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Ancilostomídeos –Strongyloides stercoralis

- Larva migrans cutânea


Classe Trematoda: Schistosoma mansoni –
Fasciola hepática
Prof. Dr. Frederico Crepaldi Nascimento
Educação segundo Paulo Freire
• Educação, então, não é mera transmissão de um conjunto de
conhecimentos acumulados pela humanidade, mas encontro
permanente entre seres humanos, mediado pelos diversos saberes
que todos possuem, educadores e educandos.

• Todo ato de pensar exige um sujeito que pensa, um objeto pensado,


que mediatiza o primeiro sujeito do segundo, e a comunicação entre
ambos, que se dá através de signos lingüísticos. O mundo humano é,
desta forma, um mundo de comunicação.
Educação segundo Paulo Freire
• Aos professores coube a tarefa de definir e organizar, com
competência técnica, os comportamentos a serem atingidos por seus
alunos (operacionalização de objetivos); de oferecer experiências e
conhecimentos adequados para que estes alcançassem os objetivos
propostos e, por fim, de medir com precisão o alcance dos objetivos
(avaliação) através dos comportamentos observáveis.

• A ênfase da avaliação fixou-se na mensuração de comportamentos a


partir do previamente esperado pelos objetivos.
Educação segundo Paulo Freire
• Um educador que restringe os educandos a um plano pessoal
impede-os de criar.

• Muitos acham que o aluno deve repetir o que o professor diz na


classe. Isso significa tomar o sujeito como instrumento. O
desenvolvimento de uma consciência crítica que permite ao homem
transformar a realidade se faz cada vez mais urgente.
Educação segundo Paulo Freire
• A avaliação é da prática educativa e não de um pedaço dela. O
educando também deve participar da avaliação da prática, porque o
educando é um sujeito dessa prática. A não ser que nós o tomemos
como objeto da nossa prática .
Ancilostomíase • Infectam ativamente através de larvas.

• Nome em grego que significa “boca”


(Tomma) “curva” (Ancylos).

• A ancylostomíase é descrita em quase


todos os mamíferos.
Taxonomia
Taxonomia
Taxonomia
ANCILOSTOMÍDEOS
Ancylostoma duodenale Necator americanus Ancylostoma braziliense Ancylostoma caninum
Morfologia Cerca de 1cm de comprimento
O macho é um pouco menor que a fêmea
Morfologia
Morfologia
Ancylostoma duodenale


Necator americanus ♂


Ovos
• Formato ovóide
• Cápsula fina e transparente
• Apresenta espaço entre a
casca e o conteúdo do ovo
Desenvolvimento do ovo
Larvas rabditóides
Larva filarióide

NÃO SE ALIMENTA
Ciclo Necator americanus
Monoxênos
Dióicos
Ciclo Ancylostoma duodenale
Transmissão
• Cada fêmea produz de 9 a 20.000 ovos/dia
• Larvas vivem meses em ambientes úmidos, com baixa incidência solar
• Ocorre infecção transplantaria e transmamária
PATOGENIA E SINTOMATOLOGIA
DA ANCILOSTOMOSE
• A patogenia e a sintomatologia da
enfermidade são diretamente proporcionais
ao número de parasitos infectantes.

• Etiologia primária: Relacionada com a migração


do parasito no hospedeiro até a implantação de
formas adultas no intestino delgado.

• Etiologia secundária: Relacionada com a


permanência dos parasitos no intestino,
desencadeando fenômenos fisiológicos,
bioquímicos e hematológicos.
PATOGENIA E SINTOMATOLOGIA
DA ANCILOSTOMOSE
PATOGENIA E SINTOMATOLOGIA
DA ANCILOSTOMOSE

PENETRAÇÃO CUTÂNEA DAS LARVAS


Erupções cutâneas eritematosas, pápulas, edema.
Dermatite urticariforme (prurido, infecções secundárias)

MIGRAÇÃO PULMONAR
Focos hemorrágicos e necróticos com reação inflamatória eosinofílica.
Síndrome de Loeffler : febre, sintomas pulmonares (tosse) e eosinofilia

ETIOLOGIA INTESTINAL PRIMÁRIA


Dor epigástrica, diminuição de apetite, indigestão, cólica, indisposição, náuseas, vômitos,
flatulências, diarreia sanguinolenta, constipação. Início da postura dos ovos.
Parasitismo Intestinal

• Ação traumática:
• Dilaceração e maceração de fragmentos da mucosa com infiltração
leucocitária.
• Ação espoliadora:
• Perda sanguínea originada da alimentação do parasito, com consequentes
enterorragias.

