Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Medronho
Mariana Prado do Nascimento – 07/05/2023
Introdução:
- Vigilância epidemiológica é o processo sistemático e contínuo de
coleta, análise, interpretação e disseminação de informação com a
finalidade de recomendar e adotar medidas de prevenção e controle
de problemas de saúde.
- Originalmente o foco foi em doenças infecciosas, hoje é de modo
mais abrangente e incluiu problemas de saúde como doenças
crônicas-degenerativas, acidentes, violências, fatores de risco e
riscos ambientais.
Histórico
- Início no século XIV- na primeira quarentena pela epidemia de
peste bubônica.
- No final do século XIX e início do século XX, com as teorias de
microbiologia, passou-se a vigiar contactantes de pessoas
acometidas pelas doenças.
- A notificação compulsória de doenças infecciosas começou na Itália
em 1881. Em 1901, todos os EUA eram obrigados a notificar casos de
varíola, tuberculose e cólera.
- Significado original de vigilância epidemiológica era vigiar doentes
e promover isolamento. A partir do século XX é que surge uma
concepção mais ampla, como acompanhamento de eventos adversos
da saúde. Foco mudou do indivíduo para a doença na população.
- Termo vigilância epidemiológico usado oficialmente a partir de
1965 para a Unidade de Vigilância Epidemiológica da Divisão de
Doenças Transmissíveis da Organização Mundial da Saúde.
Definição:
- Brasil – lei 8.080 que institui o SUS em 1990- define como –
conjunto de ações que proporciona o conhecimento, a detecção ou a
prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e
condicionantes de saúde individual ou coletiva, com a finalidade de
recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle de doenças
ou agravos.
- “informação para a ação” – frase que resume
- Descentralização do SUS permite enfatizar as práticas locais- Hoje
se prioriza sistemas municipais e autonomia técnico-gerencial para
enfocar os problemas de saúde
- Palavra epidemiologia envolve pesquisa, por isso transcende o
sentido de vigilância, é mais usado o hoje – vigilância em saúde
pública.
Objetivos:
- Identificar e descrever o comportamento epidemiológico de
doenças (tendências, grupos e fatores de risco)
- Detecção de epidemias e descrever seu processo de disseminação
Relembrando que endemia – aquela que ocorre no ano em
determinado país e tem volume esperado de óbitos e de casos
Epidemia – aumento repentino de uma doença
por semanas ou meses (Gripe 2022, Febre amarela 2018)
Pandemia – Epidemia disseminada por vários
países simultaneamente (Covid-19 -2020, Gripe -2009)
- Avaliar a magnitude de morbidade (Taxa de portadores de uma
doença) e mortalidade
- Recomendar a adoção oportuna de medidas para prevenir ou
controlar agravo à saúde
- Avaliar o impacto de medidas de intervenção
- Avaliar adequação de estratégias utilizadas para aplicação de
medidas de prevenção e controle
Atividades:
- Coleta, processamento, análise e interpretação de dados
- Investigação epidemiológica
- Recomendação, implementação e avaliação de ações de controle
- Retroalimentação e divulgação de informações
Coleta de dados:
Problemas gerais – possibilidade de duplicação de registros e
validade dos critérios de diagnóstico
Notificação:
- Comunicação da ocorrência da doença ou de agravo ou de surto
feita para a autoridade sanitária por profissionais de saúde ou
qualquer cidadão para fins de intervenção
- No Brasil desde 1969 – registro sistemáticos de doenças de
notificação compulsória (ou seja, obrigatória)
- Segundo o artigo 5º da portaria nº 5:
1- Responsabilidade de notificação não é só do médico, mas de todo
os profissionais de saúde
2- Notificação tanto de suspeitas quanto de casos confirmados
3 – Não cumprimento pode implicar sanções legais
- Apesar de ser obrigatória, nem todos os profissionais de saúde o
fazem, o que ressalta a importância de o sistema de vigilância
demonstrar suas utilidades a eles, divulgando investigações se
resultados de interrupção de surto e de novos casos e das
universidades acrescentarem o tema em seu currículo.
