Você está na página 1de 12

Resumo – Epidemiologia – Medronho – Capítulos 2 (introdução)

+ Bonita – Capítulo 2 (Medindo saúde e doença)


Mariana Prado do Nascimento – 09/05/2023

Medronho - Capítulo 2 – Medidas de Frequência de doença

Introdução
- Quantificar ou medir a frequência com que ocorrem problemas de saúde é o foco
da epidemiologia.
- Dois conceitos fundamentais: prevalência e incidência, inclusive para fatores
determinantes de saúde como tabagismo e sedentarismo.
- A prevalência demonstra o número de casos da doença em determinado
tempo
- A incidência demonstra a frequência com que novos casos surgem em
determinado tempo, medidas como mortalidade, sobrevida e letalidade.

Incidência
- É uma medida dinâmica que afere no mínimo em dois momentos as medidas de
adoecimento, expressando mudanças no estado de saúde.
- Obtidas em estudos longitudinais – estudos de corte e de intervenção
- É possível ter erro na classificação do doente e nas estimativas de frequência
- Incidência é o primeiro caso de doença infecciosa ou início de doença crônica
- Incidência total se refere ao tanto de vezes que a pessoa teve a mesma doença
- O momento de ocorrência da doença é denominado tempo zero – T0, mas pode ser
o dia da infecção por agente etiológico, data de início do estudo ou início de
tratamento
- Estimativa de incidência de várias maneiras, a mais comum é o número de casos =
incidência – I
- Comparações e investigações de causa e efeito são feitas com frequências relativas
como taxa de incidência e incidência acumulada, ambas são a quantificação do
conceito de risco
- Risco é a probabilidade de o indivíduo adoecer em determinado tempo
Bonita – Capítulo 2 – Medindo saúde e doença

Incidência e prevalência
- Incidência – número de casos novos em um certo período em uma população
específica
- Prevalência – Número de casos novos e velhos encontrados em uma população em
determinado tempo específico
- A relação entre incidência e prevalência varia entre as doenças, por exemplo
resfriado comum tem alta incidência e baixa prevalência, entretanto o diabetes é o
contrário possui, baixa incidência e alta prevalência, ocorre menos frequentemente,
mas por um longo período de tempo.

- Basicamente é a contagem de casos em uma população em risco, quando em


epidemias, a contagem é sem especificar esse subgrupo para nortear a magnitude do
problema.
- Taxa de ataque = número de pessoas afetadas dividido pelo número de pessoas
expostas. Obtida por exemplo no caso de epidemia, num curto tempo.
- Taxas= divisão do número de casos pelo número de pessoas em risco, sendo
expressa em 10n pessoas. Considerando como doença: doença em sentido amplo,
doença clínica, alteração bioquímica e psicológica, acidente e doenças mental.
Taxa de prevalência:
- A população total da área estudada é utilizada como uma aproximação
- A taxa de prevalência é frequentemente expressa como casos por 100% ou por mil
pessoas. Se o dado for coletado para um ponto específico de tempo, P é a taxa de
prevalência pontual.
- Os principais valores que determinam a taxa de prevalência são:
- Severidade
- Duração
- Número de novos casos

- Uma vez que a prevalência pode ser determinada por muitos fatores não
relacionados à causa da doença, estudos de prevalência, em geral não proporcionam
fortes evidências de causalidade
- Medidas de prevalência são úteis na avaliação de necessidades em saúde (curativas
ou preventivas) e no planejamento dos serviços de saúde, útil para condições cujo
início é insidioso, gradual, como o diabetes ou artrite reumatoide.

Taxa de incidência:
- Velocidade com que novos eventos ocorrem em uma determinada população, leva
em conta o período de tempo em que os indivíduos estão livres da doença, ou seja,
em risco de desenvolvê-la.
- Taxa de incidência-pessoa-tempo em risco = foi proposta por Last, para cada ano
de observação, e até que a pessoa desenvolva a doença ou seja perdida do
acompanhamento, cada pessoa da população em estudo contribui com uma pessoa-
ano ou dia, semana, mês no denominador
- Numerador – primeira manifestação da doença
-Tempo em risco- tempo que a pessoa permaneceu livre da doença
- Densidade de incidência – denominador é a soma de todos os períodos livres de
doença para todos participantes do estudo – é aproximado a partir da população
média ao longo do estudo pelo tempo de acompanhamento.

Cálculo = {número de casos de AVC/ [(número de pessoas/ano de observação) /


1.000]} x 100 = densidade de incidência de AVC
Ex: {70/ [395.594/1000]} x 100 = 17,7

Taxa de incidência cumulativa ou risco

- Número de casos por mil pessoas


- Pode ter qualquer duração, mas dura vários anos ou a vida toda o que garante o
conceito como “risco de morte”

Letalidade
- Proporção de mortes dentre aqueles doentes por uma causa específica em certo
tempo.

Interrelações entre diferentes medidas

Utilização da informação disponível para medir saúde e doença


Mortalidade
Limitações dos atestados de óbitos
- Entretanto, em muitos países, as estatísticas básicas de mortalidade não estão
disponíveis, em geral pela falta de recursos para estabelecer um sistema rotineiro de
registro vital. O fornecimento de informações acuradas sobre a causa mortis é
prioritário para os serviços de saúde

Limitações do sistema de registros vitais


- Os dados sobre mortalidade da OMS incluem somente um terço dos óbitos entre
adultos em todo o mundo, sendo estes oriundos principalmente dos países
industrializados.

Autópsia verbal:
- Método indireto para determinar a causa do óbito a partir de relato de familiares
de sinais, sintomas e circunstâncias que precederam a morte.

