB/ES; Advogada inscrita na OAB/ES
com o n. 23.108. Sócia fundadora do escritório Dalla Bernardina & Seixas Pinto Advogados. E-mail:
paula@dbspadvogados.adv.br.
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demonstrates that the healthy and safe environment has constitutional protection,
and such protection reaches both the natural environment and the artificial
environment, especially in times of pandemic. The method / procedure used is that of
bibliographic searches on websites, doctrine, jurisprudence and legislation. The
method of approach is deductive, through a chain of reasoning a particular
conclusion is reached. Finally, the article demonstrates that the implementation of
labor compliance as a preventive business measure helps the company to fulfill its
social function, providing a healthy and balanced work environment.
INTRODUÇÃO
Em tempos de pandemia, toda essa narrativa fica ainda mais aflorada. Os cuidados
devem ser redobrados e toda atenção se volta às formas de prevenção e ao
importante papel da organização em gerir os impactos da crise pandêmica. Nesta
seara, o compliance trabalhista surge como uma importante ferramenta para as
micro, pequenas, médias e grandes empresas. Afinal, nunca se fez tão necessário o
“agir preventivo”.
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Disponível em http://compliancebrasil.org/compliance-trabalhista/. Acesso aos 17/08/2020.
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Disponível em: https://paineis.cnj.jus.br/QvAJAXZfc/opendoc.htm?document=qvw_l
%2FPainelCNJ.qvw&host=QVS%40neodimio03&anonymous=true&sheet=shResumoDespFT .
Acesso aos 23/04/2020.
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profissionais. Tais números tornam o Brasil o país com maior número de demandas
laborais.
Com efeito, além de estabelecer rotinas com vista a prevenir erros, fraudes, multas e
prejuízos, a empresa que está “em compliance” tem a possibilidade de reduzir a
judicialização das questões relativas a relações de emprego. Isso porque nas
demandas levadas à apreciação do Judiciário Trabalhista é notório que as empresas
que implementaram as ferramentas do compliance detém fartas provas a seu favor,
pelo fato de possuírem documentos que comprovam a realização de controles
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Dívidas oriundas de questões laborais descumpridas que se tornam passivo financeiro da pessoa
jurídica.
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Há de se destacar, portanto, que cada vez mais o mercado vem deixando para trás
a mentalidade obsoleta de infringir as leis trabalhistas no intuito de aumentar o lucro,
e as próprias empresas têm exigido a apresentação de relatórios de demandas
judiciais, administrativas, doenças e acidentes profissionais antes da concretização
da parceria comercial. Em outras palavras, as organizações têm deixado patente a
preocupação com a política preventiva, o que se dá por meio do compliance.
De ver está que o mercado atual age como verdadeiro agente fiscalizador, de modo
que não é mais possível empreender com base nas premissas antigas de reduzir
custos e aumentar o lucro a qualquer custo. Limitar a atuação da empresa a esses
dois elementos ultrapassados é o mesmo que fadar o negócio ao insucesso, de
modo que é medida de saúde e prosperidade organizacional a adoção das
ferramentas do programa de integridade trabalhista.
Importa, por fim, esclarecer, que não há uma “receita pronta” a ser aplicada
indistintamente a todo e qualquer tipo de gestão empresarial. Todo programa de
integridade deve ser elaborado a partir das particularidades e realidade de cada
empresa e, nesta oportunidade, serão avaliados os riscos, a legislação vigente, o
porte empresarial, o segmento no qual atua, bem como a complexidade das
relações ali existentes.
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Importa destacar que este é um direito que deve estar em constante observação,
vez que diante de um cenário cujo meio ambiente é desvalorizado, diversos são os
direitos que poderão ser igualmente prejudicados. A fim de reforçar esta importância,
foi consagrada na Conferência das Nações Unidas, em Estocolmo (1972), a
Declaração Sobre o Ambiente Humano:
Há, portanto, um dever de defesa e preservação do meio ambiente, que obriga não
só o Poder Público, mas toda a coletividade a garantir um meio seguramente
equilibrado, que corrobore com a sadia qualidade de vida de todos. Neste ponto, ao
falar em qualidade de vida, impossível não mencionar o meio onde os indivíduos
passam grande parte de seu tempo ao longo da vida, garantindo sua fonte de renda
e provendo algum tipo de desenvolvimento: o ambiente laboral.
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Disponível em: http://www.direitoshumanos.usp.br/index.php/Meio-Ambiente/declaracao-de-estocolmo-sobre-
o-ambiente-humano.html. Acesso em:18 de jun. 2020.
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Outrossim, Francisca Jeane Pereira da Silva Martins e Daury Cesar Fabriz (2018, p.
05) somente reforçam tal ideia, ressaltando que:
Como se não bastasse, cumpre reforçar que a dignidade do ser humano e, portanto,
do trabalhador, é para ele uma garantia fundamental. Os caminhos que levam à
preservação dessa garantia sempre deverão trilhar rumos paralelos àqueles que
compreendem que o local de trabalho de um indivíduo deve, necessariamente,
assegurar condições sólidas de saúde e segurança, garantindo, assim, bases dignas
para uma sadia qualidade de vida. Qualquer cenário que esteja em descompasso
com esses parâmetros deve ser considerado um desrespeito, por parte do
empregador, às mínimas condições que devem ser oferecidas a qualquer
trabalhador, bem como ao seu direito constitucionalmente previsto.
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Não podemos fugir daquilo que é inequívoco: a observação aos cuidados básicos de
prevenção, sugeridos em todo protocolo de combate ao novo Coronavírus, é medida
que se impõe. Primeiramente, destaca-se que a realidade virtual tomou grandes
proporções e cabe à cada empresa saber explorar este novo cenário e as suas
possibilidades, bem como prestar orientação constante aos seus empregados sobre
a importância da ergonomia e dos momentos de descanso, por exemplo. Retomar
sua força produtiva não significa, de modo algum, trazer todos os obreiros para
trabalhar, novamente, de modo presencial. O teletrabalho é uma alternativa que, se
bem aproveitada, poderá, inclusive, potencializar a força de trabalho empenhada na
empresa, bem como seus resultados.
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Sendo assim, fica claro que a garantia do direito fundamental ao meio ambiente do
trabalho tem como pressupostos básicos a segurança e a saúde do trabalhador.
Nestes termos, ao falarmos de um cenário pandêmico, a prevenção sempre será o
melhor caminho. A pandemia ainda é uma realidade em diversos países do mundo
e, portanto, ainda demanda muito cuidado e extrema atenção a fim de evitar a
disseminação do contágio pelo vírus.
Essas são algumas formas da empresa não só cumprir com os cuidados básicos e
garantir os direitos de seus empregados, mas também evitar qualquer dano ou
prejuízo que possam ser frutos da inobservância de medidas preventivas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS