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RESUMO: O presente artigo tem o objetivo apresentar ao leitor o que é compliance, sua
origem e definição, em especial aplicado ao direito do trabalho, assim como mostrar que o
programa de conformidade é uma ferramenta de grande importância para as micro e pequenas
empresas, que representam 99% dos empreendimentos no Brasil e, portanto, são os maiores
empregadores de mão-de-obra nacional. Mostrou-se que o compliance trabalhista objetiva não
só a redução do número de reclamações trabalhista dentro da empresa, mas também prepará-la
para o crescimento sadio, com o passivo laboral pequeno ou inexistente e atenta ao ambiente
de trabalho saudável e mais produtivo, tudo isso em absoluta observâncias às leis e baseado nos
princípios da governança corporativa e, principalmente, na ética. O trabalho elenca as principais
medidas a serem observadas na implantação do compliance laboral nas micro e pequenas
empresas, como, por exemplo, a importância do comprometimento da alta gestão, a análise dos
riscos e a elaboração do regimento interno e do código de conduta. O método de procedimento
utilizado é o de pesquisas bibliográficas em sites, doutrina, jurisprudência e legislação. Já o
método de abordagem é dedutivo, ou seja, por intermédio de uma cadeia de raciocínio, de
análise do geral para o particular, e chega-se a uma conclusão particular. O artigo abordará o
conceito de compliance, sua aplicação na área trabalhista e, finalmente, demonstra de maneira
clara que tal ferramenta chegou para auxiliar na gestão empresarial, sendo de extrema
importância e utilidade para as micro e pequenas empresas.
1. Introdução
Ao notarem que o assunto/tema Compliance Trabalhista ainda é pouco conhecido nas pequenas
e médias empresas as autoras sentiram a necessidade de esclarecer que o compliance é para
todos. Quando muito, os gestores e administradores dessas empresas já ouviram falar sobre o
programa; no entanto, deduzem que o mesmo se destina tão somente às grandes organizações
pois imaginam ser complexo e oneroso.
1
Advogada inscrita na OAB/ES sob n. 17.596; Membro da Comissão Especial de Compliance da Seccional da OAB/ES;
Especialista em Direito do Trabalho pela Faculdade Cândido Mendes; Certificação Profissional em Compliance Anticorrupção
– CPC-A, pela LEC Board Certification.
2
Advogada inscrita na OAB/ES sob n. 23.108; Membro da Comissão Especial de Compliance da Seccional da OAB/ES;
Especialista em Direito do Trabalho e Processo do Trabalho pela Faculdade de Direito de Vitória (FDV); Consultora pela
FGV/M.Murad.
3
Disponível em: <http://www.agenciasebrae.com.br/asn/Indicadores/Novo%20MPE%20Indicadores%20-
%20%2001%2010%202019.pdf >. Acesso aos 21/04/2020.
1
normas internas e organização, tudo isso levando em consideração a legislação em vigor.
2. O que é compliance?
Antes de adentrarmos no tema propriamente dito do presente trabalho importa esclarecer o que
é compliance. O conceito vem do verbo em inglês “to comply”, que pode ser traduzido em
português como estar de acordo, em conformidade.
Compliance pode ser definido, em linhas gerais, como o instrumento por meio do qual é
promovido o alinhamento das ações dos integrantes da empresa com a legislação, controles
internos e externos, valores e princípios, e, especialmente, com as regulamentações específicas
do ramo de atuação do empreendimento.
A filosofia do compliance chegou no Brasil, inicialmente, por meio das instituições financeiras,
com a publicação da Lei n. 9.613/98 (Lei de prevenção à lavagem de dinheiro) e da Resolução
n. 2.554/98 (que veio trazendo a necessidade da implantação dos controles internos).
Mas foi com o advento da Lei n. 12.846/13 (Lei anticorrupção) que “estar em conformidade”
foi inserido de maneira definitiva no cenário das empresas brasileiras. Isso porque com a
legislação em referência (a) as empresas, tanto nacionais como estrangeiras, passaram a ser
responsáveis solidária e objetivamente pelos atos lesivos praticados pelos seus dirigentes,
administradores ou funcionários contra a administração pública, (b) os dirigentes,
administradores ou qualquer pessoa que participe do ato ilícito pode ser responsabilizada
individualmente, e, por fim (c) os dirigentes e os administradores podem ser responsabilizados
pelos atos ilícitos na medida da sua culpabilidade5.
Além disso, o Decreto 8.420/15 publicado para regulamentar a Lei 12.846/13, trouxe em seu
parágrafo §3º do artigo 426 a possibilidade da implementação do programa de integridade nas
pequenas empresas de maneira menos rigorosa e formal, justamente para que seja considerada
a realidade e o porte desse tipo de empreendimento, tornando possível que, ainda que pequena,
a empresa seja ética e busque o lucro de maneira socialmente econômica.
4
GIOVANINI, Wagner. Compliance: A excelência na prática. São Paulo: 2014. p. 20.
5
Tal responsabilidade será aplicada à luz do Código Penal.
