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Bom dia a todos, no nosso seminário de hoje vamos falar sobre a Leishmaniose, taxonomia,

morfologia, estrutura, mecanismos de ação no(s) hospedeiro(s) e ciclo biológico, quais são as
espécies da leishmaniose, quem é o vetor, quais os sintomas, como são transmitidas.

A leishmaniose e uma doença provocada por um protozoário flagelado que pertencem ao


gênero Leishmania, existe três espécies

As leishmanioses constituem um conjunto de doenças causadas pela infecção por protozoários


parasitos do gênero Leishmania. São consideradas antropozoonoses, na qual vinte espécies
são patogênicas ao homem e são transmitidos através da picada de insetos vetores
hematófagos insetos dípteros denominados flebotomíneos, os quais pertencem a trinta
espécies). Dependendo da espécie do protozoário e da resposta imunológica, essas patologias
podem se apresentar sob três formas clínicas principais: cutânea, mucocutânea e visceral, que
abrangem uma ampla variedade de sinais, sintomas e diferentes níveis de severidade.

1.2. TAXONOMIA DO GÊNERO LEISHMANIA O gênero Leishmania pertence à família


Trypanossomatidae, ordem Kinetoplastida, e desde a sua criação vários esquemas de
classificação taxonômica foram propostos devido ao crescente número de espécies
identificadas, bem como suas características intrínsecas e extrínsecas. As classificações mais
utilizadas seguem o modelo taxonômico proposto por Lainson & Shaw (1987) que dividem as
leishmanias nos subgêneros Viannia e Leishmania.

Existe uma variedade de espécies de leishmania distribuídas pelo mundo e cada uma
apresenta particularidades referentes às manifestações clínicas, aos vetores, reservatórios,
padrões epidemiológicos, a distribuição geográfica e até mesmo a resposta terapêutica. No
Brasil são conhecidas oito espécies de leishmanias responsáveis por doença humana. A espécie
L. (V.) braziliensis é responsável pela forma tegumentar e apresenta distribuição em todo o
território nacional, além de vários países da América Central e do Sul, sendo provável que nem
todos os casos da doença correspondam exatamente ao mesmo parasita, mas que exista um
complexo de subespécies.

A leishmaniose cutânea localizada (LCL) é a forma mais frequente da doença, caracterizada


pela presença de úlceras únicas ou múltiplas na pele, com bordas infiltradas e eritematosas, de
fundo granuloso, localizadas principalmente nas áreas expostas do corpo. A lesão provocada
pela espécie L. (V.) braziliensis apresenta uma infiltração modesta com escassos macrófagos e
parasitos. Imunologicamente a LCL se caracteriza principalmente pela resposta imune através
das células tanto em pacientes infectados por L. (V.) braziliensis quanto naqueles com L. (L.)
amazonensis, também responsável pela LCL, porém a resposta imune provocada pela primeira
espécie apresenta maior expressão e baixa ou nenhuma expressão de nas lesões dos pacientes
infectados.
A forma cutânea é a mais comum e caracteriza- se por úlceras com bordas elevadas em moldura. O
fundo é granuloso com ou sem exsudação. Em geral estas úlceras são indolores. A forma difusa é
caracterizada por lesões cutâneas ricas em parasitas de aspecto queloidiano por toda a pele. O
acometimento mucoso ocorre em 1/3 dos casos e acontece por disseminação sanguínea ou linfática.
Geralmente se manifesta tardiamente (dois a dez anos após o início da infecção), atingindo
preferencialmente as mucosas do trato respiratório superior (principalmente mucosa nasal).
Inicialmente há eritema e infiltração da mucosa nasal, evoluindo posteriormente com ulceração e
perfuração do septo nasal. Pode haver desabamento do nariz, dando o aspecto de “nariz de anta”. Estas
lesões, muitas vezes acometem a boca envolvendo lábios, palato, orofaringe e laringe causando disfonia
ou até mesmo afonia (perda da fala), e se apresentam dolorosas, edematosas e infiltradas. Outras
mucosas como língua e órgãos genitais são raramente atingidos. Existe também a forma úlcero-
crostosa, impetigóide, ectimatóide, úlcero-vegetante, verrucose, tuberosa, linquenóide e outras.

Leishmaniose Visceral Americana

As manifestações clínicas da LVA é o resultado da multipicação dos parasitos


nas células, da resposta imunitária do indivíduo e das alterações degenerativas
resultantes desse processo. Deste modo há muitos infectados que apresentam a
forma inaparente ou a forma aparente da doença.

*Forma inaparente - Paciente com sorologia positiva, ou teste de leismania


positivo ou encontro de parasito em tecido sem sintomatologia clínica
manifesta.

*Forma aparente - Pode ser aguda, oligossintomática, clássica ou refratária.

Aguda - O início pode ser abrupto ou insidioso. Na maioria dos casos a febre é
o primeiro sintoma podendo ser alta e contínua ou intermitente, com
remissões de uma ou duas semanas. Observa-se hepatoesplenomegalia
(aumento do fígado e do baço), adinamia, perda de peso e hemorragias.
Ocorre anemia com hiperglobulinemia. Geralmente não observa-se leucopenia
ou plaquetopenia.

Oligossintomática - A febre é baixa ou ausente, a hepatomegalia está presente,


a esplenomegalia quando detectada é discreta. Observa-se adinamia. Ausência
de hemorragia e caquexia.
Clássica - Evolui com febre, astenia, adinamia, anorexia, perda de peso e
caquexia. A hepatoesplenomegalia é acentuada, de intensa palidez de pele e
mucosas e anemia severa. Observa-se queda de cabelo, crescimento e brilho
dos cílios e edema menbros inferiores. Os fenômenos hemorrágicos são:
gengivorragia, epitaxis, esquimose e petéquias. As mulheres frequentemente
apresentam amenorréia. Os exames laboratoriais revelam anemia acentuada,
leucopenia, plaquetopenia, hiperglobuçinemia e hipoalbuminemia.

Refratária - É uma forma evolutiva do calazar clássico que não respondeu ao


tratamento ou respondeu parcialmente ao tratamento com antimoniais. É
clinicamente mais grave devido ao prolongamento da doença sem resposta
terapêutica.

Os pacientes de calazar em geral têm com causa de óbito as hemorragias e as


infecções associadasa em virtude da debilidade física e imunológica.

Na foto ao lado uma criança com LVA na forma oligossintomática. Na foto


acima crianças com LVA na forma aguda.

Criança com LVA na forma clássica


Criança com LVA na forma refratária

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