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Faculdade de Engenharia
Positivismo Filosófico
Faculdade de Engenharia
Licenciatura em Direito
I Ano – II Semestre
Laboral
II - GRUPO DE TRABALHOS
Positivismo Filosófico
Discentes:
Anderson Neto;
Argentina da Graça;
Silávia Fulede.
Clarivio Fulede;
Muhamed Laher;
Lourenço Júnior;
Lúcio Ernesto.
CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO....................................................................................................... 1
1. Introdução .................................................................................................................................... 1
1. Conclusão .................................................................................................................................. 12
1. Introdução
O trabalho contém três capítulos, sendo o primeiro introdutório trata da apresentação geral
do trabalho destacando os seus objectivos e metodologia. O segundo capítulo faz a revisão
bibliográfica trazendo o desenvolvimento do trabalho e o último capítulo é voltado à conclusão,
trazendo necessariamente os resultados obtidos na pesquisa.
1.2. Objectivos
POSETIVISMO FILOSÓFICO
Segundo Bezerra (2014), "Positivismo filosófico é uma corrente filosófica que surgiu na
França no início do século XIX. Ela defende a ideia de que o conhecimento científico seria a
única forma de conhecimento verdadeiro. A partir desse saber, pode-se explicar coisas práticas
como das leis da física, das relações sociais e da ética." (p. 76)
De acordo com os positivistas somente pode-se afirmar que uma teoria é correta se ela foi
comprovada através de métodos científicos válidos. Os positivistas não consideram os
conhecimentos adquiridos através de crenças religiosas, superstição ou qualquer outro, do campo
espiritual, intuitivo ou transcendente, que não possa ser comprovado cientificamente. Para eles, o
progresso da humanidade depende exclusivamente dos avanços científicos.
Para Comte, o positivismo é uma doutrina filosófica, sociológica e política. Surgiu como
desenvolvimento sociológico do iluminismo, das crises social e moral do fim da Idade Média e
do nascimento da sociedade industrial, processos que tiveram como grande marco a Revolução
Francesa (1789-1799). Em linhas gerais, ele propõe à existência humana valores completamente
humanos, afastando radicalmente a teologia e a metafísica (embora incorporando-as em uma
filosofia da história).
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2. Características do Positivismo filosófico
Para August Comte uma verdadeira ciência deveria analisar todos os fenómenos, mesmos os
humanos, como se fossem jatos. Assim, a filosofia de Comte (Positivismo filosófico) está
baseado na certeza de que a ciência é o único conhecimento, a única moral e a única religião
possível, explicitada em suas teses fundamentais, (Zillles, 1987, p.133):
Essas teses sintetizam os fundamentos do Positivismo que estão explicitados na lei dos três
estados no Discurso sobre o Espírito Positivo. Nessa obra Comte aponta as principais
características que diferenciam o positivismo das demais filosofias:
I - Realidade: significa que o Positivismo filosófico baseia-se na pesquisa de fatos concretos,
acessíveis à nossa inteligência, deixando de lado a preocupação com mistérios impenetráveis
referentes às causas primeiras e últimas dos seres.
II - Utilidade: significa que o Positivismo filosófico busca conhecimentos destinados ao
aperfeiçoamento individual e colectivo do homem, desprezando as especulações ociosas, vazias e
estéreis.
III - Certeza: significa que o Positivismo filosófico baseia-se na obtenção de conhecimentos
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capazes de estabelecer a harmonia lógica na mente do próprio indivíduo e a comunhão em toda a
espécie humana, abandonando as dúvidas indefinidas e os intermináveis debates metafísicos.
IV - Precisão: significa que o Positivismo filosófico visa o estabelecimento de conhecimentos
que se opõem ao vago, baseados em enunciados rigorosos, sem ambiguidades.
V - Organização: significa que o Positivismo filosófico tem tendência a organizar, construir
metodicamente, sistematizar o conhecimento humano.