6
Art. 42. Para fins do disposto no § 4º do art. 5º, o programa de integridade será avaliado, quanto a sua existência
e aplicação, de acordo com os seguintes parâmetros: (...)
§ 3º Na avaliação de microempresas e empresas de pequeno porte, serão reduzidas as formalidades dos parâmetros
previstos neste artigo, não se exigindo, especificamente, os incisos III, V, IX, X, XIII, XIV e XV do caput .
2
Nessa vereda, dúvidas não restam de que o Programa de Compliance definitivamente é uma
ferramenta à disposição das empresas de todos os portes, inclusive daquelas menores que
representam quase que a totalidade das pessoas jurídicas existentes no território brasileiro.
Não existe um modelo de Programa pronto, devendo ser elaborado um para cada negócio
levando em consideração suas peculiaridades, porte, número de empregados, dentre outros
inúmeros fatores. No entanto, alguns itens são indispensáveis quando da sua implementação,
tais como o primeiro e mais importante para que a cultura da integridade se torne parte do
negócio, que é comprometimento da alta gestão, além da elaboração do código de conduta/ética,
análise de riscos e elaboração de procedimentos para minimizá-los, regulamento interno e,
finalmente, os treinamentos e o monitoramento contínuo do programa.
O compliance trabalhista surge justamente para evitar que o negócio seja inviabilizado pelas
dívidas laborais, oferecendo ao empregador a possibilidade de ter em suas mãos um vasto
número de ferramentas capazes de proporcionar a criação de uma cultura ética e transparente
dentro da empresa, o treinamento de seus colaboradores, a aplicação de medidas disciplinares
quando cabível/necessário, a criação de um ambiente de trabalho atento às normas de segurança
e saúde do trabalhador, e a gestão de todos os riscos ocupacionais.
7
Disponível em: <
https://paineis.cnj.jus.br/QvAJAXZfc/opendoc.htm?document=qvw_l%2FPainelCNJ.qvw&host=QVS%40neodimio03&ano
nymous=true&sheet=shResumoDespFT >. Acesso aos 23/04/2020.
8
Dívidas oriundas de questões laborais descumpridas que se tornam passivo financeiro da pessoa jurídica.
3
Segundo leciona Selma Carloto9
Com efeito, além de estabelecer rotinas com vistas a prevenir erros, fraudes, multas e prejuízos,
a empresa que está “em compliance” tem a possibilidade de reduzir a judicialização das suas
questões laborais. Isso porque nas demandas levadas à apreciação do Judiciário Trabalhista é
fato notório que, pelo fato de realizarem, por meio de documentos, controles internos,
treinamentos e aplicação de penalidades de acordo com o regulamento interno elaborado à luz
da lei, as empresas que possuem compliance detém fartas provas a seu favor, o que proporciona
maior chance de êxito na demanda.
Vale salientar que a jurisprudência já vem citando o Programa de Compliance como norma
organizacional e proferindo julgamentos com fundamento nas suas ferramentas, como pode ser
observado por meio dos trechos, abaixo transcritos, do acórdão proferido pela 2ª Turma do
Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (São Paulo) no julgamento do processo n.
1000653-07.2019.5.02.0044, realizado aos 28/11/2019
Infere-se dos autos, ainda, que no Relatório De Compliance (ID d51656a) elaborado
pela reclamada para investigação a respeito do comportamento do reclamante, há
várias outras denúncias com relatos de assédio moral e sexual. Também há
reclamação com relato de procedimento e comportamento inadequado do autor, além
de diversas advertências quanto ao seu mau comportamento (grosseria com paciente,
atrasos injustificados, falta de ética e respeito com funcionário da farmácia do
hospital, dormir em local inadequado). (...)
O áudio do depoimento de Gilmone na apuração feita na compliance deixa bem claro
que a mesma não foi forçada a fazer a denúncia. Mas que a coordenadora Maria
Helena, a mesma do áudio acima referido, culpou a própria vítima do ocorrido com o
reclamante. Inclusive, Gilmone afirmou que Maria Helena não avisou ninguém sobre
estar gravando a reunião, e deixou bem claro que não se sentiu segura em contar a
verdade na frente do recorrente.(...)
Com relação a imediatidade, o fato ocorreu em 08/03/2019, a denúncia foi registrada
no setor de compliance da empresa em 18/03/2019 e a demissão se deu em
22/03/2019. Portanto, foi perfeitamente observada a imediatidade da punição. (...)
Diante do conjunto probatório produzido, entendo que ficou comprovado que o
autor cometeu falta grave de incontinência de conduta no local de trabalho, e,
por tal fundamento, deve ser mantida a justa causa que lhe foi aplicada na
dispensa. Grifos e destaques apostos
De ver está que atualmente, em um mundo cada vez mais globalizado e cujo mercado atua
quase como um agente fiscalizador, não é mais possível empreender visando apenas o lucro.
Limitar a atuação da empresa apenas com base em premissas limitadas e ultrapassadas equivale
a abreviar o seu tempo de vida e a sua permanência no mercado, de modo que é medida de
saúde e prosperidade organizacional a adoção das ferramentas do programa de integridade
trabalhista.