Estimativas comparáveis
- Erros podem acontecer:
- Diagnóstico
- Atestado de óbito incorreto ou incompleto
- Uso inadequado de CID
- Os segmentos mais pobres da população podem não estar sendo cobertos.
- Os óbitos podem não ser relatados por questões culturais ou religiosas
Taxas de mortalidade
- Não se deve usar para comparar diferentes tempos ou áreas
- Desvantagem é o fato de não levar em conta outros fatores

Específica por idade:


- Por idade, sexo, raça, ocupação, localização geográfica ou por causas específicas de
morte

Mortalidade proporcional
- Total de óbitos por uma determinada causa dividido pelo total de óbitos por todas
as causas no mesmo período, expresso por 100% ou 1000%.
- Não expressa o risco de a população contrair ou morrer de uma doença

Coeficiente de mortalidade infantil


- Indicador do nível de saúde de uma comunidade
- O número de óbitos no primeiro ano de vida dividido pelos nascidos vivos

Taxa de mortalidade para menores de 5 anos:


- Indicador básico de saúde
- Óbitos ocorridos entre crianças com idades entre 1 e 4 anos – causa comum:
acidente, desnutrição e doença infecciosa – probabilidade (a cada 1000 nascidos
vivos) de uma criança morrer antes de completar 5 anos
Taxa de mortalidade materna
- Risco de morte materna em decorrências de complicações durante a gestação,
parto e puerpério.
- Geralmente negligenciada, pois é difícil de calcular.
- Taxa MM país rico = 3/100000, Taxa MM país pobre = 1.500/100000
Taxa de mortalidade entre adultos
- Probabilidade de morrer entre as idades de 15 e 60 anos para cada 1000 pessoas.
- Forma de avaliar diferenças no nível de saúde entre os países na faixa etária de
maior atividade econômica – PEA – população economicamente ativa
- Probabilidade de homem morrer é maior do que mulheres na maioria dos países

Expectativa de vida
- Indicador de saúde de uma população
- Número médio de anos que se espera viver, mantendo taxas de morbimortalidade.
Morbidade
- Mudanças na taxa de mortalidade pode ter relação com o padrão de morbidade ou
de letalidade.
- Fontes de dados de morbidade:
- Admissões e altas hospitalares
- Consultas ambulatoriais e de atenção primária
- Serviços de especialistas
- Registro de doenças
- Entretanto muitos desses dados são sigilosos, por isso são realizados questionários
e métodos especiais de rastreamento.

Incapacidade
CIFIS – classificação internacional de funcionalidade, incapacidade e saúde
Parâmetros-chave:
- Limitação - perda ou anormalidade de estrutura ou função psicológica, fisiológica
ou anatômica
- Incapacidade - restrição ou falta de habilidade para desenvolver uma atividade
- Deficiência – desvantagem resultante de limitação ou incapacidade que impede
uma vida normal
Determinantes, indicadores de saúde e fatores de risco
- Determinantes de saúde – Fatores sociais, econômicos, culturais e ambientais são
responsáveis pela manutenção da saúde ou instalação da doença
- Indicadores de saúde – variável que reflete o estado de saúde das pessoas de uma
comunidade. Exemplo IDH.
- Fatores de risco – hábitos pessoais ou exposição ambiental que está associada ao
aumento da probabilidade de uma doença

Outras medidas utilizadas


- APVP – anos potenciais de vida perdidos
- EVS – expectativa de vida saudável
- EVLI – expectativa de vida livre de incapacidade
- QAV – qualidade de vida ajustada para anos de vida
- IAV – incapacidade ajustada para anos de vida

Incapacidade ajustada para anos de vida


- IAV – incapacidade ajustada por anos de vida – um ano saudável de vida perdido-
combina:
+ Anos de vidas perdidos AVP = número de mortes de cada idade multiplicado pela
expectativa de vida global por idade em que a morte ocorreu
+ Anos perdidos por incapacidade API = multiplica-se o número de casos incidentes
devido a acidentes e doenças pela duração média da doença e um fator de
ponderação de 0 (saúde perfeita) a 1 (óbito)

Comparando a ocorrência de doenças


- Medir a ocorrência de doença ou de estado de saúde
- Comparar as medidas de dois ou mais grupos de pessoas cuja exposição foi
diferente
- O grupo não exposto = grupo de referência, basal ou baseline
- Quantidade de exposição sofrida = dose

Medidas absolutas
Diferença de risco
- Diferença nas taxas de ocorrência entre expostos e não expostos
- Dá extensão do problema causado pela exposição
- É importante que os dois ou mais grupos seja os mais parecidos possível, exceto em
relação a exposição.

Fração atribuível= fração etiológica


- Proporção de todos os casos que pode ser atribuída a uma exposição em particular
- Estimada dividindo-se a diferença de risco pela taxa de ocorrência de doença na
população exposta
- Medida útil na definição de prioridades de intervenção em saúde pública.

Risco atribuível na população


- Incidência de uma doença na população que está associada a uma exposição para
um determinado fator de risco
- RAP indica a proporção de redução na incidência na doença em toda a população,
se a exposição fosse totalmente eliminada
- é multiplicado por 100, para ter %

Comparações relativas
Risco relativo
- RR – Resultado da divisão entre a ocorrência de doença no gruo exposto pela -
ocorrência de doença no grupo não exposto
- Avaliar a probabilidade de uma associação representar uma relação causal
- É melhor que a diferença de risco, porque é expresso em relação a um grupo de
referência e está relacionado a magnitude da incidência no grupo de referência.
Risco atribuível
- Proporção de doença ou qualquer outro desfecho que pode ser atribuído à
exposição, usado em percentual
- É possível calcular o total de excedente de doentes de uma população em
decorrência de uma determinada exposição.

Você também pode gostar