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AGENTE ETIOLÓGICO

➔ Strongyloides stercoralis

CARACTERÍSTICAS

• Parasito monoxêmico

HABITAT

• Criptas da mucosa duodenal e porção superior do jejuno

VIA DE TRANSMISSÃO

• penetração ativa (larva filarioide) ou ingestão

EPIDEMIOLOGIA

• Ampla distribuição mundial

MORFOLOGIA

Formas evolutivas:

• Ovos
o Elípticos, de parede fina e transparente, em geral não
observados nas fezes

• Larvas rabditoides e filarioides


o Rabditoides: larva que sai do ovo (L1). Sofrem muda
para L2 e saem junto com o bolo fecal. Medem 200 –
300 um de comprimento.
o Filarioides: medem cerca de 500 um de comprimento.
Forma infectante. Fazem ciclo pulmonar. Apresentam
cauda entalhada.

• Macho e fêmea de vida livre

• Fêmea parasita
o Partenogenéticas, medem de 2 a 3 um
CICLO BIOLÓGICO

O ciclo biológico é dividido em:

• Ciclo indireto: sexuado de vida livre


• Ciclo direto: partenogenético e parasitário

CICLO INDIRETO (VIDA LIVRE)


1) Larvas rabditóides são excretadas nas fezes
2) Ocorre desenvolvimento em vermes adultos de vida livre (no solo)
3) Reprodução sexuada
4) Os ovos são produzidos por vermes fêmeas fertilizadas
5) Larvas rabditóides eclodem de ovos embrionados
6) Larvas rabditóides se desenvolvem em larvas filarioides
7) Larvas filarioides podem ser infectantes

CICLO DIRETO (PARASITÁRIO)


1) As larvas rabditóides são excretadas nas fezes
o Se alimentam de bactérias e matéria orgânica
2) Fertilização e embrionamento no meio externo, com desenvolvimento em larvas filarioides
3) Larvas filariodes infecciosas penetram na pele do hospedeiro definitivo
o Cães também podem ser hospedeiros definitivos
4) Larvas filarioides migram por várias vias para o intestino delgado, onde viram adultos
5) Fêmea adulta parasitária no intestino delgado
6) Ovos são depositados na mucosa intestinal. As larvas rabditóides eclodem e migram para o lúmen intestinal.
7) Pode ocorrer:
• Autoinfecção: as larvas rabditóides no intestino grosso tornam-se filarioides, penetram na mucosa (ou na pele perianal)
e migram para outros órgãos OU
• Larvas rabditóides excretadas nas fezes

OBSERVAÇÕES:
➢ Fêmeas partenogenéticas produzem larvas que, no meio externo, podem dar origem a vermes adultos machos e
fêmeas de vida livre
➢ Geohelmintíase: predileção por solos arenosos, alta umidade, temperatura adequada (25 a 30ºC), ausência de luz solar
direta
➢ Também realizam ciclo de Loss
➢ Possibilidade de autoinfecção:
o Interna – larvas rabditoides se desenvolvem em filarioides infectantes no intestino
o Externa – região anal e perianal

SINTOMAS E PATOGENIA

AGUDO

MANIFESTAÇÕES CRÔNICA HABITUAL

HIPERIFECÇÃO

GRAVES

DISSEMINAÇÃO

ASSINTOMÁTICO

• É comum que muitos pacientes não apresentem sintomas

SINTOMÁTICO

FORMA AGUDA
• Penetração do parasito:
o Lesões cutâneas discretas
o Pontos eritematosos + prurido
o Reinfecção: edema, eritema, urticária, prurido e pápulas hemorrágicas
o Frequente nos espaços interdigitais, dorso, pé e tornozelo
o Apresentam curta duração

• Migração durante o ciclo pulmonar:


o Hemorragias petequiais e profusas
o Infiltrado inflamatório (eosinófilos e linfócitos)
o Pneumonite difusa: Síndrome de Löffer
o Insuficiência respiratória
o Tosse com ou sem expectoração
o Febre
o Dispneia
o Crises asmática

• Permanência e multiplicação na mucosa intestinal:


o Inflamação catarral, infiltrado de eosinófilos
o Células epitelioides, pontos hemorrágicos, ulcerações, congestão e edema
o Paredes do duodeno e jejuno espessas, pregas mucosas tumefeitas e vilosidades alargadas e achatadas
o Peristaltismo aumentado
o Evacuações diarreicas (as vezes, mucossanguinolentas)

FORMA CRÔNICA HABITUAL


Longo parasitismo: 20-30 anos
• Autoinfecção
• Carga parasitária baixa: oligo/assintomática
o Dor abdominal (epigástrica), náuseas, vômitos, acúmulo de gases e diarreia intermitente
• Síndrome disabsortiva

HIPERINFECÇÃO
• Aceleração do número de autoinfecções
• Elevado número de parasitos: larvas e fêmeas adultas
• Acentuação do quadro digestivo e pulmonar
• Diarreia mais intensa
• Disenteria: parasitismo do íleo e intestino grosso
• Náuseas e vômitos: parasitismo do estômago e esôfago
• Quadros obstrutivos e hemorragia
• Tosse e sibilância, dispneia, dor torácica, hemoptise, alcalose respiratória, palpitações e fibrilação atrial

DISSEMINAÇÃO
• Larvas filarioides nos mais variados órgãos
• Comprometimento do SNC: meningite, abcessos cerebrais ou cerebelares
• Infecção por enterobactérias associada: sepse
• Rápidaevolução e difícil diagnóstico, prognóstico ruim

DIAGNÓSTICO

CLÍNICO

• Pouco eficaz
• Muitos assintomáticos e, quando sintomáticos, apresentam sintomas inespecíficos
• Necessita de confirmação parasitológica

PARASITOLÓGICO

➔ Pesquisa de larvas rabditóides nas fezes


o Dificuldades: Eliminação irregular de larvas e em pequeno número
o Técnica:
▪ Hodrotermotropismo (técnica) – Baermann- Morae e Rugai
▪ Execução simples e rápida
▪ Perigo de contaminação (mobilidade das larvas)

➔ Pesquisa nas secreções de trato respiratório


➔ Biópsia e histopatológico

SOROLÓGICO (EM TESTE)

• Detecção de IgG
• Indicado em caso de EPF negativo e persistência da suspeita
• Esse teste pode ser um falso positivo pela possibilidade de reação cruzada com helmintíase
• Monitoramento durante tratamento de imunodeprimidos, títulos de anticorpos diminuem acentuadamente em 6
meses de terapia eficaz

TRATAMENTO

Difícil tratamento: reinfecções e autoinfecção

➢ Ivermectina: boa eficácia e tolerabilidade. Atua sobre fêmeas e larvas filarioides. Medicamento de escolha para as
formas graves.
➢ Albendazol e Cambendazol: medicamento de escolha apenas para formas não-graves.
➢ Tiabendazol: diferente dos demais, age apenas sobre fêmeas partenogenéticas.

PROFILAXIA

• Quimioterapia adequada (tratamento medicamentoso)


• Educação sanitária e higiene pessoal
• Sapato
• Melhoria das condições socioeconômicas da população

OBSERVAÇÃO :
O uso de corticoide potencializa a infecção, promovendo imunossupressão e agindo diretamente sob o parasito com os
seguintes efeitos:

• Aumento da ovoposição
• Acelera a conversão de larvas rabditoides em filarioide (intensifica autoinfecção)

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