9
CARLOTO, Selma. Compliance Trabalhista. São Paulo: LTr, 2019. p. 20.
4
A cultura organizacional molda a gestão e o comportamento das pessoas na empresa, razão pela
qual a adoção de normas internas sobre comportamento no ambiente de trabalho (o que será
tolerado e o que não será), discriminação, assédio (moral e sexual), relações interpessoais, uso
de equipamentos de proteção individual (EPIs), aplicação de medidas disciplinares, dentre
inúmeros outros temas, proporciona um ambiente de trabalho saudável, transparente, mais
ético, e, especialmente, com uma boa imagem perante os próprios colaboradores, mercado e
terceiros.
Conforme relatado alhures, o Brasil possui um volume enorme de ações trabalhistas, ficando
cristalino, portanto, que o descumprimento das normas trabalhistas pode gerar um expressivo
passivo para aquelas empresas que não possuem o mínimo de planejamento das suas relações
de trabalho. Essa situação, impacta diretamente no clima organizacional da empresa e gera uma
queda na produtividade, e ainda, altos índices de absenteísmo e aumento da rotatividade, além
de problemas interpessoais, como por exemplo assédio moral, o que por corolário lógico vem
contribuindo para o encerramento de diversas empresas, especialmente as micro e pequenas.
Ora, não há como negar a relação simbiótica existente no binômio empregado e empregador, e,
assim sendo, sem empregados não há empresas, e o inverso também é verdadeiro. Em vista
disso, a implantação de boas práticas de governança corporativa e de compliance devem ser
vistas como uma meta empresarial, devendo ser eliminado o arquétipo empresarial do lucro a
qualquer custo, e sendo assim, a gestão estratégica de pessoas deve ser privilegiada. Sobre
gestão de pessoas, Maria Célia Pereira10 nos ensina
Peter Drucker o grande guru da administração, em artigo intitulado “Eles não são
empregados, são pessoas”, apontou as mudanças que ele considerava extremamente
nocivas às relações de trabalho. Primeiro, a existência de um número espantoso de
pessoas que trabalham para as empresas, mas não são mais empregadas dessas
organizações. Em segundo lugar, um número enorme de empresas que estão
terceirizado suas relações de trabalho. Essas empresas não administram mais seus
funcionários, o que, segundo ele, representa um enorme perigo para os negócios, pois
a força de trabalho baseada em conhecimento é muito diferente da que não o é. O
contingente que a compõe é muito menor que a força total de trabalho, mas são esses
trabalhadores que criam riquezas e empregos. Os trabalhadores do
conhecimento são fontes de vantagem competitiva. A sobrevivência da empresa
depende do desempenho e da produtividade dos trabalhadores do conhecimento.
(GN)
Nesse contexto, é possível diagnosticar que o compliance nas relações de trabalho transcende
os procedimentos formais, pois está intimamente ligada às pessoas que compõem a estrutura
organizacional empresarial. Diante disso, o compliance trabalhista não atua somente como uma
ferramenta de gestão dos riscos trabalhistas para redução do passivo judicial, como também,
converte o ambiente de trabalho em um universo mais sadio, e, consequentemente, mais
produtivo, logo, é sinônimo de investimento.
A intenção das autoras com este escrito não é o de exaurir todos os instrumentos atualmente
existentes para a implantação de um programa de integridade trabalhista (ou compliance
trabalhista), mas sim, apresentar os padrões mínimos que devem ser seguidos pelas micro e
pequenas empresas, para que elas consigam ter eficiência na sua implementação, e, assim,
observar os resultados positivos destas ações no seu negócio.
10
PEREIRA, Maria Célia Bastos. RH Essencial. São Paulo: Saraiva, 2014. p. 4
5
Diante disso, para que uma micro ou pequena empresa possa ter um resultado satisfatório na
instituição de um programa de conformidade trabalhista, sugerimos a adoção das seguintes
medidas:
O tone from the top, ou seja, o exemplo vem de cima, pode ser considerado o mais importante
pilar do programa de integridade trabalhista, e está intimamente ligado com os valores
empresariais e com a cultura organizacional da empresa e, segundo Maria Célia Pereira (2014)11
Ética e transparência devem fazer parte da cultura organizacional da empresa e devem ser
difundidas por aqueles que servem de exemplo para os demais empregados, ou seja, os sócios,
diretores e gestores.
De acordo com Wagner Giovanni (2014)12, a liderança é um fator crítico de sucesso, pois dela
depende o estabelecimento da direção a ser seguida e, mais do que isso, a conquista de adeptos
na busca de objetivos comuns.
(...)
