Você está na página 1de 91

Nematoides fitoparasitas

Domínio Eukarya
endoparasitas

ectoparasitas
Nematóides
• Um dos grupos de animais mais bem
sucedidos do planeta Terra;
• Formas de vida livre (maioria), parasitas de
animais, plantas e Homem;
- Parasitas de animais vertebrados (5.000
espécies) e invertebrados (anelídeos,
moluscos e insetos);
- ¼ da população mundial sofre de alguma
doença ocasionada por nematóides;
Nematoides

Definição:
•Organismos eucariotos, multicelulares, não segmentados,
pseudocelomados, essencialmente aquáticos (água doce e
salgada), em sua maioria microscópicos;
•Formas de vida livre são predadoras: bacteriófagos,
micetófagos, algívoros, carnívoros, protozoófagos,
nematófagos, oligoquetófagos;
•Cor: Geralmente incolores;
•Tamanho: 0,3 mm a mais de 8 m de comprimento;
Espécies fitoparasitas: 1 a 2 mm de compr. X 20 a 50 μm
diâm.; Menores: 0,15 a 0,2 mm de compr.; Maiores: 13 mm.
Nematoides

Formato do corpo:
▪ Vermiforme
▪ Filiforme
Dimorfismo sexual: Fêmeas obesas e
sedentárias (espécies fitoparasitas);
▪ Piriformes – Meloidogyne spp.;
▪ Limoniformes – Heterodera, Globodera;
▪ Rim – Rotylenchulus reniformis;
O CORPO DOS NEMATÓIDES
Fêmea piriforme

Formato vermiforme Fêmea limoniforme

Fêmea em forma de rim


ANATOMIA E MORFOLOGIA DE NEMATÓIDES

• O corpo dos nematóides


• Cutícula
• Hipoderme
• Musculatura somática
• Sistema digestivo
• Sistema reprodutivo
• Sistema nervoso
• Sistema excretor
Ciclo da Doença

• Sobrevivência
• Disseminação
Aparecimento dos sinais
• Penetração
• Infecção
• Colonização
• Aparecimento de sintomas
• Reprodução
• Disseminação secundária
Ciclo da Vida
Ciclo da Vida
Tipos de reprodução

• Anfimixia: macho copula a fêmea;


- Ex: Heterodera glycines

• Partenogênese: desenvolvimento de um óvulo sem ser


fecundado;
- Ex: Meloidogyne spp.

▪ Hermafroditismo: raro. Presença de espermatozóides e


óvulos em um mesmo nematóide.
- Ex: Caenorhabditis elegans
Tipos de reprodução
Anfimixia: Heterodera, Rotylenchulus, Aphelenchoides besseyi,
Tylenchorhynchus dubius.

Hermafroditismo: Membros da Criconematoidea.

Partenogênese meiótica: Ex.: Meloidogyne hapla, Pratylechus spp.

Partenogênese mitótica: Ex.: Meloidogyne spp.


Tipos de reprodução
•Partenogênese mitótica obrigatória:
-ocorre duplicação dos cromossomos diplóides e divisão nuclear,
formando duas células filha idênticas.
-Ex: Meloidogyne hapla raça B (Eisenback et al., 1981).

•Partenogênese meiótica facultativa:


-Ocorre divisão reducional; As cromátides de cada par diplóide se
separam, permanecendo um para o núcleo, sendo o outro confinado
em um corpúsculo polar perto da membrana celular;
-O óvulo haplóide poderá ser fecundado por um espermatozóide
assim que passar pela espermateca, se a copulação tiver ocorrido;
-O óvulo haplóide poderá fundir-se com o corpúsculo polar gerando
um indivíduo diplóide idêntico;
-Ex: Meloidogyne hapla raça A (Eisenback et al., 1981).
Ciclo de vida
Reprodução

Ovíparos àembrião se desenvolve dentro de um ovo em


ambiente externo sem ligação com o corpo da mãe.

Ovovíparos à embrião se desenvolve dentro de um ovo


alojado dentro do corpo da mãe.
(nematóides de vida livre).
Reprodução
• Temperatura e umidade
ECLODIR = VIR À LUZ
• Presença de hospedeiro

• Número de ovos
• Fitonematóides: 100-300
• Pratylenchus: 10-80
• Meloidogyne: 400-500
• Heterodera: 300-400
Alimentação
Alimentação
Alimentação
Células gigantes uninucleadas
Células gigantes multinucleadas
Sincício
Alimentação

A. Migratório

1. Ectoparasita
2. Semi-parasita
3. Endoparasita

B. sedentário
Ectoparasita

Xiphinema
Ectoparasita sedentário

Discocriconemella
Semi-endo migratório

Helicotylenchus
Semi-endo migratório

Rotylenchulus
Endoparasita migratório

Pratylenchus
Endoparasita sedentário

Meloidogyne
Sobrevivência

Parasita Obrigatório

Dormência:

• Quiescência

• Diapausa
Sobrevivência
• Diapausa: queda na atividade metabólica motivada por
fatores ambientais ou por fatores endógenos e é estádio
dependente.