Ancylostoma duodenale Necator americanus


0,15-0,30 mL sangue/dia 0,03-0,06 mL sangue/dia
PATOGENIA E SINTOMATOLOGIA
DA ANCILOSTOMOSE
• Perda sanguínea de um paciente com 100 a 1000 parasitos = 10 a 30
mL, o equivalente a 5 a 15 mg de Fe/dia.
• Perda com carga parasitária entre 1000-3500 parasitos = 100 a 250mL
de sangue.
PATOGENIA E SINTOMATOLOGIA
DA ANCILOSTOMOSE

Insuficiência cardíaca, levando à fadiga


e dificuldade de respirar

Crianças
Alta taxa de reinfecção. Podem apresentar
atraso de crescimento e desenvolvimento
• Personagem Jeca Tatu de Monteiro Lobato.
mental. • “O Jeca não é assim: está assim.”
Monteiro Lobato
PATOGENIA E SINTOMATOLOGIA
DA ANCILOSTOMOSE
Larva migrans cutânea
Erupção linear, serpiginosa, eritematosa,
discretamente elevada e muito
pruriginosa, consequente ao
deslocamento da larva na pele.
Diagnóstico

• Clínico

• Anamnese completa dos hábitos do pacientes associados às características


epidemiológicas regionais.

• Verificar alterações gástricas.

• Verificar anemia.
Diagnóstico
Métodos de centrífugo-sedimentação
(MIFC ou Ritchie, Coprotest )
• Laboratorial

Exame parasitológico de fezes

Método de sedimentação espontânea Métodos de flutuação (Faust e cols e Willis)


(Lutz ou Hoffman, Pons e Janer)
Diagnóstico
Por meio da coprocultura, pode-se diferenciar A.
duodenale e N. americanus

Infecções com a contagem de até 50 vermes é


considerada leve, ou assintomática.

Entre 50 – 200 moderada, podendo causar anemia.


Ovos morfologicamente parecidos.
Entre 200 – 1000 intensa e > 1000 muito intensa
Em fezes com mais tempo de coleta é possível ver larvas
rabditoides.
Diagnóstico

Testes imunológicos podem ser aplicados, bem como testes de análises biomoleculares.
Tratamento
Tratamento
Epidemiologia
Profilaxia
Estrongiloidíase Infectam ativamente através de larvas.

Reino: Animalia
Filo: Nematoda
Classe: Secernentea
Ordem: Rhabditida
Família: Strongyloididae
Género: Strongyloides

• Strongyloides stercoralis
• Strongyloides fuelleborni.

• CARÁTER OPORTUNISTA: infecções graves em


imunocomprometidos.
Morfologia
Estrongiloidíase

Esôfago longo 25 % do corpo

Ovovivípara, postura ovo já larvado

Larva rabditoide se desenvolve dentro do hospedeiro


Estrongiloidíase

Esôfago curto de aspecto rabditoide (corpo, ístimo e bulbo)

Aspecto fusiforme

Intestino terminado em cloaca


Estrongiloidíase

Esôfago curto de aspecto rabditoide (corpo, ístimo e bulbo)

Aspecto fusiforme

Intestino terminado em cloaca, com aparelho genital masculino desembocado.


Ovos
Ciclo
Ciclo
PATOGENIA E SINTOMATOLOGIA
DA STRONGILOIDÍASE
• A patogenia e a sintomatologia da enfermidade são diretamente
proporcionais ao número de parasitos.

Mecanismos de Infecção
Hetero ou primoinfecção: Filarióides do
ciclo direto ou e indireto.

Auto-infecção externa: Filarióides do


ciclo direto na região perineal ou em
fraldas.

Auto-infecção interna: Filarióides no


intestino grosso em casos de constipação
ou imunodepressão.
PATOGENIA E SINTOMATOLOGIA
DA STRONGILOIDÍASE
Alterações Cutâneas Alterações Pulmonares
Geralmente discreta Presente em todos os infectados
Reação celular em torno das larvas mortas Focos hemorrágicos e necróticos
Reinfecção/hipersensibilidade Inflamação linfócitos e eosinófilos
Casos graves: retenção de larvas no pulmão,
que atingem fase adulta carga parasitária

Veloso; M.G. et al (2008)


PATOGENIA E SINTOMATOLOGIA
DA STRONGILOIDÍASE
Eritema, prurido, urticária, larva currens

Síndrome de Loeffler: febre, alterações pulmonares


(tosse, crises asmatiformes), eosinofilia

Dor epigástrica Disenteria, muco e sangue nas fezes


Náuseas e vômitos Crises de urticária
Diarreia alternada com fases de constipação
PATOGENIA E SINTOMATOLOGIA
DA STRONGILOIDÍASE
Alterações Intestinais

Enterite catarral: parasitos nas criptas glandulares,


produção de muco.