• Atas de reuniões entre membros da alta direção e responsáveis pelas atividades
do programa de integridade;
• Atas de reuniões ou outros documentos que comprovem que houve aprovação
de estruturas, políticas ou procedimentos do programa de integridade pelos membros
da alta direção;
• Comprovação da participação de membros da alta direção nas atividades do
comitê de ética ou instância equivalente;
• Comunicações internas trocadas entre a alta direção e os responsáveis pelas
atividades do programa de integridade;
11
PEREIRA, Maria Célia Bastos. RH Essencial. São Paulo: Saraiva, 2014. p. 195
12
GIOVANNI, Wagner. Compliance: a excelência na prática. 1ª ed. São Paulo: 2014
13
Ministério da Transparência e Controladoria-Geral da União. Documento orientativo para preenchimento do
questionário de avaliação do Selo Pró Ética (Ano 2018/2019). Disponível em: < https://www.gov.br/cgu/pt-
br/assuntos/etica-e-integridade/empresa-pro-etica/arquivos/documentos-e-manuais/documento-orientativo-pro-etica-2018-
2019.pdf >. Acesso em: 29/04/2020. p. 6/7
6
• Assinaturas de membros da alta direção em relatórios de atividades do
programa de integridade;
• Documentos que comprovem a frequência das ações de supervisão do
programa pela alta direção.
• Documentos que comprovem a realização de treinamentos relacionados ao
programa de integridade para os membros da alta direção (listas de presença
acompanhadas do material, fotos, vídeos);
(...)
De mais a mais, para o compliance trabalhista, o papel dos líderes e gestores que estão abaixo
da alta administração são de extrema importância para a implantação de um programa de
compliance eficiente, já que são eles, que na sua grande maioria, possuem contato direto com
os empregados que atuam na operação. O chamado tone fom the midle14, contempla o gerente,
o supervisor ou outro profissional que atua no comando de equipes, cujos princípios e valores
devem estar alinhados com o da alta administração.
b) Análise de risco
Em apertada síntese, a matriz de risco avalia quais são as ameaças aos valores de uma
organização, sejam estes econômicos, reputacionais, legais ou operacionais, e para o
compliance trabalhista, o foco dessas ameaças é analisado dentro das relações de trabalho.
Na classificação de risco deverá ser avaliada a probabilidade do fato ocorrer, e o impacto que
ele trará ao negócio, podendo ser descrito como, por exemplo, em risco baixo, médio e alto.
7
considerada de médio risco.
Isto posto, é a partir da classificação dos riscos que o empresário identificará as lacunas
existentes dentro da sua estrutura organizacional, e quais precisam ser tratadas de imediato ante
a grande possibilidade de ocorrer, o alto impacto que trará ao negócio, e quais podem ser
trabalhadas paulatinamente com base em um plano de ação estruturado.
Antes de apresentar o que basicamente cada instrumento deve conter em seu bojo, é de suma
importância realizar a sua diferenciação, o que é feito com proficiência pelos juízes do trabalho
Fabrício Lima e Iuri Pinheiro em sua obra Manual de Compliance Trabalhista18,
Conforme dispõe o art. 444 da CLT19, as relações contratuais de trabalho podem ser objeto de
livre estipulação, e, portanto, integram ao contrato de trabalho para todos os fins de direito,
sendo esse o caso do regulamento interno, que, por óbvio, não pode conflitar com as leis
justrabalhistas, tampouco com as normas coletivas, que deverão ser observadas em sua
construção. Além disso, é imperioso que esse regramento não possuam regras arbitrárias ou
abusivas, mas regras que ajudem a prevenir ilícitos e ao mesmo tempo que tragam à
organização, disciplina e ética para dentro da empresa20.
está inserido. Ainda utilizando como exemplo a pandemia do coronavírus, as empresas que fabricam álcool em gel cresceram
nesse período, ao invés de ter um impacto negativo.
18
PINHEIRO, Iuri. SILVA, Fabrício Lima. Manual de Compliance Trabalhista: teoria e prática. Salvador: Editora
JusPodivm, 2020. p. 88/89
19
Art. 444 - As relações contratuais de trabalho podem ser objeto de livre estipulação das partes interessadas em tudo quanto
não contravenha às disposições de proteção ao trabalho, aos contratos coletivos que lhes sejam aplicáveis e às decisões das
autoridades competentes.
Parágrafo único. A livre estipulação a que se refere o caput deste artigo aplica-se às hipóteses previstas no art. 611-A desta
Consolidação, com a mesma eficácia legal e preponderância sobre os instrumentos coletivos, no caso de empregado portador
de diploma de nível superior e que perceba salário mensal igual ou superior a duas vezes o limite máximo dos benefícios do
Regime Geral de Previdência Social. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
20
CARLOTO, Selma. Compliance Trabalhista. São Paulo: LTr, 2019. p. 50.
8
Conforme pontuado acima, o código de conduta é um conjunto de normas derivadas da missão,
visão, princípios e valores da empresa, e que devem funcionar como um guia para a atuação de
forma ética e transparente, não somente nas relações de emprego, mas também na relação com
terceiros, fornecedores, clientes, órgão públicos, e todos aqueles os quais a organização tiver
relacionamento.
De acordo com Lélio Lauretti e Adriana Solé21, o Código de Conduta deve conter: a) princípio
ético; b) conceituação; c) normas de fazer (“devemos”); d) normas de não fazer (“não
devemos”).
Mário Sérgio Cortella22 apresenta uma perspectiva sobre ética que pode ser utilizada em todo
código de conduta:
Ética é o conjunto de valores e princípios que usamos para responder a três grandes
questões da vida: (1) quero?; (2) devo?; (3) posso?