• Quiescência: queda na atividade metabólica resultante


de fatores ambientais desfavoráveis.
Sobrevivência

• Quiescência pode ser induzida por:


• Anidrobiose – falta de água

• Anoxibiose – falta de oxigênio

• Criobiose – baixa temperatura

• Halobiose – altas concentrações de sais


Sobrevivência

• Quiescência
• Queda na atividade metabólica resultante de
fatores ambientais desfavoráveis

• Vida detectável por métodos convencionais


Sobrevivência
• Quiescência facultativa
• Somente induzidos por fatores ambientais desfavoráveis

• Reversível quando as condições ambientais tornam-se favoráveis

• Não é estádio específico

• Quiescência Obrigatória

• Induzida em estádios ou fases especiais do ciclo de vida do nematóide


quando submetido a condições ambientais desfavoráveis

• Reversível quando as condições ambientais tornam-se favoráveis

• Exemplo: estádios juvenis resistentes – Bursaphelenchus xylophilus


Sobrevivência

• Diapausa
• Queda na atividade metabólica motivada por fatores

ambientais ou por fatores endógenos e é estádio

dependente.
Sobrevivência

• Diapausa facultativa

• Somente induzida por fatores ambientais

• Sinais receptivos por estádios específicos

• Reversível por fatores endógenos espontâneos após um


período mínimo de tempo
Sobrevivência
• Diapausa obrigatória

• Induzida por fatores endógenos


• Sinais receptivos por estádios específicos
• O retorno requer um período mínimo de tempo
• A simples retomada das condições ambientais favoráveis
não induz a retomada do desenvolvimento
• Requer condições especiais reguladas endogenamente
Sobrevivência - EXEMPLOS
• Quiescência: Aphelenchoides, Anguina,
Ditylenchus (anidrobiose).

• Ovos em Diapausa: Meloidogyne

• Massas de ovos: Meloidogyne,


Tylenchulus semipenetrans, Rotylenchulus
reniformis

• Cistos: Heterodera, Globodera,


Punctodera, Cactodera.
Sobrevivência - EXEMPLOS

Cisto de Heterodera Ovos Meloidogyne


Disseminação

• Movimento do próprio corpo?


• 1m/ano

• Transporte de solo

• Água do solo

• Material de propagação
• Plantas
• Tubérculos
• Bulbos
• Sementes
Partes do corpo de um nematóide
Morfologia e Sistemática

• A separação de nematóides fitoparasitas em níveis


hierárquicos superiores se dá pela visualização de
alguns caracteres morfológicos principais:

1. Tipo de estilete;
2. Tipo de esôfago;
Tipos de estilete em nematóides fitoparasitas

Odontostílio

Onquio
Onquióforo
curvo
Estomatostílio Lúmen
esofagiano

Fonte: Onquiostílio
http:/images.google.com.br
Tipos de faringe

Dorylaimida Triplonchida Tylenchina


Chave simplificada para a identificação de gêneros de nematóides

Fonte: http://www.apsnet.org/Education
Técnicas utilizadas na identificação de nematóides fitoparasitas

1. Morfologia e morfometria: utiliza recursos como


microscopia ótica e eletrônica (transmissão e
varredura) – identificação ao nível de espécie;
2. Círculo de hospedeiras: determinação de espécies e
principalmente raças de gêneros como
Meloidogyne, Heterodera, Globodera e Ditylenchus
dipsaci;
3. Citogenética: identificação de espécies com base no
número e disposição dos cromossomos.
Ex: Meloidogyne e Heterodera;
Técnicas utilizadas na identificação de nematóides fitoparasitas

4. Fenótipo isoenzimático: identificação de espécies


de Meloidogyne principalmente com as enzimas
esterase e malato desidrogenase;
5. Técnicas imunológicas (ELISA): elevada sensibilidade
mas dependente do estádio de desenvolvimento dos
espécimes;
6. Técnicas moleculares: RFLP, RAPD, PCR específico,
Seqüenciamento de genomas ou de regiões
conservadas do DNA (mitocôndrias e ribossomos);
7. Características ecológicas e biogeográficas

Cares e Huang (2000) RAPP 185-223.