Investigação epidemiológica
- Trabalho de campo realizado a partir de casos notificados e seus
contatos, que objetiva estabelecer ou confirmar diagnóstico,
identificar a fonte de infecção e o modo de transmissão, identificar
grupos expostos a maior risco e buscar casos secundários, esclarecer
as circunstâncias que propiciaram a ocorrência, investigar fatores
de risco e determinar as principais características epidemiológicas
Laboratórios:
- Poderia haver uma fonte de dados ampliada a partir da organização
de um sistema integrado de vigilância laboratorial envolvendo
Lacens (laboratórios centrais de saúde pública no estado),
hemocentros, laboratórios públicos e privados.
Imprensa e a população
- Primeira indicação da ocorrência de agravos inusitados.
Estudos epidemiológicos
- Fornecimento de informações complementares a partir de estudos
seccionais (inquérito populacional ou levantamento
epidemiológico), estudos caso-controle (surtos), estudos de
seguimento (doenças agudas com período de latência curto –
intervalo de tempo entre o momento da infecção inicial até o estágio
de infecção corporal completa).
Sistemas sentinela
- Focalizam apenas um subconjunto de dados, obtendo informações
mais detalhadas e válidas.
Avaliação do sistema
- Utilidade – alcance de objetivos
- Oportunidade – agilidade em respostas a curto prazo
- Aceitabilidade – disposição dos profissionais de saúde
participarem
- Simplicidade – funcionar de forma fácil
- Flexibilidade – adaptação a novas doenças
- Representatividade – cobrir todos os subgrupos populacionais
- Sensibilidade – detectar todos os casos da doença
- Especificidade – descartar os não-casos
- Valor preditivo positivo (VPP) – proporção dos casos identificados
pelo sistema que de fato o são
Níveis de prevenção:
Primeiro nível: Promoção da saúde.
Engloba as ações destinadas a manter o bem-estar, sem visar
nenhuma doença em particular. Promover um estado nutricional
adequado é uma medida de promoção da saúde, assim como prover
condições apropriadas de emprego, habitação e lazer. No mesmo
caso, enquadram-se as providências orientadas para satisfazer às
necessidades básicas da criança, com vistas ao pleno
desenvolvimento de sua personalidade.
Segundo nível: Proteção específica.
Inclui medidas para impedir o aparecimento de uma determinada
afecção, em particular, ou de um grupo de doenças afins. Ex:
Vacinação, com que se procura elevar a resistência específica do
organismo contra uma dada doença e a proteção contra riscos
ocupacionais.
Terceiro nível: Diagnóstico e tratamento precoce
Trata-se de identificar o processo patológico no seu início, antes do
aparecimento de sintomas. São exemplos a pesquisa do bacilo da
tuberculose no escarro e os exames seletivos, dirigidos a subgrupos
da população nos quais há maior probabilidade do aparecimento do
dano que se busca. Identificada a alteração, nos seus primórdios o
tratamento imediato tem maio chance de debelar rapidamente o
processo.
Quarto Nível: Limitação do Dano.
Consiste em identificar a doença, limitar a extensão das respectivas
lesões e retardar o aparecimento de complicações, se não for possível
evita-las por completo. Em relação à fase anterior, trata-se apenas
reconhecimento mais tardio do agravo à saúde. A afecção já
ultrapassou o limiar clinico, havendo, portanto, sinais e sintomas
denunciadores de sua presença.
Quinto Nível: Reabilitação.
Tem por objetivo desenvolver o potencial residual do organismo
após haver sido afetado pela doença, de modo a contribuir para que
o indivíduo leve uma vida útil e produtiva. É, mais do que outro, um
trabalho de equipe destinado a promover suporte físico, mental e
social, que favoreça a reintegração da pessoa na família, no trabalho
e na sociedade