Nem tudo que eu quero eu posso; nem tudo que eu posso eu devo; e nem tudo que eu
devo eu quero. Você tem paz de espírito quando aquilo que você quer é ao mesmo
tempo o que você pode e o que você deve. (GN)
Por isso, essas 3 perguntas são extremamente valiosas para auxiliar o empregado e demais
atores envolvidos na companhia a estabelecer se a forma como estão agindo está em
consonância com as normas éticas da empresa.
Importante salientar, mais uma vez que, não existe um modelo pré-estabelecido para o
programa de integridade trabalhista, tampouco para o código de conduta. É fundamental ter
consciência de que todos os instrumentos criados dentro do programa de integridade devem ser
modulados de forma única e personalizada para cada negócio. Ainda assim, é salutar que o
código de conduta englobe algumas questões básicas, que de acordo com a Cartilha Integridade
para pequenos negócios do SEBRAE23, deve ao menos conter:
21
LAURETTI, Lélio. SOLÉ, Adriana de Andrade. Código de Conduta: evolução, essência e elaboração – a ponte entre a
ética e a organização. Belo Horizonte: Fórum, 2019. p. 119
22
CORTELLA, Mário Sérgio. Disponível em: <https://www.pensador.com/frase/MTI0ODIxMA/>. Acesso em> 30/04/2020
23
SEBRAE. Integridade para pequenos negócios: construa o país que desejamos a partir da sua empresa. Disponível em: <
https://m.sebrae.com.br/Sebrae/Portal%20Sebrae/Anexos/Integridade%20para%20pequenos%20neg%C3%B3cios.pdf>
Acesso em: 29/04/2020. p. 37/38
9
Quanto mais o código de ética refletir a realidade do seu negócio, mas chance de
êxito o programa de integridade terá! (grifos e destaques apostos)
d) Comunicação e treinamento
Não basta apenas criar instrumentos como regulamento interno e código de conduta, sem que
aqueles para os quais esses recursos são dirigidos tenham a consciência da sua importância para
a organização, e mais, que o cumprimento destes são obrigatórios.
Não obstante, os treinamentos de gestores e colaboradores sobe as condutas que devem ser
evitadas para que não ocorram práticas discriminatórias e de assédio moral e sexual são
fundamentais, sendo que o micro e pequeno empresário pode utilizar inclusive cartilhas que são
disponibilizas no site do Tribunal Superior do Trabalho24, inexistindo, portanto, custo para a
criação de material, sendo esse, um facilitador na disseminação boas práticas para um ambiente
de trabalho agradável e saudável.
Sob o viés de gestão de pessoas, cuja análise é indispensável dentro do compliance trabalhista,
além do treinamento sobre o programa de integridade em si, é muito importante que o
empregador crie políticas de qualificação interno de seus subordinados. Ocorre que, é muito
comum ouvir relatos de empresários apreensivos em promover a capacitação de seus
colaboradores, com o receio de que eles utilizem essa qualificação para buscar emprego em
outro empresa, ou ainda, que o empregado venha a pedir aumento salarial em detrimento da
melhora na sua qualificação. Esse é um paradigma que precisa ser desmistificado, e Roberto
Madruga apresenta 20 benefícios que a capacitação traz para as empresas:
24
Disponível em: <https://www.tst.jus.br/documents/10157/55951/Cartilha+ass%C3%A9dio+moral/573490e3-a2dd-a598-
d2a7-6d492e4b2457>. Acesso em: 29/04/2020
10
11. Aumenta as condições para a empresa se diferenciar no mercado;
12. Aumenta a taxa de fidelização dos clientes;
13. Aumenta o tempo de permanência dos funcionários na empresa;
14. Diminui o risco de litígio com clientes;
15. Promove o surgimento de talentos;
16. Cria a cultura de investimento em pessoas;
17. Proporciona ambiente de inovação;
18. Desperta a colaboração para a redução de desperdícios;
19. Eleva o padrão de qualidade dos produtos e serviços;
20. Promove a profissionalização da organização. (GN)
Isto posto, como medida preventiva para a retenção do colaborador o qual se está investindo, é
possível realizar um aditamento ao contrato de trabalho, para a inclusão de uma cláusula de
permanência, sob pena de pagamento de multa, sendo este procedimento amplamente aceito
pelos tribunais trabalhistas, desde que, a cláusula não seja abusiva, e respeite a
proporcionalidade e razoabilidade. Nessa conjuntura, o Tribunal Regional da 12ª Região
decidiu:
BOLSA DE ESTUDO. AJUDA DE CUSTO FORNECIDA PELO EMPREGADOR.
NECESSIDADE DE PERMANECER DO EMPREGO. DESCONTOS NAS
VERBAS RESCISÓRIAS. VALIDADE. A empresa que aposta e investe no
empregado que demonstra interesse pelo crescimento e capacitação profissional, a fim
de aprimorar a prestação de serviços, tem como direito cobrar do empregado que seu
investimento reverta no trabalho por ele desenvolvido. Nesse passo, condicionar o
custeio dos cursos de especialização à permanência no emprego está sob o manto
da razoabilidade e do caráter sinalagmático do contrato de trabalho. Assim,
entendo que a cláusula de restituição prevista no termo de compromisso firmado
entre as partes se insere no exercício legítimo do poder potestativo do
empregador, não se configurando como alteração lesiva do contrato de trabalho.