Ferramentas no estudo da taxonomia e filogenia de nematoides

1. Morfologia e ontogenia de nematóides:


• Estudos de microscopia ótica e eletrônica
(varredura e transmissão);
- Cutícula: padrão das camadas cuticulares de fêmeas
(A-D);
- Padrões labiais;
- Fasmídios;
- Espermatozóides;
- Arquitetura celular do gonoduto de fêmeas

Cares e Huang (2000) RAPP 185-223.


Bert et al (2008) Mol. Phyl. Evolut. 48: 728-744.
Ferramentas no estudo da taxonomia e filogenia de nematóides

2. Sítios de alimentação
• Induzidos em plantas hospedeiras por nematóides
parasitas sedentários;
2. Sistemática molecular
• Seqüências do DNA ribossomal (SSU) e
mitocondrial;
• Genomas: C. elegans, M. incognita, M. hapla, G.
pallida;
• Técnicas moleculares como RAPD e RFLP;
• Bibliotecas de cDNA;
• RNA ribossomal e sua estrutura secundária;
Amostragem de nematóides
Flutuação populacional em campo é dependente:
•População inicial (Pi);
•Tipo de cultura (anual ou perene);
•Fatores ambientais (temperatura e umidade);
•Manejo da cultura;
•Sistema de plantio
- Plantio em linhas, sulco ou covas;
-Plantio a lanço;
-Cultivo mínimo (próximo às raízes);
-Cultivo convencional (disseminação e distribuição
mais uniforme na área);
Amostragem em culturas anuais
•Colher amostras entre a metade do
desenvolvimento da plantas até a colheita;
•Percorrer em zigue-zague as fileiras da cultura e
coletar uma porção de solo a 20-30 cm de
profundidade, próximo à rizosfera das plantas;
•Coletar de 15-20 amostras simples/há;
•Todo o solo e raízes da amostras simples devem ser
reunidos em um balde e misturados para compor a
amostra composta;
•Amostra composta: 1 Kg de solo e 100 g de raízes;
Amostragem para culturas anuais
Amostragem em culturas perenes
•Fazer a coleta no período de desenvolvimento pleno
das plantas;
•Coletar amostras na área de projeção da copa de
plantas vivas a 20-30 cm de profundidade em 4 ou
mais pontos;
•Todo o solo e raízes da amostras simples devem ser
reunidos em um balde e misturados para compor a
amostra composta;
•Amostra composta: 1 Kg de solo e 100 g de raízes;
Amostragem para cultura perenes

Amostras de solo coletadas


em 4 ou mais pontos na
área de projeção da copa
1. O GÊNERO Meloidogyne: FORMADOR DE GALHAS

•Breve histórico
-1º REFERÊNCIA EM CAFEEIRIO (jobert, 1878)
-Meloidogyne exigua (goeldi, 1887)
-Heterodera radicicola H. Marioni
-O GÊNERO E 4 ESPÉCIES É ESTABELECIDO (chitwood, 1949)
•Ciclo de vida
-Duração
-Sintomas no hospedeiro
Heterodera glycines

-1º vez observada em 1915 - japão - NANISMO AMARELO


-Brasil - 1992
O ciclo de vida
Manejo
PRODUTOS QUÍMICOS- pouco eficientes
Rotação de culturas
USO DE VARIEDADES resistentes-variabilidade genética
Evitar a disseminação
2. O GÊNERO Pratylenchus: NEMATÓIDE DAS LESÕES
RADICULARES

-60 ESPÉCIES DESCRITAS, 2º GRUPO MAIS IMPORTANTE


•Caracteristicas principais
-Reprodução partenogenética
-Endoparasita migratório
-Presença de j2 e fêmeas na suspensão
•Ciclo de vida
•Sintomatologia
3. O NEMATOIDE DOS CITROS:
Tylenchulus semipenetrans

Descoberto (1912) e descrito por cobb(1913) na califórnia, EUA


•Sintomatologia
•Reprodução partenogenética
•Semi-endo sedentário
•Ciclo de vida
Tylenchulus semipenetrans
Tylenchulus semipenetrans
/Citros
Tylenchulus semipenetrans
4. Rotylenchulus reniformis: Características

-Amplamente disseminado no brasil;


-Semi-endoparasita sedentário;
-Doenças complexas (fusarium spp.);
-Amplo círculo de hospedeiras;
Sintomatologia
• Folha carijó;
• Nanismo;
• Redução do volume do sistema radicular;
• Redução da produção/planta;
Rotylenchulus reniformis
Rotylenchulus reniformis

• Ciclo de vida – duração de 2,5 a 4 semanas


- Do ovo eclode j2 com características de macho ou fêmea;
- De j2 a adulto ocorrem 4 ecdises;
-Fêmeas imaturas sexualmente são formas infectantes;
- Fêmea sedentária reniforme libera 40-70 ovos em massa
gelatinosa;
Rotação de culturas

