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DISCENTES:
Abia Joao Luis
Baptista Bernardo Santos
Berta Castro Paulino
Dulana Carlos António DOCENTE
Efrai Abu Pires Jone Tomas Sofrino
Esperança Ana Verniz
Jacinta Rui Pita
Jorge Isler Viano
Lucia Ziua Eusebio
Sarita Ernesto Verniz
TURMA: TMG 2
DATA DE ENTREGUE:
16/05/2023
INDICE
Conteúdo Pagina
Introdução...........................................................................................................01
Componentes do sistema de vigilância epidemiológica......................................02
Vigilância nutricional..........................................................................................03
Vigilância de epidemias, notificação de epidemias........................................04,07
Vigilancia epidemiológica no pais..................................................................07,11
Vigilância de outras doenças do Sistema Nacional de Saúde........................11,14
Conclusão.............................................................................................................15
Bibliografia..........................................................................................................16
INTRODUCAO
Notificação de Epidemias
A notificação de epidemias no país segue um padrão único, variando de doença para
doença a periodicidade e o modelo de formulários utilizados. De modo geral para que
uma epidemia seja notificada devem ser observados os seguintes passos:
1. Suspeita – que pode ser feita pelos clínicos ou membros da comunidade perante
observação de tendência de aumento ou aparecimento de doença rara. Exemplo:
aumento de casos de diarreia na comunidade, com vários internamentos faz-nos
pensar num surto de doenças diarreicas (será Cólera? Será disenteria? Será outra
diarreia infecciosa?)
2. Confirmação – que é feita através da revisão da definição de caso com
posterior confirmação laboratorial, se necessário e possível. Por exemplo: revê-
se a definição de cólera, disenteria, e colhe-se amostras de fezes para saber que
agente infeccioso está envolvido. No caso de cólera, confirma-se a presença do
vibrião colérico.
3. Análise – que consiste basicamente na procura de respostas às perguntas: quem?
Onde? E quando? De modo a permitir um maior controle através de busca
activa. É também nesta fase que se tenta caracterizar a epidemia em termos de
fonte de infecção, formas de transmissão e curso.
4. Busca activa – que consiste na procura de prováveis contactos e outros casos
que possam estar escondidos dentro da comunidade, de modo a garantir que não
haja difusão da epidemia.
O passo a seguir, caso se confirme, é a notificação que pode ser por preenchimento de
formulários apropriados, via de rádio, telefónica, Fax ou correio electrónico.
As seguintes doenças causam epidemias no nosso país: malária, doenças diarreicas
(incluindo a cólera e disenteria), meningite, sarampo e paralisia flácida
aguda/poliomielite.
Todas devem ser notificadas semanalmente através do BES, mas para alguns casos há
mais particularidades, que são tratadas quando se trata de cada doença, exemplo cólera.
Malária
É definido como caso suspeito de malária e notificado como tal, qualquer pessoa com
febre, cefaleias, dor no corpo, arrepios de frio, tremores e por vezes vómitos e deve-se,
sempre que possível, confirmar laboratorialmente a existência do parasita da malária.
Todo o síndroma febril tratado com anti-malárico deve ser notificado como caso de
malária.
A malária é uma doença cuja notificação é feita semanalmente através do Boletim
Epidemiológico semanal (BES). Esta notificação é efectuada em todas as unidades
sanitárias de forma passiva.
Os casos de malária internados (geralmente nas enfermarias de pediatria e medicina) são
notificados mensalmente ao nível dos Hospitais Rurais e nos Centros de Saúde. Os
Hospitais Provinciais também devem reportar os casos internados de malária de forma
independente ao programa da vigilância epidemiológica e ao da Malária ao nível da
Província e deste para o Programa Nacional de Controlo da malária no MISAU. Os
casos de malária vistos nas consultas médicas e de triagem e nos serviços de urgência
são reportados no BES.
Doenças Diarreicas
São incluídas neste ponto a diarreia propriamente dita, a cólera e a disenteria.
As diarreias devem ser distinguidas por faixa etária: os casos e óbitos dos 0-4 anos, ou
seja, o grupo etário de maior incidência de diarreias da infância, dos 5-14 anos, que
inclui a idade escolar e os maiores de 15 anos, durante o registo para facilitar a detecção
de surtos, pois um aumento súbito de casos nos grupos etários dos adultos é uma
situação que leva a suspeitar a existência de epidemias.
a) Diarreia
É definida como a eliminação de fezes mais líquidas que o normal e com uma
frequência superior a 3 vezes por dia. Na prática, são notificados como diarreia todos os
casos de diarreia mencionados pelo paciente (ou pela mãe, no caso duma criança). São
doenças de notificação semanal através do BES, em todas unidades sanitárias e de
forma passiva.
b) Cólera
É definido como suspeito qualquer paciente com idade igual ou superior a 2 anos, com
início súbito de diarreia aguda, dor abdominal, fezes líquidas profusas (tipo água de
arroz e por vezes com cheiro a peixe), ocasionalmente com vómitos e desidratação
rápida. Qualquer óbito por diarreia com as características acima mencionadas deve
levantar a suspeita de cólera.