(TRT-12 - RO: 00030164320125120046 SC 0003016-43.2012.5.12.0046, Relator:
JOSE ERNESTO MANZI, SECRETARIA DA 3A TURMA, Data de Publicação:
19/08/2014) (GN)
Não obstante, políticas internas de aplicação de feedbacks também trazem resultados positivos
para a relação de trabalho, e, de acordo com os ensinamentos de Maria Célia Pereira25
Se porventura a aplicação do feedback não for suficiente, o empregador poderá adotar medidas
mais enérgicas, como advertência e suspensão. Para a aplicação destas, devem sempre ser
observadas a imediatidade na aplicação da medida e a proporcionalidade ao ato praticado pelo
25
PEREIRA, Maria Célia Bastos. RH Essencial. São Paulo: Saraiva, 2014. p. 235
11
empregado.
Nas palavras de Selma Carloto27, a denúncia poderá ser anônima, mas deverá possuir
elementos para a apuração e verificação dos fatos. Deverão existir mecanismos de proteção
que impeçam qualquer espécie de retaliação à pessoa que utilize o canal de denúncia.
Culturalmente no Brasil existe uma resistência à adesão do canal de denúncia, seja por receio
de retaliações ou por medo do denunciante ser chamado de dedo duro (muito conhecido pela
gíria “X9”), e, por isso, as empresas vem adotando outras nomenclaturas, como por exemplo o
Grupo Votorantim, que tem a chamada “Linha Ética29”.
De mais a mais, para que se tenha efetividade na apuração do fato denunciado, Wagner
Giovani30 sugere que a denúncia responda aos seguintes questionamentos:
• Como você tomou conhecimento do fato? Você viu? Ouviu? Alguém lhe
falou?
• Qual é o caso a ser relatado?
• Onde ocorreu?
• Quando ocorreu?
• Ele continua ocorrendo?
• Quem são as pessoas envolvidas?
• Quem cometeu o desvio?
• Existem outras empresas envolvidas ou relacionadas com o caso?
26
LEC: Legal, Ethic and Compliance. [Infográfico] Canal de denúncias: estatísticas das operações da ICTS em 10 anos.
Disponível em: < https://lec.com.br/blog/infografico-canal-de-denuncias-estatisticas-das-operacoes-da-icts-em-10-anos/>.
Acesso em: 29/04/2020
27
CARLOTO, Selma. Compliance Trabalhista. São Paulo: LTr, 2019. p. 38.
28
SEBRAE. Integridade para pequenos negócios: construa o país que desejamos a partir da sua empresa. Disponível em: <
https://m.sebrae.com.br/Sebrae/Portal%20Sebrae/Anexos/Integridade%20para%20pequenos%20neg%C3%B3cios.pdf>
Acesso em: 29/04/2020. p. 59
29
Disponível em: < http://www.votorantimcimentos.com/pt-BR/company/paginas/compliance-and-code-of-conduct.aspx>.
Acesso em: 30/04/2020
30
GIOVANINI, Wagner. Compliance: A excelência na prática. São Paulo: 2014. p. 247.
12
• Quem mais sabe? Os colegas estão envolvidos, o chefe sabe, os subordinados
sabem?
• Quem são as potenciais testemunhas, para ajudarem com mais informações?
• Que tipo de evidência existe? Se não existe, há alguma de como e onde
obterem?
• Você estaria disposto a conversar com os investigadores, no intuito de
esclarecer eventuais dúvidas e contribuir com a investigação?
Com as perguntas acima, é possível criar um formulário que pode ser respondido, por exemplo,
no site da empresa, ou ainda, em formulário de papel para ser respondido e depositado em uma
urna, podendo servir até mesmo como um roteiro de atendimento para o canal de denúncia
através do telefone.
Ademais, deve ser criada uma política que preveja quem será o responsável pela análise e
investigação da denúncia, devendo ficar expresso ainda, que não deve existir qualquer
perseguição/retaliação em face daquele que fez denúncia.
Para que o controle na organização seja eficaz, alguns critérios devem ser atendidos,
tais como:
• Monitorar as atividades de forma correta
• Realizar o controle no momento adequado
• Ter custos menores que o objetivo monitorado
• Ser claro e objetivo
• Ser aceito pelos colaboradores
• Ser visto como uma ferramenta de aprendizado.
Para o compliance na área trabalhista, existem alguns instrumentos que podem ser utilizados
para auxiliar a empresa no monitoramento. São eles:
31
ASSI, Marcos. Gestão de riscos com controles internos: ferramentas, certificações e métodos para garantir a eficiência
nos negócios. São Paulo: Saint Paul Editora, 2012. p. 41
32
Figura 1 – Como calcular a taxa de turnover.
