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Segurança do Trabalho

Plano Nacional de Saúde e Segurança do


Trabalho
O Plano Nacional de Saúde e Segurança do Trabalho estabelece a Política
Nacional de Saúde e Segurança do Trabalho (PNSST) e os seus objetivos.

A história da política no Brasil envolvendo saúde e segurança no trabalho (SST)


começa em 1981, por ocasião da Convenção da Organização Internacional do
Trabalho (OIT) n.º 155, aprovada pelo Congresso Nacional em 1992 e incluída no
ordenamento jurídico do país em 1994. Ela estabelece que todo Estado-membro
deve formular, implementar e rever periodicamente uma política de segurança.

Porém, somente em 7 de novembro de 2011, pelo Decreto n.º 7.602, foi criada a
PNSST. Ela apresenta uma série de diretrizes a serem seguidas. Veremos a seguir
quais são elas e como implementá-las nas empresas.

1ª diretriz

Inclusão de todos os trabalhadores brasileiros no sistema nacional de promoção e proteção da


saúde

Para atingir o objetivo de incluir todos os trabalhadores brasileiros no sistema


nacional de promoção e proteção de SST, sugerem-se quatro estratégias de trabalho.
A primeira é criar e aprovar dispositivos legais que adotem princípios comuns de
SST. Como o nosso objetivo é demonstrar de forma prática a implantação das ações
sugeridas pela PNSST, podemos dizer que o atendimento a essa estratégia ocorre no
momento em que a empresa elabora a sua política de SST, implementando-a a partir
de um documento escrito e formalizado pela alta administração. Também é preciso
torná-la disponível para todas as pessoas envolvidas direta ou indiretamente com as
atividades da empresa.

Outra estratégia é a participação dos trabalhadores nas decisões e nas ações


que envolvem a sua saúde e a sua segurança. É muito importante para os resultados
das empresas que os trabalhadores participem ativamente dando ideias e
implantando ações, mesmo que sejam muito simples. Assim, a conscientização das
pessoas será maior, porque, de alguma maneira, elas se sentirão donas das ideias e
trabalharão firmemente no sentido de alcançar os objetivos da área.

Uma outra estratégia é levar para as pequenas empresas a ideia de um


ambiente salubre e confortável para garantir segurança e saúde. Na prática, essa
estratégia é desenvolvida pela CIPA (Comissão Interna para a Prevenção de
Acidentes) e por consultorias e profissionais contratados pela empresa para
desenvolver atividades em SST.

2ª diretriz

Harmonização da legislação e articulação das ações de promoção, proteção, prevenção,


assistência, reabilitação e reparação da saúde do trabalhador.

Dentro de uma empresa, a principal estratégia para harmonizar a legislação é


acompanhar a evolução e as mudanças em todas as leis, normas de SST pertinentes
ao negócio e ao segmento da empresa.

Quando a empresa tiver a intenção de seguir um mínimo de ações na área, ela


deve estar atenta à legislação e segui-la. Assim, evitará passivos trabalhistas e perda
de tempo e de energia para justificar o que é injustificável.
Para o trabalho de um profissional de SST, essa atividade deve ser organizada e
bem-elaborada. Ele deve conseguir acessar rápida e eficientemente as legislações
pertinentes para a empresa, passar informações ao empregador e sugerir ações.

3ª diretriz

Adoção de medidas especiais para atividades laborais de alto risco

Ela estabelece a necessidade de implantar ações para prevenir acidentes e


doenças do trabalho em atividades de alto risco.

As estratégias a serem tomadas nesse sentido passam por estudar a


legislação referente a atividades de alto risco, buscar fatos e experiências sobre os
assuntos tratados, priorizar ações para essas atividades, estabelecer recursos
humanos e financeiros e estabelecer (por meio de estudos e da documentação
existente) quais são as atividades consideradas de alto risco para a SST.

Na prática, o profissional de SST faz um diagnóstico utilizando toda a


documentação da empresa que fundamente o estabelecimento das operações mais
perigosas e críticas aos olhos da saúde e da segurança. Posteriormente, ele verifica
a legislação que se aplica a essas atividades e sugere ações e melhorias a serem
colocadas em prática, sempre analisando a viabilidade financeira e considerando o
custo/benefício das decisões tomadas para melhorar o ambiente de trabalho e
reduzir a ocorrência de acidentes e doenças do trabalho.