Nematoides de galha Nematoide reniforme Nematode de lança


Crop
Meloidogyne incognita Rotylenchulus reniformis Belonolaimus longicaudatus

Bahia grass Recomendado Recomendado Não apropriado

Milho Recomendado1 Recomendado Não apropriado

Ervilhaca comum Não apropriado2 Não apropriado Não apropriado

Milheto Recomendado Recomendado Não apropriado

Amendoim Recomendado Recomendado Recomendado

Feijão de vagem Não apropriado2 Não apropriado Não apropriado

Soja Não apropriado Não apropriado Não apropriado

Sorgo Recomendado Recomendado Não apropriado

Capim Sudão (sorgo sudanense) Recomendado Recomendado Não apropriado

Fumo Não apropriado2 Não apropriado Recomendado

Tomate Não apropriado2 Não apropriado Não apropriado

Melancia Não apropriado Não apropriado Não apropriado

Aveias de inverno Recomendado3 Recomendado3 Não apropriado

Centeio de inverno Recomendado3 Recomendado3 Não apropriado

Trigo de inverno Recomendado3 Recomendado3 Não apropriado

1
Algumas variedades de milho são conhecidas por serem altamente suscetíveis ao nematoide das galhas.

2
Algumas variedades dessas culturas são resistentes e muito apropriadas para uso em rotação.

3
Recomendadas para manejo de plantas daninhas. O plantio de culturas de inverno tem pouca ou nenhuma influência sobre populações de nematoides em plantio subseqüente de algodão.
Rotylenchulus reniformis
Rotylenchulus reniformis
Rotylenchulus reniformis: Distribuição Geográfica

✔ Rotylenchulus reniformis amplamente disseminado na


América do Sul, ocorrendo também na América do
Norte, Caribe, África, Sudeste da Europa, Oriente
Médio, Ásia, Austrália e ilhas do Pacífico (Ayala and
Ramirez 1964).

✔ Primeiro relato feito por Linford e Oliveira (1940) em


raízes de feijão caupi no Hawaii;

✔ Primeiro relato em algodão na Geórgia e em tomate na


Flórida;
R. reniformis: círculo de hospedeiras
✔Círculo de hospedeiras envolve 314 espécies vegetais:
- Algodão, feijão caupi, soja, abacaxi, chá, além de diversas
hortaliças (Robinson et al., 1997), além de cana-de-açúcar (Da
Rosa et al., 2003. Nematol. Bras. 27(1): 93-95.
✔ Muitas plantas daninhas e ornamentais relatadas na Flórida
(Inserra et al. (1989, 1994a,b);

✔ Outras hospedeiras são batata doce e diversas fruteiras


tropicais como melão e mamão (McSorley, 1980; McSorley et
al., 1982, 1983).

✔ Feijão comum, feijão guandu, mamona, maracujá roxo e


amarelo, batata, quiabo, citros, café e banana são também
hospedeiras.
5. O NEMATÓIDE CAVERNÍCOLA: Radopholus similis

-Encontrado 1º nas ilhas fiji-pacífico- musa sapietum


-Originário: austrália e nova zelândia
-Brasil 1º encontrado em banana nanica em 1959
-Reprodução sexual
-Endoparasita migrador
Sintomatologia
Ciclo de vida do nematoide cavernícola
6. O NEMATÓIDE Ditylenchus dipsaci

-Fitoparasita dos caules e bulbos (ou amarelão)


-Detectado 1º no brasil 1979
-Reprodução sexual
-Endoparasita migrador
-Possui dormência
•Sintomatologia
•Ciclo de vida
7.O NEMATÓIDE Aphelenchoides besseyi

Parasita de arroz
Arroz: ponta branca do arroz
BRASIL: constatado no rs, 1969
•Ciclo de vida
•Sintomatologia
•Anidrobiose dos nematóides
•Reproduxão sexual
•Endoparasito migrador
Aphelenchoides fragariae -
Asplenium

A. ritzemabosi – crisântemo A. fragariae - morangueiro


8.O NEMATÓIDE DO ANEL VERMELHO DO COQUEIRO:
Bursaphelenchus cocophilus

Coqueiro (Cocos nucifera)


Dendezeiro (Elaeis guineesis)
Tamareira (Phoenix dactylifera)
Palmeira imperial (Roystonia regia)
O CICLO DE VIDA
Endoparasita migrador
J3 estágio infectivo
Disseminação por Rhynchophorus palmarum
Penetração por ferimentos
Nematoides de interesse quarentenário
Nematoides de interesse quarentenário

Você também pode gostar