Fonte: https://www.empreendedorcurioso.com/planilha-indicadores-de-rh-em-excel/turnover-rotatividade-de-pessoal-
empresa/
33
Figura 2 - Como calcular a taxa de absenteísmo
13
A legislação trabalhista é extremamente complexa e comporta não somente a Constituição
Federal, leis, medidas provisórias e decretos, como também faz parte do conjunto normativo
laboral as normas coletivas, e estas, por inteligência do §3º, do art. 614 da CLT34 tem prazo de
validade de no máximo de 2 anos. Contudo, é corriqueiro as entidades sindicais, quando da
instrumentalização das normas coletivas estabelecerem um prazo de validade de no máximo 1
ano, justamente para coincidir com a data base da categoria.
Noutro giro, é público e notório que as relações de trabalho tem sido alvo de constantes
modificações legislativas, logo, o programa de integridade trabalhista deve acompanhar todas
elas.
Por isso, faz-se mister a revisão periódica do programa de integridade de trabalhista, pelo menos
anualmente.
g) Auditoria trabalhista
Apesar de não haver consenso com a afirmação a seguir, ousamos em dizer que a auditoria
trabalhista pode ser utilizada como uma ferramenta para auxiliar o empregador na construção
da matriz de risco trabalhista. Isso porque, a auditoria trabalhista analisa de forma imparcial os
documentos e processos atinentes à formalização da contratação do empregado, sobre o
pagamento de salário e remuneração, férias, 13º salário, jornada, questões atinentes à saúde e
segurança do trabalhador, eventuais alterações contratuais ocorridas durante o vínculo de
emprego, quanto ao processo demissional, e tudo aquilo que estiver relacionado ao contrato de
trabalho.
Fonte: https://www.empreendedorcurioso.com/planilha-indicadores-de-rh-em-excel/o-que-e-absenteismo-no-trabalho/
Figura 3 - Como calcular o impacto do absenteísmo na empresa
Fonte: https://www.empreendedorcurioso.com/planilha-indicadores-de-rh-em-excel/o-que-e-absenteismo-no-trabalho/
34
Art. 614 - Os Sindicatos convenentes ou as empresas acordantes promoverão, conjunta ou separadamente, dentro de 8 (oito)
dias da assinatura da Convenção ou Acordo, o depósito de uma via do mesmo, para fins de registro e arquivo, no Departamento
Nacional do Trabalho, em se tratando de instrumento de caráter nacional ou interestadual, ou nos órgãos regionais do Ministério
do Trabalho e Previdência Social, nos demais casos. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)
(...)
§ 3o Não será permitido estipular duração de convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho superior a dois anos, sendo
vedada a ultratividade.
35
PINHEIRO, Iuri. SILVA, Fabrício Lima. Manual de Compliance Trabalhista: teoria e prática. Salvador: Editora
JusPodivm, 2020. p. 98
14
O procedimento de auditoria resulta na publicação de um relatório em que serão
apontadas as não conformidades, as possíveis penalidades e soluções.
A principal diferença entre auditoria trabalhista e compliance diz respeito ao fato de
que a auditoria verifica o efetivo cumprimento de obrigações anteriores à sua
realização e, por sua vez, os programas de compliance têm por objetivo analisar os
riscos de descumprimento da legislação e objetiva implementar mecanismos de
controle e prevenção da prática de atos em desconformidade com a legislação,
regulamentos e boas práticas.
36
Listas de controle
37
Disponível em: <https://portaldeauditoria.com.br/conteudos-exclusivos-auditoria/>. Acesso em: 29/04/2020
38
Conheça o seu empregado.
15
com a vaga oferecida, e, ainda, que ele possua valores e objetivos congruentes com o da
empresa. Essa diligência empresarial durante o recrutamento e seleção, impacta diretamente
nos índices de turnover39, e tende a reduzi-lo, contribuindo, inclusive, para a manutenção de
um clima organizacional sadio.
Por isso, para adotar a presente medida, o empregador deverá colher o consentimento expresso
do candidato, o que poderá ser feito em um termo próprio para esse fim ou na própria ficha de
inscrição da vaga.
Fica claro, nesse cenário, que o compliance trabalhista se inicia com o processo de recrutamento
e seleção, e não com o processo de contratação do empregado.
Com esta prática do conheça seu cliente o compliance trabalhista busca a adoção de
políticas que busquem diligências e apurações dobre o cliente, mesmo antes de
contratá-lo, a fim de evitar futuros passivos trabalhistas.
(...)
Isso porque passou-se a ter que analisar o risco de desvirtuamento da terceirização diante da
demonstração inequívoca dos requisitos para o reconhecimento de vínculo de emprego,
conforme estabelece o art. 3º da CLT41, ante o surgimento do fenômeno da pejotização.
39
Rotatividade.
40
CARLOTO, Selma. Compliance Trabalhista. São Paulo: LTr, 2019. p. 57/58
41
Art. 3º - Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a empregador, sob a
dependência deste e mediante salário.
Parágrafo único - Não haverá distinções relativas à espécie de emprego e à condição de trabalhador, nem entre o trabalho
intelectual, técnico e manual.