VI - Relatividade: significa que o Positivismo filosófico busca a aceitação de conhecimentos
científicos relativos. Senão fossem relativos, não poderia ser admitida a continuidade de novas
pesquisas, capazes de trazer teorias com teses opostas ao conhecimento estabelecido. Assim, a
ciência positiva é relativa porque admite o aperfeiçoamento e a ampliação dos conhecimentos
humanos.
Por outro lado Silva (1982) "são apontadas igualmente como características do Positivismo
filosófico, a doutrina filosófica, doutrina sociológica, doutrina política, desenvolvimento das
ciências e das técnicas, e religião positiva.
Doutrina filosófica: o positivismo teve sua inspiração nos ideais pregados pelo
Iluminismo e pelos filósofos que seguiam essa corrente, que defende que o conhecimento
deve estar ao alcance de todas as pessoas e necessita ser universalmente incentivado.
Somente a educação é capaz de favorecer a liberdade e a emancipação do homem, e o
progresso da humanidade encontra-se atrelado ao desenvolvimento intelectual.
Doutrina sociológica: a Sociologia surge com o intuito de se estudar e entender o
funcionamento da sociedade de uma maneira ordenada e rigorosa. O desenvolvimento
moral do homem está relacionado ao desenvolvimento da ciência, e o homem pode e deve
agir de uma determinada maneira que leve a humanidade ao progresso.
Doutrina política: a política também está directamente relacionada ao desenvolvimento
social da humanidade. A disciplina e ordem sociais pautadas no individual e no colectivo
são necessárias ao progresso e sua articulação ao trabalho científico e tecnológico é capaz
de levar a humanidade ao seu estado máximo de evolução.
Desenvolvimento das ciências e das técnicas: Comte é perspicaz ao afirmar que o
avanço científico é parte determinante do desenvolvimento da humanidade, mas para
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garantir o progresso da sociedade, o avanço científico deve estar conjugado ao
desenvolvimento tecnológico.
Religião positiva: a religião tradicional, baseada na divindade, deve ceder seu lugar a
uma religião positiva, cuja forma de conhecimento respalde-se no cientificismo, na
observação rigorosa e metódica. Para a religião positiva, não há justificativas
sobrenaturais ou divinas para os acontecimentos do mundo. As respostas encontram-se na
própria natureza, e cabe ao homem, por meio de seu empenho racional, a descoberta da
razão de todas as coisas. A ciência seria o Deus da religião positiva.
4. Direito positivo
Surge também como outra forma de fundamentar a natureza do direito, o direito positivo
sustenta que as leis feitas pelos homens são obrigatórias e válidas, sem considerar o seu conteúdo
moral. Segundo Alonso (2002) o Positivismo Jurídico deve muito da construção de seus
principais postulados a Hobbes, que teve influências indeléveis nas obras de Bentham, Austin,
Kelsen e Schmitt e afirma que sem dúvida, a maior contribuição da Sociologia para o Direito foi
o Positivismo. Nas palavras de seu fundador, Auguste Comte, o Positivismo era a forma superior
e final de uma concepção histórica do devir humano, cuja evolução deixara para trás a Teologia e
a Metafísica (Discurso Sobre o Espírito Positivo).
Assim, o Direito positivo consiste no conjunto de todas as regras e leis que regem a vida
social e as instituições de determinado local e durante certo período de tempo. Para os positivistas,
a lei é um produto do Direito que age como um mecanismo de organização social, firmada a
partir de um "Contrato Social". O direito positivo é aquele estabelecedor de acções que, antes de
serem reguladas, podem ser cumpridas indiferentemente de um modo ou outro, mas, uma vez
reguladas pela lei, importa que sejam desempenhadas do modo prescrito por ela.
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O direito positivo equivale ao direito objectivo, ou seja, quando se faz referência ao
conjunto de normas jurídicas que regem o comportamento humano num determinado tempo e
espaço está se falando em direito positivo e objectivo, sendo este aquele feito pelos homens e
escrito em forma de lei diferente do direito natural que deriva da própria natureza humana e é
universal.