Enterite edematosa: parasitos nas criptas


glandulares e submucosa, edema, má absorção.

Enterite ulcerosa: inflamação, ulcerações, fibrose,


rigidez da mucosa, alterações peristálticas.

Veloso; M.G. et al (2008)


PATOGENIA E SINTOMATOLOGIA
DA STRONGILOIDÍASE
• Estrongiloidíase disseminada
Imunocomprometidos
Alterações que diminuem o trânsito intestinal (megacólon, diverticulite, íleo paralítico)
Grande produção de larvas rabditóides e filarióides
Rins, coração, fígado, vesícula biliar, cérebro

Dor abdominal e diarreia intensas, náuseas e vômitos


Pneumonite hemorrágica, insuficiência respiratória
Hematúria
Infecções bacterianas secundárias

RIBEIRO; R.C. et al (2005)


Diagnóstico
• Clínico.

• Anamnese completa dos hábitos do pacientes associados às características


epidemiológicas regionais.

• Verificar alterações gástricas com exames


diretos, como endoscopia ou biopsia.

• Exames citológicos de aspirados gástricos e


cérvicovaginais.
Diagnóstico
• Coprocultura
• Desenvolvimento das formas de vida
livre do parasito
• Multiplicação das formas parasitárias
Diagnóstico

• Método de Baerman-Moraes

• Termo e hidrotropismo das larvas

Figura adaptada de Parasitologia Médica, Markell & Voge 8ª ed,2003


Diagnóstico
MÉTODO DE RUGAI
 termo e hidrotropismo das larvas
Tratamento

30 mg/kg/dia (crianças e 50 mg/kg/dia (adultos) 2 a 3 dias


5 mg/kg/dia
400 mg/dia
200 µg/kg/dia (15 dias)
Epidemiologia
Profilaxia
Equistossomose
Filo Platyhelminthes
Classe Trematoda
Família Schistosomatidae
Gênero Schistosoma

 S. mansoni
 S. intercalatum

 S. japonicum

 S. haematobium
Schistosoma mansoni

ESQUISTOSSOMOSE

XISTOSE

BARRIGA D´ÁGUA

MAL DO CARAMUJO
Macho  Mede 1 cm, cor esbranquiçada, corpo dividido em 2 porções:
Morfologia Anterior  VO, VV - ventosa oral e ventral
Posterior  C-cecum, PG – Poro Genital e testículos, CG - canal ginecôforo

• Schisto = fenda
• Soma = corpo
• Dimórficos
Fêmea  Mede 1,5 cm, cor mais escura, corpo dividido em 2 porções:
• Possui ciclo heteroxênico Anterior  VO, VV - ventosa oral e ventral, V – vulva, U – útero, O – ovo, oot – oótipo,
Ov – ovário
• Morfologia de várias formas Posterior  glândulas vitelogênicas e ceco
Morfologia
Ovo  Mede 150 μm comprimento x 60 μm de largura, apresenta lateralmente
um espículo voltado para trás, o ovo maduro apresenta um miracídio.

Miracídio Cilíndrico e ciliado (vivem cerca de 8 a 10 horas).


Esporocisto
Morfologia
Cercária  medem 500 μm, possuem 2 ventosas  oral e ventral, possui 1
corpo e 1 cauda (vivem cerca de 8 a 12 horas)

Esquistossômulo  Forma intermediária entre a cercária e forma adulta


Schistosoma mansoni - morfologia

http://lh6.ggpht.com
Schistosoma mansoni - morfologia

www.fiocruz.br/ioc/media/20080923_miracidiodentro.jpg
Schistosoma mansoni - cercária
Vermes adultos
HABITAT: sistema porta-hepático, veias mesentéricas inferiores
Ciclo biológico

1 miracídio pode gerar até 300.00 cercárias


Migração dos esquistossômulos

(PELE)

Vasos sanguíneos

Pulmão

Coração esquerdo

Veias mesentéricas
Ciclo Biológico
Ovos retidos no
fígado e intestino

Sistema porta-
hepático
400 ovos/dia

35-40 dias
(PPP) Ovos nas fezes

Cercárias infectam Miracídio infecta


o humano caramujo
Schistosoma mansoni

Hospedeiro Hospedeiro
vertebrado invertebrado

B. glabrata B. tenagophila B. straminea


PATOGENIA, SINAIS E SINTOMAS

Cercárias

Processo imuno-inflamatorio
Dermatite cercariana:
prurido,
eritema,
edema,
pequenas pápulas
e dor.
PATOGENIA, SINAIS E SINTOMAS
Esquistossômulos