16
Em que pese haver vedação expressa nos arts. 5-C e 5-C da Lei 13.467/201742 durante um
período de 18 meses para a contratação de ex-empregados na qualidade de sócios de empresa
prestadora de serviço, ou como empregado de uma empresa prestadora de serviço, na prática,
muitos micro e pequenos empresários, viram como solução para a redução dos seus custos
mensais, a contratação de ex-empregados como pessoas jurídicas.
Os reflexos da pejotização já vem sendo sentido nos tribunais laborais, e, segundo o Ranking
dos Assuntos mais Recorrentes na Justiça do Trabalho44 apresentado pelo TST, as ações que
possuem como tema “Tomador de Serviços/Terceirização” e “Reconhecimento de Relação de
Emprego” totalizaram 259.730 (duzentos e cinquenta e nove mil e setecentos e trinta)
reclamações trabalhistas ajuizadas nos tribunais trabalhistas.
5. Considerações finais
O número de pequenas e médias empresas que ainda não se atentaram para esse novo cenário
é alarmante, e a tendência será a morte daquelas que não buscarem a adequação à nova
realidade, ou seja, a conhecerem e observarem a legislação e pautarem a sua conduta na ética,
e na transparência, basicamente. E uma das razões desse tipo de empreendimento sucumbir é a
falta de conhecimento de que o compliance, inclusive o trabalhista, é para todos os tipos de
negócios.
42
Art. 5º-C. Não pode figurar como contratada, nos termos do art. 4º-A desta Lei, a pessoa jurídica cujos titulares ou sócios
tenham, nos últimos dezoito meses, prestado serviços à contratante na qualidade de empregado ou trabalhador sem vínculo
empregatício, exceto se os referidos titulares ou sócios forem aposentados.
“Art. 5º-D. O empregado que for demitido não poderá prestar serviços para esta mesma empresa na qualidade de empregado
de empresa prestadora de serviços antes do decurso de prazo de dezoito meses, contados a partir da demissão do empregado.”
43
Art. 9º - Serão nulos de pleno direito os atos praticados com o objetivo de desvirtuar, impedir ou fraudar a aplicação dos
preceitos contidos na presente Consolidação.
44
Tribunal Superior do Trabalho. Ranking dos Assuntos mais Recorrentes na Justiça do Trabalho ano 2019. Disponível
em: < http://www.tst.jus.br/documents/18640430/81161de4-d870-0b65-1021-c0c251e5986b>. Acesso em: 30/04/2020. p. 3/4
17
conhecimento do programa e ele passe a fazer parte da cultura organizacional; implantação de
canal de denúncias e investigação interna para que o colaborador tenha voz e suas denúncias
sejam apuradas; a realização de controle interno e monitoramento do programa para que ele
acompanhe a evolução do empreendimento e da legislação; realização de auditoria trabalhista
objetivando apurar eventuais equívocos e as correções necessárias; realização de due diligence
de terceiros e terceirização para apurar quem são os parceiros da empresa e para evitar a
terceirização ilícita.
Como se não bastasse, como consequência lógica da conduta do empregador vem a satisfação
do colaborador, fazendo com que ele se sinta seguro e valorizado, já que sente a experiência de
fazer parte de uma empresa séria, responsável, comprometida e atenta ao ambiente de trabalho
saudável e ético. Tudo isso conduz a uma maior produtividade, eleva os índices de satisfação
da equipe, reduz a judicialização e, por fim, reflete uma imagem extremamente positiva, séria
e ética da empresa perante terceiros, investidores, consumidores e o mercado como um todo.
REFERÊNCIAS
18
PEREIRA, Maria Célia Bastos. RH Essencial. São Paulo: Saraiva, 2014.
______________. Integridade para pequenos negócios: construa o país que desejamos a partir
da sua empresa. SEBRAE, 2017. Disponível em: <
https://m.sebrae.com.br/Sebrae/Portal%20Sebrae/Anexos/Integridade%20para%20pequenos
%20neg%C3%B3cios.pdf> Acesso em: 29/04/2020.
19
______________. Cartilha de Prevenção ao Assédio Moral. Tribunal Superior Do Trabalho.
Disponível em:
<https://www.tst.jus.br/documents/10157/55951/Cartilha+ass%C3%A9dio+moral/573490e3-
a2dd-a598-d2a7-6d492e4b2457>. Acesso em: 29/04/2020
____________. Lei nº 9.613/ 1998. Dispõe sobre os crimes de "lavagem" ou ocultação de bens,
direitos e valores; a prevenção da utilização do sistema financeiro para os ilícitos previstos nesta
Lei; cria o Conselho de Controle de Atividades Financeiras - COAF, e dá outras providências.
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9613compilado.htm>. Acesso
em: 29/04/2020
____________. Lei 13.467/2017. Altera a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada
pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, e as Leis n º 6.019, de 3 de janeiro de 1974,
8.036, de 11 de maio de 1990, e 8.212, de 24 de julho de 1991, a fim de adequar a legislação às
novas relações de trabalho. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-
2018/2017/lei/l13467.htm.> Acesso em: 29/04/2020
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