De acordo com Richard Hilbert (1992), Talcott Parsons formaliza o problema da ordem
como a relação problemática entre a ordem factual e a ordem normativa. A ordem factual ou
direito como regularidade factual é a ordem empírica observável na realidade e que exige
explicação. É ela que dá origem ao “quebra-cabeça” intelectual conhecido como “problema da
ordem”. É o fenómeno objetivo da regularidade dos assuntos humanos, é uma ordem
comportamental. A ordem factual é também estrutural na medida em que é observável
independentemente de suas manifestações individuais e das ideias dos agentes sobre o seu
próprio comportamento. A ordem factual é a própria sociedade. Seu oposto é o caos e o
comportamento aleatório. Já que a ordem factual não pode ser negada, pois tem existência
objectiva, é preciso explicá-la. Estabelece-se assim o problema da ordem.
A ordem normativa, por sua vez, se refere ao ponto de vista do autor e contém elementos de
subjectividade e de agência activa. Em Parsons, de acordo com Hilbert (1992), a ordem
normativa é um sistema composto por normas, valores, papéis e status ao qual o actor adere. A
ordem normativa é moral dado que os atores se submetem a ela de forma subjectivamente
profunda. A ordem normativa é, também, prescritiva. Os atores, na medida em que se submetem,
seguem as prescrições, o que, no final das contas, resulta em comportamento objectivo. Em larga
escala o resultado é a ordem factual, ou seja, a sociedade.
Hans Kelsen define o direito como um conjunto de regras que possui o tipo de unidade que
entendemos por sistema. Neste sentido o Direito é definido como conjunto de comandos
disciplina do a vida externa e relacional dos homens, bilaterais, imperativo, atributiva, dotada de
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coercibilidade, que tem o sentido de realizar os valores de justiça e bem comum em uma
sociedade organizada.
A teoria de Austin não preconiza a sujeição do governo à lei. Trata-se de uma teoria sobre a
autorização do governo de usar a lei como um instrumento de poder. Tal visão, nas suas linhas
gerais, é essencialmente coerente, e deve ser entendida no contexto inglês dos séculos XVIII e
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XIX. É importante considerar que Austin elaborou uma teoria do direito analítica e autónoma de
forma bastante detalhada e precisa, o que permitiu uma ampliação da compreensão do fenómeno
jurídico e a formulação de críticas racionais às suas ideias.
De Hermann Cohen, o mais conhecido dos neokantianos da Escola de Marburgo, pode ser
dito que, preocupado em resolver a equação fundamental entre ciências naturais e ciências do
espírito, preceitua que, ao Direito, entre as ciências do espírito, corresponde o papel da
Matemática, nas ciências naturais, uma vez que a Matemática é a ciência dos puros pressupostos
a priori. (Pedro, 2015, p. 43)
Isso foi possível, pela leitura dos conceitos de vontade, de ação e de indivíduo como meras
categorias normativas (desprovidas de conteúdo) da Ciência do Direito e da Teoria do Estado. O
sujeito ético, que em Kant expressava a noção da existência individual, surge na Ciência do
Direito, de Cohen, como um sujeito jurídico, concebido como ponto de imputação, ou seja, como
sentido de um dever-se. Antes que causal, normativo. Explicando pela letra de Miguel Reale, o
que Cohen intenta “é descobrir os conceitos originários, as formas lógicas puras, as quais não
representam uma síntese dos dados do real, mas esquemas ordenativos a priori do que é posto
pelo espírito”.
O Direito, para o neokantismo de Marburgo, é um processo puro que, por seu carácter
formal, não padece do condicionamento de nenhuma contingência. Reside acima do ser, como
forma ordenadora e incondicionada. De tal arte que, os neokantianos convergem na possibilidade
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de construir, via metodologia kantiana, uma ciência jurídica segundo baldrames peculiares às
ciências da natureza, uma espécie de gramática do espírito centrada na norma: uma Ciência do
Direito conforme os moldes da razão pura. Nessa concepção, o conhecimento constitui e produz
seu próprio objecto, amarrando sua etiologia lógica a um princípio. É o conhecimento puro, autor
de si mesmo, alheio aos dados sensíveis.