4ª diretriz

Estruturação de rede integrada de informações em saúde do trabalhador

Esta diretriz foi implantada com a esperança de promover a troca de


informações entre as empresas de todos os segmentos do país.
Sabemos que a troca de informações e de experiências entre os profissionais
da área e de empresas gera grande aprendizado. A estratégia principal para atingir
esse objetivo é o compartilhamento, estabelecendo formas de coleta de dados e de
acesso a todas as informações importantes.

Um técnico em segurança do trabalho de SESMT (Serviço Especializado Em


Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho) precisa ter uma rede de contatos
com profissionais de SST visando a essa troca de dados entre as empresas. Ele pode
participar de grupos de estudo da legislação, grupos de empresas do mesmo
segmento industrial e de órgãos sindicais dos trabalhadores e da classe patronal.

5ª diretriz

Promoção da implantação de sistemas e programas de gestão de segurança e


saúde nos locais de trabalho

Esta diretriz da PNSST incentiva as empresas a implementarem um sistema de


gestão em SST. A principal estratégia para atingi-lo é o estabelecimento de
indicadores de SST e, posteriormente, a implantação de ações operacionais visando
a atingi-los eficientemente.

Na prática, para o técnico em segurança do trabalho, isso significa estabelecer


e implantar um sistema de gestão em SST seguindo todos os passos estabelecidos
e necessários no sentido de alcançar os resultados esperados.

Existem diferentes sistemas de gestão: há aqueles para fins de certificação e


outros que podem ser utilizados. Entretanto, todos são suficientes como programa
de gestão. A empresa pode escolher o que julgar mais adequado para os seus
propósitos dentro do seu segmento de trabalho.
Caso o mercado exija, é preciso que se tenha um sistema certificado e
reconhecido internacionalmente pela eficiência. A empresa também pode criar o seu
sistema de gestão, desde que tenha bases sólidas no levantamento de dados e na
implantação das ações, de forma a ser facilmente gerenciado e capaz de alcançar
resultados satisfatórios.

6ª diretriz

Reestruturação da formação em saúde do trabalhador e em segurança do


trabalho e estímulo à capacitação e à educação continuada dos trabalhadores

É possível entender a sua grande importância devido ao objetivo que permite


alcançar dentro de um sistema de gestão em SST.

A estratégia principal é capacitar toda a força de trabalho da empresa para os


assuntos a que as pessoas estão intimamente ligadas na execução das suas
atividades. Para o técnico em segurança do trabalho, trata-se de uma atividade
relativamente fácil, pois é umas de suas principais responsabilidades.

O melhor a se fazer é criar um plano de treinamento anual para todas as


funções existentes na empresa, visando à conscientização do papel de todos frente
à prevenção de acidentes e doenças do trabalho.

7ª diretriz

Promoção de uma agenda integrada de estudos e pesquisas em SST

Esta diretriz visa a promover a realização de pesquisas e de estudos sobre a


área visando à evolução e à melhoria contínua dos programas de SST. A principal
estratégia é firmar parcerias com organismos de estudo e financeiros, tanto
nacionais quanto internacionais.
Para o técnico em segurança do trabalho, podemos sugerir parcerias com
instituições de ensino e de consultoria da área. Isso possibilita a atualização quanto
a informações, ações e equipamentos de SST. É muito importante que o profissional
esteja atento à evolução tecnológica e documental.

O futuro das empresas e dos profissionais da área da segurança no trabalho é


trilhar o caminho da gestão. É notório que, em empresas com um sistema de gestão
em SST, seja ele qual for, os resultados são alcançados conforme um planejamento
prévio para essa implantação.

A PNSST é uma forma de o governo tentar conscientizar as empresas da


necessidade de implantação de ações de prevenção e de controle de riscos nos
locais de trabalho, visando à redução de acidentes e de doenças do trabalho, bem
como das suas consequências, que são severas para a população trabalhadora.

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