Deve ser notificada, em todas unidades sanitárias, caso haja confirmação laboratorial da
existência do vibrião numa amostra de fezes de um doente suspeito com diarreia.A
notificação passa a ser diária (pela via rápida), e posteriormente no BES.
Notas:
. A detecção de um caso com confirmação laboratorial em determinada zona leva-a a ser
considerada afectada.
. Em caso de epidemia: caso suspeito – fezes líquidas profusas, com ou sem vómitos em
qualquer paciente com idade igual ou superior a 2 anos, e este deve ser notificado.
. A morte pode ocorrer em poucas horas.
Disenteria
É definida como diarreia aquosa com sangue visível nas fezes. A sua notificação é
semanal através do BES, sendo efectuada em todas as unidades sanitárias.
Meningite
Neste ponto devem ser incluídas a meningite meningocóciga e outras formas de
meningite.
Meningite meningocócica
É definida como qualquer pessoa com início súbito de febre (>38,5ºC rectal ou 38ºC
axilar) e um dos seguintes sinais: rigidez da nuca, alteração da consciência, ou outro
qualquer sinal meníngeo. Sempre que houver suspeita de meningite deve ser feita uma
punção lombar e se o LCR (líquido cefalo-raquidiano) for purulento devem ser
considerados todos os casos como meningite meningocócica. A notificação é semanal
através do BES e em caso de epidemias, é diária pela via rápida.
Meningite tuberculosa
Síndroma meníngeo com suspeita clínica de TB ou com comprovação bacteriológica. É
de notificação semanal, porém as unidades sanitárias de nível superior a 1 (Hospitais
rurais, distritais, provinciais e centrais) o fazem mensalmente.
Outras formas de meningite
A definição de caso inclui todas as síndromes meníngeas (febre alta, cefaleias, vómitos
e rigidez da nuca) com meningite bacteriana ou sem (neste caso com meningite viral)
LCR purulento ou bioquímica do LCR modificada, e que não são considerados como
meningocócicos.
Nota: nos hospitais de 3º e 4ºníveis (Hospitais Provinciais e Centrais) a doença deve ser
notificada através dos boletins epidemiológicos dos postos sentinela (BE-OS).
Sarampo
É definido como qualquer indivíduo, em especial crianças, que apresente febre e
erupção (exantema) maculo-papular (não vesicular), com tosse, coriza (corrimento
nasal) ou conjuntivite (vermelhidão nos olhos). A presença de manchas de Koplik é um
sinal chave de sarampo.
O sarampo deve ser notificado semanalmente através do BES, e distinguindo-se os
grupos etários dos 0 aos 9 meses (sarampo pré-vacinal), dentro do grupo alvo de
vacinação (9 a 23 meses) e de 24 meses e mais.
No grupo alvo (9 a 23 meses) é necessário registar se a criança foi ou não vacinada. Se
o estado vacinal da criança for desconhecido, ela deve ser considerada como não
vacinada.
Todo caso de exantema febril deve ser notificado como sarampo e posterior colheita de
amostra de sangue para a sua confirmação laboratorial.
Paralisia Flácida Aguda (PFA)
Deve ser considerado todo doente com idade inferior a 15 anos que apresente uma
paralisia flácida aguda de um ou mais membros. Independentemente da causa suspeita,
deve-se sempre colher duas amostras de fezes para confirmação ou exclusão
laboratorial. Esta colheita de amostras de fezes deve ser efectuada dentro dos primeiros
15 dias. A sua notificação é semanal, através do BES.
Poliomielite (pólio)
É definido como pólio todo o caso de PFA que apresente pelo menos uma das seguintes
características:
- Sequelas físicas aos 60 dias de vida;
- Vírus da Pólio isolado nas fezes;
- Óbito, sobretudo se tiver ocorrido nos primeiros 10 dias após o início da paralisia ou
se a criança tiver tido deficiência respiratória;
- Quando há perda de seguimento de um caso de PFA.
Nota: a confirmação de um caso significa presença de epidemia, e sua notificação neste
caso, passa a ser diária, pela via rápida. Faz parte das doenças em eliminação no país.
A vigilância epidemiológica é feita em 9 fases que vão desde a recolha de
informação até à análise e devolução dos resultados às fontes (retro-informação).