REAÇÕES INFLAMATÓRIAS DURANTE A


3 dias MIGRAÇÃO

Febre, eosinofilia, linfadenopatia,


esplenomegalia, hepatomegalia e
urticária
2 semanas
PATOGENIA, SINAIS E SINTOMAS

 Vermes adultos Lesões circunscritas


quando morrem

Espoliação
Alto metabolismo
2,5 mg Fe/dia
1/5 de seu peso em glicose
PATOGENIA, SINAIS E SINTOMAS

OVOS

Reação inflamatória
granulomatosa

Granulomas
no fígado e parede intestinal
Granuloma esquistossomótico

Lambertuci et al, 2001 Rev. Soc. Bras. Med. Trop. vol.34 no.6 Uberaba Nov./Dec. 2001
Granuloma esquistossomótico

anatpat.unicamp.br
Evolução da doença
Fase pré postural (10-35 dias após a infecção)

• Forma assintomática
• Forma sintomática
(mal estar, tosse, dor muscular, hepatite aguda)
FORMA INTESTINAL
Diarréia com sangue, constipação, desconforto gástrico, emagrecimento

FORMA HEPATO-INTESTINAL
Sintomas intestinais + hepatomegalia
FORMA HEPATOESPLÊNICA
Hipertensão porta, circulação colateral, varizes esofagianas, ascite, fígado fibrótico

FORMA CARDIOPULMONAR
Rede pulmonar obstruída IC cor pulmonale
(granulomas pulmonares) cianose hiperventilação
WHO/TDR/Etges/Puerto Rico
Diagnóstico
Clínico Anamnese
Laboratorial

• Biópsia ou raspagem da mucosa retal

• Métodos imunológicos
Tratamento
Oxamniquine (Mansil ou Vansil)
• 15 mg/kg de peso do paciente, dose única, por via oral.
• Crianças com menos de 30 kilos
• 20 mg/kg de peso, em duas doses de 10 mg/kg, com
intervalo de 4 a 6 horas.

Praziquantel (CESTOX, CISTICID, BILTRICID)


40 mg/kg de peso do paciente, dose única, via oral.

Utilizado para tratamento da esquistossomose, cisticercose e


infecções por cestóides e trematódeos do fígado, pulmões e
intestino.

A droga alcança excelentes níveis terapêuticos no fígado,


bílis e tecido muscular, e atravessa a barreira hemato-
encefálica chegando também ao cérebro e líquido
cefalorraquidiano
Epidêmiologia
Epidêmiologia

+ =
Profilaxia

A. O. Costa
Trabalho
• Proceder como na última aula e desenhar os ciclos dos parasitos aqui
descritos em seu caderno da caixa. Favor entregar na próxima aula teórica.

• Biomedicina – Caracterizar os parasitos descritos nessa aula a um contexto


que abranja todos os pilares da Biomedicina: Clínica, pesquisa, estética e
forense. Justificar com referências bibliográficas.

• Enfermagem – Descrever detalhadamente os sintomas clínicos


apresentados pelos pacientes parasitados com os vermes descritos e
justificar com referências bibliográficas a importância do profissional da
enfermagem no contexto da parasitologia.
Bibliografia
• NEVES, D.P et al. Parasitologia Humana 12°ed- São Paul: Atheneu,2016 – capítulos 30, 31, 32 e 33
• REY, Luís. Parasitologia: Parasitos e doenças parasitárias do homem nos trópicos ocidentais – 4 ed
– Rio de Janeiro: Editora Guanabara KooganS.A., 2013.
• VELOSO, M.G. ; PORTOL, A.S.; MORAES, L.L.; Hiperinfecção por Strongyloides stercoralis: relato de
caso autopsiado Strongyloides stercoralis hyperinfection: autopsy case report.Hospital
Universitário de Brasília, Brasília, DF, 2008.
• RIBEIRO, L.C.; JUNIOR, E.N.A.; TAKIUCHILL, SILVA, M.D; TAKIUCHILL,A.; FONTES, C.J.F.; Purpura in
patient with disseminated strongiloidiasis. relato de caso.Departamento de Clínica Médica da
Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá, MT, 2005.
• http://www.inf.furb.br/sias/parasita/Textos/ancilostomiases.htm
• http://www.geocities.ws/ceueterra/ancilostomideos.htm
• http://sobiologiaplatelmintos.blogspot.com.br/
• http://www.infoescola.com/biografias/jeca-tatu/
• http://www.medicinanet.com.br/conteudos/revisoes/1947/larva_migrans.htm

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