A teoria pura do direito é uma teoria do direito positivo. Do direito positivo enquanto tal,
não de uma ordem jurídica específica. Ela é uma teoria geral do direito, não interpretação de
determinadas normas jurídicas nacionais ou internacionais. Como teoria, ela pretende tão
somente conhecer seu objecto. Ela procura responder à pergunta sobre o que é e como é o direito,
mas não à pergunta sobre como ele deve ser ou como ele deve ser feito. Ela é ciência do direito,
não política jurídica. (Alfredo, 2012, p. 135)
Quando ela se denomina uma teoria “pura” do direito, ela o faz tanto por querer assegurar
um conhecimento dirigido apenas ao direito quanto por querer excluir desse conhecimento
aqueles determinados objectos que não pertencem precisamente ao direito. Isso significa que ela
pretende libertar a ciência do direito de todos elementos a ela estranhos. Esse é seu princípio
metodológico fundamental. (Alfredo, 2012, p. 135)
A teoria kelseniana pressupõe uma identidade entre o direito e as normas jurídicas. Assim, o
objecto de estudo da ciência jurídica seriam as normas jurídicas. As condutas humanas, por sua
vez, só seriam objecto de estudo desta ciência na medida em que constituíssem o conteúdo das
normas jurídicas. Na Teoria Pura do Direito, o estudo do direito divide-se, basicamente, em dois
grandes ramos:
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Teoria dinâmica do direito: concentra-se sobre as normas em vigor que regulamentam o
processo jurídico em que o direito é produzido e aplicado e estuda o fundamento de
validade da ordem normativa e a estrutura escalonada da ordem jurídica(as relações
hierárquicas entre as normas).
Essas normas têm uma dupla face: trata-se das normas existentes, reconhecidas e praticadas
faticamente, mas, que suscitam, ao mesmo tempo, uma pretensão de validade que ultrapassa a
facticidade e que podem servir como âncora para confrontação crítica de uma ordem normativa
existente com sua própria pretensão. Nesse sentido, as ordens normativas são “ordens
de justificação”, que sempre se encontram entre passado, presente e futuro.
Dessa forma, a colisão entre idealidade e facticidade se mostra como impulso essencial para
a transformação de ordens normativas hoje existentes, para a condenação ou reabilitação de
ordens passadas e para a formação de novas ordens normativas. Por fim, mas não menos
importante, uma ordem normativa se forma por meio de “narrativas de justificação”, ou seja, por
padrões de legitimação fortemente sedimentados situados em seu tempo e contexto, por
legitimações fáticas e por tradições normativas, que são reproduzidas reiteradamente em histórias,
imagens e em padrões narrativos, a fim de justificar relações políticas e sociais.
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A dialéctica tem sua origem na Grécia antiga e significa o "caminho entre as ideias".
Consiste em um método de busca pelo conhecimento baseado na arte do diálogo. É desenvolvida
a partir de ideias e conceitos distintos e que tendem a convergir para um conhecimento seguro. A
partir do diálogo, distintos modos de pensamento são evocados e surgem as contradições. A
dialéctica eleva o espírito crítico e autocrítico, compreendido como o cerne da atitude filosófica,
o questionamento. (Pedro, 2015)
A origem da dialéctica é uma questão em disputa entre dois filósofos gregos. Por um lado,
Zenão de Eleia (c. 490-430 a.C.) e, de outro, Sócrates (469-399 a.C.) tem atribuídos a si, a
fundação do método dialéctico. Mas, sem dúvida, foi Sócrates quem tornou célebre o método
desenvolvido na filosofia antiga, que influenciou todo o desenvolvimento do pensamento
ocidental. Para ele, o método do diálogo era a forma pela qual a filosofia se desenvolvia,
construía conceitos e definia a essência das coisas.
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CAPÍTULO III: CONCLUSÃO
1. Conclusão
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2. Referências bibliográficas
Doutrina:
Guimaraes, A., & Coelho, D. (2001). Positivisno Filosófico e Direito Positivo (2 ed.). Porto,
Portugal: Porto editora.
Hilbert, A. (1992). Direito Positivo - Direito como oredem normativa (5 ed.). Rio de Janeiro,
Brasil: Malheiros.
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